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ENTREVISTA
FT. ANTÓNIO GASPAR
“O fisioterapeuta era um bicho raro”
INOVAÇÃO
A UTILIZAÇÃO DA INSTRUMENTAÇÃO BIOMÉDICA NO PROCESSO DE AVALIAÇÃO E
INTERVENÇÃO EM FISIOTERAPIA
Luciano Maia Alves Ferreira · José João Baltazar Mendes · César Ferreira Amorim · Sofia Pinto · Robson Scoz
ARTIGO
PLIOMETRIA - IMPORTÂNCIA NA REABILITAÇÃO
[PARTE 2/2]
Emanuel Martins · Dora Janela
SKY - SHARING KNOWLEDGE WITH YOU
A SKY - Sharing Knowledge with You, aliada a todos os seus stakeholders, desenvolve, de forma
assertiva e pragmática, processos educacionais relacionados com tecnologia médica, visando
responder às necessidades identificadas junto dos seus destinatários.
I CRÂNIO-CERVICO-MANDIBULAR
ARTIGO
08
Variabilidade de Competências Motoras após Lesão
Desportiva
ARTIGO
09
Prevalência de Sintomatologia Músculo-Esquelética e de O mês de dezembro é marcado por um acontecimento
Lesões Desportivas no Golfe ímpar na história da Fisioterapia em Portugal, com a
tomada de posse dos primeiros membros dos órgãos
INOVAÇÃO sociais da Ordem dos Fisioterapeutas. A este respeito
12 gostaria de realçar a eleição do Bastonário, o Fisioterapeuta
Football Medicine®
António Lopes, que congratulo e a quem desejo a melhor
sorte para os desafios vindouros, assim como aos demais
AGÊNCIA MUNDIAL ANTIDOPAGEM (AMA)
13 membros eleitos.
Athletes Anti-Doping Rights Act
FICHA TÉCNICA | Diretor: Nuno Arnaut Pombeiro | Diretor-adjunto: Basil Ribeiro | Sub-diretor: Pedro
Nuno Pombeiro
Teixeira Leal | Gerentes: José Cabral Vaz, Nuno Arnaut Pombeiro | Produção: Linha Única – Edição e
Comunicação em Saúde e Desporto, Lda. | Edição: Basil Ribeiro e Nuno Arnaut Pombeiro | Design e
paginação: simpl.pt | Fotografia da capa: istock | Impressão: Gráfica Jorge Fernandes; R. Quinta Conde
de Mascarenhas N9 Vale Fetal - 2825-259 Charneca da Caparica | Sede do editor, sede da redação e
propriedade: Linha Única – Edição e Comunicação em Saúde e Desporto, Lda. – Rua Santos Dias,
1121 – M13 (Fil Park), 4465-255 São Mamede de Infesta | Telefone/Fax: 220135613 | E-mail: linhaunica.
rmd@gmail.com | www.revfisiodesp.pt | NIPC 515669423 | Detentores com 5% ou mais do capital da
empresa: PAZ – Consultoria e Gestão, Lda e Basil Valente Ribeiro | Periodicidade Bimestral | Tiragem
1500 exemplares | Depósito legal 480374/21 | Publicação Registada no Instituto da Comunicação Social
sob o nº 127541 | A reprodução parcial ou integral de texto ou ilustrações da Revista de Fisioterapia
Desportiva informa é proibida.
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descompressão na região popliteia e anel rotuliano ergonómico
ENTREVISTA
ANTÓNIO GASPAR RFD – Mas sente que tem hoje uma responsabilidade diferente,
Fisioterapeuta inclusivamente no plano mediático?
AG – Isso já é uma questão um pouco diferente. É verdade que há
uma responsabilidade acrescida. Precisamente por causa de um
caminho com muitos anos e felizmente feito em circunstâncias
maioritariamente felizes. Quando há pouco lhe dizia que temos
sempre de fazer mais e melhor é também em função dessa
Clínica António Gaspar consciência de que um eventual erro terá outra visibilidade. Seja
Linda-a-Velha - Oeiras
como for, é algo que considero positivo, pois obriga-nos a ter o
foco permanente nas pessoas, a não descansar, a não sermos
desleixados, a preservar o rigor e o profissionalismo. No fundo,
defender a nossa imagem é defender o bem-estar das pessoas e
esse é o maior propósito.
António Gaspar, o mais mediático dos fisioterapeutas
portugueses, não se vê propriamente como uma marca, mas
é de longe o profissional mais bem colocado para estabelecer RFD – Poderia concretizar um pouco mais esses projetos
as diferenças gigantescas face ao passado e estabelecer os pessoais aos quais está dedicado?
desafios de maior grau de exigência num futuro já marcado AG – Estou envolvido em áreas de grande abrangência, o que,
pela eleição do primeiro Bastonário na Ordem. aliás, nem sequer é inteiramente novo para mim. Como sabe,
coordeno o Centro de Reabilitação da Federação Portuguesa de
Futebol e além de acompanhar os atletas que estão na seleção,
“O fisioterapeuta era um bicho raro” muitas vezes também me desloco ao estrangeiro para os tratar.
Na fisioterapia desportiva, e concretamente no campo das
lesões musculoesqueléticas, tenho, juntamente com a minha
equipa, desenvolvido um trabalho para a comunidade que
REVISTA DE FISIOTERAPIA DESPORTIVA – Após tantos anos corresponde a um esforço de crescimento e aperfeiçoamento
na profissão e com a notoriedade alcançada, que desafios de determinadas práticas. Também sou presidente do Conselho
encontra? Consultivo do Centro Garcia de Horta e a interação com outros
ANTÓNIO GASPAR – Todos nós temos que nos reinventar em colegas permite-me elaborar constantemente um contributo
cada momento, em cada etapa. Reconheço que a idade me para a formação, investigação e ensino. Além disto, presto várias
proporcionou outra maturidade, o que é natural e transversal colaborações com empresas no sentido de tornar mais saudável
a qualquer profissional. Da mesma forma que admito que a vida dos seus funcionários e prevenir determinadas lesões. E
estou numa nova fase da minha carreira. Após muitos anos no estrangeiro presto consultadoria a quem, independentemente
a fazer coisas muito boas, e provavelmente algumas menos de estar ou não identificado com os critérios que regem a alta
boas também, julgo que nesta altura é o tempo certo para competição, reconhece que um trabalho complementar assegura
desenvolver projetos de natureza pessoal, mas sempre em que o produto final vai ao encontro da satisfação das exigências
colaboração com outros colegas e sempre numa visão de do cliente. Trata-se, basicamente, de ajudar a fazer a diferença
partilha de conhecimento e de articulação de competências. no trabalho.
É o caminho que vejo para podermos, enquanto profissionais
da fisioterapia, corresponder àquilo que as pessoas procuram RFD – O António insiste muito no trabalho em equipa. É algo
e precisam. que resulta das décadas de experiência no futebol de alta
competição?
RFD – O grau de exigência também aumenta... AG – Penso que se nós não procurarmos o trabalho em equipa,
AG – Mas isso é uma realidade própria de quem se propõe parte do conhecimento inevitavelmente vai perder-se. Sozinho
melhorar a cada dia. Nem seria concebível abordar outros e ninguém consegue reunir todos os elementos e otimizar a
contribuir para a resolução de problemas sem primeiro tirarmos aprendizagem. Talvez a alta competição proporcione os exemplos
o máximo partido da tal experiência acumulada. E isso deixa- maiores sobre isto. A base do êxito é a partilha e o estreitamento
nos mais exigentes connosco próprios. O desenvolvimento, a das relações estabelecidas entre todos os profissionais. Só assim
atualização de mais-valias, a dedicação ao ensino apenas são se consegue ir mais longe, fazer melhor. Se todos percebermos
compatíveis com um grau de excelência e com o trabalho em que há um interesse comum e soubermos fazer o aproveitamento
equipa, volto a frisar. do contributo de cada um, o resultado final pode ser quase
explosivo. Nunca me desviei desta ideia.
RFD – Essa nova fase profissional que destacou tem muito a
ver com o facto de o seu nome corresponder hoje em dia a RFD – A importância desse trabalho em equipa tem a ver com os
uma marca? novos desafios que os clientes despertam hoje em dia?
AG – Marca? Não sei se é uma marca... O que lhe posso dizer é AG – Em certa medida. Tocou numa questão fulcral. Hoje em
que me sinto reconhecido e estou muito grato a quem me presta dia, toda a gente está muito mais informada, muito mais a par
esse reconhecimento. Se entende como marca o feedback que das novas tecnologias. Seja por causa daquilo que pesquisam ou
me é proporcionado por antigos colegas, pelos meus doentes, do que lhes é transmitido, as pessoas já têm uma ideia muito
pelo público em geral, pelos profissionais do setor... talvez aí mais concreta sobre um determinado quadro clínico. E isso
possamos encontrar um significado para a expressão. E, como é traz outra responsabilidade na resposta e traz igualmente uma
evidente, não desconheço que há uma componente empresarial diferente forma de comunicar com os doentes. Há 32 anos, em
inerente a certos projetos. Mas no dia a dia não tenho essa Portugal, mesmo na alta competição, praticamente o papel
consciência, nem é algo que caracterize ou desvirtue a postura do fisioterapeuta não era reconhecido. Não existia sequer essa
que sempre tive enquanto fisioterapeuta. figura. Eu fui o primeiro fisioterapeuta na Federação Portuguesa
jogador. Considero que foi um discurso espetacular DUELO INTENSO COM CR7 NO PINGUE-
porque me deu toda a confiança. A verdade é que o PONGUE
desfecho dessa etapa foi também espetacular e ainda “No futebol sou um zero à esquerda do zero à
estive com o Cristiano em Los Angeles nesse verão esquerda!...” É assim que António Gaspar se
quando ele foi receber mais um prémio pelos feitos classifica quando desafiado a descodificar a
Foto:
antoniogaspar.pt
ARTIGO
VARIABILIDADE DE COMPETÊNCIAS para a obtenção do melhor output possível, o
que deverá incluir inevitavelmente indicadores
MOTORAS APÓS LESÃO DESPORTIVA de variabilidade e o seu estudo em várias
repetições. Tal compreensão permite, não só
Prof. Doutor Nuno Cordeiro
Professor Coordenador na Área Científica de Fisioterapia da Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias a tomada de consciência sobre o real estado
Instituto Politécnico de Castelo Branco
de recuperação dos sujeitos, mas também a
perceção de ocorrências que possam levar a
futuras complicações, uma vez que estratégias
Aquando de uma lesão no desporto, a retoma à atividade desportiva acontece tanto de alternância, ou adaptação do circuito motor
melhor quanto o sistema de controlo motor (SCM) melhor aprender a lidar com a por diferentes repetições, como resultado da
mesma. Espera-se que a retoma funcional ocorra da melhor forma possível no sentido procura do mais seguro/mais eficaz, pode dotar
de se obter o nível competitivo detido pelo sujeito em período pré-lesão. o sujeito de boa performance para o movimento,
mas uma péssima condição para a segurança
Mesmo que o nível pré-lesão venha a ocorrer e se readquiram os níveis de performance desse movimento na base da sua repetição.8-9
e capacidade desportiva habitual no desportista, é de esperar, contudo, que as
competências motoras não se apresentem tal qual se apresentavam antes da lesão
ocorrer, isto porque o SCM teve de encontrar vias alternativas de tornar o movimento
possível face às novas condições e desafios.1 BIBLIOGRAFIA
1. Wallwork, S.B., et al., Neural representations and the cortical body matrix:
implications for sports medicine and future directions. Br J Sports Med. 2016;
Tomando como exemplo a rotura do ligamento cruzado anterior do joelho (LCA), 50(16):990-6.
2. Shelbourne, K.D., D.V. Patel, and D.J. Martini, Classification and
há muito que se convencionou que a retoma anatómica da arquitetura de um management of arthrofibrosis of the knee after anterior cruciate ligament
reconstruction. Am J Sports Med. 1996; 24(6):857-62.
neoligamento não é suficiente para a completa recuperação do sujeito, tendo a 3. Sernert, N., et al., Comparison of functional outcome after anterior cruciate
ligament reconstruction resulting in low, normal and increased laxity. Scand J
fisioterapia que assumir o papel preponderante na reeducação do movimento Med Sci Sports. 2002; 12(1):47-53.
4. Wadman, W., Denier van der Gon, J., Geuze, R., & Mol, C. , Control of fast
nos diferentes patamares do SCM, onde se incluem, entre outros, a adaptação do goal-directed arm movements. Journal of Human Movements Studies. 1979;
funcionamento da função neuromuscular como base fundamental para a normal 5:3-17.
5. Brown, J.M. and W. Gilleard, Transition from slow to ballistic movement:
função articular após a cirurgia.2 Neste exemplo, a proteção articular que a contração development of triphasic electromyogram patterns. Eur J Appl Physiol Occup
Physiol. 1991; 63(5):381-6.
dos músculos peri-articulares do joelho oferece está intimamente ligada ao grau de 6. Cordeiro, N., Pezarat-Correia,P., Fernandes, O., Cabri, J., Agonist/antagonist
Pattern and Movement Characteristics During Ballistic Knee Extension
recuperação da capacidade destes, fazendo os valores da tensão do LCA variarem 12 Weeks After ACL Reconstruction. Medicine and Science in Sports and
Exercise. 2007; 5(Supplement):S264.
com a contração simultânea dos músculos quadricípite e isquiotibiais3, onde pela via 7. Cordeiro, N., et al., Dynamic knee stability and ballistic knee movement
after ACL reconstruction: an application on instep soccer kick. Knee Surg
dos processos coordenativos, os mesmos se comportam em modo co-contração ou Sports Traumatol Arthrosc. 2015; 23(4):1100-6.
modo enervação reciproca, dependendo da velocidade de execução dos movimentos 8. Piskin, D., et al., Neurocognitive and Neurophysiological Functions Related
to ACL Injury: A Framework for Neurocognitive Approaches in Rehabilitation
ou do grau de confiança para a execução dos mesmos detido pelo sujeito.4-6 and Return-to-Sports Tests. Sports Health. 2021; 19417381211029265.
9. Rambaud, A.J., et al., The modifying factors that help improve anterior
cruciate ligament reconstruction rehabilitation: a narrative review. Ann Phys
Rehabil Med. 2021; 101601.
Subsiste, contudo, a incerteza relativa à forma de reorganização do movimento pelo
SCM de forma a garantir, por um lado o movimento normal e, por outro, a proteção
efetiva do neo-ligamento.7 Acresce que para este ponto, não conta apenas a estratégia
escolhida pelo SCM para otimizar o registo neuromotor, mas igualmente a forma
O autor declara ausência de conflitos, assim como, a originalidade
como o mesmo consegue ser reproduzido de forma competente, uma vez atrás de
do manuscrito e a sua não publicação prévia.
outra, e assim sucessivamente, durante várias repetições dum movimento com
características semelhantes.
Mas apesar das diferenças apresentadas, o resultado final do movimento foi CARO FISIOTERAPEUTA
semelhante entre os dois grupos de futebolistas, o que na nossa opinião reflete
a capacidade que o SCM tem de, nos sujeitos em condição de pós-recuperação, OS SEUS ARTIGOS PODEM
desencadear as adaptações suficientes ao padrão motor para que o output final do FAZER PARTE DA RFD
movimento saia minimamente alterado, nem que para isso se alterem determinantes Quer publicar na RFD?
associados ao movimento à medida que o mesmo é repetido e mesmo com diferenças Quer mostrar o seu trabalho?
entra as diferentes repetições.7
Teremos muito gosto em fazê-lo.
Todos os fatores acima discutidos, em nossa opinião, deverão despertar o VEJA COMO O PODE FAZER
fisioterapeuta do desporto para a avaliação objetiva da atividade dos sujeitos em que revfisiodesp.pt/sobre/#np
ARTIGO
PREVALÊNCIA DE SINTOMATOLOGIA foi divulgado via email pela Federação Portuguesa de Golfe
e pelos clubes nacionais.
MUSCULOESQUELÉTICA E DE LESÕES
DESPORTIVAS NO GOLFE Para a análise dos dados utilizou-se o programa Statistical
Package for the Social Sciences (versão 25). As variáveis do
Ana Ribeiro · Ricardo Cardoso · Isabel Moreira-Silva · Joana Azevedo · Nuno Ventura estudo foram analisadas através de métodos descritivos,
Escola Superior de Saúde Fernando Pessoa - Porto
tendo sido utilizada a média e o desvio-padrão nas variáveis
contínuas e frequências nas variáveis nominais. De forma a
avaliar a distribuição das variáveis quantitativas e decidir
RESUMO quanto a um tratamento paramétrico ou não paramétrico
recorreu-se ao teste Kolmogorov-Smirnov e, tendo em conta
Objetivo - Investigar a prevalência de lesões e sintomatologia
os resultados, foram utilizados testes paramétricos. As
musculoesquelética (SME) em golfistas e testar a sua associação
variáveis do estudo foram analisadas através de métodos
relativamente a diferentes variáveis. Métodos - 132 golfistas, registados
descritivos, tendo sido utilizada a média e o desvio-
na Federação Portuguesa de Golfe, preencheram um questionário online
padrão nas variáveis contínuas e frequências nas variáveis
sobre a prática desportiva, lesões anteriores e SME. Resultados - A maior
nominais. O teste t de Student foi utilizado para comparar
prevalência de lesões verificou-se ao nível do membro superior (54,1%). A
as variáveis contínuas entre os grupos de atletas que
área mais afetada por SME nos últimos 12 meses e 7 dias foi a região lombar
referem e que não referem SME. Esta análise foi efetuada
(31,1% e 9,1%, respetivamente). A SME reportada nos joelhos (12 meses)
para as quatro regiões corporais com maior prevalência
parece estar relacionada com a idade e IMC. Conclusão - A prevalência
de sintomatologia dolorosa nos últimos doze meses e nos
de lesões e SME é elevada, reforçando a importância de programas de
últimos sete dias. A associação entre variáveis nominais
prevenção e intervenção nesta população.
foi avaliada pelo teste Qui-quadrado. Em todas as análises
ABSTRACT adotou-se um nível de significância de 0,05.
Objective - To investigate the prevalence of injuries and musculoskeletal symptoms
(MSS) in golfers and to test their association with different variables. Methods
RESULTADOS
- 132 golfers, registered in the Portuguese Golf Federation, completed an online
questionnaire on sports practice, previous injuries, and MSS. Results - The highest Participaram no estudo 132 jogadores de golfe, dos quais
prevalence of injuries was found at the upper limb (54.1%). The area most affected 90,9% eram do género masculino e 9,1% do género feminino,
by MSS in the last 12 months and 7 days was the lumbar region (31.1% and 9.1%, com média de idade de 46,8 (± 19,1) anos e com índice de
respectively). The reported MSS in the knees (12 months) seems to be related to age massa corporal (IMC) médio de 25,3 (± 3,3) kg/m2. A maior
and BMI. Conclusion - The prevalence of injuries and MSS is high, reinforcing the parte dos jogadores praticavam golfe por lazer (78,8%) e
importance of prevention and intervention programs in this population. 21,2% praticavam golfe de alta competição. Relativamente
ao tempo de prática, 6,1% praticava a modalidade entre 0 e
2 anos; 4,5% entre 3 e 4 anos; 11, 4 % entre 5 e 6 anos; 10,6 %
entre 7 e 8 anos; 12,1% entre 9 e 10 anos e 55,3% há mais de
10 anos. No que diz respeito ao handicap, 11,4% tem handicap
PALAVRAS-CHAVE / KEYWORDS
plus; 31,8% entre 0-10; 30,3% entre 11-18; 13,6% entre 19-25 e
Golfe, prevalência, sintomas, lesão musculoesquelética
12,9% mais que 25.
Golf, prevalence, symptoms, musculoskeletal injury
APRENDA
para tratamento de lesões e SME associadas à prática de golfe.6,11,16
PESQUISE
Nesse sentido, potenciais vieses de informação e memória devem ser
tidos em conta e os resultados da presente investigação devem ser
interpretados com cautela. No entanto, o estudo incluiu também
o Questionário Nórdico Musculoesquelético, um instrumento de Os mais recentes métodos
autopreenchimento para recolha de dados ao nível das queixas músculo- de prevenção, diagnóstico e tratamento
esqueléticas e apresenta boa confiabilidade e moderada validade, sendo
um instrumento de fácil aplicação, amplamente utilizado na literatura,
permitindo aferir sobre a prevalência de sintomatologia músculo-
esquelética em golfistas portugueses, uma população onde os dados
existentes são escassos ou inexistentes.7
PREVINA
CONCLUSÃO
Ajude a prevenir lesões aprendendo as
últimas novidades da medicina desportiva
Os resultados obtidos sugerem uma alta prevalência de lesões nos
golfistas, sendo o cotovelo a zona do corpo mais afetada. A SME reportada
com especialistas mundiais
é também elevada, com a região lombar, os ombros, os cotovelos, o
pescoço e os joelhos entre as regiões mais afetadas.
EMPENHE-SE
e o tempo de recuperação, com períodos de recuperação mais longos
quando a lesão surgiu em situação de jogo. Relativamente à SME no
golfe, os dados sugerem uma associação com as variáveis: idade, IMC
e características do aquecimento, pelo que estas variáveis devem ser Interaja com a comunidade
tidas em conta pelos profissionais responsáveis pela gestão da saúde dos de medicina desportiva FIFA
praticantes.
BIBLIOGRAFIA
1. Preto, J., Golfe como promotor da qualidade de vida. Revista CPAQV–Centro de Pesquisas Avançadas em A FIFA Medical Network oferece a oportunidade
Qualidade de Vida. 2017; 9(3):1-10.
2. Federação Portuguesa de Golfe. Perfil do Jogador de Golfe em Portugal. 2020. Disponível em https://portal.fpg. para profissionais de saúde de todo o
pt/files/Inquerito_FPG_integral.pdf
3. Bayes, M.C. & Wadsworth, L.T. Upper extremity injuries in golf. Phys Sportsmed. 2009; 37(1):92-96. mundo se encontrarem e compartilharem
4. Cabri, J., Sousa, J. P., Kots, M., & Barreiros, J. Golf-related injuries: A systematic review. European Journal of Sport
Science. 2009; 9(6):353-366. ideias relacionadas com a medicina
5. Edwards, N., Dickin, C., & Wang, H. Low Back Pain and Golf: A Review of Biomechanical Risk Factors. Sports
Medicine and Health Science. 2020; 2(1):10-18. desportiva. Pergunte, debata a prática
6. Zouzias, I. C., Hendra, J., Stodelle, J., & Limpisvasti, O. Golf Injuries: Epidemiology, Pathophysiology, and
Treatment. J Am Acad Orthop Surg. 2018; 26(4):116-123. atual e discuta estratégias de tratamento.
7. Mesquita, C., Ribeiro, J. & Moreira, P. Portuguese version of the standardized Nordic musculoskeletal
Questionnaire: cross cultural and reliability. Journal of Public Health. 2010; 18(5):1-18.
8. Thériault, G., & Lachance, P. Golf Injuries. Sports Medicine. 1998; 26(1):14.
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revfisiodesp.pt/artigos/sintomalogia-musculo-esqueletica-golfe/
INOVAÇÃO
O ABC of Football Medicine®, enquanto projeto de literacia
em saúde, teve como objetivo a criação de uma fonte de
acesso a informação sobre a lesão, que fosse em simultâneo
compreensiva e de fácil compreensão, permitindo a qualquer
interveniente no mundo do futebol (de atleta, treinador, fã ou
clínico) estar a par das práticas e conceitos na epidemiologia,
fisiopatologia, avaliação, intervenção e prevenção da lesão.
O tema escolhido para a (primeira e atualmente única)
série existente do projeto foi a lesão muscular, visto ser,
não só a lesão maior incidência no futebol, mas também
UMA EQUIPA MULTIDISCIPLINAR PARA PRODUÇÃO E PARTILHA por ser um tema rodeado de conceções erradas, dogmas e
DE CONTEÚDO, PROMOVENDO O CRESCIMENTO DA MEDICINA tradição. Sendo uma fonte construída para ser acessível a
DESPORTIVA E CIÊNCIAS DO DESPORTO. qualquer dos elementos envolvidos no futebol, procuramos
Ft. Lucas Brink Carvalho · Ft. Rúben Ferreira · Dr. João Pedro Araújo
que este projeto sirva de ponte de comunicação, permitindo
uniformizar o vocabulário e os conceitos e, desta forma,
promover a comunicação mais fluída e produtiva.
ATUALIDADE
independente e, no final, a receberem a decisão em tempo célere acompanhada
por explicações sobre a decisão. O mesmo se aplica em relação aos recursos, nos
quais têm o direito de serem representados (às suas custas)
5. Direito a responsabilização
As instituições que têm jurisdição sobre os atletas são responsáveis pela suas
decisões e omissões, assim como têm o direito de comunicar às entidades
adequadas qualquer falha nos processos
6. Direitos do denunciante
Têm o direito à denúncia de modo confidencial ou anónimo qualquer informação
relevante sobre dopagem que interesse os colegas, pessoal de apoio ou a outras
pessoas e/ou falha de qualquer organização de antidopagem. Não devem ser
ameaçados ou intimidados no sentido do desencorajamento
ATHLETES 7. Direito à instrução
ANTI-DOPING RIGHTS ACT Devem receber informação sobre esta temática
8. Direito à proteção de dados
Por Basil Ribeiro
Rio Ave F C. DCO da FIFA. Vila Nova de Gaia As organizações e antidopagem têm a obrigação de proteção da informação
individual dos atletas de modo seguro, leal e justo
9. Direito à compensação
O atleta tem direito a indemnização em consequência de danos provocados por
Este documento foi aprovado em 7 de novembro de
outro atleta ou pessoa decorrente da utilização de dopagem
2019 pelo Comité Executivo da Agência Mundial de
Antidopagem (WADA - AMA) e tem como objetivo 10. Direitos de pessoas protegidas
proteger os direitos dos atletas na antidopagem Os atletas considerados protegidos de acordo com o Código devem ter apoios
de modo claro, acessível e aplicados em todo o adicionais devido à sua idade ou falta de capacidade legal
Mundo. Este aspeto decorre dos objetivos do Código 11. Direitos durante o processo de recolha de uma amostra
Mundial de Antidopagem (CMA), o qual preconiza a Neste processo, o atleta tem o direito a:
participação desportiva livre de dopagem e promove • Ver a identificação do agente que realiza o controlo
e protege a saúde do atleta, para além de promover • Solicitar informação adicional sobre o processo de recolha
também o espírito desportivo, no qual a justiça e • Saber sob que autoridade o controlo é realizado
igualdade de participação sejam aplicadas a todos • O tipo de amostra a fornecer
os atletas. • As condições necessárias antes do fornecimento da amostra
• À hidratação, a menos que uma amostra de urina entretanto fornecida não
O documento surge na sequência de ampla possua a gravidade específica adequada
consulta pública mundial junto dos atletas, os • Ser acompanhado por um representante
quais identificaram aspetos relevantes para a • Chegar atrasado ao local de realização do controlo por razões válidas
consolidação dos seus direitos. Contudo, este Act (previstas no Código)
não é considerado um documento legal, pelo que • Ser informado dos direitos e responsabilidades
apenas os direitos consagrados no CMA e respetivos • Referir qualquer preocupação em relação ao processo de controlo
Standards têm força de lei. • Receber uma cópia dos registos da sessão de controlo
12. Direito à análise da amostra B
Este Act é composto por duas partes, a primeira
Se da análise da amostra A resultar um resultado analítico adverso (caso
com os direitos consagrados no CMA e a segunda
positivo), o atleta tem o direito a pedir a análise da amostra B. Se esta não
pelos direitos recomendados pelos atletas a serem
confirmar o resultado da amostra A, o atleta provisoriamente suspenso pode, se
adotados pelas organizações de antidopagem para a
as circunstâncias o permitirem, a participar na competição subsequente durante
boa prática (Comité de Atletas da AMA).
o evento
Na 1ª parte consagram-se os seguintes direitos: 13. Outros direitos e liberdades não afetadas
1. Igualdade de oportunidades Outros direitos não deverão revogados pelo facto não estarem incluídos neste Act
Os atletas têm o direito de ter as mesmas 14. Aplicação e posicionamento
oportunidades que os seus adversários para treinar Nada neste Act deve alterar a aplicação dos conteúdos do Código ou das respetivas
e competir ao mais alto nível, em ambiente sem Normas internacionais.
dopagem, assim como contar com a ajuda de
pessoas que os apoiem Na segunda parte, a referente aos direitos recomendados pelos atletas:
2. Programas de testagem equitativos e justos 15. Direito a um sistema de antidopagem livre de corrupção
Os testes realizados em todos os países devem Os atletas têm o direito a participar em treinos e competições livres de corrupção
estar de acordo com as regras do Código Mundial de relacionada com a dopagem ou outra forma de manipulação que possa interferir
Antidopagem do desempenho no campo
3. Tratamento médico e proteção dos direitos na 16. Direito a participar na regulamentação e na tomada de decisões
saúde Os atletas devem ter o direito de serem consultados na criação ou modificação de
Não deve haver nenhuma pressão sobre os atletas regras de antidopagem, assim como é correto os atletas participarem nos órgãos
no sentido de fazer perigar a sua saúde através da de decisão em relação à antidopagem
dopagem, assim como os atletas têm o direito de 17. Direito à ajuda legal
obterem uma Autorização de Utilização Terapêutica Os atletas devem ter o direito ao acesso de apoio jurídico nas audiências e nos
sempre que necessária recursos em caso de dopagem.
4. Direito à justiça
Têm direito a serem ouvidos, a terem uma audição Nota: a leitura deste texto não exclui a leitura do documento original:
num tempo razoável, que deve ser imparcial e https://www.wada-ama.org/sites/default/files/resources/files/athlete_act_en.pdf
ARTIGO
O PAPEL DA FISIOTERAPIA PRÉ-OPERATÓRIA decisivos.1,3,4 Apesar de ainda não estarem
definidos os critérios exatos, quando é
NA RECUPERAÇÃO APÓS RECONSTRUÇÃO DO um atleta jovem, por norma, a cirurgia
LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR EM ATLETAS é o método eleito, de forma a restaurar a
biomecânica do joelho, reduzir o risco de
Filipa Jesus uma lesão subsequente e promover o retorno
Fisioterapeuta - Fisiotorres, Centro Clínico e de Fisioterapia em Torres Vedras
do atleta à sua modalidade desportiva com o
melhor rendimento possível.2,5
PALAVRAS-CHAVE / KEYWORDS
Reabilitação, fisioterapia pré-operatória, joelho, ligamento cruzado anterior
Rehabilitation, preoperative physiotherapy, knee, anterior cruciate ligament
INTRODUÇÃO
Figura 2
Uma das articulações mais lesionadas no desporto é o joelho, sendo que o ligamento Reconstrução do LCA por artroscopia (com tendão
cruzado anterior (LCA) é uma das estruturas mais comprometidas nestas situações. Este rotuliano)
é um dos principais ligamentos que une o fémur à tíbia (figura 1), não permitindo que a
tíbia deslize anteriormente em relação ao fémur, proporcionando estabilidade rotacional
ao joelho.1 Ambos os enxertos são passíveis de serem
utilizados, já que ambos garantem retorno
O mecanismo de trauma mais comum é a entorse do joelho que se caracteriza pela do atleta à sua atividade desportiva, no
rotação interna do fémur e rotação externa da tíbia, seguida de forte dor incapacitante, entanto a escolha deve ser personalizada,
fraqueza e perda de função.1,2 Quando o ligamento é forçado além da sua elasticidade considerando a ocupação profissional/
natural pode ocorrer um estiramento do ligamento (grau I), uma rotura ligamentar desportiva, a presença de outras morbilidades
parcial (grau II) ou uma rotura ligamentar total (grau III) perante um traumatismo direto ligamentares e a necessidade de uma rápida
ou indireto.1,3,4 recuperação.1,2,5
As evidências sobre a cirurgia do LCA mostram claramente que quanto mais forte e funcional for o joelho
lesionado antes da cirurgia, pela modificação de alguns fatores pré-operatórios, melhor serão os resultados
pós-operatórios, pelo menos a curto prazo e, consequentemente, a melhoria de qualidade de vida em 25%.12,13
Um programa de reabilitação de duração de 6 semanas foi realizado a um grupo experimental indicado para
cirurgia, que levou a uma melhoria geral da função do joelho cujos efeitos permaneceram após 12 semanas
de operatório, em comparação com o grupo controlo que realizou apenas fisioterapia pós-operatória.14
Por sua vez, um estudo realizado na Universidade de Delaware em atletas jovens concluiu que, dos atletas
que realizaram fisioterapia pré-operatória, 69% tiveram retorno ao desporto, enquanto os que não realizaram
73% não retornaram ao desporto no mesmo nível que tinham antes da lesão.4
Estes estudos comprovam que a fisioterapia contribui mais eficazmente para a apenas 4/6 semanas de Figura 5
Ensino de treino de marcha com
fisioterapia, apoiando, assim, a pré-reabilitação como uma mais-valia na recuperação dos atletas.6,13,14 canadianas
De acordo com Souza et al (2020), estudos anteriores indicam que a importância do papel da fisioterapia no pré-operatório
está relacionada com a diminuição do tempo de internamento, da avaliação subjetiva da dor, das complicações pós-
-operatórias, da avaliação da ADM e da suposta incapacidade funcional provocada pela lesão.6,7
ARTIGO
PLIOMETRIA - QUANDO individuais, mas também garantir maior segurança na sua implementação
(nunca esquecendo o papel basilar da evidência científica para a seleção das
E COMO PRESCREVER (PARTE 2/2) estratégias a utilizar e fundamentação da nossa prática).
Emanuel Martins · Dora Janela
Fisioterapeutas - Lisboa Na edição anterior, o artigo “PLIOMETRIA - IMPORTÂNCIA NA REABILITAÇÃO”
surgiu com o intuito de colmatar esta mesma necessidade e, assim, introduzir
o conceito de pliometria e estabelecer uma base de conhecimento de forma a
RESUMO definir um ponto de partida comum que consideramos fundamental para, então,
A prática desportiva exige ao atleta a produção de abordar a sua implementação. Com a consciência de que não explorámos de
níveis elevados de força, frequentemente num curto forma minuciosa este tema, procurámos também disponibilizar referências e
espaço de tempo – potência. Uma ferramenta para conceitos-chave para possibilitar e facilitar a continuidade do estudo.
preparar o atleta para esta necessidade ao longo do
processo de reabilitação é a pliometria. No artigo Apesar da importância desta base teórica, reconhecemos, no entanto, o quão
anterior focámo-nos na introdução do conceito de difícil pode ser, por vezes, a transferência destes conceitos e conhecimentos para
pliometria e nos seus fundamentos teóricos, de a prática clínica. Tendo em conta que um dos grandes objetivos da produção
forma a estabelecer uma base de conhecimento. de conhecimento nada mais é do que conseguir utilizá-lo, e também por
O presente artigo tem como objetivo facilitar a acreditarmos que a tradução de conhecimento não se deve cingir à transmissão
transferência do conhecimento para a prática clínica de informação e fundamentos teóricos, mas que deve incidir também na sua
(a sua operacionalização). Nesta edição apresentamos aplicabilidade e operacionalização, desenvolvemos o presente artigo na tentativa
um modelo de prescrição e progressão da pliometria de facilitar a tradução deste conhecimento para a prática clínica.
através de um contínuo que poderá servir como
base de raciocínio para a sua implementação na Nesta Parte 2 apresentamos um modelo de prescrição da pliometria que poderá
prática clínica dos fisioterapeutas em contexto de servir como base de raciocínio para a implementação e progressão da pliometria
reabilitação. durante o processo de reabilitação. Não trazemos nenhuma abordagem altamente
inovadora, nem introduzimos conceitos novos, mas tentamos de um modo
SUMMARY simples, prático e útil apresentar uma proposta de modelo de operacionalização
Sports practice demands for high levels of force production, da pliometria, tentando nunca perder ou descurar o devido rigor.
often developed in a short period of time – power.
Plyometrics may be used as a tool to prepare athletes for INTRODUÇÃO DA PLIOMETRIA - QUANDO INICIAR?
this physical demands throughout the rehabilitation process.
In the previous paper we focused on the introduction of De forma a assegurar que a intervenção está a ir de encontro aos objetivos e
the plyometric concept and its theoretical foundations in interesses traçados, por vezes torna-se útil dividir o processo de reabilitação em
order to establish a basis of knowledge. This paper aims to várias fases e metas que pretendemos atingir, culminando com a concretização
assist the use of this knowledge into clinical practice (i.e. do(s) objetivo(s) da intervenção.
operationalization of knowledge). In this edition we present a
framework for reasoning about plyometrics prescription and Numa fase inicial da reabilitação, e após um momento imediato e agudo, é
progression in a continuum to support its implementation iniciada a introdução à carga e ao movimento. Apesar de, frequentemente, a
on the physiotherapists’ clinical practice in the rehabilitation pliometria ser associada a fases mais avançadas do processo de reabilitação, é
context. possível dar início a algumas estratégias preparatórias para estabelecer uma
base nesta fase 1 inicial (Figura 1).
PALAVRAS-CHAVE / KEYWORDS
Fisioterapia, reabilitação, retorno ao desporto, necessidades
físicas, força, potência, pliometria, exercícios pliométricos,
ciclo alongamento-encurtamento
Physiotherapy, rehabilitation, return to sport, physical qualities,
strength, power, plyometrics, plyometric exercises, stretch-
shortening cycle
CONTEXTUALIZAÇÃO Figura 1
Fases do processo de reabilitação e introdução da pliometria
O fisioterapeuta integra na sua intervenção, em A importância de introduzir precocemente estas estratégias tem como objetivo
contexto de prática clínica, diversas estratégias de preparar o atleta para este tipo de carga e permitir uma progressão mais gradual
atuação. Esta deverá sempre ajustar-se às diferentes e segura. Certamente que não será possível iniciar a reabilitação com exercícios
pessoas e contextos, pelo que é crucial definir de mais avançados de pliometria, no entanto existem estratégias que podem ser
forma clara os objetivos que se pretendem atingir já implementadas nesta fase, sendo estas consideradas como parte de um
para posteriormente delinear as estratégias a utilizar. contínuo da pliometria que será abordado de seguida. Importa reforçar que a
sua implementação deverá ser sempre enquadrada num plano de intervenção
Para isso, é fulcral ter um conhecimento sólido dos global e multimodal.
conceitos e fundamentos teóricos por de trás de
cada uma destas estratégias, com especial atenção A introdução precoce de carga deverá ter em conta pré-requisitos e critérios de
nos mecanismos de ação e efeitos subsequentes. iniciação, de modo a identificar e, dentro do possível, mitigar potenciais riscos.1-5
Este conhecimento permite, não só selecionar e Até ao momento, as recomendações de iniciação da pliometria em contexto de
manipular as diferentes variáveis de acordo com reabilitação estão ainda pouco exploradas, sendo que a maioria dos critérios
a especificidade de cada contexto e necessidades existentes são sustentados com evidência científica de baixa qualidade ou
anedótica, pelo que até ao momento desconhecemos critérios devidamente força através da contração concêntrica, aumentando
validados. Davies et al.6 sugerem alguns aspetos a ter em consideração para de forma progressiva a velocidade do movimento.
a iniciação da pliometria, onde se incluiu a presença de dor e/ou edema, a
amplitude de movimento, controlo neuromuscular, equilíbrio, resistência e força. Esta fase vem complementar a fase anterior,
Estes critérios poderão servir como um guia e devem, por isso, ser ajustados e incorporando outra competência necessária
individualizados a cada contexto e pessoa. na pliometria, que é a produção de força. O
desenvolvimento desta capacidade surge após a
Outras considerações a ter na tomada de decisão são6-8: a idade do atleta; o exposição à absorção de força pela importância
tipo e severidade da lesão, respeitando os respetivos períodos de cicatrização de capacitar o atleta de aterrar eficazmente e de
e critérios de progressão que possam estar já definidos para a lesão em causa; forma segura antes da introdução de saltos, pois
abordagem interventiva utilizada (nomeadamente, cirúrgica vs não cirúrgica); cada salto exige que seja feita a aterragem. Desta
estado do atleta anterior à lesão; experiência prévia com treino resistido e/ou forma, assegurando que o atleta consegue absorver
pliométrico. o choque/impacto que advém da pliometria, permite
ganhar maior segurança e confiança (tanto da parte
DIFERENTES FASES E PROGRESSÕES DA PLIOMETRIA – COMO INICIAR? do fisioterapeuta, como do atleta) para então iniciar
o desenvolvimento de níveis progressivamente
Como vimos, é possível introduzir a exposição da pliometria numa fase
superiores e até máximos de potência, aumentando
inicial do processo de reabilitação. Apresentamos, de seguida, um modelo da
assim a intensidade dos exercícios.
progressão da pliometria constituído por quatro fases principais (Figura 2). As
duas primeiras fases constituem a base preparatória para a pliometria em si e é
Apesar de a “Fase 1 - Absorção de força” surgir antes
nas duas últimas fases que se incluirão os exercícios e atividades a que podemos
desta Fase 2, é importante perceber que estas fases
denominar de pliometria por incluírem e tirarem verdadeiramente partido do
por vezes podem ser trabalhadas quase de forma
ciclo alongamento-encurtamento (Stretch-Shortening Cycle – SSC).
simultânea, não sendo mandatária uma grande
extensão do desenvolvimento isolado apenas da Fase
1, dependendo dos casos. No entanto, este trabalho de
forma independente da absorção (Fase 1) e produção
(Fase 2) de força é importante, pois torna a tarefa ou
o exercício mais fácil, permitindo dar ênfase a cada
uma delas individualmente para, posteriormente,
Figura 2 serem trabalhadas em conjunto já com uma base
Fases de progressão da pliometria sólida.
As quatro fases delimitam e caracterizam os exercícios pliométricos ao longo
Nesta fase podemos integrar exercícios como: seated
de um contínuo de intensidade, sendo este estimado com base na magnitude
box jump (Figura 4), trap bar jumps, single hop, olympic lift
de carga (stress) induzida nas articulações, músculos e tecido conectivo e na
pull derivatives.
ativação muscular.7 Estas fases podem ser consideradas como metas (checkpoints)
a atingir à medida que vamos progredindo ao longo do contínuo, preparando o
atleta para as fases seguintes com um crescendo de intensidade.
Figura 4
Podemos incluir diversos exercícios nesta fase, sendo alguns exemplos: tall to Seated box jump
short, falling start catch (Figura 3), altitude landing, entre tantos outros.
FASE 3 – INTEGRAÇÃO DO SSC
A união da essência das duas fases anteriores, a
aterragem e a propulsão, permite-nos integrar a
pliometria na sua plenitude (embora inicialmente a
intensidades inferiores), desenvolvendo a eficiência do
SSC em armazenar e usufruir da energia produzida.
Esta fase pode ainda subdividir-se em exercícios com
contactos isolados ou múltiplos/contínuos, devendo
dar-se primeiro foco à integração do salto isolado
(menor intensidade) e só depois progredir para saltos
múltiplos.
Figura 5 CONCLUSÃO
Continuous hurdle jump A prática clínica dos fisioterapeutas tem vindo a mudar, com uma
exigência crescente na prestação de cuidados de melhor qualidade,
no escalar para o nível seguinte dentro do control-chaos continuum.9
sendo que o contexto desportivo não é exceção.
O caos é definido por comportamentos, ações e movimentos
imprevisíveis pelo seu caráter aleatório e reativo. Aqui podem ser
Após um momento de lesão, um dos principais objetivos é o retorno
incluídos exercícios multidirecionais e com perturbações externas,
do atleta à atividade desportiva no menor tempo possível e cabe-
sendo importante garantir que os padrões motores anteriormente
nos a nós, fisioterapeutas, assegurar que este retorno seja seguro
desenvolvidos sejam integrados de forma adequada em situações
e efetivo. Sabemos de antemão que um dos fatores de risco para
de maior intensidade e imprevisibilidade. O principal objetivo é
lesão é a história de lesões anteriores, o que eleva a importância de
preparar o atleta para os estímulos específicos da sua modalidade
preparar o atleta o melhor possível para as exigências do desporto e
e contexto.
para o caos que lhe é inevitavelmente inerente. Para tal, atualmente
é cada vez mais discutida e sublinhada a importância de uma
Alguns exemplos de exercícios: depth jump (Figura 6), single leg hop
prática centrada na pessoa e de uma reabilitação multimodal
for distance, multidirectional multi-contact hops, sports specific jumping/
que se foque nos diversos domínios e necessidades. A evidência
landing.
científica tem-nos apontado que a resolução da sintomatologia não
é por si só e unicamente indicativa que a reabilitação chegou ao
fim. É imprescindível desenvolver as várias necessidades físicas
com o atleta, compreendendo a exposição a níveis elevados de força
e ao trabalho de produção de força num curto espaço de tempo
– potência. A pliometria, que há muito é utilizada na otimização
desportiva, tem vindo a ganhar também destaque na reabilitação
dos atletas após lesão como uma estratégia importante.
EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL
CRISTINA MARQUES A IMPORTÂNCIA DO FISIOTERAPEUTA NA PRÁTICA
Fisioterapeuta
DESPORTIVA DAS CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA:
Selecão Nacional de Boccia
Instituto da Segurança Social
Cliníca privada
A REABILITAÇÃO E O DESPERTAR PARA A ACTIVIDADE FÍSICA
Professora convidada Licenciatura de
Osteopatia Universidade Atlantica
E A EXPERIMENTAÇÃO DE DIFERENTES MODALIDADES
Desde cedo os pais inscrevem os filhos em diferentes atividades físicas / desportos, conforme as
suas preferências. Eles podem experimentar várias atividades e progredir na modalidade para a qual demonstram aptidão e gosto pela
prática. Quando o filho nasce com deficiência os pais procuram e utilizam todos os recursos que encontram e lhes são disponibilizados para
eliminar ou minimizar a deficiência e a incapacidade que ela causa. Neste processo o fisioterapeuta é desde cedo envolvido e chamado a
intervir, podendo ter um papel crucial no encaminhamento e estímulo para a experimentação e prática desportiva destas crianças.
PRÁTICA DESPORTIVA EM CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA, QUE treinador entende a deficiência, disponibilizando toda a informação
OBJETIVOS E PORQUÊ? que tem sobre a deficiência / incapacidade daquela criança. Deve
A atividade física desenvolve nas crianças a consciência positiva ainda receber toda a informação que o treinador lhe disponibilize
de si mesma, as competências sociais, a aptidão física e motora, sobre a modalidade adaptada em questão.
as habilidades motoras, de tempo livre, de jogo e de expressão
criativa, o reforço da autoestima, a redução do risco de doenças O fisioterapeuta tem ainda um papel de integração da criança com
(obesidade, ansiedade, depressão, stress, agorafobia, diabetes, deficiência no programa de treino com as outras crianças. Se a
osteoporose, cardiovasculares e outras), reconhecendo que alguns equipa está consciente de que o desporto capacita, então será mais
dos benefícios desta participação contribuem especificamente fácil treiná-la e incluí-la na atividade regular.
para a qualidade de vida. Esta atitude é válida para a integração da criança com deficiência
em qualquer atividade física, seja na Educação Física na escola, na
As crianças com deficiência devem ser incentivadas à participação prática de uma modalidade num clube ou associação desportiva ou
desportiva e atividade física em geral. Não devemos encarar o de forma independente. A criança que pratica tricicleta (disciplina
desporto como algo que elas não podem fazer. Em equipa com os do atletismo) pode acompanhar a marcha, a corrida ou o passeio de
pais, o fisioterapeuta deve orientar a criança para experimentar forma independente se o fizer na sua tricicleta.
/ praticar desportos nos quais possa ter sucesso e diversão. A
O fisioterapeuta, os pais e a própria criança devem saber como a
iniciação da prática desportiva deve ser diversificada e de acordo
criança devem saber como a incapacidade pode afetar a
com as preferências, capacidades e incapacidades da criança.
maneira como esta
brinca ou recebe
Mitos:
instruções, devem
• a criança com deficiência não pode fazer exercício físico
conhecer o grau
• a criança com deficiência não pode fazer fortalecimento
de capacidade e a
• a criança com deficiência motora não se pode cansar. funcionalidade que
esta lhe permite
Pelo contrário, a criança com deficiência pode e deve fazer tudo o a todos os
que tem capacidade para fazer. níveis. Precisam,
igualmente, de saber
COMO INICIAR ESTE PROCESSO?
como falar e trabalhar adequadamente para tornar a participação
Um exame físico completo e um exame médico que garanta que no desporto uma experiência positiva, segura e saudável.
a criança é suficientemente saudável para praticar desporto,
proporciona à criança a possibilidade de praticar o desporto Se a criança para além da reabilitação e da prática da modalidade
desejado. participa em outras atividades físicas (Educação Física na escola,
adaptação ao meio aquático, equitação terapêutica ou outras) deve
Devemos dar toda a informação à criança e aos pais sobre as mantê-las na medida do possível, considerando, no entanto, que
modalidades adaptadas o repouso deve estar incluído no planeamento da sua vida diária.
que estas podem experimentar. O fisioterapeuta deve atuar como
elemento catalisador do processo! É muito importante referir que a deficiência não é sinónimo de
imobilidade ou de incapacidade. A pratica desportiva para as
A REABILITAÇÃO E O GESTO DESPORTIVO crianças com deficiência deve ser encarada nos seus objetivos
De acordo com a prática de cada modalidade, podemos introduzir como a prática desportiva em geral para todas as crianças.
o gesto desportivo no protocolo de reabilitação de forma a avaliar
e desenvolver a capacidade, a evolução funcional bem como a Não podemos, nem devemos ter o preconceito que a criança não
alegria da criança na execução. Veja-se o caso da prática do Boccia. pode desempenhar esta ou aquela função, praticar este ou aquele
Considerando a funcionalidade dos membros (membros superiores desporto, sem avaliar e sem considerar a vontade da criança. Um
e/ou inferiores, uni ou bilateral), devemos acrescentar ao trabalho pensamento pré-concebido está errado. O fisioterapeuta deve, sim,
já desenvolvido na reabilitação a funcionalidade do tronco, da avaliar as capacidades e incapacidades da criança capacitando-a,
cintura escapular e membros superiores e/ou bacia e membros evidenciando a todos os que interagem com a criança e ao próprio,
inferiores, a mobilidade e fortalecimento destas regiões de forma a que desde cedo a capacitação é o passo certo para desenvolver uma
introduzir e otimizar o gesto técnico. pessoa feliz.
O trabalho estreito com o treinador ou professor de educação física Devemos ter em conta que para além de trabalhar as habilidades
é indispensável para que a criança possa desenvolver / otimizar específicas da modalidade, a criança deve desenvolver a mobilidade
as suas capacidades. O fisioterapeuta deve certificar-se que o e a força de que precisa para realizar o trabalho mais difícil de
INOVAÇÃO
A UTILIZAÇÃO DA INSTRUMENTAÇÃO BIOMÉDICA
NO PROCESSO DE AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO EM
FISIOTERAPIA
Prof. Doutor Luciano Maia Alves Ferreira · Prof. Doutor José João Baltazar Mendes · Prof. Doutor César Ferreira Amorim
Profª. Mestre Sofia Pinto · Prof. Robson Scoz
Laboratório de Avaliação Física e Funcional em Fisioterapia – LAFFFi
Centro de Investigação Interdisciplinar Egas Moniz – CiiEM
Grupo de Análise Física e Funcional Egas Moniz GAFFEM
Com os avanços tecnológicos do século XX, diversas áreas do Os recursos para melhorar a qualidade do diagnóstico em
conhecimento tiveram um crescimento exponencial e a área fisioterapia, como a eletromiografia (avaliação muscular),
da saúde foi uma das mais favorecidas. Com a Segunda Guerra dinamometria (avaliação de força), algometria (avaliação da
Mundial identificou-se a necessidade de criar e desenvolver áreas dor), foto e videogrametria (análise de postura e movimento),
e saberes, como a Bioengenharia e Engenharia da Reabilitação, no sistemas de análise metabólica (função cardíaca, pulmonar,
sentido de colmatar sequelas físicas sofridas pelos combatentes e muscular e neuromuscular), bioimpedância (composição corporal)
pelos civis. e até aplicações móveis de avaliação em fisioterapia (figura 1)
minimizam as lacunas da subjetividade do exame físico na
A Engenharia Biomédica foi uma destas áreas e a Instrumentação caracterização dos utentes. Estas tecnologias trazem ao profissional
Biomédica o seu ponto chave, tanto para a criação de equipamentos a possibilidade de identificar, não só as condições qualitativas de
biomédicos que melhorariam as intervenções e cuidados aos desempenho, mas também parâmetros e dados quantitativos que
utentes, quanto para a utilização de novos recursos de diagnóstico indicarão com precisão as alterações e desequilíbrios físicos e
e monitorização.¹ funcionais.2
Figura 1
Outro fator foi a concentração de esforços para sua utilização
PHAST: aplicação móvel para avaliação em Fisioterapia Desportiva
primariamente em pesquisas académicas e em investigações
científicas, realizadas nas instituições de ensino superior em A eletromiografia (EMG) é um desses recursos e pode ser definida
cursos de licenciatura e pós-graduação (mestrado e doutoramento). como o estudo da função muscular através da análise do sinal
Atualmente nota-se que essa tendência tem-se modificado. O elétrico gerado durante a
aperfeiçoamento e a busca pelos melhores recursos para os nossos contração muscular e é
utentes vêm desenvolvendo um novo perfil de profissionais da representada pela medida dos
fisioterapia, que aliam a prática clínica aos recursos tecnológicos potenciais elétricos em função
e com utilização frequente de evidências científicas atuais e do tempo.4 A EMG (figura 2)
robustas. A própria Revista de Fisioterapia Desportiva Informa é permite interpretações em
um exemplo, facilitando o acesso a conteúdos científicos da prática condições normais e patológicas,
clínica e dos profissionais. fornece informações sobre o
comportamento do músculo
Assim, o objetivo deste texto é demonstrar que a instrumentação durante a contração isométrica
biomédica de diagnóstico está cada vez mais acessível aos ou no movimento, identificando
profissionais (clínicos), tanto pelo ponto de vista financeiro, como a intensidade, duração e
do ponto de vista prático. Neste momento existe no mercado variabilidade.5
uma gama de produtos com características simples e portáteis,
como aplicações para telemóveis com ferramentas práticas. Figura 2
Exemplificaremos aqui alguns destes recursos, principalmente Eletromiógrafo EMG System do Brasil®
porque são utilizados no nosso Laboratório de Avaliação Física
e Funcional em Fisioterapia da Egas Moniz, CRL e pelos nossos A dinamometria é a aferição de força máxima através de um sistema
alunos durante sua formação. de preensão (figura 3). Existem diversos tipos de dinamômetro
(hidráulico, pneumático, mecânicos, digitais e eletromiográticos).
Sabemos que para o bom processo de intervenção clínica devemos Os dinamómetros digitais (strain gauges) medem a força exercida
ter cada vez mais diagnósticos precisos, otimizando o plano de em células de carga que captam eletronicamente a força de
intervenção. A avaliação minuciosa e a identificação dos problemas preensão e amplifica para um monitor digital. Estes dispositivos
são fundamentais para que o resultado terapêutico seja mais são muito recomendados pela American Society of Hand Therapists
eficiente e dinâmico. (ASHT) para avaliar a fragilidade em idosos.6
Figura 3
Sistema Kinvent de Dinamometria
A bioimpedância elétrica
(figura 7) é uma ferramenta
de análise da composição
corporal, indicando os
componentes aproximados de
músculos, ossos e gordura. É
um exame muito utilizado na
seleção dos objetivos e tipos de
treino e na orientação do plano
alimentar a cada pessoa.14
Figura 7
Figura 4 Bioimpedância: ACCUNIQ BC38
Algômetro SP - Tech MedEOR
Com este objetivo foi criado o LAFFFi (Laboratório de Avaliação
A fotovideogrametria (figura 5) é a utilização de imagens na
Física e Funcional em Fisioterapia (Egas Moniz - Cooperativa de
avaliação de assimetrias relacionadas às posturas estáticas ou
Ensino Superior, C.R.L.), que está integrado na Licenciatura em
ocupacionais. Tem sido muito utilizada, pois facilita a quantificação
Fisioterapia e no curso de Doutoramento em Ciências Biomédicas
de diversas variáveis morfológicas, apresenta dados confiáveis
da IUEM e tem como foco formar e capacitar estudantes de
que vão além daqueles obtidos pela observação direta.10,11 Para
fisioterapia e outros profissionais a utilização destes recursos
a avaliação de precisão de gestos e movimentos utilizam-se
tecnológicos.
sistemas de captação de movimentos tridimensionais aplicados,
por exemplo, na avaliação da marcha, padrão de movimento,
Agradecimento aos parceiros de tecnologias do LAFFFi - Egas Moniz:
controlo motor e performance de atletas.¹² Estas aplicações móveis
Sausport, EMG System do Brasil, MedEOR, Physiocode, Phast.
facilitam o acesso à instrumentação da avaliação estática postural
e dinâmica. BIBLIOGRAFIA
Disponível online em: revfisiodesp.pt/artigos/lafffi-instrumentacao-biomedica-fisioterapia/
Figura 5
Physiocode Posture: aplicação móvel para avaliação postural
Reabilitação e
COVID Longa
O que é a reabilitação? Uma reabilitação segura e eficaz é parte
A reabilitação é definida como um fundamental da recuperação.
conjunto de intervenções para otimizar a
A reabilitação para a COVID Longa
funcionalidade nas atividades diárias, apoiar
as pessoas para que recuperem ou se ajustem, deve ser adaptada à pessoa,
alcancem o seu pleno potencial, e permitir a dependendo dos seus sintomas,
participação na educação, no trabalho, na recreação objetivos e preferências.
e noutros papeis significativos na vida.
A Organização Mundial da Saúde recomenda que a reabilitação da COVID Longa deve incluir a
educação das pessoas sobre como retomar as atividades diárias de forma conservadora, a um ritmo
apropriado que seja seguro e gerenciável para níveis de energia dentro dos limites dos sintomas atuais,
e o esforço não deve ser levado ao ponto de fadiga ou exacerbação dos sintomas.
Para responder às suas necessidades da melhor forma, um(a) fisioterapeuta trabalhará com outros
profissionais de saúde como parte da sua avaliação e programa de reabilitação. Vários testes podem
ser realizados para compreender e encontrar a causa dos sintomas, tais como:
fadiga
A prescrição de exercício na COVID Longa deve ser abordada com precaução para minimizar o risco e
garantir que os programas de exercício sejam reparadores e não piorem os sintomas. A reabilitação deve ter
como objetivo prevenir a dessaturação de oxigénio durante o esforço. Um(a) fisioterapeuta especialista em
respiratória pode ajudar quando existem sinais de hiperventilação e alterações no padrão respiratório. Não
deve ser usado um programa de exercício com aumentos graduais (tempo ou intensidade),
particularmente quando há exacerbação dos sintomas pós-esforço. www.world.physio/wptday
Nº06 - Dezembro 2021 23
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