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dopagem - Grau II relativamente a matérias que foram as
consideradas mais adequadas para um nível intermédio
de formação: autorizações de utilização terapêutica;
consequências da dopagem ao nível da ética e da saúde;
direitos e responsabilidades dos praticantes desportivos e
do pessoal de apoio, no âmbito da luta contra a dopagem;
violações de normas antidopagem e respetivas sanções.
1.
DEVERES E DIREITOS 1.1. Introdução
Código Mundial Antidopagem - o Código é o docu- Lista de Substâncias e Métodos Proibidos - A lista,
mento nuclear onde consta o enquadramento que possibilita que é também uma norma internacional de aplicação obriga-
a harmonização das políticas de luta contra a dopagem, das tória, constitui um dos elementos fundamentais do Programa
suas normas e regulamentos, entre as organizações desporti- Mundial Antidopagem. Identifica as substâncias e métodos
vas e entre as autoridades públicas dos diferentes países. proibidos em competição, fora de competição e em alguns
desportos em particular. A lista é atualizada todos os anos, en-
trando em vigor uma nova versão em cada dia 1 de janeiro.
Norma Internacional para Controlo e Investigações - Norma Internacional para Laboratórios - esta Norma Internacional sobre Conformidade do
esta norma destina-se a assegurar um sistema de controlos norma destina-se a assegurar a validade dos processos Código pelos Signatários - esta norma garante
de dopagem eficaz, garantindo a salvaguarda da integridade analíticos no âmbito da luta contra a dopagem, bem como um conjunto de regras inerentes à monitorização da
e identificação das amostras, desde a notificação dos prati- estabelecer os critérios para a obtenção e manutenção da implementação do código pelos signatários e os pro-
cantes desportivos até ao transporte das amostras para o la- acreditação para a realização desses procedimentos pela cedimentos e sanções a aplicar caso se verifiquem não
boratório. Contém os princípios e os procedimentos inerentes Agência Mundial Antidopagem em todos os laboratórios conformidades.
ao sistema de localização dos praticantes desportivos e as acreditados.
regras pelas quais se devem reger as investigações desenca-
deadas pelas organizações antidopagem. Destina-se também
a estabelecer os direitos e deveres de todos os intervenientes FIGURA 7 - Nor-
ma Internacional
no processo de controlo de dopagem. sobre Conformi-
FIGURA 5 - Nor- dade do Código
ma Internacional pelos Signatários.
para Laboratórios.
FIGURA 3 - Nor-
Norma Internacional para a Educação - o primeiro 5
ma Internacional Norma Internacional para a Proteção da Priva- objetivo é estabelecer padrões obrigatórios que apoiem os
para Controlo e cidade e dos Dados Pessoais - tem como objeto signatários no planeamento, implementação, monitorização
Investigações.
garantir que todas as partes envolvidas na antidopagem e avaliação de programas educacionais eficazes, conforme
respeitam um conjunto de regras tendo em vista a pro- estipulado no código.
Norma Internacional para Autorização de Utilização teção da privacidade, quando recolhem e utilizam dados
Terapêutica - a finalidade desta norma é garantir que o pessoais dos praticantes desportivos, nomeadamente
processo para a concessão de Autorizações de Utilização informação relativa aos controlos de dopagem, às autoriza-
Terapêutica (AUT) é harmonizado entre todos os desportos e ções de utilização terapêutica e aos sistemas de localização
em todos os países. do praticante desportivo. FIGURA 8 - Nor-
ma Internacional
para a Educação.
Norma Internacional para a Gestão dos Resul- estabelecidas na versão 2021 do Código Mundial Antidopa- praticantes desportivos a seu cargo relativamente aos seus
tados - o objetivo desta norma internacional é definir as gem. Nomeadamente, consagra a ADoP enquanto organização direitos e deveres no mesmo âmbito.
principais responsabilidades das organizações antidopagem nacional antidopagem, definindo as suas competências.
relativamente à gestão de resultados, cobrindo todas as fases Os treinadores, como pilares e líderes de equipas
do processo, desde a revisão inicial até aos recursos, passando Portaria n.º 11/2013, de 11 de janeiro, com as alterações que multidisciplinares de apoio aos praticantes desportivos,
por todas as fases dos procedimentos disciplinares inerentes a lhe foram introduzidas pela Portaria n.º 232/2014, de 13 de não podem de forma alguma adotar uma atitude de pas-
violações de normas antidopagem. novembro – estabelece as normas de execução regulamentar sividade perante qualquer situação que ponha em causa
do referido regime (atualmente em fase de revisão). princípios legais, regulamentares ou éticos pelos quais se
deve reger a prática desportiva. Deverão ter uma atuação
eticamente irrepreensível, pois representam uma especial
referência para todos os que atuam sob a sua autoridade,
FIGURA 9 - Nor-
ma Internacional desde a restante equipa técnica aos praticantes desporti-
para a Gestão dos vos. Nessa medida, um adequado conhecimento dos seus
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Resultados.
Regulamentos federativos antidopagem - A legis- direitos e deveres, bem como dos direitos e deveres dos
lação em vigor impõe às federações desportivas a adoção de praticantes desportivos, muito em especial os relacionados
Regulamentos antidopagem das federações um regulamento antidopagem, elaborado em conformidade com a antidopagem, é fundamental.
internacionais - as federações desportivas internacionais com as regras estabelecidas na legislação nacional aplicável,
dispõem também de regulamentos antidopagem, de forma com as normas estabelecidas no quadro das convenções
a garantir a implementação dos princípios estabelecidos pelo internacionais sobre a dopagem no desporto de que Portugal
Programa Mundial Antidopagem nos eventos desportivos seja parte ou venha a ser parte, e com as regras e orientações
que organizam. Por outro lado, as federações internacionais estabelecidas pela AMA e pelas respetivas federações despor-
e outros organismos desportivos internacionais funcionam tivas internacionais.
muitas vezes como verdadeiras organizações antidopagem,
assim reconhecidas pelo código. Assim, são aplicados os res- Os regulamentos federativos antidopagem são regista-
petivos regulamentos antidopagem aos praticantes desporti- dos junto da ADoP, a quem compete nomeadamente aferir
vos que estão sob a jurisdição dessas federações. da sua legalidade.
1.2. Deveres e direitos dos treinadores Não criar expectativas irrealistas a nível do desempenho “O planeamento do treino nada tem
desportivo, principalmente nos praticantes desportivos a ver com o recurso a substâncias e
No processo de antidopagem, são deveres fundamentais dos mais jovens, pois estes poderão ser tentados a tomar métodos proibidos!”
treinadores que acompanham a carreira desportiva dos pratican- algo que lhes permita atingir o objetivo almejado, ao O deficiente trabalho ao nível da capacidade aeróbia
tes, em qualquer dos momentos da sua atividade, os seguintes: percecionarem que o mesmo não pode ser alcançado poderá levar os praticantes desportivos a serem tentados
Conhecer e fazer cumprir todos os princípios previstos no por meios lícitos. a tomar substâncias que aumentem de uma forma ilícita
regulamento federativo antidopagem da sua modalidade. a capacidade de captação, transporte e utilização do
Usar a sua influência para que os valores e os comportamen- A gestão de expectativas é relevante oxigénio no seu organismo.
tos adotados pelos seus praticantes desportivos se possam para a luta contra a dopagem?
traduzir em atitudes éticas contra a dopagem no desporto. Sim. O treinador deve ter um discurso motivador Esclarecer os praticantes sobre todos os meios disponibi-
Velar para que os praticantes desportivos se abstenham junto dos seus praticantes desportivos, mas evitan- lizados pela ADoP para esclarecimento sobre a natureza
de qualquer forma de dopagem, através de um discurso do excessos, para não correr o risco de fomentar de quaisquer substâncias, produtos ou métodos que lhe
proativo no âmbito da luta contra a dopagem.
Não valorizar em demasia a capacidade competitiva como
expectativas irrealistas, que possam desencadear
estratégias de dopagem.
sejam ministrados, nomeadamente através da informação
disponível na página da internet da ADoP (www.ADoP.pt) 7
objetivo de realização, em detrimento do domínio da tarefa, através da ferramenta “Jogo Limpo”.
pois pode correr-se o risco de, mesmo que inconscientemente, Planear cuidadosamente o treino, evitando cargas de Garantir que os praticantes desportivos dispõem de um
estimular os praticantes desportivos a utilizarem substâncias treino excessivamente intensas e/ou volumosas e/ou adequado apoio médico especializado, mantendo-os
proibidas para melhorarem o seu rendimento desportivo. recuperação insuficiente, o que pode obrigar os pratican- informados das substâncias e métodos que sejam proibi-
tes desportivos a utilizar substâncias ou métodos proibi- dos, bem como das consequências da sua utilização;
A atitude mais correta de um treina- dos para acompanhar o treino da equipa ou satisfazer o
dor na antidopagem é uma atitude treinador. “Um adequado apoio médico não é
passiva, não dando a entender aos seus pra- Planear adequadamente o plano competitivo dos seus uma prioridade numa equipa!”
ticantes desportivos que o problema existe? praticantes desportivos, evitando uma densidade exage- Para além da sua importância na garantia de uma
Bem pelo contrário! O treinador deve ter uma inter- rada de competições em determinados períodos da épo- prática desportiva que proteja a saúde dos pratican-
venção ativa, que passa pela condenação veemente ca, dificultando desse modo a recuperação do praticante tes desportivos, a equipa médica tem um papel fun-
de quaisquer práticas de dopagem. É fundamental, por desportivo, o que o pode levar a utilizar estratégias de damental na prevenção da ocorrência de violações
exemplo, que um treinador de futebol ou de andebol dopagem, facilitadoras dessa recuperação. de normas antidopagem por atos negligentes ou
tenha, no início de cada época desportiva, um discurso intencionais.
forte e claro sobre esta temática com todos os elemen-
tos da equipa.
Não recomendar ou administrar medicamentos que “A administração de substâncias ou Informar os praticantes desportivos sobre o sistema de
contenham substâncias proibidas ou utilizar métodos métodos proibidos por um treinador solicitação de Autorização de Utilização Terapêutica, de
proibidos. representa um crime?” forma a garantir um direito fundamental para a proteção
Comunicar à ADoP eventuais violações de normas anti- “Quem administrar ao praticante desportivo, com ou sem da saúde dos praticantes – o direito ao tratamento. Essa
dopagem de que tenham conhecimento. o seu consentimento, em competição, qualquer subs- solicitação deve ser feita à federação internacional para
Solicitar à ADoP que seja submetido a controlo de dopa- tância ou facultar o recurso a método proibido, ou quem os praticantes desportivos que estão inseridos no respe-
gem qualquer praticante desportivo em relação ao qual administrar ao praticante desportivo, com ou sem o seu tivo Grupo Alvo, e junto da ADoP para todos os restantes
suspeite que possa estar a utilizar produtos, substâncias consentimento, fora da competição, qualquer substância praticantes nacionais.
ou métodos proibidos. ou facultar o recurso a método que seja proibido fora de
Preservar a confidencialidade de toda a informação competição, ou quem assistir, encorajar, auxiliar, permitir Não será desleal um treinador
relativa à antidopagem a que tenha acesso e que esteja o encobrimento, ou qualquer outro tipo de cumplicidade informar a ADoP sobre eventuais
sujeita a dever de sigilo, nomeadamente a relativa a envolvendo uma violação de norma antidopagem é pu- práticas de dopagem?
uma eventual violação de norma antidopagem por caso
adverso, que ainda não tenha sido confirmada através de
nido com prisão de 6 meses a 3 anos, salvo quando exista
uma autorização de utilização terapêutica.“
Um praticante desportivo que se dopa, e que por isso
tem uma melhoria do seu rendimento desportivo sendo 8
uma contra-análise solicitada pelo praticante desportivo. Artigo 58.º da Lei n.º 81/2021, de 30 de novembro. este facto conhecido no âmbito do grupo de trabalho
e sem que ninguém denuncie essa situação, representa
um risco de contágio que pode envolver todo o grupo,
podendo originar um fenómeno de “bola de neve”.
coletivas, e na ausência de qualquer dirigente despor- 1.3. Deveres e direitos dos praticantes São deveres fundamentais
tivo, deverão testemunhar o sorteio dos praticantes
desportivos a submeter a controlo realizado pelo RCD.
desportivos do praticante desportivo:
l Devem disponibilizar-se para acompanhar os praticantes No processo de luta contra a dopagem no desporto, os ↘ Conhecer e fazer cumprir todos os princípios previs-
desportivos ao controlo de dopagem, sendo obrigatório praticantes desportivos filiados em qualquer federação nacio- tos no regulamento federativo antidopagem da sua
esse acompanhamento sempre que se trate de um controlo nal possuem um quadro de princípios que devem entender e modalidade.
realizado a um menor ou a um praticante portador de uma cumprir como deveres fundamentais, bem como um conjunto ↘ Não permitir a administração nem fazer uso de subs-
deficiência que necessite de auxílio de terceiros, caso não de direitos que deverão ser salvaguardados, nomeadamente tâncias ou métodos constantes na Lista de Substân-
haja outra pessoa disponível para os acompanhar. durante as ações de controlo de dopagem. cias e Métodos Proibidos em vigor.
↘ Não permitir a administração, nem fazer uso de
“O treinador não tem qualquer substâncias ou métodos que impeçam ou dificultem
responsabilidade na realização do a deteção de substâncias proibidas.
controlo de dopagem!”
Embora não assuma um papel principal nesse processo,
↘ Submeter-se ao controlo de dopagem, em compe-
tição ou fora de competição, sempre que notificado 9
pode tornar-se o ator principal, se não assumir as suas para esse efeito por uma organização antidopagem,
responsabilidades. colaborando ativamente com os responsáveis pelo
controlo de dopagem (RCD).
Colaborar com os praticantes desportivos que se encon- ↘ Informar-se junto do representante da entidade or-
trem inseridos no grupo-alvo de uma federação internacio- ganizadora do evento ou competição desportiva em
nal ou da ADoP, para o cumprimento das suas obrigações que participa, ou junto do responsável pela equipa
relativas ao envio dos formulários do sistema de locali- de controlo de dopagem, se foi, ou pode ser, indicado
zação, principalmente se são treinadores de praticantes ou sorteado para se submeter ao controlo de dopa-
desportivos portadores de deficiência que, por questões gem, não devendo abandonar os espaços desporti-
de autonomia, têm dificuldade em assumir pessoalmente vos nos quais se realizou esse evento ou competição
essas responsabilidades. sem se assegurar que não é alvo do controlo.
Colaborar na distribuição e divulgação de material de
informação e educação disponibilizado com regularida-
de pela ADoP junto dos diversos grupos-alvo das suas
campanhas de informação e educação, nomeadamente
através das federações desportivas.
Os regulamentos antidopagem das Sendo praticante com idade inferior a 18 anos, apresen- Se notificado da inclusão no grupo-alvo de praticantes
federações desportivas são todos tar no ato de inscrição ou de revalidação desta junto da desportivos da ADoP ou de uma federação internacional,
iguais? respetiva federação, autorização por quem detém o po- cumprir as obrigações que daí decorrem no âmbito do
“1 - As federações desportivas estão obrigadas a adaptar der paternal para se sujeitar aos controlos de dopagem. Sistema de Localização do praticante desportivo.
o seu regulamento de controlo de dopagem às:
a) Regras estabelecidas na presente lei e demais regula- O praticante desportivo pode negar
mentação aplicável. submeter-se a um controlo de O que prevê o Sistema de Localização?
b) Normas estabelecidas no quadro das convenções dopagem porque tem um voo programado “Os praticantes desportivos que tenham sido identi-
internacionais sobre a dopagem no desporto de que para a mesma altura? ficados pela ADoP ou por uma federação desportiva
Portugal seja parte ou venha a ser parte. Não. Após ser notificado, o praticante desportivo não internacional para inclusão num grupo-alvo para
c) Regras e orientações estabelecidas pela AMA e pelas pode recusar-se a submeter-se a um controlo em efeitos de serem submetidos a controlos fora de com-
respetivas federações desportivas internacionais. “ nenhuma circunstância. No entanto, o RCD fará tudo petição são obrigados, após a respetiva notificação, a
DIREITOS E DEVERES DO PRATICANTE DESPORTIVO NO concluir o treino, mas não pode abandonar o local de Durante a recolha de amostras de sangue, tem o direito
CONTROLO DE DOPAGEM treino sem ser acompanhado pelo RCD ou ACD. de permanecer sentado em relaxamento nos dez minu-
Notificação: Deve fazer-se acompanhar de um documento de identi- tos que antecedem esse procedimento.
Pode solicitar ao RCD a apresentação das suas credenciais. ficação pessoal (cartão de cidadão ou cartão da Federa- Deve cumprir as indicações do RCD durante a recolha
Deve manter-se sob observação do RCD ou do auxiliar ção, por exemplo). das amostras, nomeadamente quanto à forma como
do controlo de dopagem (ACD) desde o momento da no- Pode alimentar-se e hidratar-se, mas deve ter presente que deve ser recolhida a amostra, e na realização de todos
tificação até ao final da sessão de colheita das amostras. o faz por sua conta e risco, e que deve evitar uma excessiva os procedimentos de divisão e acondicionamento das
Não deve abandonar o recinto desportivo e o local do hidratação, atendendo à necessidade de disponibilizar uma amostras pelos frascos A e B.
controlo sem que para tal tenha obtido autorização do RCD. amostra com a densidade urinária adequada para análise. Deve declarar ao RCD todos os medicamentos (qualquer
Se for notificado, deve apresentar-se na Estação de Con- Deve assinar o impresso da notificação. que tenha sido a via de administração) e os suplementos
trolo de Dopagem imediatamente após ter terminado a nutricionais administrados nos últimos sete dias.
sua participação no evento. //////////////////////////////////////////////////////////////////////////////// Deve declarar no formulário do controlo antidopagem,
Poder solicitar a autorização do RCD para atrasar a sua
chegada à Estação de Controlo de Dopagem, ou para Durante o controlo:
antes de o assinar, qualquer não concordância relativa
ao processo de recolha das amostras, ou qualquer outra 12
ausentar-se da mesma, se for garantida a sua permanên- Pode fazer-se acompanhar por uma pessoa da sua confiança observação que pretenda fazer relativamente ao mesmo.
cia sob observação permanente do RCD ou do ACD, nas (devidamente identificada). Este acompanhamento é obrigató- Deve guardar cópia do formulário do controlo antidopa-
seguintes circunstâncias: rio para os praticantes desportivos menores e para os pratican- gem fornecida pelo RCD no final do controlo.
l participação numa cerimónia de atribuição de prémios; tes desportivos portadores de deficiência visual ou mental.
l participação numa conferência de imprensa; Tem o direito de ser submetido a controlo em instalações
l participação noutras competições; adequadas e de fácil acesso, que garantam condições
l realização de um período de arrefecimento/descontração; mínimas de higiene, segurança, privacidade e conforto, Cenário para arrumar ideias
l necessidade de localizar um representante e/ou intérprete; não tendo no entanto o direito de se recusar a realizar o Treina uma equipa de formação composta por jovens com
l necessidade de receber assistência médica; controlo de dopagem se o RCD considerar que as condi- idades compreendidas entre os 15 e os 17 anos, que poderão
l necessidade de obter uma identificação com fotografia; ções mínimas estão garantidas. vir a ser submetidos a controlos de dopagem num futuro
l qualquer outra circunstância excecional que possa justifi- Tem o direito a ser informado pelo RCD relativamente: próximo. Que preocupações e responsabilidades devem ser
car essa autorização, devidamente fundamentada. l procedimentos da colheita; equacionadas, de forma a preparar esses jovens para um
Deve informar de imediato o RCD no caso de necessitar l ao direito à escolha do material a ser utilizado no seu eventual controlo de dopagem durante uma competição?
de assistência médica, por motivo de lesão. caso (recipientes e contentores). Como deveria agir, e que tarefas deveria realizar, se o controlo
Nos períodos fora de competição, deve apresentar-se Deve obter cópia do documento de notificação para o de dopagem tivesse lugar numa competição organizada pelo
para controlo assim que notificado para o efeito. Pode controlo, se esta foi feita apenas oralmente. clube onde exerce as suas funções como treinador?
Pontos-chave
! da subunidade
1. Os treinadores devem adotar uma atitude pró-ativa 5. O treinador desempenha um papel fundamental na
no âmbito da luta contra a dopagem, evitando uma prevenção da dopagem ao assegurar que os prati-
atitude de passividade, assumindo o seu papel de cantes desportivos têm acesso a um adequado apoio
líderes de equipas multidisciplinares de apoio aos médico.
praticantes desportivos.
2.
MALEFÍCIOS ORGÂNICOS Proteger a saúde dos praticantes desportivos é um dos princi-
pais fundamentos da luta contra a dopagem no desporto. Da uti-
doses terapêuticas já têm efeitos secundários, é grande o risco
que resulta das doses utilizadas em estratégias de dopagem.
MÉTODOS PROIBIDOS a vida dos praticantes desportivos que recorrem a essas práticas. também levanta sérios problemas. Esses comportamentos não
seguem geralmente as boas práticas médicas, o que se traduz
Muitas das substâncias e métodos proibidos são utilizados também num sério risco para a saúde. Todos percebemos que o
terapeuticamente para o tratamento de diferentes problemas local adequado para realizar uma transfusão sanguínea, por exem-
de saúde. Todos os medicamentos têm efeitos secundários plo, é um hospital e não um domicílio ou um quarto de hotel.
indesejáveis, pelo que a sua utilização por pessoas saudá-
veis não pode ser justificada. Por outro lado, as doses utili- Por outro lado, algumas das substâncias utilizadas para
zadas em práticas de dopagem são geralmente muito mais dopagem foram concebidas única e exclusivamente com essa
elevadas que as utilizadas terapeuticamente. As doses de
agentes anabolisantes que são utilizadas nas estratégias de
finalidade, não estando disponíveis para uma utilização terapêu-
tica. Desse modo, não está garantida a segurança e a vigilância 15
dopagem, por exemplo, podem ser cinquenta vezes supe- farmacológica dessas substâncias por entidades oficiais.
riores às doses utilizadas para tratamento de doenças com
essas substâncias. Se as substâncias proibidas utilizadas em Trata-se de uma área científica onde existem grandes
constrangimentos de ordem ética para elaboração de estudos
prospetivos e duplamente cegos em seres humanos. Dificil-
mente uma comissão de ética permitirá a realização de estudos
que envolvam a administração de substâncias ou o uso de mé-
todos a seres humanos quando se sabe à partida que resultam
dessa estratégia efeitos colaterais eventualmente graves.
desportos de contacto, podendo no entanto pôr em causa Os esteroides anabolisantes podem também originar ciclo menstrual na mulher. Se as doses administradas forem
a integridade física dos praticantes desportivos. Cenas de diversos efeitos secundários no sistema reprodutivo, tanto elevadas e a administração for prolongada no tempo, os efei-
agressividade inusitada que acontecem muitas vezes à porta no homem como na mulher, motivados por uma diminuição tos sobre o sistema reprodutivo tornam-se irreversíveis, com
das discotecas e bares podem eventualmente ser devidas da produção das hormonas hipofisárias LH e FSH. A produção o aparecimento de amenorreia (ausência de ciclo menstrual)
ao facto de alguns dos seguranças que aí trabalham serem destas hormonas é inibida por um sistema de retro controlo no sexo feminino e de atrofia testicular no sexo masculino,
consumidores de esteroides anabolisantes, daí resultando negativo a nível do hipotálamo e da hipófise, motivado por conduzindo, em ambos os casos, à esterilidade.
uma maior agressividade. A relação da agressividade com a elevadas concentrações sanguíneas de esteroides anabolisan-
ingestão de esteroides anabolisantes tem sido investigada tes com uma estrutura química semelhante à da testosterona. “A utilização de agentes anabolisantes
essencialmente no âmbito de estudos realizados a nível Quando as doses administradas são diminutas e a duração da contribui para o aumento da virilidade?”
da incidência de agressividade familiar entre utilizadores e administração é curta, estes efeitos são reversíveis, traduzin- Não. Na realidade, um corpo muito musculado, fruto da utili-
não utilizadores. O seu uso dá origem a uma dependência do-se numa diminuição da quantidade de espermatozoides zação de esteroides anabolisantes, pode esconder a existên-
psíquica, que leva a que os utilizadores não consigam parar e em alterações da morfologia dos mesmos, causando uma cia de uma atrofia testicular e da consequente esterilidade.
a toma destas substâncias. diminuição da sua mobilidade no homem e alterações do
17
A nível do fígado, verificam-se igualmente alguns efeitos
secundários, principalmente após a administração de derivados
sintéticos. Estes efeitos são reversíveis quando a administração é
pouco prolongada, mas podem ser irreversíveis e muito graves
em administrações prolongadas, mesmo que descontínuas.
Numa fase inicial, existem apenas algumas alterações ao nível
de algumas enzimas, como por exemplo transaminases, desi-
drogenase láctica e creatinofosfoquinase, alterações que são em
geral reversíveis após a interrupção da administração. A elevação
destas enzimas sem outra causa aparente num indivíduo saudá-
vel deverá alertar o médico assistente para a eventual utilização
de esteroides anabolisantes. A administração prolongada pode
conduzir ao aparecimento de tumores hepáticos (carcinomas
hepatocelulares, hepatomas, adenomas, etc.) que geralmente
aparecem entre 10 a 20 anos após a administração, dificultando
desse modo o estabelecimento de uma relação causa-efeito.
O aparecimento de carcinomas hepáticos, décadas depois Existe um maior risco dos utilizadores de esteroides ana-
da utilização de esteroides anabolisantes e quando os prati- bolisantes poderem desencadear arritmias potencialmente
cantes desportivos já não são capa dos jornais, passa desse graves, por lesão direta das células do miocárdio, principal-
modo muitas vezes desapercebido. mente das do sistema de condução.
No homem, podem aparecer igualmente efeitos secun- Verificam-se também efeitos músculo-tendinosos, com
dários a nível da próstata, que inicialmente se manifestam uma maior predisposição para o aparecimento de tendinites
através de uma hipertrofia benigna da próstata, podendo e de roturas musculares e tendinosas. As causas parecem ser
mais tarde conduzir ao aparecimento de tumores malignos da diversas. Por um lado, os esteroides anabolisantes favorecem
próstata, por efeito da administração prolongada de este- um crescimento desproporcionado da massa muscular em
roides anabolisantes e manifestando-se apenas muitos anos relação aos tendões, favorecendo a primeira. Resultam daí
após a administração dessas substâncias. maiores trações sobre os tendões, que sofrem desse modo
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A eritropoietina, ao provocar um aumento da vis- A administração de uma única dose de A utilização destas substâncias visando estratégias de
cosidade sanguínea, origina uma predisposição para insulina pode provocar a morte? dopagem pode ser motivada habitualmente por duas razões:
acidentes vasculares cerebrais, enfartes do miocárdio, Sim. Da sua administração pode resultar um défice de Reduzir rapidamente o peso corporal em desportos em
insuficiência cardíaca e edema pulmonar agudo, todas açúcar no sangue (hipoglicémia), que pode causar a que há categorias de peso. O boxe, o judo, o halterofilis-
situações muito graves que podem conduzir à morte. morte num curtíssimo espaço de tempo por falta de mo e o remo são exemplos destes desportos.
Pode predispor igualmente o praticante desportivo glicose, único carburante utilizado pelo sistema nervo- No culturismo, os diuréticos são usados como forma de “se-
para a hipertensão arterial e para flebotromboses nos so central. car” os músculos, que assim terão melhor aspeto e definição.
membros inferiores. Estudos realizados em insuficientes Aumentar a excreção urinária e assim eliminar mais rapida-
renais crónicos, que administram eritropoietina de uma mente eventuais substâncias proibidas que tenham sido
forma continuada, para evitar a anemia associada aquela utilizadas, obtendo deste modo um efeito mascarante.
condição patológica, demonstraram que alguns destes ////////////////////////////////////////////////////////////////////////////
pacientes desenvolvem uma aplasia medular para série
rubra (diminuição ou ausência da produção de glóbulos
vermelhos pela medula óssea) devido à produção de
Estas substâncias podem ocasionar sérios efeitos se-
cundários, como a ocorrência de graves perturbações do 20
anticorpos antieritropoietina, resultando daí a instalação ritmo cardíaco por alterações do metabolismo do potássio,
de anemia. Estes anticorpos antieritropoietina inativam que podem conduzir à morte, perturbações do equilíbrio
a eritropoietina e por isso deixa de se verificar o estímulo a sua massa muscular ou que querem repor rapidamente os hídrico por perda exagerada de líquidos, que pode ser grave
produzido habitualmente por esta hormona a nível da seus níveis de glicogénio muscular após atividades desporti- em condições adversas de arrefecimento orgânico, dando
medula óssea, para a produção de glóbulos vermelhos. vas intensas e prolongadas. Quando administrada sem super- origem a desidratação. Podem também causar alterações
visão médica, pode desencadear hipoglicémias que podem no metabolismo glucídico, com tendência para a hipergli-
2.2.3. INSULINAS levar à morte em poucos segundos. cemia, conduzir a níveis elevados de ácido úrico no sangue
A insulina é uma hormona produzida no pâncreas e tem e provocar alterações no metabolismo do cálcio e sódio
um papel muito importante no metabolismo dos glúcidos. A que podem predispor os praticantes desportivos a lesões
diabetes é originada por um défice de produção de insulina 2.3. Diuréticos desportivas.
pelo pâncreas, ou por uma resistência periférica à mesma. Por
isso, os diabéticos tipo II insulino-dependentes têm de adminis- Os diuréticos são substâncias que aumentam a formação
trar esta hormona diariamente. de urina pelos rins. Em medicina, são usados para controlar a
hipertensão arterial, para diminuir edemas ou para combater
Esta hormona tem um efeito anabolisante e por isso é a insuficiência cardíaca congestiva (doença originada pela
utilizada por praticantes desportivos que querem aumentar falência do coração), entre outras.
2.5. Canabinoides
As anfetaminas, assim como outros estimulantes, inibem As aminas simpaticomiméticas, como é o caso das Os canabinoides encontram-se descritos na lista de Subs-
não só a capacidade de perceção da fadiga, mas também efedrinas, fazem parte da constituição de diversos medica- tâncias e Métodos Proibidos da Agência Mundial Antidopa-
a capacidade de perceção da dor e do golpe de calor, o mentos utilizados para tratamento de resfriados, constipações gem porque preenchem dois dos três critérios definidos pelo
que pode causar graves malefícios ao praticante desportivo,
chegando mesmo a causar a morte. A administração de uma
e gripes e outras doenças do foro respiratório. Para estas
substâncias, a Agência Mundial Antidopagem definiu limites
Código Mundial Antidopagem para que uma substância pos-
sa ser proibida no desporto: lesam ou têm potencial para lesar 22
anfetamina associada a práticas desportivas prolongadas, de positividade em termos de concentrações urinárias que a saúde e violam o espírito desportivo. Na grande maioria das
desenvolvidas em condições atmosféricas caracterizadas por estão descritos na Lista de Substâncias e Métodos Proibidos, modalidades desportivas, a utilização dos canabinoides não
temperaturas elevadas e principalmente por uma humidade para que a sua utilização em doses terapêuticas não origine preenche o terceiro critério: aumentar, ou ter o potencial para
relativa elevada, pode ser fatal. Ao inibir os sinais anunciado- uma violação de uma norma antidopagem. aumentar, o rendimento desportivo. No entanto, em algu-
res de golpe de calor e da desidratação, e simultaneamente mas modalidades muito específicas, onde é importante um
a capacidade de perceção da fadiga, estas substâncias levam A cocaína é outra das substâncias estimulantes que controlo da ansiedade ou onde é fundamental o aumento da
a que o organismo ultrapasse os seus limites fisiológicos e pode causar a morte em competição, por provocar espasmo prontidão desportiva, estas substâncias podem na realidade
agrave a desidratação, sem que o praticante desportivo se das artérias coronárias com o surgimento de enfarte do aumentar o rendimento desportivo.
dê conta desse facto. Muitas das mortes súbitas em com- miocárdio. De resto, os seus efeitos adversos são muito
petição por utilização de substâncias proibidas devem-se à semelhantes aos das anfetaminas, com o surgimento do A prontidão desportiva consiste num conjunto de fatores
ingestão deste tipo de substâncias. Por vezes, os praticantes perigo de viciação, de alterações psíquicas graves, da inibição necessários para que uma determinada atividade desportiva
desportivos iniciam a toma deste tipo de substâncias para da perceção de dor e fadiga, de agressividade, entre outros. possa ser realizada. Por exemplo, numa atividade que implica
aumentar o seu rendimento desportivo em competição, mas Quando se verifica num praticante desportivo uma violação um risco, e que por isso conduz a um certo receio por parte
ao ficarem dependentes das mesmas passam a tomá-las de uma norma antidopagem pela utilização de cocaína, veri- do praticante desportivo, o uso de canabinoides - ao desinibir
regularmente, de modo a poderem treinar e a desempenhar fica-se sempre a dúvida sobre qual foi a origem do problema: o praticante - pode aumentar o rendimento desportivo e,
as suas atividades sociais diárias. se o praticante desportivo iniciou a utilização de cocaína para simultaneamente, aumentar o risco de acidentes.
3. 3.
Em termos gerais, porque é que a utilização de substân-
cias proibidas representa um risco para a preservação da
Os malefícios orgânicos mais graves dos agentes
anabolisantes aparecem imediatamente após a sua 26
saúde dos praticantes desportivos? administração?
27
GLOSSÁRIO DE Escolta
Uma pessoa que é treinada e autori-
para remover substâncias indesejadas
pela urina. Caso não seja tratada, pode
HDL (High Density Lipoprotein)
Proteína transportadora de gorduras
Seleção aleatória 32
Seleção de praticantes desportivos
para controlo quando não se trate de
controlos dirigidos. A seleção aleatória
pode ser: completamente aleatória
(quando não se recorre a qualquer cri-
tério pré-determinado, e os praticantes
desportivos são escolhidos arbitraria-
mente de uma lista ou de um grupo
de nomes de praticantes desportivos);
ou ponderada (quando os praticantes
desportivos são classificados segundo
um critério pré-determinado de forma
a aumentar ou diminuir as suas hipóte-
ses de ser selecionado).