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ESPAÇO JURÍDICO DIEGO CAVALCANTE

40º Exame de Ordem


Direito Empresarial – Teoria
Prof. Alcemir Pinto

2. DIREITO SOCIETÁRIO

2.1 SOCIEDADES SIMPLES OU EMPRESÁRIAS


2.2 SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS
2.2.1 Da Sociedade em Comum/Irregular/De Fato
2.2.2 Da Sociedade em Conta de Participação
2.3 SOCIEDADES PERSONIFICADAS
2.3.1 Sociedade Simples Pura
2.3.2 Sociedade Em Nome Coletivo
2.3.3 Sociedade em Comandita Simples
2.3.4 Sociedade Limitada
2.3.5 Sociedades Cooperativas
2.3.6 Sociedade Em Comandita Por Ações
2.3.7 Sociedade Anônima
2.4 SOCIEDADES DEPENDENTES DE AUTORIZAÇÃO

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Sociedade em
Comum
Não
Personificadas
Sociedade em
Conta de
Participação

Simples Pura

Nome Coletivo

Sociedades Comandita
Simples
Sociedades
Simples
Limitada

Cooperativas

Sociedade de
Advogados
Personificadas

Nome Coletivo

Comandita
Simples

Sociedades
Limitada
Empresárias

Comandita por
Ações

Sociedade
Anônima

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2.1 SOCIEDADES SIMPLES OU EMPRESÁRIAS

SOCIEDADES SIMPLES SOCIEDADES EMPRESÁRIAS


Exploram o seu objeto sem
Têm por objeto o exercício de
empresarialidade, ou seja, sem a
atividade própria de empresário
organização profissional dos fatores
sujeito a registro (art. 966, CC).
de produção. Em outras palavras,
Em outras palavras, são aquelas
são aquelas que não exercem
que exercem atividade
atividade empresarial.
empresarial.

Registro: Cartório de Registro Civil Registro: Junta Comercial (art.


de Pessoas Jurídicas. 967, CC).

Atenção!

Atenção!
As sociedades cooperativas serão
sempre sociedades simples.
As sociedades por ações
(sociedade anônima e sociedade
Exceção: a sociedade de advogados
em comandita por ações) serão
e a sociedade unipessoal de
sempre sociedades empresárias.
advogados são sociedades simples,
mas que adquirem personalidade
jurídica com o registro na OAB.

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A classificação das sociedades empresárias pode se dar do


seguinte modo:

ALIENAÇÃO DA
ATO RESPONSABILIDADE
PARTICIPAÇÃO
CONSTITUTIVO DOS SÓCIOS
SOCIETÁRIA

Contratuais Ilimitada De pessoas

Estatutárias Limitada De capital

Mista

2.2 SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS

Conceito: sociedades não personificadas (ou despersonalizadas) são


aquelas que não possuem personalidade jurídica.
Espécies: são apenas duas as sociedades não-personificadas: a)
sociedade em comum (sociedade irregular e sociedade de fato); e b)
sociedade em conta de participação.
Patrimônio especial: o patrimônio da sociedade não personificada é
chamado de especial, uma vez que não pertence à pessoa jurídica, mas
aos sócios (art. 988, CC).

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2.2.1 DA SOCIEDADE EM COMUM/IRREGULAR/DE FATO (Arts.


986 a 990, CC)

Conceito: a sociedade em comum é gênero que abrange a sociedade


irregular (aquela que possui contrato social, mas não foi levado a
registro) e a sociedade de fato (aquela que sequer possui contrato
social).
Responsabilidade perante terceiros: a responsabilidade dos sócios
é ilimitada (art. 990, CC), sobretudo em razão da irregularidade
decorrente da ausência de registro.
Responsabilidade perante os demais sócios: a responsabilidade é
solidária entre os sócios.
Responsabilidade perante a sociedade empresária: a
responsabilidade do sócio, perante a pessoa jurídica, é subsidiária, nos
termos do art. 1.024 do CC ("Os bens particulares dos sócios não podem
ser executados por dívidas da sociedade, senão depois de executados
os bens sociais").

2.2.2 DA SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO (Arts. 991 a


996,CC)

Conceito: é a sociedade que possui um sócio oculto (ou participante),


que não aparece perante terceiros, e um sócio ostensivo, em nome do
qual são realizadas todas as atividades.
Características do sócio ostensivo: a) exerce o objeto social (é o
único que administra a sociedade); b) possui responsabilidade exclusiva
(é o único que responde perante terceiros); e c) age em seu nome
próprio (e não em nome da sociedade).

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Sócio oculto: somente participa dos resultados. O sócio participante


investe e participa dos resultados. No entanto, pode fiscalizar a gestão
dos negócios sociais, mas não pode tomar parte nas relações do sócio
ostensivo com terceiros, sob pena de responder solidariamente com
este pelas obrigações em que intervier (Art. 993, CC).
Legitimidade passiva em juízo: o ajuizamento de qualquer ação
judicial deve ser em face do sócio ostensivo e não em face da sociedade,
porquanto é ele que exerce o objeto social em seu próprio nome e sob
sua própria e exclusiva responsabilidade.
Atenção! Por expressa determinação legal, a sociedade em conta de
participação será sempre despersonificada. Ainda que se leve a registro
o seu ato constitutivo, a sociedade em conta de participação nunca
adquirirá personalidade jurídica, nos termos do art. 993, CC ("o contrato
social produz efeito somente entre os sócios, e a eventual inscrição de
seu instrumento em qualquer registro não confere personalidade
jurídica à sociedade").

2.3 DAS SOCIEDADES PERSONIFICADAS

Conceito: Dão aquelas que possuem personalidade jurídica.


Aquisição da personalidade jurídica: a sociedade adquire
personalidade jurídica com o seu registro no órgão competente.
Espécies: as sociedades personificadas podem ser: a) sociedade
simples; ou b) sociedade empresária.

2.3.1 SOCIEDADES SIMPLES PURA (Arts. 997 a 1.038,CC)

2.3.2 SOCIEDADE EM NOME COLETIVO (Arts. 1.039 a 1.044,CC)

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Na sociedade em nome coletivo, somente pessoas físicas podem tomar


parte como sócios.
Natureza jurídica: Poderão ser sociedades simples ou empresárias.
Responsabilidade dos sócios: respondem solidária e ilimitadamente,
pelas obrigações sociais (art. 1.039, CC).
Limitação da responsabilidade dos sócios: Sem prejuízo da
responsabilidade perante terceiros, podem os sócios, no ato
constitutivo, ou por unânime convenção posterior, limitar entre si, a
responsabilidade de cada um.
Administração: A administração da sociedade em nome coletivo
compete exclusivamente aos sócios.
Dissolução: A sociedade em nome coletivo se dissolve de pleno direito
por qualquer das causas enumeradas no art. 1.033 e, se empresária,
também pela declaração da falência.

2.3.3 SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES (Arts. 1.045 a 1.051,


CC)

Na sociedade em comandita simples tomam parte sócios de duas


categorias, os comanditados e os comanditários, devendo o contrato
social discriminá-los.
Sócios comanditados: somente podem ser pessoas físicas e serão
responsáveis solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais. Aos
comanditados cabem os mesmos direitos e obrigações dos sócios da
sociedade em nome coletivo.
Sócios comanditários: podem ser pessoas físicas ou jurídicas e são
obrigados somente pelo valor de sua quota. Sem prejuízo da faculdade
de participar das deliberações da sociedade e de lhe fiscalizar as
operações, não pode o comanditário praticar qualquer ato de gestão,

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nem ter o nome na firma social, sob pena de ficar sujeito às


responsabilidades de sócio comanditado.
Natureza jurídica: Poderão ser sociedades simples ou empresárias.
Regime jurídico supletivo: Aplicam-se à sociedade em comandita
simples as normas da sociedade em nome coletivo, no que forem
compatíveis.
Sociedade de capital: No caso de morte de sócio comanditário, a
sociedade, salvo disposição do contrato, continuará com os seus
sucessores, que designarão quem os represente.
Dissolução da sociedade: Dissolve-se de pleno direito a sociedade em
comandita simples: (i) por qualquer das causas previstas no art. 1.044;
(ii) quando por mais de 180 perdurar a falta de uma das categorias de
sócio.

2.3.4 SOCIEDADE LIMITADA (Arts. 1.052 a 1.087, CC)

Legislação aplicável: A sociedade limitada rege-se pelos arts. 1.052 e


seguintes do CC (Capítulo das Sociedades Limitadas). Nas omissões
deste Capítulo, aplicam-se, subsidiariamente, as normas aplicáveis às
sociedades simples. Exceção: o contrato social poderá prever a regência
supletiva da sociedade limitada pelas normas da sociedade anônima.
Constituição: Pode ser constituída por um instrumento público ou
particular, devendo em todo caso ter o visto de um advogado, sob pena
de nulidade (art. 10, 5 2°, EOAB). Exceção: quando se tratar de
microempresa e empresa de pequeno porte não se exige que o
instrumento particular tenha o visto de um advogado.
Pressupostos de existência (regra): a) pluralidade de sócios (dois
ou mais sócios): e b) affectio societatis (vontade comum entre os
sócios).

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Atenção!
Com a Lei 13.874/2019, foram incluídos os 6§ 10 e 20 ao art. 1.052 do
CC, passando o ordenamento jurídico a admitir a figura da sociedade
limitada unipessoal, ou seja, aquela constituída por um único sócio.
Responsabilidade do sócio: a responsabilidade do sócio é limitada,
estando restrita ao valor de suas quotas, mas todos os sócios
respondem de forma solidária pelo que falta para a integralização do
capital social (art. 1.052, CC).
Exceções quanto à responsabilidade limitada dos sócios: 1) dívidas
trabalhistas; 2) dívidas com o INSS; 3) casos de desconsideração da
personalidade jurídica.
Quotas sociais: conferem ao titular o direito de sócio de uma sociedade
limitada. O sócio pode integralizar as quotas que subscreveu de diversas
formas, a saber: 1) dinheiro; 2) bens móveis ou imóveis; 3) créditos.
Atenção: É vedada a integralização com prestação de serviços, em razão
do art. 1.055,§ 2°, CC.
Transferência de quotas: art. 1.057, CC. Se o contrato for omisso
quanto à possibilidade de transferência de quotas, aplica-se a regra do
art. 1.057 do CC. Assim sendo, se o sócio quiser transferir sua quota
para outro sócio não é necessária autorização de ninguém. No entanto,
caso o sócio pretenda transferir suas quotas para um terceiro estranho
à sociedade, somente poderá fazê-lo se não houver a oposição de mais
de um quarto do capital social.
Direitos dos sócios: 1) direito de participar nos resultados
(participação nos lucros e perdas - art. 1008, CC); 2) direito de deliberar
sobre os assuntos da sociedade; 3) direito de retirada (direito de
recesso); 4) direito de fiscalização.
Administração: o administrador da sociedade limitada pode ser tanto
um sócio como um não sócio. No entanto, se se tratar de não sócio,

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deve-se observar o art. 1.061 do CC ("Se o contrato permitir


administradores não sócios, a designação deles dependerá de
aprovação da unanimidade dos sócios, enquanto o capital não estiver
totalmente integralizado, e de dois terços, no mínimo, após a
integralização").
Dissolução da sociedade limitada: a dissolução pode ser parcial ou
total.

DISSOLUÇÃO PARCIAL DISSOLUÇÃO TOTAL

A dissolução parcial tem A dissolução total tem lugar:


lugar: a) por vontade dos sócios;
a) por vontade dos sócios: b) por decurso do prazo (no caso de
b) por falecimento de sócio; sociedade limitada com prazo
c) por liquidação da quota a determinado);
pedido do credor; c) pela falência da sociedade;
d) por exclusão do sócio. d) pela extinção de autorização de
funcionamento;
e) por unipessoalidade por mais de 180
(cento e oitenta) dias;
f) por anulação do ato constitutivo;
g) por exaurimento do objeto social.

2.3.5 SOCIEDADES COOPERATIVAS (Arts. 1.093 a 1.096, CC)

Fundamento constitucional: a criação de cooperativas independe de


autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento
(CF, art. 5°, XVIII).
Natureza jurídica: por expressa determinação legal, as sociedades
cooperativas serão sempre sociedades simples.

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ATENÇÃO! O ato constitutivo das cooperativas deve ser levado à


registro perante a Junta Comercial, mas, ainda assim, elas nunca serão
consideradas empresárias.
Conceito e características: as cooperativas são sociedades de
pessoas, com forma e natureza próprias, de natureza civil, não sujeitas
à falência, constituídas para prestar serviços aos associados,
distinguindo-se das demais sociedades pelas seguintes características:
a) variabilidade, ou dispensa do capital social;
b) concurso de sócios em número mínimo necessário a compor a
administração da sociedade, sem limitação de número máximo;
c) limitação do valor da soma de quotas do capital social que cada sócio
poderá tomar;
d) intransferibilidade das quotas do capital a terceiros estranhos à
sociedade, ainda que por herança;
e) quórum, para a assembleia geral funcionar e deliberar, fundado no
número de sócios presentes à reunião, e não no capital social
representado;
f) direito de cada sócio a um só voto nas deliberações, tenha ou não
capital a sociedade, e qualquer que seja o valor de sua participação
("one man, one vo-te");
g) distribuição dos resultados, proporcionalmente ao valor das
operações efetuadas pelo sócio com a sociedade, podendo ser atribuído
juro fixo ao capital realizado;
h) indivisibilidade do fundo de reserva entre os sócios, ainda que em
caso de dissolução da sociedade.
Responsabilidade dos sócios: Pode ser limitada ou ilimitada.
Atos cooperativos (Lei 5764/71, Art. 79): São os praticados entre
as cooperativas e seus associados, entre estes e aquelas e pelas
cooperativas entre si quando associados, para a consecução dos

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objetivos sociais. Este não implica operação de mercado, nem contrato


de compra e venda de produto ou mercadoria.
Exemplos de Ato Cooperativo: 1) Cooperativa comprando a produção
agrícola de seus cooperados e revendendo para o mercado; 2)
Cooperativa comprando, junto às indústrias, fertilizantes e defensivos
para revenda aos seus cooperados.

2.3.6 SOCIEDADE EM COMANDITA POR AÇÕES (Arts. 1.090 a


1.092, CC)

Sociedade em comandita por ações é aquela em que o capital social é


divido em ações, e cuja responsabilidade é mista, ou seja, os acionistas
respondem limitadamente pelo preço das ações subscritas ou
adquiridas, e o acionista diretor responde solidária e ilimitadamente
pelas obrigações sociais.

2.3.7 SOCIEDADE ANÔNIMA (Arts. 1.088 a 1.0896, CC; Lei


6.404/76)

Espécies: as sociedades anônimas podem ser abertas ou fechadas (art.


40, LSA):

S/A ABERTA S/A FECHADA


É aquela em que seus valores É aquela em que seus valores
mobiliários (papéis, títulos, ações) mobiliários não são admitidos à
são admitidos à negociação no negociação no mercado de valores
Mercado de Valores Mobiliários mobiliários.
(Bolsa de Valores). No entanto, isso não significa que a
sociedade anônima fechada não

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A sociedade anônima aberta é possa negociar seus valores


aquela que pode negociar seus mobiliários, mas apenas que estes
valores mobiliários na Bolsa de valores não poderão ser
Valores. negociados na Bolsa de Valores.

Constituição: a constituição de uma sociedade anônima passa,


preliminarmente, pelo preenchimento de três requisitos: a) subscrição
das ações por, no mínimo, duas pessoas; b) realização, como entrada,
de 10% (dez por cento), no mínimo, do preço de emissão das ações
subscritas em dinheiro (tratando-se de instituição financeira, a
realização mínima é de 50%); c) depósito no Banco do Brasil S.A. ou
em outro estabelecimento bancário autorizado pela Comissão de Valores
Mobiliários (CVM), da parte do capital realizado em dinheiro.
Autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM): a
sociedade anônima aberta precisa da autorização da CVM para ser
constituída. Atenção: a sociedade anônima fechada não precisa da
autorização da CVM para ser constituída.
Estatuto social: a sociedade anônima, quanto ao regime jurídico, é
considerada uma sociedade institucional. Logo, o ato constitutivo é um
estatuto social (e não um contrato social)
Capital social: o capital social da sociedade anônima é dividido em
ações, sendo os seus sócios chamados de acionistas.
Penhora de ações: as ações de uma sociedade anônima (aberta ou
fechada) podem ser penhoradas. Isso porque, as sociedades anônimas
são classificadas como sociedades de capital (e não de pessoas).
Responsabilidade dos sócios acionistas: A responsabilidade do
acionista é limitada ao valor das ações subscritas (adquiridas mas não
integralizadas) ou adquiridas (já integralizadas).
Órgãos:

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Assembleia
– Conselho Fiscal
Geral
|
Conselho de
Administração
|
Diretoria

Assembleia Geral: a principal função é a tomada de decisão sobre


determinados assuntos, quais sejam: alteração de estatuto social;
aprovação de balanço (uma vez por ano); eleição de administradores e
membros do Conselho Fiscal; avaliação das contas dos administradores;
autorização do Conselho de Administração a pedir a autofalência ou a
recuperação da empresa.
Conselho de Administração: Trata-se do órgão que toma as decisões
que não são de atribuição específica da assembleia geral. Os membros
do Conselho de Administração são eleitos pela Assembleia Geral, sendo
composto por, no mínimo, três pessoas físicas, acionistas ou não
acionistas). Exceção: nas sociedades de economia mista, o Conselho de
Administração é composto por, no mínimo, sete e no máximo onze
membros.
OBS.: Na composição do conselho de administração das companhias
abertas, é obrigatória a participação de conselheiros independentes, nos
termos e nos prazos definidos pela Comissão de Valores Mobiliários.
O estatuto poderá prever a participação no conselho de representantes
dos empregados, escolhidos pelo voto destes, em eleição direta,
organizada pela empresa, em conjunto com as entidades sindicais que
os representem.

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Diretoria: A Diretoria é composta por, no mínimo, duas pessoas físicas


e domiciliadas no Brasil. A diretoria é o órgão que representa e executa
as decisões da S.A. Como regra, são eleitos pelo Conselho de
Administração ou, se este não existir, são eleitos pela assembleia geral.
Conselho Fiscal: é composto de três a cinco pessoas físicas, mesmo
que existam auditores independentes. O Conselho Fiscal tem existência
obrigatória, mas seu funcionamento depende de convocação. Exceção:
na sociedade de economia mista o funcionamento do Conselho Fiscal é
obrigatório.
Mercado de capitais (Bolsa de Valores): é o sistema de distribuição
dos valores mobiliários cuja finalidade é a de proporcionar liquidez aos
títulos de emissão de empresas e viabilizar seu processo de
capitalização.
Valores mobiliários: são títulos de investimento que uma sociedade
anônima pode emitir para obtenção dos recursos que necessita. São
títulos de valores mobiliários: a) ações; b) debêntures; c) comercial
papers; d) bônus de subscrição; e) partes beneficiárias.

• Conceito: Ações são frações do capital social, que


conferem ao titular o direito de sócio de uma
sociedade anônima.
• Classificação das ações (LSA, art. 15): a) ações
ordinárias; b) ações preferenciais; c) ações de
AÇÕES
fruição.
• Ações ordinárias: são aquelas que conferem
direitos comuns ao acionista (ex. direito de
fiscalização, direito de participação nos lucros), bem
como o direito de voto em assembleia. Atenção! A

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sociedade anônima é obrigada a emitir as ações


ordinárias.
• Ações preferenciais: são aquelas que conferem
vantagens econômicas/preferências econômicas ao
titular. Ex: art. 17, LSA (prioridade de recebimento).
Atenção! A emissão das ações preferenciais é
facultativa.
• Ações de fruição (LSA, art. 44, § 5°): são aquelas
que conferem meros direitos de gozo e fruição,
sendo emitidas para substituir as ações ordinárias e
preferenciais que já foram amortizadas.
• Acionista controlador: é aquele que tem a
maioria das ações com direito de voto e o poder de
eleger a maioria dos administradores.
• Limite máximo de ações preferenciais sem
voto que a sociedade anônima pode emitir: até
50% (cinquenta por cento) do total de ações (art.
15, 5 2°, LSA).
Debêntures são títulos representativos de um
DEBÊNTURES contrato de mútuo, em que a sociedade anônima é a
mutuaria e o debenturista e o mutuante.
Comercial papers são títulos de curto prazo, emitidas
COMERCIAL
pelas sociedades anônimas, visando captar recursos
PAPERS
para financiar seu capital de giro.
Bônus de subscrição nada mais é que o direito de
BÔNUS DE preferência. Antes de a sociedade anônima ofertar
SUBSCRIÇÃO as ações ao público ela as oferece em primeiro lugar
para quem tem o bônus de subscrição.

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Partes beneficiárias são títulos negociáveis, sem


valor nominal e estranhos ao capital social. Logo, os
PARTES
titulares de partes beneficiárias não são os sócios. As
BENEFICIÁRIAS
partes beneficiárias conferem aos titulares, direito
de crédito eventual (participação dos lucros anuais).

Unipessoalidade: a sociedade anônima pode ser unipessoal quando se


tratar de empresa pública (quando o Poder Público que a criou for seu
único acionista) ou subsidiária integral. "LSA, art. 251. A companhia
pode ser constituída, mediante escritura pública, tendo como único
acionista sociedade brasileira."
Subsidiária Integral: é um tipo de sociedade anônima que admite um
único acionista que, necessariamente, será uma sociedade nacional. Ex:
Transpetro (possui um único sócio que é a Petrobrás).
Sociedade de Economia Mista: são pessoas jurídicas de direito
privado integrantes da Administração Indireta, criadas por meio de lei
específica autorizatária, para a prestação de serviços públicos ou a
exploração de atividades econômicas, contando com um capital misto,
constituídas sob a modalidade empresarial S.A. (sociedade anônima).
Exemplos de sociedade de economia mista: Banco do Brasil; Petrobrás.

• O capital social desta modalidade de empresa estatal é misto, ou


seja, parte público e parte privado. Muito embora o capital seja
misto, o capital votante (maioria do capital) deve estar nas mãos
do Poder Público.
• A sociedade de economia mista só pode ser constituída na forma
de sociedade anônima

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2.4 SOCIEDADES DEPENDENTES DE AUTORIZAÇÃO

Sociedades dependentes de autorização são aquelas que precisam de


prévia autorização do Poder Executivo para começar a funcionar:
• Instituições financeiras;
• Operadoras de planos de seguros privados;
• Operadoras de planos de saúde;
• Empresas de segurança e de transporte de valores;
• Sociedades estrangeiras.

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