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Contabilidade

Social

Prof. Tiago Sayão


Parnaíba, 2024
As três óticas
Curto e Longo Prazo
• No curto prazo, em que há a existência de contratos e preços
rígidos, a demanda poderá afetar o produto. Como a oferta é
totalmente elástica (horizontal), um aumento da demanda
alterará apenas a quantidade produzida, mantendo-se
constante o preço.

• No longo prazo, em que há a existência de contratos que


podem ser ajustados e os preços podem ser alterados, o
produto será função do estoque de fatores de produção, ou
seja, a demanda não será mais capaz de alterar o nível de
renda e produto da economia. A oferta será totalmente
inelástica (vertical).
Mensuração
• Como foi mostrado na aula anterior, a primeira identidade
macroeconômica discutida foi:

Produto ≡ Renda ≡ Dispêndio

• Para se medir o produto da economia, pode-se utilizar três


óticas: a ótica do produto, a ótica da renda e a ótica do
dispêndio (despesa).

• Os valores encontrados por meio dessas mensurações devem


idênticos.
Ótica do Produto
• Pela ótica do produto, determina-se o produto da economia
pela soma dos valores (ou produtos, ou consumo, ou bens)
adicionados. Assim, o produto é medido pela sua produção.

• Outra maneira de medir o produto pela ótica do produto é


calcular a diferença entre a produção total (Valor Bruto da
Produção) e o Consumo Intermediário.

• Resumo:
▪ Produto = Σ(valor dos bens e serviços finais)
▪ Produto = Σ (valor bruto do produto) – Σ (valor dos
insumos)
▪ Produto = Σ(valores adicionados)
Ótica do Produto – 1ª hipótese

Destino da
Setor de Produção ou
Tipo de Produto Produção→
Atividade VBP
Vendas a:

1 Sementes 1.000 Setor 2

2 Trigo 2.100 Setor 3

3 Farinha de Trigo 3.300 Setor 4

4 Pães 4.600 Famílias


Ótica do Produto – 2ª hipótese

Destino da
Setor de Produção ou
Tipo de Produto Produção→
Atividade VBP
Vendas a:

1 Sementes 1.000 Setor 2: 800

2 Trigo 2.000 Setor 3: 1.300

3 Farinha de Trigo 2.700 Setor 4

4 Pães 5.200 Famílias


Ótica do Dispêndio ou Despesa
• Pela ótica do dispêndio, determina-se o produto da
economia somando-se o produto, que pela sua natureza é
final, com os insumos que não entraram no produtivo.
• Por essa ótica, é possível medir o esforço produtivo em suas
etapas.
• O produto que, pela sua natureza, é final é aquele que já se
encontra na sua última etapa produtiva, ou seja, é aquele
que já está pronto para o consumo (“está na prateleira” para
ser vendido).
• Os insumos que não entraram no processo produtivo são
aqueles que serão utilizados em outro processo produtivo e,
portanto, ainda não estão prontos para consumo (ainda não
estão “na prateleira” para serem vendidos).
Ótica do Dispêndio – 1ª hipótese

Destino da
Setor de Tipo de Produção ou Insumo que não entrou
Atividade
Produção→
Produto VBP no processo produtivo
Vendas a:
1 Sementes 1.000 Setor 2 0

2 Trigo 2.100 Setor 3 0


Farinha de
3 3.300 Setor 4 0
Trigo
4 Pães 4.600 Famílias 0
Ótica do Dispêndio – 2ª hipótese

Destino da Insumo que não


Setor de Tipo de Produção
Atividade Produção→ entrou no processo
Produto ou VBP
Vendas a: produtivo
1 Sementes 1.000 Setor 2 200
2 Trigo 2.000 Setor 3 700
Farinha de
3 2.700 Setor 4 0
Trigo
4 Pães 5.200 Famílias 0
Ótica da Renda
• Para produzir bens e serviços, são utilizados fatores de
produção que deverão ser remunerados.

• E a soma dessas remunerações recebe o nome de renda.

Fatores de Remuneração dos fatores de


Produção produção
Mão de obra (ou trabalho) Salário (S)
Capital Juros (J)
Matéria-Prima Aluguel (A)
Empreendimento Lucro (L)
= Renda (Y)
Ótica da Renda
• Assim, pela ótica da renda, o produto obtido é medido pelo
seu rendimento.
• Supondo que o produto gerasse uma renda em forma de
salários, juros, aluguéis e lucros, considere, ilustrativamente,
as seguintes porcentagens:
• 40% em forma de Salários; Setor de Produto
Tipo de Produto
• 20% em forma de Juros; Atividade Adicionado

• 10% em forma de Aluguéis; 1 Sementes 1.000

• 30% em forma de Lucros. 2 Trigo 1.200


3 Farinha de Trigo 1.400

4 Pães 2.500
Óticas do produto, do dispêndio e da renda
• Segundo a ótica do produto, o Produto da economia é igual à
soma dos Valores Adicionados à produção em cada unidade
singular. Essa soma é chamada de Valor Adicionado Bruto
(VAB).
• Segundo a ótica do dispêndio, o Produto da economia é igual
à soma dos Valores da Produção dos bens serviços finais.
Essa soma é chamada de Dispêndio Final da economia (DF).
• Segundo a ótica da renda, o Produto da economia é igual à
soma das remunerações devidas aos Fatores de Produção em
face de sua contribuição ao processo produtivo. Essa soma é
chamada de Renda dos Fatores (Y).
VAB ≡ DF ≡ Y → PRODUTO = DISPÊNDIO ≡ RENDA
Óticas do produto, do dispêndio e da renda

Ótica de Esfera de funcionamento da


Processo Métrica
cálculo economia

Processo de
Produto Produção Agregação de valor VAB
Produção
Destino da
Dispêndio Circulação Absorção do produto DF
Produção
Remuneração
Renda Distribuição Apropriação ou Distribuição da Renda Y
dos Fatores
Novos Conceitos de Produto
• Na medida em que o modelo econômico ganha
complexidade, torna-se necessário o estudo de novos
conceitos de produto.

• Assim, é preciso distinguir: Produto Interno de Produto


Nacional; Produto Líquido de Produto Bruto; e Produto a
custo de fatores de Produto a preço de mercado.

• Começaremos distinguindo o produto da economia em


Nacional e Interno:
Nacional e Interno
• Produto Nacional (PN) é o produto que pertence ao país,
independente de ter sido produzido dentro das fronteiras
nacionais.

• Produto Interno (PI) é o produto/renda que é gerado dentro


das fronteiras territoriais do país, independente de pertencer
a esse país ou não. Está ligado ao conceito geográfico.

• PN = PI – RLEE onde RLEE = Renda Líquida Enviada ao


Exterior = Renda Enviada ao Exterior (REE) – Renda Recebida
do Exterior (RRE).
Bruto e Líquido
• Produto Bruto (PB): produto incluindo a depreciação (ou
consumo do capital fixo).

• Depreciação: consiste no desgaste de qualquer bem de


capital (desgaste de máquinas, equipamentos, instalações
etc.).

• Produto Líquido (PL): produto sem incluir a depreciação.

• PB = PL + depreciação e PL = PB – depreciação.
Custo de Fatores e a Preço de Mercado
• Produto a Custo de Fatores (Pcf): produto sem incluir os
impostos subtraídos dos subsídios.

• Produto a Preço de Mercado (Ppm): produto incluindo os


impostos indiretos – subsídios.

• Ppm = Pcf + (impostos indiretos – subsídios) e Pcf = Ppm –


(impostos indiretos – subsídios).
Estrutura
• Produto Nacional Líquido a custo de fatores → PNLcf
• Produto Nacional Líquido a preço de mercado → PNLpm
• Produto Nacional Bruto a custo de fatores → PNBcf
• Produto Nacional Bruto a preço de mercado → PNBpm
• Produto Interno Líquido a custo de fatores → PILcf
• Produto Interno Líquido a preço de mercado → PILpm
• Produto Interno Bruto a custo de fatores → PIBcf
• Produto Interno Bruto a preço de mercado → PIBpm

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