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1.

INTRODUÇÃO
Segundo descrição prevista no sítio eletrônico do Ministério do Trabalho e
Emprego, especificamente na CBO, instituída pela portaria ministerial nº 397, de 9
de outubro de 2002, que tem por finalidade identificar as ocupações no mercado de
trabalho, a categorial profissional Gari (código 5142) é definida como:

Os trabalhadores nos serviços de coleta de resíduos, de limpeza e


conservação de áreas públicas coletam resíduos domiciliares,
resíduos sólidos de serviços de saúde e resíduos coletados nos
serviços de limpeza e conservação de áreas públicas. Preservam as
vias públicas, varrendo calçadas, sarjetas e calçadões,
acondicionando o lixo para que seja coletado e encaminhado para o
aterro sanitário. Conservam as áreas públicas lavando-as, pintando
guias, postes, viadutos, muretas e etc. zelam pela segurança das
pessoas sinalizando e isolando áreas de risco e de trabalho.
Trabalham com segurança, utilizando equipamento de proteção
individual e promovendo a segurança individual e da equipe.
(Classificação Brasileira de Ocupação – CBO, 2010, p. 767)

Rodrigues (2013) ao apresentar a caracterização desta ocupação, aponta que


a palavra gari advém do nome Pedro Aleixo Gari que, durante o Império, assinou um
contrato com a corte brasileira, para que o mesmo se encarregasse pela limpeza
urbana no Brasil.
O trabalho realizado pelos garis (homens e mulheres) é de grande
importância para toda a sociedade, embora seja uma profissão desvalorizada e
cercada por preconceito. As atividades realizadas por esses profissionais de forma
árdua, com as mínimas condições de trabalho, expõem-vos a variados e constantes
riscos.
No decorrer das pesquisas, observou-se a dificuldade em encontrar artigos
que abordassem o trabalho dos garis. Sobre isso, Soares (2011) e Luthier (2005
apud Motta, 2013) mencionam duas prováveis razões para essa dificuldade de
produções científicas no que se refere os garis, por isso essas autores:

“Atribuem a escassez de estudos à definição negativa do lixo. Existe


ainda, a possibilidade da dificuldade em ter localizado menos
publicações que as realmente existentes devido à dificultaria
padronização das palavras chaves utilizadas nos artigos científicos
nas revistas brasileiras” (MOTTA, p.12).

Outro fator que pode ser sugerido a escassez de produções científicas sobre
os profissionais garis, pode estar relacionada a invisibilidade pública, encontrada
não somente entre os garis mas em outras profissões, esse conceito é encontrado
em Costa (2008) referindo a um fenômeno psicossocial de desaparecimento de um
homem no meio dos outros, automaticamente tornando-o uma peça integrante do
meio em que se encontra, descaracterizando-o como pessoa.
Durante a jornada de trabalho dos garis, os mesmo estão expostos a variados
riscos (físicos, químicos, biológicos, ergonômicos, acidentes e sociais) e as
consequências para sua saúde são incalculáveis. No estudo de Santos (1994) os
garis apontam dez grandes distúrbios aos quais estão sujeitos: problemas de pele,
problemas auditivos, de trato urinário ou de necessidades, leptospirose, tétano,
AIDS, problemas respiratórios e pulmonares, problemas nos músculos esqueléticos,
nervosismo e preocupação, e distúrbios do aparelho digestivo.
O trabalho com o “lixo” expõe os trabalhadores à periculosidade, ao
preconceito, à exclusão de alguns ambientes sociais, o que poderá comprometer
suas condições de saúde. Nesse sentido, se faz necessário conhecer as condições
de trabalho que desenvolvem e a falta de acesso a políticas públicas de proteção
social.
Reconhecendo a necessidade de chamar a atenção para essa profissão tão
importante para a sociedade, o descuido da população e o poder público e
necessidade de ações enérgicas sobre os cuidados no que diz respeito aos riscos
que estes profissionais estão expostos durante sua jornada de trabalho, quais ações
podem ser proposta para amenizar as consequências que estes agentes possam
causar na saúde e segurança desses profissionais?
1.2 JUSTIFICATIVA
Uma característica da concentração populacional dos grandes centros
urbanos, é a estimulado consumo exagerado de bens descartáveis, o que aumenta
demasiadamente a quantidade de resíduos sólidos depositados no meio ambiente
pelo homem. Segundo Robazzi et al. (1992) uma cidade limpa é um dos indicativos
para analisar o estado de saúde de sua população.
Para a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT (1987), lixo é
definido como os restos das atividades humanas, consideradas pelos geradores
como inúteis, indesejáveis ou descartáveis. O tempo de decomposição de cada
material que vai para o lixo está diretamente relacionados à composição dos
mesmos.
A produção e o tratamento desses resíduos sólidos, compõe um dos
problemas para a sociedade moderna, pois a demanda de produção é de grande
escala e com uma diversidade na composição desses rejeitos, tornando-se motivo
de preocupação para a sociedade. A coleta do lixo é fundamental para o estilo de
vida da sociedade atual, tanto para manter a saúde quanto a preservação do meio
ambiente.
É comprovado a existência da insalubridade nessas condições de trabalho. E
junto com tudo isso vem a deficiência por parte dos garis no que diz respeito a
capacitação, treinamento, acompanhamento e utilização de EPI’s adequados a
atividade. Acompanhado a falta de uma gestão que preocupe-se com a valorização
a saúde e segurança desses trabalhadores o que torna a atividade cada vez mais
carente de recursos e atenção.
No meio de tudo encontra-se o gari, eles são figuras de fundamental
importância embora seja cercado pelo preconceito e a desvalorização de sua
profissão. Esses profissionais realizam atividades árduas, e estão expostos
constantemente a variados tipos de riscos, por trabalharem em condições mínimas.
Estudos realizados com os garis revelam a importância do trabalho
desenvolvido por esses profissionais tanto para a saúde da sociedade, como
também a organização e bem estar da mesma. É de conhecimento de todos a
desvalorização dessa profissão. Segundo Bandeira e Almeida (2015) o exercício da
função do gari está ligado socialmente a sujeira, o que faz surgir a sensação de
desordem e perigo e que contamina a quem com ele convive.
Leals & Cols (2013) apontam que “atitudes negativas, caracterizações
estereotipadas e preconceitos são lançados e atribuído às profissões sem status
social vistas como inferiores, ainda que façam parte do mercado formal, como é o
caso dos garis”.
A invisibilidade a que estes profissionais estão sujeitos, cria dentro deles uma
condição de desmerecimento de sua profissão. Segundo Costa (2008) a
invisibilidade do individuo quanto a sociedade é resultado de um longo processo
histórico, vinculada a percepção de uma pessoa que exerce função em um trabalho
que não exige qualquer tipo de qualificação.
Para Bandeira e Almeida (2015) ser homem e gari tem se figurado algo
pejorativo, no sentido de que imaginam-se que aquele homem que apenas “restou a
condição” de gari, estaria ligado ao seu valor, impossibilitando que haja uma
equivalência entre os demais da sociedade.
Especificamente no que diz respeito ao trabalho dos garis, Soares (2011)
destaca a carência no que tange estudos com essa profissão: “É surpreendente o
pequeno número de análises sociológicas dedicadas à obra de coletores de lixo”.
A Fundacentro em sua pesquisa ATUALIZAÇÃO DE PESQUISA
BIBLIOGRÁFICA SOBRE COLETORES DE LIXO – 1996 A 2014 analisou a
produção do país ligada direta e indiretamente a coleta de resíduos sólidos do ano
de 1996 até o ano de 2014, onde foram detectadas somente 42 comunicações
científicas: artigos científicos e publicações de anais, ficando de fora trabalhos de
conclusão de curso, dissertações de mestrado e teses de doutorado.
A importância do trabalho está ligada ao papel e dever que se pretende
alcançar, abrangendo diversas áreas: socioambiental, econômica, administrativa e
de saúde e segurança dos profissionais. Sendo de múltiplo interesse os resultados
encontrados e as soluções apontadas durante a pesquisa, serve para que mudanças
imediatas sejam adotas por parte de gestores e suas competências no que relaciona
os direitos de trabalho digno e reconhecimento dos profissionais responsáveis pela
limpeza, saúde e organização da sociedade.
1.3 OBJETIVOS
1.3.1 OBJETIVO GERAL
Identificar os riscos físicos: calor e radiação ionizante, aos quais estão
expostos os coletores de resíduos sólidos (garis) no município de Parelhas - Rio
Grande do Norte. Sugerindo melhorias a serem adotadas nas condições de trabalho
dos mesmos.
1.3.2 OBETIVOS ESPECÍFICOS
 Identificar os riscos físicos: calor e radiação ionizante e seus agentes
causadores;
 Observar as deficiências e dificuldades na atividade dos garis;
 Propor medidas e práticas para a eliminação e redução de danos e riscos
visando à integridade física e psicossocial do trabalhador.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1. SEGURANÇA NO TRABALHO
O interesse do homem com relação a sua segurança surge juntamente com a
fabricação de instrumentos utilizados para trabalhar. Ao longo da sua evolução, o
homem foi se adaptando ao meio, de forma contínua. E com a evolução o homem
começou a criar necessidades.
Um ponto marcante para a humanidade no que se refere o uso da inteligência
é levantado por estudiosos, foi o trabalho do homem com a pedra. Nela o homem
esculpia objetos que serviriam pra caçar quanto para sua segurança.
Desde a fabricação de velas para os barcos poderia ser observado o cuidado
com a segurança, utilizavam-se luvas para proteção das mãos, até os dedais, feitos
de uma concha ou osso côncavo. Vários são os exemplos do cuidado com o bem
estar e segurança dos mesmos.
Em 1792 a 1750 a. C. foi elaborado o Código Hammurabi, nele havia
estabelecidas medidas penais aplicadas aos responsáveis por qualquer tipo de
acidente.
Há também evidências da preocupação com a segurança em diversos papiros
egípcios, no qual eram descritos sintomas encontrados em trabalhadores envolvidos
com a construção das pirâmides.
Hipócrates (460- 377 a.C.) foi provavelmente a enfocar o papel do trabalho.
Foi o primeiro a definir o saturnismo como envenenamento por chumbo.
Na Idade Média, ficaram conhecidos os trabalhos feitos por Georgio Agricola
(1494-1555) e Paracelsus (1493-1541) onde eram relacionados com as doenças
advindas das indústrias extrativistas.
Bernardino Ramazzini um professor italiano, foi considerado o pai da
medicina do trabalho, quando em 1770 publicou o livro De Morbis Artificum Diatria.
Nessa obra, o autor faz uma relação entre pobreza e doença, e apresenta a
existência de riscos provenientes de produtos químicos. Tudo isso baseado na
observação de trabalhadores de 52 profissões distintas. Os seus estudos e trabalhos
ligados a sistematização das doenças profissionais, estabeleciam a sua natureza e o
grau de relação com o trabalho, como também as medidas preventivas para cada
um deles, impulsionou a criação de leis para a proteção dos trabalhadores e
indenizações para os mesmos.
Robert Peel consegue aprovar em 1802, a Lei de Saúde e Moral dos
Aprendizes, no qual ficou estabelecida a carga horária limite de 12 horas de trabalho
diários, proibindo a maioria dos trabalhos noturnos, e a ventilar as instalações.
Em 1833 é aprovada a lei que ficou conhecida por sua eficácia com relação a
proteção dos trabalhadores: a Factor Act (Lei das Fábricas), em que foi dada maior
atenção ao trabalho de crianças nas fábricas, proibindo o trabalho noturno por
crianças de 9 a 12 anos. É nela que encontra-se a origem da saúde no trabalho.

O Factory Act, era aplicada em todas as fábricas têxteis, onde se


usasse força hidráulica ou a vapor, para o funcionamento das
máquinas. Proibia o trabalho noturno aos menores de dezoito anos,
restringiu o horário de trabalho para 12 horas diárias e 96 horas por
semana; obrigatoriedade de escolas nas fábricas para os menores de
13 anos, a idade mínima de trabalho passou a ser 9 anos e tornou-se
obrigatória a presença de um médico nas fábricas. Surge então, o
médico de fábrica com objetivo de submeter os menores
trabalhadores a exame médico pré-admissional e periódico, e
preveni-los tanto às doenças ocupacionais quanto às não
ocupacionais. (BITENCOURT, p.3, 1998).

No Brasil, por meio do Decreto nº 19.433, de 26 de novembro de 1930, criou-


se o Ministério do Trabalho. Em 1943 a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT),
pelo Decreto- lei nº 5.452, composta por normas trabalhistas em que foram
determinados direitos e deveres tanto do empregado quanto do empregador.

Por meio da portaria nº. 3.214, em 08 de junho de 1978, em que foi aprovada
as Normas Regulamentadoras - NR, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho,
que obriga as empresas o seu cumprimento abordando vários problemas, direitos e
deveres relacionados ao ambiente de trabalho e a saúde do trabalhador, que
constantemente sofrem atualizações e modificações. As Normas Regulamentadoras
tornaram-se o meio mais eficiente para aplicação de medidas de segurança do
trabalho.

Embora exista uma evolução do interesse sobre a segurança e saúde dos


trabalhadores. Ainda é algo que acontece devagar, falta fiscalização, interesse por
parte do poder público. Muitos são os trabalhadores negligenciados, são eles que
ainda estão sujeitos a realizarem os trabalhos em condições sub-humanas,
considerados insalubres sem estrutura e proteção alguma dos mesmos, o que passa
despercebido por causa da falta de fiscalização.

2.2. RISCOS OCUPACIONAIS

Riscos ocupacionais são entendidos como, a possibilidade de um trabalhador


sofrer determinado tipo de danos, em decorrência do seu tipo de atividade. Esses
riscos são classificados pelo Ministério do Trabalho de acordo com a sua natureza:
acidente, ergonômica, física, biológica ou química.

No caso dos garis são considerados como população exposta, já que os


riscos ocupacionais estão diretamente ligados aos trabalhadores que está em
contato direto, seja no manuseio, transporte e destinação final dos resíduos sólidos
(FERREIRA & ANJOS,2001).

Segundo os mesmos autores especificar quais as doenças ocupacionais


ligadas a esta ocupação é de alta complexidade, visto que os mesmos estão
expostos a variados tipos de agentes, que vão desde poeiras até microrganismos
patogênicos presentes nos resíduos sólidos.

2.2.1 RISCOS FÍSICOS

Conforme a Norma Regulamentadora nº 9, no subitem 9.1.5 define como os


agentes físicos as diversas formas que energia em que o trabalhador poderá ficar
exposto, que são: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas,
radiações ionizantes, radiações não ionizantes, bem como o infrassom e o ultrassom
(BRASIL, 1978).

Nos garis é comum a exposição ao sol, caracterizado pela radiação


ionizantes, Raios UVA e UVB. Os efeitos da exposição prolongada e sem proteção
adequada, podem levar os trabalhadores já que possui um valor cumulativo. Além
do câncer de pele, o sol é responsável por agravar algumas doenças ou causar
danos como, queimaduras, insolação, herpes labial e o lúpus eritematoso.

No caso da exposição ao calor, diversos são os efeitos para o trabalhador,


que estão expostos ao calor intenso diariamente, podendo surgir cãibras,
esgotamento e golpes de calor.

Segundo a NR 15 – Operações e atividades insalubres, em seu anexo III que


trata dos limites de tolerância para a exposição ao calor, a avaliação do calor deve
ser feita através do IBUTG – Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo. Definidos
pelas seguintes equações:

Ambientes internos ou externos sem carga solar:

IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg


Ambientes externos com carga solar:

IBUTG = 0,7 tbn + 0,1 tbs + 0,2 tg

Onde:

tbn = temperatura de bulbo úmido natural

tg = temperatura de globo

tbs = temperatura de bulbo seco.

Os aparelhos que podem ser utilizados para essa medição são: termômetro
de bulbo úmido natural, termômetro de globo e termômetro de mercúrio comum. E
as medições devem ser feitas no local onde o trabalhador permanece, e na área da
região do corpo mais atingida.

Limite de tolerância (LT) é a concentração ou intensidade de agentes nocivos


abaixo da qual a maioria dos expostos não deverá apresentar danos específicos à
saúde, durante a vida laborai. Considerando jornadas de 48 horas semanais
(INFOSOLDA, 1997).

Pra medição do calor, podem-se usar dois tipos de avaliações: regime de


trabalho intermitente com períodos de descanso no próprio local de trabalho, e
regime de trabalho intermitente com períodos de descanso em outro local.

Para o regime de trabalho intermitente com períodos de descanso no próprio


local onde presta o serviço, o Limite de Tolerância (LT) em função do índice obtido,
será definido no Quadro nº1 do anexo III, da NR 15.

Tabela 1: IBUTG é regime de trabalho com descanso no próprio local de trabalho


QUADRO N.º 1

Fonte:
http://www.ccb.usp.br/arquivos/arqpessoal/1360237303_nr15atualizada2011ii.pdf
Para o regime de trabalho intermitente, com períodos de descanso em outro
local (local de descanso), o Limite de Tolerância (LT) em função do índice obtido,
será definido no Quadro n.º 2 do anexo III, da NR 15.

Tabela 2: IBUTG com períodos de descanso em outro local

QUADRO N.º 2

Fonte:
http://www.ccb.usp.br/arquivos/arqpessoal/1360237303_nr15atualizada2011ii.pdf

Onde: M é a taxa de metabolismo média ponderada para uma hora,


determinada pela seguinte fórmula:

M = Mt x Tt + Md x Td/ 60.

Sendo:

Mt - taxa de metabolismo no local de trabalho;

Tt - soma dos tempos, em minutos, em que se permanece no local de trabalho;

Md - taxa de metabolismo no local de descanso;

Td - soma dos tempos, em minutos, em que se permanece no local de descanso.


IBUTG é o valor IBUTG médio ponderado para uma hora, determinado pela seguinte
fórmula:

IBUTG = IBUTGt x Tt + IBUTGd xTd/ 60

Sendo:

IBUTGt = valor do IBUTG no local de trabalho;

IBUTGd = valor do IBUTG no local de descanso;

Tt e Td = como anteriormente definidos.

Os tempos Tt e Td devem ser tomados no período mais desfavorável do ciclo


de trabalho, sendo Tt + Td = 60 minutos corridos.

As taxas de metabolismo Mt e Md serão obtidas consultando-se o Quadro n.º


3.

Tabela 2: Taxa de metabolismo por tipo de atividade

QUADRO N.º 3

Fonte: http://www.ccb.usp.br/arquivos/arqpessoal/1360237303_nr15atualizada2011ii.pdf

No anexo IV da mesma NR, vem tratar das radiações ionizantes, definindo


que:

“Nas atividades ou operações onde trabalhadores possam ser


expostos a radiações ionizantes, os limites de tolerância, os
princípios, as obrigações e controles básicos para a proteção do
homem e do seu meio ambiente contra possíveis efeitos indevidos
causados pela radiação ionizante, são os constantes da Norma
CNEN-NE-3.01: "Diretrizes Básicas de Radioproteção", de julho de
1988, aprovada, em caráter experimental, pela Resolução CNEN n.º
12/88, ou daquela que venha a substituí-la” (BRASIL, 1994).

2.2.2 NR 6 E NR 9

A NR 9 estabelece a obrigatoriedade da elaboração e da implementação do


Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), por parte dos empregadores
e das instituições que admitam trabalhadores como empregados, visando, com tal
iniciativa, a preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores.
Segundo consta no item 9.1.5, da referida NR, “consideram-se riscos
ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de
trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de
exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador”.
No subitem 9.3.3, que trata do reconhecimento dos riscos ambientais, da
citada NR 9, consta que o PPRA deverá conter, os seguintes itens, quando
aplicáveis:
a) a sua identificação;
b) a determinação e localização das possíveis fontes geradoras;
c) a identificação das possíveis trajetórias e dos meios de propagação dos agentes
no ambiente de trabalho;
d) a identificação das funções e determinação do número de trabalhadores
expostos;
e) a caracterização das atividades e do tipo da exposição;
f) a obtenção de dados existentes na empresa, indicativos de possíveis
comprometimentos da saúde decorrente do trabalho;
g) os possíveis danos à saúde relacionados aos riscos identificados, disponíveis na
literatura técnica;
h) a descrição das medidas de controle já existentes.
Em seu subitem 9.3.5.1, sobre as medidas de controle, consta que as
mesmas deverão ser adotadas para a eliminação, a minimização ou o controle dos
riscos ambientais sempre que forem verificadas uma ou mais das seguintes
situações:
a) identificação, na fase de antecipação, de risco potencial à saúde;
b) constatação, na fase de reconhecimento de risco evidente à saúde;
c) quando os resultados das avaliações quantitativas da exposição dos
trabalhadores excederem os valores dos limites previstos na NR-15 ou, na ausência
destes os valores limites de exposição ocupacional adotados pela ACGIH -
American Conference of Governmental Industrial Higyenists, ou aqueles que
venham a ser estabelecidos em negociação coletiva de trabalho, desde que mais
rigorosos do que os critérios técnicos legais estabelecidos;
d) quando, através do controle médico da saúde, ficar caracterizado o nexo causal
entre danos observados na saúde os trabalhadores e a situação de trabalho a que
eles ficam expostos.
No subitem 9.3.5.3, consta que a “implantação de medidas de caráter coletivo
deverá ser acompanhada de treinamento dos trabalhadores quanto os
procedimentos que assegurem a sua eficiência e de informação sobre as eventuais
limitações de proteção que ofereçam”.
É importante destacar que, conforme o subitem 9.5.1, “os trabalhadores
interessados terão o direito de apresentar propostas e receber informações e
orientações a fim de assegurar a proteção aos riscos ambientais identificados na
execução do PPRA.”
O subitem 9.3.5.4, da NR 9 esclarece que:
Quando comprovado pelo empregador ou instituição a inviabilidade técnica da
adoção de medidas de proteção coletiva (...), deverão ser adotadas outras medidas,
obedecendo-se à seguinte hierarquia:
a) medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho;
b) utilização de equipamento de proteção individual.
9.3.5.5 A utilização de EPI no âmbito do programa deverá considerar as Normas
Legais e Administrativas em vigor e envolver no mínimo:
a) seleção do EPI adequado tecnicamente ao risco a que o trabalhador está exposto
e à atividade exercida, considerando-se a eficiência necessária para o controle da
exposição ao risco e o conforto oferecido segundo avaliação do trabalhador usuário;
b) programa de treinamento dos trabalhadores quanto à sua correta utilização e
orientação sobre as limitações de proteção que o EPI oferece;
c) estabelecimento de normas ou procedimento para promover o fornecimento, o
uso, a guarda, a higienização, a conservação, a manutenção e a reposição do EPI,
visando garantir as condições de proteção originalmente estabelecidas;
d) caracterização das funções ou atividades dos trabalhadores, com a respectiva
identificação dos EPI’s utilizados para os riscos ambientais.
Dentre os equipamentos de proteção individual, encontrados na lista, Anexo I
da NR6, tem-se:
Para proteção dos olhos e face, por exemplo, óculos de segurança para
proteção dos olhos contra impactos de partículas volantes e óculos de segurança
para proteção dos olhos contra respingos de produtos químicos, entre outros.
Constam também EPIs para proteção auditiva, EPIs para proteção
respiratória, contra poeiras e névoas, por exemplo.
Apropriados para a proteção dos membros superiores, são exemplos as luvas
de segurança para proteção das mãos contra agentes abrasivos e escoriantes; as
luvas contra agentes cortantes e perfurantes; contra agentes biológicos; contra
agentes químicos; etc. Manga de segurança para proteção do braço e do antebraço
contra agentes cortantes
e perfurantes, etc.
Para a proteção dos membros inferiores, constam, por exemplo, os calçados
de segurança para proteção dos pés contra agentes cortantes e escoriantes;
calçados de segurança para proteção dos pés e pernas contra umidade proveniente
de operações com uso de água; calçado de segurança para proteção dos pés e
pernas contra respingos de produtos químicos, meias de segurança para proteção
dos pés contra baixas temperaturas, calça de segurança para proteção das pernas
contra agentes abrasivos e escoriantes; calça de segurança para proteção das
pernas contra respingos de produtos químicos; macacão de segurança para
proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra respingos de produtos
químicos; vestimenta de segurança para proteção de todo o corpo contra respingos
de produtos químicos; vestimenta de segurança para proteção de todo o corpo
contra umidade proveniente de operações com água.
Consta, também, creme protetor para proteção dos membros superiores
contra agentes químicos, de acordo com a Portaria SSST n.º 26, de 29/12/1994. Não
consta, porém, protetor solar como EPI.
No que tange ao uso dos equipamentos de proteção individual, cabe ao
empregador, segundo a NR 6:
a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade;
b) exigir seu uso;
c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente em
matéria de segurança e saúde no trabalho;
d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado guarda e conservação;
e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e,
g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.
h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas
ou sistema eletrônico. (Inserida pela Portaria SIT n.º 107, de 25 de agosto de 2009).
Cabe ao empregado, no que diz respeito ao EPI, segundo o item 6.7.1, da NR
6:
a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;
b) responsabilizar-se pela guarda e conservação;
c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso; e,
d) cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.

2.2 COLETA DE RESÍDUOS SÓLIDOS

De todos os problemas enfrentados pelo sistema mundial, a degradação


ambiental é o fenômeno mais globalizado e que poderá transforma-se em conflito
mundial (SIQUEIRA & MORAIS, 2009).

A definição de lixo segundo a norma NBR 10004:2004 classifica o lixo como:

Resíduos nos estados sólido e semi - sólido, que resultam de atividades de


origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e
de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de
sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e
instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas
particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de
esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e
economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível.

A Agenda 21 Global, documento feito durante a Rio Eco 92, em meio a


realização da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento, em seu capítulo 4, já manifestava grande preocupação que as
principais causas da ininterrupta degradação do meio ambiente estaria ligada aos
padrões industrializados, os quais impulsionavam cada vez mais o agravamento da
pobreza e dos desequilíbrios.

Com o aumento descontrolado da industrialização, a crescente concentração


populacional urbana e o incentivo ao consumo como parte integrante das
características básicas da sociedade moderna, as questões ligadas a sociedade, o
ambiente e a saúde pública, ocorre o agravamento dos problemas. Contudo,
constata-se que o papel da mídia é incentivar a sociedade a adquirir produtos mais
modernos, provocando a insensatez do uso indiscriminado dos recursos naturais
(COLAVITTI, 2003).

Os problemas relacionados ao lixo têm aumentado gradativamente na sociedade


moderna, o que implica a prejudicar a qualidade de vida em todos os centros
urbanos. Esses resíduos sólidos que são gerados continuamente na sociedade,
pelas suas inúmeras atividades acabam ocasionando riscos à saúde pública,
degradação do meio ambiente, além de atingir aspectos sociais, econômicos e
administrativos, todos acabam envolvidos nessa questão.

Com a criação da Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), nº


12.305, de agosto de 2010, que estabelece diretrizes para que seja implementada
uma gestão e gerenciamento adequado dos resíduos sólidos, enfocando a intenção
da eliminação dos lixões e aterros que não estejam dentro dos padrões
estabelecidos. É de conhecimento de toda a sociedade que o lixo que é coletado
diariamente nas áreas urbanas, é transportado para um destino final, onde em boa
parte dos casos, é lançado indiscriminadamente a céu aberto, sem qualquer forma
de tratamento.

No que tange o tratamento adequado do lixo urbano é visto pelo baixo


interesse pelas autoridades competentes e que se fica é somente o esforço de
descarta-los em locais distantes e que fiquem longe dos olhos da parcela mais
privilegiada da população.

Conforme Schalch et al. (2002) a maior parte dos municípios apresentam as


mesmas características quanto o circuito dos resíduos sólidos, que vão da geração
até a disposição final dos mesmos, formado basicamente por coleta regular,
transporte e descarga final, este realizado geralmente em locais distantes em
relação aos centros urbanos, ao céu aberto. O autor ainda afirma que são raros os
casos em que o circuito apresenta mais alguns procedimentos, e infelizmente
quando se tem uma variação desse circuito, o mesmo é feito de maneira mal
planeada o que vem a dificultar a operação, fazendo com que seja inviável com o
passar do tempo.

Conforme mostra o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2013, relatório


anual feito pela ABRELPE - Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública
e Resíduos Especiais relata que apesar das disposições da Lei o País ainda registra
a presença de lixões em todos os Estados e cerca de 60% dos municípios
brasileiros ainda encaminham seus resíduos para locais inadequados. Os dados da
ABRELPE (2013, P. 28) mostram que “A geração total de RSU no Brasil em 2013 foi
de 76.387.200 toneladas, o que representa um aumento de 4,1%, índice que é
superior à taxa de crescimento populacional no país no período, que foi de 3,7%”.

Conforme Velloso et al. (1997):

Aos países em desenvolvimento não resta alternativa, senão a de uma


mudança comportamental em relação aos resíduos, com redução na sua
geração, utilização de tecnologias que estejam dentro das suas
capacidades técnicas de recursos, para gradativamente irem adquirindo
maior controle sobre os efeitos ambientais na saúde, provocados pelos seus
próprios resíduos. (Velloso et al., 1997, p.694).

Conforme a Lei nº 11.445, no seu art. 7º fica definido que as atividades


limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos urbanos no serviço público de é
composta pela coleta, transbordo e transporte dos resíduos; triagem para fins de
reuso ou reciclagem, de tratamento, incluindo a compostagem, e de disposição final
dos resíduos, de varrição, capina e poda de árvores em vias e logradouros públicos
e outros eventuais serviços pertinentes à limpeza pública urbana (BRASIL, 2007).

Segundo Dias (2003) a responsabilidade pela manutenção do meio ambiente


em todas as suas dimensões é coletiva, evvolvendo juntamente com a sociedade, os
orgãos governamentais de ação federal, estadual e municipal, além de instituições
privadas, cumprindo e fazendo cumprir as leis ambientais.

Embora Noccete e Cordeiro (2006), referem que a descontinuidade das


administrações públicas, afetam diretamente a continuidade e progreço das
medidas corretas aplicadas, pelo alto custo de investimento e o de fato não ser
politicamente interessante, o que contradiz todos os ideais políticos.
Apesar de serem profissionais que trabalham diretamente para o bem estar
da população, é retribuído com pouca atenção, o que justifica a intenção de chamar
a atenção tanto do poder público, como para a comunidade, de que esses
profissionais, que desempenham um papel de grande importância na sociedade e o
meio ambiente. Já que o trabalhador que tem seu trabalho reconhecido e que é
valorizado, torna-se um profissional pleno.

Estudos realizados com os garis apontam para a importância do trabalho


desses profissionais tanto para a saúde e o bem da sociedade civil, como para as
questões de saneamento básico das cidades e o embelezamento das mesmas.
Embora também saibamos o quanto essa classe de trabalhadores seja
desvalorizada, realizam diariamente o seu trabalho de maneira árdua, vulneráveis a
variadas intempéries climáticas e em condições mínimas de trabalho.

Visando as questões que acercam a categoria profissional, o intuito principal


está na relevância social e acadêmica, pois ao retratar as características das
condições de trabalho dos garis, podem-se conhecer as nuances do seu trabalho,
como também contribuir para proporcionar a reflexão sobre a visibilidade da
profissão.

Velloso et al. (1997) explica que a visão social desse grupo de trabalhadores
e sua própria autoimagem são problemáticas do ponto de vista de nossa sociedade,
pois ocorre que há um menosprezo pela referida ocupação que se origina dos
próprios garis, de suas condições econômicas e de trabalho adversas, que
dinamicamente interagem com a imagem social da própria profissão.

O trabalho humano desde os primórdios da história, não é objeto natural, mas


algo essencial para estabelecer relações entre o homem e o meio, e entre as
sociedades e a natureza (ANTUNES, 1995).

Essa relação que estrutura uma relação mútua entre homens e natureza
expressa na ação transformadora do trabalho, foi no século XIX, assim falava Max:

O trabalho é um processo entre homem e a natureza em que o homem, por


sua própria ação, media, regula e controla o seu metabolismo com a
natureza. Ele mesmo se defronta com a matéria natural como uma força
natural. Ele põe em movimento as forças naturais pertencentes à sua
corporalidade, braços, pernas, cabeça e mãos, a fim de apropriar-se da
matéria natural numa forma útil para sua própria vida. A atuar, por meio
desse movimento sobre a natureza externa a ele, e ao modifica-la, ele
modifica sai própria natureza (MARX, 1978, p. 148).

Esses profissionais em qualquer que seja a situação, não podem chegar a


conclusão de que a função que exercem é menos importante que as outras. E a
população deixar de achar que, só porque aquele indivíduo tem um trabalho “sujo”,
não seja bem visto e quisto por eles.

Castro et al. (2012) aponta a adoção de medidas e ações preventivas em


qualquer grupo profissional é fundamental à saúde do trabalhador podendo ser ela
física ou psicológica. O mesmo autor afirma que, a adoção de medidas e ações
preventivas em qualquer grupo profissional é fundamental à saúde do trabalhador. A
partir daí e em função disso surge o papel da segurança no trabalho, transformando
toda uma problemática em qualquer que for a situação revertendo-a positivamente,
para tornar uma sociedade mais organizada e com seus trabalhadores saudáveis e
satisfeitos com o seu trabalho.

De acordo com a Conferência Nacional de Saúde em sua 13ª edição, a


qualidade de vida é um conjunto de percepções individuais da posição de vida das
pessoas nos contextos dos sistemas culturais e de valores que vivem, em relação às
metas, expectativas, padrões e conceitos. Englobando saúde física, estado
psicológico, o nível de dependência, as aspirações pessoais e relações sociais, as
crenças e o relacionamento com o meio ambiente.

3.1. METODOLOGIA

3.1. LOCAL DE ESTUDO

O presente estudo será realizado no município de Parelhas localizado no


estado do Rio Grande do Norte, na região Nordeste do Brasil. Localizada na
Microrregião do Seridó Oriental, distante 246 Km da capital do estado. Por força da
Lei estadual nº. 630, em 8 de novembro de 1926, foi elevado a categoria de
município, desmembrando da cidade vizinha Jardim do Seridó. E elevado a
categoria de cidade pela Lei Estadual nº. 656, em 22 de setembro de 1927.
Possuindo uma área de 513,507 m², e uma população estimada em 2016 com cerca
de 21.577 habitantes. Sendo o 27° munícipio mais populoso do estado do RN. Com
um Índice de Desenvolvimento Humano na faixa de 0,676 no ano de 2010, sendo
11º maior no estado e 2. 524º do Brasil. Em 2010, 81,6% da população vivia acima
da linha de pobreza, 12,1%% entre as linhas de indigência e de pobreza e 6,3%
estavam abaixo da linha de indigência. No mesmo ano, os 20% mais ricos eram
responsáveis por 49,6% do rendimento total municipal, valor 10,2 vezes superior à
dos 20% mais pobres, que era de apenas 4,9%. O município de Parelhas é
constituído apenas do distrito-sede e sua zona urbana se divide em sete bairros,
além do Centro urbano. O bairro Cruz do Monte, com 4 421 habitantes, é o mais
populoso da cidade. A zona rural é formada por várias comunidades.

Este estudo tem por finalidade realizar uma pesquisa sobre as condições de
trabalho dos garis, será feito uma observação e avaliação pelas ruas da cidade, por
ser este o local onde os garis realizam seu trabalho, analisando qual o valor dos
índices com relação ao calor, os tipos de equipamentos de proteção utilizados pelos
mesmos.

3.2. MÉTODOS DE PESQUISA

Para Jung (2004) pesquisa pode ser definida como, uma etapa
integrante em um processo em que as pessoas absorvem um novo
conhecimento ou então descontrói uma visão formada sobre si mesmo ou
sobre o que ambiente em que interage com os demais, tendo por objetivo
encontrar respostas para questionamentos, resolver problemas e também
satisfazer necessidades. Os métodos que utilizados no presente estudo o que
se refere ao tipo, natureza, modalidade e abordagem são: Pesquisa
Bibliográfica e Estudo De Campo.

De acordo com Pizzani (2012) a pesquisa bibliográfica é compreendida


como a revisão da literatura sobre as principais teorias que norteiam o trabalho
científico. Levantamento bibliográfico ou revisão bibliográfica é a denominação
utilizada para essa revisão, esse tipo de pesquisa pode ser feita em livros,
periódicos, artigos de jornais, trabalhos acadêmicos, sites da Internet entre
outras fontes, desde que sejam confiáveis.

Rodrigues (2007) define pesquisa de campo, como a observação dos fatos


tal como eles ocorrem, não permitindo a manipulação de dados ou interferir nas
variáveis, mas detectar e analisar as relações existentes.

3.2.1. TIPO DE ESTUDO


Será feito um estudo transversal de observação, com objeto de estudo
direcionado para os Garis, analisando as condições de trabalho, equipamentos de
proteção utilizados, e grau de exposição destes trabalhadores aos ricos físicos:
calor e radiação ionizante, analisando quantidade e qualidade respectivamente.

3.2.2. NATUREZA

A presente pesquisa será de maneira descritiva, segundo Jung (2004) a


pesquisa descritiva tem três finalidades: observar, analisar e registrar, todas elas
sem entrar no mérito do conteúdo. Ele ainda explica que nesse tipo de pesquisa na
poderá em hipótese alguma haver interferência do pesquisador, cabendo-lhe apenas
observar e procurar descobrir com que frequência o fenômeno acontece, procurando
descrever fielmente e imparcialmente determinadas características das populações,
fenômenos ou a relação entre eles.

3.2.2. ABORDAGEM

O estudo será realizado com uma abordagem qualitativa, pois será descrito
através da percepção do observador. Godoy (1995) qualifica algumas características
básicas para a identificação dos estudos denominados qualitativos, seguindo esta
visão, uma amostra pode ser mais bem compreendida no seu contexto completo,
analisando-o numa perspectiva integrada. Para que ocorra da melhor forma, o
pesquisador deve ir atrás, buscando estudar o fenômeno de acordo com o que ele
mesmo detectou, buscando ouvir e compreender as pessoas envolvidas, e
considerando relevantes os diferentes pontos de vista sobre tal fenômeno.

3.3 INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS

Será dividido em três etapas, que serão as seguintes:

1º ETAPA: análise do ambiente de trabalho e das atividades realizadas,

2º FASE: identificação e mensuração dos níveis dos riscos propostos para a


pesquisa;

3º FASE: proposição de medidas de controle e preventivas.

3.3.1 ANÁLISE DO AMBIENTE DE TRABALHO E DAS ATIVIDADES REALIZADAS

ETAPA 1: levantamento de dados junto a administração pública, referentes a


coleta de lixo e dos trabalhadores que nela trabalham: número de
trabalhadores, recebimento de EPI, recebimento de insalubridade, tarefas que
os trabalhadores executam e outras informações que sejam necessárias para a
pesquisa.

ETAPA 2: será pedido autorização a administração pública para observar a


atividade nas ruas, e aos trabalhadores será pedido autorização para o registro
fotográfico enquanto eles realizam o trabalho, preservando a identidade destes
trabalhadores através de técnicas digitais para encobrir ou desfocar seu rosto.

ETAPA 3: Nesta etapa será realizada a coleta de dados, ou seja, a observação


da tarefa e do meio de trabalho e do trabalhador. Para a coleta dos dados,
ocorrera o acompanhamento do (s) trabalhador (es) para onde forem realizar a
tarefa e medição da temperatura ambiente enquanto os mesmo realizam o
trabalho. No momento da observação serão feitas anotações descritivas e
registro fotográfico. Todas as tarefas de limpeza urbana realizadas por estes
trabalhadores serão acompanhadas e registradas.

No decorrer da realização desta etapa, o pesquisador, terá o


procedimento de agir como um expectador, buscando operar com discrição
para não interferir ou influenciar os acontecimentos e os fatos que ocorrem,
buscando observar a realidade em sua forma natural nesta atividade.

3.3.2. IDENTIFICAÇÃO E MENSURAÇÃO DOS RISCOS FÍSICOS

O calculo dos valores da temperatura encontrados no decorrer da atividade


dos garis serão feitos mediante averiguação dos mesmos por equipamento
apropriado, calibrado e específico para este tipo de avaliação. Seguindo todo os
procedimento anteriormente especificado.

1ª etapa: depois de coletados os dados, serão organizados e distribuídos de acordo


com o horário, local e o tipo de atividade que o trabalhador esteja executando,
acompanhado de fotos e possíveis registro que sejam considerados importantes.

2ª etapa: com os dados anteriores em mão, será montado um roteiro das atividades.

3ª etapa: com o roteiro feito e os valores, serão feitas as propostas de melhorias


para serem apresentadas ao responsável por esses trabalhadores.

3.3.3 PROPOSIÇÃO DE MEDIDAS DE CONTROLE


Terminadas as fases de reconhecimento do local e dos riscos e a
elaboração do mapa de risco, será realizada a fase final da pesquisa que é
propor medidas de controle e preventivas para os agentes que causam os
riscos ocupacionais.

Os dados, informações e conhecimentos reunidos durante as outras


fases da pesquisa serão analisados, de forma qualitativa, para a identificação
das falhas, erros e problemas encontrados na atividade da coleta de lixo, como
também identificar o que foi encontrado de correto e eficaz para proteção da
integridade física do trabalhador, para que possíveis soluções e melhorias
sejam sugestionadas, possibilitando de serem aplicadas na realidade.

Medidas de controle são para uma situação de risco já existente que não
possa ser eliminada e sim controlada, em um nível de segurança que não
possa causar danos e medida preventiva é antecipação de situações de riscos
ou problemáticas que possam ocorrer, tomando precauções e medidas antes
que ocorram. Porto (2000) define prevenção como, o conjunto de medidas
objetivas que buscam evitar a ocorrência de danos à saúde dos trabalhadores,
através da eliminação e controle dos riscos nos processos e ambientes de
trabalho.

Ao observar os problemas e desafios da atividade de coleta de lixo,


principalmente dos possíveis riscos envolvidos, não basta saber da existência
destes sem pensar em formas de controlar ou prevenir possíveis doenças ou
acidentes beneficiando o trabalhador, como também a população, o meio
ambiente e a administração pública.

As propostas de medidas de controle e preventivas terão como base o


que já foi sugerido na literatura, consulta em Leis e nas normas
regulamentadoras NR 06 (Equipamentos de Proteção Individual), NR 9
(Programa de Prevenções de Riscos Ambientais) e NR 15 (atividades e
Operações Insalubres), como também em ideias e mecanismos adotados em
outras regiões brasileiras, levando em consideração as características da
cidade, dos trabalhadores e da coleta de lixo.

4. CRONOGRAMA
Atividade/Período M A M J J A S
Levantamento Bibliográfico X X X

Análise Bibliográfica X X

Observação do local de trabalho X

Análise dos dados e observações X

Escrita do TCC X X X

Revisão do TCC X

Defesa do TCC X

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seguranca/6-limite-de-tolerancia-do-agente-ambiental.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/Parelhas
http://cod.ibge.gov.br/3MU

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA


PARAÍBA – CAMPUS PATOS
CURSO DE TECNÓLOGO EM SEGURANÇA DO TRABALHO

FERNANDA KELLY AZEVEDO OLIVEIRA


ANÁLISE DOS RISCOS FÍSICOS: CALOR E RADIAÇÃO IONIZANTE EM
AGENTES COLETORES DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO MUNICÍPIO DE
PARELHAS – RN

PATOS - PB
2017
FERNANDA KELLY AZEVEDO OLIVEIRA

ANÁLISE DOS RISCOS FÍSICOS: CALOR E RADIAÇÃO IONIZANTE EM


AGENTES COLETORES DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO MUNICÍPIO DE
PARELHAS – RN
Trabalho de Conclusão de Curso submetido à
Coordenação do Curso de Segurança do Trabalho do
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da
Paraíba, como parte dos requisitos para a obtenção do
grau de Tecnólogo em Segurança do Trabalho.

Orientador: Prof. Diogo Sergio César De


Vasconcelos

PATOS - PB
2017

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