CONTAMINAÇÃO DA ÁGUA EM SÃO PAULO CAPITAL

Vivemos em um país privilegiado, 12% do total da água da superfície da Terra encontra-se

hoje no Brasil, no entanto, distribuídas de forma injusta. Na região Norte, localiza-se
aproximadamente 70% da quantidade total da reserva de água brasileira, ou seja, um morador
do Estado de Roraima dispõe de 1,8 milhões de litros de água por ano, enquanto um morador
do Estado do Pernambuco precisa aprender a viver com bem menos. Em São Paulo, a maior
e mais populosa cidade do Brasil, América Latina e Hemisfério Sul, localizada na região
Sudeste do país aonde se concentra as áreas de maior consumo, a disponibilidade total é de
apenas 4%.
A ONU determina que a quantidade adequada que uma pessoa pode ter acesso ao ano é
de 1,7 milhão de litros, entretanto, isso só é possível se obter na região amazônica, cuja
concentração de água é maior. Nas regiões mais populosas do país o quadro é outro, pois, a
poluição, o consumo destinado às indústrias e os esgotos residenciais diminuem a quantidade
disponível para uso. É o que ocorre, por exemplo, na região metropolitana de São Paulo com a
bacia do rio Tietê, na qual os habitantes tem acesso somente a um volume de água menor do que
o recomendado pela ONU para se obter uma vida saudável.
A maior parte da demanda atendida de abastecimento de água é realizada pela SABESP o maior
e principal Sistema Cantareira que abastece mais de 9 milhões de habitantes é totalmente
dependente das águas das chuvas na estação do verão. No entanto, o ultimo verão foi um dos
mais quentes e secos e se estendeu para os meses seguintes, com menos índices de chuva na
região, consequentemente, com menos chuva e o aumento do consumo devido ao calor, lençóis
freáticos, rios e represas incluindo o Sistema Cantareira registrou o menor nível da história em
2014.
Contudo, apesar da dificuldade enfrentada para melhorar o abastecimento e distribuição da
água em São Paulo, um dos fatores mais agravantes com a água que ainda temos disponível
para utilização é a poluição e contaminação da mesma, por mal descarte de lixos e dejetos em
ruas e bueiros, metais pesados e substâncias descartados pela indústria e também pela falta de
boa prática doméstica na hora de se livrar dos lixos do dia – a – dia.
Embaixo dos nossos pés há um imenso canal de recursos hídricos, que chamamos de
águas subterrâneas e acima dele esta o lençol freático que também são conhecidos como
aquíferos livres. São fundamentais reservatórios de água no subsolo armazenando o maior
volume de água doce para o consumo humano
Geralmente as águas dos reservatórios subterrâneos são limpas devido a filtração natural
ocasionada pelo solo poroso e grãos que agem como uma espécie de “peneira”, um filtro
capturando as impurezas, por isso podemos beber a água mineral sem a necessidade prévia de
trata – la. No entanto, em regiões onde o foco é a agricultura e polos industriais há contaminação
devido ao despejo de agrotóxicos e metais pesados. No estado de São Paulo, esses aquíferos
abastecem quase metade de seu território e destacam – se por sua capacidade de geração de
água subterrânea os Aquíferos Guarani, São Paulo, Taubaté e Bauru.
Um dos fatores que mais causam contaminações nessas águas são os cemitérios.
Passados 30 dias que o corpo foi enterrado, na decomposição é liberado um liquido chamado
Necrochorume,Cerca de 75% dos cemitérios poluem o solo com Necrochorume e causam
poluição ambiental e sanitária. O contato ou consume dessas águas podem acarretar doenças
graves como: hepatite A, tuberculose, escarlatina, entre outras.
Esgoto é o líquido formado a partir de restos de componentes e demais substâncias que
não são úteis e foram descartadas nos sistemas de encanamentos. Uma mistura das águas
domésticas, públicas, comerciais e industriais. As principais fontes poluidoras são:

 Esgoto doméstico: gorduras e resíduos de detergentes

  Esgoto de dejetos industriais: fezes que podem ser humana ou animal, o maior risco esta
na contaminação da água acarretando doenças.
 Poluição por detergente: poluição causada por produtos químicos, que pode ocasionar em
morte de animais aquáticos e plantas ao redor.
 Agrotóxicos: Este é o maior risco na contaminação de alimentos.

Seu escoamento a céu aberto deve ser evitado. Por isso, ações de engenharia sanitária
procuram confinar o esgoto e fazê-lo escoar em canalizações fechadas e enterradas desde o
ponto de coleta até o local de tratamento.

As atividades dos postos de gasolina podem acarretar problemas ambientais graves como
derramamento de combustíveis ou vazamentos dos tanques que ficam enterrados no solo,
podendo contaminar o lençol freático com compostos químicos impossibilitando o uso da água.
No Brasil existem mais de 30 mil postos de combustíveis. A gasolina contém mais de 400
componentes e possui pouca solubilidade em água. Após um vazamento, ela entrará no subsolo
como liquido de fase não aquosa (NAPL), quando chegar na área subterrânea ela se dissolverá
parcialmente.
A maioria dos despejos industriais provém das atividades em rios, lagos e córregos que
provocam um sério desequilíbrio no ecossistema. O resíduo desse despejo causa efeitos tóxicos
nos seres vivos que se encontram próximo ao local, influenciando na rotina do ser humano,
podendo causar doenças e em casos graves levar a óbito. São componentes encontrados nesse
tipo de despejo: Metais e compostos tóxicos ou venenosos, substancias que causam mau cheiro
e gosto, muitas das vezes corrosivas, matéria orgânica em concentrações excessivas, óleos,
gorduras ou graxas entre outros. Entre os principais elementos tóxicos despejados estão o
mercúrio, chumbo, cádmio, arsênico, bário, cobre, cromo e zinco.

esgoto doméstico é lançado nos rios e há um aumento na matéria orgânica na água fazendo
com que o equilíbrio local seja afetado, ocasionando o aumento de determinados microrganismos
e a dificuldade de desenvolvimento de outros. Esse processo é conhecido como eutrofização,
pode levar ao surgimento de microalgas e ao sufocamento de peixes e outras espécies, além da
transmissão de doenças presentes nas fezes humanas para outros consumidores da água. No
despejo doméstico é possível encontrar: materiais sólidos suspensos ou sólidos dissolvidos,
matéria orgânica e organismos patogênicos como bactérias, helmintos e protozoários, como
também nutrientes como o nitrogênio e o fósforo.
Quando o lixo é lançado na água, além de contaminar os rios, lagos e córregos, também
causa a morte de animais que muitas vezes confundem plásticos e vidros com seus alimentos
naturais e morrem engasgados ou sufocados, e mais, quando o lixo é acumulado, provoca o
assoreamento dos rios e pode chegar ao ponto de não permitir o fluxo da água para locais onde o
rio é canalizado, provocando enchentes quando ocorrem chuvas intensas. Nesse lixo encontram
– se resíduos sólidos principalmente residenciais e industriais.
Uma vez que entramos em contato e consumimos água contaminada o resultado é a
ocorrências de doenças no corpo. A agua de enchentes é resultado do encontro de águas de
esgoto e bueiros consequentemente carregando germes, bactérias e vírus de todos os gêneros,
inclusive animais que tem por sua casa os próprios esgotos.

Em contato com a pele, essa água penetra através dos poros carregando todas as
impurezas, bactérias e vírus. A doença mais comum causada pelo contato com água de
enchentes e esgoto é a Leptospirose, doença infecto contagiosa transmitida pela urina do rato.
Seus sintomas podem ser comparados com os de uma gripe comum: febre, dor de cabeça, dores

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pelo corpo, podendo também ocorrer vômito, diarreia, confusão mental, machas pelo corpo,
insuficiência renal e sangramento intestinal podendo levar a óbito se não for tratada rapidamente.

Outra doença causada pela agua contaminada é a Hepatite A. Trata- se de uma infecção
viral transmitida pela via fecal - oral, contaminando os alimentos através da falta de higiene ou do
contato das fezes infectadas com a água. Seus sintomas são: diarreia, náusea, perca de apetite e
vômito.

Outros fatores também contribuem para a contaminação como o contato da água com
agentes tóxicos que podem causar efeitos prejudiciais e até fatais a um determinado organismo
que a elas tenha sido exposto. As substâncias tóxicas podem ser ingeridas, inaladas ou
absorvidas através da pele.
Os níveis dos efeitos causados por essas substâncias em contato com água podem ser :

 Agudos: quando a reação do organismo é imediata ou rápida à exposição ao agente

tóxico. Pode variar de uma erupção cutânea até à morte;
 Crónicos – se a consequência é permanente ou duradoura, como lesões renais ou
hepáticas.

Tratando – se da contaminação por meio da gasolina, os compostos dela são substâncias

muito perigosas e podem devastar o sistema nervoso central. É comprovado cientificamente que
seu componente, o Benzeno, é carcinogênico podendo gerar Leucemia.

A responsável por realizar o tratamento da água é a SABESP. Essa água passa por estações
de tratamento de limpeza e purificação recebendo alguns produtos químicos, tais como: Cal
hidratada e sulfato de alumínio. Após isso, é direcionada para um tanque com filtros para limpa –
la, nessa fase, ela passa por uma purificação através do carvão, areia, cascalho fino e cascalho
grosso e no fim desse processo ela vai para as caixas d’agua do ‘’CODAU’’, que é de onde sai a
água que é distribuída para a as residências.

Buscando ideias inovadoras para potencializar o uso da água, a multinacional P&G (Procter &
Gamble) lançou a pouco tempo no mercado um produto capaz de tornar até 10 litros de água
potável em apenas 30 minutos, o bastante para o consumo de cinco pessoas no dia, chama – se
“Sachê Purificador de Água”. Basta colocar o pó em um recipiente com água suja que em apenas
alguns minutos a sujeira começa a se agrupar formando blocos, conforme o aumento do peso ela
afunda deixando a água limpa e quase pronta para consumir.

A composição do pó é sulfato de ferro que é responsável pela separação e agrupamento da

sujeira, metais pesados, parasitas presentes na água e cloro, responsável por matar vírus e
bactérias.

No entanto, por mais que empresas criem algo inovador para tornar agua potável e mais ao
alcance de todos, nenhuma inovação será de fato eficaz para acabar ou conter o problema se a
real conscientização da população e atitudes individuais para tornar o movimento grande e
coletivo não forem adotadas. Atitudes simples como separar o lixo, não jogar lixo em esgotos, não
jogar produtos utilizados para fritura e limpeza da cozinha nos ralos, entre outras. No setor
industrial principalmente, verificar qual o tipo de despejo adequado para as substâncias para não
comprometer rios e lagos, animais vivem e se alimentam nas proximidades e a população em
contato a água.