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AUTOESCRITURAS PERFO RM

56 ATIVAS

esta a válvula iniciadora do projeto, numa espéci·e de esf


qu 10
de como a música opera nos nossos sentidos e em nossas .namento
obstante, numa de suas primeiras falas, Daniel Gnat . �1das. 'Não
,, . , . . a1h re1ter "
ser ator e sim mus1Co e des1gner, enquanto Laura Be k a a não
r
atriz" e música também. A e xperiê ncia é toda entrecor;a;r fi ma "ser
música que opera uma espécie de divisão dramatúrg1ca ª
. por algunia
_ . na es t rut u
da cena, sao movimentos de uma parti tura de fala s d ra
u m e nt a s
biográficas intimamente ligadas ao tema da música A t orte prese
i e

' •
da musica e evi' • d encia • d a pe la estrutura dessa narrat,·v a e no d. nça
scu
afetivo que ela gera na fala de Laura e Daniel. É nesse mes o d� rso
m
• 1 que se apresenta uma e on ' . . curso1s
introdutono' • de L aura e Dame diçao i n· .
. ' tei a[
Para o olhar do espectador. Ele está diante de uma exper·1.enc1a hibn.da,
em que a questão da atuação e do elemento ator é problematiz .
ad
que em cena Laura .
e Dame1 sao _ executores reais de si pro, . a'J•,a
. . - pnos, se
disfarces - e sublinhando essa cond1çao. Uma experiência mac . abadm
• o dramaturg1co , . pontilhado. de improvis os e e s a
com um roteir , qu o1 icit a'
um olhar cumph. ce do espectador.
30

Em 2013, o grupo se dedicou à criação de Tudo Sobre Minha


Avó em que os integrantes do grupo, em pequenos solos, revi-
sitam as memórias dos avós e expõem esse mate rial em
diferentes casas e apartamentos que vão abrindo suas p ort as
para o trabalho. Na sala, efetivamente, numa espécie de reunião
íntima, é que se tecem os causos de família que eles escolhem
para dividir com o público. Por vezes, esses causas são conta­
dos pelos próprios parentes que são convidados a participar
das apresentações. Em palavras de Libertini ao falar do trabalho
que ainda segue em processo: ''.Atualmente, estamos buscando
a iluminação da própria casa, algo mais cotidiano e menos
espetacular. Estamo pe guisando também sobre a medida da
biografia em cena, como um objeto pode detonar memórias e
por onde podemos transitar com o material que temos para
falar sobre relação intergeracional:'31
A pesquisa do jovem grupo se filia claramente ao trabalho
da argentina Vivi Tellas em três aspectos principais: o trabalho
com não atores, o interesse por identificar narrativas pessoais
que tematizem universos abrangentes como a família, o amor,

nível
30 D. Grun, O Real Afetivo em Cena, Questão de Crítica, jan. 2012, dispo
em: <http://www.questaodecritica.com.br>.
coro os
31 Em carta enviada para a autora em 10 de setembro de 2013 junto
registros em vídeo dos trabalhos.

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