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INSTITUTO DE ENSINO DE SEGURANÇA DO PARÁ

CURSO SUPERIOR DE POLÍCIA E BOMBEIROS MILITAR/CSPBM/2020


“Especialização em Gestão Estratégica em Defesa Social”

MULHERES NA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO PARÁ: principais adversidades


enfrentadas pelas policiais no âmbito institucional

Marituba/PA
2020
2

Mulheres na Polícia Militar do Estado do Pará: principais adversidades enfrentadas pelas


policiais no âmbito institucional1

NOME DO ALUNO EM ODEM ALFABÉTICA2

RESUMO
O presente projeto tem por objetivo analisar as principais adversidades enfrentadas pelas
policiais mulheres, oficiais e praças, da Polícia Militar do Estado do Pará (PMPA) no âmbito
institucional. Dificuldades estas a serem reveladas por meio da análise de questionário a ser
respondido pelas policiais militares pertencentes ao efetivo do 2° Batalhão de Polícia Militar.
Para isso a presente pesquisa apresenta caráter exploratório e uma abordagem qualitativa,
tendo o método comparativo que nos permitirá verificar diferenças e semelhanças
apresentadas pelas respostas coletadas. Possibilitando-nos elencar aquelas que forem citadas
com maior frequência pelas policiais, verificando a existência ou não de uma similaridade
entre as dificuldades das mulheres oficiais e das praças realizando, ainda uma análise que
permita verificar como a instituição tem trabalhado para dirimir os entraves para a atuação
feminina na corporação. O presente projeto também leva em consideração as bibliografias que
tratam da presença da mulher em instituições policiais militares e que também se
preocuparam em revelar os impasses na atuação profissional e seus enfrentamentos.
Palavras-chave: Mulheres policiais militares; Polícia Militar do estado do Pará (PMPA);
Adversidades policiais. Dificuldades
ABSTRACT

Women in the Military Police of Estado do Pará: mains adversities faced by the women
police officers at the institutional environment

The present project aims to find out and analyze the main adversities faced by women police
officers, officers and soldiers, of the Military Police of Estado do Pará (PMPA) at the
institutional environment. Difficulties to be revealed through the analysis of a questionnaire to
be answered by the military police officers from the 2nd Military Police Battalion. For this,
the present research has an exploratory character and a qualitative approach, using the
comparative method that will allow us to verify differences and similarities presented by the
collected responses. Enabling us to list those that are most frequently cited by the women
police, checking the existence or not of a similarity between the difficulties of the official
women and the soldiers, and realizing also an analysis that allows to verify how the institution
has been working to solve the obstacles for the female performance in the corporation. The
present project also considers the bibliographies that deal with the presence of women in
Miliary Police institutions and that were also concerned with revealing the impasses in
professional performance and their confrontations.
Key words: Women Military Policies; Military Police of Estado do Pará (PMPA); Police
Adversities.
1
Projeto de Artigo Científico apresentado ao Instituto de Ensino de Segurança do Pará- IESP, como requisito
avaliativo da disciplina Metodologia Científica I para a conclusão do Curso
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX/ Instituto de Ensino de Segurança do Pará, Marituba, 2020.
2
Oficial da XXXXXXX, aluno do curso xxxxxxxxxxxxxxxxxxx.
3

1 INTRODUÇÃO

O ingresso da mulher no mercado de trabalho é marcado por disparidades em relação


às condições e reconhecimento do trabalho feminino, sendo por diversas vezes subjugado.
(Fazendo) Isso faz com que as mulheres tenham que exercer suas atividades laborais com
muito mais empenho que os homens, fato este proveniente de uma cultura patriarcal que
perdura na sociedade. Mentalidade esta, confirmada pelo relatório do Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) que revela que o preconceito contra mulheres é
relevantemente alto, e que tal preconceito parte tanto de mulheres como de homens (PNUD,
2020).

É verdade que muito se evoluiu em relação à inserção da mulher no mercado de


trabalho, nas forças armadas e nas policiais militares isso não foi diferente. A Polícia Militar
do Estado do Pará (PMPA), atendendo a uma tendência nacional de ingresso de mulheres em
instituições policiais militares, não se furtou desta nova possibilidade de efetivo, tendo no ano
de 1982 a primeira turma admitindo mulheres, cuja regulamentação se deu pelo Decreto
Estadual nº 2.030, de 15 de Dezembro de 1981, criando na Polícia Militar do Estado do Pará,
o Pelotão de Polícia Feminino (LEITE, 2013).

Passados 38 anos desde o ingresso da primeira turma de policiais militares mulheres


na PMPA, a corporação apresenta um contingente feminino desenvolvendo suas atividades
nas diversas áreas de atuação policial militar, profissionais estas que vivenciam as
dificuldades próprias da profissão, e também, as dificuldades de serem mulheres num
ambiente predominantemente masculino, onde a liderança ainda é muito associada à imagem
do homem, conforme Santos e Antunes (2011):

A masculinidade hegemônica insere no contexto das relações de gênero uma


polarização e faz com que as crenças estereotipadas atribuídas às mulheres sejam
consideradas negativas, impedindo-as de assumirem cargos de comando nas
organizações e desqualificando-as para os papéis de liderança (...) ( SANTOS;
ANTUNES, 2011, p. 2).

Assim, a escolha do tema: Adversidades enfrentadas pelas Mulheres Policiais


Militares na Polícia Militar do Pará no âmbito institucional é fruto de uma inquietação
destes discentes do Curso de Formação de Oficiais (CFO) da PMPA, onde alunas que estão
4

tendo suas primeiras experiências no ambiente policial militar e outras que já pertenciam à
corporação, como praças, compartilham suas experiências no âmbito institucional.

Percebeu-se que o debate, sobre as dificuldades, deve ultrapassar o limite de conversas


casuais entre as militares, pois uma vez relacionando e qualificando tais dificuldades, será
possível fomentar o debate acerca deste tema, abrindo possibilidades para que tais
inconvenientes possam ser trabalhados em âmbito institucional, viabilizando estratégias
minimizadoras. Para tanto, faz-se necessário que tais dificuldades sejam reveladas e
analisadas, correspondendo ao problema de pesquisa: Quais as principais adversidades
enfrentadas pelas policiais mulheres oficiais e praças da PMPA no âmbito institucional?

O presente projeto de pesquisa justifica-se pela importância de elencar as dificuldades


que servem de entrave para a atuação policial feminina, pois a identificação dessas
dificuldades, poderá propiciar o desenvolvimento de um ambiente social de trabalho mais
equânime para a ação da mulher policial militar. Uma vez que um ambiente desigual entre
homens e mulheres possui uma esmagadora capacidade de não só afetar a carreira
profissional, mas todo o desenvolver de uma instituição, inclusive o papel a que essa se
propõe. “Tal concepção é concretamente nociva já que, além de subestimar, rejeitar e
discriminar o produto laboral em função de uma segregação sexual, fragiliza, desmotiva e
prejudica a produção/produtividade do segmento em questão” (OLIVEIRA; FERREIRA,
2013, p. 1).

Além de documentar, a partir das respostas das policiais militares, as dificuldades que
são vivenciadas por mulheres policiais, no desempenho de suas funções,. Ccomo hipótese ao
futuro artigo é afirmado que: as dificuldades a serem reveladas pelas policiais da PMPA são
similares a outras apontadas em ambiente institucional militar.

Dentro dessa perspectiva de conhecer e de minimizar as dificuldades enfrentadas pelas


policiais militares no âmbito institucional, Cappelle e Melo (2010) conseguiram
objetivamente pontuar algumas dificuldades enfrentadas pelas policiais militares da Polícia
Militar de Minas Gerais, quanto à atuação no serviço operacional, Ddentre as quais se
destaca: a falta de estrutura física capaz de atender as necessidades básicas (fisiológicas) das
policiais; o preconceito que gera discriminação por parte dos companheiros de trabalho; e
piadas sobre a atuação feminina, menosprezando-as, configurando o assédio moral que por
vezes se manifesta na forma de assédio sexual.
5

Considerando que Em 2015 a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou a


Agenda Universal 2030, com planos de ação para pessoas, para o planeta e para a
propriedade. Esse documento é composto por 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
(ODS), dentre os quais o 5º ocupa-se com a busca da igualdade de gênero e empoderamento
de mulheres e meninas. Busca-se também levantar o papel da instituição enquanto promotora
de um ambiente imparcial e justo à atuação feminina na instituição, minimizando as
dificuldades geradas pelas desigualdades de gênero (ONU, 2015).

A partir da desta pesquisa, espera-se obter um número significativo de respostas das


policiais militares, por meio das quais seja possível elencar as principais dificuldades
vivenciadas pelas policiais da PMPA e nesse contexto apontar ações futuras para a construção
de um ambiente institucional mais propicio. Estabelecendo ainda, o debate acerca de como
essa instituição tem trabalhado pra melhorar este cenário ao longo dos anos, além de chamar a
atenção para um tema que muitas vezes fica restrito às próprias policias que confidenciam
entre si as dificuldades de ser mulher em um ambiente onde a figura masculina é
predominante. Assim como auxiliar na implantação de diretrizes futuras para uma evolução
positiva da PMPA perante a igualdade de gêneros, como aponta a ONU (2015).

Nesse âmbito, o Objetivo Geral deste trabalho é analisar as principais dificuldades


enfrentadas pelas policiais mulheres, oficiais e praças, da Polícia Militar do Estado do Pará no
âmbito institucional. Com os seguintes Objetivos Específicos: i) Apresentar as principais
dificuldades percebidas por mulheres em ambiente institucional policial militar elencadas a
partir de fontes bibliográficas e em relação à PMPA; e, ii) Apontar o papel institucional na
igualdade de gênero na PMPA.

2 METODOLOGIA

A presente pesquisa levou em consideração o efetivo feminino da PMPA atuante no 2º


Batalhão de Polícia Militar3 “Batalhão Tiradentes”, pertencente ao Comando de Policiamento
da Capital I (CPC I), tanto da área administrativa, quanto no serviço operacional. Atualmente,
segundo dados do Sistema Integrado de Gestão Policial 4 (SIGPOL), o efetivo ativo da PMPA
3
O 2° Batalhão de Polícia da PMPA engloba como áreas de policiamento bairros como Reduto, Umarizal,
Cidade Velha, Campina, Comércio, Fátima, São Braz e Nazaré pertencentes à capital paraense.
4
O SIGPOL é o Sistema Integrado de Gestão Policial da PMPA, ferramenta institucional que possibilita dentre
outras ações o controle do efetivo de toda a corporação. Todos os dados obtidos datam de 11 de maio de 2020.
6

soma um total de aproximadamente 15.726 policiais militares, entre homens e mulheres e que
deste total: 1.590 são mulheres (10,1%), divididas entre 133 oficiais e 1.457 praças.

Considerando que o efetivo do 2º Batalhão soma 313 policiais prontos para o serviço,
conforme o mapa do efetivo da unidade atualizado em 04 de maio de 2020, disponibilizado
via SIGPOL, destes apenas 40 são mulheres. Assim, a pesquisa terá como amostra máxima 40
policiais femininos, uma quantidade significativa para a obtenção das informações
pretendidas, levando em consideração ainda, as característica da unidade que elas atuam, um
batalhão de grande representatividade na capital paraense, que atende as mais variadas
ocorrências desde pequenos furtos a grandes manifestações populares, onde a atuação policial
militar possui grande destaque na prevenção da criminalidade.

Quanto ao ponto de vista dos objetivos desta pesquisa, a mesma tem caráter
exploratório e uma abordagem qualitativa, tendo como ferramenta o método comparativo que
permitirá verificar diferenças e semelhanças apresentadas pelas respostas coletadas, com o
objetivo de obter melhor compreensão do objeto em estudo, através de questionários
respondidos pelas Policiais Militares pertencentes a diferentes postos e graduações. “o termo
qualitativo” implica uma partilha densa com pessoas, fatos e locais que
constituem os objetos da pesquisa, com o fato de extrair desse convívio os significados
visíveis e latentes que somente são perceptíveis por meio de uma atenção mais sensível por
parte do investigador” (CHIZZOTTI, 2003, p. 221). Já o estudo exploratório proporciona
familiaridade com o problema, além de aprimorar ideias ou descobertas de intuições (GIL,
2008).

Considerando que “a pesquisa bibliográfica é um apanhado geral sobre os principais


trabalhos já realizados, revestidos de importância, por serem capazes de fornecer dados atuais
e relevantes relacionados ao tema” (MARCONILAKATOS, 2003, p. 158), a pesquisa
bibliográfica tem sido primordial, por proporcionar conhecimentos que vão além dos
vivenciados por estas alunas no CFO, mostrando um cenário onde autores, principalmente
autoras, demonstram interesse pelo tema em questão, fomentando o debate quanto a atuação
de policiais militares mulheres e suas dificuldades, tanto na PMPA quanto em Policiais
Militares de outros Estados. Lança-se mão, também, da tabulação para melhor verificar as
respostar que tenham proximidade ou similaridade. Propiciando maior compreensão e
interpretação de maneira eficaz (MARCONI; LAKATOS, 2003).
7

O presente estudo contará com questionário de doze perguntas a serem respondidas por
mulheres policiais militares pertencentes ao 2° Batalhão da PMPA, oficiais e praças (APÊNDICE A).
O mesmo será composto tanto por perguntas fechadas como abertas, permitindo objetividade e maior
liberdade das entrevistadas ao relatarem suas experiências no âmbito institucional.

Serão prestados todos os esclarecimentos necessários às participantes. O questionário, assim


como o termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO A), será disponibilizado via online
por aplicativo de aparelho celular, por meio da ferramenta Google Forms, no período de 01 a 15 do
mês junho de 2020.

3 A MULHER NA ATIVIDADE POLICIAL MILITAR

Leite (2013), que vivenciou a realidade da policial militar do Estado do Pará, desde o
ingresso da primeira turma feminina na década de 1980, hoje Capitão da reserva remunerada
da PMPA, também se preocupou em destacar as dificuldades que as policiais militares
enfrentavam, ao entrevistar militares pertencentes a primeira turma de policiais feminino da
PMPA:

(...) Cinco (5) se reportaram às dificuldades: ausência de banheiros adequados às


particularidades femininas, não poder amamentar os filhos devidos às escalas de
serviço, não poder escolher quartéis mais próximos do domicílio devido à
amamentação, uma oferta de psicólogos e psiquiatras aquém das necessidades do
efetivo não só feminino como geral , ausência de creches onde pudesse deixar os
filhos para trabalhar e também um paradoxo: o mesmo serviço administrativo
vantajoso para algumas é um entrave para outras pois cerceia as opções de carreira.
(LEITE, 2013, p. 48).

Evidencia-se, portanto, que o problema do qual o presente projeto trata, encontra um


aparato bibliográfico que dá sustentação ao que se propõe neste projeto. Pois a bibliografia
aqui estudada, nos dá uma visão prévia do que poderemos obter por meio da aplicação da
pesquisa aqui em evidência.

Dificuldades estas que se mantém por diversos fatores, inclusive por pensamentos
retrógrados que perduram até os dias atuais. Ribeiro (2018), ao entrevistar homens policiais
militares, sobre como percebem a atuação feminina no serviço policial, chegou à conclusão
que existe um imaginário em relação às mulheres, onde os entrevistados acreditam que, por
questões físicas, as mulheres não se enquadram a atividades que envolvam perigo, e que ao
assumirem função hierarquicamente superior devem estar muito mais preparadas
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intelectualmente que os homens, ainda que para ambos as exigências sejam as mesmas, e para
o serviço policial operacional as mulheres devem aproximar sua atuação a do masculino.

Capelle e Melo (2010) ressaltam as relações de poder e gênero dentro da instituição


como pontos cruciais para o desenvolver das dificuldades, destacam ainda que para que as
policiais sejam respeitadas em sua atuação profissional, devem agir de maneira masculina,
abrindo mão de sua feminilidade, aproximando-se ao máximo do comportamento masculino.

Trabalhos estes que reforçam a declaração dada por Samira Bueno (2017), diretora-
executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que ao falar das profissionais de
segurança pública, em entrevista ao Movimento Mulher, ressaltou que nesta área de atuação
profissional a questão não é salarial e sim a existência de uma mentalidade de que a mulher
não é compatível com o serviço operacional, resultando que funções de comando estejam
prioritariamente ocupadas por homens.

Dentro da perspectiva de um ambiente que proporcione oportunidades iguais para


homens e mulheres, este trabalho foi pautado neste aparato bibliográfico que também
remetem às dificuldades enfrentadas pelas mulheres num cenário predominantemente
masculino e que necessita ser debatido fomentado no âmbito acadêmico.

3.1 IGUALDADE DE GÊNERO EM AMBIENTE PROFISSIONAL

É preciso considerar que questões de gênero, refere-se a construção cultural acerca do


papel de homens e mulheres na sociedade, papeis estes que foram estabelecidos culturalmente
e que vêm se transformando ao longo dos anos, dadas as transformações sociais, estimulando
a inserção e consolidação da mulher no mercado de trabalho.

Essa consolidação é de fato real, levantando cada vez mais o debate quanto ao direito
de oportunidades iguais para homens e mulheres. Neste sentido, além da própria constituição
que traz essa garantia de igualdade, outras ferramentas surgem a fim de manter um ambiente
equânime, dentre as quais destaca-se a busca pela igualdade de gênero e empoderamento de
mulheres e meninas, que compõe os objetivos traçados pela Agenda Universal 2030, lançada
pela ONU em 2015.
9

Dentro dessa perspectiva de igualdade de gênero, faz-se necessário criar ações que
busquem esse empoderamento em todo os níveis sociais.

(...) é necessário que os Estados garantam internamente a efetivação dos direitos das
mulheres internacionalmente anunciados. Assim, espera-se que as tratativas
internacionais de gênero sejam incorporadas às práticas e realidades nacionais,
reconhecendo as especificadas e interseccionalidades das mulheres, em especial
àquelas que se encontram em situações de maior vulnerabilidade, (...) (SOUSA,
2018, p. 53).

Para que medidas sejam de fato adotadas em busca da igualdade de gênero, é


importante que se leve em consideração os reflexos que esta traz para a sociedade, reflexos
esses que ultrapassam o desempenho laboral do indivíduo, alcançando dimensões importantes
na sociedade, pois a igualdade de gênero não é apenas uma questão de direito, uma vez que
em instituições com maior igualdade de gêneros, maior também é a produtividade, conforme
relatório do Banco Mundial sobre o Desenvolvimento Mundial: Igualdade de Gênero e
Desenvolvimento:

A igualdade de gênero representa uma economia inteligente: ela pode aumentar a


eficiência econômica e melhorar outros resultados de desenvolvimento de três
maneiras. Primeiro, removendo barreiras que impedem as mulheres de ter o mesmo
acesso que os homens têm à educação, oportunidades econômicas e insumos
produtivos podem gerar enormes ganhos de produtividade — ganhos essenciais em
um mundo mais competitivo e globalizado. Segundo, melhorar a condição absoluta
e relativa das mulheres introduz muitos outros resultados de desenvolvimento,
inclusive para seus filhos. Terceiro, o nivelamento das condições de competitividade
— onde mulheres e homens têm chances iguais para se tornar social e politicamente
ativos, tomar decisões e formular políticas — provavelmente gerará no decorrer do
tempo instituições e escolhas de políticas mais representativas e mais inclusivas,
levando assim a um melhor caminho de desenvolvimento (...) (BANCO MUNDIAL,
2012, p.3).

Percebe-se, portanto, que a valorização da mulher de maneira a garantir oportunidades


equânimes em relação ao homem, reflete de maneira decisiva no futuro da sociedade. Uma
vez que a mulher não é apenas uma mão de obra isolada em determinado setor, pois seu
crescimento pessoal e profissional se reflete na economia, na educação e principalmente na
qualidade de vida de uma sociedade, daí a necessidade de políticas públicas que promovam a
igualdade de gênero e a aproximem da realidade, não sendo apenas um ideal, uma vez que
“(...) o prejuízo social estende-se para além da fronteira do mundo do trabalho, atingindo a
própria reprodução da sociedade e da qualidade de vida da população” (SERPA, 2010, p. 14).

4. Resultados esperados
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5. CRONOGRAMA

O presente trabalho conta com o seguinte cronograma (Quadro 1).

Quadro 1. Cronograma de realização do Projeto de Pesquisa em 2020.


FEV- ABR
ETAPAS JUN JUL AGO
MAR MAI
Levantamento bibliográfico X
Fichamento de textos X
Organização de questionário X
Entrega do Projeto
Aplicação e Tabulação de dados X
Entrega do protótipo do artigo científico
Organização de roteiro e redação do
X
trabalho
Revisão redação final X
Entrega Aguardando definição

REFERÊNCIA

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de


1988. Disponível em: <http://www.mec.gov.br. Acesso em 15 de fevereiro de 2020.

BANCO MUNDIAL. Relatório sobre o desenvolvimento mundial: igualdade de gênero e


desenvolvimento, 2012. Disponível em: www.gov.br/mdh/pt-br/navegue-por-temas/politicas-
para-mulheres/arquivo/assuntos/conselho/relatorio-sobre-desenvolvimento-mundial-2012-
2013-201cigualdade-de-genero-e-desenvolvimento/view . Acessado em 14 de maio de 2020.

BUENO, S. Apenas 13,5% dos profissionais de segurança pública são mulheres, diz
especialista, 2017. MOVIMENTO MULHER Disponível em:
<http://movimentomulher360.com.br/arquivos/1401>. Acesso em: 13 de abril de 2020.

CAPPELLE, M.C. A.; MELO, M. C. O. L. Mulheres policiais, relações de poder e de


gênero na polícia militar de Minas Gerais. In: Revista de Administração Marckenzie –
RAM, v. 11, n. 3, 2010, pp. 71-99.

CHIZZOTTI, A. Pesquisa qualitativa em Ciências Humanas e Sociais. Petrópolis: Vozes,


2003. 144p.

GIL, A. C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2008.

LEITE, M. M. Origens sociais e trajetórias profissionais das primeiras mulheres policiais


pertencentes ao círculo de oficiais da polícia militar do Pará. Dissertação de Mestrado (em
11

Defesa Social e Mediação de Conflitos). UFPA 2013. Disponível em:


<ppgsp.propesp.ufpa.br/ARQUIVOS/teses_e_dissertacoes/dissertacoes/2011/201108%20-
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OLIVEIRA, F. M.; FERREIRA, M. L. A. A dinâmica do trabalho policial feminino.


EFDeporteDigital.com. Publicado em novembro de 2013. Disponível em:
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em: 28 de abril de 2020.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Transformando Nosso Mundo: A Agenda
2030 para o Desenvolvimento Sustentável. ONU: 2015. Disponível em: nacoesunidas.org/wp-
content/uploads/2015/10/agenda2030-pt-br.pdf. Acesso em: 14 de março de 2020.

PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO. Quase 90% das


pessoas no mundo têm alguma forma de preconceito contra as mulheres. Publicado
em 11 março 2020. Disponível em:
https://www.br.undp.org/content/brazil/pt/home/presscenter/articles/2019/quase-90--das-
pessoas-no-mundo-tem-alguma-forma-de-preconceito-c0.html/ Acesso em: 13 de abril de
2020.

RIBEIRO, L. Polícia Militar é lugar de mulher? In.: Revista Estudos feministas,


Florianópolis, v. 26, n. 1, e43413, 2018.

SANTOS, J. C. S; ANTUNES, E.D. D. Relações de Gêneros e Liderança nas


Organizações: Rumo a um Estilo Andrógino de Gestão. In GPR 2011. III Encontro de
Gestão de Pessoas e Relação de trabalho. Joao Pessoa – 2011.
SERPA, N. C. A inserção e a Discriminação da Mulher no Mercado de Trabalho:
Questão de Gênero. Disponível em:
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SOUSA, T. B. C. A Agenda 2030 da ONU e a busca pela igualdade de gênero, 2018.
Monografia, bacharelado em relações internacionais da Universidade de Brasília. UNB 2018.
12

APÊNDICE A - PESQUISA DESTINADA ÀS MULHERES POLICIAIS MILITARES


As Principais Adversidades Enfrentadas Pelas Policiais Militares no Âmbito
Institucional.
A presente pesquisa tem o intuito de levantar quais são as principais adversidades
enfrentadas pelas mulheres policiais no âmbito institucional. Servindo de base para a produção
do Artigo Científico que será apresentado à Academia de Polícia Militar “Cel Fontoura” como
requisito básico para a conclusão do Curso de Formação de Oficiais da Polícia Militar do Estado do
Pará, cujo tema é MULHERES NA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO PARÁ:
principais adversidades enfrentadas pelas policiais no âmbito institucional.

1. A que quadro você pertence na PMPA?


( ) OFICIAL ( ) PRAÇA
2. A quantos anos você pertence à corporação?
( )0à5 ( ) 15 à 20
( ) 5 à 10 ( ) 20 à 25
( ) 10 à 15 ( ) 25 ou mais
3. Em que área está atuando predominantemente?
( ) OPERACIONAL ( ) ADMINISTRATIVO
4. Você já ouviu comentários (piadas), por parte de seus companheiros de trabalho,
que desacreditem a conduta feminina no ambiente policial militar?
( ) SIM ( )NÃO
5. Já teve a impressão de estar sendo avaliada ou até mesmo testada, por ser
mulher, em sua atuação profissional por seus companheiros de trabalho?
( ) SIM ( )NÃO
6. No decorrer da carreira precisou adotar condutas menos feminina para se
adequar à profissão?
( ) SIM ( )NÃO
7. O que você aponta como maior dificuldade de ser uma mulher em uma
instituição predominantemente masculina?
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_____________________________________________________________________
8. Qual a área da sua vida pessoal é mais difícil de conciliar à vida profissional pelo
fato de ser uma mulher policial?
( ) LAZER ( ) CASAMENTO/NAMORO ( ) FILHO(s)
( ) ESTUDOS ( ) CURSOS E TREINAMENTOS
( ) OUTROS:________________________________________________________
9. Por que essa área é mais difícil de conciliar com a vida profissional?
________________________________________________________________________
10. Você consegue perceber por parte da instituição medidas para valorização da
mulher policial militar?
( ) SIM ( )NÃO
11. Caso sim, exemplifique.
________________________________________________________________________
12. Hoje poucas mulheres assumem posição de comando na PMPA, em sua opinião a
que se deve isso?
( ) Questões de Gênero
( ) Questão cultural
( ) Outros motivos: ____________________________________________________
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ANEXO A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

INSTITUTO DE ENSINO DE SEGURANÇA DO PARÁ


Nome do Curso

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Eu, ________________________________________________, participante da pesquisa


com tema intitulado MULHERES NA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO PARÁ:
principais adversidades enfrentadas pelas policiais no âmbito institucional, considero que
estou suficientemente esclarecida sobre a natureza, a finalidade, os métodos e os objetivos
sociais da referida pesquisa, assim como dos benefícios sociais e riscos que poderão ser
gerados com seus resultados ao desenvolvimento dos serviços de Segurança Pública à
sociedade paraense e ao conhecimento científico em geral. Diante de tais esclarecimentos,
autorizo minha participação voluntária como sujeito da informação deste estudo.

Belém/PA, ___de junho de 2020.

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