Ilyana, esse é o nome que sua mãe lhe deu.

Sua mãe elfa, seu pai humano, ou era o contrário?

Os detalhes de antes do ataque são incertos na mente, de qualquer forma ela sempre preferiu
ser chamada de Kala. As memórias são mais precisas depois que começou a viver em
Triunphus, aos sete anos, achava ter sido a única sobrevivente do ataque na Floresta de
Grenaria, mas a verdade começou a vir à tona com os estudos.

A vida na cidade de Thyatis era caótica, seu tutor Muller, um senhor humano, fazia questão de
protege-la num quarto seguro em sua casa durante os ataques de Moóck, que eram
recorrentes até demais, um procedimento que se tornou rotina.

Kala descobriu que em um dos ataques, Moóck despejou chamas pela floresta, causando
várias vítimas, sua família inclusa. Muller, um devoto de Thyatis peregrinava até a cidade
quando a encontrou a beira da morte, provavelmente sua pele de estranha textura, protegera
a criança de cabelos brancos e olhos estranhamente amarelos.

A jovem entendeu que apesar de sua origem meio élfica, também era uma tocada pela
Tormenta, uma Lefou, fadada a não pertencer nem aos povos humanos, nem aos élficos. Seu
tutor nunca demonstrou preconceito, sempre muito interesse e a considerava especial,
diferente de outros tantos pela cidade. Para ela, a benção ou maldição de Thyatis se
acumulavam, achava estar presa para sempre, sem realmente pertencer a lugar algum.

Enfiada em estudos ela cresceu, também treinando com a espada a contra gosto de seu tutor.
Até que em um dos ataques Muller falecera pela primeira vez em sua frente, ela sabia que ele
retornaria em alguns dias, mas aquela rotina fúnebre já a havia saturado.

Para os infernos com as maldições, ela estava disposta a enfrentar o próprio deus da
ressureição pessoalmente para sair e aproveitar a vida. Juntou suas coisas e partiu escondida
em uma caravana mercantil.

E na primeira noite ela sonhou com sua própria perdição e uma fênix que a aquecia e
acalentava, e ela teve certeza que nada de ruim aconteceria, ela era uma abençoada de
Thyatis.

Kala, Lâmina de Prata, há três anos se aventura pelo Reino, tentando não chamar atenção para
o fato de ser abençoada, querendo conhecer mais pessoas e entender seu lugar no mundo.