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PEF 3303

ESTRUTURAS DE CONCRETO I
PEF - Engenharia de Estruturas e Geotécnica

SISTEMAS ESTRUTURAIS DE EDIFÍCIOS


CONCEPÇÃO ESTRUTURAL
Professores
Januário Pellegrino Neto
Túlio Nogueira Bittencourt
Moodle USP
2023 https://edisciplinas.usp.br/
CONCEPÇÃO ESTRUTURAL AÇÕES CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
PEF - Engenharia de Estruturas e Geotécnica

Introdução e Elementos Básicos Diretrizes Básicas Pré-Dimensionamento Análise e Síntese Estrutural

Concepção Estrutural de Edifícios


• de maneira geral,
uma construção é concebida para atender a determinadas finalidades.
• a sua implantação envolve a utilização dos mais diversos materiais:
o concreto armado, as alvenarias de tijolos ou blocos, as esquadrias metálicas e
de madeira, os revestimentos, o telhado, as instalações elétricas e hidráulicas,
etc.
• Estabelecimento de um arranjo adequado dos vários elementos estruturais, de
modo a assegurar que o mesmo possa atender às finalidades para as quais ele
foi projetado.
• Estabelecer um arranjo estrutural adequado consiste em atender
simultaneamente, sempre que possível, aos aspectos de segurança, economia
(custo e durabilidade) e aqueles relativos ao projeto arquitetônico (estética e
funcionalidade).

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Introdução e Elementos Básicos Diretrizes Básicas Pré-Dimensionamento Análise e Síntese Estrutural

Elementos Estruturais Básicos Elementos Estruturais de Fundação

Lajes – Vigas - Pilares

Fundação
Direta ou Rasa

Fundação Profunda
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Introdução e Elementos Básicos Diretrizes Básicas Pré-Dimensionamento Análise e Síntese Estrutural

Concepção Estrutural de Edifícios

• Na concepção estrutural é importante considerar o


comportamento primário dos elementos estruturais.
Eles podem ser resumidos como se indica a seguir:
▪ Lajes
elemento plano bidimensional, apoiado em seu contorno nas vigas, constituindo os pisos
dos compartimentos; recebe as cargas do piso transferindo-as para as vigas de apoio;

▪ Vigas
elemento de barra sujeita a flexão, apoiada nos pilares e, geralmente, embutidas nas
paredes; transfere para os pilares o peso da alvenaria apoiada diretamente sobre ela e as
reações das lajes;
▪ Pilares
elementos de barra sujeita a compressão, fornecendo apoio às vigas; transfere as cargas
para as fundações.

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Diretrizes Básicas • atender às condições estéticas definidas no projeto arquitetônico; como, em


geral, nos edifícios correntes, a estrutura é revestida, procura-se embutir as vigas e os
pilares nas alvenarias;

• o posicionamento dos elementos estruturais na estrutura da construção pode ser feito


com base no comportamento primário dos mesmos; assim, as lajes são
posicionadas nos pisos dos compartimentos para transferir as cargas dos mesmos
para as vigas de apoio; as vigas são utilizadas para transferir as reações das lajes,
juntamente com o peso das alvenarias, para os pilares de apoio (ou, eventualmente,
outras vigas), vencendo os vãos entre os mesmos; e os pilares são utilizados para
transferir as cargas das vigas para as fundações;

• a tranferência de cargas deve ser a mais direta possível; desta forma, deve-se evitar,
na medida do possível, a utilização de apoio de vigas importantes sobre outras vigas
(chamadas apoios indiretos), bem como, o apoio de pilares em vigas (chamadas vigas
de transição);

• os elementos estruturais devem ser os mais uniformes possíveis, quanto à geometria


e quanto às solicitações; desta forma, as vigas devem, em princípio, apresentar vãos
comparáveis entre si;
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Diretrizes Básicas • a construção está sujeita a ações (por exemplo o efeito do vento) que acarretam
solicitações nos planos verticais da estrutura; estas solicitações são, normalmente,
resistidas por “pórticos planos”, ortogonais entre si, os quais devem apresentar
resistência e rigidez adequadas; para isso, é importante a orientação criteriosa das
seções transversais dos pilares; também, é importante lembrar, a necessidade da
estrutura apresentar segurança adequada contra a estabilidade global da construção,
em geral, conseguida através da imposição de rigidez mínima às seções transversais
dos pilares.
• as dimensões contínuas da estrutura, em planta, devem ser, em princípio, limitadas
a cerca de 30 m para minimizar os efeitos da variação de temperatura ambiente e da
retração do concreto; assim, em construções com dimensões em planta acima de
30 m, é desejável a utilização de juntas estruturais ou juntas de separação que
decompõem a estrutura original, em um conjunto de estruturas independentes entre si,
para minimizar estes efeitos;

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Pré-dimensionamento
LAJES
dos elementos estruturais

• espessura da laje (h) pode ser estimada em h  2,5% lx


• espessuras mínimas em função do uso da laje:
- 7 cm para lajes de cobertura não em balanço;
- 8 cm para lajes de piso não em balanço;
- 10 cm para lajes em balanço;
-10 (até 30kN) cm para lajes sujeitas a passagem de veículos;
-12 (acima 30kN) cm para lajes sujeitas a passagem de veículos.

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Pré-dimensionamento
dos elementos estruturais

VIGAS

• seção transversal retangular (bw por h) e


posicionadas nas paredes, as quais suportam.
h • espessura da viga (bw ) é definida de modo que
ela fique embutida na parede.
bw = ealv - 2 crev
parede em
PD
alvenaria: • Normalmente, os tijolos cerâmicos e
pode conter:
janelas e os blocos de concreto tem espessuras (etij)
portas de 9 cm, 14 cm e 19 cm (ealv = etij + 2 crev)
ealv

bw viga Seção transversal de Viga

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Pré-dimensionamento
VIGAS
dos elementos estruturais
• altura (h) da seção transversal da viga pode ser estimada em (L / 10) a (L / 12,5), onde
L é o vão da viga (normalmente, igual a distância entre os eixos dos pilares de apoio).
• nas vigas contínuas de vãos comparáveis
(relação entre vãos adjacentes entre 2/3 e 3/2),
costuma-se adotar altura única estimada através do vão médio Lmédio.
No caso de vãos muito diferentes entre si,
deve-se adotar altura própria para cada vão como se fossem independentes.
• no caso de apoios indiretos (viga apoiada em outra viga),
recomenda-se que a viga apoiada tenha altura menor ou igual ao da viga de apoio.
• adota-se alturas múltiplas de 5 cm, com um mínimo de 25 cm.
A altura mínima induz a utilização de vãos l  2,5 m.
Em geral, não devem ser utilizados vãos superiores a 6 m,
face aos valores usuais de pé direito (em torno de 2,8 m)
que permitem espaço disponível, para a altura da viga, em torno de 60 cm.
Viga normal e invertida • as vigas podem ser normais ou invertidas, conforme a posição da sua alma em relação
à laje.
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Pré-dimensionamento
dos elementos estruturais PILARES

São, normalmente, de seção retangular posicionados


nos cruzamentos das vigas, permitindo apoio direto das
mesmas, e nos cantos da estrutura da edificação.
• espaçamentos dos pilares constituem os vãos das
vigas, resultando, em geral, valores entre 2,5 m a 6 m.
• nos pilares de seção retangular de dimensões (b x h),
recomenda-se b  19 cm com b  h.
Pode-se adotar, também, seção retangular com
b  14 cm (em geral nos pilares internos) ou
seções compostas de retângulos, cada um com
b  14 cm, em forma de “L”, “T”, etc

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Introdução e Elementos Básicos Diretrizes Básicas Pré-Dimensionamento Análise e Síntese Estrutural

Pré-dimensionamento
dos elementos estruturais PILARES

• posicionamento dos pilares,


✓ devem ser compatibilizados os
diversos pisos, procurando manter
a continuidade vertical dos
mesmos até a fundação
✓ evitando-se, o quanto possível, a
utilização de vigas de transição
(pilar apoiado em viga).

Vigas de Transição

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Para efeito de predimensionamento, a área da seção transversal Ac pode ser
Pré-dimensionamento
predimensionada através da carga total (Ptot) prevista para o pilar.
dos elementos estruturais
Esta carga pode ser estimada através da área de influência total do pilar em
questão, Atot .
PILARES No caso de andares-tipo, ela equivale à área de influência em um andar
multiplicada pelo número de andares existentes acima do lance considerado. A
carga total média em edifícios (pméd) varia de 10 kN/m2 a 12 kN/m2.
Portanto, tem-se:
Ptot = Atot . pmed

Usualmente, a resistência admissível


do concreto (sadm) pode variar entre
1 kN/cm2 a 1,5 kN/cm2. Assim,

Ac = Ptot / sadm

A partir de Ac tem-se as dimensões


da seção transversal do pilar.

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Pré-dimensionamento Como exemplo, considere-se o pilar P5:


dos elementos estruturais • área de influência no andar tipo = 3 m por 3 m; número de andares = 10;
• carga média de piso: pmed = 10 kN/m2 ; sadm= 1 kN/cm2 ;
PILARES seção retangular com b = 20 cm.
Pilar P5 • Atot = 10 x (3 x 3) = 90 m2; Ptot = Atot pmed = 90 x 10 = 900 kN
• Ac = Ptot / sadm = 900 / 1,0 = 900 cm2 ;h = Ac / b = 900 / 20 = 45 cm.

• A seção do pilar deve ser mantida constante ao longo de um lance


(entre pisos consecutivos) e pode variar ao longo de sua altura total.
Esta variação pode ser feita a cada grupo de 2 ou 3 andares.
• Quando, por qualquer motivo, a seção for mantida constante ao
longo da altura total, ela pode ser predimensionada no ponto mais
carregado, adotando-se sadm em torno de 1,3 kN/cm2.
• Em princípio, adotam-se para as dimensões do pilar,
múltiplos de 5 cm (20 cm, 25 cm, etc.).

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Pré-dimensionamento
dos elementos estruturais

PILARES

• As seções dos pilares devem ser posicionadas de modo a resistir aos


esforços horizontais (provocados, por exemplo, pelo vento, temperatura,
etc) e a garantir uma rigidez horizontal adequada, principalmente, contra a
instabilidade global da construção.
• Particularmente, em edifícios altos, recomenda-se a utilização de alguns
pilares com a função de garantir a estabilidade da estrutura.
• Estes, constituem os pilares de contraventamento.

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Esquema Estrutural

É o resultado gráfico da concepção estrutural imaginada.


Convem identificar todos os elementos estruturais envolvidos.
Nessas condições:
• as lajes são representadas pela letra L com índice numérico
sequencial e ordenado de modo a facilitar a sua localização;
• as vigas, de modo análogo, são representadas pela letra V;
• os pilares, de modo análogo, são representados pela letra P.

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Desenhos da Estrutura

A representação gráfica da estrutura é feita por


meio de dois tipos de desenho:

• desenho de forma;

• desenho de armação.
Cada tipo de desenho é elaborado conforme
diretrizes específicas

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Desenhos de Formas Os desenhos de formas definem completamente, as • dimensões:


características geométricas da estrutura. As diretrizes deverão constar dos desenhos de formas
específicas para a elaboração destes desenhos são: todas a dimensões necessárias para a
• locação da estrutura localização da estrutura e as dimensões
a locação consiste na definição de eixos de referência, relativas aos elementos estruturais quais
principais e secundários, em relação aos quais a estrutura se sejam:
posicionará observando, rigorosamente, as medidas prescritas - distâncias entre eixos de locação e
no projeto arquitetônico. Os eixos de locação da estrutura são, entre esses e as divisas do terreno;
em geral, eixos característicos da construção e as divisas do - espessuras das lajes;
terreno onde a mesma será implantada. Isto permitirá que, - dimensões das seções transversais
pronta a estrutura, as vedações e os acabamentos da das vigas;
construção possam ser implantados exatamente nos locais - dimensões das seções transversais
previstos no projeto arquitetônico; dos pilares.
• definição dos elementos estruturais:
com base no esquema da estrutura são detalhados todos os
elementos estruturais;
• cortes característicos
na elaboração dos desenhos de formas, é importante que
sejam bem definidas as posições relativas das lajes e vigas;

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Desenhos de Armação

Os desenhos de armação definem inteiramente as armaduras a serem utilizadas nos


elementos estruturais de concreto armado.
As diretrizes para a elaboração destes desenhos são:

• identificação individual das barras que compõem as armaduras;


• definição das bitolas, formas e comprimentos das barrras;
• definição do posicionamento das barras nas seções transversais dos elementos estruturais.

Deverá constar dos desenhos de armação o cálculo das quantidades de aço empregadas.

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Desenhos de Armação
LAJES

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Desenhos de Armação
VIGAS

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Desenhos de Armação
PILARES

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Análise Estrutural – Considerações Gerais

• Tratamento simplificado da estrutura, norteado pelo comportamento primário dos elementos


estruturais, é denominado análise estrutural;
• Em geral, as estruturas das construções são excessivamente complexas para possibilitarem
um tratamento numérico global. Para que esse tratamento numérico torne-se exequível,
costuma-se subdividir a estrutura, virtualmente, decompondo-a em partes suficientemente
simples para que cada uma delas possa ser tratada separadamente e assimilada a um dos
modelos estruturais estudados na Mecânica das Estruturas (lajes, vigas, pórticos, grelhas,
etc.). Essa decomposição é norteada pelo comportamento primário dos elementos
estruturais. Esse tratamento simplificado da estrutura é denominado análise estrutural;
• A análise estrutural será tanto mais eficaz quanto mais os resultados do tratamento numérico
simplificado aproximarem-se dos valores reais esperados;
• Deve-se ressaltar que o projetista da estrutura terá sempre limitações quanto às
simplificações a serem adotadas, pois ele não poderá ignorar o comportamento real da
mesma como um todo.
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Análise Estrutural – Hipóteses Simplificadoras

• A estrutura de um edifício é, na realidade, um pórtico espacial enrigecido por placas (lajes) em diferentes
níveis, em uma construção incremental;
• Cada novo nível é construido apoiando-se nos níveis inferiores já construidos;
• Os diversos níveis apresentam concretos de idades diferentes, carregados (peso próprio parcial) em
épocas diferentes, gerando uma intensa redistribuição de esforços;
• Assim, o tratamento numérico desta estrutura, sem uma adequada análise estrutural, torna-se
extremamente complexo;
• Por isso adotam-se, como base daquela análise, algumas hipóteses simplificadoras.

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Análise Estrutural – Lajes


• O comportamento primário das lajes é o de placas, portanto
sujeitas a esforços de flexão;
• Elas estão ligadas monoliticamente às vigas que as suportam;
• Em geral, podem ser desprezados os efeitos da interação com as
vigas:
• de fato, as flechas apresentadas pelas vigas de apoio são, em geral,
desprezíveis face àquelas apresentadas pela laje, justificando a hipótese
da viga de rigidez infinita que, assim, permite considerar os apoios da
laje como irrecalcáveis;
• também, a rigidez à torção das vigas é, relativamente, pequena face à
rigidez à flexão da laje permitindo, em geral, desprezar-se a solicitação
resultante desta interação.
• Dessa forma, as solicitações de dimensionamento das lajes podem
ser definidas começando pela determinação dos esforços
solicitantes como placas independentes.
• Os esforços finais para efeito de dimensionamento e verificação
das lajes são definidos considerando-se, de maneira criteriosa, o
comportamento real da estrutura (efeito das ligações monolíticas,
comportamento mecânico dos materiais, etc).

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Análise Estrutural – Vigas


• O comportamento primário das vigas de edifícios é o de vigas isoladas;
• As vigas suportam as lajes e alvenarias e são ligadas monoliticamente
aos pilares. Entretanto, nos casos correntes, e para as cargas verticais,
os esforços solicitantes podem ser definidos começando-se pela
análise das vigas como apoiadas nos pilares;
• A figura apresenta um corte mostrando as vigas V402 associadas aos
pilares P4, P5 e P6, e as seções transversais das vigas V404, V405 e
V406.
• Note-se que as lajes foram consideradas apoiadas nas vigas e, assim,
os seus efeitos podem ser representados apenas pelas suas reações
verticais constituindo cargas nas vigas.
• A estrutura deforma-se pela atuação das cargas. Normalmente, as
flechas resultantes são imperceptíveis, da ordem de 1/500 dos
respectivos vãos. Ampliando cerca de 100 vezes, pode-se visualizar a
estrutura deformada esquematizada pelas linhas tracejadas.
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Análise Estrutural – Vigas

• Podem ser destacadas as seguintes observações:

I. os pilares de extremidade (P4 e P6) são visivelmente solicitados à flexão pelos


vãos extremos da viga;
II. os pilares internos (neste caso, apenas o P5) são pouco solicitados à flexão
devido à interação entre as vãos adjacentes da viga;
III. o encurtamento dos pilares são desprezíveis face às flechas apresentadas pelas
vigas;
IV. as seções das vigas V404 e V406 são visivelmente torcidas junto aos pilares
extremos de apoio da viga, contrariamente à viga V405.

• As observações II a IV induzem a consideração dos apoios internos da


viga simplificada como apoios livres.

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Análise Estrutural – Vigas


• A observação IV referente aos apoios extremos, leva a pensar-se
na necessidade da consideração de certos momentos devidos à
torção das vigas que ai convergem;
• Esses momentos são, em geral, de pequeno valor relativo pois
resultam da compatibilidade de deslocamentos juntos aos pilares de
extremidade, envolvendo rigidezes de grandezas muito diferentes
entre si:
▪ de um lado tem-se a rigidez à flexão do nó de pórtico formado pela viga e
pelos pilares;
▪ de outro, a rigidez à torção da viga ortogonal ao pórtico de valor muito
pequeno.

• Por esse motivo pode-se, em princípio, desprezar-se esse efeito;


• A observação I exige a consideração do efeito do pilar de
extremidade que pode ser estimado através da análise
complementar de um nó de pórtico envolvendo os pilares de
extremidade e os tramos externos da viga, conforme ilustra a figura.

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Análise Estrutural – Pilares Modelos no ftool


• Normalmente, pode-se classificar os pilares em contraventados e
de contraventamento.
• O comportamento primário dos pilares contraventados é o de uma
barra comprimida. Assim, costuma-se efetuar o cálculo dos pilares
contraventados, adotando-se o modelo simplificado de uma barra
biarticulada comprimida sujeita a momentos fletores de
extremidade.
• Já os pilares de contraventamento, exigem uma análise mais
complexa cuja abordagem será feita oportunamente.

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Introdução e Elementos Básicos Diretrizes Básicas Pré-Dimensionamento Análise e Síntese Estrutural

Síntese Estrutural
• A adequação dos modelos estruturais primários adotados na etapa
de análise estrutural, deverá ser complementada numa segunda
etapa do processo denominada de síntese estrutural;
• A síntese estrutural detectará a necessidade de estabelecerem-se
outros modelos estruturais (secundários, terciários, etc.) para o
mesmo elemento estrutural;
• O dimensionamento correto dos elementos estruturais deve levar
em conta a envoltória dos esforços solicitantes obtidos nos vários
comportamentos considerados.
• As figuras apresentam as cargas verticais e a ação do vento, e os
seus respectivos modelos simplificados para avaliar os seus efeitos;

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CONCEPÇÃO ESTRUTURAL AÇÕES CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
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Introdução e Elementos Básicos Diretrizes Básicas Pré-Dimensionamento Análise e Síntese Estrutural

Síntese Estrutural
• Para a análise global da viga, não seria permissível, por exemplo, • O projetista de estrutura, antes de realizar a
admitirem-se articulações em todos os seus apoios, pois a estrutura análise e a síntese estruturais, necessita adotar
tridimensional do edifício seria hipostática, sem nenhuma condição um arranjo estrutural inicial com o
de suportar cargas horizontais, como aqueles provenientes da ação predimensionamento dos elementos estruturais
do vento; componentes;
• Assim, sob a ação de cargas verticais, as vigas tem um • Após a determinação dos esforços solicitantes,
comportamento primário de peça fletida; decorrentes desse arranjo, o projetista poderá
• Entretanto, sob a ação de cargas horizontais, as vigas tem um verificar se existe a necessidade de efetuar
comportamento secundário, por participarem de um pórtico plano ajustes na concepção adotada;
juntamente com os pilares; • No caso positivo, dependendo da magnitude
• Por outro lado, se as cargas verticais forem excêntricas, as vigas destes ajustes, poderá ser necessário repetir-se o
terão um comportamento terciário de peça sujeita à torção; ciclo percorrido na primeira etapa do trabalho
para se conseguir o desejado refinamento de
• A finalidade da síntese estrutural é considerar adequadamente as
projeto.
combinações mais desfavoráveis de todos esses esforços
solicitantes.

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CONCEPÇÃO ESTRUTURAL AÇÕES CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
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Cargas Verticais Cargas Horizontais - Vento Lajes Vigas

Ações Características

Constituem ações tudo aquilo que produz solicitações na estrutura.


São constituidos por:
• cargas provenientes de peso dos materiais,
pressão de vento definida pela Norma NBR 6123,
• empuxos de terra, de água, e de correnteza;
• e efeitos de temperatura, recalques diferenciais,
protensão, retração e fluência do concreto estrutural.
• As ações constituem variáveis aleatórias.
Normalmente, considera-se a intensidade das ações correspondentes
ao valor característico superior, pksup,
que apresenta 5% de probabilidade de ser ultrapassado.
Costuma-se representar pksup , simplesmente, por p.

PEF 3303 Estruturas de Concreto I


Concepção Estrutural 2023 31
CONCEPÇÃO ESTRUTURAL AÇÕES CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
PEF - Engenharia de Estruturas e Geotécnica

Cargas Verticais Cargas Horizontais - Vento Lajes Vigas

Ações Características

• As cargas podem ser classificadas em


permanente (g, G) e acidentais (q, Q);
• As letras maiúsculas identificam cargas concentradas e
as minúsculas,
cargas distribuidas por unidade de comprimento (em vigas)
ou, por unidade de área (em lajes).
• A soma destas cargas pode ser representada por
p=g+q
ou, Ações de Cálculo
P = G + Q.

PEF 3303 Estruturas de Concreto I


Concepção Estrutural 2023 32
CONCEPÇÃO ESTRUTURAL AÇÕES CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
PEF - Engenharia de Estruturas e Geotécnica

Cargas Verticais Cargas Horizontais - Vento Lajes Vigas

Cargas Permanentes
cargas fornecidas por pêso especifico
Estas cargas são constituidas pelo pêso
próprio da estrutura e pelos pesos de ▪ concreto simples 24 kN/m3
todos os elementos construtivos fixos e ▪ concreto armado 25 kN/m3
instalações permanentes. ▪ argamassa 19 kN/m3
▪ alvenaria:
Na falta de determinação experimental,
poderão ser usados os seguintes valores. de tijolo maciço 18 kN/m3
de tijolo furado (ceramico) 13 kN/m3
de blocos de concreto 13 kN/m3
▪ material de enchimento:
entulho 15 kN/m3
argila expandida 9 kN/m3
terra 18 kN/m3

PEF 3303 Estruturas de Concreto I


Concepção Estrutural 2023 33
CONCEPÇÃO ESTRUTURAL AÇÕES CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
PEF - Engenharia de Estruturas e Geotécnica

Cargas Verticais Cargas Horizontais - Vento Lajes Vigas

Cargas Permanentes
cargas fornecidas por unidade de área (m2)
Estas cargas são constituidas pelo pêso
próprio da estrutura e pelos pesos de ▪ revestimentos de pisos 1 kN/m2
todos os elementos construtivos fixos e ▪ telhados:
instalações permanentes. telha de barro 0,7 kN/m2
telha de fibro-cimento 0,4 kN/m2
Na falta de determinação experimental,
telha de alumínio 0,3 kN/m2
poderão ser usados os seguintes valores.
▪ impermeabilização de pisos 1,0 kN/m2
▪ divisória de madeira 0,2 kN/m2
▪ caixilhos:
de ferro 0,3 kN/m2
de alumínio 0,2 kN/m2

PEF 3303 Estruturas de Concreto I


Concepção Estrutural 2023 34
CONCEPÇÃO ESTRUTURAL AÇÕES CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
PEF - Engenharia de Estruturas e Geotécnica

Cargas Verticais Cargas Horizontais - Vento Lajes Vigas

Cargas Acidentais ou Variáveis Os valores mínimos a serem adotados para eles são:

São as cargas que podem atuar sobre as i. edifícios residenciais


estruturas de edificações em função de dormitórios, salas, cozinhas e banheiros 1,5 kN/m2
seu uso (pessoas, móveis, materiais
diversos, veículos, etc.). despensas, áreas de serviço e lavanderias 2,0 kN/m2
forros sem acesso a pessoas 0,5 kN/m2
Estas cargas são fixadas pela Norma
NBR6120 - Cargas para o cálculo de
escadas sem acesso ao público 2,5 kN/m2
estruturas de edificações. corredores sem acesso ao público 2,0 kN/m2
garagens (sem consideração de y) 3,0 kN/m2
• cargas verticais
terraços sem acesso ao público 2,0 kN/m2
As cargas verticais que se consideram
atuando nos pisos das edificações, além ii. edifícios de escritórios
das que se aplicam em carater especial, salas de uso geral e banheiros 2,0 kN/m2
referem-se a carregamentos devidos a escadas com acesso ao público 3,0 kN/m2
pessoas, móveis, utensílios e veículos, e corredores com acesso ao público 3,0 kN/m2
são supostas uniformemente distribuidas. terraços com acesso ao público 3,0 kN/m2
forros e garagens ídem i
restaurantes 3,0 kN/m2
PEF 3303 Estruturas de Concreto I
Concepção Estrutural 2023 35
CONCEPÇÃO ESTRUTURAL AÇÕES CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
PEF - Engenharia de Estruturas e Geotécnica

Cargas Verticais Cargas Horizontais - Vento Lajes Vigas

Cargas Acidentais ou Variáveis Os valores mínimos a serem adotados para eles são:

São as cargas que podem atuar sobre as iii. escolas


estruturas de edificações em função de salas de aula 3,0 kN/m2
seu uso (pessoas, móveis, materiais
diversos, veículos, etc.). auditórios 5,0 kN/m2
escadas e corredores 4,0 kN/m2
Estas cargas são fixadas pela Norma
NBR6120 - Cargas para o cálculo de
outras salas 2,0 kN/m2
estruturas de edificações.
iv. bibliotecas
• cargas verticais
salas de leitura 2,5 kN/m2
As cargas verticais que se consideram salas para depósito de livros 4,0 kN/m2
atuando nos pisos das edificações, além sala com estantes de livros 6,0 kN/m2
das que se aplicam em carater especial,
referem-se a carregamentos devidos a v. bancos
pessoas, móveis, utensílios e veículos, e escritórios e banheiros 2,0 kN/m2
são supostas uniformemente distribuidas. salas de diretoria 1,5 kN/m2

PEF 3303 Estruturas de Concreto I


Concepção Estrutural 2023 36
CONCEPÇÃO ESTRUTURAL AÇÕES CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
PEF - Engenharia de Estruturas e Geotécnica

Cargas Verticais Cargas Horizontais - Vento Lajes Vigas

Cargas Acidentais ou Variáveis Os valores mínimos a serem adotados para eles são:
vi. cinemas e teatros
São as cargas que podem atuar sobre as
estruturas de edificações em função de palco 5,0 kN/m2
seu uso (pessoas, móveis, materiais platéia com assentos fixos 3,0 kN/m2
diversos, veículos, etc.). platéia com assentos móveis 4,0 kN/m2
Estas cargas são fixadas pela Norma banheiros 2,0 kN/m2
NBR6120 - Cargas para o cálculo de vii. clubes
estruturas de edificações.
salas de assembleias com assentos fixos 3,0 kN/m2
• cargas verticais salas de assembleias com assentos móveis 4,0 kN/m2
As cargas verticais que se consideram salão de danças ou esporte 5,0 kN/m2
atuando nos pisos das edificações, além banheiros 2,0 kN/m2
das que se aplicam em carater especial, ginásio de esportes 5,0 kN/m2
referem-se a carregamentos devidos a viii. hospitais
pessoas, móveis, utensílios e veículos, e dormitórios, enfermarias, salas de cirurgia e banheiros 2,0 kN/m2
são supostas uniformemente distribuidas. corredores 3,0 kN/m2

PEF 3303 Estruturas de Concreto I


Concepção Estrutural 2023 37
CONCEPÇÃO ESTRUTURAL AÇÕES CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
PEF - Engenharia de Estruturas e Geotécnica

Cargas Verticais Cargas Horizontais - Vento Lajes Vigas

Cargas Acidentais ou Variáveis Cargas verticais especiais

• casa de máquinas e poço dos elevadores


Cargas em balcões
• casa de máquinas
Ao longo dos parapeitos e balcões deverão ser laje sobre a caixa dos elevadores:
consideradas aplicadas, uma carga horizontal v (velocidade)  1 m/s 30 kN/m2
de 0,8 kN/m na altura do corrimão e uma carga v > 1 m/s 50 kN/m2
vertical de 2 kN/m. laje adjacente à caixa dos elevadores:
A figura mostra estas cargas. v (velocidade)  1 m/s 5 kN/m2
v > 1 m/s 7 kN/m2
2 kN/m cargas a serem forro da casa de máquinas: 10 kN/m2
consideradas
parapeito 0,8 kN/m nos parapeitos • poço de molas dos elevadores - laje inferior 20 kN/m2
• heliponto
Deverão ser consideradas uma carga vertical de 12 kN, concentrada
na posição mais desfavorável, e uma carga uniformemente distribuida
de 5 kN/m2

PEF 3303 Estruturas de Concreto I


Concepção Estrutural 2023 38
CONCEPÇÃO ESTRUTURAL AÇÕES CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
PEF - Engenharia de Estruturas e Geotécnica

Cargas Verticais Cargas Horizontais - Vento Lajes Vigas

Cargas Acidentais ou Variáveis Redução das cargas acidentais


No cálculo dos pilares e das fundações dos edifícios para
Coeficiente de impacto – y escritórios, residências e casas comerciais não destinadas
O valor do coeficiente de impacto y de majoração a depósitos, as cargas acidentais podem ser reduzidas de
das cargas acidentais, a serem consideradas no acordo com os valores indicados abaixo.
projeto de garagens e estacionamentos para
veículos, deve ser determinado do seguinte no de pisos que atuam redução percentual das
modo: sobre o elemento cargas acidentais
se l  lo → y = 1,0
1, 2 e 3 0
se l < lo → y = lo / l  1,43 4 20%
onde 5 40%
l é o vão da viga ou o vão menor da laje 6 ou mais 60%
lo = 3 m para o caso das lajes
lo = 5 m para o caso das vigas Para efeito de aplicação destes valores,
o forro deve ser considerado como piso.
O valor de y não precisa ser considerado no
cálculo dos pilares.
PEF 3303 Estruturas de Concreto I
Concepção Estrutural 2023 39
CONCEPÇÃO ESTRUTURAL AÇÕES CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
PEF - Engenharia de Estruturas e Geotécnica

Cargas Verticais Cargas Horizontais - Vento Lajes Vigas

Ação do Vento em Edifícios

• A NBR 6118 prescreve que devemos considerar, no


dimensionamento de uma estrutura, todas as ações que
resultem em esforços significativos na análise dos Estados
Limites Último e de Serviço.
• Para todas as estruturas, os carregamentos verticais devem
ser considerados.
• Daí, em função das características geométricas e do uso de
cada estrutura, o projetista deverá determinar quais ações
adicionais a serem consideradas.
• Nos edifícios, outro carregamento (ação direta) que causa Fonte: Eng. Alio Kimura
efeitos significativos na estrutura é o vento.
• O carregamento de vento gera deformações horizontais nos
edifícios e, consequentemente, esforços adicionais.
• Além disso, essa deformação horizontal combinada com os
carregamentos verticais amplificam ainda mais os esforços,
gerando novas deformações (2ª. ordem)

PEF 3303 Estruturas de Concreto I


Concepção Estrutural 2023 40
CONCEPÇÃO ESTRUTURAL AÇÕES CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
PEF - Engenharia de Estruturas e Geotécnica

Cargas Verticais Cargas Horizontais - Vento Lajes Vigas

Ação do Vento em Edifícios

• O carregamento de vento, é uma ação variável, ou seja,


que não permanece constante ao longo da vida da
edificação.
• O carregamento de vento de uma edificação varia em
função de alguns fatores:
• A localização da edificação.
• A geometria e características da edificação.
• O uso da edificação.
• As forças aplicadas pelo vento podem ser determinadas
através de ensaios físicos ou, na falta destes, através da
NBR6123/88 - Forças Devidas ao Vento em Edificações).

PEF 3303 Estruturas de Concreto I


Concepção Estrutural 2023 41
CONCEPÇÃO ESTRUTURAL AÇÕES CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
PEF - Engenharia de Estruturas e Geotécnica

Cargas Verticais Cargas Horizontais - Vento Lajes Vigas

Ação do Vento em Edifícios


Cálculo da Força Horizontal do Vento

• O carregamento de vento em edificações paralelepipédicas


(edifícios regulares) possui algumas características:
▪ O vento pode atuar em qualquer direção, porém, as
direções perpendiculares às faces da edificação são as que
causarão efeitos mais significativos.
▪ O vento atua em uma única direção em cada rajada.
▪ Ventos que atuem na mesma direção mas sentidos
opostos, causarão esforços de mesma intensidade, mas Vento
sinais contrários. Y (-)
▪ O carregamento aplicado na face de uma edificação não é
constante. Como visto em Fenômenos dos Transportes, a
velocidade de um fluído aumenta ao se distanciar da
superfície. No caso do vento, sua velocidade, e
consequentemente a pressão, aumenta quanto mais Vento Vento
distante se estiver do nível do solo. X (+) X (-)
Vento
PEF 3303 Estruturas de Concreto I Y (+)
Concepção Estrutural 2023 42
CONCEPÇÃO ESTRUTURAL AÇÕES CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
PEF - Engenharia de Estruturas e Geotécnica

Cargas Verticais Cargas Horizontais - Vento Lajes Vigas

Ação do Vento em Edifícios


• A força resultante de vento (Fa) aplicada em uma determinada
região da face de uma edificação é dada por: Cálculo da Força Horizontal do Vento

𝐹𝑎 = 𝐶𝑎 . 𝑞. 𝐴𝑒 .10 -3
onde:
Fa = Força resultante (kN)
Ca = Coeficiente de arrasto em função da relação geométrica q (KN/m²)
entre as dimensões em planta e a altura
q = Pressão dinâmica de vento na fachada (N/m²)
Ae = Área de impacto do vento na fachada (m²) Fa (KN)

• A pressão de vento (q) é dada pela seguinte expressão:

q = 0,613 Vk²
com Vk = velocidade característica do vento em m/s
PEF 3303 Estruturas de Concreto I
Concepção Estrutural 2023 43
CONCEPÇÃO ESTRUTURAL AÇÕES CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
PEF - Engenharia de Estruturas e Geotécnica

Cargas Verticais Cargas Horizontais - Vento Lajes Vigas

Ação do Vento em Edifícios


Velocidade Característica do Vento - Vk

• A velocidade característica leva em consideração os aspectos


particulares da edificação e é obtida pela multiplicação da Fa
velocidade básica (V0) pelos fatores S1, S2 e S3:

Sendo:
• V0 = Velocidade básica do vento (m/s)
• S1 = Fator topográfico
• S2 = Fator de rugosidade do terreno, que depende das dimensões
da edificação e da altura considerada a partir do terreno
• S3 = Fator estatístico

PEF 3303 Estruturas de Concreto I


Concepção Estrutural 2023 44
CONCEPÇÃO ESTRUTURAL AÇÕES CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
PEF - Engenharia de Estruturas e Geotécnica

Cargas Verticais Cargas Horizontais - Vento Lajes Vigas

Ação do Vento em Edifícios • A velocidade básica do vento depende da região do país em que a
Velocidade Básica do Vento – V0 edificação está sendo construída.
• É definida pela velocidade de uma rajada de 3s, excedida em
média uma vez em 50 anos, a 10m acima do terreno, em campo
aberto e plano.
• A NBR6123/88 apresenta as velocidades básicas de vento em
todas as regiões do país.
• Essas curvas que mostram as velocidades de vento são chamadas
de isopletas.
• Algumas observações:
• O velocidade básica de vento é maior na região sul e vai
decrescendo à medida que se caminha para o norte.
• Depois, em parte do Amazonas e Roraima, as velocidades
voltam a crescer.
• No Estado de São Paulo, Campinas, Vinhedo e região tem
velocidades que podem chegar a 48 m/s.
• Para projetos de edificações na cidade de São Paulo, o valor
utilizado para a velocidade básica de vento é de 38 m/s.

PEF 3303 Estruturas de Concreto I


Concepção Estrutural 2023 45
CONCEPÇÃO ESTRUTURAL AÇÕES CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
PEF - Engenharia de Estruturas e Geotécnica

Cargas Verticais Cargas Horizontais - Vento Lajes Vigas

Ação do Vento em Edifícios


Fator – S1
• O fator S1 considera a topografia do terreno no qual está inserida a edificação.
• Pode ter os seguintes valores:
a) Terreno plano ou fracamente acidentado: S1 = 1,0
b) Taludes e morros:
➢ no ponto A (morros) / A e C (taludes): S1 = 1,0
➢ no ponto B [S1 é função de S1(z)]:
o  ≤ 3°:
o 6° ≤  ≤ 17°:
o  ≥ 45°:
NOTA: Interpolar linearmente Para 3° <  < 6° e 17° <  < 45°

c) Vales profundos, protegidos de ventos de qualquer direção: S1 = 0,9

PEF 3303 Estruturas de Concreto I


Concepção Estrutural 2023 46
CONCEPÇÃO ESTRUTURAL AÇÕES CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
PEF - Engenharia de Estruturas e Geotécnica

Cargas Verticais Cargas Horizontais - Vento Lajes Vigas

Ação do Vento em Edifícios • O fator S2 considera os obstáculos existentes no entorno da


edificação, o porte da edificação e, em função dessas parâmetros,
Fator – S2 o fator de rajada (Fr).
• Primeiro, define-se a categoria da edificação I a V.
• Depois, determina-se a classe a partir da maior dimensão
horizontal da edificação.
• Por fim, obtém-se os valores de b, p e Fr na última tabela.
• A expressão para determinação de S2 é a seguinte:
p
 z 
S2 = b Fr  
 10 
• É importante perceber que o parâmetro S2 é função da altura z,
que é a distância entre o solo e o nível do edifício onde queremos
determinar seu valor.
• Portanto, é o fator S2 que capta a variação da pressão do vento ao
longo da altura do edifício.

PEF 3303 Estruturas de Concreto I


Concepção Estrutural 2023 47
CONCEPÇÃO ESTRUTURAL AÇÕES CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
PEF - Engenharia de Estruturas e Geotécnica

Cargas Verticais Cargas Horizontais - Vento Lajes Vigas


𝑝
5. 𝑙𝑔
𝑆2 = 𝑏 𝐹𝑟
Ação do Vento em Edifícios Fa (KN) z = 5.lg (m) 10

Fator – S2 he = lg/2

lg 4. 𝑙𝑔
𝑝

• Nos edifícios, os carregamentos de vento devem ser Fa (KN) 𝑆2 = 𝑏 𝐹𝑟


z = 4.lg (m) he = lg 10
determinados nos nós de cruzamentos entre vigas e pilares.
• Dessa forma, deve-se obter a cota z, entre o terreno e o nó
do andar considerado. lg 3. 𝑙𝑔
𝑝

• Com os diversos valores de z, serão obtidos vários valores S2, Fa (KN) z = 3.lg (m) he = lg
𝑆2 = 𝑏 𝐹𝑟
10
um para cada andar.
• A partir daí, obteremos uma velocidade característica (vk)
para cada andar e, portanto, uma pressão para cada andar. lg 2. 𝑙𝑔
𝑝

• A pressão aumenta, quanto maior a cota z, conforme Fa (KN) z = 2.lg (m) he = lg


𝑆2 = 𝑏 𝐹𝑟
10
observado no escoamento dos fluidos.
• A área de influência Ae será obtida pela multiplicação da
altura de influência (he) pela dimensão em planta do edifício lg 𝑙𝑔
𝑝
na direção de vento considerada (ae). 𝑆2 = 𝑏 𝐹𝑟
Fa (KN) z = lg (m) he = lg 10

ae
lg
PEF 3303 Estruturas de Concreto I
Concepção Estrutural 2023 48
CONCEPÇÃO ESTRUTURAL AÇÕES CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
PEF - Engenharia de Estruturas e Geotécnica

Cargas Verticais Cargas Horizontais - Vento

Ação do Vento em Edifícios


Fator – S3

• O fator estatístico S3 é baseado em conceitos


estatísticos e considera o grau de segurança requerido e
a vida útil da edificação.
• Edificações de caráter temporário ou vedações tem
valores de S3 mais baixos.
• Edificações destinadas à segurança pública tem fator S3
mais alto.
• Os valores mínimos para S3 são dados pela tabela:

PEF 3303 Estruturas de Concreto I


Concepção Estrutural 2023
CONCEPÇÃO ESTRUTURAL AÇÕES CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
PEF - Engenharia de Estruturas e Geotécnica

Cargas Verticais Cargas Horizontais - Vento

Ação do Vento em Edifícios


Coeficiente de Arrasto – Ca
• O coeficiente de arrasto (Ca) considera as dimensões em planta e a altura
das edificações paralelepipédicas.
• Os ensaios demonstram que, a depender das relações entre essas
dimensões, a pressão de vento deve ser reduzida ou ampliada.
• O coeficiente de arrasto é obtido através de ábacos: para ventos de baixa
turbulência e para ventos de alta turbulência.
3,50
• Deverá ser obtido o coeficiente de arrasto para cada uma das direções
de vento consideradas. Ca=1,25
• O ábaco ao lado é destinado a ventos de baixa turbulência.
• Para se obter o valor do coeficiente de arrasto, deve-se determinar:
• O valor de l1/l2, que é a relação entre as dimensões em planta da
edificação, sendo l1 a dimensão da face onde o vento atua.
• O valor de h/l1, sendo h a altura da edificação acima do nível do
terreno. 0,85
• Entrando-se com os 2 valores no ábaco, obtém-se o valor do
coeficiente de arrasto pelo cruzamento das retas.

PEF 3303 Estruturas de Concreto I Coeficiente de arrasto, Ca , para edificações


Concepção Estrutural 2023 paralelepipédicas em vento de baixa turbulência
CONCEPÇÃO ESTRUTURAL AÇÕES CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
PEF - Engenharia de Estruturas e Geotécnica

Cargas Verticais Cargas Horizontais - Vento

Ação do Vento em Edifícios


Coeficiente de Arrasto – Ca

• O ábaco ao lado é utilizado para obtenção do coeficiente de arrasto


(Ca) em regiões de vento com alta turbulência.
• Os ventos com alta turbulência conduzem a pressões menores nas
faces da edificação.
• Com menores pressões de vento, os esforços adicionais
desenvolvidos na estrutura serão menores e, com isso, se obterá
uma estrutura com menores consumos de aço e concreto.
• A Norma NBR 6123 estabelece os critérios para que se possa
considerar a edificação em região com ventos de alta turbulência.

PEF 3303 Estruturas de Concreto I


Concepção Estrutural 2023
CONCEPÇÃO ESTRUTURAL AÇÕES CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
PEF - Engenharia de Estruturas e Geotécnica

Cargas Verticais Cargas Horizontais - Vento

Ação do Vento em Edifícios


Exemplo Numérico Solução:

Calcular a ação do vento para exemplo da torre de reservatório de água. - O enunciado diz para se considerar apenas o
Como simplificação, considerar a ação do vento atuando somente sobre vento atuando sobre as faces do reservatório.
as faces do reservatório. - Portanto a força resultante de vento (Fa) será
Dados: aplicada na metade da altura da parede.
✓ Velocidade básica: V0 = 40 m/s ➢ z = 30 + (6/2) → z = 33,0 m
✓ Terreno: Categoria III
✓ S1 = 1,0 33
➢ 𝑆2 = 0,94. (10)0,1 → 𝑆2 =1,059
✓ S2 = 0,94 (z/10) 0,1
✓ S3 = 1,0 ➢ 𝑉𝑘 = 1,0.1,059.1,0.40 → 𝑉𝑘 =42,37 m/s
✓ Coeficiente de arrasto: Ca = 1,0 ➢ 𝑞 = 0,613. 42,372 → 𝑞 = 1100,4 𝑚2
𝑁

➢ 𝐹𝑎 = 1,0.1100,4.6 ∗ 6. 10−3

𝑭𝒂 = 39,6 KN

PEF 3303 Estruturas de Concreto I


Concepção Estrutural 2023
CONCEPÇÃO ESTRUTURAL AÇÕES CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
PEF - Engenharia de Estruturas e Geotécnica

Cargas Verticais Cargas Horizontais - Vento Lajes Vigas

Determinação das cargas atuantes


nos elementos estruturais de edifícios

Cargas nas lajes


As lajes constituem elementos planos que suportam
cargas transversais que podem ser definidas por unidade
de área.
Normalmente, as lajes tem, em planta, forma retangular
de dimensões lx por ly (vãos teóricos), onde,
convencionalmente, adota-se lx  ly .
• peso próprio (pp): 25 h (h em m) g1 = __ kN/m2
Quando a laje for rebaixada, o • revestimento (rev): g2 = 1 kN/m2
• enchimento: g3 = 15 hench (hench em m) = __ kN/m2
nivelamento necessita de material de
enchimento que, geralmente, é
constituido de entulho de obra cujo peso
específico é da ordem de 15 kN/m3.
Tem-se, assim, a parcela g3.

PEF 3303 Estruturas de Concreto I


Concepção Estrutural 2023 53
CONCEPÇÃO ESTRUTURAL AÇÕES CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
PEF - Engenharia de Estruturas e Geotécnica

Cargas Verticais Cargas Horizontais - Vento Lajes Vigas

Determinação das cargas atuantes


nos elementos estruturais de edifícios carga acidental sobre a laje:
q = __ kN/m2 (definida pela NBR-6120).
Alvenaria direta sobre a laje - g4 = Gpar / (lx ly) = __ kN/m2 Tem-se, assim, a carga permanente total: g = g1 + g2 + g3 + g4
e a carga acidental q .
Quando existir parede construida diretamente sobre a laje,
o seu peso pode ser considerado através de uma carga Pode-se adotar a seguinte disposição prática (tabela) para o
distribuida equivalente aplicada sobre toda a área da laje. levantamento das cargas pk:
Nesta parcela g4, tem-se:
Lajes L1 L2 ...
Gpar = epar.(l1 + l2).PD.alv pêso próprio
revestimento
PD = pé direito
enchimento
alv = 18 kN/m3 (tijolo maciço) alvenaria sobre
13 kN/m3 (tijolo furado) a laje
gk
qk
pk

PEF 3303 Estruturas de Concreto I


Concepção Estrutural 2023 54
CONCEPÇÃO ESTRUTURAL AÇÕES CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
PEF - Engenharia de Estruturas e Geotécnica

Cargas Verticais Cargas Horizontais - Vento Lajes Vigas

EXEMPLO

A figura mostra um esquema estrutural onde se


tem 3 lajes:
• L1 em balanço que recebe um parapeito
periférico em alvenaria de 1,2 m de altura de
15 cm de espessura;
• L2 com duas paredes de alvenaria de 15 cm
de espessura;
• L3 com rebaixo de 25 cm), 5 vigas e 4
pilares.
• As vigas suportam paredes de alvenaria de
25 cm, exceto a V4 com parede de 15 cm.
• As alvenarias são de tijolo maciço com
alv = 16 kN/m3.

PEF 3303 Estruturas de Concreto I


Concepção Estrutural 2023 55
CONCEPÇÃO ESTRUTURAL AÇÕES CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
PEF - Engenharia de Estruturas e Geotécnica

Cargas Verticais Cargas Horizontais - Vento Lajes Vigas

EXEMPLO

A tabela seguinte apresenta as cargas


sobre as lajes, bem como, as suas
diversas parcelas. (cargas em kN/m2)

PEF 3303 Estruturas de Concreto I


Concepção Estrutural 2023 56
CONCEPÇÃO ESTRUTURAL AÇÕES CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
PEF - Engenharia de Estruturas e Geotécnica

Cargas Verticais Cargas Horizontais - Vento Lajes Vigas

EXEMPLO

Cargas nas Vigas


Normalmente, as cargas nas vigas são constituidas de
cargas distribuidas (por unidade de comprimento da
viga); eventualmente, pode-se ter cargas concentradas
correspondentes às reações de outras vigas (viga
apoiada em viga).
As cargas distribuidas podem ser compostas de 3
parcelas:
• peso próprio da viga g1 = 25 bw h (kN/m);
• peso da alvenaria: g2 = epar (PD - h) alv.
▪ alv = 18 kN/m3 em tijolo maciço Usualmente, desprezam-se os vazios correspondentes a portas
e janelas. Em situações particulares (por exemplo, na presença
13 kN/m3 em tijolo furado de uma grande janela de acesso à sacada ocupando quase todo
o vão da parede), pode-se descontar os vazios, adicionando-se,
contudo, o peso das esquadrias.
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Concepção Estrutural 2023 57
CONCEPÇÃO ESTRUTURAL AÇÕES CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
PEF - Engenharia de Estruturas e Geotécnica

Cargas Verticais Cargas Horizontais - Vento Lajes Vigas

EXEMPLO

• reações das lajes: g3 + q


▪ Estas reações podem ser estimadas através do
seguinte modelo simplificado.
▪ A carga atuante na laje retangular é subdividida em
partes proporcionais às áreas das 4 figuras (2
triangulos e 2 trapézios); a seguir, estas parcelas são
aplicadas como cargas distribuidas uniformes sobre as
vigas de apoio da laje (as parcelas correspondentes
aos triangulos sobre as vigas de apoio do lado menor
da laje, e as dos trapézios sobre os lados maiores).
▪ Para a carga total p atuando sobre a laje, tem-se:

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CONCEPÇÃO ESTRUTURAL AÇÕES CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
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Cargas Verticais Cargas Horizontais - Vento Lajes Vigas

EXEMPLO

• reações das lajes: g3 + q


▪ as condições de vínculo da laje podem ser
consideradas na estimativa das reações da laje,
conforme ilustra a figura.
▪ a cada lado da laje corresponde uma área carregada.
A reação (carga distribuida) é obtida, dividindo-se a
resultante de carga sobre esta área pelo respectivo
comprimento do lado.
▪ Resultam, assim, as reações: px1, px2, py1, py2.

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Concepção Estrutural 2023 59
CONCEPÇÃO ESTRUTURAL AÇÕES CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
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Cargas Verticais Cargas Horizontais - Vento Lajes Vigas

EXEMPLO
LAJE L1 L2 L3
lx (m) 1,26(*) 3,00 2,00
A 3ª parcela é constituida de duas partes: ly (m) 4,50 4,50
• g3 = reação da carga permanente da laje g(kN/m2) 6,57 4,87 6,50
• q = reação da carga acidental que atua sobre a laje q(kN/m2) 4,48 1,5 1,5
p=g+q 11,05 6,37 8,00
Para o exemplo, tem-se: px = p lx / 4 (**) 4,78 4,00
py = px (2 - lx / ly) 13,92(**) 6,37 6,22
25  0,12  0,50 = 1,50kN / m − V1 e V2 (cargas px e py em kN/m)
g 1 = 25b w h = 
25  0,12  0,45 = 1,35kN / m − V3 e V4
(*) - a laje é em balanço, e o seu vão foi definido como lx ;
Adimitindo-se que as paredes sejam de tijolo maciço, as (**) - por tratar-se de laje em balanço,
externas com 25 cm e as internas com 15 cm, tem-se: a reação é dada por p . lbal = 11,05 . 1,26 = 13,92 kN/m.
0,25  (3,0 − 0,50)  16 = 10,0kN / m − V1 e V2

g2 = epar (PD - h) alv = 0,25  (3,0 − 0,45)  16 = 10,2 kN / m − V3 e V5
0,15  (3,0 − 0,45)  16 = 6,12 kN / m − V
 4

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CONCEPÇÃO ESTRUTURAL AÇÕES CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
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Cargas Verticais Cargas Horizontais - Vento Lajes Vigas

EXEMPLO A seguir, estão esquematizadas as cargas


atuantes nas vigas V1 e V4.

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CONCEPÇÃO
LançamentoESTRUTURAL
Estrutural AÇÕES CARACTERÍSTICAS
EXEMPLO EXEMPLO
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Arquitetura Lançamento Estrutural Cargas nas lajes Cargas nas vigas

Para a planta de arquitetura indicada, Dados:


pede-se: γconcreto = 25 KN/m³,
γalvenaria = 16 KN/m³,
a. o esquema estrutural do piso; γenchimento = 15 KN/m³,
b. planta de formas; revestimento = 1,0 KN/m² (já incluso o contrapiso),
c. as cargas nas lajes, os vãos e altura do enchimento = 25cm no banheiro,
a distribuição das cargas para as vigas; pé-direito = 2,7 m (piso a piso),
d. as cargas nas vigas. alvenaria externa espessura acabada = 25 cm,
alvenaria interna espessura acabada = 15 cm,
pré-dimensionar os pilares para carga de 10 andares.

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Concepção Estrutural 2023 62
62
CONCEPÇÃO ESTRUTURAL AÇÕES CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
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Arquitetura Lançamento Estrutural Cargas nas lajes Cargas nas vigas

Vigas no perímetro

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Concepção Estrutural 2023 63
CONCEPÇÃO ESTRUTURAL AÇÕES CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
PEF - Engenharia de Estruturas e Geotécnica

Arquitetura Lançamento Estrutural Cargas nas lajes Cargas nas vigas

Viga no eixo central, sob alvenarias

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Concepção Estrutural 2023 64
CONCEPÇÃO ESTRUTURAL AÇÕES CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
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Arquitetura Lançamento Estrutural Cargas nas lajes Cargas nas vigas

Viga sob alvenarias


que limitam os ambientes

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Concepção Estrutural 2023 65
CONCEPÇÃO ESTRUTURAL AÇÕES CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
PEF - Engenharia de Estruturas e Geotécnica

Arquitetura Lançamento Estrutural Cargas nas lajes Cargas nas vigas

Viga separando o sanitário


devido ao seu enchimento.

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Concepção Estrutural 2023 66
CONCEPÇÃO ESTRUTURAL AÇÕES CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
PEF - Engenharia de Estruturas e Geotécnica

Arquitetura Lançamento Estrutural Cargas nas lajes Cargas nas vigas

Vigas opcionais

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Concepção Estrutural 2023 67
CONCEPÇÃO ESTRUTURAL AÇÕES CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
PEF - Engenharia de Estruturas e Geotécnica

Arquitetura Lançamento Estrutural Cargas nas lajes Cargas nas vigas

Solução de vigas adotada

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Concepção Estrutural 2023 68
CONCEPÇÃO ESTRUTURAL AÇÕES CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
PEF - Engenharia de Estruturas e Geotécnica

Arquitetura Lançamento Estrutural Cargas nas lajes Cargas nas vigas

Pilares nos principais encontros de vigas

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Concepção Estrutural 2023 69
CONCEPÇÃO ESTRUTURAL AÇÕES CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
PEF - Engenharia de Estruturas e Geotécnica

Arquitetura Lançamento Estrutural Cargas nas lajes Cargas nas vigas

Esquema Estrutural

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Concepção Estrutural 2023 70
CONCEPÇÃO ESTRUTURAL AÇÕES CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
PEF - Engenharia de Estruturas e Geotécnica

Arquitetura Lançamento Estrutural Cargas nas lajes Cargas nas vigas

Esquema Estrutural
• lajes

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Concepção Estrutural 2023 71
CONCEPÇÃO ESTRUTURAL AÇÕES CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
PEF - Engenharia de Estruturas e Geotécnica

Arquitetura Lançamento Estrutural Cargas nas lajes Cargas nas vigas

Esquema Estrutural
• vigas

PEF 3303 Estruturas de Concreto I


Concepção Estrutural 2023 72
CONCEPÇÃO ESTRUTURAL AÇÕES CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
PEF - Engenharia de Estruturas e Geotécnica

Arquitetura Lançamento Estrutural Cargas nas lajes Cargas nas vigas

Esquema Estrutural
• pilares

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Concepção Estrutural 2023 73
CONCEPÇÃO ESTRUTURAL AÇÕES CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
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Arquitetura Lançamento Estrutural Cargas nas lajes Cargas nas vigas

Esquema Estrutural
• Lajes
• vigas
• pilares

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Concepção Estrutural 2023 74
CONCEPÇÃO ESTRUTURAL AÇÕES CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
PEF - Engenharia de Estruturas e Geotécnica

Arquitetura Lançamento Estrutural Cargas nas lajes Cargas nas vigas

Planta de Formas
• Lajes
• vigas
• pilares

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Concepção Estrutural 2023 75
CONCEPÇÃO ESTRUTURAL AÇÕES CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
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Arquitetura Lançamento Estrutural Cargas nas lajes Cargas nas vigas

𝑔𝑝𝑝,𝑙𝑎𝑗𝑒 = ℎ . 𝛾𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜
𝑔𝑟𝑒𝑣 = 1,0 𝑘𝑁/𝑚²
𝑔𝑒𝑛𝑐ℎ = ℎ . 𝛾𝑒𝑛𝑐ℎ𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜
𝑒. 𝑙. 𝑃𝑑. 𝛾𝑎𝑙𝑣
𝑔𝑎𝑙𝑣,𝑙𝑎𝑗𝑒 =
𝑙𝑥 . 𝑙𝑦

𝑞𝑠𝑐 = 𝑁𝐵𝑅6120: 2019


Cozinha = 2 kN/m²
Demais ambientes = 1,5 kN/m²

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Concepção Estrutural 2023 76
CONCEPÇÃO ESTRUTURAL AÇÕES CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
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Arquitetura Lançamento Estrutural Cargas nas lajes Cargas nas vigas

py

ly  lx

45

px
lx

𝑝 . 𝑙𝑥
𝑝𝑥 =
4

𝑙𝑥
𝑝𝑦 = 𝑝𝑥 2−
𝑙𝑦

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CONCEPÇÃO ESTRUTURAL AÇÕES CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
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Arquitetura Lançamento Estrutural Cargas nas lajes Cargas nas vigas

parede em
alvenaria:
PD pode conter:
janelas e
portas

ealv

bw viga

𝑔𝑝𝑝,𝑣𝑖𝑔𝑎 = 𝑏 . ℎ . 𝛾𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜

𝑔𝑎𝑙𝑣,𝑣𝑖𝑔𝑎 = 𝑒 . 𝑃𝑑 − ℎ . 𝛾𝑎𝑙𝑣

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CONCEPÇÃO ESTRUTURAL AÇÕES CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
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Arquitetura Lançamento Estrutural Cargas nas lajes Cargas nas vigas

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CONCEPÇÃO ESTRUTURAL AÇÕES CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
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Arquitetura Lançamento Estrutural Cargas nas lajes Cargas nas vigas

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Concepção Estrutural 2023 80
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PEF 3303 Estruturas de Concreto I


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