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MÓDULO 2

1.1 O cristianismo como matriz identitária europeia

p. 8

DOC. 1-3

1. Jerusalém e Belém.
p. 9

DOC. 4

1. Romanos; Coríntios; Gálatas; Efésios; Filipenses; Colossenses; Tessalonicenses.


2. Roma; Corinto; Galácia (província); Éfeso; Filipos; Tessalónica.
DOC. 5

1. «Não há judeu nem grego; não há homem e mulher, porque todos sois um só em Cristo Jesus».
p. 10

DOC. 6-9

1. A recusa do culto ao imperador e do politeísmo.


2. Realização de rituais religiosos e espaço de enterramentos.
p. 11

DOC. 11

1. Eusébio de Cesareia argumenta que, à imagem da existência de um único Deus, apenas deve existir um único poder –
o poder do imperador: «Tomando como exemplo o reino dos céus […] um único rei, um único Logos.»
p. 12

DOC. 12-13

1. «Dar tanto aos cristãos como a todos o livre poder de seguirem a religião que cada um quiser.»
2. O édito de Milão estabeleceu a tolerância e liberdade de culto para todas as religiões no território do Império
Romano. Terminava o período de perseguição aos cristãos, que foram abrangidos por esta lei.
3. «Queremos que todos os povos governados pela administração da nossa clemência professem a religião que o divino
apóstolo Pedro deu aos romanos.»
4. O édito de Milão assegurava a neutralidade religiosa («o livre poder de seguirem a religião que cada um quiser») e o édito
de Tessalónica definia o cristianismo como religião oficial para o império Romano («todos os povos governados pela
administração […] professem a religião que o divino apóstolo Pedro deu aos romanos»). A consequência do édito de Milão
foi a tolerância religiosa. Com o édito de Tessalónica iniciou-se uma época de intolerância e de perseguições religiosas,
apelidando-se todos os que não se convertessem ao cristianismo como hereges, que ficariam sujeitos à violência do poder
político e «castigados também pela nossa iniciativa.»
p. 13

DOC. 15

1. O território oriental da Bretanha surge no mapa sem indicação de ter sido cristianizado.
2. Na Península Ibérica apenas é representado um mosteiro.

1.2 A fragmentada realidade medieval circunscrita ao local e ao regional

p. 14

DOC. 16
1. Território Povo(s)

Editável e fotocopiável © Texto | Percursos da História 10o. ano 1


Península Itálica Ostrogodos, Lombardos (posteriormente)
Gália Francos, Burgúndios, Bretões
Hispânia Suevos, Visigodos
Britânia Anglos, Saxões, Bretões
Numídia Vândalos

2 Editável e fotocopiável © Texto | Percursos da História 10o. ano


DOC. 17
1. Povos Região(ões) devastada(s)
Alamanos Gália, Itália, Dácia
Godos Grécia, Macedónia, Ponto, Ásia
Sármatas, Quados Panónia
Germanos Espanha
Partos Mesopotâmia, Síria

2. Dácia – Europa Central; Ponto – Ásia Menor; Panónia – Europa Central.

p. 15

DOC. 18-19

1. O hunos são retratados como figuras ferozes («excede todos os modos de ferocidade»), fisicamente truculentos («têm
membros compactos e firmes, pescoços grossos, e são tão prodigiosamente disformes e feios que os poderíamos tomar
por animais bípedes ou pelos toros debastados em figuras que se usam nos lados das pontes»), de hábitos rudes,
incivilizados («são rudes no seu modo de vida, de tal maneira que não têm necessidade nem de fogo nem de comida
saborosa, comem as raízes de plantas silvestres e a carne semicrua de qualquer espécie de animal que colocam entre as
suas coxas e o dorso dos cavalos»).
2. (B) Nómada («Entre eles não se encontra nem uma cabana de junco, porque deambulam por montanhas e florestas e,
desde a infância»).
3. Uma das seguintes: «São desleais e inconstantes nos seus acordos, porque se deixam levar pelo mais leve sopro de uma
nova esperança, culpando por isso sua natureza impetuosa» OU «Semelhantes aos animais irracionais, não distinguem
entre o honesto e o desonesto». OU «As suas palavras são ambíguas e complicadas [...] pois ardem de desejo de obter
ouro, e são tão inconstantes e irascíveis, às vezes quebram no mesmo dia vários acordos com um aliado».
p. 16

DOC. 20

1. Um dos seguintes aspetos:


- Os dois documentos distinguem-se quanto ao grau de violência e destruição empregadas pelos godos na ocupação da
Península Itálica e, em particular, Roma. Para Jordanes, os godos não queriam a destruição da cidade, tendo-se limitado
a saqueá-la («Quando finalmente entraram na cidade [de Roma], por ordem expressa de Alarico, somente a
saquearem»). Já para Agostinho, os godos destruíram com violência a cidade de Roma («Ouvimos falar de coisas
terríveis: ruínas, incêndios, roubos, matanças, de pessoas submetidas a toda a sorte de violência» OU «É verdade,
ouvimos muitas coisas, por todas elas nos lamentámos, muitas vezes chorámos, dificilmente poderemos ser
consolados») OU («não contesto, não nego que ouvimos falar de todas as atrocidades que naquela cidade foram
cometidas»).
OU
- Os dois documentos distinguem-se quanto à destruição de locais sagrados. Para Jordanes, os godos preservaram os
locais sagrados («não a incendiando e nem permitindo que fossem feitos sérios estragos aos locais sagrados»). Já para
Agostinho, os locais sagrados não foram poupados à destruição («quantos, nos lugares sagrados, não foram
atingidos!»).
DOC. 21

1. O autor defende que Alarico era um homem cristianizado e romanizado, pelo que não queria destruir Roma, que tanto
admirava e conhecia («O cerco a Roma não foi montado tendo imediatamente em vista o saque do ouro e dos tesouros
da cidade e a sua destruição, mas obedeceu a uma decisão racional e a um plano a longo prazo»). O facto de se ter
sentido obrigado a destruir Roma foi para ele um sinal de fracasso («Só houve uma coisa em que se revelou
completamente oposto aos romanos: a pilhagem e a destruição de uma cidade estrangeira, como Roma, não foi para ele
um êxito ou uma vitória, mas um fracasso completo»).
p. 17

DOC. 22

1. Em ambas moedas figura a representação da deusa Vitória.


p. 19

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DOC. 25

1. Mais de três mil homens do seu exército foram igualmente batizados.

4 Editável e fotocopiável © Texto | Percursos da História 10o. ano


1.3 O senhorio – a realidade organizadora da vida económica e social do mundo rural

p. 20

DOC. 26
1. Povos Local(is) de origem
Muçulmanos Norte de África
Viquingues ou normandos Escandinávia
Magiares ou húngaros Atual Hungria
2. Magiares ou húngaros.

p. 21

DOC. 27

1. A afirmação refere-se às vagas de invasões que assolavam a Europa como se fossem um castigo divino.
2. A instabilidade e a insegurança geradas pelas várias vagas de invasões multiplicaram, entre as populações, a
necessidade de estas se colocarem sob proteção de poderosos da nobreza e do clero, em troca da sua dependência
pessoal.
p. 22

DOC. 29

1. Duas das seguintes:


- a Igreja Bizantina rejeita o culto das imagens. A Igreja Romana presta culto às imagens;
- a Igreja Bizantina toma o grego como língua oficial litúrgica. A Igreja Romana toma o latim como língua oficial
litúrgica.
2. Campos pouco cultivados («neste espaço nutriente de grandes manchas ainda vazias»), sulcados pouco abaixo da
superfície, utilizando técnicas rudimentares («sulcos ligeiros, irrisórios, traçados numa terra indócil por alfaias de
madeira arrastadas por magros bois».
Produtividade agrícola muito baixa («todos os campos são deixados de pousio um ano, dois anos, três anos, por vezes
dez anos, para que, naturalmente, em repouso, se reconstituam os princípios da sua fertilidade»).
3. A baixa produtividade agrícola justifica a existência de períodos de fome («Um mundo cercado pela fome») OU
(«Nenhum camponês quando semeia um grão de trigo, conta colher muito mais de três grãos, se o ano não for mau de mais
– o suficiente para comer pão até à Páscoa. Depois terá de contentar-se com ervas, com raízes, alimentos de ocasião
arrancados à floresta e às margens dos rios»). Os maus anos agrícolas devido a condições climáticas extremas também
explicam os períodos de fome («Quando o tempo não é favorável – o mais frequente –, o grão falta ainda mais cedo») OU
(«Por vezes, quando as chuvas excessivas empaparam a terra e prejudicaram as lavras do outono, quando as tempestades
derrubaram e destruíram as searas, as carências habituais dão lugar às fomes, às grandes penúrias mortais»).
4. A sucessão de invasões explica o abandono das cidades, onde domina o mundo «rústico» e selvagem» («esqueleto
embranquecido de uma cidade romana, bairros de ruínas que as charruas contornam»).
p. 23

DOC. 29-30

1. A sociedade é vista como uma unidade em que cada parte tem uma função própria fundamental para a harmonia
dessa unidade («os serviços prestados por uma permitem os trabalhos das outras duas, cada uma encarrega-se, por sua
vez, de amparar o conjunto»). Assim, o clero tem a função do ensino, de ministrar os sacramentos por ele e pelos
restantes grupos («Aos membros do clero, Deus manda ensinar a manter a verdadeira fé e manda ministrar a sagrada
água do batismo»). A nobreza tem a função de proteger os restantes grupos («Os nobres são os guerreiros, os protetores
das igrejas. Defendem todos os homens, grandes e pequenos»). Já o povo tem a função de trabalhar para o clero e a
nobreza («A outra classe é a dos não-livres. Esta raça de infelizes nada possui sem sofrimento. São eles que fornecem a
todos provisões e vestuário; por isso nenhum homem livre poderia viver sem eles»).
3. Elemento do clero – tonsura no cabelo, hábito religioso. Elemento da nobreza – escudo e armadura. Elemento do
povo – pá.

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p. 24

DOC. 31

1. As terras da reserva eram as terras mais férteis, próximas da residência do senhor (representadas no documento com o
número 4). Eram geridas diretamente por agentes do senhor e cultivadas pelos camponeses sob forma de imposto em
prestação de serviços (corveias). Os mansos (representados no documento com o número 5) eram parcelas de terra
entregues a famílias de lavradores e camponeses.
p. 25

DOC. 32

1. Os impostos em género eram pagos em dinheiro («Pelo São Dinis, pagam o censo»), em produtos agrícolas,
entregues periodicamente («Em agosto, colher o trigo somente após o senhor ter recebido a sua parte» OU «Em
setembro, devem entregar um em cada oito porcos») ou através das banalidades («O moleiro do senhor, para moer o
grão do camponês, exige uma medida de grão e farinha» OU «no forno, o vilão também tem de pagar. Essas
banalidades são ainda as piores»).
As corveias eram impostos pagos em serviços diversos, cujo único beneficiário era o senhor («Pelo São João, os
camponeses devem ceifar os prados do senhor. Depois, devem limpar as valas» OU «No início do inverno, o trabalho
das corveias nas terras senhoriais para prepará-las e semear» OU «Uma semana antes da Páscoa, devem podar e arar»
OU «Em seguida, devem ir para a floresta, cortar as árvores e fazer as corveias da carroça [transporte da lenha para o
paço senhorial]»).
p. 26

DOC. 33

1. Senhorio eclesiástico («Cadastro das propriedades da abadia de Saint Germain»).


2. Vacas, porcos, vinho, ovelha, cordeiro, galinhas, ovos e dinheiro («quatro denários»).
DOC. 34

1. Senhorio eclesiástico («mosteiro de Santa Cruz de Coimbra»).


2. Sétima parte e «a dízima de tudo à nossa igreja de São Mamede do dito lugar».
3. Anual («Em cada ano»).
p. 27

DOC. 35

1. Um dos seguintes: lavrar OU semear OU podar OU gradar OU cavar.


2. Arado.
p. 28

DOC. 36

1. Alguns exemplos: lavrar, semear, enxertar, podar, transplantar, ceifar.


p. 31

DOC. 38

1. Três das seguintes:


- identificar a ascendência nobre;
- definir a hierarquia dentro da nobreza;
- conhecer os nomes dos ascendentes;
- conhecer os seus feitos;
- receber dos reis o reconhecimento pelos contributos dos antepassados para se «ganhar esta terra»;
- saber com quem se pode casar, evitando matrimónios consanguíneos;
- conhecer os mosteiros que devem proteger;
- identificar a proximidade familiar ao rei.
2. Permitia aferir o estatuto de cada nobre dentro da hierarquia da nobreza, no quadro das relações feudo-vassálicas.
p. 32

6 Editável e fotocopiável © Texto | Percursos da História 10o. ano


DOC. 40-41

1. Ascender na hierarquia da nobreza e reforçar o poder fundiário da nobreza.


2. As testemunhas serviam para validar e conferir um caráter público ao contrato.
3. 1.o momento (immixtio manuum); 2.º momento (juramento de fidelidade); 3.º momento (investidura do feudo).
4. Do vassalo para com o suserano: prestar auxílio (militar, na administração da justiça, económico) e conselho ao
suserano.
Do suserano para com o vassalo: sustento e proteção.

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p. 33

DOC. 42

1. O receio de morrer em pecado e de se ir parar ao inferno fez aumentar as doações de património fundiário em troca
do perdão dos pecados e do direito ao ingresso no reino dos céus.
p. 34

DOC. 43-44

1. O facto de a ordem de São Bento ser dotada de equilíbrio («repartiu harmoniosamente o trabalho manual, o trabalho
intelectual e a atividade mais propriamente espiritual na utilização do tempo dos monges») e moderação na «sua regra»
e nos «comportamentos, a espiritualidade, a sensibilidade», fez dela modelo de outras ordens religiosas.
p. 35

DOC. 45-46

1. Os mapas traduzem a multiplicação do movimento monástico, em que se destacou a congregação de Cluny e a ordem
de Cister, que proliferou por toda a Europa, criando «um manto branco de igrejas».
p. 36-37

DOC. 47-49

1. Esta questão prendeu-se com a interferência do poder régio no processo de nomeação dos bispos, contra a qual
Gregório VII respondeu com o princípio III («Que apenas ele pode depor ou reintegrar bispos»).
2. Trata-se do Sacro-Império Romano-Germânico e o imperador é Henrique IV.
3. A reforma gregoriana protagonizada pelo papa Gregório VII (doc. 49B) serviu para proteger a Igreja da intromissão
de leigos (imperadores, reis ou nobres), ao colocar esta instituição, que detinha o poder espiritual, acima dos poderes
temporais, ameaçando os que não se submetessem com a pena de excomunhão («IX. Que o papa é o único a quem todos
os príncipes beijam os pés», doc. 48). Esta disputa de poderes entre o espiritual e o temporal traduziu-se na «questão das
investiduras»), que opôs o papa Gregório VII ao imperador do Sacro-Império Romano-Germânico, Henrique IV (doc.
50).
p. 39

DOC. 50-51

1. Duas entre as seguintes:


- os clérigos não devem usurpar direitos dos leigos e vice-versa;
- os clérigos não podem fazer juramento de fidelidade a senhores seculares;
- só os clérigos podem dispor de bens eclesiásticos;
- os senhores seculares não podem violar as imunidades da propriedade eclesiástica;
- os senhores seculares não se podem apropriar da propriedade eclesiástica.
2. A expressão significa que se deve separar o que é do mundo espiritual («as coisas de Deus possam ser entregues a
Deus») do que pertence ao mundo temporal («as coisas de César possam ser entregues a César»).

DOSSIÊ: Ano mil

p. 43

1.Segundo o livro do Apocalipse, Satanás seria solto «quando se completarem os mil anos» (doc. II) a que foi associado
o ano mil, o que implicaria o caos na terra (doc. III) e a destruição da Natureza (doc. IV).
2.«Então vi uns tronos; e aos que se assentaram sobre eles foi dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram
degolados por causa do testemunho de Jesus e da palavra de Deus, e que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não
receberam o sinal na fronte nem nas mãos; e reviveram, e reinaram com Cristo durante mil anos».
3. Doc. III – Homens e animais mortos sobre os quais caíra a ira do Diabo.
Doc. IV – O anjo toca a trombeta. Sobre a terra cai saraiva e «fogo misturado com sangue». A terra foi queimada na
«terça parte».
4. Este abade combateu a ideia da existência de um Juízo Final no ano mil, sustentado nos textos bíblicos («os
Evangelhos, o Apocalipse e o Livro de Daniel»).
5. Raul de Glaber atribuiu ao aparecimento de cometas um conjunto de calamidades («em breve aconteceu que um

8 Editável e fotocopiável © Texto | Percursos da História 10o. ano


incêndio destruísse a igreja de São Miguel Arcanjo») e de revoltas («alguns conjurados da nobreza romana, rebelaram--
se contra o papa de Roma, quiseram matá-lo»). Também Adémar de Chabannes atribuiu ao aparecimento de um cometa
a devastação pelo fogo de algumas igrejas e a guerra que envolveria os sucessores ao trono do imperador Henrique II
(«No entanto, esse Conrado mais jovem, eleito pelos sufrágios da cegueira popular, empreendeu contra ele a guerra
civil»).

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6. A metáfora da grande e da pequena estrela relaciona-se com os dois sucessores ao trono do Sacro-Império após a
morte do imperador Henrique II, que disputaram o poder entre si através de uma guerra civil.
7. Crença em que Deus está no centro do universo, das preocupações humanas e das explicações para as suas dúvidas.
8. As bases que fundamentam a posição dos autores dos documentos VI e VII são teocêntricas, enquanto as bases que
fundamentam a posição do autor dos documentos VIII são científicas.

1.4 O movimento de expansão demográfica, económica, social e religiosa europeia

p. 44

DOC. 52-53

1. O aumento do número de peregrinos reflete o crescimento populacional, pois «ninguém podia prever tal multidão».
2. Entre o ano 1100 e 1200, a população da Picardia aumentou em virtude do aumento do número de filhos que
chegavam à idade adulta devido à redução da mortalidade.
3. Os filhos que conseguem atingir a idade adulta em virtude da redução da mortalidade, particularmente da mortalidade
infantil.
p. 45

DOC. 54

1. Duas das seguintes:


- dois terços da terra produzem;
- permite uma colheita de cereais na primavera ou a introdução da horticultura;
- é benéfico para a criação de gado.
p. 46

DOC. 55

1. A maior utilização do ferro nas alfaias agrícolas permite:


- penetrar em camadas mais profundas e férteis da terra;
- dotar as alfaias de maior resistência;
- lavrar uma maior dimensão de terra em menor tempo.
p. 47

DOC. 56

1. A maior rapidez na moagem.


DOC. 57

1. Um arado.
p. 48

DOC. 59-60

1. Coelheira, estribo e ferradura.


p. 50

DOC. 64

1. Resposta aberta.
p. 51

DOC. 65

1. As quatro seguintes:
- Hansa Teutónica ou Liga Hanseática;
- Flandres;
- feiras da Champagne;

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- cidades do norte da Península Itálica.
2. O porto de Lisboa situa-se numa posição de charneira entre as rotas do oceano Atlântico e do mar Mediterrâneo.
p. 52

DOC. 66

1. As duas seguintes:
- proximidade à Flandres e aos principais centros de fabrico de têxteis;
- proximidade às cidades do norte da Península Itálica.

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p. 55

DOC. 68

1. Santiago de Compostela.
2. Resposta aberta.
p. 57

DOC. 69

1. Três dos seguintes:


- isenção do pagamento de alfândega ou qualquer direito sobre o que for necessário à subsistência de cada indivíduo;
- isenção do pagamento de direitos sobre as colheitas;
- isenção do pagamento de direito sobre os trabalhos dos habitantes ou dos seus animais;
- isenção do pagamento de direitos sobre o vinho que os habitantes tiverem nas suas vinhas;
- isenção do pagamento de cavalgada;
- proteção dos que forem às feiras ou mercados de Lorris;
- isenção do pagamento da talha.
2. Duas das seguintes:
- eram concedidos vários privilégios aos habitantes, nomeadamente isenção do pagamento de certos impostos;
- proteção aos habitantes;
- bastava a um forasteiro viver um ano e um dia naquela cidade para usufruir daquelas regalias.
p. 58

DOC. 70

1. Cristãos Romanos Católicos; Cristãos Ortodoxos; Muçulmanos.


2. Roma e Constantinopla, respetivamente.
p. 59

DOC. 72

1. Três dos seguintes:


- proteção da Igreja;
- combate aos «infiéis»;
- veneração do sacerdócio;
- evitar que os pobres sejam vítimas de injustiça.
p. 60

DOC. 73

1. 3.a Cruzada.
2. Veneza, Zara, Dirráquio, Galipoli e Constantinopla.
3. O saque de Constantinopla.
p. 61

DOC. 74

1. Três dos seguintes:


- respondia ao apelo de auxílio militar contra o avanço dos turcos;
- impelia a uma unidade cristã;
- propiciava aos ambiciosos cavaleiros cristãos a ocasião de praticar atos de heroísmo bélico;
- espiritualizava e domesticava a nobreza guerreira;
- garantia a segurança das rotas de peregrinação.
p. 62

DOC. 75

1. Dois dos seguintes:

12 Editável e fotocopiável © Texto | Percursos da História 10o. ano


- viver na pobreza inspirada no cristianismo primitivo;
- ajudar os mais pobres e necessitados;
- amar toda a criação divina (seres humanos e animais).
2. Ordem das Clarissas e Ordem Terceira dos Irmãos e Irmãs de Penitência.
3. O ideal de pobreza evangélica OU Auxílio aos mais pobres.

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p. 63

DOC. 77

1. O papa considera que a conversão dos «infiéis» ao cristianismo através do uso da palavra é tão importante como o
uso da espada contra os «sarracenos».
p. 64

DOC. 78

1. Um entre os seguintes:
- esgotamento dos solos provocou a redução da produtividade agrícola;
- elevada mortalidade em consequência da Peste Negra provocou a redução de mão de obra;
- movimento migratório para as cidades.
DOC. 79

1. «Todos acreditavam ser o fim do mundo».

Atividades de avaliação

p. 70-73

1.1 Os seguintes:
- raptos de mulheres;
- raptos de homens;
- raptos de crianças;
- raptos de animais.
1.2 Os seguintes:
- forçaram basílicas;
- derrube de altares;
- quebra altares.
1.3 Os seguintes:
- assalto à casa da «nobre família Cantaber»;
- rapto dos seus filhos e mãe;
- saque de Conímbriga («Conímbriga, surpreendida em paz, é saqueada»);
- destruição parcial das muralhas («parte das muralhas são arrasadas»);
- deportação dos habitantes;
- abandono da cidade («A cidade e a sua região ficaram reduzidas a um deserto»).
2.1 (B)
3.1 Clero, nobreza e povo.
3.2 Elencar as três ordens:
- Clero («reza noite e dia»).
- Nobreza («Mantém e faz a justiça»).
- Povo («A outra mantém e faz justiça»).
3.3 A sociedade funciona como um todo e todos os grupos dependem uns de outros.
4.1 Os seguintes:
- para estabelecer entre si laços pessoais;
- criação de uma hierarquia na nobreza;
- proteção entre os nobres.
4.2 O suserano está sentado e o vassalo está-se a ajoelhar perante o suserano. O vassalo coloca as suas mãos entre as do
suserano (immixtio manuum).
5.1 Banalidades.
6. (a) – (5); (b) – (1); (c) – (3).
7.1 Terrestres e marítimas.
7.2 Os principais centros do comércio europeu foram as cidades do norte da Península Itálica, Flandres, feiras da
Champagne e Liga Hanseática ou Hansa Teutónica.
7.3 As rotas marítimas portuguesas articulavam-se, numa posição de charneira, entre o mar Mediterrâneo e o oceano
Atlântico. As rotas que partem de Lisboa para o norte da Europa destinam-se à Flandres e ao sul da Inglaterra.
8.1 «As bancas dos cambistas do ouro e da prata, completamente cobertas de moedas».
8.2 A descrição da cidade apresenta um conjunto de ofícios ou mesteres, desde os de caráter militar («Estes fazem os

14 Editável e fotocopiável © Texto | Percursos da História 10o. ano


elmos, aqueles as cotas de malha»), passando pelos de caráter utilitário («Uns fazem os panos, outros tecem-nos») até
aos relacionados com as atividades de luxo («Outros fundem o ouro e a prata»). Este dinamismo artesanal convive e
estimula a atividade comercial através da existência de feiras e mercados onde se vendem produtos locais e produtos de
origem distante («Poder-se-ia dizer e crer que nessa cidade era sempre feira, de tal modo ela transbordava de riquezas,
de cera, de pimenta, de especiarias e de peles matizadas […] e de todas as mercadorias»).
9.1 Peste Negra.
9.2 (D).
9.3 Esta legislação, ao obrigar os artesãos e os camponeses a exercerem as tarefas que exerciam antes da epidemia e ao
tabelar-lhes os salários, provocou revoltas urbanas de mesteirais contra os seus superiores e de camponeses contra os
senhores (laicos ou eclesiásticos).

1.5 A autonomização e a independência de Portugal

p. 76

DOC. 83

1. Existia uma guerra civil no reino visigodo.


2. O autor do documento acusa os invasores islâmicos de crueldade: «todos passa pela espada»; «com a espada, a fome
e o cativeiro devasta»; «Com o fogo deixa assoladas formosas cidades reduzindo-as a cinzas; manda crucificar Senhores
e Nobres e trucida com o punhal jovens e crianças».
p. 77

DOC. 84

1. Foram enviados para Damasco, a capital do califado.


2. Concedeu-lhes terras entre as que foram confiscadas pelas novas autoridades muçulmanas: «dividiu o território da
península entre os militares que vieram à conquista.»
3. Moçárabes.
DOC. 85

1. Os cristãos que ficaram a viver em espaço administrado pelos muçulmanos e que mantiveram a sua religião.
2. O moçárabe manteve a prática do cristianismo enquanto o muladi era o cristão que se converteu ao Islão e se tornou
muçulmano.
3. As populações cristãs habitando no espaço dominado pelos muçulmanos vão ser fortemente influenciados pela
cultura islâmica. Normalmente, dominam o árabe e partilham as técnicas da cultura muçulmana. Simultaneamente vão
perpetuando a tradição cristã.
4. Álvaro de Córdova critica que alguns cristãos se dediquem com maior interesse à cultura árabe e esqueçam a cultura
cristã e os textos latinos: «são avidamente cuidadosos com os livros dos árabes […], ignorando a pureza da linguagem
da Igreja.»
5. Álvaro de Córdova (c. 800-861), poeta e teólogo moçárabe do século IX que viveu no al-Andalus durante o domínio
muçulmano. Autor de obras que relatam perseguições e execuções de cristãos na década de 850 pelo governo
muçulmano.
DOC. 86

1. O título «Príncipe dos Crentes» corresponde ao título de califa. A fundação do califado corresponde a um momento de
agregação do mundo muçulmano na Península Ibérica numa única unidade política. Esta situação levou ao fortalecimento
militar do mundo muçulmano que vai assumir uma política de recuperação dos territórios que tinham sido ocupados pelos
cristãos.
2. O califa é o detentor do poder religioso e do poder político num território muçulmano que forma uma unidade
política. Normalmente o poder do califa era transmitido hereditariamente, existindo dinastias como os Omíadas ou os
Abássidas.
p. 78

DOC. 87

1. Capital do califado desde 929, a cidade de Córdova, por volta do ano 1000, era uma das cidades mais povoadas do
mundo, com 450 mil habitantes.
2. A mesquita de Córdova começou a ser construída no ano 786 sobre as ruínas de uma antiga basílica visigoda. Com o
crescimento de Córdova durante o emirado e o califado, foram necessárias diversas ampliações nos séculos IX a XI, que

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fizeram deste monumento uma mistura de estilos e materiais. Durante alguns anos, a mesquita de Córdova foi a maior
mesquita do mundo.
DOC. 88

1. O reino asturiano, situado no noroeste da Península Ibérica junto ao mar Cantábrico, caracteriza-se pela orografia
marcada pela cordilheira Cantábrica. É uma região montanhosa.
2. O facto de ser uma área menos fértil para a agricultura e que permite que as populações se protejam e defendam em
território montanhoso.

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p. 79

DOC. 89

1. Uma monarquia cristã.


2. A unção real ou consagração de um rei por um membro do alto clero demonstra a presença do clero junto da esfera
do poder temporal.
p. 80

DOC. 90

1. No mesmo período histórico existem relatos de incursões víquingues no litoral da Europa e em alguns territórios no
interior a que os guerreiros vindos da região escandinava, acediam subindo os rios.
2. Neste período habitar as regiões litorais não era seguro, pois estavam sujeitos a ataques de povos inimigos vindos por
mar.
p. 81

DOC. 91

1. Chaves, Porto, Braga, Aveiro, Viseu e Coimbra.


2. Vímara Peres, com a presúria de Portucale e Guimarães.
DOC. 92

1. Astorga, Leão e Santiago.


p. 82

DOC. 93A

1. O contexto político da Península Ibérica, entre os séculos VIII e XV, ficou marcado por enfrentamentos militares
entre o mundo cristão e o mundo muçulmano.
2. A Reconquista Cristã é o conceito tradicionalmente utilizado para caracterizar a a recuperação do território da
Península Ibérica ocupado pelos muçulmanos, num processo histórico longo que se prolonga do século VIII ao
século XV. Os mais antigos reinos cristãos organizaram-se nas Astúrias e, aproveitando períodos de divisão política no
domínio islâmico, foram estendendo o seu território para o sul. No entanto, as fronteiras entre os dois mundos foram
tendo alterações de acordo com momentos históricos diferentes. Foi neste contexto da Reconquista que se formaram
reinos cristãos peninsulares medievais.
3. Na Europa medieval, a nobreza, especializada na arte da guerra, combatia a cavalo. Estes cavaleiros com armaduras
pesadas eram a principal e mais decisiva arma nos campos de batalha da Idade Média. De acordo com o código de
cavalaria o envolvimento bélico da nobreza na guerra deveria ser justificada pela procura da honra e da defesa da fé cristã
ou do seu monarca.
DOC. 93B

1. A alteração da função de objetos capturados ao inimigo era uma forma de apropriação cultural e religiosa.
p. 83

DOC. 94

1. A morte do líder militar Almançor provocou a divisão entre as autoridades muçulmanas e as dissensões políticas
conduziram ao fim do califado e à divisão do mundo muçulmano em vários reinos.
2. Reinos muçulmanos independentes.
3. Badajoz, Silves; Mértola, Faro. Em parte do seu território podemos incluir as taifas de Huelva e Sevilha.
4. Uma debilidade militar, resultante do facto de estarem divididos, o que vai permitir o avanço dos reinos cristãos para sul.
p. 84

DOC. 95

1. D. Afonso VI intitulava-se imperador por unir na sua coroa os reinos de Leão, Castela e Galiza.
DOC. 96

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1. Revela a diferença de estatuto atribuído a D. Raimundo e a D. Henrique. No caso de D. Raimundo, o casamento
com a filha legítima de D. Afonso VI poderia justificar um diferente estatuto perante a corte leonesa. Mas a principal
razão estará relacionada com as ambições de Santiago de Compostela, fonte deste cartulário, que pretendia valorizar o
estatuto político do condado da Galiza relativamente ao condado Portucalense para justificar a sua primazia perante a
arquidiocese de Braga.
2. Borgonha, no reino franco.
3. Na transmissão da propriedade da nobreza, os filhos segundos não tinham acesso à herança para evitar a dispersão do
poder fundiário familiar. Muitos desses filhos segundos procuravam oferecer os seus serviços a novos senhores para o
acesso à fortuna e ao poder.

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p. 85

DOC. 97

1. Um elemento iconográfico constante é a cruz.


p. 86

DOC. 98

1. Na iluminura são visíveis espadas, o arco e o estribo.


2. O Apocalipse é o último livro do Novo Testamento e significa a revelação do fim do mundo pecador, da luta entre o
bem e o mal que terminará com a vitória de Cristo. O Apocalipse do Lorvão pertenceu ao mosteiro de São Mamede de
Lorvão, de onde foi trazido para a Torre do Tombo por Alexandre Herculano. Este manuscrito inclui um conjunto de
iluminuras.
p. 87

DOC. 99

1. Frase que mostra a relação dos nobres franceses com a corte de Leão e Castela: «Na corte pontifícia se achavam
alguns senhores borgonheses, compatriotas do papa, entre eles o duque da Borgonha, Guy d’Albion e outros, confrades
de Santiago, por terem feito a peregrinação a Compostela e se terem colocado sob o patronado do Apóstolo».
Frase que mostra a relação entre a Santa Sé e a congregação de Cluny: «pacto de afeto e de caridade mútua entre o papa
Calisto e Pôncio, abade de Cluny».
2. O bispo de Santiago de Compostela, Diego Gelmírez, capitalizando o facto de Santiago se ter tornado um dos
principais destinos de peregrinação na Idade Média, conduziu uma política diplomática junto da Santa Sé para se
transformar na sede do poder religioso no Ocidente peninsular.
3. O arcebispado de Braga apoiou a política autonómica de D. Afonso Henriques para evitar ser integrado no
condado/reino da Galiza, pois conhecia que a linha política do poder civil galego coincidia com o projeto da supremacia
religiosa de Santiago de Compostela. Ao apoiar D. Afonso Henriques estava a garantir o seu estatuto de arquidiocese.
p. 88-89

DOC. 100-103

1. O rio Mondego era a fronteira entre o mundo cristão e o mundo muçulmano. Para consolidar a presença cristã nesse
território era necessário garantir a sua defesa.
2. O conde Afonso Henriques deslocou o seu centro político da região de Entre Douro e Minho para a região de
fronteira com o mundo muçulmano, onde se destacava a cidade de Coimbra. Por um lado, afastava-se de uma região
onde velhas famílias condais constituíam um poder concorrente e, por outro lado, ficava próximo do teatro de operações
onde decorria o processo designado de Reconquista.
3. As fortificações militares medievais eram designadas de castelos. Estas construções em pedra situam-se isoladamente
ou num ponto estratégico de uma povoação, envolvendo edifícios eminentemente militares ou residenciais pertencentes
à realeza ou nobreza. Os seus elementos definidores são as muralhas com ameias, fossos, torres e outros.
4. Gualdim Pais foi um cavaleiro medieval com o cargo de grão-mestre da Ordem do Templo. Fundou diversos castelos,
onde se podem incluir Pombal, Tomar e Almourol, relacionados com a estrutura defensiva do Mondego e do Tejo.
Participou ativamente nas cruzadas e no processo de Reconquista cristã na Península Ibérica, no reinado de D. Afonso
Henriques.
p. 90

DOC. 104

1. Ano 800, na região das Astúrias e 1492, na região de Granada.


2. 900 – região do Douro; 1062 – região do Mondego; 1150 – região do Tejo; 1220 – região do Alentejo.
p. 91

DOC. 105

1. A imagem da esquerda tem uma coroa e uma espada (símbolos régios) e a imagem da direita tem uma mitra na
cabeça e segura o báculo (símbolos episcopais). A coroa significa poder e iluminação e é usada pelos reis ou
imperadores. A espada simboliza o poder militar e a bravura. A mitra é um chapéu sacerdotal com uma forma

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específica, composta por duas faces que significam o entendimento do Antigo e Novo Testamento. O báculo significa o
ofício de bom pastor, que guarda e acompanha com solicitude o rebanho que lhe foi confiado pelo Espírito Santo.
2. A figura que representa o rei é detentora do poder temporal (civil e militar) e a figura que representa o bispo é
detentora do poder espiritual (religioso).

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DOC. 106

1. «Por vós clama a Madre Igreja, já quase de braços mutilados e de rosto disforme, reclamando o sangue dos seus
filhos e a vingança por vossas mãos».
2. O arcebispo João Peculiar refere que o território da Península Ibérica estava ocupado pelos cristãos antes do domínio
muçulmano se ter instalado e que, por esse motivo, era legítimo que os cristãos recuperassem essas terras: «viestes da
terra dos mouros e […] raptastes fraudulentamente o reino da Lusitânia a um rei vosso e nosso [...] [as terras]
anteriormente [...] habitadas por cristãos».
p. 92

DOC. 107

1. Uma das motivações para a ação militar de cavaleiros cristãos nos territórios de fronteira com o mundo muçulmano
estava relacionada com as vantagens económicas resultantes dos saques proporcionados pelas suas conquistas:
«despojavam-nos e levavam todos os cativos e presa que estavam nela».
2. Para os muçulmanos Geraldo sem Pavor era um inimigo que conquistou várias cidades que pertenciam ao domínio
muçulmano. Por esse motivo era caracterizado de forma negativa.
p. 93

DOC. 108-109

1. As ordens religiosas militares eram constituídas por guerreiros experientes e que combatiam com uma motivação
religiosa.
2. Um dos seguintes:
- defender os territórios conquistados ao domínio muçulmano;
- necessidade de promover o povoamento desses territórios com a população cristã.
DOC. 110

1. O rei de Leão e Castela considerava que a área geográfica a sul do seu reino estava reservada ao crescimento do seu
território. Além disso, a taifa de Badajoz tinha uma grande dimensão e a conquista desta cidade podia representar um
acréscimo significativo do espaço dominado pelo reino de Portugal.
p. 95

DOC. 111

1. Um dos argumentos é o combate aos muçulmanos. Outro argumento, a vontade régia de respeitar os interesses da
Igreja.
2. A legitimação da independência do reino de Portugal pela Santa Sé era muito importante para garantir a autonomia
do reino face aos restantes reinos cristãos da península e o reconhecimento do direito de D. Afonso Henriques e dos
seus sucessores a usarem o título de rei.
DOC. 112

1. Na batalha de Navas de Tolosa, em 1212, um extenso exército que aliava guerreiros de todos os reinos cristãos
peninsulares, sob o comando de Afonso VIII, rei de Castela, derrotou os exércitos almóadas. Representa o fim das
ofensivas muçulmanas e, a partir desse acontecimento, o processo designado de Reconquista entra numa fase de avanço
cristão e de posição defensiva por parte do poder islâmico.
2. A batalha de Navas de Tolosa teve um impacto tal que os seus ecos rapidamente ultrapassaram as fronteiras
peninsulares, chegando a quase todos os cantos da cristandade e dando origem a um grande número de relatos e de
notícias acerca do sucesso então obtido pela coligação liderada pelo rei de Castela.
p. 96

DOC. 113

1. Efetuaram rituais para transformar o espaço religioso muçulmano, a mesquita de Córdova, em espaço cristão.
2. Refere-se à campanha miliar de Almançor que saqueou a igreja de Santiago de Compostela e outras cidades cristãs
do Norte da Península Ibérica.
3. A cidade de Córdova foi a capital do califado na al-Andalus, significava a conquista do centro político do domínio
muçulmano na Península Ibérica.
p. 97

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DOC. 114

1. O rei D. Afonso X considerava que o território do Algarve pertencia à taifa de Niebla, que tinha sido conquistada por
Castela.
2. Com o argumento do seu direito de jurisdição sobre o Algarve, exigiu o pagamento de tributos à coroa portuguesa.
Esta relação estabelecia uma aparente relação feudo-vassálica, em que o rei de Castela assumia o papel de suserano
relativamente ao monarca português.

22 Editável e fotocopiável © Texto | Percursos da História 10o. ano


p. 98

DOC. 115

1. O tratado de Alcanices estabelecia uma aliança entre o reino de Portugal e Castela, procurando afastar Portugal de
uma possível aliança com o reino de Aragão. Estabelecia também a fronteira entre os dois reinos, que permaneceu
estável e quase inalterada até à atualidade.
2. Locais referidos no documento: Aroche; Aracena; Olivença; Campo Maior; Sabugal; Alfaiates; Castelo Rodrigo; Vila
Maior; Castelo Bom; Almeida; Castelo Melhor; Monforte; Valença; Ferrera; Esparregal; Aiamonte.
3. O tratado de Alcanices pretende solucionar a questão da posse de determinadas localidades que podiam gerar
conflitos entre os dois reinos: «por razão destas contendas sobreditas nascem entre nós muitas guerras […] e excessos,
em tal maneira que de nossas terras de ambos foram muitas roubadas, queimadas e estragadas, em que se fez aí muito
pesar a Deus nosso Senhor por morte de muitos homens».
DOC. 116

1. Cronologia das datas do mapa


850 – Ocupação da região do Douro
1064 – Reconquista de Coimbra por D. Fernando IV e nomeia governador o moçárabe Sisnando
1249 – Conquista do Algarve.
2. A delimitação continental entre Portugal e Espanha resulta de uma sucessão de atos políticos e não de uma fronteira
natural entre regiões biofísicas contrastadas. A diferença está relacionada com a região de Olivença, que se encontra sob
soberania espanhola desde o início do século XIX e, que de acordo, com o tratado de Alcanices era um território
integrado no reino português.

1.6 A especificidade da sociedade portuguesa concelhia

p. 101

DOC. 117

1. Concelhos rurais – interior norte (Entre Douro e Minho, Trás-os-Montes, Beira Alta).
Concelhos urbanos – espalhados por todo o país, mas com maior concentração no interior norte.
2. Os concelhos rurais baseiam-se em comunidades agrícolas preexistentes, principalmente na área geográfica de Trás-
os-Montes e Beiras, às quais foi outorgada uma carta de foral que lhes atribuía existência jurídica. Os concelhos
urbanos são, geralmente, fundados no contexto da Reconquista e prevalecem a sul do Mondego. A sua existência
gravita em torno de uma vila ou de uma cidade.
p. 102

DOC. 118

1. a. Frei Martin Fernandez, mestre da Ordem de Avis.


b. Dois terços dos cavaleiros vão ao fossado e a terça parte fique na vila. «Uma vez no ano façam fossado e aquele que
a ele não for peite por foro 5 soldos por fossadeira.»
c. «E por casa rota [assaltada] com armas e escudos e espadas deve pagar 3 soldos e a sétima ao paço».
«Quem roubar pague nove vezes o que roubou «e haja o que filhado foi as duas partes e a sétima parte ao paço»
«E aquele que molher forçar, e ela bradar e dizer que daquele é forçada e o ele negar, dê ela testemunhas de três homens
tais quais ele for, e ele jure com doze e se nom houver testemunhas jure ele só, e se nam quiser jurar peite a ela IIIc
soldos e a sétima ao paço.»
«Testemunha mentirosa e fiel mentiroso peite sessenta soldos e a sétima parte ao paço e dobre o haver».
«E aquele que em concelho ou em feira ou em igreja ferir peite sessenta soldos, a metade ao paço e a metade ao
concelho e da metade do concelho a sétima ao paço».
«Homem que for gentil que nam tenha de seu e for sem herdamentos que não seja arreigado na terra nam seja
meirinho;»
«E quem nom for ao chamamento do juiz e defender os penhores ao porteiro peite um soldo ao juiz. E quem nom for ao
apelido cavaleiros e peões, afora aqueles que em serviço alheio são, os cavaleiros peitem 10 soldos e o peão cinco
soldos aos vizinhos».
d. Frequentemente é exigido que seja paga a sétima parte ao paço.
e. «De foro de portagem, de trouxel [carga] de cavalo de panos de lã ou de linho, um soldo; de trouxel de lã, um soldo;
de trouxel de fustões, cinco soldos; e de trouxel de panos de cor, cinco soldos. De carrega de pescado, um soldo; de
carrega d’asno, VI dinheiros; de carrega de coelhos de cristãos, V soldos; e de carrega coelhos de mouros de coelhos,

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um maravidi. Portagem de cavalo que se vender no açougue, um soldo; e do muu, um soldo; de asno, VI dinheiros; e do
carneiro, três mealhas. E do porco, II dinheiros; e do foram, dous dinheiros. De carrega de pão e de vinho, três mealhas.
De mouro que venderem no mercado I soldo; de mouro que se remir, a dizima; de mouro que talhar com seu senhor, a
dizima».
f. O cargo de meirinho: «Homem que for gentil que não tenha de seu e for sem herdamentos que não seja arreigado na
terra não seja meirinho».
g. Cavaleiros-vilãos.
p. 103

DOC. 119

1. a. 1225-1249
b. 1275.
2. Parte do período de 1225 a 1249 foi marcada por convulsões internas, pelo menos desde 1232, e uma guerra civil,
iniciada em 1245, em que o rei D. Sancho II foi afastado do trono pelo irmão D. Afonso III.
A partir de 1275, a afirmação do poder régio determina o fim da concessão de forais por particulares.
DOC. 120

1. Os oficiais régios (alcaide da vila, alcaide dos navios, alvazis ou outros) não podiam exigir a qualquer habitante do
concelho de Lisboa que «lhe entregue vinho, pão, peixe, carne ou outras coisas que lhe pertençam». Os mordomos do
concelho não podiam prender os habitantes do concelho fora do espaço concelhio.
2. O ponto 5 confere o direito aos mouros e judeus do concelho, caso fossem feridos, de se poderem queixar ao alcaide
e aos alvazis, o que demonstra que estas minorias viviam nos concelhos, coabitando com a maioria cristã, e que este
foral dava a estas comunidades alguma proteção.
p. 104

DOC. 121

1. No documento é referido que a população foi chamada a uma reunião com um oficial régio (porteiro de D. Dinis)
através de pregão (convocatória oral feita pelo pregoeiro), como era costume. Podemos interpretar que existia um lugar
onde reunia a assembleia dos homens-bons, apesar de não existir informação se era ao ar livre ou num edifício: Esse
povo chamado e apregoado como dito é no dito lugar».
2. Os moradores comprometiam-se a construir uma muralha para defesa daquela terra («eles fariam aí à sua custa
uma cerca de muro de cem braças per defendimento dessa terra»).
3. «Sobre o foro de vila que mandaram pedir a el Rey que lhes desse em essa terra de Monte Negro».
«[Os moradores de Lomba (Loures), em 1324 mandaram] pedir por mercê que [el Rey] lhes desse foro e lhes mandasse
assinar lugar em que fizessem vila na dita terra da Lomba».
4. Os moradores de um determinado local solicitavam carta de foral, pedindo proteção ao rei em relação aos
senhores na nobreza e do clero e a fixação dos seus direitos e deveres.
p. 105

DOC. 122

1. a. D. Dinis.
b. Espaço rural envolvente ao burgo.
c. A vila de Alfaiates não podia pagar tributos (préstamo) ou fazer doações do seu território a entidades particulares
como um infante ou rico-homem (grupos mais poderoso da nobreza).
DOC. 123

1. O termo apresenta campos de cultivo, floresta e algumas casas.


p. 106

DOC. 124

1. O objetivo era proteger e povoar Coruche.


2. Estando Coruche numa zona próxima da fronteira com os muçulmanos e guerra, D. Afonso Henriques impõe aos
habitantes daquele concelho como prioridade o dever de fossado [serviço militar que consistia numa incursão ou
investida militar sobre território muçulmano] a dois terços dos cavaleiros e o fizessem uma vez por ano.
p. 108

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DOC. 126-127

1. São edifícios destinados às reuniões das assembleias de homens-bons dos concelhos.


2. A Domus é um edifício octogonal pouco aberto. A imagem do livro de Duarte de Armas é um espaço retangular
muito aberto. Ambos se situam junto das muralhas do concelho.
p. 109

DOC. 128

1. «E o corregedor deve logo tanto que chegar a terra mandar apregoar que venham perante ele todos aqueles que
houverem querelas do alcaide ou dos juízes ou doutros poderosos, ou doutros quaisquer e que lho fará correger».
2. O corregedor chamava a si as contendas que envolvessem o alcaide, os juízes, fidalgos, advogados, procuradores ou
tabeliães. Devia julgar os casos para os quais os juízes «lhe disserem que não ousam fazer direito». Era seu dever
verificar que o alcaide ou alvazis estavam envolvidos em bandos e «que per isso leixam de fazer direito e justiça e
aquilo que devem, deve-lhe dar muito maior pena que a cada um dos outros». Deve certificar-se ainda de que não
existem suspeitas de que os oficiais régios que cobram os impostos não causam prejuízos às populações «agravando o
povo como não devem».
p. 110

DOC. 129-130

1. O corregedor era um oficial em representação do rei que supervisionava os oficiais nomeados pelo rei para os
concelhos e os magistrados eleitos pelas comunidades concelhias. Constituía assim uma forma de interferência régia
direta na autonomia jurídica dos concelhos.
2. A vara que o juiz do lado direito segura está inteira, o que significa que é incorruptível e que a justiça se mantém
intacta. A vara do juiz do lado direito está quebrada, simbolizando que o juiz é corrupto e que a justiça foi adulterada.
3. A vara quebrada e o ter duas faces.
4. Corregedor corrupto.
5. O corregedor (juiz) representado no excerto de Gil Vicente relaciona-se com o juiz do lado esquerdo do documento
127. Surge com a vara partida e duas faces como juiz corrupto, ou seja, «descorregedor». Ao seu lado aproxima-se uma
personagem transportando duas perdizes, tal como é referido no excerto de Gil Vicente: «Ó amador de perdiz».
DOC. 131

1. Duas das seguintes:


- verificar os moinhos de água e as fontes de água que os alimentavam («de ouvir os feitos […] de azinhagas e de canos
de águas ou de servidões delas e destras que alguns fazem»;
- vigiar as obras («e dos edifícios e assentamentos que alguns fazem entre si»);
- inspecionar as condições de higiene e limpeza das ruas «e das ruas e das servidões e limpeza delas»;
- revistar o abastecimento de água («e das fontes»);
- certificar os pesos e as medidas («e das medidas do concelho»);
- supervisionar os ofícios («e dos mesteirais da sapataria e dos alfaiates e dos outros ceeiros».
p. 113

DOC. 136

1. Resposta aberta.
2. Resposta aberta.
3. O escudo régio representa a interferência do poder régio no concelho de Santarém.
p. 114

DOC. 137-138

1. O almocreve era um comerciante que utilizava animais de carga para transportar mercadorias entre concelhos. Na
imagem surge um almocreve com dois animais de carga carregados de mercadorias no termo de um concelho.
2. Mercadores do comércio marítimo.
p. 115

DOC. 139-141

1. Lisboa, Coimbra, Évora, Santarém, Braga.

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2. A besta era muito eficaz e mortífera («um rijo virotão entre os olhos dele, que o feriu de mui má maneira, de guisa
que a pouco espaço, como dali foi levado, morreu»).
p. 116

DOC. 143-144

1. São elementos de caráter vegetalista e geométrico.


2. Esta inscrição atesta a presença muçulmana nos trabalhos de cantaria e de construção da Sé Velha de Coimbra.
p. 117

DOC. 146

1. «Encontram-se espalhados por todo o país».

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p. 118

DOC. 147-148

1. O texto historiográfico retrata uma realidade de tolerância entre a comunidade cristã e judaica («A população
hebraica é acolhida pela cristã com uma certa benignidade e humanidade, vivendo entre ela), sob proteção da coroa [«os
judeus (…) são protegidos não só pelo rei, mas também pelos membros da nobreza e pela própria Igreja»]. As
Ordenações Afonsinas estabelecem a proibição de os judeus poderem criados cristãos («mandamos, que daqui em
diante nom seja algum judeu tam ousado, que tenha alguns cristãos, ou cristãs, que com eles vivam, ou morem
continuadamente por soldada, nem a bem fazer em suas casas, nem quintãs, nem casais, que eles lavrem, ou adubem,
por seus caseiros, nem azemeis, nem mancebos, nem pegureiros de gados»), sob pena de pagarem multas («E qualquer
judeu, que o contrario fezer, pola primeira vez pague cinquenta mil libras; e pola segunda cem mil libras; e pela terceira
perca quanto houver; e se bens nom houver, seja açoutado publicamente; e dos dinheiros, e bens sejam as duas partes
pera aquele, que o acusar, e a terça parte pera nós»), o que contradiz a «benignidade de humanidade» da convivência
entre cristãos e muçulmanos referida no texto historiográfico.
2. O documento demonstra que o convívio da esfera privada era criticado, ao restringir mais o convívio entre cristãos e
judeus, proibindo estes de terem «mancebos» cristãos.
p. 119

DOC. 149

1. «Lisboa, Porto, Santarém OU Évora.


2. No litoral a norte do rio Tejo.
p. 120

DOC. 150-152

1. Duas das seguintes:


- existência e um eixo principal («rua Direita»);
- traçado irregular;
- no centro estava a igreja e o adro, onde se realizava o mercado e reuniam os vizinhos.
2. Duas das seguintes:
- defesa do núcleo urbano;
- barreira alfandegária para o pagamento de impostos.
- barreiras de caráter judicial;
- símbolo identitário da comunidade
p. 121

DOC. 153

1. O Rossio, mercado, centro administrativo, judiaria, mouraria, ruas de mesteirais organizadas de acordo com o ofício.
2. Lagar, albergaria, fornos de cal, forno.
p. 122

DOC. 154

1. Pelourinho OU Paços do concelho.


p. 123

DOC. 158

1. Deviam pagar o dízimo à Igreja «ou um tributo acordado com a igreja da freguesia a que o território comunal
pertencia, como o real de prata que cada judeu adulto de Santarém pagava anualmente à igreja de São Martinho».
p. 124

DOC. 161

1. Espaço habitado no exterior junto às muralhas.


2. Mesquita e banhos.

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DOC. 162

1. Resposta aberta.
2. Ferraria significa atividades ligadas ao ferro, um dos metais com o qual se fazem as caldeiras.
3. Os seguintes:
- forma de atrair compradores;
- permitia uma mais fácil negociação conjunta com as autoridades.
4. Resposta aberta.

28 Editável e fotocopiável © Texto | Percursos da História 10o. ano


p. 125

DOC. 163

1. Para reparar os danos decorrentes da guerra civil (entre D. Sancho II e D. Afonso III) em que esteve envolvida
Castela.
2. A importância destas Cortes resulta do facto de nelas terem participado pela primeira vez «os procuradores dos
concelhos» em representação do povo.
3. Alexandre Herculano era um historiador do liberalismo português que valorizava a Idade Média e, em particular, o
municipalismo, que nela emergiu através da criação dos concelhos. Também via as Cortes como uma forma inicial de
parlamento.
p. 126

DOC. 164-165

1. a. Lisboa, Santarém e Évora.


b. Guimarães, Coimbra, Leiria, Lisboa, Santarém e Évora.
c. Guarda, Torres Vedras, Montemor-o-Novo, Estremoz e Viana do Alentejo.
d. Coimbra.
e. Lisboa.
2. A corte passa a permanecer mais tempo em Lisboa, em virtude do início dos Descobrimentos portugueses, no início
do século XV.
3. a. Alentejo.
b. Trás-os-Montes.
4. As regiões mais representadas nas Cortes são aquelas onde existe um maior número de concelhos.
p. 127

DOC. 166

1. As cidades que mais capítulos gerais requereram foram as cidades de maior dimensão (Évora, Porto, Coimbra) e com
mais atividade económica ligada ao comércio. Daí, 44% dos temas dos capítulos gerais incidirem sobre «comércio e
impostos».

1.7 Privilégios e imunidades no exercício do poder senhorial

p. 128

DOC. 167

1. a. Região a norte do rio Mondego.


b. Litoral norte e centro.
c. Interior norte (entre Douro e Minho, Trás-os-Montes e Beira Interior).
d. A sul do rio Mondego.
2. A ocupação e o povoamento do território foram sendo atribuídos de acordo com a evolução do processo da
Reconquista. Assim, os primeiros senhores a serem beneficiados foram os nobres que prestaram auxílio à coroa no
combate aos muçulmanos. Seguiu-se a concessão de domínios às ordens religiosas (fundações monásticas) e aos bispos
(sés). Foram também criados concelhos rurais no interior norte para fixar a população naquele território. Do rio
Mondego para sul destacam-se os senhorios das ordens religiosas-militares responsáveis pela administração de vastos
domínios.
p. 129

DOC. 168-169

1. Dominam os senhorios doados à Igreja (eclesiásticos) (67%). A maioria esmagadora dos senhorios laicos e
eclesiásticos (98%) situa-se no Norte e Centro do país.
2. O facto de a Igreja ser a instituição com maior extensão de domínios senhorias atesta o seu poder no processo de
povoamento e administração do território. A Igreja recebia terras por doação régia e por doação de particulares.
3. O mapa comprova que a maioria dos senhorios pertenciam à Igreja como demonstra o gráfico e que a sua localização
se situa no norte e centro tal como se pode verificar no gráfico.

Editável e fotocopiável © Texto | Percursos da História 10o. ano 29


p. 130

DOC. 170

1. As frações da produção pagas em tributo eram mais elevadas na região da Estremadura e a sul do rio Douro.
2. O mais alto é 1/4 e o mais baixo corresponde a 1/10.
3. As áreas onde a fração da produção paga em tributo era menor eram aquelas onde procurava atrair mais camponeses
e onde a terra era menos produtiva.

30 Editável e fotocopiável © Texto | Percursos da História 10o. ano


DOC. 171

1. Foro em produtos: quatro de tudo o que produzir; sexta parte em vinho; dois alqueires de trigo limpo; galinha;
carneiro; mio almude de vinho; meio alqueire de farinha de trigo.
Foro em serviços: uma jeira pela sementeira e outra pela colheita.
p. 131

DOC. 172

1. a. Quem arrenda é Rafael Eanes, prior da igreja de São Pedro da cidade de Coimbra. Arrendatários: Tomé Perez e
sua mulher e a um dos seus filhos; Cibrão Domingues e usa mulher e seu filho; Domingos Esteves e sua mulher e a um
dos seus filhos.
b. Pagar terça parte da produção de pão, linho, metade do vinho e de outro qualquer fruto; um alqueire de manteiga.
c. Três das seguintes: podar as vinhas, cavar, estrumar, colocar estacas nas vinhas, vedar as vinhas, fazer uma sarjeta
por cima da vinha no prazo de três anos, arranjar as casas, manter em bom estado os palheiros e os currais.
d. Pagamento anual.
e. Duas vidas.
f. «Partir o pão» significa a moagem e «colher o vinho» significa as vindimas.
g. Volta para Rafael Eanes ou para os seus herdeiros, ou seja, retorna à igreja de São Pedro de Coimbra.
p. 132

DOC. 174

1. Os terrenos incultos eram utilizados pelas populações para alimentar o gado («Eram os direitos de uso, de que os
camponeses não podiam prescindir»). Neste caso, os monges estabeleceram regras para a utilização dos incultos pelas
populações («Era mister que para ambas as partes, se apresentasse como um dado adquirido que o uso dos incultos era
acessível a todos. Mediante, como não podia deixar de ser, determinadas regras que se foram estabelecendo a pouco e
pouco, de modo a impedir uma usufruição indisciplinada e abusiva e assim a completa deterioração desses mesmos
recursos»).
p. 133

DOC. 175

1. A. Mosteiro de São Paulo, termos de Coimbra. B. Gonçalo Perez de Maceda. C. Elvira Mendes.
2. Coutos – A; honras – B e C.
3. A. O Mosteiro de São Paulo não podia exercer jurisdição sobre os casais de «Albergaria de Vicente do Cego».
B. Gonçalo Perez de Maceda não podia exercer jurisdição sobre a «Aldeia da Cabra, termo da vila de Gouveia».
C. Elvira Mendes não podia exercer jurisdição sobre a «Aldeia de Freixedo, termo da» cidade de Bragança.
p. 134

DOC. 176

1. Reguengos eram domínios pertencentes ao rei. «Abrangiam um amplíssimo fundo de riqueza social constituído por
terras, prédios, instalações fixas de produção – como moinhos, fornos, prensas, lagares e outras -, cursos de água doce e
centros de pesca marítima, edifícios utilizados em instalações oficinais, estabelecimentos comerciais, mercados».
2. O rei cedia parcelas dos reguengos «a organismos religiosos e a nobres» como forma de compensação pelos serviços
prestados na Reconquista e para promover o povoamento e o desenvolvimento do território.
p. 135

DOC. 178-181

1. Mem Rodrigues solicitou a D. Dinis a construção de torre para sua defesa e da sua família. D. Dinis autoriza a
construção para «lhe fazer mercê pelo serviço que me fez muy lealmente e muy bem mando e outorgo que el possa
fazer a dita casa na dita sua herdade».
2. Meirinho-mor era o responsável pela área da justiça junto do rei.
3. O lugar de Budens situava-se em Vila do Bispo, no cabo de São Vicente, junto ao mar, o que o expunha a
ataques de embarcações muçulmanas.
4. Esta medida fazia parte do projeto de afirmação do poder régio, nomeadamente controlando a construção de
residências fortificadas por parte da nobreza.

Editável e fotocopiável © Texto | Percursos da História 10o. ano 31


p. 136

DOC. 182

1. A estátua representa um cavaleiro com armadura, armado de maça e montado no seu cavalo. Estaria pronto para
guerrear, função própria da nobreza (bellatores).

32 Editável e fotocopiável © Texto | Percursos da História 10o. ano


p. 137

DOC. 183

1. Dois dos seguintes: adegas, celeiros, fornos, moinhos, azenhas, lagares de vinho, lagares de azeite.
2. Aos monges, uma vez que as granjas constituem a reserva nos senhorios eclesiásticos.
3. Ordem de Cister.
DOC. 185

1. Cavaleiro, castelo e espada.


2. Os selos eram usados para validar os documentos.
3. O rei confiava na experiência militar destas ordens para que defender e povoar os territórios de fronteira.
p. 138

DOC. 187

1. Era um tributo pago à Igreja, aplicado a todos os cristãos.


2. D. Dinis não teria pago a dízima por considerar que tinha esse privilégio que herdara do pai. Porém, os procuradores do
rei defenderam que «ele deu e dará dízimas de pão, e de vinho e de linho e das outras cousas de que o acostumam».
p. 139

DOC. 188-190

1. Dois dos seguintes: lavrar a terra, ceifar, moer o pão


2. Cultivar a terra que não era sua, mediante o pagamento de elevados tributos ao senhor, variáveis e fixos, em dinheiro,
géneros e serviços.

1.8 A afirmação do poder régio em Portugal

p. 140

DOC. 191-192

1. Na imagem o rei está rodeado de símbolos religiosos e nas intitulações régias também existem fórmulas devocionais
que evocam a origem divina do poder régio.
2. A partir de D. Afonso III os reis passaram a intitular-se rei de Portugal e do Algarve.
p. 141

DOC. 193

1. Uma proposta de leis gerais colide com a existência de jurisdições particulares. Defender que o rei tem como
obrigação defender dos poderosos também pode ser interpretado como uma interferência na jurisdição senhorial:
«Porque a nós pertence de fazermos mercê a mesquinhos [os mais fracos] e de os defendermos dos poderosos».
DOC. 194

1. A existência de um órgão de apoio à coroa com a função de expedir as cartas régias, as leis, registar as decisões do
monarca e arquivar a documentação relativa à ação governativa permite uma organização burocrática que se identifica
com o que vai ser desenvolvido nos Estados modernos.
p. 142

DOC. 195-196

1. Alguns dos órgãos e cargos referidos no esquema:


- Cúria régia: organismo assessor da realeza vigente na monarquia portuguesa até meados do século XIII, cuja evolução
dará origem, por um lado, às Cortes e, por outro lado, ao Conselho do rei.
- Cortes: organismo político-administrativo constituído por uma assembleia com a presença de representantes da
nobreza, clero e procuradores dos concelhos, sem local, duração e periodicidade fixa. Convocada pelo rei para se
aconselhar em determinados assuntos.
- Alferes-mor: nobre com funções de organização militar e responsável por levar na batalha a signa real.

Editável e fotocopiável © Texto | Percursos da História 10o. ano 33


- Alcaide-mor: representante do rei nos concelhos, encarregados das questões militares e de defesa desse território.
- Chancelaria: organismo onde eram elaborados, autenticados e expedidos os diplomas régios. O responsável por este
organismo era o chanceler-mor.
- Mordomo-mor: agente encarregado de superintender na arrecadação dos direitos do rei. Dependentes destes
funcionários eram os mordomos-menores a quem competia a cobrança das rendas reais.
- Almoxarife: agente fiscal que tinha a seu cargo a cobrança de certas rendas.
- Porteiro-mor: oficial que superintendia na cobrança de direitos fiscais. Substituído mais tarde pelo ouvidor da portaria
e depois pelo vedor da fazenda.
- Tabeliães: notários que reduziam a escrito atos de direito privado.

34 Editável e fotocopiável © Texto | Percursos da História 10o. ano


p. 144

DOC. 197

1. Inquéritos ordenados pela coroa para determinar os direitos reais. Pretendiam combater os abusos do poder senhorial.
2. Ao determinar os limites dos domínios e dos direitos senhoriais pretendiam controlar o crescimento desses domínios.
Dessa forma, limitavam os poderes da nobreza e do clero que, na monarquia feudal, se constituíam como poderes
concorrentes da coroa. Estes inquéritos eram um poderoso mecanismo de fortalecimento do poder régio.
p. 145

DOC. 200

1. Argumentam com o facto de estarem na posse de cartas régias de D. Sancho [não se esclarece se o I ou II] que
garantem os seus direitos: «esses albergueiros se defendem per cartas que dizem que têm d’el Rei [D. Sancho]».
p. 146

DOC. 201

1. Interpretar a carta de acordo com os seguintes tópicos:


a. No documento De Santa Ovaia de Vilar de Mouros: Pero Ayras. No documento Da freguesia de Sampaio de Vila
Meã: Afonso
b. Um território que fica a pertencer a um domínio nobre a partir do momento em que um fidalgo mandava criar o seu
filho ou filhos nesses locais. Os moradores ficavam, assim, isentos de pagar tributos ao rei e passavam a ser tributados
pelo senhor da terra.
c. Os nobres que fossem proprietários desse domínio.
d. Dois dos seguintes: anúduva (trabalhos na reparação de fortificações); voz e coima (sujeitos à aplicação de penas de
multa); lutuosa (imposto pago por morte dos rendeiros); foros (rendas).
e. Eram direitos régios que consistiam em rendas em géneros e dinheiro (lutuosa, foros); serviços (anúduva) e
rendimentos resultantes da aplicação da jurisdição (voz e coima).
2. Nessa área geográfica, Entre Douro e Minho, existia a maior expansão de domínios senhoriais.
p. 147

DOC. 202

1. O direito a reservar para o rei a justiça-maior, ou seja, de garantir que existia uma possibilidade de apelar de uma
pena aplicada na justiça senhorial: «sempre fica guardado as apelações para os reis e a justiça mor».
2. A pena prevista para os que não respeitassem este direito de apelação era a perda do direito de jurisdição no seu
domínio: «perderem todo o direito e jurisdição».
DOC. 203

1. Sem a existência da justiça não existe ordem e paz numa sociedade. Por este motivo, a aplicação da justiça no reino é
uma das principais funções da coroa e a principal virtude de quem governa: «poer antre os da sua terra sossego e
concórdia com justiça e per justiça tirar de entre eles bulício e desassossego».
DOC. 204

1. Solicitam ao monarca que impeça os fidalgos e outros homens poderosos de estender os seus domínios senhoriais.
Está relacionado com questões de jurisdição, por que a partir do momento em que o território fica coutado, esses
territórios ficam imunes e os oficiais régios ficam impedidos de exercerem a sua jurisdição em nome do rei.
p. 148

DOC. 205-206

1. As leis de desamortização visam impedir o crescimento dos senhorios eclesiásticos (os coutos), proibindo a igreja de
comprar bens fundiários (herdades): «mando e defendo que ordens, nem clérigos nom comprem herdamentos».
2. É uma referência ao grande número de bens fundiários que são doados à Igreja em testamento.
p. 149

DOC. 207

Editável e fotocopiável © Texto | Percursos da História 10o. ano 35


1. Fernando IV propõe a D. Dinis uma aliança para evitar que a Santa Sé se aproprie dos bens da ordem do templo
localizados nos reinos de Castela e Portugal. O argumento é que esses bens tinham sido doados pela coroa e para a
coroa deviam reverter.
2. Evitar que os bens dos Templários ficassem na posse da Igreja e, dessa forma, impedir o crescimento do seu poder
fundiário. Para além disso, a nova ordem de Cristo seria administrada, indiretamente, pelo monarca através da
nomeação do seu mestre.

36 Editável e fotocopiável © Texto | Percursos da História 10o. ano


DOC. 208

1. Cruz de Cristo.
p. 150

DOC. 210

1. As fórmulas revelam imagens de rituais de obediência perante o rei, nomeadamente, beijar as mãos, os pés e a terra
pisada pelo rei.
2. No ritual do contrato feudo-vassálico também existiam gestos públicos do vassalo que demonstravam o seu respeito
pelo poder do suserano, como estar de joelhos e colocar as suas mãos entre as do suserano.
p. 151

DOC. 212

1. Queixam-se do envolvimento dos cavaleiros, fidalgos e corregedores na atividade mercantil, prejudicando os que
vivem do comércio (os mercadores): «os grandes homens da nossa terra cavaleiros, fidalgos e corregedores por que som
homens de grandes algos mandam comprar grandes mercadorias e as mandam vender e carregar, o que não pertence a
tais pessoas fazer e que por esta razom tiram a vivenda a muitas gentes da nossa terra».
Queixam-se da diferença de procedimentos dos corregedores relativamente a quem comete um crime, sendo
implacáveis («bravos») para com os peões e benevolentes para com os poderosos («nom se metem de o correger»): «os
nossos corregedores quando chegam pelas comarcas fazem-se muito bravos contra os mansos […] e posto que achem
que algum mestre prelado ou cavaleiro outro grande homem faz alguns malefícios per si ou per os seus nom se metem
de o correger e lançam-no trás as costas».
DOC. 213

1. As localidades mais visitadas e em que D. Dinis permaneceu mais dias correspondem às cidades de Lisboa, Santarém
e Coimbra.
2. Na monarquia feudal o poder do rei não se distingue do poder público. A presença do rei em várias áreas do seu reino
era uma forma de exercer o seu poder junto das populações, nomeadamente a realização da justiça. Esta itinerância,
tornando presente e visível a sua autoridade, também pretendia promover o desenvolvimento e a integridade territorial.

Atividades de avaliação

p. 156-159

1. (B) – (E) – (C) – (D) – (A)


2.1 D. Afonso Henriques pretende que o papa o reconheça como rei de um reino independente.
2.2 O documento 2 corresponde à bula Manifestis Probatum.
2.3 Na bula Manifestis Probatum, o papa Alexandre III reconhece D. Afonso Henriques como rei de Portugal.
Pretensão que era solicitada em carta de D. Afonso Henriques datada de 1142.
2.4 O papa Alexandre III valoriza a ação militar de D. Afonso Henriques no combate ao mundo muçulmano e à
conquista de territórios para os reinos cristãos: «como bom filho e príncipe católico, tendes feito vários serviços à
Sacrossanta Igreja, destruindo valorosamente os inimigos do nome cristão, dilatando a fé católica por muitos trabalhos
de guerra.»
2.5 O reino de Portugal ficava obrigado a pagar um tributo anual à Santa Sé: «pagar todos os anos dois marcos de ouro
a nós e a nossos sucessores.»
3.1 A região de Entre o Douro e Minho, onde se concentravam as honras, corresponde ao território original do condado
Portucalense e, nesta área geográfica, habitava a nobreza mais antiga do reino.
3.2 Os territórios doados às ordens militares situavam-se a sul do Mondego e do Tejo. Foram concedidos no período em
que esta área geográfica era uma zona de fronteira entre os mundos cristão e muçulmano, que era necessário defender
militarmente e povoar.
4. (a) – 3; (b) – 5; (c) – 4
5.1 Dois dos seguintes:
- conceder reconhecimento jurídico a comunidades preexistentes;
- promover o povoamento de regiões, normalmente, de fronteira;
- desenvolver economicamente regiões do reino através da prática agrícola, do artesanato e do comércio;
- aumentar as rendas da coroa ou dos senhores da terra através da tributação das populações concelhias.
- garantir a defesa do território;
- combater o crescimento excessivo dos poderes senhoriais laicos e eclesiásticos.

Editável e fotocopiável © Texto | Percursos da História 10o. ano 37


5.2 No final do processo da Reconquista, a prioridade da monarquia era o povoamento e desenvolvimento económico
do reino. Outro motivo era a necessidade de afirmação do poder régio que também se construía pela ligação do rei com
as comunidades concelhias para diminuir os poderes concorrentes da nobreza e do clero.
6.1 D. Afonso III.
6.2 Panóias (Vila Real).
6.3 Pagar 4000 morabitinos, ceder o direito de padroado de todas as igrejas aí construídas ou a construir, escolher um
cavaleiro para assumir a função de alcaide ao serviço do rei.
6.4 (A)
7.1 O principal órgão de administração dos concelhos foi, durante algum tempo, a assembleia dos homens-bons:
- algumas das magistraturas concelhias resultavam da eleição dos vizinhos (moradores dos concelhos com direito a
participar na eleição das magistraturas);
- a partir de D. Afonso III, os representantes dos concelhos (procuradores) podiam dirigir as suas queixas (agravos) ao
poder régio em sede de Cortes.
8.1 O monarca tinha o estatuto do principal senhor da nobreza, sendo a relação com os outros nobres baseada nas
relações feudo-vassálicas («o rei era o mais alto senhor do território português […]; os nobres os seus vassalos»).
Existiam territórios, como as honras da nobreza e os coutos do clero, onde a autoridade régia não podia ser exercida
pelo estatuto de imunidade desses domínios. O poder do rei não se estendia de forma igual a todo o reino.
9.1 Três dos seguintes para cada tópico:
Tópico: A intervenção na administração pública
- a presença régia nos concelhos foi reforçada com o aumento de poder dos alcaides, responsáveis pela área da
segurança e da defesa militar «sentides agravados de muitas cousas que vos fazem meus alcaides» (doc. 9);
- a presença dos mordomos régios e almoxarifes, oficiais régios que tinham a função de recolher os tributos;
- a nomeação do «juiz de fora», que tinha um poder superior aos juízes eleitos pelos vizinhos, e pode ser considerada
como uma diminuição da autonomia jurídica dos concelhos;
- a nomeação do corregedor como representante do rei com poderes muito alargados nas áreas da administração dos
concelhos e da justiça;
- no âmbito fiscal e judicial, os representantes da coroa atuam como agentes do fortalecimento do poder régio;
- foi anulado ou atenuado o princípio eletivo de alguns cargos concelhios, como era o caso dos vereadores que, eleitos
pelos vizinhos, tinham de ser confirmados pelo poder régio.
Tópico: O combate à expansão senhorial
- as inquirições e as confirmações, que tinham como objetivos determinar os proprietários dos domínios fundiários,
foram o principal mecanismo de combate à expansão senhorial, contribuindo para o reforço do poder económico-social
e político do rei (podemos observar um manuscrito das inquirições de D. Afonso II no doc. 8);
- organização da chancelaria e registo dos direitos da coroa, nomeadamente os seus direitos financeiros e jurisdicionais,
apurando as rendas, os foros e outras tributações e obrigações que lhe eram devidas.
- promulgação de leis de desamortização, que impediam a Igreja de adquirir bens fundiários, para limitar o crescimento
dos seus domínios.

38 Editável e fotocopiável © Texto | Percursos da História 10o. ano

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