Processo de mecanização: ao industrializar o processo produtivo, a necessidade de empregos cai e deixa inúmeros moradores desempregados. Por falta de oportunidade de trabalho no meio rural, estes moradores se veem na necessidade de buscar trabalho em novos lugares, como nas cidades. Com isso, eles deixam a zona rural com menos volume populacional e mão de obra. – Concentração fundiária: esse é um dos problemas estruturais mais antigos do Brasil e é definido como a posse de grandes extensões de terras por um pequeno número de proprietários. Esses territórios são comumente usados para o plantio de monoculturas destinadas à exportação. Esses proprietários de grandes terras também conseguem melhor utilização das terras quando tomam decisões baseadas na maior produtividade, o que gera a troca de trabalho manual por máquinas e, assim, aumentam seu poder de compra de outras terras. Então, muitos pequenos e médios produtores rurais que não conseguem incorporar o modelo produtivo do agronegócio acabam vendendo suas propriedades aos grandes proprietários e se mudam para as cidades. Falta de acesso a saneamento básico e hospitais: a busca por melhores condições e oportunidades nas áreas urbanas não são apenas de interesse financeiro, mas também de acesso a serviços básicos, que muitas vezes não abrangem a zona rural, como saneamento e hospitais. Muitos moradores da zona rural não têm acesso a saneamento e outras necessidades básicas, o que os leva a crer que a migração às cidades ofereça melhores condições de vida, porém nem sempre as buscas por estas condições são favoráveis. Ao contrário do que muitos acreditam, as cidades também sofrem do mesmo mal. O saneamento básico, por exemplo, é limitado a um número de pessoas, deixando milhares de casas sem o apoio necessário. Outros processos que causam o movimento do êxodo rural são: Climáticos, como a falta d’água que afeta diretamente a vida na zona rural; - Políticos, como quando os moradores das zonas rurais não encontram suporte local para continuar a vida nessa área; Ambientais, como tragédias naturais que atingem as zonas rurais, obrigando os habitantes a procurarem outra moradia. O êxodo rural sempre existiu, mas avançou no século XX com a modernização dos processos produtivos. Pequenos produtores não conseguem mais competir com grandes latifundiários e acabam em desvantagem no mercado. Com isso, buscam novas oportunidades na cidade. Quais são as consequências do êxodo rural? Ao ter um movimento em massa de pessoas da zona rural para a urbana, há um desequilíbrio populacional importante. Na zona rural, existe um processo de esvaziamento do campo, uma diminuição considerável da população rural. Com isso, a concentração fundiária pela aquisição de terras deixadas por imigrantes cresce excessivamente. No meio urbano ocorre o oposto, gerando um fenômeno chamado macrocefalia urbana, que é o crescimento rápido e desordenado das áreas urbanas. As consequências desse processo são variadas: Aumento da pobreza: devido à escassez de empregos e à baixa qualificação profissional daqueles que chegam à cidade; há um aumento do número de pessoas trabalhando no mercado informal; - Poluição urbana: a chegada de novos habitantes e o aumento da área urbana causa uma quantidade maior de poluição atmosférica. Isso se deve ao aumento de fábricas, veículos e outras fontes de gases CO2, CO e fuligem; Aumento das doenças: problemas de saúde decorrentes da falta de saneamento e, consequentemente, da higiene; Crescente número de moradias informais e em locais de risco (favelização). Vale lembrar que dos efeitos citados acima, a maioria poderia ser solucionada por meio de um planejamento urbano adequado. Esse é um estudo do funcionamento e do crescimento das cidades para o desenvolvimento de programas a fim de melhorar a qualidade de vida da população. Isso se deve por meio de ações políticas, sociais, ambientais e outras. Transformações nas cidades A migração desenfreada do campo para as cidades aumenta a taxa de desemprego e o mercado de trabalho informal, o que reduz os padrões de vida. Então, o que o morador da zona rural vai buscar nas cidades muitas vezes não é encontrado. Com o êxodo rural, há uma concentração de serviços na cidade, sobrecarregando o espaço urbano e dificultando o desenvolvimento do campo, que é deixado para trás. Com o aumento populacional acelerado, os espaços urbanos passam por um processo de especulação imobiliária e um crescimento desordenado. Dessa forma, os migrantes com menores condições econômicas – que são maioria dos migrantes de êxodo rural – são empurrados para as margens das cidades, causando problemas na qualidade de vida desses moradores e provocando dificuldades na mobilidade urbana.
Fonte: Êxodo rural: o que é, o que causa e quais as consequências? Politize. Disponível em: https://www.politize.com.br/exodo-rural/.