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Ar Livre e
Padrões de Acampamento
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Módulo de Aperfeiçoamento de
Ar Livre e Padrões de Acampamento
1. OBJETIVO:
2. PROBLEMA:
3. DADOS DISPONÍVEIS:
4. CONTEÚDO DO MÓDULO:
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UD 10: Material de campo e ferramentas: ferramentas de sapa, de corte e
outras; uso, segurança e conservação (50 min).
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QUADRO-HORÁRIO DO MÓDULO DE APERFEIÇOAMENTO DE AR LIVRE E
PADRÕES DE ACAMPAMENTO
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UNIDADE DIDÁTICA 1:
COORDENAÇÃO DE ATIVIDADES
1. INTRODUÇÃO
O Programa de Jovens, ao substituir o Programa Escoteiro, não retira do
Escotismo suas cores, sabor e magia, que sempre foram o atrativo para os
beneficiários do Movimento. Pelo contrário, enfatiza que técnicas mateiras,
contato com a natureza, aventuras, deliciosas conversas em torno da fogueira,
acampamentos debaixo de chuva e tantas coisas que nos são tão caras –
continuam presentes na vida do Escoteiro, pois a atividade ao ar livre é uma das
ferramentas mais características de uma criação genial já centenária e cuja
existência tem sido benéfica para vários milhões de jovens em todo o mundo.
Geralmente, são as atividades de campo que fornecem o material para
os “causos” que se contará nas conversas ao pé do fogo, ou mesmo aos filhos e
netos, ou que se recordará nos reencontros dos velhos amigos. É um anedotário
rico, porque não nasce de situações sempre parecidas como em trabalhos
escolares, nem de uma convivência fugaz como a de uma colônia de férias.
As atividades de campo fortalecerão os laços de amizade e consolidarão
atitudes de busca de solução de problemas, de determinação e de cooperação. E
o Movimento Escoteiro é capaz de proporcioná-las de uma forma muito própria,
diferindo do “lazer outdoor” dos demais mortais. Quem tem a vivência Escoteira
traz consigo para o campo todo um processo de treinamento, todo um período
de convívio com os que vão partilhar o mesmo espaço e com os seus “irmãos
mais velhos”. E o escopo deste Módulo é justamente praticar as técnicas de
campismo, entendendo como e por que elas são usadas como ferramentas
pedagógicas.
• Excursões (T)
• Acampamentos volantes e bivaques (S/P)
• Pernoites (E/S/P)
• Atividades de Mergulho (S/P)
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• Acantonamentos (T)
• Escalada (S/P)
• Acampamentos (E/S/P)
• Travessias (S/P)
• Grandes Jogos (T)
• Etc.
• Jornadas (E/S/P)
I –ANTES
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Autorizações.
a) Estabelecer os objetivos:
Uma atividade Escoteira não é uma atividade meramente recreativa. É
uma aventura que o jovem, a equipe ou a Seção desenvolve em contato com a
natureza. Não é apenas um exercício físico, mas principalmente uma
oportunidade de se desenvolver em vários aspectos como cultura, história,
observação, consciência ecológica, sociabilidade, respeito mútuo e outros.
Portanto, para selecionar uma atividade de ar livre, não se deve pensar em
simplesmente “arrancar os jovens da sede e dar-lhes uma imersão na vida de
campo”. Cada tipo de atividade enfatizará alguns atributos nas diversas áreas de
desenvolvimento, e em todas as áreas há a oportunidade de conquistar objetivos.
A aplicação de determinados conhecimentos e técnicas, a exigências de certas
capacidades físicas e destrezas e a construção e/ou consolidação de
comportamentos e atitudes desejáveis têm uma grande oportunidade em um
evento “fora de casa”, no qual cada um e a coletividade (Patrulha/Tropa) terão de
valer-se de suas próprias capacidades para enfrentar variados desafios. Assim,
sempre devemos ter em mente: nenhuma atividade é um fim em si mesma; ela só
é selecionada e montada para atender a objetivos pedagógicos definidos. Fora
dessa condição, seremos recreadores, e não educadores. Sobre os objetivos
educacionais, tratamos mais adiante neste manual.
b) Planejamento:
Sabendo-se os objetivos que se pretende alcançar e quais as
possibilidades de chegar a eles na atividade, deve-se planejar, considerando
elementos como: efetivo participante (jovens e adultos) e suas características,
duração necessária e possível para a atividade, locais possíveis de recebê-la e suas
condições de uso, tipo de transporte e acomodação, custeio... Tenha-se em
mente que quanto mais longo for o deslocamento, ou quanto melhor for a
infraestrutura do local, maior tende a ser o custo da atividade – o que não
significa que a Seção só acampe no quintal da casa de alguém, para que o
deslocamento e a ocupação do “campo” tenham o custo mais baixo possível; do
mesmo modo, não é o caso de servir caviar no lanche da tarde, mas também não
se deve passar somente à base de macarrão instantâneo e água da torneira. Ao
planejar, deve-se definir também se a atividade será de Patrulha, de Seção, de
Ramo (caso o Ramo tenha mais de uma Seção) ou inter-Ramos. Quando o Ramo
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tem mais de uma Seção, fazer atividades de Ramo ajuda a fomentar a coesão e
reduzir o risco de uma eventual “rivalidade” entre as Seções. Quanto a atividades
inter-Ramos, sabendo que os interesses e capacidades dos jovens são diferentes
de acordo com o estágio em que se encontram (idade cronológica e psicológica),
uma atividade congregando dois ou mais Ramos deverá ter momentos em que
as atividades sejam comuns, ou em que as possibilidades de um compensem as
limitações do outro. Fazer atividades entre Ramos vizinhos de vez em quando é
um fator de integração grupal, e os jovens do Ramo mais novo têm um “gostinho
do que os espera”, enquanto os do Ramo mais velho têm a percepção da
“relevância de servir de guia para os mais novos”. Cabe ressaltar que essas
atividades inter-Ramos devem ocorrer de vez em quando, do contrário os mais
jovens não verão “nada de novo” quando passarem para o próximo Ramo.
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Abrigos: grutas, celeiros, estábulos, galpões, chalés etc. e situações em
que possam ser empregados – e a quem pedir autorização.
Transportes: verifique quais os meios de transporte existentes, custos,
horários e veículo para casos de emergência.
Percurso a ser seguido: anotar distâncias; tempo gasto; pontos de apoio,
etc. e avaliar o nível de dificuldade para o acesso de carros de passeio e ônibus;
deve-se caracterizar não apenas o percurso entre o ponto de origem/retorno e o
local da atividade, mas também entre este e o ponto de apoio mais próximo
(hospital, posto policial, guarnição de Bombeiros...). Se houver trajetos a serem
feitos pelos jovens aplicando técnicas Escoteiras, fazer o percurso antes para
estimar corretamente distâncias e características, pontos críticos e locais para as
paradas e tarefas.
Água potável: verifique se há e qual a abundância. Verificar, ainda, se
nenhuma instalação do acampamento tem potencial para contaminar a água.
Segurança: observe a vizinhança; procure saber se o local é frequentado
e por que tipo de pessoas, se já houve ocorrência de furtos ou atos violentos.
Topografia: conformação do terreno, identificando rios e lagos,
coletores de águas, baixadas, áreas sujeitas a desmoronamentos, rotas de acesso
e de escape, tipo de vegetação, corredores de vento.
Solo: verifique se o solo é permeável. Evite acampar sobre barro. Areia
não dá segurança às construções. Solos muito compactados ou pedregosos
tornam difícil a escavação e a fixação de estacas.
Animais ferozes e peçonhentos, ou os ditos domésticos pouco
amigáveis, como cães ou bovinos. Colônias de insetos, como enxus (abelhas,
vespas, marimbondos) e formigueiros.
Comunicação: localize um telefone para contatos (público ou não);
considere as possibilidades e limitações do telefone celular (verificar quais
empresas têm antenas na região) e/ou de equipamentos de rádio (há algum
radioamador/operador de faixa do cidadão disponível?).
Abastecimento: verifique se perto do local da atividade existem
mercados, mercearias etc., e faça um levantamento de preços. Isso pode
simplificar a logística, no que concerne a peso, volume ou perecibilidade de
gêneros alimentícios a transportar (eventualmente, nas costas dos participantes)
– desde que os gastos não se façam absurdamente maiores do que comprando
os gêneros na cidade de origem.
Material natural para uso: madeira para lenha, mourões ou bambu para
pioneirias (se for o caso).
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Regulamentos do local (especialmente no caso de parques, campos de
instrução militar ou clubes), da Região Escoteira, etc.
Atrativos: represas, rios, piscinas, praias, locais turísticos ou históricos,
fábricas, plantações, eventos culturais, etc.
Data da Realização: Quando é feita a vistoria prévia do local, muitas
vezes o que será encontrado na data da atividade não coincidirá com o que foi
visto. É possível, dependendo da ocasião, ocorrerem comícios ou festas religiosas
com carreatas, ou os caminhos serem utilizados por trilheiros com seus jipes,
motos e outros veículos, ou os postos de saúde não funcionarem nos finais de
semana, entre outras coisas. Ou seja, deve-se tomar cuidados específicos quanto
a estas eventualidades. Deve-se considerar, ainda, a época do ano; as
possibilidades do terreno na estação seca não serão as mesmas na época das
águas, considerando não só a chuva como também as tempestades elétricas.
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ficha médica), na época específica da atividade ele pode estar enfraquecido: um
resfriado, um braço quebrado...
f) Programação:
À luz dos objetivos, do planejamento, das informações colhidas na visita
ao local e do conhecimento dos recursos materiais e humanos necessários e
disponíveis, deve fazer-se a programação. É preciso atribuir tempo suficiente para
alimentação e repouso, e sempre estar atento à hidratação dos participantes. A
programação deve ser atraente, dosada adequadamente nos vários tipos e
intensidades de desafio que proporá aos jovens, e contribuir para que eles
atinjam os objetivos da atividade.
g) Autorização:
Expressa, por escrito e assinada pelo responsável legal devidamente
identificado. Sem ela, não se leva o jovem à atividade. Uma autorização assinada
pela avó, tio ou vizinho “em nome do” responsável legal não é válida. Deve-se,
tanto quanto possível, usar um formulário de autorização no qual o responsável
legal declara ter sido cientificado dos dados da atividade e suas condições de
execução e autorizando expressamente a participação do jovem na mesma. É
importante que essa autorização seja recebida até uma semana antes do evento,
pois se for usado ônibus ou van é necessário apresentar aos órgãos de
fiscalização o manifesto de embarque – e não pode haver inclusão de novos
passageiros após a liberação do manifesto de embarque. Todos os participantes
membros do Movimento Escoteiro devem estar em dia com o registro junto
à Associação Escoteira; é preciso que quem esteja encarregado da atividade se
assegure dessa condição. A exceção quanto ao registro Escoteiro se faz, claro,
com relação aos eventuais especialistas convidados/contratados, que não têm
necessariamente vínculo com o Escotismo, mas essa participação tem de estar
bem definida – tanto quanto possível, documentalmente.
II – DURANTE
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o cansaço pode impedir a consecução de objetivos importantes
(PROGRAMAÇÃO);
• Observe os horários de dormir (PROGRAMAÇÃO);
• Mantenha os jovens bem alimentados; (NUTRIÇÃO);
• Zele pela higiene de todos, pela higiene dos locais da atividade, pela
higiene na alimentação e trate de todos os ferimentos, por menores que
sejam; (SAÚDE);
• Zele pela segurança de todos no uso de ferramentas e na aplicação
das atividades; (SEGURANÇA).
III – DEPOIS
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UNIDADE DIDÁTICA 2:
EXCURSÕES E PERNOITES
1. INTRODUÇÃO
2. EXCURSÃO
Toda atividade em que não há o contato direto com a natureza. Ex. ida a
um museu, ida ao zoológico, visita a outro Grupo Escoteiro, etc.
Como no caso das excursões, o passeio pode ser:
De Seção - realizadas periodicamente sob a direção da Chefia da Seção.
Têm duração de até um dia. Ocorrem geralmente na cidade, em locais que
tenham algum atrativo cultural, ou sejam propícios à prática de jogos que
atendam aos objetivos propostos, ou possibilitem confraternização.
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De Patrulha (Ramos Escoteiro e Sênior) - realizados sob a direção do
Monitor, com autorização do Chefe da Tropa. Ocorrem em locais próximos de
fácil acesso.
4. PERNOITE
5. PERIODICIDADE
Características
Normalmente se inicia de manhã e termina ao entardecer (EXCURSÃO)
ou termina no outro dia (PERNOITE). O trajeto a pé a ser percorrido deve ser de
acordo com o nível de desenvolvimento dos jovens e o Ramo ao qual eles
pertencem.
Deve ter um planejamento prévio pela Chefia, podendo ter a participação
da Corte de Honra em determinadas ocasiões, dando sugestões de locais assim
como podendo sugerir as atividades a desenvolver.
Como podemos observar, uma excursão ou pernoite deve ser
programada de forma diferente de uma reunião rotineira de sede, numa
sequência de jogos e atividades, sem que haja a rigidez dos horários pré-
determinados.
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As excursões são ótimas oportunidades para a aplicação de jogos,
grandes jogos, desenvolvimento de especialidades (ex.: Lides Campeiras,
Rastreamento, Técnicas de Sapa), Trabalhos Manuais com materiais naturais, etc.
Observações:
7. PREPARAÇÃO
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EXCURSÃO PARA LOBINHOS
1. INTRODUÇÃO
2. EXCURSÃO DE LOBINHOS
a) Local
O local deve ser:
b) Programação
A excursão não é uma maxi-reunião de Alcateia. Seu planejamento deve
incluir as etapas que apresentem dificuldade de serem realizadas na Sede (Ex.:
percorrer uma rota simples marcada com sinais de pista, acender um fogo, etc.).
Devem ser desenvolvidas atividades das Áreas de Interesse,
principalmente a de Meio Ambiente. É de suma importância que sejam planejadas
atividades em que haja o contato com a Natureza.
Ao planejar a excursão, os atrativos do local devem ser explorados ao
máximo, bem como o tempo de duração da atividade.
c) Material
Deve ser adequado e suficiente para as atividades e incluir a Caixa de
Primeiros Socorros, que é indispensável.
d) Refeições
Devem acontecer em horário preestabelecido, devendo haver um lanche
pela manhã e outro à tarde (dependendo da programação), além do almoço.
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e) Equipe de Apoio
Dependendo do local onde a Excursão será realizada, é conveniente a
utilização de uma Equipe de Apoio, com um veículo para o caso de emergências,
transporte e guarda de material, além de auxílio nas atividades.
ACANTONAMENTOS
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O Acantonamento, pertencendo à categoria das atividades ao ar livre,
não poderia ser diferente. Para que o Acantonamento seja uma atividade de
sucesso, devemos levar em conta dois fatores primordiais que são: a
programação e a alimentação.
De nada adiantará uma excelente programação aliada a uma alimentação
pobre, assim como, uma alimentação rica e variada, de nada valerá se estiver
atrelada a uma programação repetitiva e sem atrativos.
É preciso que os Escotistas tenham em mente que o Acantonamento se
destina ao alcance de um objetivo, estipulado previamente no planejamento anual.
Ele não é uma simples atividade de recreação, na qual os Lobinhos irão brincar e
se divertir. Ele possui características que o tornam uma atividade Escoteira, e como
tal deve ser entendido.
Também é bom lembrar, que nos Acantonamentos não existem
torneios de eficiência, sendo, contudo, possível a utilização de matilhas de
serviço.
ACAMPAMENTOS
1. O ACAMPAMENTO
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etc.), e essa preservação dos marcos simbólicos é de grande importância para
manter o clima Escoteiro da atividade.
A programação de um Acampamento não deverá ser como a de uma
Reunião de Seção. Existirão períodos de jogos e outros dos mais diversos tipos
de atividades.
É muito importante que o jovem retorne do campo com algo a mais na
sua vida Escoteira, além do largo sorriso e as lembranças da atividade. Ele deverá
ter aprendido coisas úteis e ter se beneficiado com as experiências vividas durante
os dias que passou longe de casa, em contato com a natureza e convivendo com
seus companheiros de Patrulha.
Os passos do planejamento: 2 a 3 meses antes, providenciar o local e ter
todas as informações usuais da vistoria prévia; 1 mês antes, traçar a programação
com os Escotistas do Ramo e a Corte de Honra, levando-se em conta o local
definido anteriormente e com tempo suficiente para providenciar o material a ser
utilizado; 21 dias, ou antes disso, solicitar autorização da Diretoria do Grupo; 15
dias antes, entregar a autorização aos pais e, de preferência, realizar reunião com
os mesmos apresentando a programação e objetivos do acampamento; 07 dias
antes, recolher as autorizações e ajustar o manifesto de embarque (no caso de
ônibus fretado ou van). Deverá haver uma programação alternativa para dias de
chuva, para ser utilizada caso seja necessário. Esta deverá ser bastante equilibrada
visando principalmente o Espírito Escoteiro e de união uma vez que as condições
climáticas adversas tendem a criar problemas de atrito entre os jovens devido ao
seu confinamento em espaços restritos e a situações nas quais seu material e eles
estejam sujeitos a se molhar.
Muitas vezes é mais sensato levantar acampamento no caso de chuva
constante do que permanecer nestas condições.
No Ramo Lobinho, o acampamento só costuma diferir do
acantonamento pelo fato de os Lobinhos se alojarem em barracas. É etapa da sua
progressão montar uma barraca e nela pernoitar. Não lhes será exigida a técnica
de campismo desenvolvida a partir do Ramo Escoteiro, nem caberá a eles
atribuição de cozinhar ou de mobiliar o campo; não há separação de “campos de
Matilha”, há apenas o acampamento da Alcateia; não há inspeção de campo
como nos outros Ramos, mas eles devem aprender a montar sua mochila e
manter seu material em boa ordem.
No Ramo Escoteiro, devido à idade dos jovens, à progressividade e ao
importante papel que a alimentação desempenha, deve-se dar preferência a que
as refeições sejam preparadas em fogareiros a gás. A utilização de fogão à lenha,
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bem como fogareiros de cartucho, será eventual e como uma atividade ou etapa
específica a ser cumprida. Não como rotina.
No Ramo Sênior, a preparação da comida em fogão à lenha pode ser
mais usual, o que dá um grau de dificuldade a mais (desafio), inerente ao Ramo;
os fogareiros de cartucho, mais facilmente transportáveis, são uma opção
interessante para atividades em que não se possa usar lenha; as espiriteiras
(usando álcool em tabletes ou em gel) são outra possibilidade, se a alimentação
for feita individualmente.
Convém lembrar que o uso de lenha para cozinhar deve ser alvo de sérias
ponderações, pois é proibido nos parques e áreas de preservação ambiental.
Mesmo num acampamento em propriedade particular e com autorização do
responsável, só deve ocorrer se contribuir para alcançar objetivos da
atividade; deve-se avaliar se o tempo, trabalho e recursos empenhados atendem
ao que se propôs. A mesma consideração deve ser tomada no que se refere às
pioneirias.
2. OS INGREDIENTES
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JORNADAS E BIVAQUES
1. BIVAQUE E JORNADA
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com luminosidade suficiente e sem que os participantes estejam fisicamente
esgotados.
• A ocupação do local de pouso deve ser de tal modo que ninguém fique
completamente isolado; é recomendável que o perímetro seja ocupado pelos
mais experientes.
• O uso de lenha para cozinhar só deve ocorrer se for autorizado pelos
responsáveis pelo local. Pode ser usado o fogareiro de cartucho ou (já que o peso
e volume do material são altamente relevantes) fogareiros do tipo espiriteira –
mas não conte com espiriteiras para produzir um grande volume de calor que
permita fazer batatas fritas (no máximo, um macarrão instantâneo ou uma sopa
individual).
• É mandatório que cada jovem leve consigo um apito, pois caso se perca, ou
ocorra algum incidente, poderá chamar a atenção de seus companheiros. O
apito é equipamento de segurança individual, indispensável em qualquer ida
ao campo. Com o advento dos telefones celulares, o costume de levar o apito foi
caindo em desuso; mas cabe lembrar que bateria de celular acaba e há pontos
do terreno em que ele fica inoperante, e o apito só depende do fôlego do seu
portador.
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UNIDADE DIDÁTICA 3:
SEGURANÇA
Em qualquer atividade na sede ou ao ar livre, todos os participantes
estarão sujeitos aos riscos naturais decorrentes da exposição a uma situação
habitualmente diversa daquela que caracteriza suas rotinas de vida: insetos,
terreno irregular e pedras soltas, espinhos, muito sol ou chuva em excesso,
manuseio de ferramentas, são apenas alguns exemplos dos riscos a que
usualmente se expõem os participantes de uma atividade externa. Nada disso
deve ser empecilho para a realização de uma atividade Escoteira! A exposição a
tais riscos faz parte do tempero que atrai os jovens às atividades Escoteiras.
Como disse B-P, o jovem não é feito de louça, e a rusticidade e resiliência
construídas nas atividades de campo ajudam a torná-lo mais apto para encarar
diversos tipos de desafio de seu cotidiano. Isto não significa, entretanto, que
possamos ser descuidados: todo cuidado é pouco! Expor os jovens aos riscos,
sem que tenhamos nos cercado dos mínimos cuidados (por imperícia,
imprudência ou negligência), é um perigo desnecessário. Cabe ao Escotista,
portanto, tomar todas as medidas preventivas para minimizar as probabilidades
de acidentes.
Alguns materiais e ações devem ser tomados como procedimentos de
padrão mínimo; um exemplo é a bebida alcoólica: NÃO HÁ LUGAR para bebida
alcoólica em nenhuma espécie de atividade Escoteira, especialmente em campo;
primeiro, pela exposição do jovem a algo que pode trazer dano à sua saúde (isso
configura crime); segundo, porque o seu uso compromete a percepção, a
coordenação e os reflexos da pessoa, que não se pode dar ao luxo de deixar de
contar com todos os seus recursos numa situação como uma atividade Escoteira,
à qual o risco é inerente. Outro exemplo é a necessidade de ninguém ir a lugar
nenhum em campo sozinho; sempre deve haver pelo menos uma dupla. E o
equipamento individual obrigatório para qualquer atividade deve
compreender: ÁGUA, APITO, AGASALHO e DOCUMENTOS.
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Na maioria das vezes, os acidentes não ocorrem por acaso; apesar de
poderem ser provocados por condições adversas inesperadas, não poucas vezes
resultam de falta de previsão e planejamento pelos Escotistas; no momento
propício, constitui-se a cadeia de eventos que resulta no acidente, geralmente
associado a algum dano. Da distração na hora de colocar o equipamento até o
descumprimento das orientações de segurança, passando pela falta de
informação dos horários dos ônibus, são muitas as formas de iniciar o processo
de um acidente.
Um exemplo bem atual é dado pelas possibilidades oferecidas pelos
modernos aparelhos de telefonia celular: se antes apenas serviam como um
telefone sem fio, atualmente fazem fotografias, filmagens, propiciam contato
instantâneo com o mundo inteiro pelas redes sociais, têm joguinhos para
entreter... Todas essas possibilidades fazem esses aparelhos, especialmente nas
mãos dos jovens, conterem fatores de risco: o jovem, entretido com o joguinho
ou com as mensagens instantâneas, não presta atenção no itinerário, nas
orientações de segurança ou na colocação do seu equipamento; preocupado
com o custo do aparelho e o dano que este possa sofrer, descuida-se da sua
própria proteção; no afã de tirar uma selfie “de fazer inveja aos outros”, expõe-se
a uma condição de risco; com a gana de dar difusão imediata à foto/filmagem
que fez, pode expor a si e aos demais de forma indevida. “Quem precisa de
transmissão instantânea de informação é empresa de jornalismo e equipe de
pronto-socorro”.
a) Ato inseguro
É toda ação que tem como resultado um acidente. Suas causas podem
ser:
Falta de capacitação técnica dos jovens ou dos Escotistas
Falta de habilidade motora (manual ou de coordenação)
Negligência ou imprudência
Distração
Cansaço
Outros
b) Condições inseguras
Consideramos como condições inseguras, situações nas quais
encontramos:
Equipamentos defeituosos, inadequados ou em quantidade insuficiente
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Locais inseguros
Falta de equipamento de 1º Socorros
Alimentação inadequada
Improvisação de equipamento ou procedimentos
Falta de correta avaliação de risco pelos Escotistas
c) Observações:
No Ramo Escoteiro, deve-se evitar que os jovens carreguem nas costas o
seu material de campo por longas distâncias; a Chefia deve providenciar
transporte até o ponto mais próximo possível do local da atividade.
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No Ramo Sênior também não é aconselhável; caso não haja alternativa,
todo o material deve ser equitativamente/proporcionalmente distribuído por
todos os elementos. No caso de acampamentos volantes, escaladas e travessias,
o material deverá ser leve e de pequeno volume – pois será levado às costas.
Sempre que possível, o material usado no campo, dos espeques às
panelas, deve ser guardado em condições de ser posto em uso imediatamente.
Após a atividade, todo o material deve ser limpo e no caso das barracas e
lonas em geral, jamais podem ser guardadas molhadas; se o forem, rapidamente
estarão estragadas e impróprias para uso devido ao mofo e à eventual ferrugem
em partes metálicas.
COZINHA:
1 Galão de 10 litros
1 Toldo 5m X 3m
1 Conjunto de panelas do tipo pioneiro grande
1 Escorredor de arroz
Colher de pau
Colher de arroz
Abridor de latas e garrafas
1 Fogareiro de duas bocas com botijão/cartucho cheio
Pano de prato
Toalha de mesa
Tábua de carne plástica
Faca de serra e comum
CAMPO:
1 Toldo 3m x4m
Lata pequena de graxa
2 Barracas de 4 pessoas
Pedra de amolar
1 Lampião com botijão/cartucho cheio
Lona plástica para forrar o chão
1 Machadinha com bainha
Bate espeque (marreta pequena)
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2 Facões médios
2 Sacos de marinheiro
1 Pá
1 Rolo de sisal simples (1kg)
1 Serrote tipo poda
Fita métrica ou metro
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UNIDADE DIDÁTICA 4:
CARDÁPIOS E COMIDA MATEIRA
Cozinha:
Central;
por Patrulha;
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ração individual.
Cardápio:
Único;
Individualizado (por Patrulha ou por pessoa).
Tipo de alimentação:
Mateira;
Convencional (feita na lenha ou no gás);
Semi-pronta, pronta ou liofilizada.
2. CARDÁPIOS
Sugestões:
Sanduíches (presunto ou carne assada com queijo, requeijão, geleia
etc.; no caso do presunto e de queijos frescos, prever consumo na
primeira etapa do dia; quanto mais sequinha estiver a carne, maior a
sua durabilidade);
Chocolates, mariola ou rapadura (esta é mais aconselhável, por ser
menos sujeita ao derretimento);
Achocolatados;
Biscoitos;
Frutas;
Sementes (amendoim, castanhas etc.);
Frutas secas;
Barra de cereais.
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Exemplo de uma tabela de itens para um cardápio (aqui, considerando já ter
sido levantado o local com melhor preço para o item)
4. COMIDA MATEIRA
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do tempo de preparo e de cozimento, verificar os cuidados a tomar e prever a
eventual produção de detritos, aos quais deve ser dado destino adequado.
5. REFLEXOS EDUCATIVOS
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Cuidado consigo e com os outros: os efeitos de um alimento em más
condições ou mal preparado aparecem em curto prazo. Isto envolve também a
quantidade adequada, uma boa apresentação, uma boa condição para serviço e
consumo... É muito melhor do que despejar nos pratos algum OCNI – Objeto
Comestível Não Identificado.
Economia: uso judicioso dos recursos, para que o dinheiro não falte, para
que a comida seja suficiente e para que não haja desperdício.
Cortesia: estar no campo não significa abrir mão dos bons modos à hora
das refeições, nem das outras manifestações, como convidar as pessoas para a
refeição, ou no tratamento quando visitam o campo.
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Consciência como consumidor: selecionar os produtos, verificando
validade, preço e qualidade, checando inclusive se não há prática lesiva pelo
estabelecimento (por exemplo, a embalagem com 1,5 kg do produto ter preço
maior que 1,5 do valor do kg).
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UNIDADE DIDÁTICA 5:
ESCOTISMO E ECOLOGIA
Acampamentos
Nossa postura nos acampamentos nem sempre tem sido coerente com
nossos Fundamentos, que estabelecem que o Escotismo valoriza o equilíbrio com
a Natureza. Construímos muitas vezes valetas para barracas que não as
necessitam, fossas desnecessárias e não adotamos atitude correta de
recolhimento dos resíduos.
Pioneirias
O nosso programa, há muito tempo, não mais exige a derrubada de
árvores para demonstrar o bom uso do machado. Mas continuamos solicitando
a construção de pioneirias que muitas vezes são desnecessárias, que absorvem
muito tempo de preparo para um só ou poucos dias, com a intensa utilização de
madeira cada vez mais escassa. Geralmente essa madeira não é reaproveitada. O
mesmo ocorre com bambus que muitas vezes ficam amontoados num local do
campo, como duradoura lembrança de que “os Escoteiros passaram por aqui”.
Cabe ressaltar: deixar o lugar de acampamento limpo significa também
desmontar as pioneirias, guardar ou destruir o sisal usado e dispor os bambus de
maneira arrumada em local determinado para esse fim.
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Fogueiras
Apesar do uso mais intenso de fogareiros, continuamos, em nossos
Fogos de Conselho, usando mais madeira do que seria necessário e não
aproveitamos as sobras.
Nos Parques e Reservas por muitas vezes desobedecemos à primeira
regra que nos é imposta: proibido acender fogueiras! Se a área tiver locais
destinados a fogueiras ou churrasqueiras, devemos usá-los, e não abrir novos.
Essa aplicação indica a distância entre nossa teoria e nossa prática. Temos
que nos conscientizar que o uso abusivo de lenha, assim como do papel,
representa dificuldades crescentes para as próximas gerações. A questão não é
dispor de lenha, mas o custo ecológico da madeira devastada de nossas escassas
florestas, estimulando interesses econômicos.
Devemos usar como lenha a madeira já caída; nada de abater árvores ou
arrancar ramos. Além do descumprimento do 6º artigo da Lei Escoteira, madeira
nova, úmida, é mais difícil de pegar fogo e produz muita fumaça.
O uso da fogueira pode ser limitado por vários motivos: ser um parque
ou área de preservação (espécies nativas em extinção); risco de incêndio,
especialmente na estação seca; escassez de combustível.
3. PROPOSTAS
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Para lavagem de pessoal e de material, usar sabão/detergente biodegradável,
em pequenas quantidades, sempre distante da área de abastecimento.
Transformar o acampamento num laboratório ecológico onde a busca do
conforto tem como prioridade maior o respeito a natureza;
Promover e aplicar a coleta seletiva do lixo; levar nosso lixo de volta e recolher
aquele que outros tenham deixado (o fato de não ser nosso não faz deixar
de ser lixo);
Não deixar que haja vidros ou latas espalhadas no campo, pois podem
provocar incêndios por combustão espontânea (concentração dos raios
solares);
Evitar enterrar resíduos, pois animais podem desenterrá-los;
Preservar sítios históricos e arqueológicos, não levando nem danificando
nada do que lá esteja;
Manter baixos níveis de ruído (não afugentar/estressar a fauna);
Evitar levar animais domésticos e de montaria/carga (destinação dos dejetos,
possibilidade de ataque à/da fauna local);
Evitar “abrir trilhas” com veículo (carro/moto), iniciando processos erosivos;
Buscar inovações para substituir parte das pioneirias - construções pré-
montadas, tais como polos e armações antigas de barracas, tubos de PVC,
bastões de pinus, caixotes multi utilidades etc.;
Bom Senso e economia de meios! Não há necessidade de construções
faraônicas;
Participar e promover atividades ecológicas;
Adaptar as etapas de pioneirias em tarefas de carpintaria e/ou trabalhos
manuais que auxiliem a encontrar soluções para conveniência ecológica e
confortável nas florestas.
42
UNIDADE DIDÁTICA 6:
EQUIPAMENTO
1. EQUIPAMENTOS BÁSICOS
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2. A MOCHILA
Guarde tudo dentro de saco plástico – Esta dica funciona bem no Brasil
e em lugares úmidos, pois roupa molhada no final do dia é uma situação assaz
desagradável. Pior ainda se isto acontecer com a roupa limpa que deveria estar
seca e quentinha. Não se esqueça de verificar se os sacos não possuem furos,
pois um temporal não perdoa nem mesmo os menorezinhos. E procure separar
em embalagens menores ao invés de usar um grande saco para tudo.
Obviamente, procure retirar o máximo que puder do ar de dentro dos sacos, do
contrário você terá o volume de vários pequenos balões a encher sua mochila.
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Preencha os cantos – A mochila ideal será montada não apenas por
dentro, mas, também, por fora. Ou seja, é fundamental que você, ao preenchê-la,
cheque pelo lado de fora se alguma parte do tecido está frouxa, sinal de lugar
vazio e, portanto, mau uso da mesma. O ideal é que ela fique totalmente esticada,
com roupas, equipamentos, fogareiro e comidas preenchendo-a inteiramente.
45
corporal (podendo chegar a um resfriado ou, no extremo, uma hipotermia) e
causar desconforto.
47
• Mochilas de hidratação são uma alternativa cada vez mais popular para
um dia de caminhada ou pedalada.
• Alças acolchoadas não são muito comuns mas bastante úteis se a
mochila estiver com o peso um pouco acima do indicado.
•Capa de chuva embutida ajuda, mas não impedirá de molhar suas
costas.
•É claro que há a opção de cor, formato etc. Sérgio Beck (1996, p.111)
recomenda que tenha cores discretas, para ser menos destoante do ambiente
(pois, além de incomodar visualmente, afugenta os animais se você porventura
pretende observá-los), mas sem o exagero de usar padrões camuflados (para os
militares e caçadores, o objetivo é não ser visto; não é o seu caso). Mas isso é
com você...
48
Mochilas Cargueiras
• Algo entre 60 e 90 litros é o que você encontrará com este
nome.
• Mais do que a quantidade de equipamento que você
pretende carregar, você precisa saber o que aguenta carregar!
Lembre-se de que uma pessoa acostumada a trilhas e que esteja
bem preparada fisicamente deverá carregar, no máximo, 1/3 de seu
peso. Pouco preparo? Diminua para ¼. Sem preparo ou nenhuma
experiência? 1/5 e não se fala mais nisso!
• Mesmo assim, algumas coisas precisam entrar na mochila, se você
pretende passar uma noite ao ar livre, ou várias. Barraca, saco de dormir, roupas,
comida, fogareiro, panelas etc.
• Procure mochilas que sejam do seu tamanho ou que tenham regulagens
nas costas, para adequar a distância entre os ombros e os quadris.
• Alças, barrigueira e costas acolchoadas são fundamentais. Você
carregará muito peso por longas horas e precisa usar algo confortável.
• Bolsinhos, capa de chuva embutida e fitas para você comprimir e
guardar material do lado de fora são muito importantes.
• Aqui também muitas oferecem saída para mangueira de hidratação e
local especial para o cantil flexível. São cada vez mais usados e sempre muito
eficientes, já que você não precisa parar e desequipar-se para se hidratar.
Entretanto, se forem difíceis de se separar do conjunto principal, isso pode ser
uma desvantagem.
Mais dicas:
• Normalmente, o tecido usado para fazer as mochilas é náilon ou lona
de náilon. Costumam ser tratados para repelir a água, mas não são
impermeabilizados. Cuide-se durante chuvas, pois elas podem encharcar o seu
equipamento.
Ao colocar sua mochila no chão, não coloque para baixo a parte que fica
em contato com as costas, pois você poderá ficar com o frio e a umidade quando
vestir a mochila novamente.
• Procure SEMPRE uma mochila do seu tamanho, que sirva para você ou
que tenha ajustes para fazê-la servir.
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• Preste atenção nas fitas situadas na parte de cima das alças. Estas fitas
são feitas para aproximar a parte superior da mochila ao seu corpo, para melhorar
o equilíbrio. Estas fitas e a barrigueira são fundamentais para o seu conforto.
• Enchimento das alças, costas e barrigueira feitos com espumas firmes,
densas, apoiam melhor. Espumas de densidades mais suaves acabam sendo mais
macias mas, também, podem ser menos confortáveis depois de longas horas,
além de cederem com o uso, tornando-se nulas.
• A maioria das mochilas cargueiras possui abertura por cima e pela
frente, na parte de baixo, facilitando o acesso aos equipamentos situados no
fundo da mochila. Compartimentos que separam o fundo do resto podem até ser
funcionais, mas não são fundamentais – dependendo da sua forma de usar uma
cargueira, também podem complicar bastante a sua vida, na hora de montá-la,
por criarem dois compartimentos separados, ambos de pequena capacidade.
• Quando for guardar alguma coisa nas laterais das mochilas ou mesmo
na parte da frente, como bastões de caminhada, as varetas da barraca, o isolante
térmico ou mesmo o sobreteto da barraca, tenha certeza de que a fita está bem
firme e que você não corre o risco de perder o equipamento, preso a algum galho
de árvore ou simplesmente cair pelo caminho. Uma sugestão é fazer uma capa
com alças que lhe permitam prender esse material às alças externas da mochila
(desde que não fique balançando e o transforme numa árvore de Natal).
• Armações internas são feitas para transferir o peso da carga.
Normalmente, elas são compostas de duas varetas de alumínio e uma placa
semirrígida de plástico.
5. MANUTENÇÃO DA MOCHILA
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Por isso, quando for colocar a barrigueira, ela deverá estar exatamente
no meio dos seus quadris. Não é na cintura nem onde termina a sua calça – na
verdade, é alguns centímetros para baixo, no meio mesmo do quadril. E as alças
da mochila devem acompanhar esta distância – regule-a para que ela permita
que a barrigueira fique na posição correta.
Mochila regulada? Hora de cuidá-la...
Cuidados de Manutenção:
− Cada vez que usá-la, limpe-a com uma escovinha seca. Não
esqueça que tirou areia, pó, restos de comida etc.
− Se precisar, limpe por dentro com uma esponja úmida e um
sabão neutro. Deixe secá-la totalmente antes de guardar.
− Se a sujeira não for muito pesada, apenas enxágue, com água
fria e uma esponja, dentro de um tanque mas sem sabão. Certifique-se
que a espuma usada nas alças, barrigueira e nas costas são de células
fechadas. Do contrário, encharcá-las poderá fazer com que sequem fora
do formato.
− Nunca coloque sua mochila em máquina de lavar.
− Não lave a seco! A química usada poderá danificar sua
mochila...Os tecidos das mochilas costumam ser cobertos por uma resina
que pode sair. Não a deixe de molho em água com sabão.
− Enxágue sempre e bastante, para não deixar resíduo de
sabão.
− Deixe secar sempre à sombra, pendurada. Nunca use
secadoras.
− Sempre guarde-a em locais secos e arejados. E, de
preferência, longe da luz do sol.
− Não esqueça que tanto o mofo quanto o sol são grandes
inimigos do tecido e poderão danificá-la em pouco tempo.
− Ao levantar uma mochila pesada, pegue-a pelo menos por
dois pontos, para não forçar demais um só.
− Procure não apertar demais as fitas de compressão, para não
causar estresse desnecessário nas costuras.
− "Queimaduras" de sol são prejudiciais também aos tecidos
de suas mochilas. Os raios ultravioletas desbotam e tornam o náilon mais
fraco.
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− Procure sempre usar uma capa de mochila, mesmo que não
esteja chovendo. Ela previne de pequenos rasgos feitos pela vegetação, da
sujeira e até mesmo da chuva! Lembre-se que nenhuma mochila é
impermeável – elas são à prova d’água, no máximo – ou seja, resistem,
dentro de certos limites, a chuvas leves, à neblina e ao orvalho.
− Procure deixar as fivelas fechadas quando não a estiver
usando, para não pisar nelas e, desta forma, quebrá-las.
− Sempre inspecione os pontos de estresse: barrigueira,
estabilizadores e alças. Se isto não estiver funcionando muito bem ou
quebrar no meio do caminho, você não - conseguirá carregar sua mochila!
− Se precisar reparar alguma costura, use linhas extra
resistentes e agulhas grossas. Depois, passe algumas camadas de selante
de costuras Isto irá impermeabilizar e deixará toda a costura mais
resistente. Se as pontas das fitas de náilon estiverem desfiadas, conserte-
as esquentando com um isqueiro ou fósforo.
− Faça uma mochila perfeita: não deixe objetos pontudos nem
cortantes, como fogareiros, facões e espeques da barraca, marcarem o
tecido – nem danificarem o que estiver à sua volta!
− Procure não guardar comida. Dependendo de onde você irá
acampar, pequenos roedores poderão fazer uma visita noturna, atraídos
pelo cheiro que vem de dentro da mochila, e farão quase qualquer coisa
para chegar até lá! Inclusive roer o tecido...
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6. O SACO DE DORMIR
Mais do que apenas uma cama, o saco de dormir irá protegê-lo durante
uma noite na natureza. Sentir frio no meio da noite ou mesmo morrer de calor a
ponto de não o deixar dormir não significa que você não comprou um bom saco
de dormir, mas, sim, que você pode ter comprado o saco errado.
Por ser um item fundamental, o cuidado na escolha é imprescindível. E,
para isso, você precisa levar em consideração uma série de detalhes e dicas, que
listamos abaixo. Mas, antes disso, é importante que você considere como
pretende usar seu equipamento, em que ocasião e situação etc. Vai acampar
perto do carro? Irá usá-lo em acampamentos selvagens e, portanto, precisará
carregá-lo dentro da mochila? Você só acampa em praias e em lugares quentes?
Precisa de um equipamento ‘multi-funções’, que vire um edredom na casa de
praia ou quer um saco de dormir que suporte temperaturas negativas?
Antes de comprar um saco de dormir, uma boa regra é pensar na noite
mais fria que você deverá enfrentar e, então, desça uns 5 graus centígrados.
Lembre-se que é mais difícil se manter aquecido em um saco de dormir fabricado
para temperaturas mais quentes do que se refrescar em um saco de dormir para
temperaturas mais frias – um zíper totalmente aberto costuma resolver este
problema em questão de segundos.
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4 - Costuras quentes – costuras podem ser uma importante forma de se
perder calor, pelos microfuros feitos pela agulha. Assim, os sacos de dormir para
temperaturas mais frias possuem costuras "desencontradas" entre a camada
interna e externa, não permitindo a fuga do ar quente.
55
finas que um fio de cabelo, criando um emaranhado de fios capazes de serem
comprimidos e voltarem ao normal, além de criarem bolsões de ar que as tornam
muito eficientes. Fibras curtas ou longas, formato da fibra, formato e tamanho
dos buracos dentro das fibras. Densidade, peso e espessura. Os fabricantes
conseguem criar e variar bastante nestes quesitos e quem sai ganhando é você!
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determinada posição. Empurrá-lo desordenadamente para dentro do saco é a
melhor forma de guardá-lo.
− O saco de compressão existe para diminuir o volume original do seu saco
de dormir já comprimido dentro do saco externo. No entanto, não abuse de seu
uso, usando-o apenas na hora de guardá-lo na mochila e diminuindo o "fator
memória" nas fibras
− Um saco de dormir não é nada sem um isolante térmico. A função do
isolante é regularizar o terreno e isolar da umidade do solo, oferecendo conforto
e aumentando a performance do saco de dormir. Guarde o isolante, sempre,
dentro de um saco, mesmo que ele seja transportado fora da mochila. Assim,
manterá o saco de dormir e o isolante limpos e secos
− Se você usar o seu saco de dormir envolto por um cobertor de alumínio
de emergência, seu isolamento térmico melhora em até 5° C. O cobertor de
emergência é um acessório útil e de baixo custo que não deve faltar dentro das
mochilas. Convém lembrar que, se o usarmos, devemos colocá-lo por fora do
saco de dormir. Isso porque, sendo um plástico, ele não permite que a
transpiração evapore, o que nos deixaria encharcados de suor dentro do saco de
dormir – e ao nos desvencilharmos do cobertor de emergência, basta um arzinho
mais frio para nos botar na estrada para a pneumonia. Se ele ficar por fora,
permitirá a gradual troca de calor com o ambiente por intermédio do saco de
dormir, e quando formos sair da “embalagem” não estaremos tão sujeitos ao
choque térmico, pois afastaremos o cobertor aluminizado primeiro, daremos um
tempo e só então deixaremos o saco.
− Beber e comer interfere no sono. Portanto, não se esqueça de comer e
beber ANTES de ir para a cama. Uma comida ou bebida quente irá aquecê-lo mais
do que comidas frias
− Lembre-se que manter a temperatura corporal é mais fácil do que se
deixar esfriar e, depois, ter de se reaquecer. É um cuidado particularmente
importante para prevenir a hipotermia.
− Caminhar em volta do acampamento ou fazer um pouco de
alongamento antes de dormir pode ajudá-lo a começar a noite aquecido.
− Se você é muito friorento e tem dificuldade em se aquecer na hora de
dormir mesmo em casa, invista em um saco de dormir mais quente que o
indicado para as suas necessidades
− Tenha roupas extras confortáveis e secas para vestir durante a noite. E
deixe a roupa úmida usada durante o dia para ser colocada apenas no dia
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seguinte. Lembre-se de não levar roupas apertadas, que possam restringir a
circulação
− Alguns acessórios como gorros, luvas e meias quentes podem fazer uma
tremenda diferença mesmo em noites de verão. E são fundamentais em noites de
inverno.
− Sacos de dormir molhados não funcionam direito. Para ter certeza de
que terá uma cama seca no fim do dia, envolva-o em um saco de lixo sem furo
algum e coloque-o no fundo da mochila.
− Ao chegar em casa, ponha todo o seu material para secar –
principalmente seu saco de dormir.
− NUNCA lave seu saco de dormir a seco
Um dia, seu saco de dormir precisará ser lavado. Mas, como fazer isso?
Não é tão difícil quanto parece nem tão simples quanto jogá-lo na máquina.
Afinal de contas, as fibras que estão ali dentro e são responsáveis por sua noite
quentinha exigem um certo cuidado. Lembramos que estamos tratando, aqui,
apenas de sacos de dormir feitos com fibras sintéticas – penas de ganso e
sacos feitos com fibras respiráveis exigem cuidados ainda mais especiais.
Veja as dicas que compilamos para você:
59
− Antes de ter certeza que precisa lavá-lo, deixe tomar ar e sol para respirar
um pouco e sair o cheiro ruim. Provavelmente, apenas isto basta e você não
precisará lavá-lo tão cedo.
− Não lave a seco.
− A chave para uma boa lavagem/secagem é transferir o saco de dormir
molhado da máquina de lavar para a máquina de secar. No entanto, as costuras
estão propensas a rasgarem quando estão molhadas – tome muito cuidado com
elas e não puxe nem estique parte alguma do saco de dormir. Para facilitar o
trabalho, o ideal é usar a maior máquina de secar que você encontrar. Ela terá
espaço suficiente para o saco de dormir girar lá dentro.
− Prepare-se... um saco de dormir leva de duas a cinco horas na máquina de
secar para secar completamente. Inspecione periodicamente, para ter certeza de
que o tecido não está quente demais (lembre-se, coloque a máquina no menor
calor possível) nem o enchimento está se acumulando, formando bolas. Se
estiver, seque-o naturalmente.
− Cuide dos zíperes. Limpe-os com uma escovinha. Se eles emperram com
facilidade ou não correm como deveriam, procure amaciá-los com silicone em
pasta ou líquido ou mesmo com parafina Se você acampou perto do mar, limpe
os cursores do zíper antes que comecem a oxidar, pingando em seguida algumas
gotas de silicone. Mas, ATENÇÃO: silicone de verdade é transparente e espesso.
Não compre aqueles vendidos para lustrar painéis de carros, que são dissolvidos
e ficam muito fluidos, pois os solventes, corantes e perfumes adicionados podem
piorar as coisas.
− Se você estiver bivacando, isto é, dormindo ao relento, sem barraca,
procure usar um plástico ou qualquer outro tipo de protetor, para que seu saco
de dormir permaneça limpo.
− Um saco interno de algodão ou seda manterá seu saco de dormir limpo
por mais tempo, apesar de aumentar um pouco o peso da mochila.
− Quanto menos você deixar seu saco de dormir comprimido, melhor para
ele. Procure, sempre, deixá-lo secar totalmente depois de usar e antes de guardar.
Lembre-se que ele sempre amanhece úmido com a transpiração de seu corpo.
NÃO'S
− NÃO use máquina de lavar com abertura em cima – o agitador central vai
destruir o enchimento de seu saco de dormir
− NÃO use sabão líquido ou detergente forte.
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− NÃO use secadora caseira
− NÃO pendure seu saco de dormir quando ainda estiver molhado. Estenda-o
apenas, todo esticado, para que seque desta forma.
− NÃO o guarde em um saco pequeno, comprimido
− NÃO seque ao sol – os raios UV prejudicam o náilon
− E, mais uma vez, NÃO LAVE A SECO.
CONSERTA-SE:
− Saco de dormir sujo. Uma empresa especializada em lavagem pode resolver
isso para você
− Zíper quebrado. Reparos profissionais podem ser feitos por empresas
Especializadas.
NÃO SE CONSERTA:
− Perda de enchimento de sacos de dormir sintéticos. Não existe forma de
acrescentar enchimento neste tipo de saco de dormir.
− Enchimento "rasgado" – lavar seu saco de dormir errado ou dentro de sua
máquina de lavar, provavelmente fará com que todo o enchimento se parta e
forme bolas, que poderão se concentrar no pé, por exemplo. Se isso acontecer,
você terá de comprar um saco de dormir novo, pois o seu terá se tornado
completamente inútil para esse fim.
8. MATERIAL DE REFEIÇÃO
Prato
Prato, vasilha ou marmita; com ou sem tampa; em plástico, metal ou
silicone.
Importante é que não seja facilmente quebrável, seja fácil de lavar e sua
capacidade seja compatível com o que o usuário come.
Caneco
Com ou sem um mosquetão para pendurar; com ou sem tampa; em
plástico, metal ou silicone.
Deve ser de difícil quebra, fácil de lavar; a capacidade varia de 200 a 500
ml.
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Talheres
Articulados ou soltos. Em metal, plástico ou silicone.
Devem ser resistentes, fáceis de lavar e em tamanho compatível com o
usuário. Os canivetes com talher demandam um cuidado especial ao lavar a
articulação.
9. O CANTIL
Modelos de cantis
Vários são os modelos de cantis disponíveis no mercado. Dos
tradicionais, podemos mencionar o “garrafinha (tipo “exército”)”, em alumínio ou
plástico,com capacidade de 0,5 a 1 litro, com ou sem caneco acompanhando,
com porta-cantil a tiracolo, ou adaptável ao cinto ou à mochila.
Outros cantis tradicionais são os redondos, geralmente de maior
capacidade (2 ou 3 litros), mais usualmente transportáveis a tiracolo.
Sacos de água, pequenos odres curvos e flexíveis geralmente levados a
tiracolo e com capacidade em torno de 1 a 1,5 litro podem ser interessantes pela
sua adaptabilidade de formato a vários contornos.
Mais modernamente, há os cantis flexíveis.Feitos geralmente em material
plástico ou silicone, com capacidade de 0,7 a 4 litros, possuem uma mangueira
com válvula que sai da mochila e leva a água até a boca da pessoa.
As próprias garrafinhas do tipo squeeze (300 a 700 ml) ou as PET são
reservatórios úteis; particularmente as últimas têm variados volumes com boa
62
resistência mecânica e podem ser facilmente transportadas numa mochila, com
ou sem a adaptação de uma mangueirinha (BECK, 1996, p.131).
Cantis térmicos: esqueça. O volume que ocupam é muito maior que o
que armazenam, para você meramente ter água mais fria por algumas poucas
horas.
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cantil, você pode usar arroz! Isso mesmo, pode ser um paliativo para limpar
qualquer tipo de cantil ou garrafa térmica. Basta colocar uma colher grande de
arroz cru dentro do cantil, um pouco de água (só para umedecer) e agitar bem,
de forma que ele percorra toda a superfície interna. Depois enxágue com muita
água corrente. Neste caso, só não use água quente porque senão vai virar uma
papa.
“Cobertores e impermeáveis
Sob o corpo – é o que foi ensinado.
Joãozinho que é muito sabido
Fez o inverso – e ficou resfriado.”
Baden-Powell, “Joãozinho Pata-tenra nº 5”, in: Escotismo para rapazes.
64
espuma ou tecido. Estes, no entanto, são grandes, pesados e difíceis de
transportar, especialmente em casos de caminhadas de longa distância, nas quais
toda a bagagem necessária deve ser acomodada na própria mochila (além do
acolchoamento ser semelhante a nada na hora em que você se deita nele). Os
isolantes térmicos modernos vieram substituir esses materiais.
Atualmente existem vários tipos de isolantes no mercado sendo que os
mais comuns são feitos em espuma de EVA (sigla de Etileno Vinil Acetato). Além
de não exalar cheiro algum e serem extremamente leves (geralmente com menos
de meio quilo), esses materiais isolam o corpo tanto do calor quanto do frio que
vem do chão. E ainda protegem o corpo das irregularidades do terreno. Em casos
de emergência, esse tipo de isolante pode até ser usado para imobilizar fraturas.
Existem alguns tipos revestidos com lâminas de alumínio, o que dá mais
resistência ao isolante.
Os isolantes de EVA são facilmente acomodados às tiras das mochilas
cargueiras. Para garantir sua durabilidade a principal dica é não o guardar úmido.
Como ele é guardado enrolado, a umidade pode provocar mofo no material.
Outro tipo de isolante encontrado são os infláveis. São parecidos com
colchões de ar e, além de servir como isolante térmico, proporcionam mais
conforto que os isolantes comuns. Alguns necessitam serem inflados com bomba
de ar manuais ou mesmo com o próprio fôlego. Outros, chamados de auto-
infláveis, possuem uma válvula de sucção de ar que o permite inflar
automaticamente. Estes isolantes são um pouco mais caros que os de EVA, porém
são muito mais confortáveis. E, além disso, podem ser encontrados em tamanho
de solteiro ou casal. Para garantir sua durabilidade, retire bem o ar deles antes de
guardar e evite colocá-los sobre pedras pontudas para garantir que não rasguem.
Entretanto, seu peso e volume os fazem desaconselháveis para longos trajetos a
pé.
Reitere-se: na falta de isolante térmico, papelão ainda é uma boa saída.
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11. LANTERNA
Existem algumas coisas que não saem da mochila por nada deste mundo!
A lanterna é uma delas, mesmo que a sua intenção seja sair às seis da manhã e
voltar ao meio-dia... Por quê? É muito simples: nós nunca sabemos o que a
natureza reservou para nós, apesar de podermos prever muita coisa e, mais
importante ainda, planejar com cuidado tudo que queremos fazer, conhecer e
aproveitar. Planejar é uma coisa, a realidade é outra e, dentro deste planejamento,
um cuidado extremo com a sua segurança e bem-estar deve estar em primeiro
lugar. Assim, anorak, água, lanche e lanterna não saem da mochila por quase
nada deste mundo, e o apito sempre junto ao corpo... Bem, no caso da lanterna,
ela também não deveria sair do carro, nem daquele lugar estratégico dentro da
casa (da cidade ou do campo).
Dicas:
1. Tenha sempre pilhas sobressalentes e cheque a carga da bateria que
está sendo usada. Se possível, use pilhas/baterias recarregáveis.
2. Não guarde as lanternas com as pilhas
3. Verifique sempre o estado da lâmpada reserva.
4. Proteja a sua lanterna da umidade, principalmente se ela for apenas
resistente à água.
5. Se for à prova d'água e molhar, seque-a e limpe-a antes de guardar.
6. As pilhas usadas podem e devem ser recicladas - do contrário, viram
lixo tóxico, extremamente danoso ao meio ambiente. Reciclar é simples e prático
(separe um recipiente em casa para elas e, ao enchê-lo, jogue em lixeiras
apropriadas para a reciclagem). Incentive as pessoas que convivem com você a
fazerem o mesmo.
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UNIDADE DIDÁTICA 7:
INSPEÇÃO DE CAMPO
2. OS TORNEIOS DE EFICIÊNCIA
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3. ITENS COBRADOS NA INSPEÇÃO DIÁRIA NO ACAMPAMENTO
APRESENTAÇÃO
traje completo e limpo; higiene; postura
PESSOAL
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4. QUAIS SÃO OS PADRÕES ESPERADOS PELA CHEFIA?
Observações gerais
71
5. EFICIÊNCIA DE CAMPO - EXEMPLO DE UMA PLANILHA DE
INSPEÇÃO
DIA
PATRULHA
APRESENTAÇÃO/CRIATIVIDADE
UNIFORME
AREJAMENTO
BARRACAS
TOLDO
PIONEIRIAS
PANELAS
FERRAMENTAS/CANTO DO LENHADOR
FOSSAS
CAMPO
TOTAL
OBSERVAÇÕES:
ACAMPAMENTO DE TROPA
Material Individual
Uniforme completo
Capa de chuva/anorak
Casaco e camisa de manga comprida
1 conjunto moletom
1 calça jeans (velha)
5 camisas (de preferência Escoteiras)
1 bermuda
4 shorts
Sunga de banho ou maiô
6 cuecas/calcinhas
Chinelo de borracha
5 pares de meia
Boné
1 par extra de tênis (velho)
1 toalha de banho
Saco de dormir
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Isolante térmico
Plástico para forrar chão ( 1mx2m )
Sabonete, escova e pasta de dente, pente, etc.
Protetor solar
Prato e caneca inquebráveis
Talheres
Cantil
Sacos de entulho para ensacar o material
Lanterna pequena e pilhas (fora da lanterna)
Jornal
OBSERVAÇÕES:
TODO MATERIAL DEVE ESTAR ENSACADO
NÃO ESQUECER O LANCHE FRIO PARA O 1º DIA
USAR UMA SÓ MOCHILA PARA LEVAR O MATERIAL
LISTA DE MATERIAL
Uniforme completo
Roupa de dormir
Calção de banho/maiô
01 par de tênis sobressalente
Sabonete, pasta de dentes, escova de dentes, pente ou escova
Lanterna com pilhas
03 camisetas
01 calça comprida
03 cuecas/calcinhas
03 shorts
Saco de dormir
01 par de chinelos
Talher, prato e caneca inquebráveis
Isolante térmico
Capa de chuva
01 boné extra
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Agasalho
Pano de prato
OBSERVAÇÕES:
Marcar todo o material com o nome do seu detentor;
Acondicionar todo o material em apenas uma mochila, com exceção do
saco de dormir;
Separar todo o material em sacos plásticos;
Não enviar material que não esteja mencionado na lista ou que não tenha
sido solicitado pela Chefia.
(*) podem ser substituídos por um único casaco forte, que aguente
temperaturas baixas; entretanto, em lugar de um único agasalho poderoso, é
preferível fazer duas ou três camadas de agasalhos mais leves e ir retirando-as à
medida que o calor aumenta, evitando o choque térmico.
SUGESTÕES:
Espalhe no chão todo o material a ser transportado;
Leve sacos extras, para roupas sujas ou molhadas;
As roupas e agasalhos podem ir juntos às costas, prevenindo qualquer
desconforto de objetos rígidos ou pontiagudos que possam incomodar;
Observe que o centro de gravidade de uma mochila no caso de uma
caminhada deve ser alto, e baixo numa atividade de escalada, portanto guarde
sempre os equipamentos mais pesados juntos às costas, e na altura da mochila
condizente com a atividade;
Confira a lista de checagem e separe o material em grupos, embalando-os
em sacos plásticos de entulho (grupos grandes), ou tipo ZIPPY (grupos
pequenos), assim como:
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6- Agasalhos pesados
7- Bermudas e camisetas (quando for o caso)
8- A parte da barraca que lhe cabe, lembre-se que não há a necessidade de
transportá-la da forma como ela se apresenta acondicionada. Os polos podem
ir na lateral, ao longo do corpo, e o sobreteto e o corpo podem ir dobrados da
melhor forma, junto com jornal e plástico
9- Fogareiro, talheres e panelas
10- Cantil e lanterna
11- Máquina fotográfica (bem protegida), e estojo de primeiros socorros
12- Saco de dormir
Por mais cansado que estiver, não deixe de organizar seu equipamento:
Esvazie a mochila
Ponha para lavar as roupas usadas e os calçados para secar
Jogue fora o lixo
Guarde seu saco de dormir frouxo, sem enrolá-lo
A barraca e toldo devem ser estendidos para secar completamente antes de
serem guardados
Os cabos deverão ser postos a secar à sombra
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UNIDADE DIDÁTICA 8:
TÉCNICAS DE CAMPO
1. TÉCNICAS DE CAMPO
Duração do acampamento
Interesses
Prioridades
Objetivos
Desenvolvimento físico
Quantidade de bambu ou madeira existente
Disponibilidade do bambu/madeira para uso em pioneirias
Destino a dar ao material usado nas pioneirias quando deixarmos o campo
2. O ACAMPAMENTO ESCOTEIRO
a) Esquema de campo
A distribuição e organização do acampamento serão de acordo com as
condições do local. Porém nada impede que os jovens planejem como ficará o
campo da Patrulha.
Devemos levar em conta os seguintes aspectos, na ordem de prioridade:
Organização e segurança
Harmonia com a natureza
Condições naturais (vento, sol, solo etc.)
Estética
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b) Disposição das barracas
Atualmente as barracas têm um desenho apropriado para trabalharem
com o vento (tipo iglu), contudo as barracas canadenses ainda são bastante
usadas (ainda são as mais resistentes para atividades com o Ramo Escoteiro) e
estas, sim, devem ser montadas de acordo com o vento predominante. Sempre
que montar uma barraca do tipo canadense, procure dispô-la a favor do vento
(recebendo o vento pela parte de trás). Geralmente este tipo de preocupação é
mais evidente, quando acampamos em descampados ou regiões próximas à
praia. Evite montar as barracas embaixo de árvores com grandes galhos cuja
queda pode causar acidentes (coqueiros, palmeiras cujas folhas são lenhosas
etc.). Outro fator importante que deve ser observado, é a luminosidade. O ideal é
que a barraca receba os raios solares na parte da manhã, de forma que a porta
deva estar voltada para o sol nascente (leste). Não há a necessidade de fazer
valetas, pois as barracas atualmente são preparadas para preservar seus
ocupantes até certo volume de água das chuvas.
Observação:
Aliar os fatores estéticos às condições naturais nem sempre é possível.
Cabe aos chefes avaliarem juntamente com os jovens tais condições e quais serão
as prioridades. O mais importante é que os jovens adquiram o costume de
planejar antes e a flexibilidade de mudar este planejamento, de acordo com as
condições naturais.
81
d) Outras construções
É importantíssimo que as Patrulhas planejem as pioneirias antes de
montá-las. Num acampamento, basicamente, pensamos no atendimento das
seguintes instalações:
82
UNIDADE DIDÁTICA 9:
NÓS, AMARRAS E PIONEIRIAS
1. NÓS E AMARRAS
83
unindo a terminação do sisal à extremidade inicial. A terminação com o nó direito
mostra-se mais interessante porque a volta do fiel precisa ser submetida à tração
para se manter, e na terminação da amarra isso dificilmente ocorrerá.
84
corda; passa-se dentro dessa alça uma alça feita com uma das pernas da corda,
e traciona-se para que morda; por dentro dessa primeira alça, passa-se outra alça
feita com a outra perna do cabo, e igualmente traciona-se para morder.
Recomenda-se que se façam pelo menos umas quatro mordeduras para o caso
de alguém puxar a perna de corda errada.
Lais de guia: Utilizado para formar uma alça que não corre. É
um nó para salvamento. Tem a vantagem de poder ser feito utilizando
apenas uma das mãos. Útil quando precisamos usar uma das mãos para
se agarrar num barranco, ou como se estivesse caído dentro de um
buraco com o braço quebrado. Nesse caso o faremos em volta de
nosso tronco para que uma outra pessoa possa nos içar com segurança. Quando
for içar alguém, lance a corda com o Lais de Guia já feito.
85
Nó em oito: Utilizado para arrematar provisoriamente a ponta
de um cabo. Quando feito em laçada pode ser utilizado na cintura com
um mosquetão em escaladas, ou ainda para colocação de degraus em
escadas de corda.
86
Volta redonda com cote: Utilizado para prender uma
corda a um bastão. É um nó muito útil, não se desfaz facilmente,
bom para esticar toldos ou barracas.
87
Nó de arnês: É utilizado para fazer uma alça fixa no
meio de uma corda sem utilizar as pontas.
89
(lembrando o velho ditado: rico não é o que tem mais coisas, mas o que tem
menos necessidades).
A limitação dos recursos disponíveis estimula a criatividade: saber tirar o
melhor proveito daquilo que a realidade apresenta, associando conhecimentos
disponíveis para construir soluções para os problemas que surgem. Fomenta a
independência em relação aos “confortos e facilidades da vida moderna” e a
capacidade de “pensar por si próprio”. A inovação se faz presente na concepção
(o que construir), na construção (uso dos recursos e conhecimento disponíveis) e
no uso (descoberta de outras aplicações).
A improvisação traduzida nas artimanhas de campo não significa
abdicação da higiene; muito pelo contrário, a aplicação das técnicas de
sanitarismo em campo contribui para a preservação da saúde, não apenas dos
acampadores (lavatórios e chuveiros), como também para evitar a contaminação
do local (especialmente no caso de mananciais e cursos d’água).
A frugalidade se traduz na economia: ajuda a evitar o desperdício de
alimentos, material, energia e tempo; pode ser verificada pela quantidade de
resíduos deixada no campo – sobras de cozinha, pedaços inúteis de bambu,
madeira ou sisal.
A prática de construção de pioneirias estimula a capacidade de
planejamento para otimizar o emprego do tempo e dos recursos; o jovem
percebe que, quando estabelece um plano e o segue, seu tempo rende mais, seus
recursos são suficientes e seu desgaste é menor. Isto envolve também a
distribuição de tarefas para otimizar o trabalho, aproveitando o que cada um tem
de melhor. Estimula, ainda, um senso de praticidade/utilidade: o jovem passa a
pensar naquilo que é útil construir, e a não ter a construção de pioneiria como
fim em si mesma. Estimula-se o desenvolvimento de uma atitude de busca de
soluções para problemas apresentados pelas condições de campo.
A construção e emprego de artimanhas de campo abre janelas para o
aprimoramento moral pela percepção do bem comum: a obra em campo
beneficia não apenas um indivíduo, mas a coletividade, de sorte a ninguém pesar
sobre o outro.
Pode-se identificar o favorecimento de:
Percepção espacial: ocupação do espaço, mobilidade, uso da
pioneiria (sem forçamentos ou contorções ou risco de queda do que sobre
ela se colocar), medição da matéria-prima para que seja coletada e usada
sem desperdício, percepção dos ventos para melhor aproveitamento,
seleção de locais de instalação e ancoragem.
90
Destreza motora em diversos graus de refinamento:
confecção dos nós, escavação, construção de tramas, trançados, falcaças,
construção de maquetes e projetos.
Aprendizado de noções da física: resistência, vetores de
força, oposição e compensação de esforços, suspensão/sustentação de
cargas, equilíbrio.
Cooperação: planejamento e trabalho em equipe, valorização
da contribuição de cada um para o benefício de todos.
Objetividade: para orientar o planejamento; fortalecedora do
moral pela percepção de um resultado útil naquilo que se faz; não fazer
pioneiria “apenas porque é preciso fazer pioneiria”.
Capacidade de abstração: essencial para o planejamento.
Desenvolvimento do senso estético: “o nó bonito é o nó
certo”; apresentação agradável do campo e das pioneirias, fortalecendo o
orgulho de ter sido uma obra própria.
Fortalecimento identitário: experiências vividas em comum;
“histórias para contar aos netos”.
Construção de uma mentalidade voltada para a segurança:
manuseio seguro das ferramentas; redução de pontas e tropeços;
organização do campo; sustentação de materiais (inclusive do fogão
suspenso); seleção da técnica de construção que proporcione pioneirias
mais firmes, funcionais e seguras.
Aceitação de ideias alheias, trabalho em equipe. Quando a
Patrulha planeja as artimanhas a construir, a “tempestade de ideias” abre
a oportunidade de todos se manifestarem e apresentarem propostas que
visem à melhoria das condições de trabalho no campo e da apresentação
do mesmo.
Exercício da liderança: oportunidade para verificar as
manifestações da liderança pelos participantes da atividade, pelo
conhecimento técnico, pela criatividade, pela visão de conjunto e de
futuro, pela atitude.
Estímulo para a melhoria do ambiente de trabalho e de
moradia, dentro e fora do acampamento: não se conformar com condições
dadas, quando elas podem ser melhoradas; ser ativo na busca do
provimento de uma situação mais confortável.
Concentração e organização do pensamento: contrariando a
tendência predominante da “atenção difusa”, pela qual se propõe que o
91
indivíduo faça várias coisas ao mesmo tempo (falar ao celular, trocar
mensagens instantâneas, ouvir música, jogar o joguinho eletrônico,
fotografar) e que resulta em não ter havido apreensão cognitiva
significativa nessas demandas simultâneas de atenção. É preciso ter foco
na construção, do contrário a estrutura não atenderá àquilo que se espera
dela, podendo constituir-se até mesmo em fator de risco.
Consciência ecológica e mentalidade voltada para a
preservação do meio ambiente: no planejamento, avaliar a capacidade de
recuperação do ambiente quanto à fonte de matéria-prima das pioneirias,
reimplantação da cobertura vegetal, preservação do solo, limpeza e/ou
fluxo dos mananciais e cursos d’água, equilíbrio da vida silvestre etc.
92
UNIDADE DIDÁTICA 10:
FERRAMENTAS, SEU USO E CONSERVAÇÃO
1. CANIVETE E FACA
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• Os mais longos (18”-20”) ganham mais força quando em movimento,
porém não são recomendados para vegetação densa e têm a tendência
de envergar.
A exemplo das facas, os cabos devem ser de boa qualidade, anatômicos
e sem protuberâncias a fim de que não machuquem as mãos.
É sempre preferível que quando fora de uso seja levado em sua bainha.
Quando em uso, certificar-se sempre de que não existem pessoas no raio de
alcance da ferramenta. Quando caminhar, muito cuidado com o equilíbrio, pois
quedas quando se segura facões podem causar sérios acidentes.
NÃO
94
NÃO
A pessoa que entrega a faca nunca se corta, porque os dedos estão fora
do alcance da lâmina. Por seu lado, a pessoa que a recebe, tem o cabo
completamente livre para pegar, ficando igualmente fora do alcance da lâmina.
SIM
SIM NÃO
95
Enquanto estiver no campo e usando a faca, talvez precise guardá-la e
não tenha a bainha por perto, ou então ter a faca tão suja que não queira guardar
na bainha. Alguns cometem os maiores erros nestas horas, mas você, como bom
Escoteiro, fará o correto.
Além disto, você deve ter o cuidado de deixar a faca de maneira que
ninguém se corte na lâmina. Deixar a faca no chão é um dos erros mais comuns
de alguns: Além de apanhar umidade e de alguém poder pisar e parti-la, alguém
descalço ou de chinelos pode cortar-se. Também espetar a faca num cepo pode
ser perigoso, pois alguém pode cortar-se ao passar por ali, além de acabar por
torcer o bico da faca caso seja espetada de ponta.
Nunca esquecer que quando espetar uma faca num cepo é apenas por
alguns minutos ou segundos, e que o local não pode ser frequentado por outras
pessoas, senão alguém se pode cortar.
Não usar a faca (ou canivete) num veículo em movimento, como por
exemplo, num ônibus ou carro. Um solavanco inesperado pode causar um
acidente com a lâmina. No caso de uma freada brusca, a faca pode espetar-se no
seu corpo ou atingir outra pessoa. Quando começar usar a faca, canivete ou
96
machado tenha a preocupação de verificar se tem pessoas próximas de você, que
poderiam vir a ser vítimas de algum deslize da lâmina. Se transportar a faca dentro
da mochila, deve ter cuidado para não enfiá-la à força no meio das coisas, pois o
bico da faca pode furar a bainha e rasgar o material ou mesmo a mochila.
2. MACHADO OU MACHADINHA
UTILIZAÇÃO DO MACHADO
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A machadinha, por poder ser usada apenas com uma mão, deve ser pega
na ponta do cabo, e não meio do cabo. Tem-se melhor balanço, e é preciso fazer-
se menos força.
- Se não há ninguém por perto que possa ser atingido por um golpe.
Para cortar um galho, nunca devemos fazer sobre terra, pois a lâmina
acabará sempre atingindo o solo, estragando o fio. Deve-se sempre apoiar o
galho em cima de um cepo mais grosso.
SIM NÃO
O ponto onde vamos cortar deve estar bem apoiado e o mais fixo
possível. Nunca desferir golpes com o machado sobre um ponto do galho que
esteja sem apoio, pois o efeito será fraco e o galho ao vibrar pode fazer com que
98
o machado salte e atinja o utilizador; ou o próprio pedaço de madeira será
lançado sobre o indivíduo.
SIM NÃO
SIM NÃO
A inclinação do machado é importantíssima para o efeito dos golpes.
Nunca se deve dar os golpes com a lâmina num ângulo de 90º, ou seja, na vertical.
Deve-se inclinar sempre o machado para fazer aproximadamente um ângulo de
60º.
Os golpes devem ser alternados, ora inclinados para a esquerda ora para
a direita.
O machado nunca deve ser usado como martelo, pois não foi para isso
que foi feito.
99
DESBASTAR UM TRONCO
SIM NÃO
Para cortar uma vara verde, segure pela parte de cima para envergar. Os
golpes devem ser dados com inclinação de 60º e não perpendicularmente à vara.
Vergar a vara aumenta o efeito de corte do machado.
100
SIM NÃO
RACHAR LENHA
Para rachar lenha, comece cravar a lâmina no tronco (não precisa ser com
muita força), junto a uma das extremidades. Em seguida, vai-se batendo com o
conjunto tronco-machado em cima de um cepo. Aos poucos o machado vai-se
enterrando cada vez mais no tronco, rachando-o ao meio.
101
Uma estaca deve ter a parte de trás ligeiramente desbastada, como na
figura acima, para evitar que, ao bater nela, se desfaça.
SEGURANÇA
102
Devemos ter todo cuidado ao usar o machado para
que este não atinja sua perna ou braço. Se estiver
segurando com a mão no tronco ou galho que esta sendo
cortado, verifique se a mão não esta ao alcance de nenhum
golpe desviado por acaso.
103
espetar a lâmina em bico, e não com o fio todo. Para isso, a lâmina deve ficar
paralela ao cepo.
TRANSPORTE
O transporte do machado é outro fator importante na segurança.
Quando o transportar na mão, segure-o sempre pela lâmina, e nunca pelo cabo.
Os iniciantes, quando pegam no machado pela primeira vez, costumam andar
com ele segurando no cabo e balanceando-o, arriscando-se a bater com a lâmina
nas pernas ou atingir algum colega. Se o machado for grande poderá levá-lo ao
ombro, mas sempre com o fio da lâmina virado para fora.
104
Quando se passa o machado a outra pessoa, devemos entregá-lo sempre
segurando na lâmina, para que se possa pegar facilmente no cabo.
CONSERVAÇÃO
AFIAR A LÂMINA
105
Para afiar a lâmina podemos usar uma simples pedra de esmeril, que devemos
manter molhada com água ou, melhor ainda, com óleo. Use movimentos
circulares, deslocando para frente. Se a pedra for grande, fixe-a (por exemplo,
num cepo) e imprima ao machado os movimentos circulares (observe a figura).
Se a pedra for pequena, pegue nela com uma das mãos e, tendo cuidado para
não se cortar, ande com ela igualmente em movimentos circulares, mantendo o
machado fixo.
Se a lâmina tiver fissuras, devemos começar usando uma lima para fazê-
las desaparecer, e só depois usar a pedra de esmeril.
106
REPARAÇÃO DO CABO
Num machado bem alinhado, o gume da lâmina deve estar em linha com
a ponta do cabo.
107
Para evitar que o cabo rache ao bater com a ponta
numa superfície dura, devemos cortar essa mesma ponta.
3. FERRAMENTAS DE SAPA
Pá
Existem pás de vários modelos e tamanhos, cuja escolha depende do uso
que lhes será dado. Pás de bico ou planas, maiores, demandam veículo para
serem transportadas até próximo do local de acampamento. As pás de sapa,
menores, podem ser facilmente transportadas numa mochila. Há, também, pás
articuladas, que têm a praticidade do tamanho menor e a desvantagem de uma
eventual fragilidade na articulação. Pás articuladas podem ser, ainda
multiferramentas, servindo como enxadas, picaretas ou até para cortar ramos
pouco resistentes.
Cavadeira
Mais conhecidas são a rotativa e a boca-de-lobo. A forma mais correta
de empregá-las é para remover a terra já solta com a alavanca. Meter uma boca-
de-lobo diretamente na terra para soltar é arriscar-se a danificá-la, batendo em
terra dura ou em pedras. A cavadeira é um equipamento de emprego coletivo,
que dificilmente será levada por alguém num longo percurso a pé, presa a uma
mochila, pelo seu peso e tamanho.
Alavanca
A alavanca, com uma de suas extremidades com uma lâmina, permite
soltar, afofar, destacar terra ou leivas (placas de grama com terra) para serem
retiradas. Em caso de necessidade, também para mover alguma carga por uma
curta distância.
108
Enxada
Para afofar a terra, fazer uma valeta ou mesmo retirar leivas, a enxada é
muito interessante, pela largura de sua lâmina. Serve também na capina, para
remover vegetação daninha.
Foice
Para cortar vegetação superficial.
Picareta
Para cavar na terra dura.
Alvião ou chibanca
É uma espécie de enxada de mão, com lâmina menor e cabo mais curto,
para pequena limpeza de vegetação.
109
Vela, fonte de luz útil para atear fogo (a cera de sebo pode ser
comida em caso de emergência);
Comprimidos purificadores de
água, devem ser utilizados sempre que a água que vai
consumir não ofereça confiança e não tem outro método
de purificá-la;
110
Serra de arame que pode ser usada para cortar
árvores de grande porte (para protegê-la da ferrugem
cubra-a c/ uma folha oleada);
Saco de plástico grande, para transporte
de água e outros materiais, assim como é ótimo
para destilação ao sol (construindo-se alambiques
ou aproveitando a transpiração das plantas);
colocado sobre um buraco, é um eficiente coletor
de orvalho.
111
UNIDADE DIDÁTICA 11:
FOGUEIRAS, LAMPIÕES E FOGAREIROS
112
O combustível
A maior parte dos combustíveis não se inflama ao contato direto de um
fósforo aceso. Para iniciar a sua fogueira, você precisará de material facilmente
inflamável.
Eis alguns materiais de fácil ignição: gravetos finos e bem secos; casca de
árvore, bem seca; folhas de palmeira ou de pinheiro; raminhos secos; musgo solto
que se encontra no chão; capim seco e ainda em pé; fetos de samambaias;
pequenos pedaços de pau (rache-os e corte lasquinhas finas e compridas). Todo
o material desta espécie que sobrar deverá ser cuidadosamente resguardado da
umidade.
Um pouco de gasolina facilitará a combustão. Não derrame gasolina ao fogo já
iniciado, mesmo que não se veja chama alguma, ela poderá estar oculta pela
fumaça.
Para lenha, use a madeira de árvores mortas e secas e também galhos secos. E
fácil quebrar e rachar madeira seca, basta bater com ela de encontro a uma rocha
qualquer. Na madeira caída no chão, como por exemplo, um tronco de árvore,
poderá estar seco mesmo que a parte de fora esteja úmida.
Quase em toda parte é possível
encontrar madeira verde que queime,
especialmente quando picada em
pequenos fragmentos. Nas áreas sem
árvores você poderá achar outros
combustíveis naturais, como capim seco,
que poderá ser reunido em pequenos
molhos, o esterco, a gordura animal e às
vezes até o carvão.
113
agregado ao mesmo algumas gotas de gasolina. Uma vez preparado o material
de isca, guarde algum para uso futuro em um recipiente hermeticamente
fechado. Acenda-o em local protegido do vento. Experimente os seguintes
métodos:
Pederneira
Este um o método eficaz de fazer fogo sem o auxílio de fósforos. Para isto,
utilize a pederneira (pedra dura). Se você não dispuser de pederneira, veja se
arranja um fragmento de rocha bem dura, com o qual possa produzir faíscas.
114
Lente
Qualquer lente convexa de uns 5 cm ou
mais de diâmetro pode ser usada, com Sol
brilhante, para concentrar os seus raios sobre a
isca e acendê-la.
Atrito
Muitos são os métodos de produzir fogo
pelo atrito (arco, ranhura ou estria, tira de couro,
etc.). Se o método escolhido for o da ranhura,
corra o pauzinho para cima e para baixo no sulco
(ranhura), acelerando o ritmo até obter fogo na
isca, mas todos esses métodos requerem muita
prática. Se você conhece bem um desses
métodos, não deixe de usá-lo, mas não esqueçam
que a pederneira (pedra dura) e o aço dar-lhe-ão
os mesmos bons resultados, com menos trabalho.
115
Com uma Correia
Você poderá ainda obter fogo
usando uma correia de fibra seca e forte,
esfregando-a com um movimento contínuo
que deverá ser aumentando em ritmo
progressivo. O atrito produzirá o calor
suficiente para a isca pegar fogo.
Bomba de Atrito
Outro método pouco usado é por meio de uma Bomba de Atrito.
Você poderá construir sua Bomba de Atrito em apenas algumas horas de
atividade, certamente você se surpreendera com o resultado, alem de ser uma
ferramenta muito útil nos acampamentos, é uma excelente atividade.
Repare nas fotos que há um peso na ponta da Bomba de Atrito,
quanto maior o peso, maior será o atrito produzido.
Conselhos Úteis
Não desperdice os seus fósforos procurando acender uma fogueira mal
preparada. Não sendo necessário, não acenda fogueiras aqui, ali e acolá,
economize o combustível.
Experimente todos os métodos primitivos de fazer fogo e procure tornar-
se eficiente em pelo menos um deles, antes que se acabem os seus fósforos.
Traga sempre consigo um pouco de material de “isca”, bem resguardado
116
da umidade, dentro de um saquinho impermeável ou de um receptáculo
hermeticamente fechado (potinhos de vitamina C são excelentes para isso, com
pouco peso e volume). Nos dias secos e de sol quente, exponha as iscas aos raios
solares.
Um pouco de carvão vegetal, pulverizado, adicionado à isca, fará com
que pegue fogo com mais rapidez.
Não perca oportunidade de ajuntar iscas
onde quer que encontre.
Mantenha a lenha para a fogueira bem
abrigada da umidade.
Aproveite o calor do fogo já armado para
secar a lenha úmida.
Poupe algumas das suas melhores iscas e
alguma lenha para rapidamente acender nova
fogueira, pela manhã.
Para rachar pedaços mais grossos (ou
pequenas toras) de madeira dura, corte pedaços
em forma de cunha e crave essas cunhas na casca
das toras com uma pedra ou pedaço de pau
pesado (uma clava), a lenha rachada queima com
mais facilidade.
Para que uma fogueira dure a noite toda, ponha toras grandes em cima
de modo que o fogo queime até o miolo da madeira.
Uma vez formada a camada bem rica de brasas vivas, cubra-as levemente
com cinza e por cima da cinza ponha terra seca. Pela manhã o fogo estará ainda
aceso.
O fogo pode ser transportado de um local para outro, sob a forma de
pedaços incendiados de madeira em decomposição, de “palha” de coco, ou de
brasas de bom tamanho. Coloque o material incendiado, ou em brasas, sob a
nova fogueira, e abane ou sopre, até pegar fogo.
Não desperdice material combustível. Utilize somente o que for
necessário para começar e manter acesa a fogueira. Não deixe latas ou
recipientes que foram usados para transportar líquidos combustíveis
destampados, nem perto de fontes de calor: pode haver uma combustão. Da
mesma forma, recipientes que mantêm gases/líquidos sob pressão podem
explodir se submetidos ao calor (aerossóis, tambores/botijões/cartuchos de gás).
117
Não mexa com líquidos combustíveis perto de fogueira ou fonte de calor.
Não tente jogar líquido combustível sobre brasas ou labaredas “para avivar o
fogo”: os vapores desse combustível pegarão fogo e queimarão você, como num
“lança-chamas suicida”; há muitas experiências negativas desse tipo com álcool
em churrasqueiras.
Quando extinguir uma fogueira (por término do Fogo de Conselho ou ao
abandonar o local do acampamento), apague-a cuidadosamente. Elimine as
brasas vivas, faça o rescaldo (ensope com água todo o material combustível) e
enterre a fogueira.
Nos trópicos, a madeira para fazer fogo é abundante. Mesmo que esteja
molhada por fora, o interior estará suficientemente seco (isto em se tratando de
tronco morto) para queimar.
Nas zonas com palmeiras, você poderá arranjar bom material para isca se
fizer uso das fibras dos talos das folhas de palmeira.
O material encontrado dentro dos ninhos de cupim e a própria “casa” dos
mesmos, na parte inferior, constitui um bom material para fogueira.
Folhas verdes, atiradas ao fogo, provocam uma fumaça que muito
contribuirá para manter afastados os mosquitos e também para sinalizar.
A reserva de lenha para o fogo deverá ser guardada sob o abrigo, a fim
de que se conserve o máximo possível seco.
A madeira e o material de isca que sobrarem, se estiverem úmidos,
deverão ser secados junto à fogueira e guardados para uso futuro.
Pedaços de vidro ou lata abandonados podem produzir combustão
espontânea em áreas com mato: o vidro, ao atuar como uma lupa concentrando
os raios solares: a lata, ao servir como refletor ou ao aquecer-se com a radiação.
118
2. TIPOS DE FOGUEIRAS
Fogo Caçador
Um dos melhores para cozinhar. Escolha
dois troncos verdes de cerca de 50 cm de
comprimento e 15 cm de diâmetro cada.
Coloque-os lado a lado, com a abertura mais
larga virada para o vento e a mais estreita
sendo usada para apoiar as panelas.
Mantenha o fogo baixo. Acrescente lenha
quando for necessário. O uso de carvão
também é apropriado. Os troncos verdes
podem ser substituídos por grandes pedras
ou tijolos adequadamente empilhados.
Fogo Estrela
Nada melhor que fazer uma roda de amigos
os redor deste fogo. Ele é de longa duração,
com calor brando. Consome pouco
combustível e não necessário cortar lenha.
Junte alguns troncos ou galhos ecos,
disponha-os em forma de estrela de modo
que todos se encontrem no centro, onde se
acende uma pequena fogueira. À medida
que as pontas vão se queimando, é só
empurrar a lenha mais para o centro.
Fogo de Conselho
Esta montagem e ótima para
iluminar, comece com uma mecha em
seguida comece a colocar os troncos mais
grossos e vá afinando.
119
Fogo em Linha
Esta montagem de fogueira é pouco usada,
pois e difícil iniciar o fogo.
Fogo de Trincheira
Este fogo consome pouca lenha, oferece
menos riscos, não é incomodado pelo vento
e não irradia tanto calor, sendo apropriado
para os dias quentes. Construa uma valeta
mais rasa e larga de um lado, e mais funda e
estreita do outro, para que o vento sopre do
lado mais largo para o mais estreito. Se o
chão for duro, corte as bordas bem retas de
modo que apoiem as panelas ou cruze sobre
a cova alguns galhos bem verdes que
possam apoiá-las. O único inconveniente
deste fogo é ficar ao chão, o que deixa seu
uso desconfortável.
Fogo Refletor
Para as noites frias, prepare este excelente
aquecedor natural: construa uma pequena
murada com troncos verdes para dirigir o
calor em uma só direção. Prepare a fogueira
protegida na muralha. Cuide para que o
vento sopre em direção à muralha e não à
barraca. Uma rocha ou barranco também
podem funcionar como refletor. Neste caso,
verifique se o local é bom para se armar uma
barraca.
120
Fogo em Cone
Características: dá bastante calor e as
chamas sobem como um fio dando muita
iluminação. Como os troncos são
consumidos rapidamente, necessita de
maior manutenção.
A base é um quadrado com 1 a 1,2m de lado,
dispondo-se dentro dele numerosos troncos
colocados em cone.
3. LAMPIÕES E FOGAREIROS
Uso de lampiões
São dois os tipos de lampiões mais usados pelos Escoteiros: a gás e a
querosene. O lampião a gás, devido à facilidade de uso, limpeza e menor risco de
acidente, deve ser o preferido. Mais modernamente, há uma opção ainda mais
interessante, que é o lampião de LED com bateria recarregável.
Para o uso de qualquer tipo de lampião, é muito importante observar as
seguintes regras:
Antes de usar
Verificar na sede as condições do lampião. Conforme o tipo de lampião,
observe o seguinte:
Lampião a gás
• Estado da "camisa" (leve reserva)
• Quantidade de gás no bujão
• Se a rosca do lampião se adapta ao bujão disponível
• Estado do "filtro" ou "vaporizador"
• Estado do vidro (leve reserva)
• Estado dos anéis de borracha de vedação, (se estiverem ressecados,
com rachaduras, troque)
Lampião de LED
• Verificar a integridade dos dispositivos de iluminação e do “vidro”
externo
• Verificar se a bateria está carregada. A bateria deve receber uma
carga de 9 horas, quando descarregar ou se passar um mês sem que o lampião
seja usado.
• Preservar o cabo de alimentação e seus contatos, para a recarga da
bateria.
Durante o uso
• Coloque sempre o lampião em lugar firme e plano
• Se pendurar, verifique antes se a pioneiria ou galho suporta
realmente o peso
• Não coloque onde possa apanhar chuva ou orvalho. Deixe-o sob o
toldo da cozinha, na barraca de intendência ou cubra-o com um plástico depois
que esfriar
• Jamais deixe qualquer lampião apagado dentro da barraca ou no
local em que você estiver dormindo! Há perigo de vazamento, e acidente mortal
• Transporte com cuidado, evitando choques ou pancadas. Se o
lampião estiver aceso ou se foi apagado há pouco, cuidado com onde põe as
mãos, pois pode queimar-se gravemente
• Jamais deixe um lampião aceso dentro da barraca. Pode causar um
incêndio.
122
Acendimento
A maneira de acender um lampião varia de acordo com o tipo, mas
sempre tome as seguintes precauções:
• Que o lampião esteja firme, sem risco de tombar
• Que não haja nada de inflamável por perto (álcool, querosene,
gasolina, plástico etc.)
• Que haja combustível, que a "camisa" ou mecha esteja em perfeito
estado
• Que o lampião esteja bem fixado ao bujão de combustível
Vamos ver agora como se acende cada tipo de lampião.
Querosene simples
Levanta-se o vidro pressionando a alavanca que existe para esse fim,
normalmente próximo a base do vidro. Suspenso o vidro, aproxima-se a chama
do, fósforo ao pavio. Quando acender, baixa-se o vidro, e regula-se a chama, para
| que não escureça o vidro. Para apagar, basta suspender o vidro e soprar.
Querosene a pressão
O processo para acender esse tipo de lampião, varia de acordo com o
seu fabricante. Portanto o melhor é consultar alguém que possua um lampião
igual e que já tenha prática em seu manejo.
A gás
Se a "camisa" estiver em perfeito estado, abra um pouquinho a torneira
de gás e aproxime a chama do fósforo (pela abertura existente) da "camisa" sem
tocá-la. O lampião está aceso. Aumente o fluxo de gás, torcendo o botão da
torneira e terá maior claridade. Para apagar é só fechar a torneira.
Trocar a "camisa"
Remova a parte superior e retire o vidro. Tire a camisa danificada e amarre
no mesmo local uma nova. Aperte o barbante com cuidado para não romper,
Recoloque todas as peças no lugar e fixe a tampa com o parafuso.
Para acender com a "camisa" nova, depois do lampião montado acenda
a "camisa" sem ligar o gás nem tocá-la com o fósforo. Quando ela estiver
queimada, abra um pouquinho a torneira e acenda o lampião conforme já foi
explicado.
Limpeza
123
Qualquer equipamento dura mais e presta melhores serviços se for bem
cuidado. Portanto, mantenha o seu lampião sempre em boa ordem, livre de
sujeira e ferrugem. Verifique sempre o seu estado antes e depois de cada
atividade, reparando ou trocando alguma peça sempre que houver necessidade.
Lembre-se que observar essas regras pode evitar acidentes
desagradáveis.
Uso de fogareiros
Os fogareiros que podem ser usados são a gás e o de querosene a
pressão. As regras de segurança são idênticas às que já foram explicadas para uso
do lampião. Vamos apenas lembrar uma das mais importantes: Em nenhuma
hipótese durma próximo a um fogareiro, mesmo apagado.
Para que os fogareiros possam prestar bons serviços, é indispensável que
sejam mantidos limpos e em ordem. O que foi falado sobre limpeza de lampiões,
também vale para fogareiros.
Assim antes de usá-los verifique sempre o seguinte:
Fogareiro a gás
• Quantidade de combustível
• Se a rosca se adapta ao bujão disponível
• Estado das borrachas de vedação, (troque se estiverem ressecadas,
com rachaduras)
Acendimento
Para acender cada tipo de fogareiro é só ler com atenção as instruções
abaixo:
124
Pronto, está aceso! Se houver algum problema com a chama pode ser
entupimento, use a agulha. Para apagar e só abrir a saída de ar.
Fogareiro a gás
Fixe muito bem no bujão (se houver vazamento é porque os anéis de
borracha da vedação estão velhos. Troque-os) Abra a torneira do gás e aproxime
o fósforo aceso do queimador
• Se a chama não estiver satisfatória, gire o anel da entrada de ar
• Para apagar é só torcer a torneira em sentido contrário
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UNIDADE DIDÁTICA 12:
SANITARISMO
1. FOSSAS
TIPOS
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Média 50 cm x 1 m x 80 cm
Masc. e Fem. Separadas
2. LOCALIZAÇÃO
3. MANUTENÇÃO E HIGIENE
FOSSAS
Tampas:
- na liquida fazer uma peneira com galhos e folhas secas
- na sólida com galhos e folhas (mais fechado)
- as tampas podem ser móveis
LATRINAS:
- assento apropriado para masc. e fem., cobertura ventilada.
- é muito importante fazer uma pioneiria para apoiar-se na hora do uso
(bem-feita, segura, higiênica, etc.).
- sempre que possível, dispor de um lavatório perto, para não deixar de
lado a higienização das mãos.
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UNIDADE DIDÁTICA 13:
A CASA NO CAMPO (BARRACAS E ABRIGOS)
1. BARRACAS
129
respiradouro do teto. Atendem, desde que você só faça suas saídas com
bom tempo. Sob chuvas fortes, haverá apenas uma linha de resistência,
que é a própria barraca.
• Quando desmontar a barraca, faça a conferência de todos os
estais e espeques. A falta de um deles pode prejudicar sua próxima
instalação. Ao dobrar a barraca, sempre procure proteger as partes de filó
(tela, mosquiteiro) e os zíperes. Recolha-a de modo a fazer o menor
volume possível – as barracas modernas vêm com bolsa, portanto, você
deve dobrá-la/enrolá-la de forma a caber dentro da bolsa.
• Para conservar sua “casa de campo", guarde-a sempre seca
e limpa, pois a sujeira pode danificar a qualidade do tecido e das costuras,
e a umidade cria ambiente propício para cultura de mofo, que apodrecerá
o tecido.
• Não deixe que cachorros “demarquem território” sobre sua
barraca. A urina do animal afetará o tecido, comprometendo sua
impermeabilização e durabilidade.
• Ao lavar, deve-se usar água abundante e uma escovinha. Se
não for suficiente, um detergente ou sabão neutro, que deve ser
cuidadosamente removido no enxágue. A secagem deve ser, de
preferência, à sombra.
• A barraca, conquanto feita para ser seu abrigo ao ar livre, não
é de alvenaria, portanto, não a deixe montada ao ar livre por longos
períodos.
• Quando a barraca começar a apresentar desgaste,
principalmente nas costuras ou na impermeabilização, leve-a para costura
em lugar especializado; na impermeabilização, aplique produtos
adequados sobre o tecido e selante nas costuras; dessa forma, você
prolongará a vida do seu equipamento.
• Algumas barracas têm um avanço lateral ou frontal, no qual
se pode deixar o material durante a noite, liberando espaço interno para
os humanos. De todo modo, se for usar esse espaço, lembre-se de forrar
a parte de baixo para não ter surpresas desagradáveis com umidade, chuva
e bichos.
• Jamais acenda um fogareiro, vela ou lampião dentro da
barraca. O náilon é inflamável, e pode tornar seu alojamento numa
armadilha. Além disso, o consumo do oxigênio pelo fogareiro pode
eventualmente levar os que estão no recinto à asfixia.
130
• Para um reparo de emergência no tecido ou nas varetas, fita
adesiva resistente é um bom quebra-galho. E quando voltar à “civilização”,
mande a barraca para reparo no fabricante ou autorizado. Se ela for
mantida em boas condições, você evitará muitas dores de cabeça nas
próximas viagens.
2. MANUTENÇÃO DA BARRACA
NO CAMPO
EM CASA/NA SEDE
132
ser preciso reimpermeabilizá-la. Não deixe para descobrir isso quando for
usá-la de novo.
• Mantenha os zíperes funcionando – os zíperes devem ser
mantidos limpos e longe de partículas que possam emperrá-los. Água
limpa e uma escovinha são suficientes. Sérgio Beck (1996) recomenda, se
eles emperram com facilidade ou não correm como deveriam, amaciá-los
com silicone em pasta ou líquido ou mesmo com parafina. Mas, ATENÇÃO:
não compre aqueles produtos com silicone vendidos para lustrar painéis
de carros, pois os solventes, corantes e perfumes adicionados podem
piorar as coisas.
• Cuidado com as varetas – procure limpá-las e secá-las
sempre depois do uso. E, caso elas não tenham vindo em saco próprio,
faça um para que elas sejam sempre guardadas nele; isso reduzirá o risco
de rasgos ou furos no náilon da barraca, quando você colocar tanto as
varetas quanto os espeques dentro do saco da barraca. Lubrifique as luvas
de encaixe das varetas para que não se oxidem e, principalmente, trate-as
com delicadeza, evitando flexioná-las demais na montagem. Lembre que
as varetas são unidas por um cordão elástico, e zele para que o conjunto
fique sempre unido; não o puxe com força na desmontagem, pois pode
romper esta ligação.
• Cuidado com os espeques – quando retirar os espeques,
limpe-os e seque-os antes de guardar, pois a terra e a umidade podem
produzir neles ferrugem. Desentorte-os, quando for o caso.
• Mofo – além do cheiro ruim (e das crises de espirros se você
for alérgico), se a sua barraca mofar, isto irá destruí-la. O mofo usa a sujeira
como nutriente. Para agravar, ele cresce entranhado no tecido da barraca,
o que também prejudica a impermeabilização. Se você descobrir mofo na
barraca, lave-a imediatamente com água limpa e fria. Depois, passe uma
solução de 1 copo de suco de limão e 1 copo de sal para três litros de água
quente. Use uma esponja para espalhá-lo principalmente nas áreas
afetadas e deixe secar naturalmente, sem enxaguar, nunca usando a luz do
sol diretamente. Verifique se há necessidade de reimpermeabilizar.
• Rasgos e outros problemas similares – se você descobriu o
dano em casa (o que mostra a utilidade de revisar periodicamente sua
barraca), procure consertá-lo o quanto antes. Se o vir durante o uso em
campo, tenha certeza de ter alguns metros de fita adesiva com você, para
133
fazer um reparo de emergência até poder consertá-la de forma mais
definitiva. Depois do conserto, reimpermeabilize a área.
• Verificação final – antes de colocar a barraca na mochila,
tenha certeza de ter feito uma montagem de verificação e conferido se
todas as partes dela estão ali, inteiras, limpas e em ordem. Lembre-se: ao
recolher sua barraca, faça-o sempre como se fosse montá-la em seguida.
A LONA
A lona é o tipo de material que pode ser usado SOBRE, SOB ou EM
VOLTA DE algo ou alguém.
Pode ser colocada em volta do material, envelopando-o para
protegê-lo, seja no canto de intendência ou do lenhador num campo de
patrulha, seja na sua acomodação num bagageiro ou numa carroceria aberta.
Pode também ser usada ao redor do corpo, na técnica do “charuto”, na qual
a lona dobrada faz um sanduíche cujo recheio é o acampador. Uma lona de
2m X 3m permite fazer, no mínimo, um “charuto” para a pessoa se abrigar
provisoriamente.
134
Pode ser instalada, ainda, em volta de uma armação, como “parede”
ou “biombo” para chuveiros ou latrinas, ou constituindo uma tenda ao estilo
do tepee dos índios das planícies norte-americanos.
Pode ser colocada sob uma barraca, dando mais uma (ou mais)
camada(s) de isolamento do frio e umidade do solo; uma camada: somente a
lona entre o fundo da barraca e o chão; duas camadas: um colchão de capim,
a lona e a barraca; três camadas: a lona, o colchão de capim, a lona e a barraca
(neste caso, a lona dobrada ao meio fazendo um sanduíche do qual o recheio
é o capim). Ou sob o corpo, com ou sem o colchão de capim por baixo.
Pode, finalmente, ser colocada por cima de coisas ou pessoas para
protegê-las da chuva e do orvalho (sereno), seja colocada em cima das
ferramentas, da lenha ou do acampador, ou acima, suspensa como um toldo
(telhado).
A REDE
A rede de dormir foi uma das mais notáveis contribuições
tecnológicas das Américas Central e do Sul para o mundo.
O leito típico dos ameríndios é fácil de instalar (desde que existam
dois suportes capazes de suportar a tração e posicionados a distância
adequada para deixar a rede em boa altura); permite a quem nela dorme ficar
distante do frio do solo e livre dos parasitas rastejantes. Sua adoção pelos
europeus (primeiramente pelos marinheiros) contribuiu em muito para
melhorar o conforto e a salubridade nos navios, já que, antes dela, o hábito
era dormir no chão duro ou sobre panos, no meio da sujeira que houvesse e
no caminho dos bichos ou da água que eventualmente lavasse o convés.
A rede oferece boa condição de conforto e, se a ela se associa a lona
instalada como um toldo ou telhadinho de duas águas, proporciona boa
proteção contra a chuva. A corda que eventualmente sirva de cumeeira para
o telhadinho pode servir para pendurar a bagagem do usuário, mantendo-a
também fora do chão.
Passada num varão, a rede pode servir como padiola; em caso de
precisão, pode se transformar num saco para levar seus pertences, ou numa
intendência suspensa; em situação de sobrevivência, além de leito uma rede
135
de malhas pode servir para pescar ou para fazer armadilhas para aves ou
pequenos animais.
O transporte da rede é fácil: enrolada, se for de tecido ela ocupa mais
ou menos o mesmo espaço que um cobertor; se for de malhas, menos ainda.
A instalação da rede pode ser feita bastando haver dois suportes, não
obrigatoriamente árvores, postes fincados ou ganchos de parede. Havendo
dois postes (de madeira ou varas de bambu), se colocados com um
estaiamento em oposição ao sentido de tração da rede, conseguirão sustentá-
la.
136
UNIDADE DIDÁTICA 14:
PORQUE PRATICAR ATIVIDADES DE AR LIVRE
E OBSERVAR PADRÕES DE ACAMPAMENTO
1. OBJETIVOS EDUCACIONAIS
137
Tomar suas próprias decisões: interpretar a situação por si próprio,
a partir dos seus próprios recursos e conhecimentos, para decidir; assumir o risco
da decisão e a responsabilidade pelos seus resultados, e compreender que toda
decisão implica a possibilidade de certos ganhos e a renúncia a outros.
Assumir responsabilidades: por si mesmo, pelos membros da
equipe, pelo seu material, pelo material da equipe e pelo funcionamento da
equipe.
Resolver problemas: desde como se instalar de maneira mais
confortável e segura no campo até um resgate de acidentado. Buscar soluções
em lugar de sentar-se lamentando e dependendo do pensamento, decisão e ação
de terceiros.
Colocar em prática as técnicas Escoteiras aprendidas: aliadas a
atributos sociais, de caráter e afetivo-emocionais, proverão não apenas melhor
conforto na situação específica da atividade, mas serão metaforizáveis para
situações cotidianas ou, mesmo, aplicáveis em situações de emergência.
Desenvolver suas potencialidades: nas seis áreas de
desenvolvimento; no físico, pelo próprio exercício de deslocamento a pé e
transporte do material, construção de instalações no campo, equilíbrio e
coordenação motora; intelectualmente, pelo planejamento, observação,
aprendizagem histórica e cultural e estudo da natureza; do caráter, pela
necessidade do cuidado mútuo dos participantes e pela impossibilidade de
fraudar a si mesmo no transporte de equipamento, no deslocamento e no
provimento do próprio conforto e sustento em campo; afetivamente, pelo
controle emocional e ligação com os demais companheiros; socialmente, pela
necessidade de interação convivial, cortesia, conhecimento e respeito mútuo e
apoio e pela conscientização ecológica; espiritualmente, pelo fortalecimento dos
laços grupais e pela apreciação da obra divina na natureza.
Aceitar limitações físicas: respeitar seus limites quanto a carga,
distâncias a percorrer, velocidade de marcha, dimensões e capacidades corporais
para transpor obstáculos ou executar tarefas, necessidade de repouso,
alimentação, dessedentação e funções orgânicas, não apenas para a própria
preservação como também em benefício da coletividade.
Orientar forças e impulsos: desenvolver a frugalidade (moderar as
necessidades), a rusticidade (adaptar-se a situações de menor conforto) e
resiliência (capacidade de “voltar ao normal” após uma sobrecarga) física e
psíquica; capacidade de postergar a satisfação imediata individual em prol do
benefício coletivo; definir o objetivo e orientação do esforço.
138
Desenvolver a espiritualidade por meio da reflexão: perceber na
natureza e no próximo a obra do Criador e perceber-se como parte de um grande
todo.
Avaliar, enfrentar e administrar riscos: ao transpor trechos críticos
no terreno, ou ante a possibilidade de condições adversas (cheia rio acima, chuva,
nevoeiro, frio), no uso do campo (uso de utensílios e ferramentas, acesso de
animais ou gente), nos trajetos (acidentes, perder-se)...
Melhorar a concentração e atenção: o moderno aparato
tecnológico favorece a “atenção difusa”, com a execução simultânea de múltiplas
tarefas, sem que haja, entretanto, a concentração para levá-las a termo, ou sem
que a pessoa se valha da observação atenta de elementos que lhe podem servir
de referenciais, ou das mensagens que estão sendo transmitidas/recebidas; é
baixa a retenção das informações tratadas de maneira tão dispersa e simultânea;
as atividades ao ar livre, permitindo a observação da natureza e tendo tarefas que
exigem concentração para serem levadas a termo, são um ótimo treinamento
para o estabelecimento de objetivos e metas e a manutenção do foco em sua
consecução.
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ANCORAGEM
140
ABRIGOS E BIVAQUES
141
142
COMIDA MATEIRA
143
144
FERRAMENTAS
145
FOGO
146
HIGIENE
147
LATRINAS
148
MACHADO
149
PONTES
150
PORTAIS
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OBRAS CONSULTADAS
United States Department of Agriculture – Forest Service. Manual FS-520: Leave
no trace! An outdoor ethic. U.S. Government Printing Office, 1994.
União dos Escoteiros do Brasil – Região do Rio de Janeiro. Manual CTAr Livre
UEB/RJ.
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CASCUDO, Luís da Câmara. Rede de dormir: uma pesquisa etnográfica. São Paulo:
Global, 2003.
MAMEDE, Leonor Aparecida Sabbado. Vida mateira (2 vols.). São Paulo: edição da
autora, 1985.
PAUL, Don. 24+ ways to use your hammock in the Field. Kailua (Hawaii, EUA): Path
Finder Publications, s/d.
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