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O Dilema Dos Millennials 2
O Dilema Dos Millennials 2
Sobre a obra:
Sobre nós:
eLivros .love
Converted by ePubtoPDF
"Para as pessoas que nunca irão se
contentar com menos do que podem ser,
fazer, compartilhar e servir."
– Tony Robbins
Sumário
Introdução
O show tem de continuar
Capítulo 01
Não julgue um livro pela capa
Capítulo 02
O que Hermione Granger e você tem em comum?
Capítulo 03
Por que a pressa?
Capítulo 04
Propósito, a Matrix da vida
Capítulo 05
Seja dono da sua história
Capítulo 06
O mundo é de quem faz
Capítulo 07
Barcelona é possível
Capítulo 08
O melhor ainda está por vir
Agradecimentos
odos que já subiram ao palco alguma vez na vida sabem que, em uma
O cérebro e os rótulos
O cérebro é um dos órgãos mais complexos e interessantes que temos em
nosso corpo, ao menos é o que ele tenta nos convencer.
Quando ele processa as informações, a maior parte desse processo acontece
em nosso subconsciente por meio dos rótulos. Eles funcionam basicamente
como atalhos que nos auxiliam a economizar tempo e energia. Esses rótulos em
frações de segundos se transformam naquela voz que você escuta dentro da sua
cabeça se deve ou não fazer algo relacionado à alguma situação.
Segundo o pesquisador e PhD Wouter Van Den Berg***, cofundador da
BrainCompass, os rótulos são criados em nossos cérebros em quatro fases
distintas.
A primeira fase é constituída da fusão das células do nosso pai com as da
nossa mãe, ou seja, segundo o pesquisador, 40% a 60% do nosso comportamento
está diretamente ligado à nossa genética. “Você já ouviu aquela frase que diz que
o fruto não cai longe do pé?” Basicamente é isso. Nós tendemos a ter
comportamentos similares aos dos nossos pais, devido, sobretudo, a possuirmos
um componente genético similar ao deles.
A segunda fase começa quando estamos sendo educados nos estágios iniciais
da vida, tendo uma grande importância na forma como vemos nós e os outros.
Na terceira fase, nós desenvolvemos a nossa personalidade em conjunto com
as interações que temos com os nossos amigos e familiares. É nela que
desenvolvemos a tendência de gostar de tais estilos musicais, esportes, livros,
campos de estudo etc.
Por fim, na quarta fase, já no começo de nossa vida adulta, desenvolvemos a
maneira como pensamos, conhecida como mindset. Isso acontece, pois, com o
amadurecimento e formação completa da estrutura do cérebro, o córtex pré-
frontal se torna forte o suficiente para elaborar raciocínios conscientes e de
tomada de decisão. Por exemplo, você decidiu que irá trabalhar nesta semana até
mais tarde, pois isso faz sentido para você chegar aonde deseja. Essa é a quarta
fase entrando em ação e criando uma narrativa que faça sentido para aquilo que
você acredita.
Se você sabe de onde os rótulos que você cria em sua cabeça vêm, você
consegue alterá-los e parar de reagir de forma passiva e inconsciente. Quando
nós nascemos, nós somos do jeito que somos. Porém, quando crescemos, nós
somos quem pensamos que somos.
Eu, particularmente, gosto de exemplificar a forma como nos vemos por meio
da icônica imagem de um iceberg.
Na camada acima da água, estão os rótulos superficiais, ou seja, aqueles que
são percebidos por primeiro pelas pessoas. É importante destacar que cada
pessoa nos vê de alguma forma, ou melhor, ela só vê um pedaço da ponta do
iceberg, a parte que, em determinada situação, mostramos para ela. Podemos ser
considerados queridos por algumas pessoas e diretos por outras. Tímidos para
algumas e extrovertidos para outras. Ou até mesmo empáticos para alguns e frios
para outros.
QUANDO NÓS NASCEMOS, NÓS
SOMOS DO JEITO QUE SOMOS.
PORÉM, QUANDO CRESCEMOS,
NÓS SOMOS QUEM PENSAMOS
QUE SOMOS.
A fórmula para alguém desenvolver um rótulo inicial sobre nós não é simples,
mas podemos simplificá-la, dizendo que é a soma das crenças da pessoa, com as
circunstâncias em que nos conheceu, com as características que mostramos para
ela nessas primeiras interações.
Rótulos Iniciais Superficiais = Crenças internas anteriores +
Circunstâncias do ambiente em que acontece as interações + Característica
que nós apresentamos a ela.
Como falei, essa é uma maneira simples de como podemos formular os
rótulos iniciais superficiais. As interações humanas e sociais são muito mais
complexas. Há informações prévias que podem ter chegado até você e feito com
que construísse uma pré-opinião sobre alguém, existem pessoas que podem ter
apresentado você... e isso já o faz ver o outro com novos olhos, e assim por
diante.
Mas uma coisa é certa, raramente alguém conseguirá ver a superfície completa
do “nosso iceberg”, muito menos enxergará com clareza o que está abaixo dela.
Ou seja, apenas nós somos capazes de conhecer todas as nossas facetas. Quando
se trata da forma como nós nos percebemos, somente nós conseguimos ver toda
a estrutura do iceberg. Nós nos definimos através de coisas que estão abaixo da
superfície, e que as pessoas não conseguem ver de fora.
“Pare um segundo e pense como você se define.” “Quais são os rótulos que
fazem você ser quem você é?” Talvez você venha de uma família com um
sobrenome importante, talvez não. Talvez você se veja como engraçado, talvez
como sem graça. Talvez você se ache bonito, talvez o oposto.
“Agora pense quem lhe deu esses rótulos?” “Você sempre se viu dessa
maneira ou a forma que você se vê é o retrato do que os outros afirmaram sobre
você durante a sua vida?”
O objetivo aqui não é fazer você ficar confuso e perdido sobre quem você é.
Afinal, já estamos todos um pouco perdidos naturalmente. A vida é uma eterna
busca por autoconhecimento e, quando começamos a achar que nos conhecemos,
acontecem experiências que mudam a forma como vemos a vida e nós mesmos.
E essa é a parte gostosa da vida – a nossa constante evolução.
TÁ TODO MUNDO UM POUCO
PERDIDO E TÁ TUDO BEM.
Quanto mais você usa os rótulos, mais você os incorpora, fazendo com que a
cada afirmação, você se identifique um pouco mais com aquilo, até você
acreditar que é realmente aquilo. Porém, se essas crenças continuam a existir, e
você não começa as questionar durante a sua vida, elas ficam tão fortes que
esquecemos de que há outras maneiras de nos vermos.
Comigo mesmo, isso já aconteceu inúmeras vezes. Eu adorava escrever
durante o colégio, minhas redações eram sempre bem avaliadas pelos
professores – o que reafirmava não somente que eu era bom nisso, mas o meu
gosto pela escrita. Durante a faculdade, essa crença continuou existindo. Porém,
em um determinado momento após a faculdade, algumas pessoas começaram a
questionar minha habilidade de escrita, o que fez com que eu não só parasse de
escrever, como também, toda vez que escrevia um simples e-mail, achava que
não estava bom o suficiente. Esse reforço constante dessa crença me fez começar
a duvidar de que eu era bom nisso e me fez perder o interesse pela escrita. Foi só
quando eu parei de ter interações com essas pessoas que eu comecei a entender
que aquilo não necessariamente era verdade, e que essas constantes afirmações
mexeram comigo.
“Quantas vezes, coisas parecidas como essa já aconteceram com você?” “O
quanto você é o que os outros dizem que você é?” “O que acha de começar a
olhar mais para dentro e menos para fora?” Não é fácil, não é gostoso e irá doer.
Mas, no final, garanto-lhe que valerá a pena.
“ mentiras não fizessem parte, você estaria preparado para revelar tudo?”
Foi assim que o assunto sobre a Síndrome do Impostor me pegou.
Era o final do verão americano, estava pela primeira vez em Washington DC,
capital dos Estados Unidos. E o melhor, estava lá com tudo pago. Isso mesmo,
não tive que desembolsar R$1,00.
Havia sido selecionado, junto a outros dezessete jovens empreendedores
sociais ao redor do mundo, como Empreendedor Social do ano de 2018, pela
International Youth Foundation.
Você pode imaginar como eu me sentia... Era um mix de sentimentos desde
que recebi a notícia de que havia sido escolhido. Para falar a verdade, nos
primeiros meses que antecederam a viagem, eu ainda não acreditava. Parecia
algo muito bom para ser verdade. Até que os meses foram passando, e faltavam
apenas 30 dias para a viagem. Existiram algumas ligações para alinharmos
detalhes técnicos e começarmos a conhecer os outros vencedores ao redor do
mundo.
E foi aí que dois sentimentos chegaram fortemente em mim.
O primeiro foi o de que eu era bem inferior aos outros escolhidos. Dezessete
jovens que estavam mudando a realidade de seus países e continentes com
negócios sociais incríveis. Tinha o Alberto Cabanes, da Espanha, fundador do
Adopta Un Abuelo, que conecta jovens com idosos, fazendo com que os idosos
se sintam ouvidos, acompanhados e amados, e, ao mesmo tempo, que os jovens
aprendam com suas experiências e sabedoria. Tinha a Elisa Muñoz, do Equador,
fundadora da D’Cuero, uma marca de sapatos de couro artesanal, eticamente
feitos por artesãos rurais no Equador. A D’Cuero conecta esses pequenos
produtores com os mercados globais e expande suas vendas por meio de lojas
on-line e físicas. Tinha o Alparslan Demir, da Turquia, fundador da
Biryudumkitap, que tem como objetivo fazer as pessoas lerem mais livros e
aumentar a taxa de alfabetização na Turquia. Atualmente, eles possuem uma
plataforma on-line em que as pessoas podem se inscrever gratuitamente e
receber histórias diárias por e-mail.
Como é que eu poderia estar no meio dessas pessoas?
Clássico complexo de vira-lata. Essa não é a primeira vez que eu sentia isso. E
sendo bem sincero, todas as vezes que tive esse sentimento, eu me senti muito
mal e impotente. O complexo de vira-lata é um termo criado pelo escritor Nelson
Rodrigues, que o descreve como a inferioridade em que o brasileiro se coloca,
voluntariamente, em face do resto do mundo. Esse é um sentimento muito
comum, o qual já notei em mim e em vários amigos e colegas de profissão.
Mas, para ser bem sincero, essa é a maior mentira que existe. Se tem algum
povo f***, somos nós, brasileiros.
Havia dito para mim mesmo que nessa viagem eu não sentiria isso. Deixaria
minhas dúvidas, o medo de falar inglês e a vergonha no aeroporto. E por mais
que tenha sido difícil ter feito 100% isso, vejo que a missão foi cumprida.
Cheguei aos Estados Unidos e fui recepcionado no aeroporto com um carro
exclusivo e motorista. Coisa chique, cena de cinema, nunca tinha vivido nada
igual. Ao chegar no hotel, tive um tempo para organizar as coisas antes do jantar
de abertura. Tomei banho, li um pouco mais sobre as pessoas que estariam
presentes no jantar e me arrumei.
Ao descer para jantar, o segundo sentimento começou a bater. Naquela sala,
havia pessoas que eram referências em suas áreas e em posições de influência
que eu nunca imaginei conhecer. Eram líderes de empresas como Hilton Hotéis,
MasterCard, Governo Americano, entre outros. A animação se misturava com o
nervosismo e apenas uma pergunta vinha na minha cabeça: “O que eu estou
fazendo aqui?” Para passar esse sentimento, só havia uma solução: beber.
Moderadamente, é claro. Ao final da noite, tudo havia saído perfeitamente,
conheci os outros vencedores do prêmio, os quais passariam uma semana
comigo entre eventos e capacitações até a chegada do grande dia da premiação.
Durante a semana de imersão com essas pessoas extraordinárias, havia me
prometido que buscaria aproveitar ao máximo essa experiência. O que envolvia
não apenas me ater à programação oficial, como participar da não oficial.
Portanto, nada mais justo do que sair confraternizar com o pessoal para conhecer
a cidade.
Um dos erros que normalmente as pessoas cometem, e eu já havia cometido,
era o de não me permitir fazer coisas fora do escopo programado. Experiências
únicas como essa devem ser vividas intensamente. Ou seja, a programação
oficial deve ser feita com atenção, assim como as suas atividades profissionais e
responsabilidades que ficaram em seu país. Porém, você deve tirar um tempo
para os acontecimentos de extraprogramação, pois são neles que os vínculos de
amizade e parcerias se desenvolvem. A escolha em um primeiro momento pode
não fazer sentido. “Será que eu descanso para mandar bem amanhã nas
atividades ou saio com o pessoal?” Em minha experiência, sair com o pessoal
valeu a pena 100% das vezes. E olha que eu adoro descansar.
E foi em uma dessas noites, faltando dois dias para essa experiência terminar,
que a Síndrome do Impostor surgiu novamente. Mas, dessa vez não como um
sentimento, e sim como uma conversa aberta, franca, entre amigos.
Estávamos comemorando o aniversário do Allister Fa Chang, um dos
vencedores do prêmio, fundador da Wash & Learn Initiative, com sede nos
Estados Unidos, que leva os serviços de bibliotecas públicas para as áreas de
espera das lavanderias. O objetivo dessa empresa é proporcionar serviços de
informação e educação às famílias durante os mais de 90 minutos que esperam
as roupas delas serem lavadas e secadas. Era um dos momentos mais incríveis
daquela semana. Estávamos quase todos os dezoito vencedores em um terraço,
no centro de Washington, bebendo, comendo e aproveitando a vista da cidade.
Então, resolvemos fazer uma brincadeira com um jogo em que uma pessoa é
selecionada por vez para responder perguntas de forma totalmente franca, sem
filtros. As demais pessoas têm 2 minutos para perguntarem o que quiserem. É
uma espécie de metralhadora da verdade. É óbvio que esse jogo nunca daria
certo se não tivéssemos desenvolvido um vínculo de confiança nos dias
anteriores e se não tivesse álcool, é claro.
Nessa altura, você deve estar achando que eu sou uma espécie de bêbado, sem
problemas, não ligo para os rótulos. Mas de fato não sou, longe disso, pode ficar
tranquilo.
O jogo começou, rodada vai, rodada vem, várias risadas surgiram, assim como
perguntas profundas e complexas. E foi uma dessas que fizeram na minha vez.
Nunca vou esquecer! O Allister perguntou diretamente: “Você já se sentiu
alguma vez um impostor?” Eu apenas pensei... “Como responder isso de forma
rápida?” ... “Será que eu realmente falo a verdade ou não?” ... Eu segui as regras
do jogo e respondi que sim, várias vezes. E ele complementou que também, o
tempo todo.
Buuuuum! Não estava sozinho. Deixe-me colocar isso em um contexto para
vocês: um dos jovens vencedores, que tinha um dos negócios mais interessantes
voltados para educação do mundo, com faturamento de milhões de dólares e que
já havia ganhado inúmeros prêmios, sentia-se assim também.
O jogo acabou e começamos a falar mais abertamente sobre isso. A verdade é
que todos ali presentes, naquele exato momento, não se sentiam dignos em
algum momento de suas conquistas. Um sentimento de alívio e conforto não
apenas me encontrou, como dava também para perceber, naquela noite estrelada
e agradável em Washington DC, que tinha encontrado a todos. Alguns nunca
haviam falado sobre aquilo, apenas sentido. E, agora, com sentimentos
compartilhados, todos conseguiram perceber que muitas vezes um dilema seu,
pode ajudar o outro também. Basta nos colocarmos em uma posição vulnerável
de querer aprender e compartilhar.
Mais tarde, ao atingirmos esse objetivo, olhamos ao redor e vemos que existe
algo ainda maior para ser conquistado, fazendo com o que alcançamos pareça
trivial aos nossos olhos.
Um exemplo é quando eu comecei a aprender inglês. Eu queria aprender a
conversar e me comunicar de forma clara com as pessoas. Porém, quando eu
atingi esse objetivo e mudei de escola de idiomas, essa conquista já não parecia
mais especial. Então, o meu sentimento passou a ser de ansiedade e de que meu
nível de inglês talvez não fosse bom o suficiente. Eu via os outros alunos e sentia
que o meu inglês não era tão bom assim, que eu precisava ter um vocabulário
ainda mais vasto, entender tudo perfeitamente e falar sem erros.
Esse padrão de estipular um objetivo, alcançá-lo e, em seguida, esquecê-lo
imediatamente, trazendo o sentimento de que essa conquista não era tão
importante, é algo que eu comecei a notar em várias áreas da minha vida. Talvez,
isso seja um padrão que você perceba em sua vida também. Não há nada de
errado em estabelecer metas mais difíceis. O problema da Síndrome do Impostor
é que você, ao alcançar algo, apaga o progresso realizado, alterando seus padrões
para colocá-lo “abaixo” do que considera atualmente bem-sucedido.
A escada da vida
Minha namorada diz que toda vez que eu vou explicar algo, eu preciso trazer
algum exemplo para ilustrar. E ela não poderia estar mais certa. É como meu
cérebro funciona. Uma das frases de que eu gosto muito e que representa um
pouco sobre conquistas é:
“Não existe elevador para o sucesso, você tem de ir pelas escadas”.
Ao pensarmos em qualquer área da vida, sempre existem degraus a serem
escalados para o topo do que é considerado sucesso. Scott Young, autor do livro
best-seller Ultralearning,******** retrata muito bem esse conceito, traz a ideia de
que, Qas empresas, existem os estagiários, analistas, coordenadores, gerentes e
diretores. No mundo acadêmico, existem os bacharéis, mestres, doutores,
professores titulares e pesquisadores premiados. Nos esportes, existem os
juvenis, juniores, atletas profissionais, atletas olímpicos e os recordistas
mundiais.
NÃO EXISTE ELEVADOR PARA O
SUCESSO, VOCÊ TEM DE IR
PELAS ESCADAS.
Essa subida tende a acontecer de forma mais rápida nos primeiros degraus.
Além disso, temos dificuldade de enxergarmos os degraus que se encontram
muito acima ou muito abaixo de nós, fazendo com que apenas possamos ver em
detalhes os que estão em uma posição acima e abaixo.
Todos os degraus de realizações muito acima estão longe o suficiente para que
possamos basicamente ignorá-los: autores que são mundialmente famosos;
atletas que possuem recordes ou empresários que abriram o capital de suas
empresas na Bolsa de Valores. Essas conquistas estão tão além do que já
experimentamos, que elas não causam ansiedade.
No entanto, estamos mais conscientes das pessoas que estão um pouco acima
de nós no ranking. Quando se trata de escrever um livro, eu me comparo a
autores que venderam mais de três mil livros em seus países. Quando se trata de
escalar montanhas, eu me comparo com pessoas que já subiram montanhas de
mais de dois mil metros. Quando se trata de construir empresas, eu me comparo
com empresários que possuem mais de cinquenta funcionários.
O problema é que, quando subimos um degrau em nossas escadas, o degrau
logo acima aparece imediatamente. Quando eu passei de um profissional
autônomo para ter uma equipe, imediatamente essa nova conquista se tornou a
minha base e minha comparação aumentou. O sentimento de insegurança vem da
ênfase excessiva no degrau acima, ao invés de reconhecermos os degraus que já
subimos e os sucessos que já alcançamos.
A Síndrome do Impostor aparece aqui nos fazendo sentir que até mesmo o
nível atual pareça insustentável. A posição que alcançamos foi por sorte,
circunstância ou porque os outros perceberam incorretamente que fizemos algo
impressionante. Portanto, há um medo constante de que possamos voltar aos
degraus anteriores ou cairmos completamente da escada. Não deixe esse
sentimento abalá-lo, se você está onde está, foi devido a múltiplos fatores e
méritos seus, assuma e contemple o quão incrível você é.
1. O perfeccionista
O perfeccionismo e a Síndrome do Impostor, normalmente, andam lado a
lado. As pessoas que possuem esse perfil estabelecem metas
excessivamente altas e quando não conseguem atingi-las, sentem uma
frustração enorme. Elas buscam controlar cada etapa do processo e
possuem dificuldade em delegar, pois ninguém fará tão bem feito quanto
elas.
Abaixo, algumas perguntas para analisar se isso se aplica a você:
• “Você tem necessidade de micro gerenciar as atividades, buscando
saber os mínimos detalhes de tudo?”
• “Você possui dificuldade em delegar, e mesmo quando você pode fazer
isso, não se sente à vontade?”
• “Você sente a necessidade de fazer tudo bem feito o tempo todo?”
Esse perfil acredita que sempre poderia ter feito melhor,
independentemente de ter atingindo seus objetivos ou não. Porém, esse
questionamento constante não é produtivo e nem saudável. É preciso
aprender a ver os erros como parte natural do processo. Tente parar de
planejar tanto e comece a tirar suas ideias do papel. A verdade é que nunca
haverá um momento perfeito para começar. Quanto mais cedo você for
capaz de aceitar isso, melhor será.
2. O super-herói
O super-herói possui um alto nível de insegurança e, para compensar
isso, ele busca trabalhar muito mais do que a maioria das pessoas, assim ele
irá garantir que consegue entregar as coisas com a qualidade esperada.
Porém, essa sobrecarga pode prejudicar não apenas a sua saúde mental
como também as suas relações com os outros.
Abaixo algumas perguntas para analisar se isso se aplica a você:
• “Você normalmente é um dos últimos a ir embora do escritório?”
• “Você acha que ficar sem fazer nada é um desperdício de tempo?”
• “Você deixou seus hobbies de lado para focar no trabalho?”
As pessoas com esse perfil são viciadas na validação que vem do
trabalho, não necessariamente no trabalho em si. Comece a tentar evitar aos
poucos a busca por validação externa. Ninguém deve ter mais poder para
lhe dizer que algo ficou bom, do que você mesmo. À medida que você se
torna mais à vontade com a validação interna, você poderá aliviar a pressão
e começar a viver melhor.
3. A criança prodígio
Young afirma que as pessoas com esse perfil sentem a necessidade de
fazer as coisas de forma rápida, eficiente e de primeira. Esses tipos de
impostores, assim como os perfeccionistas, colocam seus níveis internos de
validação lá em cima.
Abaixo algumas perguntas para analisar se isso se aplica a você:
• “Você está acostumado a se destacar nas atividades sem muito
esforço?”
• “Você tirava notas boas em tudo o que fazia no colégio?”
• “As pessoas diziam para você quando era criança que você era muito
inteligente?”
Para superar isso, tente se ver como uma pessoa sempre em progresso.
Realizar grandes coisas envolve aprendizagem ao longo da vida e
construção de habilidades.
4. O individualista
“Sabe aquela pessoa que tem uma enorme dificuldade em pedir ajuda?”
Esse é o individualista. Assim como a criança prodígio, ele precisa
conseguir fazer tudo sozinho. Porém, não para ser o melhor, mas porque
tem medo que sua capacidade seja questionada caso peça ajuda para outras
pessoas. Não há problema em ser independente, mas não na medida em que
você recusa assistência para que possa provar seu valor.
Abaixo algumas perguntas para analisar se isso se aplica a você:
• “Você busca sempre dar um jeito com os prazos, mesmo que isso
signifique abrir mão do seu sono?”
• “Você sente que precisa realizar as coisas sozinho?”
• “Você se sente desconfortável pedindo ajuda?”
Procure descobrir quais são seus pontos fortes e fracos. Saiba que nem
mesmo o Michael Jordan, melhor jogador de basquete de todos os tempos,
era bom em tudo. Foque naquilo em que você é realmente bom a ponto de
se tornar extraordinário e delegue as outras coisas ou aprenda o básico.
Confie nas outras pessoas, elas também possuem talentos e, se elas estão
trabalhando ou interagindo com você, é porque elas também se mostraram
capazes de estar nesse ambiente.
5. O expert
Os experts medem suas habilidades com base em “o que” e “quanto” sabem.
Eles acreditam que nunca sabem o suficiente e temem serem expostos como
inexperientes.
Abaixo algumas perguntas para analisar se isso se aplica a você:
• “Você está constantemente buscando cursos ou certificações, porque acha
que precisa melhorar suas habilidades para ter sucesso?”
• “Mesmo se você estiver na sua função há algum tempo, você tem a sensação
de que ainda não sabe ‘o suficiente’?”
• “Você não gosta quando alguém diz que você é muito bom em uma
determinada área?”
É verdade que sempre há mais para aprender. Esforçar-se para aumentar seus
conhecimentos certamente pode ajudá-lo a crescer na carreira. Mas essa busca
incansável por conhecimento pode, na verdade, ser uma forma de medo e
procrastinação. Comece a praticar a aprendizagem just-in-time. Isso significa
adquirir uma habilidade quando você precisar dela. Também busque
compartilhar com seus colegas o que você sabe, pois assim os estará ajudando,
trabalhando o seu marketing pessoal e aliviando esse sentimento de impostor.
“E aí, se identificou com algum tipo de impostor?” Quando eu os analisei,
descobri que já me encaixei em vários deles em diferentes momentos da minha
vida. É natural possuir esse sentimento, mas saiba que, se você está com essa
sensação, é porque você está cada vez mais se desafiando e alcançando
resultados melhores.
2. Diário da Gratidão
Ser impaciente, muitas vezes, faz com que a gente seja ingrato com as
coisas que temos a nossa volta. Eu me sinto dessa forma várias vezes na
semana. Frequentemente me questiono de como eu posso me sentir mal por
não estar onde eu quero, sendo que tenho inúmeras oportunidades, saúde e
coisas boas acontecendo comigo.
“Não caia nessa cilada, por favor.” Primeiro, não é porque você tem um
teto, o que comer e vestir que você não pode se sentir ansioso, frustrado ou
nervoso. Existem, sim, muitas pessoas sofrendo no mundo e é importante
você ter isso em mente, mas cada jornada é única, evite comparações.
Apenas tente, todos os dias antes de dormir, listar dez coisas pelas quais
você é grato por terem acontecido com você no dia. Esse exercício é muito
bacana, pois as primeiras três ou quatro coisas vêm fácil na cabeça..., mas,
quando você começa a pensar, percebe que existem coisas simples, mas
maravilhosas, que aconteceram no seu dia. “Tente fazer esse exercício toda
noite por 21 dias e me diga o que achou.”
P
olhos.
não tem, está fora do grupinho. É questionado por que faz as coisas que
faz, sobre o que o faz levantar da cama e que falta um brilho nos seus
Não fazer parte desse grupinho das pessoas que sabem o porquê vieram ao
mundo, custa caro. Não é como no colégio, que você quer fazer parte do grupo
dos populares, ou dos nerds, ou dos atletas, ou seja, você quer se encaixar e ter o
sentimento de pertencimento. É um outro tipo de pertencimento, um que custa a
sua sanidade, o pertencimento ao universo.
Quanto mais você começa a ouvir das pessoas que você tem de ter um porquê,
tem de ter um sonho grande, e assim por diante, mais você começa a ficar
inquieto, questionar-se e se sentir perdido.
Eu mesmo sinto isso todos os dias.
Dos últimos anos para cá, eu comecei a notar que todos ao meu redor
pareciam que já sabiam os seus propósitos, um amigo que quer ser presidente do
Brasil, outro que quer viajar os 196 países do mundo, ajudando a construir
escolas, outra que quer abrir o capital da empresa e ser uma das empresárias
mais bem-sucedidas.
Quanto mais o assunto vinha à tona, mais eu reparava nisso. “Sabe quando
você está andando de carro e começa a focar em encontrar um determinado
modelo, e quando percebe, nota que existe um em cada esquina?” É tipo isso.
Quanto mais eu focava em encontrar meu propósito, mais parecia que todos já
tinham encontrado os seus. O problema era: o que surgia em minha frente era o
assunto e não o meu propósito.
Não espere que neste capítulo eu traga uma bela história, de como depois de
muito tempo, buscando o meu chamado, eu, enfim, parei de procurá-lo e o
encontrei. Não, não é nada disso. Muito pelo contrário. Eu quero trazer uma
nova abordagem sobre o tema. Assuntos que eu andei buscando e me trouxeram
mais calma e menos urgência nessa busca desenfreada do meu porquê.
Os três equívocos do propósito
“Os dois dias mais importantes da sua vida são: o dia em que você nasceu, e o
dia em que você descobriu o porquê.” – Mark Twain.
Você provavelmente já ouviu ou leu em alguma rede social essa frase. Mark
Twain é um dos escritores mais aclamados de todos os tempos, e eu,
particularmente, gosto muito de várias de suas publicações. Mas desculpe,
Twain, nessa eu vou ter que discordar.
Essa frase, para mim, soa como uma versão de Hollywood do propósito.
É como se você estivesse no filme Matrix e tivesse que escolher entre a pílula
azul ou vermelha. A azul fará com que você volte para a sua vida superficial,
dolorosa e chata. Já a vermelha é a escolha que irá fazer com que você descubra
o seu propósito.
Sinto informar-lhe, na maioria dos casos, não é assim que funciona. É claro
que isso acontece. Mas, normalmente, esses tipos de despertar estão relacionados
a grandes choques. Para a maioria das pessoas, não é assim. Pare de ser
enganado, de confiar em tudo que falam e de procurar a bala de prata. Para um
jovem de 20 anos, na faculdade, ou um gerente de 32 anos, em um emprego que
não faz mais os olhos brilharem, esse tipo de busca por uma resposta
instantânea, provavelmente os levará à frustração ao invés de significado.
John Coleman, autor do livro Passion & Purpose, em artigo para a Revista
Harvard Business Review********, trouxe dois equívocos que as pessoas,
normalmente, têm em relação ao tema “encontrar seu propósito”. Eu aproveitei
para acrescentar um terceiro que também acho pertinente. Ei-los:
Uma vida com propósito é construída dia após dia e possui três elementos
sempre alinhados, que são os 3H’s - head, heart e hands********, ou seja, a
cabeça, o coração e as mãos.
A cabeça é a clareza da sua visão – é saber o que você quer e como navegar
até lá. O coração faz com que você entenda além da visão – é a sua intuição – é
ele quem o guia nos momentos difíceis quando a razão não traz respostas. Você
pode conseguir o que quiser da vida, mas raramente será da maneira que deseja.
Você pode ter uma cabeça brilhante, um plano bem elaborado e uma visão de
futuro incrível. Porém, se o coração não tiver resiliência o suficiente para
aguentar as subidas e descidas da vida, você não conseguirá tomar decisões
complicadas e muito menos viver uma vida com propósito. Já, a mão é servir –
pegar o que você tem e passar a diante – ajudar.
A sua paixão é para você, e o seu propósito é para os outros. A sua paixão
o faz feliz, mas quando você a usa para fazer a diferença na vida de outra
pessoa, você está servindo a algo maior, ao seu chamado, e essa é a mão.
Seja fazer o que você ama, aquilo no que você é bom, o que dá dinheiro e o
que faz o bem para o mundo; seja ter a cabeça, o coração e a mão alinhados, o
propósito sempre será algo único e exclusivamente seu. Ele poderá mudar de
tempos em tempos, não será sempre mil maravilhas, e assim como tudo na vida
que vale a pena, você não poderá comprá-lo e muito menos encontrá-lo, você
terá que construí-lo.
A arena da vida
Em maio de 2017, eu resolvi desativar todas as minhas redes sociais. Havia
passado por uma grande rasteira em minha vida profissional a qual me fez
perceber que, por mais que você tente ser gente boa com todo mundo, sempre
existirão pessoas que irão tentar passar você para trás. E, isso para mim foi um
grande choque. Eu acreditava que todo mundo era meu amigo e queria meu bem.
Bom, não é bem assim.
Aquilo mexeu tanto comigo que eu não somente desativei as minhas redes
sociais, como também não queria sair de casa para não ter a chance de encontrar
essas pessoas, além de evitar passar próximo a locais que eu sabia que elas
frequentavam. A minha autoconfiança foi lá para baixo, eu já não me reconhecia
mais e duvidava se eu era de fato bom em alguma coisa.
“7.6 Bilhões de pessoas no mundo e você deixa a opinião de 1 atrapalhar seus
sonhos?” Você é melhor que isso!
Nove meses se passaram, e eu resolvi reativar as minhas redes sociais. Estava
no processo de recuperar minha essência e voltar para o meu eixo central. Voltei
pouco a pouco, apenas consumindo conteúdo, sem mostrar minha cara ou postar
qualquer coisa.
Aos poucos, fui ganhando confiança e voltando a postar momentos do meu
dia a dia. Até que resolvi começar a compartilhar um pouco dos meus medos,
inseguranças e dilemas publicamente. Os primeiros conteúdos deram um boom
de adrenalina e serotonina – postei e recebi inúmeros likes, comentários e
mensagens privadas de pessoas se identificando com o que eu havia postado.
Comecei a tomar gosto por compartilhar. Foi então que começaram a surgir
novos julgamentos, pessoas que eu tinha uma boa proximidade começaram a me
chamar de blogueirinho, youtuber, entre outras coisas.
7.6 BILHÕES DE PESSOAS NO
MUNDO E VOCÊ DEIXA A
OPINIÃO DE 1 ATRAPALHAR
SEUS SONHOS? VOCÊ É
MELHOR QUE ISSO!
A minha primeira reação foi de ficar triste com as brincadeiras sem graça e
pensar que não havia estudado tanto e construído minha empresa para me
chamarem de blogueirinho. “Quem gostaria de ser chamado assim?”
Novamente, rótulos. Mas sinto informá-lo, segundo um estudo realizado em
2018, pela Lego, com três mil crianças com idades entre oito e doze anos********,
dos Estados Unidos, Reino Unido e China, ao serem questionadas sobre qual
profissão gostariam de seguir, três em cada dez crianças norte-americanas e
britânicas afirmaram que queriam ser “youtubers ou vlogueiros”, sendo essa a
principal resposta das crianças entrevistadas. E, não para por aí, em outro estudo
realizado em 2019, a empresa de consultoria Morning Consult apontou que 86%
dos americanos entre 13 e 38 anos gostariam de ser influenciadores********.
Foi só nesse momento que eu comecei a entender que o mundo está mudando,
mas as pessoas preferem julgar a aceitar e entender essas mudanças.
Foi após a esses acontecimentos que – ao assistir à palestra da Brené Brown,
professora pesquisadora na Universidade de Houston e autora de inúmeros best-
sellers, como A Coragem de Ser Imperfeito e Dare to Lead e, para mim, uma das
mulheres mais fabulosas que tive a oportunidade de assistir ao vivo palestrar –
eu me deparei com um texto o qual ela citou em sua palestra que a havia
marcado muito e que, consequentemente, quando eu a ouvi, me marcou também.
Vamos a ele.
“Não é o crítico que importa, nem aquele que mostra como o homem forte
tropeça, ou onde o realizador das proezas poderia ter feito melhor. Todo o crédito
pertence ao homem que está de fato na arena, cuja face está arruinada pela poeira
e pelo suor e pelo sangue; aquele que luta com valentia; aquele que erra e tenta
de novo e de novo; aquele que conhece o grande entusiasmo, a grande devoção e
se consome em uma causa justa; aquele que ao menos conhece, ao fim, o triunfo
de sua realização, e aquele que na pior das hipóteses, se falhar, ao menos falhará
agindo excepcionalmente, de modo que seu lugar não seja nunca junto àquelas
almas frias e tímidas que não conhecem nem a vitória e nem a derrota.” –
Theodore Roosevelt, em 23 de abril de 1910.
Quando eu ouvi essa citação em sua palestra – no maior evento de inovação
do mundo, o SXSW de 2019, que acontece em Austin no Texas – para mim, foi
quando a minha insegurança de fazer tudo que eu estava fazendo, foi embora.
Esse texto resume bem, segundo a Brené Brown, a sua pesquisa sobre a
importância da vulnerabilidade.
Vulnerabilidade não é sobre vencer, não é sobre perder, é sobre fazer o que
tem que ser feito, dar a sua cara à tapa e ser visto sem medo.
E, é isso que eu desejo em minha vida. Eu quero criar, fazer coisas que não
existiam antes, ser um vendedor, um escritor, um empresário. No jogo da vida,
eu quero ter várias cartas nas mãos em diferentes mesas. Eu quero construir um
mundo melhor. E, se você, assim como eu, quer buscar ser dono da sua história,
só existe uma garantia: você será muito criticado. Porém, a maior parte das
críticas não importam, e eu digo isso como alguém que realmente gosta de
receber feedbacks e melhorar, pois, se você não está na arena, assim como eu,
construindo coisas, dando a sua cara à tapa, sendo criticado e fazendo acontecer,
me desculpa, mas eu não estou interessado no seu feedback. Especialmente se
vier das pessoas que estão sentadas nas cadeiras baratas da arena, longe da ação,
sem colocar seus pescoços na reta.
Brené Brown, em outra palestra – desta vez em um evento da Adobe, o
99U******** –mostrou como lidar com os críticos e com a nossa própria dúvida,
destrinchando como funciona a arena da nossa vida, e quem sempre estará lá
presente.
Imagine uma arena de batalha, estilo o imponente Coliseu de Roma. Antes de
pisarmos propriamente na arena, normalmente existem alguns degraus nos
separando dela, é aquela escada que liga os bastidores com o palco. Esses
bastidores são os momentos que estamos estudando, treinando e nos preparando.
Esse momento, antes de pisarmos lá e irmos atrás do que desejamos, às vezes,
duram anos e é uma forma que buscamos de nos escondermos. Ficamos lá,
sonhando de como será incrível quando as coisas que queremos acontecerem,
quando tivermos coragem de subir aquela escada e irmos para a luta, atrás de
nossos sonhos. Porém, conforme começamos a subir os primeiros degraus, dá
aquele frio na barriga e nos questionamos se tudo dará certo.
Segundo a autora, quando estamos prestes a entrar na arena, sentimentos
como o medo, a dúvida, a comparação, a ansiedade e a incerteza, normalmente,
aparecem. E, nesses momentos, o que a maioria das pessoas fazem é pegar suas
armaduras e se protegerem. Mas, essa armadura é pesada e sufocante... e o
problema é que quando nos protegemos, nós nos fechamos para os sentimentos
negativos, mas também para os positivos. Isso porque vulnerabilidade tem tudo a
ver com os sentimentos negativos, mas também tem a ver com amor, empatia,
criatividade, felicidade, confiança e inovação, sentir-se parte de algo.
Sem vulnerabilidade, você não pode ser dono da sua história. Na vida, não
tem como ter apenas os sentimentos bons e bloquear os ruins. Então, o que
devemos fazer é respirar fundo, subir as escadas da arena e sermos vistos. E,
quando isso acontece e avançamos para o centro da arena, nós vemos a arena
lotada e ficamos nervosos, pois sempre focamos em alguns assentos exclusivos –
os dos críticos.
A autora diz que costumava pensar que a melhor maneira de você criar a sua
história era garantindo que os críticos não estivessem na arena. Porém, os
ingressos são abertos ao público, e nós não temos controle de quem estará lá.
Então, a melhor forma de lidar com essa situação é sabendo que eles estarão lá e
o que irão dizer.
Segundo a pesquisadora, existem algumas cadeiras que sempre estarão
ocupadas. As três primeiras são a vergonha, a escassez e a comparação.
Vergonha, sentimento universal, aquela voz que nos diz que não somos bons o
suficiente. Escassez, aquele pensamento de que já existem milhares de pessoas
mais capacitadas, preparadas e com diploma, fazendo isso, e quem sou para
seguir esse caminho. Comparação, sentimento de olhar para o lado e se sentir
inferior, para trás, atrasado.
O quarto assento é destinado para convidados críticos, exclusivamente seus.
Eles podem ser seus pais, um professor, um colega de trabalho. Você sabe quem
irá ocupar esse lugar, e, com certeza, alguém veio à sua cabeça neste exato
momento. Então, ao invés de tentar evitar, inutilmente, que esses assentos sejam
preenchidos na arena, o melhor a fazer é reservá-los antecipadamente. Olhar
para quem os ocupa e dizer, eu sei que vocês estão aí, eu consigo vê-los, eu
consigo escutá-los, mas eu vou fazer acontecer mesmo assim.
Além desses assentos, existem outros três que precisam sempre estar
preenchidos e, ao contrário dos primeiros assentos, esses não estarão lá se você
não os convidar. O primeiro convidado são seus valores. Você precisa ter clareza
deles, do porquê você está fazendo o que está fazendo e o que é fundamental
para que você seja sempre fiel a si mesmo.
O segundo convite deve ir para, no mínimo, uma pessoa em sua vida que você
possa olhar quando tudo der errado e se sentir seguro. Essa pessoa não passará a
mão na sua cabeça. Pelo contrário, ela olhará para você e dirá que, realmente,
você falhou e o que você fez não ficou bom, mas você foi corajoso. Ela falará
que agora você precisa aprender com tudo o que aconteceu, pois ela tem certeza
de que você voltará para a arena em breve. Essa pessoa, segundo a palestrante, é
alguém que não o ama independentemente das suas imperfeições, mas que o ama
por causa delas. Normalmente, nós esquecemos de convidá-las, pois nós sempre
achamos que elas estarão lá, mas se não as convidarmos, elas nunca poderão
ajudar. Reserve excelentes cadeiras na arena para elas.
O terceiro e último convite, que se sentará na melhor e mais cara cadeira que
existe na arena, deve ser reservado para o crítico que mora dentro de você. Não
existe maior crítico dentro da arena do que nós mesmos. Nesse assento
reservado, está toda a sua bagagem, de onde você veio, sua família, como você
foi educado, as suas amizades, os seus hobbies e, principalmente, a pessoa que
mais o julga, mas que também, acredita no que você está fazendo. A pessoa que
lhe diz que sim, é assustador tudo que está por vir, porém mais assustador ainda
é chegar ao final da vida e pensar: “E se eu tivesse feito o que meu coração dizia
para fazer?” “E se eu tivesse seguido o que minha intuição mandava?” “E se eu
tivesse tido a coragem de ser eu mesmo?”
“E se?” ... Espero que ele não viva na sua vida para contar a sua história.
1. Você se culpa demais por erros que no final das contas têm
consequências mínimas.
Na grande maioria das vezes, quando cometemos erros, são pequenos e
não possuem consequências drásticas como: o final da nossa carreira,
relacionamento ou até mesmo vida. É comum nos esquecermos de
enviar um e-mail, comprar algo no mercado ou até mesmo nos
esquecermos de ligar no aniversário de um primo. Porém, essas ações
dificilmente irão trazer consequências sérias para você. Talvez alguém
o repreenda, mas tente ser mais leve com o que aconteceu e seguir a
sua vida normalmente.
Dica: Pense se esse erro irá comprometer a sua vida em algum aspecto
daqui a um ano. Caso não comprometa, desculpe-se com quem errou, e
principalmente consigo mesmo, e siga a sua vida.
2. Você continua se criticando após corrigir um erro.
Muitas vezes quando algo dá errado, ficamos pensando naquilo o dia
inteiro... “O que eu poderia ter feito de diferente?” “Como eu pude
fazer isso?” “Como eu não vi isso antes?”
Quem aqui nunca enviou um e-mail para alguém com o nome errado
atire a primeira pedra. As pessoas, constantemente, me chamam de
Leandro. Confesso que eu já fiquei muito incomodado com isso, afinal,
como alguém pode errar algo tão básico, o nome de quem ela está
conversando.
O fato é que coisas assim acontecem. Caímos na rotina, no piloto
automático e tentamos fazer milhares de coisas ao mesmo tempo. Não
que isso seja desculpa, mas também não é motivo para se culpar
demasiadamente.
Eu já escrevi e-mails errados e inclusive enviei uma carta, convidando
dois professores para palestrarem em um evento com os nomes
trocados. Durante todo o dia, após perceber o que havia feito, fiquei
me criticando, como eu pude ser tão rude e desrespeitoso a ponto de
errar o nome de alguém. Embora isso seja verdade, eu tinha feito o
possível para arrumar a situação, então minha autocrítica
provavelmente deveria ter parado por aí.
Resumo da história, pedi desculpas para os professores, eles aceitaram
vir para o evento e demos boas risadas no Happy Hour de
confraternização.
Depois que algo aconteceu, não tem mais como voltar atrás. Aprenda
com o erro, se for possível, corrija imediatamente e avance para a
próxima etapa.
Dica: Reconheça o papel saudável da culpa, sinta-a, fique irritado e logo
em seguida a utilize para aprender e evitar com que aconteça
novamente. Permita-se seguir em frente depois de fazer o seu melhor
para corrigi-lo.
3. Seu autocuidado é excluído frequentemente da sua lista de tarefas
a favor de outras prioridades.
Normalmente, quem costuma se culpar muito tende a se cobrar demais e
querer agradar aos outros, deixando a sua própria saúde física e
emocional de lado. Pare de fazer com que tudo e todos sejam
prioridade e comece a ser mais egoísta com o seu tempo.
O trabalho sempre estará lá para você no dia seguinte. Somente você
estando bem, conseguirá desempenhar suas atividades em sua máxima
capacidade.
É mais fácil falar do que fazer, é claro. Eu tive de aprender da pior
maneira que cuidar de nós deve ser a nossa prioridade número um. É a
famosa mensagem que as aeromoças nos passam em todos os voos que
embarcamos: “Em caso de despressurização da cabine, máscaras de
oxigênio cairão automaticamente. Puxe uma das máscaras, coloque-a
sobre o nariz e a boca ajustando o elástico em volta da cabeça e respire
normalmente, depois auxilie a criança ou pessoa ao seu lado.”
Nós só conseguimos ajudar os outros se estamos bens. Cuide da sua
saúde física, mental e emocional.
Dica: Abra a sua agenda e analise seu último mês. “Quantas reuniões e
compromissos você teve?” “E quantos desses foram relacionados a sua
saúde?” Se a resposta for próxima a zero, comece a tratar a sua saúde
como se fosse uma reunião importante, impossível de ser desmarcada.
4. Você sempre vai além e busca entregar mais do que necessário.
Eu sou totalmente a favor de sempre buscarmos surpreender e entregar
mais do que o esperado, mas fazer isso constantemente é exaustivo. Se
você se esgotar, fazendo isso, provavelmente haverá consequências
negativas como resultado. Por exemplo, você está tão ocupado sendo
perfeito em áreas relativamente sem importância que deixa coisas
importantes sem atenção.
Dica: Esse padrão está totalmente relacionado à Síndrome do Impostor,
em que você teme não ser bom o suficiente, o que resultará na
revelação de suas falhas e não aceitação das outras pessoas. A maneira
mais fácil de quebrar esse padrão é trabalhar esse sentimento de
impostor e entender que existem atividades que não precisam de um
esforço extra e, principalmente, que existem atividades que sequer
deveriam ser feitas.
5. Você se sente um fracasso, mesmo tendo um histórico positivo na
sua vida.
As pessoas autocríticas olham para a própria vida e veem que ainda não
estão onde desejam e, se não aumentarem o nível de cobrança e
dedicação, não chegarão nunca aonde querem.
Elas se cobram e afirmam que foi essa dedicação e padrões que as
trouxeram até aqui e que precisam continuar trabalhando dessa forma.
Porém, talvez seja justamente isso que o esteja bloqueando de avançar
para o próximo nível. Cada fase de nossa vida requer uma nova versão
de nós. Aprecie tudo o que conquistou e entenda o que você precisa
fazer de diferente para dar mais um passo em direção ao seu sonho.
Dica: Liste cinco coisas que aconteceram de forma diferente de como
você esperava. Após listá-las, descreva como esses acontecimentos
abriram novas oportunidades e o trouxeram aonde você se encontra
hoje.
Para tentar essas estratégias, você precisa entender primeiro de onde vem essa
cobrança desproporcional. Após isso, compreenda até que ponto ela é benéfica e
a partir de que momento ela começa a se tornar um fardo. Não se trata apenas de
se sentir melhor, ser menos autocrítico também pode ajudá-lo a tomar decisões
melhores e perder menos tempo e energia emocional, o que, por sua vez, o
tornará mais produtivo.
Promover a autocompaixão não é complicado ou difícil. É uma habilidade que
pode ser aprendida e aprimorada. Sempre que se sentir crítico demais, pergunte-
se: “Estou sendo gentil e compreensivo comigo mesmo?” “Reconheço
deficiências e fracassos como experiências compartilhadas por todos?” “Estou
mantendo meus sentimentos negativos em perspectiva?” — Se isso não
funcionar, sente-se e escreva uma mensagem para si na terceira pessoa, como se
você fosse um amigo ou ente querido. Muitos de nós somos melhores em ser
bons amigos para outras pessoas do que para nós mesmos, de modo que isso
pode ajudar a evitar espirais de autoflagelação.
As palavras mais poderosas do universo são as que você diz para si mesmo. É
isso que irá direcionar o seu comportamento, que direcionará o seu destino e que
moldará a sua realidade.
Ao entrar na arena e olhar para todos os assentos preenchidos, você saberá
exatamente quais são os pontos que o incomodam. Você poderá encarar todos
eles e assim chegar à última etapa para alcançar o que deseja: perder o medo de
se tornar tudo que você pode ser.
Marianne Williamson, escritora e ex-candidata à presidência dos Estados
Unidos, retratou muito bem em seu livro Um Retorno ao Amor********, o medo do
nosso potencial. Leia um trecho dessa belíssima obra:
AS PALAVRAS MAIS PODEROSAS
DO UNIVERSO SÃO AS QUE
VOCÊ DIZ PARA SI MESMO.
Nosso medo mais profundo não é o de sermos inadequados.
Nosso maior medo é não saber que nós somos poderosos, além do que podemos imaginar.
É a nossa luz, não a nossa escuridão, o que mais nos apavora.
Nós nos perguntamos:
Quem sou eu para ser brilhante, maravilhoso, talentoso e fabuloso?
Na realidade, quem é você para não ser?
Você é filho de Deus.
Você se fazer de pequeno não ajuda o mundo.
Não há nenhuma bondade em você se diminuir, recuar para que os outros não se sintam inseguros ao seu
redor.
Todos nós fomos feitos para brilhar, como as crianças brilham.
Nascemos para manifestar a glória de Deus que está dentro de nós.
Ela não está apenas em um de nós, está em todos nós.
E conforme permitimos nossa própria luz brilhar, inconscientemente damos às outras pessoas, permissão
para fazerem o mesmo.
E conforme nos libertamos do nosso medo, nossa presença, automaticamente, liberta os outros.
É a nossa luz, não a nossa escuridão, o que mais nos apavora. Esse trecho para
mim é muito forte, pois, no fundo, você sabe exatamente do que é capaz, mas
você está preso no medo de entrar na arena. Porém, você sabe que pode chegar
aonde deseja. Você sabe que deve chegar lá. Você deve isso a si mesmo. Você
apenas tem de estar disposto a sacrificar os hábitos, coisas e situações que o
estão segurando para o caminho do sucesso.
Comprometa-se em ser quem você sabe que pode ser. Pare de se sabotar e de
escolher o caminho mais fácil. Por isso, eu lhe pergunto: “Por que você tem
medo do seu potencial?”
“ Não importa qual seja seu sonho, a disciplina fará parte da sua rotina
caso você queira alcançá-lo.
Normalmente, quando pensamos em disciplina, imaginamos uma vida chata,
regrada e sem diversão. Chega de sair com os amigos. Chega de redes sociais.
Chega de assistir a seriados. Agora eu vou focar nos meus objetivos e em ser a
minha melhor versão.
O único problema é que, após três meses nesse ritmo, ou você irá alcançar os
seus objetivos ou ficará esgotado. E minha aposta é na última opção, nada contra
você, foi mal. A razão disso é que o caminho que você estava trilhando para
alcançar seus objetivos não é sustentável.
Quem gostaria de ter uma vida onde você não é livre para fazer o que quer? A
disciplina não é o fim da liberdade. É o caminho para a liberdade.
Para mim, disciplina significa você ter o controle, em vez de deixar o
“destino” controlar suas ações. Significa pagar o preço hoje para colher as
recompensas amanhã. Ser disciplinado é o que fará você chegar cada vez mais
perto do seu sonho e de se tornar quem deseja ser.
A DISCIPLINA NÃO É O FIM DA
LIBERDADE. É O CAMINHO
PARA A LIBERDADE.
Porém, ser disciplinado não é fácil, pois são necessárias duas coisas que o ser
humano é péssimo: consistência e paciência. Ninguém quer ficar um ano
malhando para emagrecer, as pessoas querem a dieta da lua cheia, que em 21
dias fará com que percam oito quilos e arrasem no verão.
Os atalhos são sempre mais atrativos. E está equivocado quem acha que eles
não funcionam. Às vezes, funcionam sim. Porém, eles não são sustentáveis. E
nada que não é construído de forma sólida dura muito tempo. E eu tenho certeza
de que você não quer chegar aonde deseja para ver tudo desabar em questão de
poucos segundos.
“Nós somos o que fazemos repetidamente. Excelência, então, não é um ato,
mas um hábito.” – Will Durant.
Ninguém é excelente ou medíocre em tudo que faz. Onde você se encontra em
sua vida é resultado dos seus hábitos. O sucesso e a mediocridade são resultados
dos nossos hábitos. A boa notícia é que podemos ir da mediocridade à excelência
– mudando nossos hábitos.
Mas como fazemos isso?
Antes de começarmos a falar sobre hábitos, produtividade, procrastinação e
outras coisas, gostaria de deixar claro um ponto que vejo com frequência ser
difundido muito, hoje, nas redes sociais.
Acordar às cinco da manhã, não fará você ser bem-sucedido. Os hábitos
mudam sua vida, mas não garantem o seu sucesso. O que isso significa?
Significa que eu preciso que você pare de ler artigos como Os 9 hábitos dos
milionários e queira seguir tudo que eles fazem e está escrito lá. Está tudo bem o
Elon Musk, fundador da SpaceX, dormir apenas duas horas por dia. Está tudo
bem existir pessoas que façam parte do 5am Clube. Está tudo bem existir
pessoas que meditam vinte minutos por dia. Isso não quer dizer que se você fizer
também, será bem-sucedido.
Esses artigos não mencionam que correlação não é causalidade. Acordar cedo,
dormir pouco e tomar banho frio não é a causa do sucesso. Embora alguns
desses hábitos possam ser encontrados em pessoas de sucesso, somente você
pode decidir o que é um bom hábito para você.
Então, quando eu falar aqui sobre hábitos, não estou falando sobre resultados.
Estou falando sobre mudar nosso comportamento para melhorar a qualidade de
nossas vidas. É tudo questão de tentativa e erro. O que funciona melhor para
você não necessariamente funciona para outra pessoa.
Hábitos são pequenas decisões que você toma e ações que realiza todos os
dias. Segundo pesquisadores da Universidade Duke********, os hábitos
representam cerca de 40% de nossos comportamentos em um determinado dia.
Sua vida hoje é essencialmente a soma de seus hábitos. “Você está em forma
ou fora de forma?” Resultado de seus hábitos. “Quão feliz ou infeliz você é?”
Resultado de seus hábitos. “Quão bem-sucedido ou malsucedido você é?”
Resultado de seus hábitos.
O que você faz repetidamente, ou seja, o que você gasta tempo, pensando e
fazendo todos os dias, acaba por formar a pessoa que você é.
Você já deve ter lido por aí sobre algum número mágico da formação de
hábitos. De uma nova dieta até um novo caminho para o trabalho, muitos textos
de lifehacks e livros de especialistas no assunto falam em 21 dias. Já o psicólogo
Jeremy Dean, autor do livro Making Habits, Breaking Habits: Why We Do
Things, Why We Don’t, and How to Make Any Change Stick, apresenta estudos
os quais mostram que se leva em média 66 dias para que alguém adquira um
novo hábito, ou seja, começar a fazer algo que antes não era costume de maneira
automática.
Na minha experiência, porém, o número não é a parte mais importante – você
pode tentar fazer algo por vinte e um dias, sessenta e seis ou duzentos, mas
nunca mudará se não tiver um bom motivo. Uma das coisas que mais nos
impulsionam a mudar é a dor. É, em algum momento, você simplesmente não
conseguir suportar seu comportamento ou situação atual e precisar fazer algo a
respeito.
Ao longo dos anos, eu me encontrei nessa posição várias vezes. Durante o
processo de escrever esse livro eu estava tentando incorporar três atividades em
minha rotina com o objetivo de fazer com que elas se tornassem hábitos –
escrever quinhentas palavras por dia para que eu pudesse concluir e lançar esse
livro, correr ou malhar por trinta minutos por dia para que eu melhorasse a
minha saúde e atingisse oitenta e quatro quilos e publicar todos os dias no
Instagram para criar uma comunidade para o lançamento deste livro.
Embora eu não tenha seguido à risca e feito as atividades todos os dias
conforme desejado, eu consegui no período de dez meses em que me
comprometi de fato com esses objetivos, mesmo falhando inúmeras vezes em
minha rotina, finalizar e lançar este livro que você está lendo neste exato
momento. Também consegui perder oito quilos, pesando oitenta e quatro quilos,
diminuir meu percentual de gordura para 16% e alcançar mais de 20 mil
seguidores no Instagram.
Sonhar grande e sonhar pequeno dá o mesmo trabalho. Quando você lê essa
frase, pode ter certeza que é verdade. O esforço necessário para você sonhar
grande e sonhar pequeno é o mesmo. Mas não para realizar.
Para realizar coisas grandes, é necessário muito mais esforço, dedicação,
recursos e trabalho... e um dos principais fatores para você realizar seus sonhos
grandes é a disciplina e seus hábitos.
Mudando de hábitos
Charles Duhigg, autor do livro best-seller O Poder do Hábito********, explica
em seu livro que os hábitos surgem, porque o cérebro está o tempo todo
procurando maneiras de poupar esforço. Um cérebro eficiente nos permite parar
de pensar constantemente em comportamentos básicos, tais como andar e
escolher o que comer, de modo que podemos dedicar nossa energia mental para
atividades mais complexas.
Em seu livro, o autor apresenta como funciona o loop do hábito, mostrando a
importância desse processo, o qual faz com que, quando um hábito surja, o
cérebro pare de participar totalmente da tomada de decisão. Esse processo,
dentro do nosso cérebro, é um loop composto por três estágios.
O primeiro estágio é denominado por Duhigg como “deixa”, ou seja, é um
estímulo que manda seu cérebro entrar em modo automático, e indica qual
hábito ele deve usar. O segundo estágio é a “rotina”, que pode ser física, mental
ou emocional. Finalmente, existe o estágio da “recompensa”, que ajuda seu
cérebro a saber se vale a pena memorizar este loop específico para o futuro. Ao
longo do tempo, se este loop — “deixa”, “rotina”, “recompensa”; “deixa”,
“rotina”, “recompensa” — fizer sentido para o seu cérebro, ele se tornará cada
vez mais automático.
Os pesquisadores descobriram que as deixas podem ser praticamente qualquer
coisa: desde um estímulo visual, como um doce ou um comercial de TV, até um
certo lugar, uma hora do dia, uma emoção ou a companhia de pessoas
específicas.
Aprendendo a observar as “deixas” e “recompensas” podemos mudar as
nossas rotinas e, consequentemente, nossos hábitos.
É importante notar que eu utilizei o verbo “mudar”. Isso, porque não é
possível fazer com que os hábitos desapareçam de fato, pois eles estão
codificados nas estruturas do nosso cérebro, e essa é uma enorme vantagem para
nós, porque seria terrível se tivéssemos de reaprender a dirigir depois de cada
viagem de férias, por exemplo.
O problema é que nosso cérebro não sabe a diferença entre os hábitos ruins e
os bons, e por isso, se você tem um hábito ruim, ele estará sempre ali à espreita,
esperando as “deixas” e “recompensas” certas aparecerem. A boa notícia é que
podemos criar novos hábitos e substituir os indesejáveis, fazendo com que o
ciclo “deixa”, “rotina” e “recompensa” seja alterado.
“ por que iria chover?” “Ou você teve aquele pressentimento que deveria
fazer um caminho diferente para o trabalho?” “Ou que deveria seguir em
uma determinada direção, mesmo os números apontando para o outro lado?”
“Ou aquela sensação incômoda de que algo está errado?”
Então, talvez seja a sua intuição sussurrando em seu ouvido.
No começo de 2011, eu havia acabado de ingressar em Administração de
Empresas, na Universidade Federal do Paraná. Entrar em uma universidade
pública era um sonho para mim. Sonho esse que acompanhava uma obrigação
velada por parte da minha família.
Escolher um curso aos 17 anos é uma pressão enorme, afinal, ele definirá com
o que você trabalhará para o resto da vida. Ao menos é o que imaginamos antes
do vestibular. Mas vale a pena dar um desconto, somos muito jovens e ingênuos.
Nunca que um curso irá definir o que você fará para o resto da vida – não nos
dias de hoje.
Durante a minha primeira semana de aula, tive uma avalanche de palestras.
Era com o coordenador do curso, falando sobre a nota máxima na avaliação do
MEC; era a Atlética tentando recrutar espíritos festivos; eram ex-alunos, falando
de como a universidade impactou suas vidas, entre muitas outras.
Entre essas, tinha a palestra de um negócio que nunca havia ouvido falar:
Empresa Júnior. O conceito no papel era bacana, uma empresa gerida por alunos
de forma voluntária com o suporte técnico dos professores. Além disso, as
pessoas que já haviam passado por lá estavam em posições de destaque no
mercado de trabalho. Ou seja, eu teria a oportunidade de aprender na prática, me
aproximar dos professores e me conectar com veteranos e ex-alunos. Só havia
um porém, eu precisava estagiar para pagar minhas contas.
Após essa semana de palestras, as aulas começaram, junto com os trotes e
muita integração. Conversei com alguns veteranos sobre as oportunidades na
Universidade, e vários deles me recomendaram a Empresa Júnior do meu curso:
a JR Consultoria. Resolvi então me inscrever no processo seletivo para ver no
que daria.
Durante o processo seletivo da EJ, abreviação carinhosa para Empresa Júnior,
fui me inscrevendo em outros processos seletivos de empresas.
Além disso, meu pai conversou com um amigo que trabalhava no mercado
farmacêutico, como representante comercial, para ver se havia a oportunidade de
estágio. Havia. Passei dois dias inteiros com ele, acompanhando visitas em
médicos, preenchimento de relatórios, técnicas de persuasão e oratória. Tudo
aquilo era muito novo para mim, e eu achei interessante. E... o melhor: o salário
como estagiário era muito atrativo. O emprego perfeito para quem quer entrar no
mercado de trabalho.
Porém, na semana que eu tinha que dizer se eu aceitaria estagiar na empresa
farmacêutica foi a mesma semana que saiu o resultado do processo seletivo da
Empresa Júnior.
Tinha que escolher entre um salário bom, benefícios e um plano de carreira ou
uma aposta de um futuro incerto, acompanhado de muito aprendizado e
desenvolvimento.
Vale dizer que, na época, as Empresas Juniores não tinham tanta visibilidade
nem sequer informações sobre elas como se tem hoje.
Peguei uma caneta e um papel e dividi em prós e contras de cada uma das
iniciativas. Ganhou o estágio remunerado. Mas existia uma voz na minha cabeça
dizendo que eu deveria ficar com a Empresa Júnior. Foi o que eu fiz.
Vamos relembrar o que Steve Jobs disse em seu discurso notório de formatura
na Universidade de Stanford — “Você não consegue ligar os pontos, olhando
para frente, você só consegue ligá-los, olhando para trás. Então você tem que
confiar que os pontos se ligarão algum dia no futuro. Você tem que confiar em
algo – seu instinto, destino, vida, carma, o que for. Essa abordagem nunca me
desapontou, e fez toda diferença na minha vida.” — Se eu não tivesse entrado na
JR Consultoria, eu não teria vivido nenhuma das infinitas experiências que vivi.
Talvez eu não tivesse tanto contato com empreendedorismo, talvez não tivesse
conhecido o conceito de negócios sociais e talvez não tivesse entrado no Grupo
Boticário.
A minha intuição falou mais alto e fez com que eu decidisse pela opção menos
óbvia, mas certa para mim, naquele momento. E talvez a sua esteja falando com
você neste exato momento. “E você, a está escutando?”
O segredo da felicidade
A vida é uma eterna montanha-russa. Com altos e baixos. Alegrias e tristezas.
Medo e adrenalina.
Cada pessoa possui suas próprias montanhas-russas, as quais ao longo da vida
vão ganhando complexidade e novos desafios. Quanto mais crescemos, mais
desafiadoras as montanhas-russas parecem. E, sozinhos, seria impossível de as
encararmos. Por isso existem os “vagões”, os quais preenchemos com diferentes
pessoas de acordo com as fases de nossas vidas. Algumas pessoas que estavam
nos níveis mais fáceis, voltam de tempos em tempos. Várias outras apenas
participam de uma volta. E, alguns poucos o acompanham em todas as voltas e
desafios.
Nossas vidas dependem de nossos relacionamentos. Desde o momento em que
nascemos, contamos com os outros para nos ajudar a criar e nutrir. Não importa
quão independentes ou autoconfiantes nos tornemos, sempre realizaremos mais
com a ajuda de outras pessoas.
Robert Waldinger******** é psiquiatra e atualmente dirige o Harvard Study of
Adult Development, possivelmente o estudo mais longo sobre a vida adulta que
já foi feito na história. O estudo começou em 1938, durante a Grande Depressão
Americana. Durante setenta e cinco anos, os pesquisadores acompanharam as
vidas de 724 homens, ano após ano, perguntando sobre seus trabalhos, vidas
domésticas, saúde, sem saber como as histórias de suas vidas seriam.
De acordo com Waldinger, em seu famoso TED Talk, intitulado “O que faz
uma vida ser boa? Lições do estudo mais longo sobre felicidade”,******** estudos
assim são extremamente raros devido à duração, pois, normalmente, as pessoas
abandonam o estudo, ou acaba o dinheiro para a pesquisa, ou os pesquisadores
perdem o foco, ou simplesmente morrem, e ninguém mais da sequência ao
projeto. Mas por meio de uma combinação de sorte e persistência de várias
gerações de pesquisadores esse estudo sobreviveu.
O psiquiatra explica que os participantes do estudo foram selecionados por
meio de dois grupos. O primeiro grupo era composto por alunos do segundo ano
da Universidade de Harvard, e o segundo grupo era composto por jovens dos
bairros mais pobres de Boston – escolhidos especialmente, porque eram de
algumas das famílias mais problemáticas e desfavorecidas da cidade da década
de 30.
Quando eles entraram no estudo, todos esses jovens adultos foram
entrevistados, fizeram exames médicos e tiveram seus pais entrevistados. Então,
esses homens se tornaram adultos e seguiram diversos caminhos na vida, um
deles virou presidente dos Estados Unidos, outro um famoso editor do
Washington Post e muitos outros seguiram suas vidas normalmente. A cada dois
anos, a equipe de pesquisadores se reunia com os homens do estudo para dar
sequência na pesquisa. O resultado é uma abundância de dados sobre saúde
física, mental e emocional.
“Então, quais são as lições que extraímos desse estudo liderado atualmente
por Waldinger?” Bem, as lições não são sobre riqueza, ou fama, ou trabalhar
mais e mais. O pesquisador afirma com convicção que o principal ensinamento
desse estudo é que “Bons relacionamentos nos mantêm mais felizes e saudáveis.
Ponto final.”
“Bons relacionamentos não apenas protegem nossos corpos, eles protegem
nossos cérebros”, continuou Waldinger.
Independentemente de qual seja a montanha-russa que você esteja enfrentando
no momento, se você está de cabeça para baixo nela ou não, se você está
assustado ou se divertindo, dê valor às pessoas que estão no vagão com você,
pois a forma como você se relaciona com elas é um dos principais fatores
responsáveis pela sua felicidade.
N mas longe, só, juntos. Por isso eu gostaria de fechar esse livro
agradecendo a todas as pessoas que me ajudaram de alguma forma em
sua construção. São eles que me apoiaram durante esses meses e me fizeram
acreditar que eu tinha algo de valor a compartilhar.
Além disso, para mim, é extremamente importante deixar claro a dívida que
tenho com os muitos autores, empreendedores e pensadores que me inspiraram
ao longo dos anos. A realização deste livro não teria sido possível sem essas
pessoas importantes e significativas em minha vida. Todo pensamento de valor
que você encontrar aqui veio deles... não de mim.
Sou grato ao meu amor, Veridiana Stange Nichel, por sempre acreditar nas
minhas loucuras, me fazer enxergar os caminhos obscuros e dar luz para a minha
vida. Aos meus pais, Adriana Green e Marcos Capel, por sempre apoiarem
incondicionalmente minhas ideias. Às minhas irmãs, Julianna Green e Amanda
Capel, por sempre me lembrarem de que a vida pode ser mais leve, alegre e
divertida e por resgatarem o que há de mais puro em mim. Aos meus avós, Leoni
Tarastchuck Cordeiro e Luis Roberto Gonçalves Cordeiro, que sempre fizeram
de tudo para eu ser quem sou. Aos meus sogros, Rosane Stange Nichel e Paulo
Cesar Nichel, por sempre serem generosos comigo e fazerem muito mais do que
eu mereço.
Sou grato também aos meus amigos e sócios, Fábio Friedrich, Arthur Santos e
Caio Quincozes, por me permitirem viver meus talentos, me complementarem e
darem espaço para eu focar neste projeto.
Sou grato ao Deepak Ramola e Apoorva Bakshi, por serem amigos incríveis e
a faísca necessária para uma ideia se tornar o meu primeiro livro. Ao João Pedro
Novochadlo, por acreditar no meu trabalho, me apoiar e contribuir com inúmeras
ideias. Ao Kiko Kislansky e Viviane Araújo, por incentivarem a escrita deste
livro e abrirem muitas portas com indicações e dicas. Ao Leandro Piazza, por me
mentorar não apenas no livro como também em minha carreira.
Sou grato às minhas queridas amigas: Alana Serrano, Carinna Corso, Danielli
Yumi e Pâmela Albertini, por inúmeras vezes lerem, revisarem e se colocarem à
disposição para auxiliar o projeto no que fosse necessário.
Sou grato a Alberto Cabanes, Allister Fa Chang, Alparslan Demir, Bibiele
Natalie, Bruna Brito, Bruna Karas, Daniela Retamales, Elisa Muñoz, Ester
Athanásio, Guilherme Kazuo, Guilherme Neves, Laila Purim, Lucas Schweitzer,
Marina Melero, Matheus Cardoso, Sonal Jain e Tony Bernardini, por
compartilharem um pouco de suas lindas histórias, tropeços e conquistas. Vocês
me inspiram todos os dias.
Sou grato a toda equipe técnica que se envolveu com o livro. Marisa Barreto,
sem você o projeto não teria tomado forma. Sua atenção, disposição e paciência
sempre me fizeram acreditar que tudo daria certo. Elisabete Bórmio, obrigado
por me ajudar a cortar os superlativos desnecessários (parte deles, pelo menos) e
a me manter em uma linha narrativa coesa. Guilherme Xavier e Julia Mantovani,
obrigado pelas ilustrações, projeto gráfico e capa, seus olhares sensíveis
ajudaram a captar visualmente o que está em palavras neste livro.
Sou grato a Cynthia dos Reis, sem você, não existiria o livro físico, e ao Pedro
Borba, sem você, o livro não teria o alcance que tem.
Sou grato a você, que me segue, que compartilha minhas ideias e que está com
este livro em mãos. Acredito fortemente que nada é por acaso. Se você chegou
até aqui, é porque há uma razão muito forte. Sem você, não existiria sentido em
compartilhar. E, quanto mais compartilharmos, mais crescemos. Obrigado por
me fazer um escritor, empresário e, principalmente, uma pessoa melhor!
Por fim... “Seria errado agradecer aos meus cachorros?” Se não for...
obrigado, Cacau, Cookie e Filó, por sempre deixarem tudo mais divertido.
Se você nunca escreveu um texto de agradecimento, tente reservar uma manhã
para fazer isso. Acabei de descobrir a alegria e o privilégio de lembrar que
somos amados e que não fazemos nada sozinhos.
Não hesite em me mandar uma mensagem nas minhas redes sociais e deixar
sua avaliação na Amazon.
Receber feedback é importante para eu saber se estou no caminho certo. As
pessoas tendem a falar mais mal do que bem. Você também. É só parar por um
segundo e observar o seu dia a dia. Basta uma pequena reclamação para gerar
empatia e uma roda de conversa começar. O mal sempre vence. Mentira. O mal
sempre chega primeiro, mas não necessariamente vence. Ele só vencerá se você
o deixar vencer ou deixar que ele destrua seus sonhos.
As pessoas quando não gostam, saem contando para todos. Não gostaram
daquele restaurante, contam para todos e avaliam com uma estrela. Não
gostaram daquele passeio, contam para todos e avaliam com uma estrela. Não
gostaram daquele hotel, contam para todos e avaliam com uma estrela.
E, se gostou? Dificilmente tiramos um tempo para avaliar bem e deixar cinco
estrelas.
Caso não goste, fale. Caso goste, acho difícil que fale, mas mesmo assim, se
esforce para falar.
Para mim, independentemente, se você gostou ou não do livro, você destinou
o seu maior ativo nele: o seu tempo. Não tem como voltar, e eu sou grato por
isso.
Por isso, reforço meus agradecimentos a você que leu este meu primeiro livro.
Muito obrigado.
É SÓ O COMEÇO.
VAMOS QUE VAMOS!
******** Disponível em:< https://medium.com/swlh/entrepreneurial-sixth-sense-how-intuition-drives-
stronger-decision-making-fc906624641c>. Acesso em:20.08.20
******** Disponível em:< https://medium.com/better-humans/how-to-make-better-decisions-by-
improving-your-intuition-a5ede405d7af>. Acesso em:12.08.20
******** Disponível em:< https://medium.com/swlh/your-intuition-will-whisper-to-you-told-you-so-
67db8b206eda>. Acesso em:12.08.20
******** Disponível em:< https://www.fastcompany.com/3034677/the-5-different-types-of-intuition-and-
how-to-hone-yours>. Acesso em:12.08.20
******** Disponível:< https://medium.com/swlh/entrepreneurial-sixth-sense-how-intuition-drives-
stronger-decision-making-fc906624641c>. Acesso em:12.08.20
******** Disponível em:< https://www.youtube.com/watch?v=_FfypyFsGhk>. Acesso em:12.08.20
******** Disponível em:< https://www.youtube.com/watch?v=_FfypyFsGhk>. Acessoem:12.08.20
******** Disponível em:< https://www.youtube.com/watch?v=9KiUq8i9pbE>. Acesso em:12.08.20
******** Disponível:< https://www.netflix.com/br/title/70044605>. Acesso em:20.10.20
******** Disponível em:< https://www.inc.com/quora/money-wont-make-you-happy-heres-what-will-
accordin.html>. Acesso em:12.08.20
******** Disponível em:<
https://www.ted.com/talks/robert_waldinger_what_makes_a_good_life_lessons_from_the_longest_study_on_happiness
Acesso em:12.08.20
******** Disponível em:<
https://www.ted.com/talks/robert_waldinger_what_makes_a_good_life_lessons_from_the_longest_study_on_happiness/tr
share=1fca5bb762&language=pt>. Acesso em:20.08.20
******** Disponível em:< https://filmow.com/rocky-balboa-t6146/>. Acesso em:20.10.20