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Sopros

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Sopros

Manifestações sonoras de
turbilhonamento do sangue

Fluxo laminar vs turbulento

Pode ser por alteração de velocidade,
viscosidade ou mudança brusca de
calibre do pertuito
Sopros
Sopros

● Distinção com muitas limitações na prática


● Orgânico é decorrente de alterações estruturais, funcionais ocorrem com
coração normal (anemia, taquicardia, após exercício, febre,
hipertireoidismo)
Sopros Inocentes
● Ocorrem em um sistema cardiovascular normal
● Mais facilmente aud veis nos estados circulat rios hipercin ticos;
● S o sist licos ou cont nuos; nunca ocorrem isoladamente na di stole; t m curta
dura o e baixa intensidade (1+/4+); n o se associam a fr mito ou a ru dos
acess rios (estalidos, cliques); localizam-se em uma rea pequena e bem definida;
n o se associam a altera es de bulhas; ocorrem na aus ncia de hist ria pr via de
sopro, ou de evid ncias compat veis com doen a card aca adquirida
● Rx de t rax e eletrocardiograma normais
● Sopros de Still, Ejeção Pulmonar, Ramos pulmonares, supraclavicular e zumbido
venoso.


























Sopro de Still
● É o mais frequente, presente em mais de 75% dos escolares.
● Gerado na via de saída do VE
● Foco aórtico acessório, em decúbito dorsal, diminuindo ou sumindo com
ortostase.
● Protossistólico, baixa intensidade, caráter vibratório, nunca rude ou
barulhento.
● Confunde com CIV, MCH ou estenose sub aórtica, mas esses são mais
rudes, não alteram com posição e tem frêmito.
Sopro de Ejeção Pulmonar

Crianças, adolescentes e adultos jovens, mais frequente entre
8-14 anos.

Foco pulmonar, protossistólico, ejetivo, baixa intensidade, não é
vibratório como o de Still.

Mais audível em decúbito dorsal e na presença de pectus
excavatum, tórax plano ou cifose torácica.

Confunde com CIA (que tem desdobramento fixo de B2) e
estenose de artéria pulmonar
Sopro de Ramos Pulmonares

Ocorre em recém nascidos, principalmente nos prematuros e/ou
baixo peso.

Originado de hipoplasia relativa de ramos pulmonares, sendo
patológica sua persistência após 6 meses de idade.

Foco pulmonar, ejetivo, sistólico, baixa intensidade, irradiando para
os lados, axilas e dorso.
Sopro Supraclavicular

Crianças de qualquer idade.

Fossa supraclavicular ou cervical, sobre as carótidas.

Timbre baixo, início abrupto na mesossístole, sumindo com
hiperextensão de ombros.

Confunde com estenose aórtica/pulmonar, mas esses são mais
intensos nos focos com irradiações para pescoço.
Zumbido Venoso
● Único sopro inocente contínuo
● Som do retorno venoso das jugulares
● Crianças 3-6 anos
● Parte anterior baixa cervical e supraclavicular, bilateralmente, sumindo
quando vira cabeça para o lado oposto ou quando comprime a veia
jugular.
● Confunde com Persistência do Canal Arterial, sendo que nesse caso o
sopro é mais intenso, mais forte na região infraclavicular esquerda.
Sopros

SOPROS SISTÓLICOS

Ejetivo e Regurgitativo

Duração: Proto/Meso/Tele/Holo


SOPROS DIASTÓLICOS

Duração: Proto/Meso/Tele/Holo
Sopros Sistólicos

EJETIVOS


começam após B1 (após contração
isovolumétrica)

Em diamante, pico mesossistólico.

Turbulento, entre 2 câmaras de alta pressão

Estenoses aórtica e pulmonar
Sopro Sistólico Ejetivo
Sopros Sistólicos
● REGURGITATIVOS

● Audível desde o início da sístole, recobrindo e


mascarando B1.
● Sopro que flui de câmara de alta para baixa
pressão.
● Insuficiências Mitral / Tricúspide, CIV
● Manobra de Rivero Carvallo
Sopros Diastólicos

Duração: proto/meso/tele/holo

Estenoses mitral e tricúspide, Insufiências aórtica e pulmonar
Sopros Diastólicos
● Os da estenose mitral e tricúspide ocupam a parte
média da diástole, momento em que se dá o
enchimento rápido dos ventrículos;
● Pode se prolongar com reforço no fim da diástole ou
pré-sístole (contração atrial)
● Nítido intervalo entre B2 e o início desses sopros:
baixo gradiente pressórico protodiastólico.
● sopros de baixa frequência e tonalidade grave:
RUFLAR
Sopros diastólicos

Os sopros das insuficências aórtica e pulmonar tem inicio imediato
após B2 (alto gradiente imediato entre vasos da base e ventrículos),
reduzindo progressivamente (caráter aspirativo).
Insuficiência Aórtica
● Etiologia: Dç reumática, Lúpus, aterosclerose, endocardite infecciosa.
● Sobrecarga de volume com predomínio de dilatação de VE.
● Efeito Venturi: angina por roubo de fluxo das coronárias
● Ictus: dilatado, desviado para baixo e fora
● Sopro diastólico, aspirativo, decrescente, em FA e Faa, irradiando para ponta
● IAO grave: sopro sistólico de hiperfluxo e sopro de Austin Flint (sopro de pseudo
estenose mitral => jato da IAO fecha folheto anterior da VM)
Insuficiência Aórtica
Insuficiência Aórtica
➢ Sinais periféricos da IAO: todos decorrentes da alta pressão de pulso (PAS – PAD)
➢ Pulsações arteriais sentidas e palpáveis em todo o corpo

✓ Pulso em martelo d`água


✓ Dança das carótidas
✓ Sinal de Musset – oscilação da cabeça
✓ Sinal de Minervini – pulsação da base da língua
✓ Sinal de Muller – pulsação da úvula
✓ Sinal de Duroziez – duplo sopro auscultado à compressão da artéria femoral
✓ Sinal de Quincke – pulsação do leito ungueal à leve digitopressão
✓ Sinal de Rosenbach – pulsação hepática
Estenose aórtica
Estenose aórtica
● Etiologia: malformação congênita (bicúspide), doença reumática ou degeneração
senil com deposição de cálcio.
● Estímulo importante de hipertrofia de VE, com circulação coronariana não
acompanhando a velocidade de hipertrofia, causando hipoxemia e falência de VE
aos esforços, culminando em tonteira/lipotímia/síncope. Angina indica estenose
grave.
● ictus cordis propulsivo, pouco deslocado para baixo e para a esquerda, a indicar a
hipertrofia ventricular esquerda; frêmito sistólico; sopro sistólico de ejeção, rude,
localizado no foco aórtico com irradiação para cima, em direção à face lateral direita
do pescoço.
Estenose aórtica
● ictus cordis propulsivo, pouco deslocado para baixo e para a esquerda, a
indicar a hipertrofia ventricular esquerda; frêmito sistólico;
● sopro sistólico de ejeção, rude, localizado no foco aórtico com irradiação
para cima, em direção à face lateral direita do pescoço.
● Na estenose aórtica leve, pode ser ouvido um clique sistólico que
antecede o sopro.

Estenose aórtica

Na estenose aórtica grave ocorre desdobramento invertido da 2a
bulha cardíaca.
Insuficiência Mitral
● Agudas: ruptura de cordoalhas tendíneas por IAM ou endocardite
● Coração previamente normal => súbito volume regurgitante VE-AE =>
baixa complacência com elevação súbita de pressão em AE =>
congestão pulmonar
● Ictus normosituado, hipercinético, com sopro sistólico regurgitativo de
alta intensidade em FM irradiando para axila E (sopro circular de Miguel
Couto), abafando B1, com B4 vigorosa pela contração atrial
Insuficiência Mitral

Crônicas: PVM, degenerativa, dç reumática, MCD

Instalações insidiosas com elevações lentas e progressivas de
pressão intra atrial, causando dilatação e aumento da complacência.

Alta complacência = baixo turbilhonamento

Sopro sistólico regurgitativo em FM irradiando para axila E, abafando
B1. Frequente é a presença de B3 e ritmo irregular por fibrilação
atrial.
Classificação de Carpentier
Estenose Mitral

Espessamento e fibrose das cúspides com fusão das comissuras

Etiologia principal: dç reumática. Raramente: sd carcinóide, artrite
reumatóide, lúpus.

Progressão lenta, 10 anos até reduzir área pela metade.

Área normal 5 cm2
Estenose Mitral
● EM leve (área > 2,5): aumento de pressão de AE assintomático. Hiperfonese de B1,
sopro telediastólica pela contração atrial. A rigidez dos folhetos causa estalido de abertura
mitral (após B2).
● EM moderada (área 1,5-2,5): soma-se dispnéia e palpitações aos esforços, decorrentes
de congestão pulmonar. Gradiente de pressão AE-VE causa os achados clássicos:
hiperfonese de B1 em FM, EAM, sopro diastólico em ruflar com reforço pré sistólico, B2
hiperfonética em foco pulmonar.
● EM grave (área < 1cm2): intensificação da dispneia, que pode ocorrer aos mínimos
esforços e na posição deitada, dispneia paroxística noturna, tosse seca e hemoptise. À
ausculta, constata-se que o estalido de abertura torna-se mais precoce e o sopro
diastólico, mais duradouro.
Estenose mitral
Insuficiência Tricúspide Hipertensão de
Artéria Pulmonar


Mais frequente ser funcional devido a dilatação do VD por HAP, ou
IAM de VD.

Causa hipertrofia de VD que pode ser palpável

Sopro holossistólico regurgitativo, mais audível em FT, que aumento
com manobra de Rivero-Carvallo
Princípios da
Autonomia do
Paciente
Pilares da Ética Médica

Beneficiência

Não Maleficiência

Autonomia

Justiça
Autonomia
● Capacidade de se auto governar.
● É necessário que seja capaz de agir intencionalmente e que tenha
liberdade para isso.
● Sem compreensão não há autonomia.
● C digo de tica M dica Brasileiro (Cap tulo V, Artigo 31): vedado ao
m dico “Desrespeitar o direito do paciente ou de seu representante
legal de decidir livremente sobre a execu o de pr ticas diagn sticas
ou terap uticas, salvo em caso de iminente risco de morte”.











Modelos de Prática Médica

Paternalismo: Modelo de prática da Medicina antigo, no qual o
médico define as condutas sem explicar ou pedir autorização.
“Palavra do médico é lei”.

Autonomia: Modelo no qual o paciente define o tratamento a ser
realizado, buscando os meios de executá-los.

Participativo: equilíbrio entre os dois anteriores, com uma relação
respeitosa, comunicação adequada com encorajamento às
tomadas de decisões.

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