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Altan Batul, o espião de shadizar

Quando Altan Batul nasceu coxo com uma grande deformação no


quadril (flaw: slow), no clã ninja escondido de Shadizar, todos
acharam que ele ia ter uma vida curta. Nasceu tão fraco que seu
choro mal podia ser percebido pela sua mãe. Mal tinha forças para
achar os seios de sua mãe (Trait: skinny) e se alimentar. O seu caixão
já estava sendo preparado antes mesmo de escolherem o seu nome.

“Shintar, não escolha um nome para quem não irá ver a próxima lua
cheia, só irá aumentar a sua dor” – Bat-Erdene, pai de Shintar, avô
de Altan.

Para a surpresa de todos as luas foram passando e Altan sobreviveu.

Sobreviver não quer dizer que os problemas acabaram, muito pelo contrário. Os problemas
cresciam na mesma proporção em que a criança esticava os ossos. Como um menino coxo
poderia passar pelo treinamento ninha do seu clã? Não podia.

As deficiências que Altan possuía o impediam de receber os treinamentos ninjas mais básicos
como correr, nadar e escalar. Além do mais, sofria de um mal psicológico grande, se assustava
com frequência e demorava pra pensar e agir (Flaw:unreactive), vício fatal para um ninja em
ação.

Porém, devido à sua amabilidade e cordialidade, as pessoas sentiam pena dele e o ajudavam.
Em pouco tempo Altan percebeu que esse sentimento que ele despertava nas pessoas poderia
ser útil, mas ninguém havia percebido o quão grande isso era.

Quando recebeu suas primeiras aulas de alfabetização, os problemas que já eram pouco
aumentaram. Altan era míope (Trait:nearsighted) e enxergava muito mal de longe, embora
tenha uma atenção muito grande pra ver as coisas de perto. A vida adulta não seria fácil para
ele. O que seria da vida dessa pessoa? O que ela faria no clã? Ninguém sabia responder.

Sem força física necessária para o combate, o mandaram para biblioteca e talvez essa tenha
sido a primeira sorte na vida de Altan. Dentro da biblioteca ela não tinha paciência para os
livros, exceto as histórias dos deuses (conhecimento religião com graduação) mas ele tinha
acesso às pessoas de todo o clã (conhecimento nobreza e realeza). Ele se encantava com as
histórias dos deuses principalmente como tudo que Mask significava encaixava na sua vida.

“Manipulação é melhor do que força, especialmente quando você pode fazer as pessoas
pensarem que elas fizeram algo pela própria iniciativa”. Esse dogma de Mask era tudo que
Altan queria acreditar na sua vida, era tudo em que ele sentia que poderia sobressair. A partir
daí ele começou a ter fé (talento alma piedosa).

Então ele passou a praticar suas habilidades e viu que sendo esperto poderia ajudar a
compensar sua falta de força física. Passou a mentir pequenas coisas inúteis para pegar
costume. Mentia uma história, um passarinho que viu, um causo de alguém. As pessoas
acreditavam.

Com o tempo sua confiança foi aumentando e ele começou a mexer nos documentos do clã.
Devido a sua facilidade de raciocínio e aprendizado (talento able learner), rapidamente ele
entendeu como as coisas funcionava, principalmente os códigos secretos, mas ele foi mais
audacioso ainda. Além de aprender, ele começou a falsificar alguns documentos sem que
ninguém percebesse.

Cada documento falsificado, cada mentira como verdade, cada moeda ou caneta furtada lhe
dava mais confiança em si e mais fé em Mask. “O mundo pertence ao rápido, ao de fala macia
e ao de dedos rápidos” dizia outro dogma do deus das sombras.

Todas essas informações que obtinha, números que falsificava e tempo livre que tinha lhe
permitiram fazer negócios e obter grandes somas de dinheiro (talento: mercantile
background).

Com o passar da adolescência Altan já era amigo de todo mundo. Mesmo não sendo apto para
o combate, as pessoas o deixavam participar de alguns treinamentos que não envolviam
movimento como uso de shurikens, bombas de fumaça, redes e explosivos. Se distraia com
frequência fazendo esculturas em cordas na qual gastava boa parte do tempo quando o
treinamento era impossível dele participar. Mas o que ele mesmo gostava eram as armadilhas
mágicas e venenos. Também participava dois treinamentos com animais e sobrevivência na
natureza.

Nos treinamentos da natureza ele percebeu a força que ela tinha. O ninja mais forte do clã não
era páreo para uma tempestade de areia. O rio mais revoltoso podia levar a vida do mais ágil
em segundos. Bastava estar no lugar errado e na hora errado que um raio ceifava a vida tão
rapidamente quanto a duração do seu trovão. Assim ele percebeu que nada poderia ir contra a
natureza. Era preciso ouvi-la e respeita-la, embora nenhuma divindade relacionada tenha sido
motivo de devoção. A natureza pode ser mais mortal que o veneno mais letal e é preciso
venerá-la

A vida seguia, porém, uma enfermidade desconhecida e mística afetou Altan de repente. Não
se sabe se foi ao acaso ou uma vingança, mas ele ficou inconsciente por 20 anos.

Quando acordou do coma, praticamente tudo tinha mudado e poucos conheciam Altan. O clã
estava passando por problemas que foram desde um ataque dos ninjas de Oghtham que
causaram sérias perdas de contingente, materiais, de prestígio e até dificuldades financeiras.

Ele foi curado por um viajante chamado Prophius, o viajante. Ao tentar sair da cama pela
primeira vez, percebeu que seus músculos haviam atrofiado (efeito da idade), mas ele não
desanimou. Esses efeitos não afetaram seu raciocínio e sagacidade, o que é tudo que um
discípulo de Mask precisa para se dar bem.

Com o contingente reduzido pelo ataque, Altan se voluntariou a uma vingança contra o clã
Oghtham. Como ninguém o conhecia, ele passou facilmente despercebido e se infiltrou por 3
anos no clã inimigo onde criou 8 identidades diferentes. Ele levantou todas as informações
sobre riquezas, tesouros escondidos, contratos comerciais, recursos militares, lista de clientes
anteriores, filhos bastardos, traições e tudo mais que poderia ser útil. A vingança então
começou.

As riquezas, recursos disponíveis e tesouros escondidos foram roubados ou destruídos em


operações silenciosas e devastadoras. De que adiantava dezenas de armadilhas se a
localização de todas e os seus mecanismos de desarme eram conhecidos? De que adianta uma
guarda forte se nenhum deles saberia identificar um falso sinete de um verdadeiro? De
absolutamente nada.
Os contratos comerciais foram delicadamente falsificados e com um pouco de boatos
espalhados por entre eles, os clientes acharam que foram lesados. A má fama começou a
correr como fogo na palha seca e criou-se então uma série de problemas diretos e promessas
de vingança.

Os clientes anteriores e atuais foram facilmente seduzidos por propostas mais vantajosas. Os
filhos bastardos reclamaram seus direitos e as traições foram reveladas criando conflitos
familiares que implodiram a paz no clã.

O clã Oghtham ruiu até sobrar apenas sombras e cinzas.

Depois de recuperar o prestígio de seu clã, Altan foi oficialmente reconhecido como um
verdadeiro ninja do clã Shadizar e sua história estará na biblioteca do Clã enquanto o clã
existir.

Hoje Altan vende seus serviços a um preço elevado. Filiou-se recentemente ao templo de Mask
(Igreja de Olindamara do Complete Champion) para conseguir melhores contratos e sua
escalada na organização tem sido rápida.

Algumas identidades usadas durante as espionagens do Clã Oghtham:

Darius, o mercador de guloseimas: com uma aparência de bonachão atraía


as crianças, empregados e matriarcas das casas e conseguia informações
importantes sobre os bastidores das casas. Os pais ficariam assombrados
com as coisas que as crianças e empregados sabem e não contam.

Sheila, a meio elfa da taberna azul: nada mais fácil do que ficar disfarçado
e obter informações do que num lugar com luz precária, pessoas
embriagadas e música alta. Provavelmente nunca ninguém percebeu a
artimanha e nem mesmo que era um homem. Guardas embriagados e
insatisfeitos com seus patrões contam muitas coisas....

Trantor, o espiritualista: Muitas pessoas tem medo da morte e nada mais


fácil do que um espiritualista errante com conhecimentos divinos para se
infiltrar e roubar informações sem que seja percebido pelos outros. Muito
fácil conseguir informações das pessoas em falsas sessões de hipnose com
ervas alucinógenas e “regressões às vidas passadas”. A confissão é uma
ferramenta muito, muito poderosa, de obtenção de informações.
Gaston, o artista de rua: Nada como um bom artista de rua para encantar uma
plateia fazendo malabarismos (prestigitação pode ser usada igual atuação pra isso)
para ser convidado para estar em eventos fechados e dentro dos círculos mais
influentes. Uma boa conversa, um show de malabares flamejantes, algumas bolsas
roubadas e com sortes bilhetes secretos, joias valiosas e chaves importantes vêm
junto.

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