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SEMINÁRIO MAIOR IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA

Arquidiocese de Montes Claros

PROJETO – DIMENSÃO PASTORAL-MISSIONÁRIA


Etapas do Discipulado – Configução – Síntese Pastoral

“A formação pastoral-missionária, princípio unificador de todo o processo


formativo, consiste na necessária qualificação específica para o ministério
pastora, sempre impregnado pela ação e condução do Espírito de Deus. Nesta
qualificação, integram-se necessariamente estudos pastorais com programas
orgânicos de realizações práticas e de experiências pastorais-missionárias. A
devida e bem programada combinação entre os aspectos reóricos e vivenciais da
formação pastoral-missionária contribui para evitar um aprendizado apenas
operativo” (CNBB, Doc. 110, n. 228).

OBJETIVO GERAL
O objetivo da dimensão pastoral é proporcionar a explicitação e
organização das bases conceituais e práticas para a realização da missão do
Seminário, que é o discernimento e a formação/preparação dos candidatos ao
sacerdócio ministerial.
Esse objetivo pode assim ser situado e explicitado a partir de formações e
no campo prático da própria pastoral. Partilhando e planejando a pastoral em
equipe – espaço mensal para um encontro de reflexão e partilha sobre a pastoral,
de avaliação e planejamento das atividades.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1. Crescer na assimilação das atitudes do Cristo, Bom Pastor, no seguimento de
sua missão (PDV, n. 12) e no cultivo dos mesmos sentimentos do Mestre (Fl
2,5);
2. Crescer no compromisso pessoal com o Povo de Deus e suas dores e na
caridade pastoral;
3. Experimentar a comunhão com a vida do povo, com as comunidades de fé, com
agentes de pastoral, com os presbíteros e diáconos;
4. Educar-se para o exercício fiel e amadurecido das responsabilidades do pastor,
desenvolvendo as necessárias habilidades para tanto (PDV, n. 58);

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5. Promover o contato e diálogo com outras expressões religiosas da Igreja
Católica e com outras confissões religiosas, numa atitude ecumênica e de
diálogo interreligioso;
6. Ser fermento de transformação da sociedade, pelo testemunho e ação solidária,
na promoção da justiça, da fraternidade e da paz;
7. Experimentar o diálogo com pessoas e setores influentes da sociedade
(formadores de opinião, artistas, intelectuais, políticos...);
8. Capacitar-se para uma visão de conjunto da ação pastoral-missionária da Igreja;
9. Adquirir o espírito missionário e a consciência da prioridade da evangelização
(At 1,8; PO, n. 10; PDV, n. 32);

LUGARES FORMATIVOS
a) Trabalho pastoral em equipe – a missão pastoral se realiza por pequenas
equipes ou frentes missionárias, compostas por um padre formador e
seminaristas, dedicando- se especialmente a uma determinada porção de
uma paróquia, em comunhão com seu pároco/administrador paroquial,
também integrado ao plano de formação como padre colaborador; o
trabalho pastoral em equipe é um lugar de aprendizado para uma prática
pastoral missionária em comunhão, na consciência da corresponsabilidade
da ação eclesial, cada qual segundo as suas condições e etapa formativa,
visando à educação para a comunhão no apostolado com o bispo, com os
irmãos padres e os leigos.
b) Serviço apostólico paroquial – considerando sua inesgotável riqueza
comunitária porque nelas se encontra imensa variedade de situações,
idades e tarefas (DAp 304), as paróquias são lugares privilegiados em que
os seminaristas podem fazer experiência concreta e pluriforme de ação
pastoral lugar para um encontro próximo com o povo e sua realidade e,
em comunhão com ele, para o aprendizado no exercício do apostolado e
missão.
Apoio aos padres formadores na coordenação dos diversos serviços
do Seminário (espiritual, comunitário, administrativo e pastoral) exercício
dos ministérios de leitor e acólito no âmbito interno do próprio seminário,
bem como na vida paroquia e da Igreja arquidiocesana; cuidado dos
pobres; acompanhamento e preparação para o matrimônio; formação e
acompanhamento de casais e famílias; visita e acompanhamento dos
doentes; celebração da Palavra; visita a enlutados e celebração de

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exéquias; formação e acompanhamento de Ministros Extraordinário da
Sagrada Comunhão; formação litúrgica; planejamento, organização e
execução de ações evangelizadoras – aos diáconos transitórios: exercício
do ministério diaconal (homilias, celebrações de matrimônio e batismo,
visita aos enfermos, oração com o povo, visita aos pobres, etc.) –
participação, como ouvintes, dos conselhos consultivos da paróquia.
c) Pastoral vocacional – lugar especial para o cultivo de uma mais afinada
consciência da responsabilidade pessoal e eclesial e de zelo em relação às
vocações; realiza-se, em concreto, na contribuição com a Pastoral
Vocacional da Arquidiocese de Montes Claros, nos trabalhos de despertar
e cultivo das vocações, nos grupos de discernimento vocacional e de
acompanhamento ou aprofundamento.

FUNDAMENTO E FINALIDADE:
1. Jesus chama, escolhe e prepara seus discípulos para serem pastores do seu
rebanho (Mc 3,18), ordenando-lhes: “Ide, pois, fazei discípulos entre todas as
nações, e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-
lhes a observar tudo o que vos tenho ordenado” (Mt 28,19-20). A Igreja
acolhe o dom da vocação vinda do Senhor, discerne o chamado à luz do
Espírito Santo e forma os discípulos missionários, a fim de enviá-los à
urgente e inadiável missão de evangelizar (Jo 20,21; DAp, n. 194).
2. A formação pastoral-missionária, princípio unificador de todo o processo
formativo, consiste na necessária qualificação específica para o ministério
pastoral, sempre impregnado pela ação e condução do Espírito de Deus.
Nessa qualificação, integram-se necessariamente estudos pastorais com
programas orgânicos de realização de práticas e de experiências pastorais. A
devida e bem programada combinação entre os aspectos teóricos e vivenciais
da formação pastoral-missionária contribui para evitar um aprendizado
apenas operativo. A mesma articulação entre a teoria e a prática ajuda a
responder à interpelação do Documento de Aparecida que chama toda a
Igreja a uma “conversão pastoral”.

MISSÃO DOS FORMADORES (padres que acolhem os seminaristas para


o estágio pastoral-missionário):
3. O trabalho pastoral e as experiências de missão dos formandos sejam
devidamente planejados, acompanhados e avaliados. Improvisações,

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imediatismos, ativismos e empirismos sejam sempre evitados.
4. Escolher comunidades e situações pastorais em que os formandos tenham
condições de uma reflexão a partir de sua prática e sejam desafiados pela
realidade ao crescimento pastoral e espiritual. Para a escolha de experiências
e engajamento pastoral dos formandos, devem ser levados em conta os
critérios: os talentos e inclinações de cada formando; as aptidões e condições
dos presbíteros que acolhem os formandos; as opções pastorais da Igreja
local; as situações de maior necessidade e carência; as comunidades e
paróquias que contam com um planejamento pastoral; as opções e escolhas
do plano da casa de formação dentro do planejamento diocesano, tendo em
vista as etapas do processo formativo;
5. Determinar e preparar comunidades com experiências pastorais
diversificadas e ricas, que não sejam marcadas por orientações unilaterais;
6. Garantir acompanhamento, reflexão e avaliação da prática pastoral do
formando sob a responsabilidade de um orientador de atividades pastorais,
que pode ser o coordenador diocesano da ação evangelizadora, e o centro de
estudos;
7. Possibilitar que os padres responsáveis pelo acompanhamento pastoral
ajudem o formando a compreender as dificuldades e deficiências humanas, a
discernir os apelos de conversão e crescimento e a reconhecer e acolher as
opções da Igreja e os sinais de Deus;
8. Garantir que o engajamento pastoral do formando prolongue-se pelo menos
durante todo o ano letivo, sem prejudicar jamais os estudos;
9. Organizar missões especiais e trabalhos pastorais específicos para os
períodos de férias, sem privar o formando da convivência com a família e
com a comunidade de origem; uma parte substancial das férias pode servir
para a formação missionária;

ESPAÇOS DE AÇÃO PASTORAL:


a) Paróquias:
b) os párocos têm muito a testemunhar: o cuidado e atenção ao cultivo
interior; a prática da oração, da meditação e da Liturgia das Horas; a vivência
fiel do celibato; o vínculo existencial com a comunidade e a Igreja particular; o
sentido de liberdade conferido ao compromisso de obediência; a integração

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efetiva das atividades pastorais no conjunto da ação evangelizadora da diocese;
a importância de conhecer o Plano de Pastoral da Diocese;
c) Pequenas comunidades eclesiais missionárias: são “lugares e meios
privilegiados de experiência cristã e de evangelização”, “são ambiente propício
para escutar a Palavra de Deus, para viver a fraternidade, para animar a
oração, para aprofundar processos de formação da fé e para fortalecer o
exigente compromisso de ser apóstolo na sociedade de hoje” (DAp, n. 307-308).
d) Diversos mundos: os pobres, os jovens, a cidade, a educação, a saúde, a
justiça, o trabalho, o comércio, a polícia, as prisões, a política, as comunicações,
a universidade, o turismo, os católicos afastados, entre outros – vêm se
revelando como os grandes areópagos nos quais há de se realizar o ministério do
futuro presbítero. Por isso, o seminarista deve preparar-se para ser não apenas
um pastor do rebanho que lhe foi confiado, mas um evangelizador, um
missionário, alguém que sai de seus espaços eclesiais e vai ao encontro das
pessoas onde elas se encontram, para anunciar-lhes o Evangelho do Reino, com
novo ardor, novos métodos e novas expressões.
e) Regiões missionárias: por serem desafiadores e exigirem elevado grau de
despojamento do futuro presbítero, tais estágios proporcionam um
aprofundamento mais qualificado das motivações ao ministério e ao serviço
presbiteral. Esses estágios podem ser realizados durante as férias do seminário
ou durante um ano específico de formação e atuação missionária.
f) Faculdade de Teologia: a garantia do eixo da pastoralidade, como costura da
matriz curricular e do ensino de todas as disciplinas; o ensino da Teologia
Pastoral, por um professor de reconhecida competência como pastor, que
conheça e respeite o plano de pastoral das dioceses, com seus diferentes ramos:
Catequese, Liturgia, Juventude, Pastoral Social, Pastoral Familiar, Pastoral da
Comunicação e outros; o ensino competente da pedagogia pastoral, do
planejamento pastoral, da gestão pastoral, com os diferentes métodos de
evangelização e catequese; a orientação, teórica e prática, o acompanhamento e
avaliação dos estágios de pastoral, com os respectivos relatórios; a reflexão
sobre a prática pastoral: teologia da ação pastoral em sintonia com a
espiritualidade; a orientação básica sobre a organização administrativo-contábil
da paróquia.

Ano Pastoral (Etapa da Síntese Pastoral):


10. Um tempo não isolado na formação, mas inserido em um processo integral,
um período no qual o seminarista, após concluídos os estudos de teologia,

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antes de receber o diaconado, deixa o seminário ou casa de formação e passa
a viver em uma paróquia, ou outra forma de comunidade eclesial.
11. Benefícios:

a) Conhecer a si mesmo, no ser e viver de pastor e no exercício do


pastoreio e missão, inserido na condição ordinária da vida de um
presbítero discípulo-missionário (oração, celibato, obediência, estilo
modesto de vida), aprofundando o seu discernimento vocacional e a sua
opção;
b) Iniciar-se em assumir responsabilidades de animação, coordenação,
construção da comunidade, enquanto animador de comunhão e missão;
c) Lançar-se em experiências que transponham os limites de uma pastoral
preponderantemente dedicada à demanda religiosa dos católicos ativos
na vida eclesial, para exercitar-se em ir ao encontro daqueles, muito mais
numerosos, que estão distantes;
d) Iniciar-se no exercício da aprendizagem junto ao povo pobre, pela
observação atenta de sua vida de sacrifícios, de santidade e de fidelidade
na defesa da vida;
e) Assumir de maneira prática a espiritualidade própria do presbítero
diocesano, ao redor da prática da caridade pastoral;
f) Viver a dimensão comunitária da vida e exercício do ministério,
incorporando-se de um modo dinâmico e progressivo à fraternidade
presbiteral na realidade específica e imediata de uma Igreja concreta;
g) Realizar uma síntese vital, em chave pastoral, de todo o processo
formativo, na condição de ser humano, de homem de fé, em sua
formação intelectual e na vivência da espiritualidade;

12. Não se deve confundir com o período de interrupção, que por vezes o bispo
e os formadores requerem de um candidato, em vista de um melhor
discernimento ou superação de problemas pessoais.

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