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faunb
Dezembro de 2016 - edição 1/2016 - n˚ 06
faunb
Universidade de Brasília
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Por ser de lá
Do sertão, lá do cerrado
Lá do interior do mato
Da caatinga do roçado
Por ser de lá
28 NOVOS ARQUITETOS
74 ENCONTROS
76 pé na estrada um pé em diversos
territórios: do familiar ao alheio
80 exposição diplô 1/2016
81 a experiência de transformação urbana
81 clima e repertório arquitetônico
82 cine fau a utopia e a distopia na cidade
modernista
83 conservação da arquitetura moderna
desafios e ações
83 ii ciclo políticas urbanas e regionais no
brasil
84 iv jornadas labeurbeanas
85 como construímos brasília uma conversa
com jayme zettel
86 a invenção do tropicalismo na baía de
guanabara
88 aula magna rosa kliass no cerrado
90 GALERIA
92 #rosakliassnocerrado
100 HOMENAGEM
102 cerrado
PES
QUI
SA
S empre que sou instado a escrever sobre o Ensaio
Teórico da FAU, a ideia recorrente é destacar a singu-
tanto, muito contribui o diálogo com orientadores,
membros da banca e colegas.
laridade desta disciplina e recobrar as grandes possi- Os dez Ensaios Teóricos que serão apresentados
bilidades de desdobramento futuro que ela enseja. a seguir foram selecionados a partir das indicações
O resultado exitoso dos Ensaios Teóricos realizadas pelas bancas. Agradeço o apoio funda-
demonstra que a disciplina se mantém como um mental dos professores Marcos Thadeu Magalhães,
momento especial na trajetória acadêmica dos alunos Pedro Paulo Palazzo, Elane Ribeiro Peixoto e Maria
da graduação, apesar da premência do cronograma, Fernanda Derntl, que compuseram comigo uma
mesmo com a concorrência de outras atividades e comissão ad hoc para esta seleção. Agradeço também
disciplinas. todos os professores que participam das bancas!
O historiador Eric Hobsbawm afirma que Em meio à diversidade de temas e assuntos
é mais fácil formular perguntas do que elaborar de que os Ensaios Teóricos tratam fica aberta a
respostas. Nesse sentido, ao estimular o enfrenta- possibilidade de compartilhar a formulação dessas
mento de assuntos variados que estejam inscritos perguntas e a construção de respostas, ora elabo-
nos amplos e diversificados domínios do campo da radas nestes Ensaios.
arquitetura e do urbanismo, o Ensaio Teórico deve
instigar e produzir impulsos para que os alunos
possam formular questões para explorar temas, Eduardo Rossetti
assuntos e questões, à procura de respostas. Para Coordenador de Ensaio Teórico
On every occasion in which I am called upon to The ten Theoretical Essays presented in the
write about the Theoretical Essay course at FAU, the following pages were selected among those recom-
recurring idea is to highlight the uniqueness of this mended by the examinators. I would like to thank the
discipline and reinstate the great possibilities for future key support from professors Marcos Thadeu Magalhães,
development that it entails. Pedro Paulo Palazzo, Elane Ribeiro Peixoto and Maria
The positive results from the Theoretical Essays Fernanda Derntl, who have taken part with me in an ad
is a sign that the discipline endures as a special time hoc selection committee. I extend the thanks to all the
in the undergraduate student’s academic life, despite professors who took part in the assessment of the essays!
the course’s tight schedule and the competing priorities Amidst the diversity of themes and subjects covered
from other activities and classes. by the Theoretical Essays, we provide the opportunity
Historian Eric Hobsbawm states that it is easier to share the formulation of questions and construction
to formulate questions than to devise solutions. In this of answers, drawn up in the following Essays.
regard, by motivating students to tackle the various
subjects inscribed in the field of architecture and
urbanism, the Theoretical Essay should inspire and
incite the formulation of questions to explore themes,
topics and questions in the search for answers. This
process is greatly enriched by discussions with advisors,
the examining committee and colleagues. Eduardo Rossetti - Theoretical Essay coordinator
arqui #6
inhotim
arte e arquitetura
14 1/2016
The essay “Inhotim: Art and Architecture” explores the relationship between the architecture of museums and
gallery spaces with the artworks that they exhibit through the case study of Instituto Inhotim, located in Brumadinho,
Minas Gerais. The study of the Lygia Pape and Cosmococa galleries is the starting point to understand how an
artwork could be taken into account in the design of its container and how these relationships could be translated in
architectural design.
O cubo branco, proeminente na a relação existente entre o campo da escala, superfícies envolventes, luz, som
maior parte dos museus e galerias do arquitetura e o das artes visuais. Para e a obra em si. Esses são aspectos que,
mundo contemporâneo — segundo tanto, questiona-se como os pavilhões quando analisados, permitem buscar
Sonia Salcedo del Castillo, em seu do Instituto Inhotim atendem às dife- os princípios definidores do projeto,
livro Cenário da arquitetura e da arte: rentes demandas não só relacionadas mediante estratégias e táticas que os
montagens e espaços de exposições — às obras, mas também às experiências arquitetos utilizam dentro do processo.
foi promovido por arquitetos e museó- dos visitantes, e quais são as propostas Dessa forma, o estudo estrutu-
logos que o divulgaram como exemplo relativas ao espaço, à circulação, à ilumi- rou-se em duas etapas. A primeira desti-
de uma solução ambiental supostamente nação e à receptividade designadas a na-se a apresentar o Instituto Inhotim
neutra, a serviço da obra de arte, exclu- distintos públicos. como um todo. Na segunda, duas gale-
sivamente. Assim, esse espaço hermético Partindo dessa indagação, levan- rias foram escolhidas para uma análise
seria incapaz de interferir no que estava tam-se, ainda, algumas questões prelimi- mais detida. Trata-se da Galeria Lygia
sendo exposto. nares: como a arquitetura pode impactar Pape, projetada pelo escritório Rizoma
Diferentemente desse pensa- a percepção das obras de arte, enfati- Arquitetura, e da Galeria Cosmococa,
mento, e diante de um desenvolvimento zando impressões e valores? Ela teria um pavilhão desenvolvido pelos Arquitetos
museológico mais livre, Inhotim criou papel na preparação do visitante em sua Associados. A escolha justificou-se pelo
e permanece criando, em um mesmo fruição? No caso de ser essa uma diretriz fato de ambas possuírem instalações
espaço, uma série de pavilhões que de projeto, como poderia ser traduzida artísticas e por evidenciarem, de uma
possuem estreita relação com a obra em desenhos técnicos? Para responder maneira mais contundente, as diferentes
que expõem, conferindo, muitas vezes, a essas questões, propõe-se a análise experiências sensoriais que tanto a
efeitos sinestésicos a par de um equilí- dos pavilhões por meio das soluções de obra exposta quanto a arquitetura que
brio entre arte e arquitetura. projeto, ou seja, por meio da leitura do a envolve sugerem.
Em face de propostas tão diversas, espaço. Para tal, foram considerados
o incentivo para a pesquisa do Insti- alguns aspectos presentes no conceito
tuto parte de um interesse pessoal de ambiência, como memória, volume- Orientadora: Elane Ribeiro Peixoto
em conhecer, de forma aprofundada, tria, percurso, hierarquia dos espaços, Banca: Ana Zerbini e Sérgio Rizo
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arqui #6
habitação de interesse
social e a atuação de
arquitetos renomados
três casos paulistas
The essay surveys social housing projects of renowned architects built between 2005 and 2012 in the city of São Paulo,
specially regarding the potential of the chosen case studies to increase in value. The study of these projects takes
Bourdieu’s idea of social space as a theoretical framework, regarding how social spaces shape physical space through
the division of people by means of symbolic and cultural capital. The essay seeks to identify these new models of
architecture, which are considered notable precedents to a new generation of architects and architecture students.
Andrea Lucena
A produção do habitar sempre temporal de 2005 a 2012, em São Paulo, tação social de pertencimento à classe
foi objeto de estudo do campo da período inicial dos novos programas média, refletiu no desejo de consumo
arquitetura, ainda que aos moldes do habitacionais da SEHAB. Tal escolha de bens culturais simbólicos típicos
mercado imobiliário, agente transfor- deveu-se à mudança de foco dos da elite, tal como a arquitetura. Se por
mador do espaço do solo em merca- programas padrões de conjuntos habi- um lado, o arquiteto, inserido no campo
doria. É possível conectar o mercado tacionais para a revitalização da cidade cultural, é responsável pelo processo
imobiliário com a teoria de Bourdieu informal e valorização do arquiteto como bilateral de exaltação do bom gosto,
de “espaço social reificado” ou “espaço agente transformador do espaço. Assim, sendo o produtor cultural, o cliente de
físico apropriado”, de forma que ele foram escolhidos três exemplares para o habitação de interesse social também
determina a organização hierárquica estudo: Residencial Alexandre Mackenzie se encara como um consumidor, atri-
do espaço físico por meio da quantidade (2008), dos arquitetos Alexandre Bolda- buindo um novo olhar àquele espaço.
e dos tipos de capitais possuídos pelos rini e Sérgio Faraulo, Parque Novo Santo É dessa forma que a participação de
agentes sociais. Com isso, o mercado Amaro (2009), de Vigliecca & Associados, arquitetos renomados faz com que esses
colabora na determinação da existência e Jardim Edite (2010), de MMBB e H+F. exemplares, denominados por Stevens
social do indivíduo e na formação de Nesses projetos, a perspectiva em O círculo privilegiado (2003) como
seu habitus, ou seja, o conjunto de suas adotada mostra, em vez da criação de “lar”, estejam lado a lado das “casas”,
disposições interiorizadas. novos guetos, a intervenção como nas ou “objets d’art”, nas publicações de
De fato, o arquiteto, sujeito atuante décadas anteriores, para a intervenção no arquitetura.
no campo do mercado imobiliário, pode local foco, mantendo assim os indivíduos Por fim, a abordagem deste ensaio
se inserir nele de várias maneiras, assim em seu próprio habitat. Em ambos os resumiu-se em vislumbrar a relação do
como na situação específica abordada casos, a hierarquização da sociedade é arquiteto com essa nova esfera social e
neste ensaio. Nesse caso, os arquitetos mantida, mascarada pelo “efeito de natu- ampliar a investigação da organização
que se destacaram primariamente por ralização”, o qual reproduz as diferenças espacial das moradias, do ponto de vista
uma atuação de certa forma elitista, para mediante as lógicas sociais, aludindo à antropológico, a fim de melhorar a quali-
o tipo de cliente unifamiliar, agora estão natureza das coisas, tal como uma fron- dade espacial do projeto de habitação
atuando no campo da habitação de inte- teira natural. No entanto, essa fronteira de interesse social e contribuir para a
resse social. nos casos atuais traz a sensação de valorização do habitante.
A partir do histórico das polí- vínculo das pessoas ao espaço, conferindo
ticas habitacionais de interesse social o peso ao seu “lugar de nascimento”.
no Brasil, o enfoque do trabalho foi Essa valorização do espaço Orientador: Eduardo Rossetti
pesquisar produções publicadas em informal com a intervenção de arqui- Banca: Cecília Gomes de Sá e
revistas de arquitetura no recorte tetos, considerando o cliente de habi- Ricardo Trevisan
16 1/2016
Parque Novo Santo Amaro,
foto por Leonardo Finotti .
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arqui #6
um olhar para a
terceira idade
The essay presents a proposal for an ideal shelter for elderly people and analyses how it could positively affect the
well-being of those who are leaving their homes to live in a new place, distant from all that is familiar. It is divided into
three parts: a literature review about the changes associated with ageing, aimed at understanding the needs of the
elder, a survey of existing retirement homes and a sensitive pondering on these spaces, all interrelated in the proposal
for improving the daily life of the elderly.
Ao chegar à terceira idade, o ser novo lugar. Em um espaço que seja o universal acessível, abrange lições
humano se encontra em uma situação mais próximo de um ambiente domés- arquitetônicas de aspectos físicos
em que nunca se viu antes. Muitos tico e em que ele possa ter o máximo de que pretendem facilitar a vivência do
idosos perdem parte do seu poder de independência. E também um espaço idoso. Para tanto, parte do pressuposto
decisão e de certa forma de sua inde- capaz de oferecer atividades que o de que o corpo de cuidadores é quali-
pendência, precisando muitas vezes de façam sentir mais vivo e revigorado, ficado e presta um bom atendimento
cuidados de terceiros. proporcionando-lhe uma melhor quali- aos hóspedes.
Na maioria das ocasiões as famí- dade de vida. Além das questões físicas da
lias não podem cuidar de seu parente É importante olhar para os idosos disposição espacial, funcionalidade
idoso, seja por falta de tempo ou de com mais respeito, como pessoas que e acessibilidade, é importante que a
condição financeira, uma vez que bancar não apenas estão no final da vida, mas arquitetura proporcione espaços agra-
um cuidador particular é muito caro; que já viveram e deram muito de si e dáveis e estimulantes que vão além
ou o idoso não criou vínculos afetivos que merecem consideração e admiração. de simplesmente atender às normas e
durante a sua vida. Assim acabam Assim, ao olhar para um lar de idosos busque influenciar positivamente no
buscando uma alternativa fora de casa. deve-se fazê-lo de forma mais humana bem-estar dos idosos. Por conseguinte,
Quando esse idoso vai para um e notar que é um lugar que precisa valo- deve-se atentar para aspectos como
abrigo, além de conviver com pessoas rizar, acolher e ajudar os idosos, para revestimentos, aberturas para o meio
que ele nunca viu, depara-se com um que se sintam o mais em casa possível, externo, as visuais do espaço, locali-
lugar que não é dele, um lugar que não a fim de auxiliar na transição da sua zação no contexto urbano e dar a devida
é seu lar. E nessa idade a capacidade de casa para este novo lugar. importância para espaços voltados para
adaptação é muito baixa, o que faz com O ensaio faz uma reflexão sobre o lazer e atividades em geral.
que esse processo seja muito difícil. alguns lares de idosos e se traduz em
Por meio da Arquitetura, acredi- ideias a serem aplicadas em um projeto
ta-se ser possível ajudar a fazer com de um lar para a terceira idade. Assim, Orientadora: Maria Cecília Gabriele
que ele se sinta mais à vontade nesse além dos aspectos da arquitetura Banca: Camila Sant’Anna e Paola Ferrari
18 1/2016
food truck e espaço
público
Food trucks have become a nationwide trend in Brazil, impacting the local economy and the use of public spaces. The
research assesses the national legislation regarding these businesses, inquires about the origins of food trucks and
analyzes their peculiarities as a form of street food distribution in regards to public space, within a perspective of the
active use of the city’s free spaces. Through this analysis, the study points out policy gaps and proposes amendments
concerning this type of business.
Considerado um dos modelos bilização nos horários das refeições, a não propiciando, assim, um custo-be-
mais promissores no âmbito de comida comida de rua compreende a opção mais nefício promissor.
de rua, os food trucks remontam aos viável para grande parte da população. Embora a prática de venda de
velhos tempos. O termo, assim como No segundo cenário se remete à comida na rua não seja recente, os
esse método de comercialização de intensificação de tais empreendimentos food trucks trazem peculiaridades que
alimentos, veio importado dos EUA. Lá pelas suas participações em feiras e não estão ainda plenamente contem-
ganhou forma com a crise econômica de eventos, sendo grandes atrativos para os pladas na legislação, o que torna atra-
2008, o que levou muitos restaurantes donos, por se tratar, em sua maioria, de tiva a necessidade de um estudo que
a fecharem as portas e alguns chefes de eventos com um grande fluxo de pessoas preconize a sua relação com o urbano,
cozinha a investirem na rua como local e, consequentemente, com um grande viabilizando uma visão geral da situ-
de preparação e venda de seus pratos retorno financeiro. Os food trucks esta- ação legislativa e suas implicações
de alta gastronomia e a baixo custo. cionam em um determinado local do no espaço público. Afirmação que se
O fenômeno se desdobra em três evento, criando um espaço de variedade confirma pelo fato de apenas oito, de
cenários distintos, sendo eles, respectiva- gastronômica, e grande parte da popu- trinta e três cidades analisadas, possu-
mente, o food truck como comida de rua, lação, na busca por lazer e vivacidade, írem uma legislação a respeito dos food
como apoio para eventos e atividades lota tais eventos, tornando-os espaços trucks. Ficou evidenciado na pesquisa
e como atrativo em si. No cenário mais de encontro. o reflexo de uma legislação nacional
comum, um food truck exerce a tradi- E como terceiro e último cenário, falha no que diz respeito aos food trucks
cional função de fornecedor de comida a grande demanda de um espaço para e sua inserção no tecido urbano, dado
de rua, não sendo um atrativo em si, tais empreendimentos fez surgir o seu grande papel de potencial urbano
mas sendo o público o grande atrativo. fenômeno chamado food trucks, que e revitalizador na cidade. Além disso, a
Isso vem como resposta ao modo de nada mais é do que um grande espaço ausência de sua organização pode gerar
vida urbano contemporâneo, carac- privado que abriga todo o mobiliário e as incômodos para a cidade, como ruídos,
terizado pela escassez de tempo para instalações necessárias para food trucks poluição visual e barreira de acesso.
preparo e consumo de alimentos, pelo efetuarem ali as suas vendas. Tem como
deslocamento das refeições de casa para forma de pagamento um aluguel mensal
alimentação fora desse ambiente, pelo ou diário, que por vezes é tomado pela Orientadora: Gabriela Tenorio
uso de alimentos prontos e diversificados grande especulação imobiliária local, Banca: Camila Sant’Anna e
para o consumo. Além disso, pela flexi- exigindo grandes valores de pagamento, Giuliana Freitas
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arqui #6
a arquitetura de
abrigos para crianças
e adolescentes
em contexto de
vulnerabilidade social
um estudo do espaço arquitetônico e sua
relação com a condição psicológica e o
desenvolvimento dos usuários
20 1/2016
The essay surveys the architectural space of shelters for vulnerable children and teens in order to understand the
relationship between the space, the state of mind and the psychological development of the building’s occupants.
The analysis is based on areas such as environmental perception and developmental ecology. It shows that shelters
can influence the lives of children in their process of growth and socialization, being decisive in the comprehensive
development of all their cognitive and emotional skills.
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arqui #6
smart cities e a
governança da
resiliência urbana
The study investigates how smart cities could improve not only urban resilience but also governability. The concepts
for smart cities, urban resiliency and governability are initially drawn out and interrelated, in an effort to pinpoint the
convergence of these subjects. The study goes on to evaluate the use of new technologies and the promotion of
partnerships with large companies within urban planning. It shows how such technologies and partnerships could help
to support the development of better cities.
A tecnologia sempre determinou, dades sistêmicas – tem sido cada vez vimento da população. A resiliência
em algum aspecto, a forma das cidades, mais justificada pelas transformações deve existir em todas as instâncias da
seja no método de construção, seja que o mundo vem enfrentando, sejam governança, para poder então existir
na abertura de ruas mais largas para elas por razões climáticas ou por conta na cidade.
carros. Mas no século XXI ela tem inter- do rápido crescimento das populações Smart Cities e resiliência urbana
ferido de uma forma mais profunda; urbanas. Entretanto, a resiliência podem ter uma relação intrínseca
mudando a forma como as pessoas se depende de uma rede de estruturas quando ambas se associam na gover-
relacionam com as cidades. Ao usar funcionando de forma alinhada. Dessa nança da cidade, seja fortalecendo-a ou
dados e tecnologia de informação para forma, se ocorre uma falha, o sistema servindo como base para seu funciona-
contribuir ou apoiar o planejamento fica comprometido. A governança das mento adequado. Entretanto, apesar de
urbano, é possível dar voz aos habi- cidades é o maior provedor dessa rede, e se encontrar cidades resilientes que não
tantes mesmo não intencionalmente, só há resiliência se houver interesse da são Smart Cities, a maioria das Smart
pois é o vinculo, o movimento que cada governança em apoiar seu desenvolvi- Cities é resiliente. Uma cidade prepa-
pessoa faz, que será transformado nas mento. A governança pode ser concei- rada pode ser vista, de forma simplifi-
sequências computadorizadas usadas tuada como uma rede de comunicação cada, como uma cidade onde os serviços
pelos governos e instituições. A tecno- e organização entre agentes – gover- funcionam adequadamente, que está
logia pode ser uma ferramenta de demo- namentais ou não – que se articulam ciente de suas vulnerabilidades e que
cratização tanto quanto pode ser uma para que as pessoas e as organizações tenta se fortalecer perante elas. Nesse
ferramenta de segregação. Assim como dentro de sua área de atuação tenham caso, a população e o governo se comu-
ela também pode ajudar a solucionar uma conduta determinada, satisfaçam nicam, e a governança é equilibrada.
problemas de planejamento ou desenho suas necessidades e respondam às suas Todas essas características são buscadas
urbano. No entanto, não isoladamente demandas. Entende-se que gover- pelas Smart Cities com o uso de tecno-
e não com o uso extensivo. A utilização nança pode existir sem governo, mas o logias. Logo, em algum momento há
desse tipo de recurso deve compreender governo e a comunidade compreendem uma convergência.
uma governança adequada. papéis específicos que não podem ser
A busca pela resiliência urbana substituídos. Para se ter cidades prepa-
– definida como a capacidade de uma radas, é tão importante que a câmara Orientadora: Raquel Blumenschein
cidade de sofrer mudanças ou passar legislativa da cidade esteja envolvida, Banca: Benny Schvarsberg e
por problemas e manter suas capaci- quanto é tão importante se ter o envol- Monica Gondim
22 1/2016
zemch
construção em massa e sustentabilidade
Civil construction is one of industries that uses up the greatest amount of energy and natural resources. This pushes
the construction sector to constantly streamline its production processes. The idea of the Zero Energy Mass Custom
Homes (ZEMCH) originated in such a context, from the merging of energy efficiency with mass customization. The
study surveyed and compared case studies, allowing for the recognition of certain design parameters that contribute to
the assimilation of the ZEMCH ideas in industrialized collective housing.
Natália Brasil
A construção civil tem grande conhecidas por sua produção em massa em comum adotadas pelas empresas de
impacto ambiental. O setor é respon- de habitações customizadas e que modo a tornar a ocupação do edifício
sável por consumir quase metade da apresentavam também preocupações sustentável. As empresas se atentam
energia elétrica do país e por produzir relativas ao impacto ambiental de suas a fatores como ventilação, iluminação
metade das emissões de dióxido de casas, além de se observar o contexto (natural e artificial), produção de energia
carbono na atmosfera. Assinale-se da industrialização da construção em e isolamento térmico para redução do
que é o próprio consumo de energia cada país. consumo de energia e emissões de
que acarreta grande parte dessas emis- A customização em massa carbono, além de prever e facilitar a
sões. Tal impacto se dá, em maior peso, mostrou-se altamente vantajosa na manutenção de suas casas, visando à
nas etapas de produção e ocupação busca por sustentabilidade. A produção durabilidade.
do edifício. Isso torna necessário um de elementos construtivos em ambiente Além de se observar diretrizes
olhar atento ao projeto, que, para fabril oferece maior controle sobre pertinentes ao conceito de ZEMCH, foi
tornar-se sustentável, deve focar tanto questões de desempenho ambiental, possível também analisar brevemente a
em produção otimizada quanto em tais como consumo de energia e água, situação brasileira em relação à cons-
ocupação eficiente. e emissões de CO2. Nesse caso, produ- trução industrializada. Como foi possível
Nesse contexto, o conceito de Zero zem-se elementos modulares inter- ver ao longo do estudo, a industriali-
Energy Mass Custom Homes (ZEMCH) cambiáveis que, combinados entre si, zação está fortemente ligada à redução
surgiu na última década como a união formam maior número de variedades, do impacto ambiental de um edifício. A
entre fatores de customização em massa sendo possível assim atender às neces- predominância, no contexto brasileiro,
e eficiência energética visando menor sidades individuais dos consumidores de materiais convencionais e intenso
impacto ambiental na construção civil. sem perder as vantagens da produção uso da mão de obra é algo que deve ser
Para verificar diretrizes arquite- em economia de escala. Com exceção fortemente questionado.
tônicas e formas de produção incorpo- da empresa brasileira Tecverde, todas as
ráveis ao conceito de ZEMCH, foram empresas estudadas disponibilizavam
feitos estudos de casos em quatro catálogos de soluções para seus clientes. Orientadora: Vanda Zanoni
países – Japão, Estados Unidos, Suécia No que se refere ao projeto arqui- Banca: Júlio Eustáquio e
e Brasil. Foram estudadas seis empresas tetônico, foi possível observar diretrizes Oscar Luís Ferreira.
23
arqui #6
arquitetura da
aprendizagem
o ambiente escolar e a formação
da criança
Space plays an integral part in child growth, and the way it is organized can have the power to influence a child’s
development. It should be tailored to the child’s size and scale, and created with their needs and activities in mind.
The educational environment is the setting for a great portion of the child’s life and should be envisioned for these
occupants. This essay brings together information on pedagogy to analyze its relationship with architecture. Its purpose
is to enquire how the configuration of the school environment can influence the development of children.
Os espaços projetados para as de tomarem suas próprias decisões, de uma autoridade, mas sim um orien-
crianças devem ser elaborados de acordo forma a contribuir positivamente com o tador que tem a função de transmitir
com suas necessidades, faixa etária e mundo ao redor, e as arquiteturas dessas o conhecimento de forma dinâmica,
atividades ali desempenhadas. Eles escolas devem estimular isso. segura e criativa.
devem abrigar os recursos necessá- Apesar de haver maior variedade Existe a necessidade de “huma-
rios para o desenvolvimento de suas de atividades no atual sistema educa- nizar” o espaço interno e adaptar a
potencialidades e contribuindo para o cional brasileiro, existem muitas escolas proporção com a escala infantil, para
desenvolvimento físico, psicológico, que ainda prezam por configurações permitir a manipulação do mobiliário
intelectual e social. Com isso, devem espaciais tradicionais. Assim, ainda pelos usuários, enfatizando a necessi-
ser fundamentais para a sua formação são exigidas avaliações constantes dade de paisagismo, harmonia entre os
como seres humanos. dos sistemas de educação, o que muitas elementos construtivos, as cores e os
A escola, como um espaço desti- vezes limita os alunos nas suas poten- materiais. O contato com equipamentos
nado às crianças, deve respeitar esses cialidades. A maioria das arquiteturas variados no cotidiano deve ser estimu-
fatores de maneira prioritária. Isso das escolas brasileiras é reflexo disso, lado, a fim de preparar o aluno para o
porque, além de influenciar ativa- e suas organizações espaciais são feitas mercado de trabalho e para a vida.
mente no seu desenvolvimento pessoal, com a intenção de controlar os alunos Nesse sentido, tendo em vista as
representa o local com mais recorda- por meio da disciplina. A partir disso, elucidações aqui expostas a respeito da
ções da infância. Por isso, o ambiente entende-se que o atual sistema não interferência da configuração espacial
escolar deve ter um caráter pedagógico está preocupado prioritariamente com dos ambientes escolares na formação
e proporcionar o bem-estar, por meio da a formação holística do aluno, mas com de uma criança, conclui-se que o espaço
sensação de acolhimento e liberdade. a sua avaliação intelectual. não é neutro, ao contrário, ele é capaz
As metodologias pedagógicas A educação deve ser baseada de influenciar na conduta infantil. Um
apresentadas apontam características na atenção ao desenvolvimento das lugar, dependendo como foi organizado
comuns de respeito primordial ao ritmo opiniões individuais, na harmonia das e projetado, pode ser estimulante ou
e limitações das crianças. Tendem a necessidades e habilidades e na preva- limitador do processo de ensino e apren-
formar ambientes propícios ao desen- lência de um espírito humanitário. A dizagem e da formação das crianças.
volvimento delas pelo estímulo à criati- criança deve ser educada para se tornar
vidade, autonomia, ao senso de respeito um ser humano completo que respeita
e de coletividade. As crianças devem ser o próximo e não para uma profissão Orientadora: Maria Cecília Gabrielle
seres com pensamentos críticos capazes específica. O professor não deve ser Banca: Camila Sant’Anna e Paola Ferrari
24 1/2016
potencial fotovoltaico
blocos residenciais do plano piloto
The study undertakes the assessment of the photovoltaic potential of the rooftops and facades of the residential
blocks in the superquadras of the Pilot Plan, envisioning the integration of photovoltaic systems in the existing power
grid. The identification of residential blocks of similar shape and solar orientation is the basis for the estimation of the
power generated and the measurement of the total impact of these micro generators in the net power consumption of
the Pilot Plan.
Renan Davis
Diariamente incide sobre a super- fachadas, até substituindo materiais gular mínima encontrada nas quadras
fície da terra mais energia vinda do sol convencionais da estrutura ou reves- 200, 100 e 300 das Asas Sul e Norte do
do que demanda o total de habitantes timento, ao mesmo tempo em que geram Plano Piloto, com dimensões de 12,5 m
do nosso planeta em todo um ano. A energia limpa e infinita. x 85 m, sendo 1.060 m2 de área total.
energia solar tem diversas aplicações, Brasília possui clima e localização A repetição de 884 blocos em
e uma delas é a geração direta de eletri- ideais para o uso de sistemas fotovol- situações similares possibilitou uma
cidade por intermédio do efeito foto- taicos. A arquitetura homogênea da estimativa da produção desse conjunto
voltaico (RÜTHER, 2004). cidade, especialmente da Asa Sul e de blocos residenciais: 163.048.496
Dentre os sistemas fotovoltaicos Asa Norte, possibilita uma estimativa kWh/ano.
existem duas configurações: o sistema de produção de energia que engloba Segundo dados do Anuário Esta-
fotovoltaico isolado e o conectado à o Plano Piloto como um todo. Desta- tístico de Energia Elétrica (EPE, 2013), o
rede elétrica. O isolado (ou autônomo) cam-se também o potencial e a quan- consumo energético médio Per Capita em
é dependente de um banco de baterias tidade de fachadas com boa orientação Brasília é de 218,5 kWh/mês. Com isso,
para armazenar a energia gerada nos para implementação de novas tecno- a produção de energia estimada seria
módulos e funciona independentemente logias fotovoltaicas, por intermédio capaz de suprir a demanda de 59.380
da rede elétrica. Já o sistema conectado do uso de materiais de revestimento e habitantes, representando uma popu-
à rede elétrica funciona como se fossem aplicação em vidros. lação próxima à de vinte superquadras.
geradores paralelos às grandes usinas O trabalho possibilitou uma esti- De acordo com a densidade populacional
geradoras de energia, dispensam acumu- mativa de produção de energia fotovol- das superquadras, este consumo repre-
ladores e compartilham energia dire- taica por sistemas localizados nas cober- sentaria cerca de 17% do total de 117
tamente com a rede (CRESESB, 2006). turas dos blocos residenciais do Plano superquadras do Plano Piloto.
Por meio da geração distribuída Piloto com até seis pavimentos, e seus Contudo seria possível ainda inte-
com sistemas fotovoltaicos conectados resultados demonstram possibilidade grar sistemas fotovoltaicos de outras
à rede elétrica, é possível enxergar uma de suprir parte da demanda energética maneiras, considerando também as
alternativa para a matriz energética de da cidade. O relatório desenvolvido no fachadas dos blocos residenciais, prin-
Brasília. Esse modelo de produção de portal http://tecnando.com/bipvde- cipalmente voltadas para Noroeste.
energia descentralizado faz o melhor sign (PORTOLAN, 2016) apontou uma
uso da energia produzida, evitando produção anual de 184.444,65 kWh para
perdas na transmissão de energia. um sistema de 569 módulos de silício Orientadora: Claudia Amorim
Trata-se de sistemas que podem ser policristalino, ocupando 80% da área Banca: Caio Frederico e Silva,
instalados nos telhados, coberturas e da cobertura da projeção mínima retan- Daniel Sant’Ana e Marta Bustos Romero
25
arqui #6
26 1/2016
viollet-le-duc e a
reconstrução histórica
do interior da
notre-dame de paris
The essay explores the use of color in the interior spaces of the Notre-Dame de Paris cathedral and its relation to
the building’s history, investigating the reasons for its usage. The aim of the study is to relate the use of color to
the changes made in Viollet-le-Duc’s restoration, which began in 1844, and to the symbolism in Gothic art. In that
restoration, colors were used in the cathedral´s interior space based on a study of tones in gothic art.
A Notre-Dame é uma das catedrais era símbolo de morte e luto. estrutura e função, buscando a lógica
mais antigas em estilo gótico. Dedicada A religião nessa época possuía do conjunto arquitetônico.
a Maria, Mãe de Cristo, situa-se na Île um papel muito mais abrangente. E as Assim, por vezes, deixou seu
de La Cité, em Paris, França. Sua cons- cores tinham como objetivo explicar o conhecimento sobre a arquitetura criar
trução foi iniciada em 1163 e durou até mundo de uma forma que todos enten- cenários irreais, acabando por modificar
o século XIV. Sofreu alterações substan- dessem. Acreditava-se que o mundo era as edificações no estado encontrado
ciais nos séculos XVII e XVIII, durante composto por uma mistura dos quatro originalmente. Ele tentou se apro-
a Revolução Francesa e no século XIX. elementos básicos: a terra, representada ximar o máximo possível de seu ideal
Na época do início da cons- pelo preto; a água, pelo branco; o fogo, do “gótico clássico”, em que a catedral
trução da catedral, a Igreja represen- pelo vermelho; e o ar representado pelo se transforma em um espaço ritualís-
tava o centro da vida popular, onde as amarelo. Já no homem, os elementos tico e a luz e a cor são duas de várias
mudanças mais significativas na vida tomavam a forma de fluidos corporais: a formas de apelação ao fervor religioso.
do ser humano (como o batismo, casa- bílis, negra; a fleuma, branca; o sangue, Para ele, somente após a luz adquirir
mento e funerais) eram celebradas, e vermelho; e a bílis, amarela. cor é que há de fato significado em sua
essas eram representadas pelas cores. No estilo gótico, a cor era utili- presença na Notre-Dame, no sentido de
O branco simbolizava o Natal, a zada como estímulo emotivo e comple- se tornar uma forma de comunicação
pureza, espiritualidade e vitória, sendo mento estético. A decoração exterior era com o Divino. Utiliza-se dos vitrais
associado à vitória de Cristo sobre a realista, com a cor se manifestando em para a manifestação do misticismo e
morte e o mal. O ouro representava colunas e ornamentos; nas fachadas, da pintura de afrescos nas paredes para a
a Páscoa e o caráter ultraterreno dos os vermelhos, laranjas, verdes e ocres sensação mais intimista. As cores usadas
sucessos sagrados. O vermelho simboli- amarelados são intensos; e o branco e são baseadas em um estudo dos matizes
zava o martírio de Jesus e de seu sangue. o preto, puros. No interior, predomi- utilizados na arte gótica: o vermelho
O verde era símbolo da esperança, da navam os tons neutros da pedra, que representa o homem, o amarelo o sol,
provisão de Deus para satisfazer as contrastavam com a policromia dos o púrpura a terra, o azul a verdade e o
necessidades humanas. A púrpura, vitrais iluminados. verde a Natureza. O azul pontilhado de
nas semanas da Paixão, representava As intervenções na catedral, estrelas pintado nas abóbadas era usado
a penitência do pescador e os sofri- em 1842, geraram um concurso para para representar o cosmos.
mentos de Cristo. Era usada em missas sua restauração. O projeto iniciou em
em memória aos mortos e considerada a 1844, e o ganhador foi Viollet-le-Duc, Orientador: Sérgio Rizo
cor mais sagrada desde tempos antigos. que possuía uma teoria de um sistema Banca: Cláudia Garcia e
O rosa simbolizava a alegria e o negro “ideal” entre os elementos da forma, Maria Cecília Gabriele
27
NOVOS
ARQUI
TETOS
diplô
destaques
depois do aeroporto
Aluno: André Leal Santos /// Orientação: Mônica Gondim
espaço w
Aluna: Anna Angélica Szczepasnki Bento /// Orientação: Bruno Capanema
32 1/2016
humanizando o canteiro de obras
Aluna: Gabriela Lamounier /// Orientação: Raquel Blumenschein
Os espaços livres sensíveis á água são áreas do meio urbano, como por exemplo,
estacionamentos, praças, e até mesmo as vias, onde são empregadas soluções de
micro drenagem. Essas soluções atuam no gerenciamento e controle do escoamento
das águas residuais urbanas e são pensadas simultaneamente ao desenho urbano.
Esses espaços foram concebidos de forma a compor um sistema onde os espaços
livres estão interligados pelas infraestruturas da cidade criando áreas com valor
estético, paisagístico e de lazer, favorecendo assim a apropriação dos usuários.
33
arqui #6
depois do
aeroporto
replanejando teresina após a desativação
do sítio aeroportuário
Future plans for the construction of a new airport in Teresina raise a question: what are the prospects for the site of the
existing airport, located inside the city? This urban design proposal, which was developed with sustainability as a key
concern, make plans for the development of the city on a metropolitan scale, where in addition to the densification of
the inner city, it structures traffic flows and transportation modes and allows for the designation of new areas for social
housing and the definition of a new urban centrality.
34 1/2016
Imagens fornecidas pelo autor.
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arqui #6
espaço w
hostel e coworking em brasília
Espaço W hostel aims at catering to the needs of tourists who seek cheaper accommodation in the city, and is
designed with the integration of spaces in mind. The building also houses a shared office space for independent self-
employed people or group ventures, where, similar to the hostel, basic expenses for infrastructure are split among
users, whilst creating networking opportunities through the sharing of spaces.
36 1/2016
Imagem fornecida pela autora.
37
arqui #6
mercado
regional de
brazlândia
The spontaneous and informal quality of markets signals the presence of activities that go beyond simply buying and
selling. The interactions they engender give a new dimension to public space, transforming it into a place for events,
leisure and social interactions, thus making it more present in daily life. The proposal for the Regional Market in
Brazlândia draws from the cultural qualities of the great markets, operating at the scale of the building and the urban to
promote an active, diverse and multifunctional occupation of space.
38 1/2016
Os mercados públicos tendem a configurar espaços que enriquecem a comu-
nidade. Geram um link entre economia rural e urbana, oferecem oportunidades
de empregos e negócios e promovem a saúde pública.
A escolha do lugar foi pensada sob diferentes aspectos. Além de trabalhar
um espaço fora do Plano Piloto, voltando os olhares para os valores locais de uma
área periférica, Brazlândia também é um importante centro de agronegócios,
sendo a maior fornecedora dos produtos hortifrutigranjeiros consumidos no DF.
Nesse contexto, elaborou-se também uma proposta de intervenção urbana,
buscando criar espaços públicos coerentes com o local e conectados entre si,
fortalecendo o fluxo de pedestres. Assim, foram definidos dois eixos para o
projeto: um, paralelo ao Veredinha, cobrindo parte do perímetro da orla; e outro,
perpendicular, conectando o lago, o mercado e a igreja.
No eixo de conexão, por ser uma área bem-consolidada, foi elaborada uma
proposta de intervenção em duas etapas. A primeira, de menor impacto, trazendo
mais vida para os muros que seguem ao longo da via, acrescentando pequenos
quiosques, paisagismo e utilizando os trechos murados para arte urbana. A segunda
ocorreria conforme o retorno dos usuários do espaço, em que se trabalhariam
as disposições e usos dos lotes.
No eixo da orla, a via passa a ser pedestrianizada, reforçando a relação
dos visitantes com o lago. São propostos equipamentos urbanos variados, como
playground, bicas de águas, aluguel de artigos desportivos e quiosques. Soma-se
a isso o desenho paisagístico, que envolve desde o mobiliário urbano até o uso
da arborização como elementos estéticos e funcionais.
A estrutura da cobertura foi inspirada no sistema construtivo do arquiteto
japonês Shigeru Ban, que utiliza uma trama de vigas em madeira laminada colada
associada com membranas tensionadas, para vencer grandes vãos de maneira
fluida e criativa, permitindo a flexibilidade da planta. Orientadora: Cláudia Garcia
Por fim, o projeto do Mercado Regional de Brazlândia visa, além do espaço Banca: Carlos Luna, Elane Peixoto e
de troca, a uma experiência que atenda aos seus usuários com conforto e beleza, Paola Martins
fortalecendo a identidade local e o senso de pertencimento da comunidade. Convidado: Paulo Coelho
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arqui #6
40 1/2016
humanizando
o canteiro
de obras
Due to their ephemeral quality, construction sites are often precarious spaces, yet it is in these places that many people
spend a large part of their workdays. This calls for the need for planning and designing environments that respond
to the demands of these occupants and to the end purpose of these spaces: to be productive areas that meet high
standards of environmental and social performance.
Gabriela Lamounier
Pensando em um ciclo de vida do composta pela infraestrutura, a segunda espaços de permanência, respeitando as
edifício, o canteiro de obras participa pela estrutura e obra bruta e a terceira preexistências e agregando a vegetação
do processo de produção da indús- por obra fina, acabamentos e desmo- original à implantação dos edifícios.
tria da construção civil, demandando bilização. Um fator considerado foi a A programação visual dos edifícios
recursos humanos, ecológicos e finan- estimativa de usuários que ocupariam foi pensada com o intuito de dinamizar
ceiros. Dentro de um mercado altamente o espaço, que variam de acordo com o esteticamente o espaço e orientar os
competitivo, o planejamento dessa sistema construtivo e as etapas. usuários durante seu percurso estabe-
etapa precisa ser realizado buscando O programa de necessidades lecido dentro do canteiro, propiciando
produtividade, eficiência, qualidade e abarca as instalações provisórias de maior fluidez, segurança e integração.
sustentabilidade. Por ser constituído por administração, apoio e vivência, bem Pensando na perspectiva da
instalações provisórias, muitas vezes o como as instalações relativas à produção sustentabilidade, uma alternativa apre-
canteiro é tratado com precariedade. do edifício, as quais sofrem modificações sentada para autonomia do canteiro foi
Entretanto, trata-se de um espaço no ao longo da obra de acordo com a fase a produção de energia fotovoltaica em
qual as pessoas despendem significa- em que se encontram. cobertura adaptável para o encapsu-
tivo tempo de suas jornadas de trabalho. Baseado nos conceitos de flexi- lamento e acoplamento no transporte
Daí a necessidade de planejar e projetar bilidade, fluidez, integração, susten- dos módulos.
um ambiente que atenda às demandas tabilidade, estética e racionalização, o O projeto procurou trazer a
desses usuários e à destinação a que sistema construtivo foi definido pela temática como reflexão tanto para a
se propõe: um espaço produtivo com utilização de contêineres adaptados, indústria da construção civil como para
desempenho ambiental e social. que se padronizados aos módulos de a Arquitetura, na medida em que os
O projeto consistiu na elaboração transporte podem ser realocados em espaços efêmeros tenham relevância
de um canteiro de obra para um edifício obras posteriores. e possam propiciar aos usuários quali-
no Setor de Autarquias Norte de Brasília, A proposta constou do zonea- dade ambiental.
o Conselho Nacional do Comércio – CNC mento e fluxograma das três fases defi-
–, uma construção em concreto armado nidas, assim como também da evolução
e lajes protendidas, tendo quatro torres de quatros edificações: Administração, Orientador: Raquel Blumenschein
e quatro pavimentos de subsolo. Para Vestiários, Refeitório e Área de Vivência. Banca: Cláudia Amorim, Oscar Ferreira
melhor definição do estudo, foram esta- Cada instalação procurou atender às e Vanda Zanoni
belecidas três fases de obra. A primeira normas estabelecidas e aprimorar os Convidado: Raffael Innecco
41
arqui #6
espaço público
brasiliense
sensível à água
Urban areas such as parking lots, gardens, squares, parks and even streets, can become water sensitive free
spaces with the adoption of sustainable urban drainage systems and principles of low-impact development in their
design. This project applies these design principles to interventions on an area of the North Wing of the Pilot Plan
which is susceptible to floods, addressing the management of its stormwater runoff. Its goal is to reproduce the
natural hydrological regimens prior to the urbanization of the area by allowing the detention, infiltration, evaporation,
and reduction of surface water runoff. These areas are thought out as a system of free spaces interconnected by
the city’s infrastructures, resulting in areas valued for their beauty, landscape qualities and leisure possibilities,
enlivening the public realm.
42 1/2016
Imagens fornecidas pelo autor.
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arqui #6
um bairro
sustentável
para a cidade
do futuro
The densification plan for Park Way addresses the redevelopment of a large suburban area in the outskirts of Brasília.
The project proposes the conversion of the neighborhood into a small commercial centrality, with a design based on
the preservation of environmentally sensitive areas inside it, the complete redesign of the street layout and an intense
densification of occupation, establishing a new and varied land-use plan.
44 1/2016
Imagem fornecida pelo autor.
Brasília foi concebida na metade extremamente complexo e dinâmico. ticas a que o urbanismo do século XXI
do século XX para ser o símbolo de Bairros se alastraram pelo território e deve aspirar.
uma nova era. As novidades estavam desenvolveram características próprias. Essa remodelação é embasada em
presentes nas avançadas técnicas de O Park Way é um desses bairros, e três diretrizes principais: desenvolver
construção utilizadas e também na se sobressai entre seus pares em virtude o caráter ecológico do bairro, acentu-
própria jornada em que se constituía o de sua grande extensão territorial, o que ando a proteção de áreas ambientais
abandono da antiga capital, uma cidade acaba por contribuir com a concen- existentes e explorando suas particu-
histórica e consolidada, em busca de tração, e até mesmo com o reforço de laridades; transformar o sistema viário,
uma alternativa capaz de inaugurar uma muitos dos problemas, de ordem de com a reestruturação de vias existentes
nova era. À época de sua criação, Brasília planejamento urbano. Mais do que isso, e a criação de vias novas, aumentando
deveria ser uma representante do futuro por se tratar de um bairro tipicamente a conectividade de todo território;
e, mais do que isso, um exemplo a ser suburbano – com grandes residências adensar o bairro, estabelecendo uma
seguido pelas demais cidades brasileiras. implantadas em amplos terrenos de uso ocupação urbana em forma de tran-
A capital aos poucos se distan- unifamiliar, espraiados em um vasto secto. Com a transformação efetivada,
ciou da utopia modernista vislumbrada território com infraestrutura limitada o bairro deixaria sua densidade bruta
e, enquanto se desenvolvia, os para- e praticamente nenhum suporte para atual de 3 hab/ha e alcançaria os 200
digmas urbanísticos sob os quais foi modais de transporte coletivo –, o Park hab/ha, com uma até 1.000 hab/ha nas
projetada também se transformavam. Way, em sua atual configuração urbana, áreas centrais e ao menos 100 hab/ha
Os problemas enfrentados cinco décadas encarna o símbolo de uma época que nas áreas periféricas.
atrás se transformaram, e os modelos já passou.
encontrados na época para resolvê-los A remodelação do Park Way é
mostraram-se ineficazes e em alguns lançada com uma carga simbólica Orientadora: Giselle Chalub
casos até mesmo nocivos. Brasília que constitui a transformação de um Banca: André Cobbe, Gabriela Tenorio
também mudou. Seu plano piloto subúrbio rodoviarista em um pequeno e Mônica Gondim
tornou-se apenas parte de um todo centro urbano com todas as caracterís- Convidada: Tatiana Chaer
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arqui #6
novo centro
multifuncional em turim
Adriano Felipe Oliveira Lopes
Turim, tida até fins dos anos dentro de si mesma mediante o reuso do antigo complexo industrial, a fim de
1970 como capital industrial por exce- destes espaços. configurar uma nova centralidade na
lência, assiste ao desmantelamento Dentre esses vazios urbanos, cidade, transformando-a em um novo
de suas engrenagens ainda no final encontra-se a antiga sede da fábrica hub para a cidade de Turim, ou seja, um
dessa mesma década com a crise de Fonderiadi Caratteri Nebiolo, localizada Centro Multifuncional capaz de agregar
sua principal fábrica, a FIAT. O efeito no bairro Aurora, na periferia ao norte atividades de coworking a funções de
dessa crise foi a fragmentação de partes da cidade, exemplar típico da arquite- cohousing e espaços para a realização
da cidade em função do abandono de tura funcional da primeira metade do de eventos, exposições e workshops.
considerável número de indústrias que século XX e que permanece em desuso
compunham o seu tecido urbano. Nos por mais de vinte anos. A antiga fábrica
anos 1990, esses vazios urbanos, vistos encontra-se em uma importante zona de
a princípio como problemas da cidade confluência, entre o centro histórico e Orientadora: Caio Frederico e Silva
pós-industrial, passaram a ser conside- áreas sujeitas a grandes transformações. Banca: Ana Carolina Sant’Ana,
rados oportunidades de reconfiguração Nesse sentido o projeto perseguiu a defi- Ana Zerbini e Cláudia Amorim
da malha urbana, reconstruindo a cidade nição de uma proposta de reconversão Convidado: Paulo Ávila Coelho
46 1/2016
praças das artes no
centro metropolitano
do guará
Ana Celeste de Jesus Lima
O projeto Praças das Artes no já desenvolvidas na vizinhança. o território e para os bairros Guará I
Centro Metropolitano do Guará tem Com o propósito de fortalecer a e Guará II, a proposta das Praças das
o objetivo de criar espaços públicos e identificação da população local com o Artes deve trazer, já num curto prazo,
privados com destinação mista, eviden- projeto, foi feita uma reinterpretação impactos positivos como a geração de
ciando os usos artístico, cultural e espor- do símbolo do calçadão do Guará como renda e o fortalecimento das relações
tivo. A ideia parte do diagnóstico da desenho de piso para o pavimento de uso culturais. Produz, assim, um Guará revi-
área com o envolvimento dos moradores, comum e também foram criados espaços gorado, com mais atrações artísticas e
que revela a necessidade local de áreas públicos que valorizam atividades de relações sociais que valorizam a cultura
voltadas para o lazer e entretenimento. grupo que já ocorrem com bastante local e, consequentemente, fortalecem
Com o desenvolvimento dos eixos ênfase no bairro, como a capoeira, o as raízes do bairro, trazendo qualidade
temáticos para o projeto foi imediata a skate e o hip-hop. de vida para a população.
criação de quadras com temas, respecti- Foram criados, também, os
vamente, cultural, esportivo, corporativo chamados “módulos do pedestre”, que
e de parque. Dessa forma, distribuem-se auxiliam na inserção do morador, ou Orientador: Caio Frederico e Silva
esses predeterminados usos ao longo do visitante, às atividades e serviços Banca: Camila Sant’Anna,
da área de projeto, integrando sempre cotidianos e de pequena escala. Com Gabriela Tenorio e Oscar Luís
os programas propostos às atividades soluções físicas de baixo impacto para Convidado: Paulo Ávila
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arqui #6
bloco colaborativo
de beleza
Bruna Trivelli Muniz
48 1/2016
Imagem fornecida pela autora.
conexão sociocultural
uma nova maneira de pensar a habitação
[social] em luziânia
Camila Cardoso Silva
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arqui #6
albergaria urbana
Caroline Albergaria
50 1/2016
Imagem fornecida pela autora.
de porto velho ao
rio madeira
espaços públicos no bairro baixa da união
Edna Maria Marques da Luz Ramos
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arqui #6
memorial elo
Imagem fornecida pelo autor.
Peter Zumthor me apresentou as nas coisas em si, mas na consciência morte, este fenômeno tão suscetível de
“atmosferas” da arquitetura, dele trago do sujeito que passa pela experiência interpretações simbólicas. Assim crio
o entendimento que considerei ao longo pessoal, sendo sempre um ato genuíno propostas baseadas em símbolos que
deste trabalho para constituir minhas de introspecção. A força emocional ecoam na percepção humana para que
próprias imagens, arquiteturas e atmos- está, portanto, nas imagens trans- a arquitetura crie uma narrativa e se
feras. Procuro uma ligação autêntica mitidas pelas coisas e não nas coisas torne o veículo de contado da vida com
com a experiência arquitetônica. mesmas. A palavra, a arquitetura ou a morte.
Por se tratar da morte, um tema os símbolos criam ecos, dependentes
interpretado de diferentes maneiras de interpretações pessoais, são plurais, Orientador: Ricardo Trevisan
por culturas e pessoas, busquei nos mecanismos que abrem o espírito para o Banca: Eduardo Rossetti,
símbolos as traduções para as sensações desconhecido e o infinito. Este trabalho Maria Cecília Gabriele e
e narrativas que ela carrega consigo. O tenta descrever relações de imagens, Maria Fernanda Derntl
significado das coisas não está contido ideias, crenças e emoções evocadas pela Convidado: Lucas de Abreu
52 1/2016
Imagem fornecida pela autora.
nova ceu
uma proposta para a casa do estudante
universitário da unb
Erika Passos Otto
O presente projeto propõe, diante os bolsões está o Restaurante Universi- enterrar um dos pavimentos e manter o
da situação deficitária de moradia tário, que suscita uma forte urbanidade primeiro no nível da rua. Com a abertura
universitária da UnB, uma Nova Casa a área, o que resultou na criação de um desse pavimento inferior para o ICC,
do Estudante de Graduação integrada eixo de vivência para o planejamento são criados dois térreos: o pavimento
à vivência do Campus Darcy Ribeiro e do território. rua e o pavimento ICC.
ao restante da cidade. Diante desse panorama, propõe Acredita-se que com esta loca-
Considerou-se que o espaço físico -se o alojamento estudantil na área lização e configuração a NOVA CEU
do campus Darcy Ribeiro foi marcado central do campus. Adotou-se neste amplia as possibilidades de interação e
por iniciativas que desejavam afastar a projeto uma tipologia em que os pátios retoma o entendimento da Universidade
vivência dos estudantes da Praça Maior se relacionam com o campus. Volumes como um espaço contínuo de integração
e da Reitoria. Buscou-se então resgatar paralelos definem espaços livres desti- idealizado por Darcy Ribeiro.
a presença dos estudantes enxergando nados para a convivência dos estu-
a habitação como parte integrante e dantes. Esses espaços foram dispostos
dinamizadora do território universitário. perpendicularmente às curvas de nível. Orientador: Ricardo Trevisan
A área central do campus encon- Considerando o desnível e a cuida- Banca: Caio Frederico e Silva,
tra-se dominada por bolsões de esta- dosa implantação dos edifícios da UnB Luciana Saboia e Márcia Urbano
cionamentos em frente ao ICC. Entre desde a via L3 até o ICC optou-se por Convidado: Lucas de Abreu
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arqui #6
autotekton
sistema construtivo para moradia
em autoconstrução
Frédéric Camelo Homerin
54 1/2016
AEROPORTO
VIA DE
ENTRADA
RESERVA
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arqui #6
bsb hostel
Laissa Narciso Novais Oliveira
Representação do novo estilo meio de dois percursos distintos, um comum como: cozinha coletiva, sala
de vida do viajante contemporâneo, o na horizontal, que conecta a via W3 de jogos, lavanderia coletiva e outros,
BSB Hostel busca, além de um lugar de com o SHS, e outro na vertical, que além do redário, no 1º pavimento,
pernoite, uma hospedagem que incre- conecta as atividades semipúblicas no que permite uma pausa para apreciar
mente a viagem e não seja apenas um térreo com o terraço. Pensou-se em uma a cidade. No segundo pavimento um
local de passagem, e sim uma experi- circulação vertical que percorresse os café semipúblico convida o visitante
ência de hospedagem agradável e ines- patamares dos pavimentos, entrelaçando a realizar um passeio e se conectar
quecível. Inserido na atual Quadra 3 o trajeto e conectando as atividades ao urbano. No terraço pensou-se na
do Setor Hoteleiro Sul, concebida por semipúblicas. O desenho contínuo da versatilidade: um restaurante ou um
Lucio Costa para ser uma das quadras de escada permitiu um grafismo sucessivo ambiente para festas, um espaço livre
hotelarias econômicas, o hostel propõe da faixa que envolve toda a edificação, e público, que, além de emoldurar a
estabelecer conexões e criar percursos obtendo continuidade visual em todas cidade, convida os usuários a apreciar
que conectem e incentivem o hóspede as fachadas. o pôr e o nascer do sol.
e/ou visitante a contemplar a capital O pátio conectado à praça no
em perspectivas diferentes. térreo compartilha espaço com o
Inspirado na solução que o escri- comércio e a recepção do hostel. Inter- Orientadora: Maribel Aliaga
tório Diller Scofidio + Renfro deu ao namente, os quartos atendem aos mais Banca: Eduardo Rossetti e
Museu da Imagem e do Som – MIS variados grupos de usuários, propor- Ricardo Trevisan
Copacabana –, o partido se define por cionando, a estes, espaços de convívio Convidada: Maria Eduarda
56 1/2016
Imagem fornecida pela autora.
skia
centro de esportes no gelo
Lara Caldas Fernandes da Silveira
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arqui #6
lar de idosos
vó catarina
Lara Catarina de Sousa Boretes
58 1/2016
Imagem fornecida pela autora.
kohl
escola técnica de imagem pessoal
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arqui #6
parque ecológico
canela de ema
Marcelo Ulisses Pimenta
60 1/2016
Imagem fornecida pela autora.
mobilidade e brasília
Marina Madsen
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arqui #6
traçado acústico
a cidade que queremos ouvir
Millena Montefusco dos Santos
62 1/2016
Imagem fornecida pelo autor.
habitação coletiva
conexão e centralidade em águas claras
Patrick Martins Costa
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arqui #6
reviva porto
revitalização da área portuária do
valongo de santos
Priscila Gonçalves Gerardi
64 1/2016
Imagem fornecida pela autora.
circuito cultural e
de lazer
arte urbana e espaços comunitários em
valparaíso de goiás
Raquel Braz Lopes
A especulação imobiliária é um praça, dois becos e uma grande área livre com palco para apresentações públicas,
dos principais problemas enfrentados ao longo da linha férrea existente. Esse uma passarela para os pedestres atra-
por Valparaíso atualmente, pois o cres- percurso foi feito com uma única calçada vessarem o trilho do trem e quiosques e
cimento desordenado da cidade, nos com piso diferenciado para integração lojinhas para aumentar o comércio local.
últimos anos, trouxe vários problemas entre os pontos. Conta ainda com área para os jovens
estruturais, como a falta de locais para Foi proposta uma nova praça com com quadras de esportes, basquete, área
implantação de equipamentos públicos uma pequena arena para o céu das artes, para bikecross, pista de skate, escalada,
e institucionais. pintura nas paredes de todos os becos, parkour e playground. Conta também
O Circuito Cultural e de Lazer com plantio de árvores, hortas comu- com pista de cooper e ciclovia, além de
procura atender à população, sugerindo nitárias e micropraças para os mora- hortas urbanas, espaços com árvores
propostas de melhorias dos espaços dores, a fim de manter os becos sempre frutíferas e churrasqueiras públicas.
ociosos. Propõe recuperar regiões não ocupados para propiciar segurança.
utilizadas por falta de segurança, usando Na maior área, foi implantado um
a arte urbana como um meio de inte- parque linear. Todos os usos do parque Orientadora:Liza Andrade
gração entre as classes sociais. foram escolhidos pelos próprios mora- Banca: Ana Zerbini, Camila Sant’anna e
A implantação do circuito ligou dores. O parque conta com uma estru- Sérgio Rizo
quatro pontos importantes. Uniu uma tura para uma nova feira, um espaço Convidada: Vânia Loureiro
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arqui #6
un po di borromini
praça borromini
Raquel Ferraz Fontes
66 1/2016
Imagem fornecida pela autora.
centro de acolhimento
a refugiados em brasília
Verônica Rodrigues do Carmo
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FAU
PREMI
ADA
arqui #6
70 1/2016
Imagens fornecidas pelas autoras.
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arqui #6
anparq 2016
vencedores do prêmio anparq 2016 nas
modalidades artigos, livros, dissertações
e teses
The 2016 ANPARQ prize, which was coordinated by the board of the association through professors Angélica Benatti
Alvim (UPM) and Rodrigo de Farias (UnB), recognized outstanding papers, books, dissertations and thesis in the fields
of architecture and urbanism.
ARTIGO EM COLETÂNEA
• Menção Honrosa: “Oscar Niemeyer, arquitetura narrada: Módulo, 1ª série,
1955-65”, de autoria de Sylvia Ficher e Danilo Matoso Macedo
• Vencedor: “Além da técnica: construções da poética corbusiana entre texto e
figura”, de autoria de Rogério de Castro Oliveira
ARTIGO EM PERIÓDICO
• Menção Honrosa: “Oscar Niemeyer e seu duplo: Mies van der Rohe”, de
Abílio Guerra
• Vencedor: “The Cultural Heritage of Small and Medium – Size Cities: A New
Approach to Metropolitan Transformation in São Paulo, Brazil”, de Maria Cris-
tina Schicchi
LIVRO COLETÂNEA
• Menção Honrosa: Projetos por cenários – o território em foco, de Paulo Reyes (Org.)
• Vencedor: Quid Novi? Dilemas do ensino de arquitetura no século XXI, de
Fernando Lara e Sonia Marques (Ed.)
72 1/2016
LIVRO AUTORAL
• Menção Honrosa: Brutalist Connections: a refreshed approach to debates and
buildings, de Ruth Verde Zein
• Vencedor: Projetos para Brasília 1927-1957, de Jeferson Tavares
DISSERTAÇÃO
• Menção Honrosa: Impactos morfológicos gerados por equipamentos de infra-
estrutura urbana: um olhar sobre as subestações elétricas no Rio de Janeiro, de
Miriam VIctoria Fernandez Lins, orientada pela profª. Andréa de Lacerda Pessôa
Borde do Prourb/UFRJ
• Vencedor: Patrimônio cultural e as práticas de delimitação de sítios tombados:
um estudo para o conjunto arquitetônico e urbanístico do Serro, MG, de Kelly
Diniz de Souza, orientada pelo prof. Ítalo Itamar Caixeiro Stephan do PPGAU/UFV
TESE
• Menção Honrosa I: Bethencourt da Silva e a cultura arquitetônica do Rio de
Janeiro no século XIX, de autoria de Doralice Duque Sobral Filha, pelo Programa
de Pós-Graduação em Arquitetura (Proarq) da Faculdade de Arquitetura e Urba-
nismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Orientadora: Profª. Dra. Beatriz
Santos de Oliveira
• Menção Honrosa II: Ceplan: 50 anos em 5 tempos, de autoria de Neusa
Cavalcante Filha, pelo Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e
Urbanismo da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de
Brasília. Orientadora: Profª Drª. Elane Ribeiro Peixoto
• Vencedor: Diagramática: descrição e criação das formas na arquitetura seriada
de Peter Eisnmann, de autoria de Gabriela Izar dos Santos, pelo Programa de
Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo da Universidade de São Paulo. Orientador: Prof. Dr. Luiz Américo
de Souza Munari.
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EN
CON
TROS
arqui #6
pé na estrada
um pé em diversos territórios: do
familiar ao alheio
The Hit the Road Project [Programa Pé na Estrada] is an extra-curricular activity of the School of Architecture and Urbanism of the Univer-
sity of Brasília (FAU-UnB). During the first semester of 2016, the Project carried out various activities in which participants were brought to
experience familiar and unexplored urban spaces, from the campus to the city, and and were encouraged to share their personal experiences
in debates. These events are related to the Project’s goal of transforming the city into a learning space, where topics of architecture, urba-
nism and landscape design are presented, discussed, and oftentimes given new meaning.
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Fotos por Caio Nascimento e Camila Sant’Anna.
Montagem por Pedro Ribs.
No primeiro semestre de 2016, a atividade complementar “Pé na Estrada”
da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB)
desenvolveu ações que discutiram, a partir de múltiplos pontos de vista e lugares,
vivências urbanas muitas vezes familiares ou alheias, da cidade ao território
universitário. Tal proposta se integra ao objetivo do projeto de transformar a
cidade em sala de aula, apresentando, questionando e, quando relevante, ressig-
nificando temas relacionados à arquitetura, ao urbanismo e ao paisagismo.
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Fotos por Brenda Oliveira, Gabriela Heusi e Marina Rebelo.
Montagem por Pedro Ribs.
EXPO RJ
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O lançamento da revista ARQUI dos profetas em Congonhas do Campo, da capacidade de ouvir as palavras ele
#5 e o encerramento dos trabalhos passando por inúmeras situações de também recobra que ele mesmo, atento
de diplomação do primeiro semestre projetos residenciais e de edifícios e observador, gosta muito de imitar o
de 2016 foram celebrados com uma institucionais. canto dos pássaros. Ato contínuo, ele se
palestra do arquiteto mineiro Gustavo O arquiteto que diz ser um “monta- põe a imitar os sons de várias espécies,
Penna. O termo “palestra” talvez seja nhês”, por ter as montanhas como uma piando no auditório, para surpresa de
um excesso de formalidade acadêmica constante de paisagem, evoca a compa- todos!
para uma situação em que o arquiteto nhia de Amilcar de Castro e Alberto da O evento se iniciou com a forma-
fez uma livre exposição sobre sua obra, Veiga Guignard para se situar no mundo lidade da premiação dos trabalhos de
intercalando aspectos prosaicos e ques- contemporâneo. Com certa provocação, Diplomação destacados dos arquitetos
tões pessoais com as soluções técnicas ele comenta sobre quando as cidades recém-formados, mas logo se distendeu
e demandas de cada obra. eram narradas, seja por Proust, seja diante de um arquiteto que sabe ser
Diante de uma plateia com por João do Rio, ou ainda Fernando sério, competente e informal.
presença de ilustres personalidades, Sabino, apontando no cotidiano um É famosa a expressão “ouvir o galo
como o professor Coutinho, o arqui- valor perene. cantar, mas não sabe onde”, e diante do
teto Sergio Parada e o arquiteto Nonato Penna reitera a capacidade humana imenso manancial de referências visuais
Veloso –autor do projeto do auditório de reconhecer a natureza e superá-la, que os meios de comunicação e as cone-
da AdUnB –, Gustavo Penna foi percor- que difere da mera destruição das xões dos suportes digitais reverberam
rendo um itinerário próprio, vagando barreiras e de quaisquer adversidades e – muitas vezes travestidos de comple-
entre escalas tão distintas de projeto. diferenças. Para isso, toma a ponte como xidade – foi bom ouvir o pio do Penna!
Ele abordou desde a escada para o apar- metáfora da ação de projetar e inventar
tamento de Zuenir Ventura até o museu soluções. Ao mencionar a importância Texto de Eduardo Rossetti
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a experiência de
transformação urbana
Lecturer Gustavo Restreppo talked about theories of urban transformation applied in the requalification of public spaces in Medellín,
Colombia, and how it had positive impacts in the reduction of vandalism and criminality rates in the city.
O que acontece se deixarmos um féricos e escadas rolantes estampados e tem desempenhado o papel de jurado
carro abandonado, em boas condições, nas manchetes de jornais, um projeto em diversos concursos nacionais e inter-
em um lugar qualquer? Há boa proba- que considerou a relação ética e estética nacionais de arquitetura. Foi um dos
bilidade de que nada aconteça. Em como premissa de intervenção; o arqui- responsáveis pelo Plano de Desenvolvi-
contrapartida, se o carro estiver com teto apenas como mais um membro de mento de Medellín (2008/2011). Textos e
os vidros quebrados possivelmente uma equipe multidisciplinar; e a popu- projetos de sua autoria foram publicados
será dilapidado. Trata-se da “teoria das lação como cliente, ouvindo-lhe, mais em livros especializados. Entre outros
ventanas rotas”, que defende que, em que as demandas, os sonhos! reconhecimentos, destaca-se o Holcim
espaços urbanos de qualidade, vanda- Gustavo Restreppo é arquiteto e Awards of Sostenible Construction.
lismo e criminalidade diminuem. Teoria urbanista, atua nos setores público e
e experiências foram apresentadas à privado nas áreas de desenho, admi- Texto de Ana Elisabete Medeiros
FAU, no dia 13 de abril, como alicerce nistração e construção de projetos de Coordenação do evento: Luciana
da Experiência de Transformação Urbana arquitetura sustentáveis. É professor na Saboia e Ana Elisabete Medeiros
do arquiteto Gustavo Restreppo e equipe Pontifícia Universidade Bolivariana e na Mediação: Roberto Montezuma
em Medellín, Colômbia. Por trás de tele- Universidade Santo Tomás, em Medellín Organização: Karoline Cunha
clima e repertório
arquitetônico
In his talk, professor Leonardo Bittencourt (UFAL) presented his work experience as professor of indoor environmental quality and architec-
tural design, showing examples of applied bioclimatic design principles.
A FAU recebeu, em junho de em Londres. Ao longo de sua carreira arquitetura e mostrando uma visão do
2016, a palestra do professor Leonardo como professor de Conforto Ambiental projeto que incorpora a ideia climática
Bittencourt, da UFAL, intitulada “Clima e Projeto da UFAL, desenvolveu ensino como linguagem estética, em magníficos
e Repertório Arquitetônico”. O audi- e prática de projeto, tirando partido do exemplos de projetos. Além de professor,
tório da FAU ficou repleto de alunos clima e dos condicionantes ambientais pesquisador e orientador de inúmeros
e professores da graduação e pós-gra- como linguagem projetual, ilustrando trabalhos de mestrado e doutorado,
duação, além de profissionais atuantes de maneira muito prática os conceitos Leonardo é ainda autor de dois livros
no mercado. da arquitetura bioclimática e conforto. muito conhecidos e usados por alunos e
O professor Leonardo é arquiteto Foi exatamente esta a abordagem profissionais de arquitetura: O uso das
graduado na Universidade Federal de da palestra que o professor Leonardo cartas solares: diretrizes para arquitetos
Pernambuco, com doutorado em Envi- trouxe para Brasília, “quebrando” a e Introdução à ventilação natural.
ronment and Energy Studies na Archi- ideia comum do conforto como aces-
tectural Association Graduate School, sório final ou como mecanização da Texto de Cláudia Amorim
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a UTOPIA e a DISTOPIA
cineFAU e Ocupa a Pracinha:
na cidade modernista
Things to come | 18.05 | 18h | Pracinha da Fau
William Cameron Menzies | 1936.
The Trial | 27.05 | 16h | Auditório novo da Fau
Orson Welles | 1962.
Fahrenheit 451 | 01.06 | 18h | Pracinha da Fau
cine fau
François Truffaut | 1966.
Filmes e debates sobre a formação da Playtime | 10.06 | 16h | Auditório novo da Fau
cidade modernista e do discurso crítico Jacques Tati | 1967.
pós moderno. Branco sai, preto fica | 15.06 | 18h | Pracinha da Fau
18 de maio a 15 de junho. Ardiley Queirós | 2015.
Em 2012, alunos da Fau-UnB reviveram o Cine Fau, cineclube que tem como
objetivo projetar filmes que motivem o debate sobre a relação do cinema com a
arquitetura e a relação das pessoas com a arquitetura e a cidade.
No 1º semestre de 2016, foi realizada a mostra Utopia e Distopia na Cidade
Modernista, com base no ensaio teórico Da utopia a distopia: um panorama da
cidade modernista segundo o cinema, de 2015. Foi feito um convite por meio
de cartazes e pela página no Facebook do Cine Fau, para os alunos e professores
da UnB, e para a comunidade de fora da UnB, apresentando os filmes, que eram
de décadas e visões de cidade distintas.
As sessões aconteceram na pracinha da FAU, à noite, com o intuito de ocupar
o espaço que vinha passando por esvaziamento, e na sala Ernesto Walter, em
horário que agregasse os alunos de cursos noturnos. Os debates sempre foram
acompanhados por professores da FAU e alunos, com temáticas que trabalhavam
a vivência na cidade e a realidade no século XXI.
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conservação da
arquitetura moderna
desafios e ações
In his lecture, professor Fernando Diniz Moreira presented the current challenges and the actions carried out to
promote the conservation of the modern architectural heritage of the city of Recife, Pernambuco.
A palestra A Conservação da Arqui- materiais, sistemas infraestruturais, mento Urbano (UFPE/1994) e mestre
tetura Moderna: desafios e ações trouxe manutenção, dimensão urbana, pátina, e PhD em Arquitetura (Pennsylvania
o Recife à Brasília. Não o Recife naquele reconhecimento e tombamento. Ações University, 2001/2004). Atualmente é
dia vestido de retalhos e cores do feriado de ensino, projeto e inventário: Recife professor associado da UFPE e Pesqui-
junino. Não o Recife representado na como sede do I Curso Latino-Americano sador N.2 do CNPq.
figura do palestrante, ele mesmo reci- de Conservação da Arquitetura Moderna;
fense. Mas o Recife como objeto das Recife do Geraldão, como exemplo de
ações às quais o título da palestra se intervenção e Recife inventariado na Texto de Ana Elisabete Medeiros
refere. Ações que buscaram vencer vários obra de Janete Costa e Acácio Gil Borsoi. Coordenação do Evento: Luciana
dos desafios colocados como específicos Fernando Diniz Moreira é arqui- Saboia e Ana Elisabete Medeiros
à conservação da arquitetura moderna, teto e urbanista (UFPE/1989), historiador Organização: Karoline Cunha e
associados a questões de funcionalidade, (UC-PE/1991), mestre em Desenvolvi- Constanza Manzochi
O II Ciclo Políticas Urbanas e rativas da Prefeitura Municipal de São politanas no marco dos Estatutos das
Regionais no Brasil teve como objetivo Paulo. O foco foi generalista, procurando Metrópoles e Cidades. A conferência de
apresentar e debater as diversas políticas abarcar as diferentes temáticas deba- abertura foi proferida pela Profa. Dra.
urbanas e regionais no Brasil a partir do tidas no âmbito das políticas urbanas e Marília Steinberger, do Departamento
olhar de pesquisadores de órgãos gover- regionais, incluindo o desenvolvimento de Geografia da UnB, com o título “A
namentais, incluindo a Universidade, o urbano, as problemáticas ambientais dos Retomada da Formulação de Políticas
Instituto de Pesquisas Econômicas Apli- municípios, temas relacionados ao patri- Urbanas e Regionais”.
cada (IPEA), o Ministério de Ciência e mônio histórico-arquitetônico como
Tecnologia, o Ministério das Cidades, processo do planejamento, assuntos Texto de Carolina Pescatori
o Instituto do Patrimônio Histórico e relacionados ao campo da economia Organização: GPHUC-UnB/CNPq
Artístico Nacional – IPHAN – e a Secre- urbana e regional, e o desenvolvi- Coordenação: Rodrigo de Faria,
taria de Relações Internacionais e Fede- mento regional e das regiões metro- Carolina Pescatori e Sandra Corrêa
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arqui #6
iv jornadas labeurbeanas
The results of the undergraduate and graduate research projects undertaken by professors and students of the LabeUrbe were presented in
a seminar hosted by the laboratory in April.
Nos dias 7 e 8 de abril de 2016 pelo Prof. Dr. Marcos Thadeu Magalhães. orais, realizou-se um debate pelos
foram realizadas as IV Jornadas Labeur- Em seguida, iniciaram-se as comuni- membros do LabeUrbe a respeito das
beanas, no Auditório da Faculdade de cações e debates que se dividiram em temáticas orientadoras das linhas de
Arquitetura e Urbanismo da Universi- cinco momentos distintos. O primeiro pesquisa e sua estruturação. Pontos
dade de Brasília. O evento, organizado foi composto pelas apresentações altos do evento foram a apresentação
pelo Laboratório dos Estudos da Urbe orais das pesquisas em andamento na da pesquisa “Cronologia do Pensamento
(LabeUrbe) no âmbito do Programa de pós-graduação acerca da cidade contem- Urbanístico”, dos alunos Dilton Lopes e
Pós-Graduação e Pesquisa da Faculdade porânea, do urbano e do território em Thiago Magri, da FAU-UFBA, e a palestra
de Arquitetura, tem como objetivo suas múltiplas escalas, organizadas a “Pensar por Nebulosas: Cronologia do
informar a comunidade acadêmica e a partir dos seguintes temas específicos: Pensamento Urbanístico”, proferida
sociedade em geral sobre o andamento paisagem e narrativas; planejamento pelas professoras Paola Berenstein
da formação, produção, além dos resul- urbano; cronologia urbana; patrimônio Jacques (FAU-UFBA) e Margareth da
tados de pesquisas realizadas por profes- e história; produção do espaço e desen- Silva Pereira (PROURB-UFRJ), com
sores, alunos do Programa de Iniciação volvimento regional; projetos e debates mediação da Profª. Dra. Sylvia Ficher.
Científica e pós-graduação vinculados contemporâneos em arquitetura. O evento ocorre anualmente e
ao laboratório. Dois outros momentos envolveram espera-se que possa contribuir para o
O evento foi aberto pelo Prof. Ms. a exposição em pôsteres dos projetos debate sobre a cidade em suas distintas
Pedro Henrique Máximo (professor do de pesquisa dos alunos recém-ingressos escalas e abordagens, e, principalmente,
Curso de Arquitetura e Urbanismo da no Programa de Pós-Graduação e das para promover a construção coletiva do
UEG), com a apresentação da dissertação ref lexões preliminares acerca dos conhecimento e a troca de experiências
de mestrado Do aeroporto à aerotró- objetos investigados pelos alunos do entre os pesquisadores e participantes.
pole e o território do Aeroporto Inter- Programa de Iniciação Científica e seus
nacional de Viracopos, defendida em coordenadores. No dia 8 de abril, além Texto de Sued Ferreira e
abril de 2014, na FAU-UnB, e orientada do prosseguimento das comunicações Ana Flávia Rêgo Mota
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como construímos
brasília
uma conversa com jayme zettel
Architect Jayme Zettel was a member of the design team led by Lucio Costa for the construction of Brasília. In his talk, Jayme Zettel shared
the work that went into transforming the layout of the Pilot Plan into the urban plan of the nation’s new capital, presenting the technical
complexities and unforeseen challenges during that process.
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arqui #6
a invenção do
tropicalismo na baía
de guanabara
In his talk, professor Amilcar Torrão Filho (PUC-USP) presented a collection of accounts and images of the Guanabara Bay landscape and
how it became a national symbol and epitome of Brazilian identity.
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Fonte: REIS FILHO, Nestor Goulart. Imagens das Vilas e Cidades do Brasil Colonial. [Colaboradores: Beatriz P. S.
Bueno e Paulo J. V. Bruna]. São Paulo: EDUSP, Imprensa Oficial do Estado, FAPESP, 2000.
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aula magna
rosa kliass no cerrado
The landscape architect Rosa Kliass spoke with irreverence and modesty about her long-standing career and
presented some of her outstanding projects.
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Foi uma tarde especial, a de 20 de maio de 2016, para a virando o Instituto Municipal de Paisagem Urbana de São
Universidade de Brasília. Superlotado, o auditório da Asso- Luís (Impur). A partir da criação do instituto foi feito o
ciação de Docentes (ADUnB), com 520 lugares, recebia uma plano da paisagem urbana da cidade, dando continuidade
senhora de 83 anos, elegante e bem-humorada, para uma a um dos inúmeros trabalhos de Rosa Kliass.
aula magna. Os relatos não pararam por aí. Foram feitas análises,
Rosa Kliass falou sobre “Arquitetura Paisagística – para estudo dos presentes, de pelo menos sete trabalhos
Uma Trajetória”, que faz parte de um circuito de palestras realizados pela arquiteta, ao redor do Brasil e do mundo.
chamado “Rosa Kliass no Cerrado”, em que ela relata sua A atenção dos participantes era máxima, com momentos
trajetória pelo universo do paisagismo. Esbanjando simpatia de descontração, que ela construía com seu jeito meigo e
e sabedoria, Rosa Kliass mostrou para alunos, profissio- a clareza das palavras.
nais e pessoas que se interessam pela área de Arquitetura Em uma de suas histórias emocionantes, a arquiteta
e Urbanismo uma parte de sua experiência como arquiteta contou que, enquanto estava em São Luís para realizar o
paisagista, apresentando projetos e histórias ligados a eles. projeto do Impur, uma conversa com outro dos hóspedes
A arquiteta também carrega em seu currículo formações do hotel em que estava fez com que ela se sentisse tocada
em Geografia e Botânica, que, segundo ela, são de extrema por um de seus trabalhos feitos no Amapá, o Parque do
importância para sua área de trabalho. Seu mestrado voltado Forte. O parque fica no entorno da Fortaleza de São José e,
para a área de Arquitetura e Urbanismo foi feito na Faculdade banhado pelo Rio Amazonas, deu origem a um espaço de
de Arquitetura e Urbanismo da UnB (FAU), o que, segundo recreação para crianças.
ela, já estava em seus planos, entre os trabalhos e a prepa- O hóspede se apresentou como macapaense. Sem
ração para ingressar em mais uma aventura acadêmica na fazer muitos rodeios, Rosa disse que era quase uma cidadã
Universidade de Brasília. do Amapá. Curioso, o homem perguntou o motivo, já que
Mais de vinte países ao redor do globo foram visi- ela havia falado que era do estado de São Paulo. Foi então
tados, estudados e explorados paisagisticamente por Rosa. que ela mencionou seu projeto do parque, que havia sido
A arquiteta ressalta que essas viagens foram de extrema inaugurado há seis meses. Encantado com quem estava a
importância para seu crescimento acadêmico e profis- sua frente o homem chama os dois filhos que estavam na
sional. Entre congressos e trabalhos, Rosa conta que uma piscina para que conhecessem a moça que fez o “lugar bonito”.
das viagens que mais marcou sua vida profissional foi feita Lisonjeada, Rosa conta esta história com muito orgulho e
pelos Estados Unidos, que para ser realizada contou com prazer por ter tido um de seus projetos rebatizados pela
uma bolsa que ganhou para viajar por toda a costa do país – população com um adjetivo tão significativo.
From coast to coast era o nome do projeto. Rosa conta que Ao final da apresentação a arquiteta respondeu a
passou por muitos lugares dentro do país, e que em cada perguntas dos participantes, seguindo para uma sessão
parada existiam visitas que ela julgava serem obrigatórias de autógrafos da segunda edição de seu livro Rosa Kliass:
para seu crescimento. “Em cada cidade eu visitava a escola desenhando paisagens, moldando uma profissão.
de arquitetura paisagística do local, os principais arquitetos A ponto de fazer 84 anos, Rosa Kliass deu uma aula de
ali residentes e buscava conhecer a fundo os lugares e seus humanidade, humildade, preocupação com o meio ambiente
estilos paisagísticos”, relata durante a apresentação. e experiência. Os participantes, em momentos de risadas
Já nos projetos realizados no Brasil, Rosa destaca com e outros de emoção, demonstraram imenso respeito pela
humor e irreverência uma experiência que viveu no estado figura que a arquiteta representa da história da Arquitetura
do Maranhão, mais especificamente na capital São Luís. Paisagística mundial. A clareza e a lucidez das palavras profe-
Nos tempos em que era presidente da Associação de ridas pela profissional fizeram com que a plateia quisesse
Arquitetos Paisagistas (ABAP), Rosa recebeu um convite, mais. Aplaudida de pé e homenageada pelos estudantes da
de uma arquiteta do estado do Maranhão, para que ela indi- FAU, Rosa Kliass foi exaltada pelo público. Os pedidos de
casse um profissional da região Norte que pudesse fazer um abraços não foram poucos. Uma fila se formou na saída do
projeto paisagístico na cidade. “Eles queriam um arquiteto palco. Essa foi a maneira encontrada pelos participantes
paisagista para um projeto que visava apenas uma plan- para demonstrar gratidão por aquele breve momento de
tação de florzinhas nos canteiros das avenidas”, conta a troca de experiências entre quem está ingressando na área
arquiteta, fato que arrancou risos dos presentes. Para solu- e quem nela se consagrou como uma das melhores.
cionar inicialmente o problema de São Luís, Rosa sugeriu
que a equipe responsável pelo projeto fosse a um congresso
que seria realizado em Belém, no Pará. Tendo sua sugestão
acatada, após o congresso, ela recebeu o convite para criar Extraído do site CAU-BR
um departamento de parques e jardins, que por fim acabou Texto por Jéssica Luz, com supervisão de Júlio Moreno
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GA
LE
RIA
arqui #6
#rosakliass
nocerrado
Imagens do concurso #rosakliassnocerrado,
promovido pelo projeto Pé na Estrada.
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Foto por Marcela Budó.
94 1/2016
Foto por Marina Zuquim.
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arqui #6
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Foto por Gaby Heusi.
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Foto por Andrea Alquezar.
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