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Teste de Student “t”

O teste de Student, ou simplesmente teste t é o


método mais utilizado para se avaliarem as diferenças
entre as médias de dois grupos.

Por exemplo, o teste t pode ser usado para testar o


efeito provocado por uma determinada droga.

•Grupo tratamento – pacientes que receberam a


droga;
•Grupo controle – pacientes que receberam o placebo.
Teste de Student “t”

Podemos montar uma experiência aos pares e efetuar


o teste para o mesmo grupo de pessoas em duas
situações diferentes.

O teste t pode ser usado mesmo que as amostras


sejam pequenas (n=10) desde que seja admitido que
as populações que deram origem às amostras tenham
distribuição normal e variabilidades não
significativamente diferentes.
Teste “t” para observações independentes
Procedimento: a variável em análise tem distribuição
normal ou aproximadamente normal?
Se a resposta for afirmativa aplica-se o teste t, para
comparar as médias.
Calculam-se:

a) A média de cada grupo; indica-se:

x1 : Média do grupo 1

x2 : Média do grupo 2
Teste “t” para observações independentes
b) A variância de cada grupo; indica-se:
2
s :
1
variância do grupo 1

2
s :
2
variância do grupo 2

c) A variância ponderada, dada pela fórmula:

(n1  1) s  (n2  1) s
2 2
s 
2 1 2
n1  n2  2
Teste “t” para observações independentes
d) O valor de t, definido por

x 2  x1
t 
 1 1 
s 2
n  

 1 n2 

e) Graus de liberdade

n1  n2  2
Teste “t” para observações independentes

Toda vez que o valor calculado de t, em


valor absoluto for igual ou maior do que
o tabelado, conclui-se que as médias
não são iguais, ao nível de significância
estabelecido.
Teste “t” para observações independentes
EXEMPLO
Objetivo:
• Verificar se duas dietas para
emagrecer são igualmente eficientes.

Método:
• Separar ao acaso um conjunto de
pacientes em dois grupos.
• Cada um deve seguir a dieta
designada para o seu grupo.
Resultados:
Calcular:
Tabela: Perda de Peso (Kg) 1
𝑛

de duas dietas Média dos grupos (n): 𝑥𝑛 =


𝑛
𝑥𝑖
𝑖=1

Dieta 1 Dieta 2 Variância dos grupos (s²n)


12 15
8 19 Variância ponderada (s²p):
2 2
𝑛1 − 1 𝑠1 + 𝑛 2 − 1 𝑠2
15 15 𝑠𝑝2 =
𝑛1 + 𝑛2 − 2
13 12
10 13 Valor t:
12 16 𝑥1 − 𝑥2
𝑡=
14 15 𝑠𝑝2
1
+
1
11 𝑛1 𝑛2
12
Graus de liberdade:
13 GL = n1 + n2 -2
Teste “t” para observações independentes
 x
2

b) A variância de cada grupo: x  n


2

s2 
1202 n 1
1476  105 2
10 36 1605 
s1 
2
 4 30
9 9 s2 
2 7  5
6 6
c) A variância ponderada, dada pela fórmula:

(n1  1) s  (n2  1) s
2
9 4  65
2
s 
2 1
 2
 4,4
n1  n2  2 10  7  2
Teste “t” para observações independentes
d) O valor de t, definido por

x 2  x1 15  12
t   2,902
1 1  1 1
s   
2
4,4    
 n1 n2   10 7 

e) Graus de liberdade

n1  n2  2  10  7  2  15
Teste “t” para observações independentes
Teste “t” para observações independentes
Aceita-se:
t = 2,13 valor tabelado.
H0 se tc < t
tc = 2,902 valor calculado. H1 se tc > t

tc > t conclui-se que, em média, as perdas de pesos de


pacientes submetidos aos dois tipos de dieta são
diferentes. Em termos práticos, a perda de peso é
maior quando os pacientes são submetidos a dieta 2.
Teste “t” para observações pareadas
Para estudar o efeito de um tratamento, muitas vezes
comparam-se pares de indivíduos.
Exemplo:
• Psicologia: compara pares de gêmeos;
• Efeito de um tratamento: o dentista aplica o
tratamento de um lado da arcada e deixa o outro sem
tratamento;
• Tratamentos onde se observam os mesmos
indivíduos duas vezes, antes e depois do tratamento:
pressão arterial.
Teste “t” para observações pareadas
Para testar o efeito de um tratamento, quando as
observações são pareadas, aplica-se o teste t.

Temos que calcular:

a) A diferença entre as unidades de cada um dos n

d  x2  x1
pares

b) A média das diferenças

d
 d
n
Teste “t” para observações pareadas
 d
2

c) A variância das diferenças d  n


2

s 
2

n 1
d
d) O valor de t t
2
s
n
e) Graus de liberdade: n-1
Teste “t” para observações pareadas
Exemplo: São dados os pesos de 9 pessoas, antes e depois da
dieta para emagrecimento.

Dieta
Antes Depois
77 80
62 58
61 61
80 76
90 79
72 69
86 90
59 51
88 81
Teste “t” para observações pareadas
Exemplo: São dados os pesos de 9 pessoas, antes e depois da
dieta para emagrecimento.

Dieta Diferenças
Antes Depois
77 80 80-77=3
62 58 58-62=-4
61 61 61-61=0
80 76 76-80=-4
90 79 79-90=-11
72 69 69-72=-3
86 90 90-86=4
59 51 51-59=-8
88 81 81-88=-7
Teste “t” para observações pareadas
 30
b) A média das diferenças: d  3,333
9
c) A variância das diferenças:

 d
2
 30
2

d  n
2
300 
9 200
s 
2
   25
n 1 8 8
d) O valor de t d  3,333  3,333
t    2,0
s2 25 1,666
n 9
e) Grau de liberdade: n-1=9-1=8
Teste “t” para observações independentes
Teste “t” para observações pareadas

t = 3,36 valor tabelado.

tc = 2,00 valor absoluto calculado.

tc < t conclui-se que, o tratamento não tem efeito


significante, ao nível de 1%. Em termos práticos, o
experimento não provou que dieta emagrece.
Teste “t” para observações independentes
quando as variâncias não são iguais
Como se estabelece que as variâncias das populações
são iguais?

Para testar a hipótese de que as variâncias das duas


populações são iguais, aplica-se o teste F.

1º estabelecer o nível de significância, em seguida


calcula-se:
Teste “t” para observações independentes
quando as variâncias não são iguais
a) A variância de cada grupo; indica-se:
2
s :
1
variância do grupo 1

2
s :
2
variância do grupo 2
b) O valor de F, dado pela razão entre a maior e a
menor variância.
2
s
Se s  s o valor de F 
1
2 2
2
1
2
s 2
Está associado a n1-1(numerador) e n2-1
(denominador) graus de liberdade.
Teste “t” para observações independentes
quando as variâncias não são iguais
Está associado a n1-1(numerador) e n2-1 (denominador)
graus de liberdade.
Precisamos procurar o valor de F na tabela, com nível
de significância igual a metade do nível de
significância estabelecido, suponha 5%.
Teste “t” para observações independentes
quando as variâncias não são iguais

Calculam-se:

a) A média de cada grupo; indica-se:

x1 : Média do grupo 1

x2 : Média do grupo 2
Teste “t” para observações independentes
quando as variâncias não são iguais
b) A variância de cada grupo; indica-se:
2
s :
1
variância do grupo 1

2
s :
2
variância do grupo 2

c) O valor de t, definido por

x 2  x1
t 
s s 
2 2

n  1


2

 1 n2 
Teste “t” para observações independentes
quando as variâncias não são iguais

d) Graus de liberdade
2
s s 
2 2
  
1 2

g  n1 n2 
2 2 2 2
 s1   s2 
   
 n1    n2 
n1  1 n2  1
Teste “t” para observações independentes
quando as variâncias não são iguais

Feitos os cálculos, é preciso procurar o valor de t na


tabela, ao nível de significância estabelecido.

Toda vez que o valor absoluto de t calculado for igual


ou maior do que o valor na tabela, conclui-se que as
médias não são iguais, ao nível de significância
estabelecido.
Teste “t” para observações independentes
quando as variâncias não são iguais

Teste a hipótese de que recém nascidos de ambos os


sexos têm, em média, a mesma estatura. Teste essa
hipótese, ao nível de significância de 5%.

2
Sexo n x s
Masculino 1442 49,29 5,76

Feminino 1361 48,54 6,30


Teste “t” para observações independentes
quando as variâncias não são iguais

Testamos se as variâncias são iguais

6,30
F  1,09
5,76

1360(numerador) e 1441(denominador)
Teste “t” para observações independentes
quando as variâncias não são iguais
O valor tabelado é igual a 1 menor que o valor calculado,
logo rejeita-se a hipótese de que as variâncias são iguais,
ao nível de 5%.

x 2  x1
t 
 s12 s22 

n  n  
 1 2 

49,29  48,54
t   8,076
5,76 6,30

1442 1361
Teste “t” para observações independentes
quando as variâncias não são iguais
Que está associado aos graus de liberdade

2
s 2
s 2
  5,76 6,30 
2
  
1 2
  
g  n1 n2 
  1442 1361 
 2772
2 2 2 2
 s12   s22   5,76   6,30 
       
 n1    n2   1442    1361 
n1  1 n2  1 1441 1360
Teste “t” para observações independentes
quando as variâncias não são iguais
Como o valor calculado de t é maior que o valor
tabelado, logo rejeita-se a hipótese de que recém-
nascidos de ambos os sexos têm, em média, a mesma
estatura, ao nível de 5%.

Em termos práticos, os meninos nascem com estatura


maior do que as meninas.
Teste “t” para o coeficiente de correlação
O teste t pode ser usado para testar a hipótese de que o
coeficiente de correlação entre duas variáveis é igual a
zero, contra a hipótese de que é diferente de zero.

Para aplicar o teste t, usa-se a fórmula

r
t n2
1 r 2

Graus de liberdade n-2


Teste “t” para o coeficiente de correlação
Exemplo: Suponha que o coeficiente de correlação entre
duas variáveis é -0,775 e n=14

Para aplicar o teste t, usa-se a fórmula

r  0,775
t n2  14  2  4,25
1 r 2
1  0,601
Graus de liberdade n-2=14-2=12 α=5%

Ao nível de significância de 5% o valor tabelado é 2,18,


logo a correlação entre as variáveis é significante ao
nível de 5%.

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