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Aula - 01: A EUROPA NA ÉPOCA DAS GRANDES NAVEGAÇÕES E A FORMAÇÃO DO

REINO DE PORTUGAL

A EUROPA NA ÉPOCA DAS GRANDES NAVEGAÇÕES

Contexto europeu:

O renascimento comercial – urbano

-Ascensão da burguesia comercial (importância do comércio), porém, O PODER POLÍTICO


ERA EXERCIDO PELOS PROPRIETÁRIOS DE TERRAS,

-As cidades tornaram-se o centro da vida econômica / contradição com o mundo feudal (rural).

Consequências:

-Alteração da vida social (expansão da vida social urbana / nova forma de pensar) e
fortalecimento da burguesia comercial (renda proveniente do comércio).

-Aumenta a arrecadação de impostos e a propagação de novas ideias.

ROTAS COMERCIAIS ENTRE EUROPA – ORIENTE (XIII – XIV)

Consequências

Expansão do comércio europeu


(internacionalização da
economia).

“Renascimento” urbano.

Expansão da economia
monetária.

Expansão da burguesia
comercial ou mercantil.

A Crise de Retração (XIV): a grande fome de 1315 e 1317, a Guerra dos Cem Anos (1337-
1453) e a Peste Negra (1348-1350).

Consequências

-Forte redução da mão de obra e do mercado consumidor.

-Aumento de preço dos gêneros alimentícios.

-Desarticulação da principal rota comercial terrestre (Rota de Champagne / França).

-Fortalecimento da chamada rota marítima.

A Crise de Crescimento do Século XV

-A incompatibilidade entre o sistema de produção feudal (PRODUÇÃO DE SUBSISTÊNCIA) e


o modo de produção capitalista (PRODUÇÃO DE EXCEDENTE = SOBRA).

-Monopólio comercial exercido pelas cidades italianas (encarecia os produtos).

-A escassez de metais preciosos (ouro e prata).


-Queda de Constantinopla (reforço do monopólio muçulmano).

-Impedimento da navegação mediterrânica pelos turcos (encarecimento do frete e aumento


de preço das especiarias asiáticas).

IMPÉRIO TURCO OTOMANO

Capitalismo Comercial (XVI - XVIII): a acumulação de capital tinha por base a circulação de
mercadorias e não a sua produção (capitalismo industrial / XVIII – Primeira Revolução
Industrial / Inglaterra).

Os Fatores da Expansão Ultramarina

Político: A centralização do poder político / Estado Nacional (O Estado é o indutor e


beneficiário) e a conquista de novas terras (Estado aristocrático, NÃO burguês).

Econômico: A busca por novas rotas, novas praças de comércio e novas minas de metais
preciosos.

Cultural: O Renascimento Cultural (favoreceu o desenvolvimento técnico).

Religioso: O interesse da Igreja em expandir a fé cristã.

Ideologia: cristianizar os povos bárbaros (União da Cruz de Cristo com a Espada do Estado
e o Dinheiro do Mercador).

O imaginário europeu (mentalidades)

Mundo imaginário / magismo


(lendas dos viajantes).

Paraíso edênico (metáforas


bíblicas) terrestre (Bíblia) tão
almejado pelo homem europeu
(Colombo: América Central)
Mentalidade Medieval:

Nessa imagem estão retratados


alguns monstros que os europeus
(sobretudo os portugueses e
espanhóis) acreditavam existir.

Oceano Atlântico e o “Novo Mundo”,


ou o Continente Americano, passaram
a ser o reduto onde habitavam esses
monstros.

Mentalidade Renascentista: o
homem racional / o homem do
cálculo preciso.

Astrolábio: difusão da cultura


científica (Matemática e
Astronomia).

A FORMAÇÃO DO REINO DE PORTUGAL


Destaque: “Ciência e conhecimento estavam entre as contribuições mais profundas que
os estudiosos muçulmanos trouxeram para Portugal. Os antigos filósofos e os
matemáticos gregos foram redescobertos por meio das traduções árabes dos clássicos.
Os astrolábios e as bússolas foram introduzidas para facilitar a navegação em mar
aberto e para a confecção de mapas. A experiência muçulmana em construir navios para
o alto-mar do Oceano Índico, ao invés do Mediterrâneo mais tranquilo, foi adaptada às
condições do Atlântico”. (David, Birmingham).

Observações

-A formação do Estado Luso está dentro do contexto da Guerra de Reconquista (luta entre
cristãos e muçulmanos na Península Ibérica).

-Formou-se no litoral luso uma burguesia mercantil cosmopolita, rival da aristocracia


portuguesa.

-Ascensão de uma burguesia mercantil que vai investir nas grandes navegações no intuito de
comercializar com diferentes partes do mundo (Estado aristocrático, NÃO BURGUÊS).
-Ocorre a Integração do país ao circuito do grande comércio europeu

-Em 1375, Estado implantou o regime de sesmaria / pequena propriedade (tentar limitar o
poder da nobreza).

-Em 1383, morre D. Fernando (último herdeiro da Dinastia de Borgonha).

A Revolução de Avis 1383 – 1385 (a luta pelo trono)

D. Beatriz: apoiada pelo alto clero e pela alta nobreza Lusa.

D. João (Mestre da Ordem da Cavalaria de Avis): apoiado pela burguesia e pelo povo (arraia
miúda / povo).

Consequências;

-Em 1385, D. João de Avis foi coroado rei de Portugal com o título de D. João I.

-Consolidou a força ECONÔMICA da burguesia mercantil (Estado aristocrático, O PODER


POLÍTICO PROVÉM DA POSSE DA TERRA).

A Dinastia de Avis (1385 - 1580)

Observação: D. João I percebeu que o futuro econômico do Estado Luso estava no Comércio
Marítimo (Vencer o Mar Tenebroso).

Os motivos do pioneirismo português

Político: Primeiro Estado Nacional e posição geográfica privilegiada (o Estado é uma criação
artificial, ação do homem).

ATENÇÃO! O PIONEIRISMO PORTUGUÊS É FRUTO DA CENTRALIZAÇÃO DO PODER


POÍTICO, isto é, primeiro Estado Nacional.

Cultural: Conhecimento técnico sobre navegação (herança dos muçulmanos).

Econômico: Burguesia empreendedora disposta a investir na expansão ultramarina.

Objetivos na expansão marítima: Ter acesso ao Golfo da Guiné (especiarias africanas) e


posteriormente, encontrar um caminho para as índias.

Consequências:

-Portugal liderou o comércio de especiarias e a curto prazo, tornou-se uma potência.

-Portugal transformou-se num país marítimo, isto é, desliga-se do continente e volta-se para o
Oceano.

Interesses religiosos do Estado Luso:

-A Expansão da fé católica era um componente importante no universo ideológico português


(espírito cruzadista).

-Contribuir para a propagação e consolidação da fé católica e ser reconhecido como Império


Colonial.

Observação: Despacho real aos vice-reis: “Porquanto a primeira e principal obrigação dos
reis de Portugal é promover a obra da conversão por todos os meios ao seu alcance.”
As Conquistas

-Em 1415, conquistou a cidade de Ceuta / importante praça comercial (controlar a


navegação entre o Oceano e Atlântico e o Mar Mediterrâneo).

-Entre 1418 e 1420, ocorreu a ocupação da Ilha da Madeira e de Açores.

-Em 1434, venceu o Cabo Bojador (nenhum barco europeu tinha navegado).

Navegar além do Bojador, o


cristão perderia a sua alma e
ficaria negro.

Gil Eanes, com uma


embarcação de mastro único e
remos e com uma tripulação de
15 homens, navegou para oeste
e cruzou o cabo, em maio de
1434.

Em 1488, Bartolomeu Dias alcança o


Cabo da Boa Esperança.

Observação: Quando Colombo


apresentou suas propostas (Chegar às
Índias navegando em direção ao Oeste)
ao rei de Portugal, navegadores lusos já
haviam alcançado o oceano Índico pelo
Sul da África.

Observação: em 1492, Colombo chegou


ao Continente Americano.
AS VIAGENS DE COLOMBO AO CONTINENTE AMERICANO

O Tratado de Tordesilhas (1494)

Tomar posse de parte do território


brasileiro.

Preservar o Atlântico Sul, principal


rota comercial marítima de
especiarias.

Consequência: França, Inglaterra e


Holanda não aceitaram a aplicação
do Tratado de Tordesilhas.

Em 1498, Vasco da Gama


chegou as Índias.

Vasco da Gama em
Calicute: “Viemos em
busca de cristãos e
especiarias (converter
os nativos ao
cristianismo e conseguir
especiarias).”
Em 22/04/1500, Cabral
chegou ao Brasil.

Os significados da expedição de
Cabral

Confirmou a existência e a posse de


terras no Ocidente pertencentes a
Portugal conforme as determinações
do Tratado de Tordesilhas.

Consolidou o domínio português no


Atlântico Sul e o estabelecimento de
pontos de apoio para rota marítima
das Índias.

MAPA DAS POSSESSÕES PORTUGUESAS


Consequências da Expansão Marítima Europeia

-DESLOCAMENTO do eixo comercial do Mar Mediterrâneo para o Oceano Atlântico.

-Decadência das cidades italianas.

-Enfraquecimento da concepção medieval de mundo.

-Enfraquecimento da confiança no clero e em seus ensinamentos.

-Deslocamento da primazia do comércio terrestre para a “fachada / franja” oceânica


(Portugal, Espanha, França, Inglaterra e Holanda).

-Fortalecimento do poder real / fortalecimento dos estados nacionais (aumento do lucro e dos
impostos / mercantilista).

-Ascensão da burguesia mercantil e início da globalização do comércio sob o controle dos


portugueses (dinamização do mercado nacional e internacional).

EXPANSÃO DO CONHECIMENTO CARTOGRÁFICO

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