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CONFIDENCIAL

GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ


POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO PARÁ
DELEGACIA ESPECIALIZADA DE ATENDIMENTO À CRIANÇA E ADOLESCENTE
DEACA - PARAUAPEBAS

ILUSTRÍSSIMA SENHORA DELEGADA TITULAR DA DELEGACIA ESPECIALIZADA DE ATENDIMENTO À CRIANÇA E


ADOLESCENTE DO MUNICÍPIO DE PARAUAPEBAS
RELATÓRIO PSICOLÓGICO1
INTERESSADA: Drª. ISABELLA MARINES, Delegada de Polícia Civil- PLANTÃO DEACA
TÉCNICO: Ana Paula Felippe de Souza Marques Carvalho, psicóloga (CRP 10/01761), Servidora Pública PCPa
FINALIDADE: Apresentar informações que auxiliem na proteção da criança/adolescente e na investigação
Policial de crime de ESTUPRO DE VULNERÁVEL
IDENTIFICAÇÃO
NOME: AMANDA DIAS PEREIRA IDADE: 16 D/N:---------------
MÃE: NAILDE DIAS OCUPAÇÃO ATUAL:----------------
END.: ZONA RURAL VILA MARINES

2. CONSIDERAÇÕES ÉTICAS: Serão compartilhadas e registradas informações relevantes e necessárias para o


cumprimento da finalidade. Observa-se pela necessidade de sigilo do presente documento, tendo em vista a
legislação e o código de ética do Psicólogo, que se resguarde a confidencialidade e o sigilo do conteúdo deste
relatório. Seu uso restringe-se aos objetivos elencados no documento. Este Relatório não poderá ser utilizado
para fins diferentes do apontado nem divulgado em quaisquer mídias digitais (rede social, blogs, sites, whats
app, p. ex.). O uso dos dados é de responsabilidade da pessoa, grupo ou instituição de quem as detiver”
(BRASIL, CFP, 2019)234.

Srª Delegada, em cumprimento à determinação de V.Sa. para realização de escuta especializada, tem-
se a relatar o que se segue:

3. DESCRIÇÃO DA DEMANDA:

1 Consiste em documento que por meio de exposição escrita, descritiva, circunstanciada e também de caráter informativo, que visa
comunicar a atuação em diferentes processos de trabalho desenvolvidos ou em desenvolvimento, considerando os condicionantes
históricos e sociais da pessoa, grupo ou instituição atendida, não tendo como finalidade produzir diagnóstico psicológico. Conselho
Federal de Psicologia (CFP). RESOLUÇÃO Nº 6 SOBRE ORIENTAÇÕES SOBRE ELABORAÇÃO DE DOCUMENTOS ESCRITOS PRODUZIDOS
PELA(O) PSICÓLOGA(O) NO EXERCÍCIO PROFISSIONAL, DE 29 DE MARÇO DE 2019, Brasília, 2019.

2 §6º, III, RESOLUÇÃO CFP Nº 6, DE 29 DE MARÇO DE 2019


3 Art. 153 - Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de documento particular ou de correspondência confidencial, de que é
destinatário ou detentor, e cuja divulgação possa produzir dano a outrem. Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa, de
trezentos mil réis a dois contos de réis. (Vide Lei nº 7.209, de 1984)
4 § 1º-A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou reservadas, assim definidas em lei, contidas ou não nos sistemas de

informações ou banco de dados da Administração Pública. Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei
nº 9.983, de 2000.

Av. J, Qd 24, Lt, 108. PARAPAZ. Jardim Canadá. (94) 3346-8188. Email: cartoriodeacaparauapebas@policiacivil.pa.gov.br 1
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GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ
POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO PARÁ
DELEGACIA ESPECIALIZADA DE ATENDIMENTO À CRIANÇA E ADOLESCENTE
DEACA - PARAUAPEBAS

O caso se refere a vítima DANIELA PEREIRA DA SILVA, no qual o nacional ELISVAN DA SILVA PINTO, foi
apontado como principal autor de agressão sexual e segundo Daniele teriam outras vítimas como a adolescente
em epígrafe. Foi requerida escuta protegida da adolescente para levantamento de dados acerca dos fatos.

4. PROCEDIMENTO: Para atingir os objetivos propostos foi realizada Entrevista com Amanda em conformidade
com as boas práticas de entrevista forense5 com a criança no dia 20/02/24.
5. ANÁLISE:

Amanda afirmou que tinha ciência de que sua irmã fora vítima de abuso sexual pelo seu padrasto ELISVAN,
mas não tinha muita convivência com ele, pois tinha sido criada por sua avó materna. Referiu que sua irmã
Daniele era maltratada por Elisvan. Disse que nunca tinha visto nada e nem a irmã falava sobre o assunto. Sobre
si, Amanda entende que não teria sofrido abuso pois referiu que o padrasto não teria “feito nada, ele apenas
tentou” (sic).

Segundo ela, o fato teria acontecido quando ela, Amanda, tinha 8 anos: “A gente sempre foi contra esse
casamento dela, ela tem medo de largar ele por causa do filho. Ele era muito ruim pra Daniele. Comigo ele não
fez nada, mas quando tinha 8 anos eu tava na rede e ele me tocou. Não foi várias vezes. Foi na fazenda quando
fui dormir lá, mas eu morava com a vó, aí eu tava deitada e senti ele pegando, era ele porque não tinha outro
homem na casa e ele pegou por cima da roupa e quando ele tava indo pra baixo eu me mexi na rede e ele saiu.
A Daniele nunca me falou nada, mas eu sempre vi uma tristeza no olhar dela. Ele batia nela, mas não de ficar
roxa. Uma vez ela foi na minha casa e sempre dizia que queria me falar uma coisa muito importante, mas não
me contou, então comigo foi nessa situação” (sic).

Era o que cumpria relatar e submeter à apreciação da Autoridade Policial signatária.

Ressalta-se o caráter situacional do presente documento, e que foi feito com base nas informações
prestadas na entrevista. Tendo em vista a natureza dinâmica e não cristalizada, que é o comportamento humano
devido a natureza dinâmica e não cristalizada do objeto de estudo6 as informações poderão vir a ser modificadas
por novos dados.

Parauapebas, 20 de fevereiro de 2024

ANA PAULA FELIPPE DE SOUZA MARQUES CARVALHO


PSICÓLOGA – POLÍCIA CIVIL -CRP10 01761

5 LINO. D. et all. O Rapport como técnica para obtenção de informações em entrevistas investigativas. DOI:
10.31060/rbsp.2023.v17.n2.1584.
6
Conselho Federal de Psicologia (CFP). RESOLUÇÃO Nº 6 SOBRE ORIENTAÇÕES SOBRE ELABORAÇÃO DE DOCUMENTOS ESCRITOS
PRODUZIDOS PELA(O) PSICÓLOGA(O) NO EXERCÍCIO PROFISSIONAL, DE 29 DE MARÇO DE 2019, Brasília, 2019.

Av. J, Qd 24, Lt, 108. PARAPAZ. Jardim Canadá. (94) 3346-8188. Email: cartoriodeacaparauapebas@policiacivil.pa.gov.br 2

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