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ANEXO I

PROJETO ARTÍSTICO A SER PROPOSTO PARA O XIV SALÃO ÚNICO DE ARTE CONTEMPORÂNEA

Título: IMPRESSÕES DA AUSÊNCIA


Artista: RICARDO DICASTRO
Técnica: Monotipia
Memorial Descritivo: Uma série de seis Monotipias em tamanho A3, técnica que dialoga
pintura e gravura, às quais também são adicionados recortes em papel em seu processo,
silhuetas manipuladas de forma manual ou digital, recortadas e dispostas no ato da
impressão sobre as matrizes de acetato pintadas a óleo, criando um contorno preciso em
contraste com uma paisagem onde as tintas mesmo mantendo algumas formas se misturam,
se apagam e se completam no ato de criação, a região em contato com o recorte de papel é
isolada, demarcando sua ausência, um pedaço do papel intacto transfere e imprime a
sensação de que algo falta, ou deveria estar ali presente.
A série em questão tem como tema principal o recorte de animais em risco de
extinção, Ararinha-azul, Gato-vermelho ou Gato-maracajá, Sagui-de-tufos-brancos, entre
outros, todos endêmicos do Bioma Caatinga, este representado por seu colorido crepúsculo,
paisagens cheias de vida de um ecossistema extremamente rico e imensamente vasto,
exclusivamente brasileiro, e que geográfica e culturalmente atravessa cerca de 70% da região
Nordeste até o Norte de Minas Gerais. Suas características são presentes e tem influência
direta no cotidiano Nordestino e Sertanejo.
Natural Da cidade de Juazeiro, Bahia, cidade essa que faz fronteira com Petrolina,
Pernambuco, onde resido, transito frequentemente entre as duas cidades, seja por motivo
de estudo ou trabalho. Ambas separadas pelas águas do Rio São Francisco, recurso natural
de grande importância para as comunidades ribeirinhas e região. Elementos como a água,
homem e natureza, sociedade e meio-ambiente, sempre estiveram presentes na maioria de
minhas poéticas, talvez pela relação de pertencimento, provocações que me atravessam,
misturam-se entre processos e pesquisas de materiais, assim sendo transferidas aos
trabalhos. Espero através das obras estimular a reflexão crítica sobre a invisibilidade, seja ela
de corpos ou cenários, evidenciados por silhuetas em branco sobre o resíduo impresso de
pinturas que fazem referência e retratam elementos e paisagens da natureza regional.
Como Estudante de Arte, Artista, Pesquisador, graduando do curso de Licenciatura
em Artes Visuais na Universidade Federal do Vale do São Francisco – UNIVASF, Campus
Juazeiro-BA, e diante de tantas catástrofes socioambientais, sobretudo nos últimos anos,
como queimadas, rompimento de barragens, enchentes, mais recentemente a pandemia de
COVID-19, entre outras, vejo como necessário que estudantes, produtores de Artes, Artistas,
levantem discussões sobre tais questões amplamente.

“Uma das muitas coisas que aprendemos com o choque global da COVID-19 é como a
humanidade está intimamente ligada à Natureza. Um agente patogênico carregado
pela vida selvagem infectou mais de 70 milhões de pessoas, interrompeu cadeias de
suprimentos globais, revelou injustiças sociais e expôs novas vulnerabilidades em
nossos sistemas financeiros: os custos de nosso relacionamento rompido com a
natureza estão surpreendentemente nítidos.”
Artigo: A natureza será protagonista em 2021? Veja como a pandemia nos mostrou
que a natureza está em tudo. (Site – The Nature Conservancy)

Relacionar Artes e meio-ambiente como agente mediador para reflexão sobre a


necessidade de preservação, fatores que refletem na perda de ecossistemas e extinção de
espécies endêmicas, entre outros aspectos socioambientais são importantes e fundamentais
para a problematização, sensibilização e conscientização.

“À medida que definimos nossa visão coletiva no sentido de uma recuperação global
em 2021, reconhecer e tomar decisões baseadas na importância da natureza será
essencial para construir um mundo melhor. Seja para nossa saúde física ou financeira,
está claro que precisamos da natureza agora.”
Artigo: A natureza será protagonista em 2021? Veja como a pandemia nos mostrou
que a natureza está em tudo. (Site – The Nature Conservancy)

“Impressões da ausência” instiga através de sua poética a percepção subjetiva de contextos


pessoais e coletivos, partindo do diálogo entre arte e meio-ambiente com o tema de animais
em risco de extinção, atravessando uma poética que evidencia apagamentos, provocando a
reflexão de fatores que contribuem para o desaparecimento, incentiva e encoraja a
curiosidade, o despertar pelo que é a primeira vista desconhecido, pelo que foi ou pode ser
perdido. O que ao seus olhos é ausente ou falta dentro do contexto o qual faz parte ou está
inserido?

Especificações técnicas: As monotipias poderão ser expostas emolduradas de forma


convencional ou a depender da minha disposição de tempo, no formato de instalação, em
uma das quinas das paredes da galeria, onde seria realizada uma intervenção ou pintura
mural com a mesma temática, representando veados-catingueiros e alguns peixes pacamãs
ao chão, animais também em risco de extinção endêmicos do Bioma Caatinga e do Rio São
Francisco. Dessa forma as molduras seriam suspensas por fios de nylon, flutuando na
paisagem pintada. Alguns elementos podem ser adicionados ou não como um tronco
coletado de tombamento ou desmatamento. Segue abaixo ilustração do projeto no caso de
instalação e imagens das obras.
Projeto para instalação “Impressões da Ausência”.
Sssdfd

Sagui-de-tufo-branco (Callithrix jacchus)


Ararinha-azul (Cyanopsitta spixii)
Soldadinho-do-Araripe (Antilophia bokermanni)

AS
Calango-de-cauda-verde (Ameivula venetacaudus)
Gato-vermelho (Herpailurus yagouaroundi)
Tatu-Bola (Tolypeutes tricinctus e Tolypeutes matacus)
REFERÊNCIAS

https://www.tnc.org.br/conecte-se/comunicacao/artigos-e-estudos/a-natureza-sera-
protagonista-em-2021/?gclid=Cj0KCQjw94WZBhDtARIsAKxWG--
YkzViQqZl4hDpBM4BN4AosmGw7MlwUq4tgC6GK9IDdVU7uKZJMBoaAn2lEALw_wcB
https://brasilescola.uol.com.br/brasil/caatinga.htm

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