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Ano 3 | Número 11

Março de 2019

Informativo dos servidores da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais

Ambulatório trans exerce


papel fundamental na
construção da identidade
de seus usuários
PÁGINA 

PROJETOS RECONHECIDOS REALIZAÇÕES NOVA COMPOSIÇÃO


EM CONGRESSOS E PREMIAÇÕES DA FHEMIG | PÁGINA  DA DIRETORIA DA FHEMIG
Servidores premiados | PÁGINA  Direção Administrativa

QUEM DANÇA SEUS MALES ESPANTA | LADO B Página 4


Editorial
cendo de perto o trabalho realizado, os
EXPEDIENTE problemas enfrentados e os diferenciais
de cada uma. Durante as visitas, pude
intervir, solucionando questões de ne-
cessidade premente, e ouvir os pleitos de
cada unidade, buscando junto ao corpo
diretivo da Administração Central solu-
ções céleres e eficazes.
Presidente Vânia Maria Souza Melo Pinto da Cunha
Vice-presidente Mauricio Leão Rezende Um dos maiores problemas enfrentados
Chefe de Gabinete Ana Costa Rego
Diretor Assistencial Marcelo Lopes Ribeiro pela Fhemig é a falta de recursos, em
Diretora de Desenvolvimento Estratégico Cynthia M. dos Anjos Fonseca razão do severo déficit financeiro que o
Diretora de Gestão de Pessoas Alice Guelber Melo Lopes Estado de Minas Gerais enfrenta e dos
Diretor de Planejamento, Gestão e Finanças Eduardo H. A. de Paula
Procurador Chefe João Viana da Costa repasses atrasados do município de
Auditora Seccional Ana Carolina de Aguiar Vicente Belo Horizonte. Investi todos os esforços
Assessora de Comunicação Social Marina Santos de Lima Pereira Caro servidor, na efetivação de um encontro de contas
__________________________________________________________
e, em setembro de 2018, firmamos um
COMPLEXOS ASSISTENCIAIS Foi com enorme satisfação que recebi, em contrato entre as partes. A destinação
I - COMPLEXO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA abril de 2018, o convite para assumir a de recursos se dá por meio de repasses
Hospital João XXIII (HJXXIII) – Belo Horizonte presidência da Fhemig. Aceitei o desafio da SES-MG para o município, e do muni-
Unidade Ortopédica Galba Velloso – Belo Horizonte
Hospital Maria Amélia Lins (HMAL) – Belo Horizonte
de estar à frente da direção de uma das cípio para a Fhemig. O cronograma de
Hospital Cristiano Machado (HCM) – Sabará maiores instituições gestoras de hospitais repasses mensais, que prevê a quitação
Hospital Infantil João Paulo II (HIJPII) – Belo Horizonte públicos do país, em um momento deli- da dívida da prefeitura com a Fhemig,
II - COMPLEXO DE HOSPITAIS GERAIS
cado das finanças públicas do Estado de se encerra em março de 2019. Com isto,
Hospital Júlia Kubitschek (HJK) – Belo Horizonte Minas Gerais e do Brasil, movida pelo ideal e outros recursos destinados à Saúde,
Hospital Regional Antônio Dias (HRAD) – Patos de Minas do direito universal à saúde e pela convic- estamos nos esforçando para honrar os
Hospital Regional João Penido (HRJP) – Juiz de Fora
Hospital Geral de Barbacena Dr. José Américo (HGBJA) – Barbacena
ção de que minha experiência e conheci- compromissos pactuados com nossos
mento em gestão pública, adquiridos ao fornecedores, com a urgência que o as-
III - COMPLEXO DE ESPECIALIDADES longo dos meus 35 anos de trabalho, dos sunto exige, para garantir o fornecimen-
Maternidade Odete Valadares (MOV) – Belo Horizonte
Hospital Alberto Cavalcanti (HAC) – Belo Horizonte
quais, 20 em cargos de direção, inclusive to de insumos aos nossos hospitais.
Hospital Eduardo de Menezes (HEM) – Belo Horizonte na Secretaria de Saúde (SES-MG), pode-
riam contribuir para atender as diversas Em janeiro deste ano, fui reconduzida
IV - COMPLEXO DE SAUDE MENTAL
Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena (CHPB) – Barbacena
demandas da Fhemig. Como membro do ao cargo de presidente da Fhemig pelo
Hospital Galba Veloso (HGV) – Belo Horizonte Conselho Curador, tive a oportunidade de recém-empossado governo, fruto dos
Centro Mineiro de Toxicomania (CMT) – Belo Horizonte acompanhar os caminhos da instituição na resultados alcançados nos oito meses à
Instituto Raul Soares (IRS) – Belo Horizonte
Centro Psíquico da Adolescência e Infância (CEPAI) – Belo Horizonte
gestão anterior, o que me serviu de norte frente da instituição e ao dedicado tra-
para aprofundar meus conhecimentos so- balho de cada um dos seus mais de 13
V - COMPLEXO DE REABILITAÇÃO E CUIDADO AO IDOSO bre a operação da Fhemig. mil profissionais.
Casa de Saúde São Francisco de Assis (CSSFA) – Bambuí
Casa de Saúde Santa Izabel (CSSI) – Betim
Casa de Saúde Santa Fé (CSSFE) – Três Corações Tenho como inspiração meu saudoso Não poderia deixar de registrar aqui o
Casa de Saúde Padre Damião (CSPD) – Ubá pai, Evandro Cunha Melo, que atuou por excelente trabalho e envolvimento dos
VI- Complexo MG Transplantes
25 anos como diretor geral do Hospital servidores da Rede Fhemig que atuaram
MG Transplantes - Belo Horizonte Infantil João Paulo II, antigo CGP, cujo direta e indiretamente na assistência às
__________________________________________________________ Centro de Tratamento Intensivo traz o seu vítimas do rompimento da barragem
Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais nome. Sua dedicação à instituição, pela em Brumadinho. Temos muitos desafios
Administração Central qual tinha profundo apreço, seu compro- para seguirmos prestando assistência
Alameda Vereador Álvaro Celso, 100. Santa Efigênia- Belo Horizonte - MG
Tel.: (31) 3239-9506 3239-9507 | Fax.: (31) 3239 9524 misso, sua ética e responsabilidade no de qualidade aos usuários do Sistema
www.fhemig.mg.gov.br | acs.jornalismo@fhemig.mg.gov.br exercício de sua profissão, despertaram Único de Saúde (SUS) e, trabalhando de
em mim o interesse pela carreira pública, forma integrada, alcançaremos os me-
twitter.com/redefhemig
em especial pela área da saúde. lhores resultados.
facebook.com/comunicafhemig
@redefhemigoficial Nos primeiros meses, estive em todas as Vânia Maria Souza Melo Pinto da Cunha
__________________________________________________________ unidades assistenciais da Rede Fhemig, Presidente
JORNAL VIROU NOTÍCIA inclusive as do interior do Estado, conhe-
Editado pela Assessoria de Comunicação Social

Edição Marina Santos de Lima Pereira - Conrerp 1655 - MG


Fotografia Assessoria de Comunicação Social da Fhemig
Redação Alexandra Marques - MG 09047 JP; Fale com o virou notícia
Aline de Castro - MG 11598; Anni Luise Sieglitz - MG 13940;
Fernanda Moreira Pinto - MG 13980; Michèlle de Toledo Envie suas sugestões e opiniões para o jornal:
Guirlanda - MG 05045; Samira Ziade - MG 02862 JP
Editoração Wagner Perche
acs.jornalismo@fhemig.mg.gov.br

 Informativo dos servidores


da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais • FHEMIG
Servidores premiados

Projetos reconhecidos
em congressos e premiações
Fernanda Pinto

Ronaldo Gláucia Maria Roberta


Rodrigues da Costa Moreira Galvão Aparecida Gonçalves
Comparação entre os métodos de Vivência fotográfica na Metodologia Oferta de Práticas Integrativas e Complemen-
Ogawa-Kudoh e Petroff modificado para o Canguru - O impacto da imagem no nasci- tares em Saúde (PICS) intensivas em ambiente
cultivo de micobactérias no diagnóstico da mento psíquico de um prematuro. hospitalar especializado em saúde mental.
tuberculose pulmonar.
O artigo sobre a vivência fotográfica na Meto- A médica infectologista do Instituto Raul
O farmacêutico bioquímico do Hospital Re- dologia Canguru da pediatra neonatologista da Soares (IRS), Roberta Aparecida Gonçalves,
gional João Penido (HRJP), Ronaldo Rodrigues Maternidade Odete Valadares (MOV), Gláucia foi uma das finalistas, em , do Prêmio
da Costa, conquistou a terceira colocação no Maria Moreira Galvão, ficou em primeiro lugar Inova, promovido pela Secretaria de Estado
Prêmio Eric Roger Wroclawski , categoria no XII Congresso Internacional em Cuidados de Planejamento e Gestão (Seplag). A servi-
Ciências Básicas e Medicina Experimental. A Mãe Canguru (XII International Conference on dora ficou entre os  primeiros colocados
premiação contempla os melhores artigos pu- Kangaroo Mother Care), realizado de  a  concorrendo na categoria ‘ideias inovadoras
blicados na revista Einstein - publicação oficial de novembro em Bogotá, Colômbia. O regis- implementáveis’, modalidade ‘inovação em
de divulgação científica do Instituto Israelita tro das famílias de bebês prematuros durante políticas públicas’. O projeto sugere a criação
de Ensino e Pesquisa Albert Einstein. a vivência do Método Canguru é realizado de uma espécie de CTI de Práticas Integrati-
pela médica há pelo menos seis anos. Desde vas e Complementares em Saúde (PICS) para
O artigo de Ronaldo, intitulado “Comparação então, as fotos já foram expostas em diversas pacientes em crise da saúde mental.
entre os métodos de Ogawa-Kudoh e Petroff ocasiões. Em , o trabalho virou artigo.
modificado para o cultivo de micobactérias Roberta explica que o tratamento com PICS
no diagnóstico da tuberculose pulmonar”, foi “Os cuidados estritamente biológicos po- de forma intensiva favoreceria e aceleraria a
fruto da pesquisa que vem desenvolvendo em dem não bastar para que o bebê sobreviva recuperação de pacientes em estado de vul-
seu doutorado, no qual pretende elaborar e à prematuridade sem grandes comprometi- nerabilidade psíquica. Por meio de parcerias
avaliar um novo método de preparação de mentos. Ao compreender a importância das firmadas interna e externamente, poderiam
amostras e cultivo de micobactérias para o experiências infantis precoces na formação ser oferecidas práticas como meditação,
diagnóstico de tuberculose pulmonar. O estu- psíquica, a psicanálise tem sido um instru- musicoterapia, yoga, reiki, acupuntura, au-
do é uma parceria entre a Fhemig, Universida- mento fértil para os profissionais que partici- rículoterapia, massoterapia, biodança, quiro-
de Federal de Juiz de Fora (UFJF) e Embrapa. pam do “renascimento” dos bebês. Sob essa praxia, entre outras.
perspectiva, o registro fotográfico pretende
“O artigo aborda as duas técnicas que são refletir o impacto da Metodologia Canguru “Em , tivemos a publicação da Portaria
utilizadas como referência de comparação no nascimento psíquico do bebê, sob a ótica nº / que ampliou a cartela de pro-
para essa nova técnica, que não é citada psicanalítica”, relata Gláucia. “O Método Can- cedimentos oferecidos pelo Sistema Único
pela necessidade de sigilo devido à possi- guru consiste em colocar o bebê em contato de Saúde (SUS). No entanto, estão restritos
bilidade de proteção de patente. O HRJP foi pele a pele com a mãe e o pai, proporcionan- à Atenção Básica. Essas práticas podem ter
escolhido para a pesquisa por ser referência do prazer advindo do toque e das vivências de efeitos positivos também em hospitais psi-
no atendimento à tuberculose. Os processos satisfação, que irão ajudá-lo a circunscrever o quiátricos. Não é um luxo, mas sim um ins-
de descontaminação existentes necessitam próprio corpo, a pele psíquica e ingressar no trumento terapêutico, com diversos benefí-
de centrifugação, incubação e uso de cabine circuito pulsional”, completa a médica. cios. Além de ampliar e facilitar o acesso às
de segurança biológica, o que não ocorre PICS para os usuários dos serviços de saúde
com a técnica que está sendo desenvolvida, De acordo com a neonatologista, as fotos do mental no SUS - que é limitado principal-
que é mais simples, menos dispendiosa e, cuidado na posição canguru mostram aos mente pela dificuldade de adesão e mobili-
portanto, mais acessível, além de não apre- pais que o filho imaginado está ali com todo dade até espaços que ofertem a atenção de
sentar riscos significativos ao laboratorista potencial a ser desenvolvido. “A fotografia forma integral e intensiva com a frequência
durante o processamento da amostra. Isso é é um portal, uma chave, uma licença para necessária, o projeto também atuaria na
importante, pois possibilita aos laboratórios acessar a vida das famílias prematuras. As fo- divulgação e qualificação das práticas e estí-
de pequeno porte terem condições de traba- tos não são só minhas, mas de toda a equipe mulo à produção científica sobre o tema na
lhar no diagnóstico da doença, favorecendo da Neonatologia, pois retratam o trabalho Fhemig”, conclui Roberta.
o tratamento rápido e a diminuição da carga diário na ambiência do cuidado canguru e o
bacilar dos pacientes”, explica Ronaldo. engajamento com a metodologia”, finaliza.

 Informativo dos servidores


da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais • FHEMIG
Assistência integral

Ambulatório
trans(formador)
Alexandra Marques

Incrustado como uma pequena pedra precio- Divisor de águas


sa no interior do Ambulatório de Dermato-
logia e Infectologia do Hospital Eduardo de Histórias de vida como a do estudante de A minha relação com o Eduardo (Ribeiro Mundim) é de pai e
Menezes (HEM), o Ambulatório de Saúde In- sociologia Dan Sousa, de  anos, fazem filha, ele sempre me incentiva, a gente conversa sobre tudo,
aliás, essa relação é assim com todos aqui”. (Nara Costa)
tegral da População de Travestis e Transexu- parte do cotidiano do ambulatório trans.
ais, mais conhecido como Ambulatório Trans Usuário do serviço há seis meses, Dan deu
Anyky Lima, em apenas um ano, transformou início ao processo de hormonização no dia
não somente a vida de seus usuários, como  de janeiro deste ano. Sua felicidade é in- como exercê-los. O ambulatório é minha
também a dos profissionais que nele atuam. disfarçável. “Eu cheguei aqui me sentindo segunda casa, e todos aqui são minha
Com quase duas mil consultas realizadas, no frágil. Comecei a estabelecer um círculo família. Quando você não está acostumada
atendimento a mais de  pessoas, vindas social quando iniciei meu tratamento. A com gentileza, e passa a ser tratada com
de oito regiões do Estado, o trabalho desen- partir daqui, fiz amizades. Por mais que eu gentileza, é muito bom. É o que acontece
volvido pelos vários profissionais da equipe fantasiasse um atendimento humanizado, aqui”, assegura.
multidisciplinar do ambulatório trans ajuda o que encontrei aqui superou todas as mi-
a escrever um novo capítulo na história da nhas expectativas. O ambulatório trans me A professora conta que, antes de frequentar
saúde pública de Minas Gerais. mostrou o quanto eu tinha o direito de ser o ambulatório trans, sua autoestima era
feliz”, conta emocionado o rapaz. frágil. Com o início do tratamento, ela
Transformação, não por acaso, parece ser tem conquistado espaços e alcançado
a palavra de ordem e o sustentáculo das O futuro cientista social afirma que o fato crescimento. “O ambulatório me ajuda a
práticas do ambulatório trans. Da porta- de ter experimentado um ambiente que es- saber lidar com situações de discriminação
ria, passando pela recepção e limpeza, até tava pronto para ele, permitiu que criasse e a ser quem eu sou. Aqui formei uma
os médicos residentes, não há quem não ambiente similar em seus outros núcleos rede de referência”, revela Nara, que atua
tenha internalizado a máxima do respeito de convivência, como a família e o trabalho. como uma espécie de multiplicadora de
às diferenças e da inclusão na atenção aos “Eu vivi por  anos uma feminilidade com- informações sobre o ambulatório trans, em
humanos e humanas que vêm ao ambula- pulsória. O ambulatório foi um divisor de sua cidade e na região onde mora.
tório Anyky Lima em busca da descoberta águas na minha vida. O mundo trans come-
de si mesmos e da materialização dos seus çou a acontecer para mim, de forma efetiva, Empatia
desejos, sonhos e direitos fundamentais de aqui no ambulatório trans”, revela o rapaz.
saúde, autoafirmação e felicidade. Atuando há dois anos no HEM, e há pouco
Segunda casa mais de um ano no ambulatório trans, o
Primeiro contato médico endocrinologista, Eduardo Ribeiro
Algo semelhante experimenta a estudante Mundim, afirma que a riqueza das histó-
O porteiro Vitalino Rocha (o Sassá), de  de pedagogia, professora do ensino rias de vida dos usuários é imensa. “Perce-
anos, trabalha há quase  anos no HEM. fundamental e atriz, Nara Costa, de  ber a revolta e a dor daqueles que foram, e
Ele recebe os usuários e, mesmo sem anos. Ela frequenta o ambulatório e realiza são, massacrados pela família, entristece e
entender o papel do ambulatório trans, hormonização há um ano. Moradora do gera também revolta. Perceber a resiliên-
age de forma a resguardar os direitos dos interior de Minas, é a primeira e única cia de muitos, que conseguem, apesar das
homens e mulheres que, semanalmente, se professora trans de sua cidade, que tem dificuldades, cavar, com esforço e atenção,
apresentam à portaria. “Eu sei que, em certos pouco mais de  mil habitantes. Aos  seu lugar enquanto pessoas trans junto às
lugares, eles não são bem tratados, mas eles anos, decidiu se hormonizar e saiu em suas famílias, é uma lição de vida”, salien-
não merecem ser desprezados. Eu recebo eles busca de informação sobre o processo ta o médico.
toda quinta-feira e encaminho com carinho. transexualizador.
A Andreia (psicóloga do ambulatório) até me Eduardo revela que quando surgiu a possi-
elogia, diz que eles gostam de como eu trato Nara realiza uma jornada de  horas de bilidade de instalação do ambulatório trans
eles”, afirma com um tímido contentamento. viagem para vir às consultas, e costuma no Hospital Eduardo de Menezes, tinha cer-
Cuidadoso, Sassá orienta os outros porteiros chegar três dias antes para se precaver de ta resistência com a temática e, então, se
sobre a forma adequada de abordar os quaisquer imprevistos. “Tudo mudou na dedicou a uma intensa pesquisa bibliográ-
usuários, tendo em vista o nome social, minha vida quando passei a frequentar o fica sobre o assunto. “Houve um longo pro-
adotado pela Fhemig desde março de . ambulatório. Hoje sei dos meus direitos e cesso para que eu pudesse aceitar o traba-

 Informativo dos servidores


da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais • FHEMIG
lho, que se iniciou com meu envolvimento “por poder proporcionar o que, de fato, é qualidade de vida, mais felicidade e aceita-
com bioética e que me fez conhecer outras direito dos usuários do serviço. Acredito que ção no campo social, isso, para mim, é mui-
possibilidades éticas”. a aprendizagem é mútua, a cada atendimen- to gratificante. A cada dia de trabalho, saio
to, aprendo muito com eles e elas”. mais resiliente”, confessa Andreia.
Com a criação do serviço, em , a te-
oria se tornou realidade e fez com que o Projeto de saúde pública Dan Sousa exibe sua receita para o
médico superasse o preconceito inicial. início do processo de hormonização.
“Outros conhecimentos foram agregados, Com seu envolvimento em pesquisa e sua
trazidos pela militância trans/LGBT, como prática no ambulatório trans, Andreia se
a questão do gênero. Os meus preconcei- capacitou a realizar treinamentos destina-
tos foram confrontados com a história de dos a profissionais que atuam na atenção à
cada pessoa que ouvia; histórias de não população de LGBTs. “A minha aposta du-
adaptação ao corpo e às suas exigências, rante os treinamentos é que a assistência à
de incapacidade de ser feliz com o papel saúde da população de transgêneros ain-
social esperado”, ressalta. da apresenta necessidade de qualificação
que, se respondida a contento, contribuirá
Construção social para a construção de um projeto de saúde
pública equânime, integral, inclusivo, hu-
Segundo o endocrinologista, para atuar no mano e sensível às diferenças”.
ambulatório trans não é necessário aceitar a
ideia que gênero é apenas uma construção De acordo com a pes-
social, “mas é necessário a compreensão de quisadora, a temática
que gênero também é construção social. da diversidade de gê-
Trabalhar no ambulatório trans significa nero e da orientação
trazer essa informação para a atualidade, sexual apresentam
reformulá-la pelas novas contribuições po- muitas capilaridades.
sitivas e negativas, e usá-la como ferramen- Ela afirma que acom-
ta para decisões clínicas que dizem respeito panha os esforços das
à saúde, às integridades física e psicológica, pessoas que buscam o
à felicidade de outras pessoas. O conceito serviço, e que é notório
de doença e a definição de qual é o papel o progresso que elas
da pessoa que exerce medicina também alcançam com o acom-
são reconfigurados”, assegura Eduardo. panhamento no am-
bulatório trans. “Cada
Mútuo aprendizado relato é uma retomada
de suas capacidades, de
Referência técnica do ambulatório trans, autonomia, de melhor
a psicóloga e doutora em Psicologia,
Andreia Resende, cuja tese, defen- O porteiro Sassá e a lista com os nomes
dida em , abordou questões sociais. Respeito aos direitos dos usuários
desde a portaria do hospital.
de gênero, conta que a cada
abraço, no início e no fim
dos atendimentos, se
sente uma pes-
soa melhor,

No Ambulatório Trans
Anyky Lima, usuárias
e usuários exercem
plenamente sua cidadania.

 Informativo dos servidores


da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais • FHEMIG
Realizações

Trabalho e realizações

Diretoria de Desenvolvimento Estratégico (Diest)


Em , o foco da Diretoria de Desenvol- com duas unidades (HMAL e HRAD). O edital nha mais gastos, o que acaba comprometen-
vimento Estratégico (Diest) da Fhemig foi a encontra-se em fase de elaboração. do toda a capacidade de investimentos. Com
busca por novos modelos de gestão para o o novo complexo, a Fhemig teria uma grande
ganho de eficiência na execução do recurso A Diest também esteve envolvida nas dis- estrutura centralizada.
público e a melhoria da assistência ao cida- cussões sobre um novo complexo hospitalar
dão. Com a aprovação da Lei  de agosto da Fhemig que, inicialmente, abrigaria as A gestão via OS, somada ao projeto do novo
de , que instituiu o Programa de Des- seguintes unidades: HJXXIII, HJPII, HMAL e complexo, proporcionaria um ganho de esca-
centralização da Execução de Serviços para MOV - sem perda de leitos ou da capacidade la numa estrutura nova, que estaria moldada
as Entidades do Terceiro Setor, tiveram início assistencial. A proposição é de uma permuta para operar em padrões extremamente eleva-
alguns estudos sobre possibilidades de imple- em que a Fhemig repassaria terrenos ou áreas dos. O objetivo da Diest nessa gestão foi re-
mentação de parceria entre o público e o pri- de sua propriedade à empresa que vencesse o solver os problemas em curto prazo, mas sem
vado para gestão das unidades hospitalares. chamamento público, e que, em contrapartida, perder de vista a Fhemig do futuro.
entregaria o novo complexo construído. A
No caso da Fhemig, avalia-se a possibilidade ideia preliminar é que o complexo fi-
de uma gestão compartilhada com OS’s (Or- que situado no terreno do Hospital
ganizações Sociais). A formalização se daria Galba Veloso (HGV).
por meio de um contrato de gestão, que é
estabelecido entre o poder público e a enti- A previsão é de algo em tor-
dade do terceiro setor. Importante ressaltar no de  leitos, com uma
que esse modelo não representa a privatiza- instalação moderna e bem
ção da saúde pública. O Estado mantém to- equipada. A infraestrutura
das as obrigações e prerrogativas em relação e a incapacidade de obter
ao servidor. O que está sendo discutido é a ganhos de escala são, atu-
entrega da execução de determinadas ativi- almente, grandes desafios
dades para um ente privado, preservando a para a Fhemig. A pulveriza-
gestão no âmbito estadual. Atualmente, a di- ção de unidades (algumas
retoria tem trabalhado em um projeto piloto obsoletas) faz com que se te-

Diretoria de Planejamento,
Gestão e Finanças (DPGF)
A Diretoria de Planejamento, Gestão e Finan- definição de normas e procedimentos para rência e adequação da estrutura e das atribui-
ças vem avaliando práticas e procedimentos constituição de gestor e fiscal de contratos; de- ções das já existentes, compartilhando com a
adotados na gestão da Fhemig nos últimos terminação de utilização dos modelos-padrão Dirass as atividades de finalidade assistencial.
anos, e efetuando a normatização de procedi- da Seplag, de termos de referência e editais de A minuta de portaria reestruturando a DPGF
mentos para garantir efetividade. A definição contratação. Também estão em fase final de deverá ser entregue à presidência em breve.
de necessidades, quantitativos e destinações elaboração, os atos normativos para: definição
tem sido otimizada pela interação estabeleci- de fluxos para pactuação e execução de con- A DPGF está associada às atividades de plane-
da com a Diretoria Assistencial. vênios e termos de descentralização de crédito jamento, orçamento, execução orçamentária e
orçamentário (TDCO); definição de fluxos e financeira e tem relação direta com as secre-
Dentre os instrumentos normativos adotados procedimentos de contratação de bens, insu- tarias de Governo, Fazenda e Seplag. A gestão
pela DPGF, voltados para a padronização de mos e material permanente. dos contratos é feita pelas unidades assisten-
procedimentos de interesse de todas as unida- ciais, mas a gestão financeira é da ADC, inclusi-
des, encontram-se já concluídas, com parecer Encontra-se em fase de discussão final a refor- ve sua tramitação jurídica.
favorável da Procuradoria, as portarias para: mulação da DPGF, com a criação de nova ge-

 Informativo dos servidores


da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais • FHEMIG
Diretoria Assistencial (Dirass)
 foi um ano de várias mudanças na Direto- melhor com o prontuário do
ria Assistencial da Fhemig, e de largadas para paciente, além de  monitores
novos projetos, a serem realizados em . A multiparâmetro para todo o
intenção da Dirass é escutar e acolher as uni- pronto-socorro e a ala A do CTI.
dades, dando apoio para que elas alcancem os Existem ainda  monitores
seus objetivos, e o feedback está sendo bem prontos para serem distribuí-
positivo. As primeiras ações da Dirass em  dos na Rede Fhemig.
foram desenvolver um novo organograma e
agendar reuniões, que passaram a ser realiza- Ainda no HJXXIII, houve reestru-
das todas as quartas-feiras, com o colegiado. turação do setor de Politraumatizados e dos
Nestes encontros, todas as partes da diretoria CTIs, com a instalação de cortinas para separar
(farmácia, fisioterapia, protocolos clínicos, gru- os boxes dos pacientes, o que reduz as infec-
pos de apoio, radiologia, entre outras) discu- ções e oferece a eles mais privacidade. Já no
tem e tomam decisões conjuntamente. Hospital Regional João Penido (HRJP), foram
inaugurados, em dezembro, o novo CTI, a casa
Ao longo de , todas as unidades foram do residente, os serviços de endoscopia e co-
visitadas por membros da Dirass, a maioria lonoscopia, e a nova área administrativa. Por
delas com a presença da presidente da Fhe- meio do Proadi - SUS (Programa de Apoio ao
mig, Vânia Cunha, e, dessa forma, puderam Desenvolvimento Institucional do Sistema Úni-
ser detectadas as demandas mais urgentes co de Saúde), que está sendo implementado
de cada hospital. Uma delas foi a do Hospi- no HJXXIII, MOV e HJK, já foram entregues 
tal Regional Antônio Dias (HRAD), que estava tablets para serem usados nessas unidades.
perdendo preceptores na residência médica,
situação já contornada. As cirurgias de coluna Outra conquista obtida em  foi a mudança
na unidade também puderam ser retomadas, do CMT para Caps Ad  (Centro de Atenção Psi-
por meio de um acordo com faculdades, que cossocial ), com funcionamento  horas por
ofereceram suporte em algumas áreas. dia, por meio de uma parceria entre a Prefeitu-
ra de BH e a Fhemig. Dessa forma, como refe-
A Dirass também tem investido seus trabalhos rência e com uma verba específica para atuar
em reformas prediais e aquisição de equipa- como Caps, há melhora do número de atendi-
mentos. Para o Hospital Alberto Cavalcanti mentos, ampliação de leitos, entre outras mu-
(HAC), já foi adquirido um novo acelerador danças positivas. Entre as melhorias, também
linear, aparelho que realizará radioterapia nos houve a redefinição dos protocolos clínicos, e a
pacientes com câncer. No HJXXIII, foram entre- ampliação de vagas das residências multipro-
gues  modernos eletrocardiogramas, com fissional e médica para /
conexão Wi-Fi e bluetooth, e que interagem

Diretoria de Gestão de Pessoas (Digepe)


Entre as últimas realizações de destaque à Lei de Responsabilidade Fiscal, não permite to que se mostrou necessário para um maior
da Digepe, estão as novas contratações de ampliar mais os gastos com pessoal. Uma par- controle de acesso às unidades.
profissionais para substituir os mais de  ceria entre a Digepe, a Dirass e as unidades,
contratos irregulares, com prazo de vigência que começou sendo implantada na Casa de Desde que chegou, a presidente da Fhemig,
extrapolado (alguns chegando a  anos), Saúde Santa Izabel (CSSI) e no Hospital Eduar- Vânia Cunha, também fez questão de ir pes-
identificados no final de . Só até julho do do de Menezes (HEM), por terem muitos pa- soalmente a cada uma das unidades conhecer
ano passado já foram trocados quase  ser- cientes com tratamentos similares, gerando, suas estruturas e demandas. Estas visitas que
vidores. Atualmente, o número de contratos só neste caso, uma economia de contratação serviram, entre outras coisas, para identificar
irregulares não chega a , em sua maioria, de cerca de dez profissionais, que vem tra- a necessidade de troca de unidades de muitos
profissionais da área médica com conheci- zendo bons frutos e deve ser ampliada para servidores, inspirando a criação do edital de
mentos específicos e com falta de profissio- outras unidades da Rede Fhemig. remoção, no qual a Digepe registra todas as
nais no mercado para a substituição. vagas nas unidades e divulga semanalmente
O novo sistema de acesso e os novos equipa- para que os interessados preencham os reque-
Ainda em se tratando de servidores, o com- mentos de marcação de ponto para substituir rimentos e possam ser realizadas as trocas.
partilhamento de alguns profissionais entre os antigos, já obsoletos, também tiveram seus Além disso, desde a chegada da presidente
as unidades talvez tenha sido a principal ação processos de compra finalizados em  também tem sido possível muita evolução em
da atual gestão dessa diretoria. Uma forma e serão instalados no decorrer deste ano. A se tratando de regulamentação, já que a presi-
de tentar suprir a demanda por profissionais mudança prevê um novo layout dos crachás dente faz questão de incentivar a elaboração
na área da saúde, que só aumenta, sem gerar e um novo sistema de aproximação, que será de muitas portarias. Bom para os servidores
impacto na folha de pagamento que, devido identificado por meio de um chip. Investimen- terem seus direitos garantidos.

 Informativo dos servidores


da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais • FHEMIG
Direção administrativa

A nova diretoria
da Fhemig
Vânia Maria Souza Melo
Pinto da Cunha
Presidente

Maurício Leão Rezende


Vice-Presidente

Ana Costa Rego


Chefe de Gabinete

Eduardo Henrique
Alves de Paula
Diretor de Planejamento,
Marcelo Lopes Ribeiro Gestão e Finanças
Diretor Assistencial

Alice Guelber Melo Lopes


Diretora de Gestão de Pessoas
Cynthia Maria
dos Anjos Fonseca
Diretora de
Desenvolvimento Estratégico

Marina Santos
Ana Carolina de Lima Pereira
Aguiar Assessora de
Auditora Seccional Comunicação Social

João Viana
da Costa
Procurador
 Informativo dos servidores
da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais • FHEMIG
Gestão

O retorno
das reuniões
gerenciais
Em , a gestão da Fhemig promoveu dois
encontros gerenciais. As reuniões foram opor-
tunidades de encontro entre diretores e ge-
rências das unidades assistenciais e da ADC e
possibilitaram debates sobre ações, desafios,
estratégias e projetos para a instituição.

Realizada no dia  de setembro, a primeira


reunião gerencial de  debateu, entre outras
questões, as experiências de centralização e
descentralização; a necessidade de padronização e
mapeamento de processos; melhores mecanismos
de controle e sistemas de apoio; além do futuro
estratégico da Fhemig. Temas como ‘Desafios do
poder hierárquico e poder disciplinar’ e ‘Gestão de
pessoas em tempos de crise’ também pautaram as
discussões.

No dia  de dezembro, o auditório do


HJXXIII recebeu novamente os diretores e
gerentes das unidades da Fhemig e da ADC.
A segunda reunião gerencial de  foi
marcada pela entrega simbólica das chaves
das novas ambulâncias aos diretores dos
hospitais. A presidente Vânia Cunha apro-
veitou também para anunciar a aquisição
de um novo tomógrafo,  desfibriladores
e  monitores - resultado da visita feita,
ao Ministério da Saúde, por ela e pelo
diretor assistencial, Marcelo Lopes Ribeiro.
O encontro serviu para fazer um balanço do
trabalho realizado em  e discutir o que
está sendo planejado para .

 Informativo dos servidores


da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais • FHEMIG
Lado B

Sonho que virou


realidade
Quem dança seus males espanta
Aline de Castro

Já faz  anos que o sonho de infância de iniciar na


dança se tornou realidade para Lucimar Pereira. Per-
to de completar  anos como servidora da Fhemig,
Lucimar, que é pedagoga, atua como coordenadora
do NEP e do Museu da Loucura, do Centro Hospi-
talar Psiquiátrico de Barbacena (CHPB) e, nas
suas horas de folga, se dedica de corpo e
alma à dança do ventre, interesse que
surgiu ainda na adolescência.

“Desde criança gostava de apreciar os


diversos tipos de dança. Conheci a dan-
ça do ventre quando eu era adolescente
e ficava fascinada ao assistir filmes que
tinham alguma apresentação. No en-
tanto, naquele momento eu era muito
tímida e não sabia de nenhum lugar na Para Lucimar, a prática colabora para a melhoria da
minha cidade onde eu poderia ter aulas. sua qualidade de vida. “A dança do ventre me ajuda
O sonho ficou adormecido, até que, na idade a superar limites físicos e psicológicos, traz autoco-
adulta, tive oportunidade de entrar no universo nhecimento, aceitação, liberdade, energias boas e
maravilhoso da dança”, conta. novas amizades com sororidade, que é a aliança fe-
minina baseada no apoio mútuo, na solidariedade,
Hoje, aos  anos, ela integra a Cia Elizabeth Vigorito na empatia e na força”.
e participa de diversos eventos anuais, como o “Con-
gresso Mineiro de Dança do Ventre em Belo Horizon- O amor pela dança é tão grande que chega a con-
te”, a “Feira Cultural Árabe em Juiz de Fora”, e o “Fes- tagiar quem está perto. “A primeira pessoa que in-
tival de Danças Árabes do Estúdio Arte e Movimento fluenciei foi a minha sobrinha, que na época tinha
em Barbacena”. “A proposta da Cia é ter uma atuação  anos de idade. Várias colegas também iniciaram
semiprofissional. Portanto, temos um compromisso as aulas após saberem que eu praticava a dança do
em estudar a cultura árabe, participar de cursos e ventre, inclusive uma grande amiga de infância.
workshops, apresentar em eventos e ajudar a divul- Atualmente, nós participamos do mesmo grupo de
gar essa cultura por meio de uma dança fascinante, dança do ventre”, afirma a servidora.
com beleza
AD JORNAL FHEMIG 2019 COM SANGRIA SAIDA.pdf singular
1 14/02/2019 e envolvente”, explica.
10:19:08

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