Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
GEOGRAFIA- 2º ANO
URBANIZAÇÃO BRASILEIRA
CAUSAS DA URBANIZAÇÃO
METROPOLIZAÇÃO
É o processo de formação de metrópoles
"Para entender a lógica da metropolização (e, posteriormente, da desmetropolização), é preciso
considerar a seguinte premissa básica: a industrialização tende a induzir à urbanização, ou seja,
quando uma cidade ou uma região se industrializam, a tendência é de que, com o tempo, a sua
população se eleve, bem como o número de residências e o crescimento horizontal de seu espaço
geográfico urbano."
Uma das características desse processo é que, além de ocorrer de forma acelerada, foi também
extremamente concentrador, ou seja, ocorreu através do inchaço de algumas poucas cidades – a
maioria localizada na região Sudeste do país. Como resultado dessa lógica, tivemos no Brasil a
formação das metrópoles, grandes cidades com mais de 1 milhão de habitantes e que concentram
boa parte dos serviços, empregos e infraestruturas, fenômeno que passou a ser chamado
de metropolização.
As duas primeiras metrópoles no país foram São Paulo e Rio de Janeiro, refletindo a concentração
industrial, econômica e urbana da região do Sudeste brasileiro que marcou a história do
desenvolvimento nacional. Em seguida, outras cidades do mesmo tipo emergiram, como Belo
Horizonte, Recife e Salvador.
CIDADES MÉDIAS
As cidades médias são usualmente definidas como cidades com mais de 100 e 500 mil habitantes,
que não fazem parte de regiões metropolitanas (não podem ser, portanto, nem metrópoles e nem
cidades-satélites) e que apresentam um relativo grau de avanço em sua economia e infraestrutura.
Apesar do quantitativo populacional ser considerado um critério para a sua definição, não é
considerado o elemento mais importante. O importante a ser considerado é que essas cidades
costumam polarizar cidades menores e estabelecem em torno de si um entorno composto por
centros urbanos que sofrem a sua direta influência."
Entre os vários exemplos de cidades médias existentes no país, podemos citar: Caruaru (PE),
Anápolis (GO), Imperatriz (MA), Ponta Grossa (PR), Uberaba (MG), dentre outras."
Além disso, as grandes aglomerações urbanas apresentam, de certo modo, determinados
problemas que atuam como obstáculos para a produção industrial, como trânsitos caóticos,
distúrbios microclimáticos (como as Ilhas de Calor e a Inversão Térmica), dentre outras situações.
Outro fator associado a essa “fuga de indústria” das grandes capitais é a Guerra Fiscal, uma vez
que as cidades de menor porte oferecem maiores e melhores condições em termos de incentivos
fiscais."
Por esse motivo, as cidades médias acabaram se transformando em grandes atrativos às indústrias
no país, pois oferecem uma massa de trabalhadores em quantidade suficiente, além de,
geralmente, apresentarem infraestruturas em níveis e padrões de elevada organização. Por esse
motivo, essas cidades costumam se apresentar como locais com excelentes oportunidades de
emprego, mas apenas para mão de obra especializada."
DESMETROPOLIZAÇÃO
Você provavelmente já deve ter escutado alguma vez a seguinte frase: “vida na grande cidade não
é fácil”. Os imóveis são sempre mais caros (e valorizam-se também mais depressa), o trânsito
sempre apresenta problemas, tudo fica longe de tudo, isso sem falar de transtornos ambientais
exclusivos das cidades, como as Ilhas de Calor e a Inversão Térmica."
O processo de metropolização no Brasil foi intenso até o final da década de 80. A partir desse
momento, as metrópoles pararam de crescer significativamente e teve início o processo de
desmetropolização.
Vale ressaltar também que, esse processo de crescimento de cidades médias, ocorre até os dias
de hoje. As metrópoles (São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Salvador, Porto Alegre e
Curitiba) estão deixando de ser polos industriais para se estabelecerem, cada vez mais, como
centros de prestação de serviços.
GENTRIFICAÇÃO
Gen-tri-fi-ca-ção. Trata-se de neologismo que remete aos Gentry, classe social da Inglaterra
medieval, de status inferior ao da nobreza e superior ao dos fazendeiros proprietários. Possuíam
terras, mas não trabalhavam. Viviam de renda, mas não eram nobres. O resgate irônico dessa
figura e sua apropriação no contexto contemporâneo se deve à socióloga Ruth Glass, que observou
um movimento da classe média de Londres em 1960 “invadindo” bairros operários e alterando seu
perfil.
Esse movimento fez disparar preços imobiliários, acabando por “expulsar” os antigos moradores
para acomodar confortavelmente os novos donos do pedaço. O evento foi chamado
de gentrification, que numa tradução literal, poderia ser entendida como o processo de
enobrecimento, aburguesamento ou elitização de uma área.
IMPERMEABILIZAÇÃO DO SOLO
A urbanização amplia a cobertura asfáltica e de concreto, o que faz com que a água das chuvas
não consiga penetrar nos solos e seguir, então, o que seria o seu curso natural. A quantidade
insuficiente de bocas de lobo para a drenagem da água ou o seu bloqueio devido ao acúmulo de
lixo, em conjunto com a impermeabilização dos solos e a mudança no curso dos rios, intensificam
as enchentes e as inundações e dão origem a alagamentos."
VIOLÊNCIA
Os crimes que acontecem em meio urbano podem ser atribuídos a diversos fatores, dentre
os quais os principais são o desemprego e a falta de acesso aos direitos humanos básicos.
Considerando a população marginalizada, observa-se um menor índice de educação,
profissionalização e maior necessidade de emprego para o sustento. Tais pontos, quando somados
a necessidade cada vez maior de trabalhadores especializados, gera um grande bolsão de pessoas
desempregadas nos países.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Pesquisa (IBGE), 45,9% dos brasileiros aptos
a trabalhar não possuem emprego fixo ou registrado, muitas vezes optando pela remuneração
informal e pela busca incessante por trabalho.
Com esses fatores, muitas vezes, a criminalidade aumenta exponencialmente. Um estudo
do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que 1% a mais de desempregados
homens resulta em um crescimento de 1,8% na taxa de homicídios. O mesmo documento também
mostra que para cada 1% de jovens homens que concluem os estudos, a taxa de violência diminui
em 1,9%.
Portanto, é possível associar o desemprego e a educação deficiente com a ocorrência de
assaltos, sequestros, furtos, invasões domiciliares, latrocínios e outros crimes próprios dos grandes
centros urbanos.
HIERARQUIA URBANA
Metrópole: cidade de maior porte que se caracteriza pelo poder de atração e influência que exerce
sobre um expressivo número de cidades do seu entorno. É o centro mais importante da rede
urbana, por isso, seu nível de influência pode ser classificado como regional ou nacional:
Metrópole nacional: Grande centro urbano, com variedade de serviços e influência sobre os centros
regionais, capitais regionais e as metrópoles regionais.
Metrópole regional: Cidade que exerce grande influência em seu próprio estado. Apresenta mais
de um milhão de habitantes e grande concentração de pessoas.
Centros regionais: São cidades médias que exercem influência em âmbito regional. Podem ser ou
não uma capital de estado. Normalmente são referência no desenvolvimento da produção de bens
e serviços para as cidades de seu entorno e também estabelecem vínculo mais próximo com as
metrópoles nacionais;
Cidade local: cidade de pequeno porte em que sua população, muitas vezes, recorre aos centros
urbanos maiores para ter acesso a bens ou serviços que não são ali oferecidos;
Vila: pequeno aglomerado urbano que não foi alcançou a condição de cidade. A grande maioria
dos bens e serviços não é oferecida. Necessita recorrer frequentemente a centros urbanos maiores
para ter suas necessidades atendidas."
PROCESSO DE CONURBAÇÃO
GENTRIFICAÇÃO
CONSEQUÊNCIAS DA GENTRIFICAÇÃO
A gentrificação provoca uma mudança não somente na paisagem cultural de determinados bairros
das cidades, mas sobretudo no perfil populacional daquela área. Levando em consideração o que
vimos sobre a forma e as causas associadas ao processo de gentrificação, listamos a seguir
algumas das principais consequências:
-aumento do custo de vida, resultante da elevação no preço dos aluguéis e dos terrenos nas
áreas que passaram pela gentrificação;
-elitização (ou enobrecimento) de bairros em decorrência da instalação de uma população de
maior poder aquisitivo;
-expulsão dos antigos moradores, em especial os mais pobres, o que acontece principalmente
em função do encarecimento dos aluguéis e dos serviços em geral. Assim, tem-se a ampliação da
segregação do espaço urbano."