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Suoli Bortoli11

João Arlindo tloM Sn11to,, Nolu


Rovlhrnn Jot1ó da Sllvn
(Org.)

MEDIAÇÃO ORAL
DA INFORMAÇÃO
E DA LEITURA

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1


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LONDRINA- PR
2015
8

ao uso da voz presencial ou midiatizada nos ambientes sociais ou C1111flu/o I


na vida privada.
Constata-se que os avanços tecnológicos têm colocado
à disposição, tanto dos imigrantes digitais, quanto dos nativos
digitais, recursos utilizando o suporte vocal. Assim, buscamos
provocar reflexão em profissionais das áreas envolvidas com a MEDIAÇÃO DA INfORMAÇAO:
mediação da informação e da leitura a respeito da necessidade de um conceito atuallzado
se pensar a oralidade, além do improviso, da casualidade, mas no
âmbito profissional, do uso ético que se faz em prol de um indivíduo
ou de uma comunidade que, cada vez mais, está indo ao encontro Oswaldo Francisco de Almeida Júnior
de informação por meio da leitura crítica e diversificada.
Nesta obra reunimos vozes e discursos múltiplos sobre
a mediação oral da informação e da leitura, a fim de proporcionar Nossa relação física, concreta, sensorial com o mundo é
ao leitor diferentes posições teórico-ideológicas existentes entre os muito pequena. É quase inexistente se o parâmetro for a infinita
pesquisadores da temática, mas que convergem na importância da possibilidade de contatos e a enorme gama de espaços a serem
oralidade voltada ao âmbito profissional, independente da área e ou conhecidos. Basicamente, nosso contato resume-se aos trajetos e
espaço em que aconteça. caminhos que usamos para chegar ao local de trabalho e à escola,
no caso dos que estão estudando.
Nossos gostos nos remetem para a seleção de
determinadas formas de lazer e de entretenimento. Há os que
preferem o cinema, outros o videogame, outros o teatro, outros
ainda a música; também há aqueles que optam pelas exposições
de artes plásticas, de passeios pelos parques das cidades (quando
não foram destruídos em nome do progresso ou de necessidade
de espaços para moradia, etc.), de caminhadas,
• de viagens. Até
mesmo a leitura pode ser incluída no rol dessas escolhas.
Conversar com colegas em bares ou restaurantes é uma
opção frequente. Quando da decisão pelo local em que se dará o
encontro, é comum que as pessoas se entreolhem buscando no
10 Almeida Júnior Mediação da JnformaçSo... li

outro a solução para o impasse. A indicação recai, invariavelmente, Nós o conhecemos pelos oll1nH clon m1iloi., 1H'1M u
no local de sempre, o mesmo, aquele ao qual já se está habituado. conhecemos mediado r>olos 01110!-1 cios ottl1 na
Assim, retornando, nossa relação física, concreta com Sei do fntos quu oc:011111,1111 .1 pn11r o, rln ,111110 ifl,Jil 1Jc1
o mundo é mínima. Pouco conhecemos dele. Mais um agravante: mundo, pela lolovlsl'to, ruia 1étdlt1, ún vn, rm, pnl1110I.ilu 1l11111i1 11111l[t•i
os caminhos que cotidianamente percorremos, o fazemos em um ou por ter ouvido a convuI1,n u11lI1J llol11 l111Iv1n1111IIJ11 ptPi11,11111lrr11, dn
1

determinado período, em um horário fixo, quase sempre o mesmo. ônibus, desconhecidos para mim. Os co1>lu111ua, i1ll111u11lo1:1, dt1I1�, P,,
Desconhecemos como é o local trilhado em outros horários. Não etc., de povos antigos, eu deles fico sabendo pelos livros, orn solo
sabemos, também, quem são os moradores, o que fazem, o que de aula, em filmes históricos. Um agravante: muitas vezes apenas
pensam da rua, do bairro, por que vivem ali, etc. Nada sabemos por indícios, por suposições.
deles. Possuem cachorros (além daqueles que vemos ou ouvimos), Experiências de vida nos são relatadas por pessoas
gatos, tartarugas; são felizes; passam por problemas? próximas, por biógrafos, nos depoimentos de pioneiros, de idosos,
Realizamos nosso itinerário até mesmo sem o perceber etc.
conscientemente. Sou levado, de maneira automática - pensando Somos dependentes dos outros na construção de nosso
no que me espera o dia, ou nos problemas que enfrento no momento, conhecimento. O mundo nos é dado - sempre parcialmente - a partir
ou sei lá em quê -, pelos caminhos que trilho sem prestar atenção dos outros, na relação com os outros. Vale a pena dizer: a partir
ao entorno, às ruas e aos acontecimentos daquele instante.
da compreensão, do entendimento que o outro faz do mundo. Ele
Os que mais viajam, mesmo assim, acabam por conhecer
determina a forma, os aspectos, os limites de cada fenômeno.
algumas (poucas) cidades e, nelas, passam poucos dias, reduzindo,
O mundo que nos é mostrado, não é um reflexo, mas uma
quase sempre, suas visitas aos espaços dedicados aos turistas e
refração (assim como a informação).
estes, como é sabido, não representam nem refletem a vida dos
Isso significa que sempre veremos o mundo de maneira
que lá habitam.
deformada, a partir desses olhares? A chave é essa: são vários
Nas ruas que percorremos usamos a mesma calçada; em
olhares e, estes, nos permitem confrontá-los, estabelecer relações,
casa, sentamos no mesmo lugar nas refeições, na mesma poltrona,
identificar interesses. O "nosso" olhar crítico possibilita uma
dentre as possíveis, na sala; dormimos no mesmo lado da cama - e
aproximação com o real (este é um termo complexo, mas, de
outras coisas que fazemos sempre de modo idêntico. Olhamos o
maneira simplista, pode ser empregado aqui).
mundo e nos relacionamos com ele a partir de um mesmo ponto
Em suma: nosso conhecimento se constrói mediado e, da
de vista.
mesma forma, somos mediadores na construção do conhecimento
Se nosso contato físico com o mundo é tão pequeno,
dos outros.
como podemos conhecê-lo?
12 Almeida Júnior Mediação da Informação ... 13

O olhar do outro é construído não só do que ele vê, mas Um exemplo de como as informações vão se construindo

\ ' ' dos seus conceitos, suas ideias, suas concepções, suas explicações
do mundo, suas experiências, suas vivências. O olhar dele não
existe sozinho, isolado, destacado, deslocado, como algo que ele
e são dependentes do acervo individual e coletivo dos sujeitos é
o estereótipo do bibliotecário. Os profissionais da área acreditam
que suas responsabilidades e fazeres são desconhecidos pela
pudesse carregar nas mãos, desvinculado de seu corpo. sociedade. Resolveríamos tal situação apenas veiculando
As informações que recebemos do mundo, sejam informações sobre a importância e o valor do bibliotecário, sua
elas mediadas por terceiros ou sensoriais (estas também são imprescindibilidade para a sociedade? O estereótipo seria quebrado
mediadas, embora de maneira diferenciada da anterior), nos levam apenas com informações sobre o trabalho desenvolvido por esse
a um entendimento, mesmo que inconsciente, desse mundo. profissional e pelos espaços em que atua?
Entendemos, aceitamos, nos posicionamos contrários, fazemos Os alunos aprovados em vestibulares para o curso de

críticas, apoiamos ações, seguimos tendências sempre com base biblioteconomia, quando se encontram com amigos, mesmo depois

nas análises que nos permite a relação com o mundo. Assim, as de alguns semestres cursados, em sua maioria, têm dificuldades

informações são dependentes dessa relação e não nos atingem para explicar, sucintamente, o que faz o bibliotecário. Titubeiam,

de maneira fechada ou imutável. Ao contrário são dependentes de gaguejam frente a perguntas do tipo: "O que você vai fazer depois
de formado? Vai trabalhar aonde? Quais serão suas tarefas? É
nossas concepções, de nosso acervo de experiências, vivências e
preciso 4 anos de estudo para fazer isso? Afinal, o que faz um
relações com o mundo. A informação precisa de cada um de nós e
bibliotecário?"
de nosso coletivo para existir, mesmo que não de maneira concreta.
No período em que ministrei na graduação a disciplina
Ela não existe "per si". A informação não nos domina.
"Fundamentos da Ciência da Informação e Biblioteconomia",
Da mesma forma, nós não dominamos a informação.
pretendia que ao final do semestre os alunos pudessem responder
Apropriamo-nos dela, tanto consciente como inconscientemente.
a algumas dessas perguntas. No início das aulas eu apresentava
Ela é objeto e sujeito, assim como, em relação a ela, também somos • 1
uma síntese do que entendo ser o fazer do bibliotecário, mesmo
objeto e sujeito.
que o entendimento da amplitude desse fazer não ficasse tão claro.
A informação vai se construindo, se impregnando de
Esperava que durante o semestre, com as discussões, leituras
intenções, interesses, desejos, valores. Ela carrega embates, lutas
etc., os alunos pudessem terminar a d(.5ciplina com uma ideia mais
por poder, por dominação, por imposições de conceitos, verdades. O
apropriada sobre o tema.
ideológico não é eliminado pelo emprego de técnicas documentais,
Toda tentativa de síntese é sempre simplificadora, mas,
ao contrário, estas reforçam esse caráter ideológico presente na
mesmo correndo esse risco, vou apresentar o que entendo ser o
construção da informação.
fazer do bibliotecário e que defendia em minhas aulas:
14 Almeida Júníor MedíaçtJo da lnformaçGo... 1�

O Bibliotecário é o profissional que de mundo; ocup,im os espflços dn vordnclo ot-1 l11liJ1 mmun cln
medeia a necessidade informacional e uma minoria, mns c-iuo so lIt111•�foI n11In1, I1rI 111illnrlri rlri�i vwrJ�•.
as informações que pretendem satisfazer
hego111onlcm-i1011lu, 0111 l11lu1 uuwb rl11 lotlu 11
essa necessidade.
Do iu llf 11 1 nodo I ri rir li lf 1/01111\ JIII li, i l lll �Jillll. rn,;fü)' 1 J 1111 lili Ili111
de técnicas documonli'11lrm, ou Ho)t1, 11çôrn1 vollwl.Hl p11111 prn,•ilhllllrn
Muitas outras ações estão embutidas, implícitas nessa
a recuperaç�o da lnformaçOo, lumb61n 1100 1,0o luu11lt1u, llnpu1dt1lll.
síntese. A necessidade informacional de um usuário ou de um
As ferramentas e instrumentos empregados nos trabalhos do
conjunto de usuários deve ser conhecida ou, ao menos, procurada.
organização da informação são construídos a partir de concepções
As informações que satisfazem uma necessidade informacional
de mundo e interferem na construção da informação. A própria ideia
estão espalhadas, perdidas no universo informacional. É preciso
de "recuperar a informação" parece desconsiderar o usuário. Lida­
organizá-las, armazená-las, prepará-las para que possam ser
se com um perfil ideal do usuário, alguém que participa do processo,
recuperadas. É voz corrente na área que muita informação é
contudo sem interferir sobre ele. O perfil ideal do usuário é fruto de
não-informação, que informações não organizadas são não­
estudos de usuários, elaborados a partir de interesses médios.
informações. O espaço onde ocorre a mediação não precisa ser,
Os espaços onde a mediação da informação ocorre,
necessariamente, físico. Hoje, discutimos como atingir o usuário
espaços esses que prefiro chamar de equipamentos informacionais,
que não frequenta os espaços físicos da biblioteca, do centro
também interferem na construção da informação. Os materiais que
cultural, dos equipamentos informacionais. Como atingir o aluno
constituem seus acervos, cada tipo deles, possuem linguagens
que faz suas pesquisas escolares sem utilizar os espaços da
diferenciadas, formas de acesso a seus conteúdos diferentes uns
biblioteca, pesquisando apenas em sites, blogs, googles e outros
dos outros. Apropriamo-nos da informação de maneira diferente se
espaços virtuais?
Os complementos da afirmação acima exposta precisam estamos lendo um livro, um periódico, vendo um filme, lendo uma
HQ, ouvindo músicas, lidando com um computador. Cada um exige
de uma discussão maior. A procura por distinguir as necessidades
um esforço, uma relação própria, distinta da dos outros.
informacionais dos usuários é um processo complexo, que
O atendimento ao usuário, normalmente exercido nos
envolve muitas variáveis, boa parte delas de difícil ou impossível
espaços do Serviço de Referência e Informação, também interfere
exequibilidade. As necessidades informacionais não são puras,
na construção da informação. O profis'sional que atua nesse setor
isentas, provenientes apenas de interesses, desejos, proveitos,
vale-se de seus conhecimentos técnicos, específicos da área de
buscas, curiosidades individuais. As necessidades, informacionais
Biblioteconomia, mas também não prescinde de seu acervo de
ou não, se mesclam, formando um amálgama de interesses em
conhecimentos gerais, de suas experiências e vivências. Além
que se sobressaem os que conseguem impor suas concepções
16 Almeida Júnior Mediação da Informação ... 17

disso, ao ingressar em seu ambiente de trabalho, não se despe seus espaços. No entanto, o Serviço de Referência e lnform<1ç�o
de conceitos, concepções, entendimentos de mundo ou qualquer nunca possuiu bases teóricas que sustentassem não só o fMor tios
' 1
forma de preconceito. Não é possível exercer sua profissão apenas que nele atuam como também, e principalmente, as discllssõos o
com um segmento, pretensamente chamado de "ser profissional". reflexões sobre o tema. Os que se preocupam com o tema vallflm-so
Antes de ser bibliotecário, é ele um ser humano e sempre atuará - e continuam se valendo- de "quase metodologias" que apontavam
como um todo e não a partir de fragmentos, como se eles pudessem e sugeriam formas, atitudes e comportamentos adequados para as
existir separadamente. ações realizadas em seus espaços. O vácuo teórico exigiu olhares
Todas essas discussões me levaram a defender que diferenciados que não se sustentassem no fazer dos profissionais,
a mediação não ocorre apenas no "atendimento" ao usuário, no em uma idealização do usuário e em uma relação entre informação
Serviço de Referência e Informação. Ela está presente em todas e necessidade informacional calcada exclusivamente na oferta de
as ações do bibliotecário. Nas relações que exigem e pedem a materiais.
presença do usuário, fisicamente ou não, estamos no âmbito da A mediação da informação surge como proposta para
Mediação Explícita. Já nas ações em que essa presença não preencher essa lacuna teórica, apresentando bases de sustentação
é obrigatória, como nos fazeres relativos ao armazenamento e para as reflexões sobre o Serviço de Referência e Informação
organização, estamos no âmbito da Mediação Implícita. diferenciadas das até então utilizadas.
Importante lembrar e deixar claro: a mediação não é A minha preocupação com esse tema data do início
um momento, mas um processo. Ela envolve não só o usuário, da década de 1990. Muitas das leituras que fiz para elaborar
o bibliotecário, como também o "produtor" da informação (ou da o produto do curso de mestrado em Ciências da Comunicação
protoinformação, como prefiro chamar), os suportes com os quais alteraram minhas crenças e visões sobre o objeto de análise da
o bibliotecário lida, o equipamento informacional (físico ou não), dissertação, as bibliotecas alternativas, como também o faziam em
o momento em que todo o processo acontece (não um momento relação ao Serviço de Referência e Informação, já que era essa
determinado) e a informação. Nenhum dos "personagens" uma das disciplinas que ministrava no curso de graduação em
elencados, vale lembrar, é neutro, isento, imparcial. P elo contrário, Biblioteconomia na ECA/USP.
todos interferem, pouco ou muito, na construção e na apropriação Findo o mestrado, as concepções ainda embrionárias - não
da informação. ainda denominadas como mediação dajnformação - embasaram o
Dentre os segmentos de interesse da Biblioteconomia, projeto inicial de meu doutorado (enfocando dois grandes temas
o Serviço de Referência e Informação tem um importante papel, que sempre povoaram minhas preocupações: bibliotecas públicas e
embora muito aquém do espaço que merece, uma vez que a serviços de referência e informação). Na reestruturação do currículo
relação direta entre usuário e equipamento informacional dá-se em do curso de Biblioteconomia da Universidade Estadual de Londrina,
18 19
Almeida Júnior Mediação da 1nro111wçt10... _

em 1996, propus a inclusão de duas disciplinas, sendo uma delas O resultado das discussões do grupo de pesquisa gerou
a "Mediação da Informação". Aprovada, tal disciplina é incluída alguns textos elaborados individualmente, no caso dos professores
°
no currículo, sendo oferecida no 8 Semestre. Implantado o novo e supervisionados, no caso dos alunos e de bolsistas.
currículo em 1997, "Mediação da Informação" foi oferecida pela As discussões dentro do grupo de pesquisa levaram as
primeira vez em 2000. A estruturação do conteúdo programático reflexões que já desenvolvia à percepção da importância de um
da disciplina evidenciou a necessidade de ampliar a busca por conceito, mesmo que provisório e embrionário, de mediaç�o da
suportes teóricos, em especial, os provenientes de outras áreas informação. Esse conceito formulado e divulgado em palestras a
do conhecimento humano, uma vez que na Biblioteconomia e na partir de 2004, mas publicado em um texto de 2006, trazia uma
Ciência da Informação esse tema não era objeto de preocupação síntese dessas reflexões:
e interesse.
Mediação da informação é toda ação de interferência -
A organização de um projeto de pesquisa direcionado para realizada pelo profissional da informação-, direta ou indireta;
esse tema, concretizado em 2001, foi quase que uma consequência consciente ou inconsciente; individual ou coletiva; que
propicia a apropriação de informação que satisfaça, plena
natural das reflexões anteriores. ou parcialmente, uma necessidade informacional. (ALMEIDA
JÚNIOR, 2009, p. 92).
Três projetos de pesquisa, abrigados no Grupo de
Pesquisa "Interfaces: Informação e Conhecimento", contribuíram
Desse primeiro conceito foram destacados dois pontos
para a ampliação das bases teóricas sobre mediação da
principais: a interferência e a apropriação da informação.
informação e apontaram caminhos para novos estudos, muitos
A ideia de interferência constante no conceito de
deles desenvolvidos no âmbito dos TCC's (Trabalho de Conclusão
mediação da informação atende a uma conclusão das reflexões
de Curso), de monografias de cursos de especialização, de
sobre o fazer do profissional da informação e do bibliotecário em
dissertações de mestrado e de teses de doutorado.
especial. A interferência contradiz um entendimento por demais
O primeiro projeto deixou clara a diferença entre o
aceito, defendido e veiculado na área que afirma uma pretensa
entendimento do grupo de pesquisa sobre mediação da informação e
neutralidade do profissional em seu trabalho. As ações seriam por
o entendimento apresentado nas respostas dadas a um questionário
ele desencadeadas de maneira imparcial.
preenchido por participantes que aceitaram fazer parte da amostra
A apropriação da informação� por sua vez, também exige
da pesquisa. As respostas, invariavelmente, reproduziam um senso
um novo olhar sobre o fazer do profissional da informação, uma
comum, um modo de entender a mediação quase que unânime,
vez que não restringe o trabalho dele a entrega de materiais que
sem nenhuma explicação efetiva, como se sua conceituação fosse
atendam a necessidade informacional explicitada. Ao acesso físico
já dada e aceita. ao material, defendido hegemonicamente na área como limite
21
20 Almeida Júnior Mediação da Informação...

- a mediação da informação não é um mo111011lo clu11l10


das ações nos equipamentos e espaços informacionais, deve ser
acrescentada a preocupação com a apropriaçêlo da informação, do fazer bibliotecário, mns 6 urn proconuo qI hi Mi
constrói em vários momonlot;;
ou seja, além do acesso físico, o usuário (sujeito informacional)
deve ter acesso ao conteúdo dos documentos, implicando nisso
- há sempre uma rolm;;f10 du dl(1lo1Ju IIn pirn 1rnt111 du
uma compreensão desse conteúdo. A apropriação da informação
requer uma interação entre sujeito e protoinformação em que aos mediação da lníormtlçõo;

significados que se acumularam na construção da informação se


- só há apropriação da informaçêo a partir da leitura.
agreguem os significados oriundos do usuário.
Um dado que me parece importante é o fato de que a Essa leitura deve ser entendida em seu conceito lato,

apropriação se dá de maneira consciente e de maneira inconsciente. ou seja, não apenas a leitura do texto escrito, mas

Neste último caso, os significados acrescidos pelo usuário à deve-se agregar a essa, também a leitura da imagem

informação também o são inconscientemente. fixa, da imagem em movimento (incluída a leitura não

O usuário não tem o poder de determinar o que é ou não verbal) e do som (incluída a oralidade);

apropriado. Também não tem o poder de escolher as informações


- o homem é um ser inacabado, é um ser por se fazer,
que lhe interessam. Hoje, com mais intensidade, as informações
"pupulam", estão soltas, livres, invadindo nossa atenção, exigindo assim, o conhecimento e a informação também são
nossa atenção, determinando nossos interesses e nossas opções, inacabados;
impondo modismos e até mesmo formas de pensar. Isso não se dá
de maneira consciente. Dessa forma, não temos poder sobre todas a informação não existe a priori, antecipadamente,
as informações. Aliás, creio que não temos poder sobre a maioria mas vai se construindo;
das informações. Somos dependentes, reféns delas.
Esses dois pontos, interferência e apropriação, estiveram - a informação se constrói a cada momento em que se
na base da elaboração do conceito de mediação da informação. constitui seu ciclo, ela morre ainda se construindo;
Mas, de maneira não explícita, outras concepções também
contribuíram para a concretização daquele conceito: - quando apropriada, a informação se reconstrói, ela é
sempre algo por ser;
- o conhecimento se constrói individualmente, mas
sempre e necessariamente na relação com os outros, - a informação é dependente do seu produtor, do espaço
com o mundo e consigo mesmo; em que interage com o usuário, dos mediadores desse
22
l\/111uida Júnior Mediação da Informação... ?.::I

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espaço, do ambiente, do momento, do onlorno, do qualquer espaço em que pode ela sur locnll1mln,
contexto, do tipo de suporte quo a sustenta provisória incluindo, nesse caso, os nmlJlonlm, ulul1ô11lcrm 1
e momentaneamente, do usuérlo; virtuais, de acesso online olc.,

- o usuário é dependente da informação, é dependente os equlpamontos inlonr1, 1r_,ln1 li th l11lcJ111111,in


dos seus próprios referenciais, é dependente do efetivamente nos sous rnnlilontos tlulcot;, 1r1<1•,
mundo e dos outros; também devem procurar lntorlerir, om um conloxlo dn
informação, nos ambientes de vida e convívio de seus
- a informação está imersa e se constrói envolta em usuários, ou seja, em suas casas, seus trabalhos, lazer,
interesses, necessidades, poder, domínios; etc., a isso chamamos de "ambiência informacional";

a informação não existe apenas no âmbito do racional; a informação destrói certezas;

- a informação é empregada como suporte ideológico na as informações são registradas, mas não permanentes;
busca pela manutenção de um sistema social, político, são fluidas, evaporantes, translúcidas; impalpáveis,
econômico, cultural etc.; embora concretas; não consumíveis;

a informação não dirime dúvidas, nem cobre lacunas a informação não se apresenta construída, não é
cognitivas, mas cria novas dúvidas, cria novos conflitos; antecipada nem é previsível;

- uma necessidade informacional nunca é satisfeita a informação é sempre efêmera, apesar de se


integralmente, ela atende a questões imediatas, mas perpetuar no conhecimento, ou melhor, de se perder
cria novas necessidades, novas questões, novas no conhecimento;
angústias, novas curiosidades etc.;
- a distinção entre interferência e manipulação é muito
- a informação não está presa em paredes, o que implica tênue;
em que os equipamentos informacionais não devem
atuar se valendo exclusivamente dos seus acervos os equipamentos informacionais não lidam com a
físicos, ao contrário, devem buscar a informação em informação, uma vez que ela não é concreta, tangível,
24 Almeida Júnior Mediação da Informação... 2b

uma vez que ela não é coisa. Trabalha-se, nesses o objeto ou o núcleo epistemológico e.IH �11un tlovu
espaços, com a protoinformaç�o; passar da informação reglstradfl pnrn n 111urll.1ç lin cl, 1
informação.
a necessidade informacional não é claramente
identificada ou explicitada; Com base nesses pressupo1:1los ncruclllul tHJI o 1111,11111111,,
de modificar o conceito inicial de medlaçl:10 do lnformaç�o. Lfü,tl
- a necessidade informacional é sempre mediada; alteração do conceito foi apresentada em 2014 no I EPIM
Encontro de Pesquisa em Informação e Mediação, promovido
- a informação representa o desconhecido; sendo pela Universidade Estadual de Londrina, foi realizado na cidade
assim, é ela inquieta e, como tal, causa inquietações, de Londrina. Entendi ser ele o espaço adequado para sua
conflitos; apresentação, pois o tema discutido no evento, assim como seu
próprio título, era mediação da informação.
- apesar de se constituir no indivíduo, a informação é O conceito reformulado atende aos pressupostos
dependente do coletivo; elencados anteriormente e faz uma adequação do conceito anterior,
tendo-o como base e alterando ou incluindo partes dele atendendo
- o próprio conhecimento é dependente do coletivo; as exigências que as reflexões impuseram:

- Toda ação de interferência - realizada em um processo,


não temos o total poder de controlar a informação;
por um profissional da informação e na ambiência de
equipamentos informacionais - direta ou indireta;
consciente ou inconsciente; singular ou plural; individual ou
- não conseguimos quantificar ou mensurar quanto de coletiva; visando a apropriação de informação que satisfaça,
informação foi apropriada por uma pessoa; parcialmente e de maneira momentânea, uma necessidade
informacional, gerando conflitos e novas necessidades
informacionais.
- não conseguimos identificar quanto de uma
necessidade informacional foi satisfeita; podemos Além dos pontos entendidos como principais no conceito
lidar com indícios, com possibilidades, com mudanças anterior (interferência e apropriação da informação e a mediação
físicas, exteriores, mas nunca é possível afirmar como processo), neste foram incluídos: ambiência de equipamentos
que uma necessidade informacional foi totalmente informacionais, satisfação parcial e momentânea, e conflitos.
satisfeita; A ambiência foi apresentada entre as concepções que
embasaram as alterações do conceito de mediação da informação.
26 1\/1110/c/0 Júnior Mediação da Informação ... 27

Foi assim, de maneira rápida, explicada: "os equipamentos troca, em especial simbólica, do que na necessidade do uso I mms
informacionais interferem efetivamente nos seus ambientes necessidades são geradas pelo pertencimonto a um u1 upn, 11111n
físicos, mas também devem procurar interferir, em um contexto da comunidade, uma tribo. Nossas necesskl11doR Hr\o 1111Hll,1d.1� o
informação, nos ambientes de vida e convívio de seus usuários, ou imediatismo do mundo em que vivemos nol:l luvu u lll11 w11•111111l11110
seja, em suas casas, seus trabalhos, lazer, etc., a isso chamamos de libidinal que no momento em que 6 s.1lislollo, dnlxn do uxl•;llt
'ambiência informacional"'.Adistinção entre "ambiente" e "ambiência" Mercadoria possuída implica em outra mercadoria desojrn.lfl. Nosso
é fruto, em primeiro lugar, da afirmação, desta vez corroborada nas mundo, nossa vida, talvez sejam um grande simulacro, um grande
ações do profissional da informação, de que o objeto da área, mais engodo.
do que os suportes, é a informação. Em um segundo lugar, aquela Com base nesse entendimento, como identificar uma
distinção norteia a concepção de que, não havendo condições de necessidade informacional? Como satisfazê-la? Como satisfazer
tolher, de prender a informação em espaços delimitados, o trabalho algo cuja origem apenas vislumbramos? Mais do que isso, se
com ela entende que sua busca e recuperação dá-se em um espaço entendemos que a informação não elimina dúvidas, incertezas,
ilimitado. O universo informacional não se restringe ao acervo de que a informação não cobre lacunas cognitivas, que a informação
nenhum equipamento informacional. Dentro dessas perspectivas, a é a geradora de conflitos e as dúvidas e incertezas brotam delas,
interferência do profissional da informação não deve se ater apenas devemos aceitar a ideia de que nenhuma necessidade pode ser
ao espaço em que se dá presencialmente seu trabalho, mas deve satisfeita na medida em que, satisfeita, no mesmo momento, ela
abarcar todo o universo informacional, ou seja, as áreas, físicas ou gera novas incertezas e, portanto, novas necessidades. O momento
não, em que a informação (ou a protoinformação para sermos mais da satisfação é um átimo, um instante que se evapora e forma novas
exatos) circula. nuvens no firmamento das certezas.
Outro ponto destacado no novo conceito de mediação Gerando dúvidas e incertezas, a informação cria conflitos.
da informação diz respeito à satisfação informacional do usuário. A procura pelo equilíbrio tende a eliminar os conflitos, embora
Nenhuma necessidade informacional é totalmente clara nem essa seja uma tarefa inglória, "sem maior provento/do que a caça
será totalmente satisfeita. Não conseguimos identificar nossas ao vento" como diria Carlos Drummond de Andrade. Os conflitos
necessidades informacionais, pois não está ela isolada, dissociada exigem olhares diferentes para o mundo, para a relação das
de outras necessidades. Além disso, muitas das nossas pessoas entre elas e com o mundo.• Os conflitos exigem novas
necessidades não são "puras" ou geradas apenas a partir de uma explicações pessoais para o mundo. Com os conflitos, a partir
relação direta de meus desejos, anseios, vontades e os objetos, deles, tenho que reorganizar minha visão do mundo. E os conflitos
espaços ou emoções que podem satisfazê-los. Boa parte do que ocorrem a cada instante, a cada momento. E por esse motivo, vejo
consumimos, por exemplo, são embasados na necessidade de o mundo diferente a cada momento, a cada instante. Talvez essa
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Mmllnç(lo c/(1 /11fo111_1a-'ç'--�-º-_
__________________:_A::::.:moklo
inquestlonRvol,
seja a grande angústia do homem. Talvez o fato de não conlrolm ,1 c;rnlu instante. Nada pode ser considerado como
des se relacíon�m1
informação, de não tê-la como coisa, como objeto, de não com1owi11 •;olldll'lcedo, sedimentado, consolidado. As verda
A procum cin novn
satisfazer plenamente necessidades informacionais quo lho Bôo com o desconhecido e perdem suas sustentações.
, do pesqulsudoi
apresentadas, talvez tudo isso se constitua na grande angúslie do vordade é a razão de ser, também, da academia
fim. Mais umo
profissional da informação. Uma busca constante embora infrutífera, pois sem
Mesmo com a modificação do conceito de mediação de nossas angústias.
da informação, mantenho os conceitos que havia elaborado
Referências
anteriormente de mediação explícita da informação e de mediação
avaliação de
implícita da informação: ALMEIDA JÚNIOR, O. F. de. Biblioteca pública:
nível em: <http://www.uel.
serviços. Londrina: EDUEL, 2013. Dispo
ca%2 0pub lica_digital. pdf>.
A primeira, a mediação implícita, ocorre nos espaços br/editora/portal/pages/arquivos/bibliote
dos equipamentos informacionais em que as ações são Acesso em: 07 jan. 2015.
desenvolvidas sem a presença física e imediata dos usuários.
ais. ln:
Nesses espaços, como já observado, estão a seleção, ____. Espaços e equipamentos informacion
o armazenamento e o processamento da informação. A BARBALHO, C. R. S. et ai. (Org. ). Espa ços e amb ientes para
ABEC IN, 2012 . 238p . p.11-32.
mediação explícita, por seu lado, ocorre nos espaços em que leitura e informação. Londrina:
a presença do usuário é inevitável, é condição sine qua non
o da área de
para sua existência, mesmo que tal presença não seja física,
____. Implicações entre formação e objet
como, por exemplo, nos acessos a distância em que não é DIRE CTO RES , 8., Y ENCUENTRO
informação. ENCUENTRO DE
solicitada a interferência concreta e presencial do profissional
DE DOCENTES DE ESCUELAS DE BIBL IOTE COLOGÍA Y
da informação. (ALMEIDA JÚNIOR, 2009, p. 92-93). DEL MER COS UR, 6., 30
CIENCIAS DE LA INFORMA CIÓN
de 2004 , Mar dei Plata , Argentina.
de agosto a 01 de setembro
Anais... Mar dei Plata, 2004 . CD-R OM.
Do mesmo modo, defendo as ideias sobre a alteração
do objeto da área (de informação registrada para mediação da
informação) e, em especial, da protoinformação. Dado que a
____. Leitura, mediação e apropriação da
SANTOS, J. P. (Org.). A leitu ra como práti ca
informação.
peda gógica na .
infor maç ão. Rio de Jane iro:
informação não existe a priori e se constrói, em um processo, desde formação do profissional da
2007 . 168p . p.33- 45.
Fundação Biblioteca Nacional,
sua produção até sua apropriação (consciente ou inconsciente),
L, Bárbara (Org.).
os equipamentos informacionais e os profissionais da informação ____. Mediação da informação. ln: FADE
ões sociais: desa fios em face de
trabalham com uma informação latente, uma "quase-informação",
A informação nas organizaç
Marília: FUND EPE , 2004 . CD-ROM.
multiplicidade de enfoques.
uma "talvez informação". O termo "protoinformação" foi por mim
o conceito de
gerado a partir desse entendimento. ____. Mediação da informação: ampliando
Educ ador es e Inves tigadores en
disseminação. Encuentro de
As nossas certezas, creio, são momentâneas e se Ciênc ias de la lnform ación y de la
Bibliotecologia, Archivologia,
ica y el Carib e (EDIB CIC), 7., 22 a
refazem, mesmo que parcialmente e de maneira reduzida, a Documentación de lberoamér
30 Mediação da Informação,,. :-li
______A_l_m_eí_ d_aJ _ n'_ _ío_r
_ u
.

24 de novembro de 2006, Marllln. Anais ... Marília: UNESP, 2006. FERREIRA, L. E.; ALMEIDA JÚNIOR, O. F. do,/\ mocllnçrlo dr1
CD-ROM. informação no âmbito da Arquivlslica. Porspoctlvna m11 Cll\hôhi
da Informação, Belo Horizonte, v.18, n t, p tbfl 1h7, 11111 /rno1
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informação. lnCID: Revista de Ciência da Informação e
Documentação, Ribeirão Preto, v.6 n.1, p.93-1O8, mar.lago. 2015.

MEDIAÇÃO ORAL DA INFORMAÇÃO:


a visibilidade dos mediadores
da ciência da informação

Sueli Bortolin
João Arlindo dos Santos Neto

Introdução

Pesquisar a respeito da mediação em suas vé'lrias


abordagens tem se mostrado uma tarefa cada vez mais importante
para a Ciência da Informação (CI). Desde 1994 lidamos com
esta temática no Grupo de Pesquisa Interfaces: Informação e
Conhecimento, na Universidade Estadual de Londrina (UEL). No
início das nossas investigações era perceptível, pelo menos entre
os bibliotecários, o entendimento de que a mediação estava restrita
à divisão de Referência.
Na medida em que o tempo foi passando novas
modalidades de mediação foram investigadas no referido Grupo,
entre elas: mediação da informação (implícita e explícita), mediação
da leitura, mediação de textos literários, mediação de gêneros
musicais e midiatização na web.

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