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Aplicação foliar de silício e seu efeito no desempenho agrônomico da uva


Niágara Branca

Conference Paper · October 2022

CITATIONS READS

0 12

6 authors, including:

Douglas Wurz Luis C Vieira


Federal Institute of Santa Catarina Federal Institute of Santa Catarina
558 PUBLICATIONS 460 CITATIONS 13 PUBLICATIONS 1 CITATION

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Rabechlt Almeida Naira M Krauss


Instituto Federal de Santa Catarina Florianópolis, Brasil Federal Institute of Santa Catarina
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2a Reunião de Atualização Técnica sobre
Calagem e Adubação em Frutíferas
Caçador, SC, 04 a 06 de outubro de 2022

ANAIS DO EVENTO

1
Universidade Alto Vale do Rio do Peixe

Anais da 2a Reunião de Atualização Técnica sobre Calagem e Adubação em


Frutíferas

Organizadores:

Leandro Hahn
Gustavo Brunetto

Caçador-SC
2022

2
© dos editores
Direitos reservados desta edição: Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
Capa e fotos: J.Gilson Brasil
Editoração: Leandro Hahn e Gustavo Brunetto
Revisão de Texto: Leandro Hahn e Gustavo Brunetto
Revisão final: Leandro Hahn e Gustavo Brunetto
Revisão de provas: Leandro Hahn e Gustavo Brunetto

É proibida a reprodução total ou parcial desta obra por qualquer meio


sem a autorização prévia da Universidade Alto Vale do Rio do Peixe.
Eventuais citações de produtos ou marcas comerciais têm o propósito
de tão somente orientar o leitor, mas não significam endosso aos produtos.

2a Reunião de Atualização Técnica sobre Calagem e


Adubação em Frutíferas
(1.: 2022: Caçador, SC)

Anais da 2a Reunião de Atualização Técnica sobre Calagem e


Adubação em Frutíferas, Caçador, SC, 04 a 06 de outubro de
2022 / editores técnicos, Leandro Hahn e Gustavo Brunetto –
Caçador, SC: Universidade Alto Vale do Rio do Peixe, 2022.

E-book

E-book, no format PDF


ISBN 978-65-88205-12-9
1. Agricultura. 2. Adubação. 3. Calagem. 4. Fruticultura. 5.
Solos.
I. Hahn, Leandro. II. SBCS. III Título
CDD 631

Ficha catalográfica elaborada por Celia De Marco – CRB 14-692

3
Comitê Científico

Leandro Hahn
(Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina)

Gustavo Brunetto
(Universidade Federal de Santa Maria)

Anderson Fernando Wamser


(Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina)

Gilmar Ribeiro Nachtigal


(Embrapa Uva e Vinho)

Gilberto Nava
(Embrapa Clima Temperado)

Gelton Geraldo Fernandes Guimarães


(Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina)

Danilo Eduardo Rozane


(Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, campus Registro-SP)

João Peterson Pereira Gardin


(Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina)

Juliano Dutra Schmitz


(Instituto Federal Catarinense, campus Concórdia-SC)

Tadeu Luis Tiecher


(Instituto Federal do Rio Grande do Sul – Campus Restinga)

Vagner Brasil Costa


(Universidade Federal de Pelotas)

William Natale
(Universidade Federal do Ceará)

4
Sumário

Apresentação ............................................................................................................. 9
ARAÇAZEIRO .......................................................................................................... 10
Fertilizante de liberação lenta na produção de mudas de araçazeiro amarelo ..... 11
BANANEIRA............................................................................................................. 12
Desempenho da produtividade em bananais que fazem uso ou não das
ferramentas: análise química de solo; análise granulométrica e análise foliar ..... 13
Produtividade de bananais que fazem uso ou não das práticas de calagem,
gessagem, adubação orgânica, adubação mineral e adubação foliar .................. 14
CITROS .................................................................................................................... 15
Respostas fisiológicas de porta-enxertos de citros ao estresse nutricional .......... 16
LÚPULO ................................................................................................................... 17
Concentração de micronutrientes em folhas, caule, raízes e flores cultivares de
Lúpulo ................................................................................................................... 18
Concentração de N, P, K em folhas, caule, raízes e flores de cultivares de lúpulo
.............................................................................................................................. 19
KIWIZEIRO............................................................................................................... 20
Valores de referência de macronutrientes em folhas de kiwi ................................ 21
Valores de referência de micronutrientes em folhas de kiwi para a região Sul do
Brasil ..................................................................................................................... 22
MACIEIRA ................................................................................................................ 23
Valores de referência de macronutrientes em macieiras „Gala‟ pelo método CND
para a região de Fraiburgo (SC) ........................................................................... 24
Valores de referência de macronutrientes em macieiras „Fuji‟ pelo método CND
para a região de Fraiburgo (SC) ........................................................................... 25
Balanço nutricional dos frutos de maçã „Kinkas‟ sob irrigação e fertirrigação no
ciclo 2021/2022 ..................................................................................................... 26
Atributos qualitativos dos frutos de maçã „Kinkas‟ sob irrigação e fertirrigação no
ciclo produtivo 2021/2022 ..................................................................................... 27
Evolução sazonal de teores de macronutrientes em folhas e frutos de macieiras 28
Evolução sazonal de teores de micronutrientes em folhas de macieira ............... 29
Valores de referência de macronutrientes em macieiras „Gala‟ pelo método Dris
para a região de Fraiburgo (SC) ........................................................................... 30
Incidência de distúrbios fisiológicos em frutos de maçã „Kinkas‟ sob irrigação e
fertirrigação no ciclo 2021/2022 ............................................................................ 31
Impacto de variáveis climáticas na produtividade de maçãs ................................ 32
Níveis críticos e faixas de suficiência de micronutrientes em macieiras 'Gala' pelo
método CND ......................................................................................................... 33

5
Teores de macronutrientes em folhas de macieira „Kinkas‟ sob irrigação e
fertirrigação no ciclo 2020/2021 ............................................................................ 34
Composição foliar de micronutrientes em macieiras „Gala‟ pelo método DRIS .... 35
Nível crítico e faixa de suficiência de fósforo no solo em macieiras ..................... 36
Aplicações foliares de ácido bórico antecipam a colheita e aumentam a coloração
de maçãs „Imperial Gala‟ ...................................................................................... 37
Atributos químicos do solo em pomares no Alto Vale do Rio do Peixe, SC ......... 38
Teores de macronutrientes em folhas de macieiras „Fuji‟ pelo método DRIS ....... 39
Valores de referência de micronutrientes em macieiras „Fuji‟ pelo método CND
para a região de Fraiburgo (SC) ........................................................................... 40
Performance produtiva da macieira „Kinkas‟ sob irrigação e fertirrigação na safra
2021/2022 ............................................................................................................. 41
Evolução sazonal de teores de micronutrientes em folhas de macieira ............... 42
Teores de micronutrientes em folhas de macieira „Kinkas‟ sob irrigação e
fertirrigação no ciclo 2020/2021 ............................................................................ 43
Fertilização de Nitossolo com nitrogênio ou potássio para pomar de macieiras „Fuji
Suprema‟ .............................................................................................................. 44
Níveis críticos e faixas de suficiência de micronutrientes em folhas de macieiras
„Fuji‟ pelo método DRIS ........................................................................................ 45
Predição da produtividade de macieiras cultivadas na região Sul do Brasil ......... 46
OLIVEIRA ................................................................................................................. 47
Parâmetros morfológicos de raiz e absorção de nitrogênio em cultivares de oliveira
.............................................................................................................................. 48
Concentrações de calcio no desempenho produtivo de minijardins clonais de
oliveira .................................................................................................................. 49
Nutrição e produção de oliveiras „Koroneiki‟ submetidas à adubação potássica .. 50
PESSEGUEIRO ....................................................................................................... 52
Crescimento de pessegueiro „BRS Fascínio‟ submetido à aplicação de nitrogênio
em Santa Catarina ................................................................................................ 53
Teores de nitrato na solução do solo cultivado com pessegueiro e submetido a
adubação nitrogenada .......................................................................................... 54
Teores de nutrientes em folhas e frutos de pessegueiro submetido à doses de
nitrogênio .............................................................................................................. 55
Produção e rentabilidade de pessegueiro submetido à adubação nitrogenada.... 56
Parâmetros fotossintéticos de plantas de pessegueiro „BRS Fascínio‟ em função
de doses crescentes de N .................................................................................... 57
VIDEIRA ................................................................................................................... 58
Acidez do solo e teores de Ca e Mg em diferentes profundidades, nos solos
cultivados com videira no Planalto Norte Catarinense .......................................... 59

6
Níveis Críticos e Faixas de Suficiência de nutrientes em solo para videiras (Vitis
vinifera) ................................................................................................................. 60
Avaliação do teor de cobre em solos cultivados com videira no Planalto Norte
Catarinense .......................................................................................................... 61
Nitrogênio em folhas e bagas em videiras submetidas a épocas de aplicação do
fertilizante nitrogenado ......................................................................................... 62
Avaliação do teor de Boro nos solos cultivados com videira no Planalto Norte
Catarinense .......................................................................................................... 63
Parâmetros de qualidade da uva da cultivar „Isabel‟ submetidas a diferentes
épocas de adubação nitrogenada ......................................................................... 64
Como aumentar a disponibilidade de fósforo no perfil do solo em vinhedos? ...... 65
Produtividade de uva em vinhedos na Serra Gaúcha do Rio Grande do Sul ....... 66
Impacto da aplicação de potássio sobre a produtividade de „Pinot Noir‟ .............. 67
Recuperação de nitrogênio por cultivares de oliveira em cultivo solteiro e
consorciadas com Paspalum notatum .................................................................. 51
Estratégias de aplicação de nitrogênio para adequado estado nutricional e
produtividade de videiras „Alicante Bouschet‟ ....................................................... 68
Teores de Zinco, Manganês, Ferro e Enxofre nos solos cultivados com videira no
Planalto Norte Catarinense ................................................................................... 69
Produtividade de uva em videiras da cultivar „Isabel‟ submetidas a diferentes
épocas de aplicação de nitrogênio ....................................................................... 70
Aplicação foliar de silício e seu efeito no desempenho agrônomico da uva Niágara
Branca .................................................................................................................. 71
Efeito da aplicação foliar de Silício no desempenho agronômico da videira 'Bordô'
.............................................................................................................................. 72
Impacto da adubação nitrogenada na produtividade da videira „Cabernet
Sauvignon‟ em solos de altitude ........................................................................... 73
Amostragem para avaliação da fertilidade do solo em videiras „Pilar Moscato‟ .... 74
Épocas de aplicação de adubação nitrogenada em videiras: avaliação do
nitrogênio mineral do solo ..................................................................................... 75
CONTAMINAÇÃO DO SOLO DE POMARES .......................................................... 76
Alterações fotossintéticas em videiras cultivadas em diferentes solos
contaminados com zinco ...................................................................................... 77
Limite crítico ambiental de fósforo em vinhedos da Serra Gaúcha do Rio Grande
do Sul ................................................................................................................... 78
Acúmulo de cobre e zinco em folhas e raízes de videiras jovens inoculadas com
fungos micorrízicos arbusculares, cultivadas em solo com altos teores de cobre 79
Limite crítico de transferência de cobre e zinco em solos de vinhedos da Serra
Gaúcha do Rio Grande do Sul .............................................................................. 80

7
Vermicomposto e calcário como alternativas na redução da toxicidade por cobre
em vinhedo contaminado com Cu ........................................................................ 81
Alterações fotossintéticas em videiras cultivadas em diferentes solos
contaminados com cobre ...................................................................................... 82

8
Apresentação

O Brasil é um dos maiores produtores de frutas do Mundo. Várias frutíferas


são cultivadas em sistemas de produção com elevada tecnologia no Brasil, inclusive
nos Estados da Região Sul. Porém, muitas vezes os solos são ácidos e nem sempre
possuem a quantidade de nutrientes suficiente para suprir a demanda das frutíferas.
Assim, torna-se necessário realizar a calagem e adubações, seguindo critérios
técnicos. A calagem e adubação impactam no estado nutricional, produtividade e
composição de frutos. Mas também adubações excessivas podem potencializar a
contaminação de solos e águas, especialmente, as superficiais, adjacentes aos
vinhedos ou pomares.
Assim, ao longo dos anos pesquisadores, professores, extensionistas,
profissionais da iniciativa privada, com a colaboração de estudantes de graduação e
Pós-Graduação, se organizaram para construírem um evento onde temas como a
calagem, adubação e estado nutricional de frutíferas, além de temas correlatos
fossem discutidos. Assim, surgiu a "1ª Reunião de Atualização Técnica sobre
Calagem e Adubação em Frutíferas", realizada em 2020, em Bento Gonçalves (RS).
O evento foi uma promoção do Núcleo Regional Sul da Sociedade Brasileira de
Ciência do Solo (NRS-SBCS), sendo a organização realizada pela Universidade
Federal de Santa Maria (UFSM), Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) e
Embrapa Uva e Vinho. Os coordenadores foram os Professores Gustavo Brunetto
(UFSM), Eduardo Girotto (IFRS) e George Wellington Bastos de Melo (Embrapa Uva
e Vinho).
A “2a Reunião de Atualização Técnica sobre Calagem e Adubação em
Frutíferas” oconteceu de 04 a 06 de outubro de 2022, em Caçador (SC), coordenada
pelo pesquisador Leandro Hahn, vinculado à Epagri. O NRS-SBCS promoveu o
evento e ele foi realizado pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural
de Santa Catarina (Epagri), Universidade Alto Vale do Rio Do Peixe (Uniarp) e
Associação de Engenheiros Agrônomos da Reagião de Caçador (AEAC). O evento
conta ainda com o patrocínio do CREA-SC, Yara Fertilizantes, Mosaic Fertilizantes,
Vinícola Aurora, Fischer Agroindustrial, Sociedade Brasileira de Fruticultura e apoio
da FAPESC.
No evento são apresentadas palestras relacionadas à calagem, adubações e
estado nutricional em várias frutíferas. Mas também, os temas contaminação do solo
e águas, além do potencial de toxidez de metais pesados em plantas frutíferas
também são abordados. Os resumos científicos submetidos e aprovados são
apresentados neste e-book.
Destacamos, por fim, que é necessária a continuidade de pesquisas com
frutíferas. Isto é importante porque novas frutíferas e cultivares estão sendo
introduzidas e cultivadas no Brasil, bem como novos sistemas de produção estão
sendo implantados. Isso tudo possui relação com a fertilidade de solo, adubação e
estado nutricional de plantas. Além disso, desejamos que as informações do
presente livro sejam utilizadas por técnicos e produtores, que também devem
proporem sugestões no futuro próximo, o que melhorará futuras recomendações.

Comissão Organizadora

9
ARAÇAZEIRO

10
Fertilizante de liberação lenta na produção de mudas de araçazeiro amarelo

Lucas de Oliveira Fischer1; Jorge Atílio Benati1; Amanda Radmann Bergmann1; Adriel da Silva Alves2;
Rodrigo Cezar Franzon3; Marcelo Barbosa Malgarim4

O sucesso de um pomar comercial depende da qualidade das mudas, sendo


necessário produzi-las com uso de técnicas indispensáveis, como adubação,
irrigação e adequados tratos fitossanitários. Durante a fase de produção de mudas,
a fertilização é comumente utilizada por meio de formulações solúveis, acarretando
maiores custos devido às perdas ocasionadas por lixiviação, sendo escassas as
informações sobre a quantidade adequada de nutrientes necessários. Portanto, com
o presente trabalho objetivou-se avaliar o efeito do fertilizante de liberação
controlada na produção de mudas de araçazeiro amarelo (Psidium cattleyanum). Os
tratamentos utilizados foram compostos por sete doses de Osmocote®, equivalentes
a 0,0; 2,0; 4,0; 6,0; 8,0; 10,0 e 12,0 g L-1, em delineamento inteiramente casualizado,
com cinco repetições, cada qual representada por uma planta. Foi utilizado
fertilizante de formulação: 14% N, 14% P2O5 e 14% K2O, com liberação total de
nutrientes em um período de 90 a 120 dias, sendo incorporado ao substrato Turfa
Fértil® anteriormente ao transplante das mudas, em sacos plásticos com capacidade
volumétrica de 1 L. Foram avaliados a altura (cm), o diâmetro do caule (mm) e o
número de folhas das plantas. Para altura de plantas, houve efeito linear, não sendo
possível estimar a dose adequada de fertilizante, entretanto, as plantas atingiram
apenas 47,0 cm, possivelmente devido ao período de avaliação de apenas 120 dias.
O número de folhas foi influenciado pelos tratamentos, atingindo uma média de 15,4
folhas sob a dose de 7,2 g planta-1 de fertilizante e, para o diâmetro do caule, o valor
máximo atingido foi 2,20 mm, com 9,5 g planta-1. Devido aos baixos valores de altura
das plantas obtidas, torna-se necessário um maior período de avaliação para
obtenção de mudas com porte adequado para plantio.

SisGen: ACB7B15.

Palavras-chave: Psidium cattleyanum Sabine, frutífera nativa, propagação.

Apoio Financeiro: CNPq, Capes, Embrapa Clima Temperado e UFPel.


1
Doutorando em Agronomia, Universidade Federal de Pelotas. Campus Capão do Leão, CEP 96160-
000, Capão do Leão, RS. E-mail: fischerlucas@hotmail.com; jorgeatiliobenati@hotmail.com;
amandarbergmann@outlook.com.
2
Mestrando em Agronomia, Universidade Federal de Pelotas. E-mail: adrields.alves@gmail.com.
3
Pesquisador da Embrapa Clima Temperado, Rodovia BR-392, CEP 96010-971, Pelotas, RS. E-mail:
rodrigo.franzon@embrapa.br
4
Professor da Universidade Federal de Pelotas. E-mail: malgarim@ufpel.edu.br

11
BANANEIRA

12
Desempenho da produtividade em bananais que fazem uso ou não das
ferramentas: análise química de solo; análise granulométrica e análise foliar
José Aridiano Lima de Deus1; Clandio Medeiros da Silva2; Eduardo Augustinho dos Santos3;
Fernando Teixeira de Oliveira4; Milton Ferreira Junior5; Gelton Geraldo Fernandes Guimarães6;
Juliano de Lima Souza7

A produtividade das culturas agricolas é uma das principais variáveis avaliadas nas
ciências agrárias, sendo resultado da interação de diversos fatores bióticos e
abióticos, controláveis e não controláveis em um sistema de produção. Objetivou-se
avaliar a diferença de produtividade de bananais paranaenses com variáveis
qualitativas como adoção ou não de ferramentas de análise de solo e folha que são
recomendáveis para sistemas produtivos. Foi realizado aplicação de 122
questionários no período de 25/05 a 13/10 de 2021, por técnicos do IDR-Paraná em
43 municípios paranaenses distribuídos em 14 regionais compreendendo a solos de
origem geológica: arenito, basalto e sedimento. Sendo as regiões e municípios
escolhidos considerando sua importância em termos de área colhida e VBP. No
levantamento foi questionado aos bananicultores se fazem uso ou não da análise
química de solo na implantação e/ou posteriomente, análise granulométrica, análise
foliar e histórico de produtividade (t/ha/ano) nos anos de 2017, 2018, 2019 e 2020.
Dentre os resultados foi observado uma produtividade maior em pomares que
fizeram tanto a análise de solo na implantação, como análise de solo posteriormente
em comparação com áreas que não fizeram. Quando as análiseS foram realizadas
posteriomente, já que a banana é uma cultura perene as produtividades ficaram
acima de 20 t/ha/ano, enquanto áreas que não utilizam a análise de solo
apresentaram produtividades inferior a 14 t/ha/ano. O mesmo foi observado para as
áreas onde são realizadas análises granulométricas e análises foliares que possuem
produtividades maiores do que em áreas que não realizaram essas análises. Nas
áreas que fizeram a análise foliar a produtividade ficou acima de 25 t/ha/ano,
enquanto áreas que não fizeram as produtividades foram inferiores a 18 t/ha/ano.
Vale ressaltar, que esses resultados consideram apenas se as áreas realizam ou
não essas análises, não entrando no mérito se o manejo nutricional está sendo
realizado corretamente com base no uso das mesmas. Deste modo, é notavel que
as análises de solo e análise foliar são ferramentas imprescindíveis para melhorar o
manejo nutricional por meio da construção da fertilidade do solo e monitoramento do
estado nutricional que terá como resultado melhoria da qualidade e ganhos de
produtividade, para qualquer cultura agrícola, inclusive a bananicultura.
Palavras-chave: Musa sp., manejo nutricional, desempenho agrônomico, qualidade

Apoio Financeiro: Fundação Araucária


1
Extensionista, Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER (IDR-Paraná).
Avenida Espanha n° 1329, Centro CEP 87800-000, Rondon, PR. E-mail: josearidiano@idr.pr.gov.br
2
Pesquisador IDR-Paraná, Londrina, PR. E-mail: clandio@idr.pr.gov.br
3
Extensionista IDR-Paraná, Maringá, PR. E-mail: eduardosantos@idr.pr.gov.br
4
Bolsista de extensão IDR-Paraná, Curitiba, PR. E-mail: fetiol@uol.com.br
5
Bolsista de pesquisa IDR-Paraná, Curitiba, PR. E-mail: miltonferreira123@gmail.com
6
Pesquisador, Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri),
Estação Experimental de Itajaí. Rodovia Antônio Heil n° 6800, Bairro Itaipava CEP 88318-112, Itajaí,
SC. E-mail: geltonguimaraes@epagri.sc.gov.br
7
Coordenador, Estação de Pequisa IDR-Paraná, Lapa, PR. E-mail: juliano.ls@idr.pr.gov.br

13
Produtividade de bananais que fazem uso ou não das práticas de calagem,
gessagem, adubação orgânica, adubação mineral e adubação foliar
José Aridiano Lima de Deus1; Clandio Medeiros da Silva2; Eduardo Augustinho dos Santos3;
Fernando Teixeira de Oliveira4; Milton Ferreira Junior5; Gelton Geraldo Fernandes Guimarães6; Clovis
Roberto Hoffmann7

Nas ciências agrárias uma das principais variáveis avaliadas é a produtividade


resultante da interação de fatores bióticos e abióticos, controláveis e não
controláveis. O objetivo do presente trabalho foi avaliar o desempenho agrônomico
por meio da produtividade de bananais paranaenses comparando áreas que
utilizaram ou não práticas recomendáveis, como: calagem; gessagem; adubação
orgânica; adubação mineral e adubação foliar. O estudo foi realizado com aplicação
de 122 questionários no período de 25/05 a 13/10 de 2021, por técnicos do IDR-
Paraná em 43 municípios paranaenses distribuídos em 14 regionais compreendendo
a solos de origem geológica: arenito, basalto e sedimento. Sendo as regiões e
municípios escolhidos considerando sua importância em termos de área colhida e
VBP. No levantamento foi questionado aos bananicultores se os mesmos realizaram
práticas comuns ao manejo nutricional, como: calagem; gessagem; adubação
orgânica; adubação mineral e adubação foliar, além do histórico de produtividade
(t/ha/ano) dessas áreas nos anos de 2017, 2018, 2019 e 2020. Como já esperado,
foi observado nos pomares de banana que fizeram as práticas de calagem,
gessagem, adubação orgânica, mineral e foliar uma maior produtividade em
comparação com áreas que não realizaram essas mesmas práticas. A adubação
com micronutrientes e adubação foliar promoveram as maiores diferenças na
produtividade entres áreas que receberam ou não essas práticas. As áreas que
foram adubadas a produtividade média foi de 25 t/ha/ano, enquanto as áreas não
adubadas a produtividade ficou entorno de 15 t/ha/ano. As produtividades obtidas
nas áreas que receberam adubações orgânicas e minerais foram semelhantes
entorno de 20 t/ha/ano, entretanto as áreas que não receberam adubação mineral
tiveram maiores perdas com média entorno de 12 t/ha/ano. Entre calagem e
gessagem as áreas que receberam gesso agrícola tiveram desempenhos melhores
de produtividade. Destaca-se que esses resultados consideram apenas se as áreas
receberam ou não essas práticas, não entrando no mérito se a dose, a fonte, a
época e a localização dos corretivos e fertilizantes estão sendo empregados
corretamente. De qualquer modo, é notório que a simples utilização dessas práticas
promovem aumentos de produtividade em comparação com áreas que não realiza
essas mesmas praticas.
Palavras-chave: Musa sp., manejo nutricional, desempenho agrônomico, qualidade
Apoio Financeiro: Fundação Araucária
1
Extensionista, Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER (IDR-Paraná).
Avenida Espanha n° 1329, Centro CEP 87800-000, Rondon, PR. E-mail: josearidiano@idr.pr.gov.br
2
Pesquisador IDR-Paraná, Londrina, PR. E-mail: clandio@idr.pr.gov.br
3
Extensionista IDR-Paraná, Maringá, PR. E-mail: eduardosantos@idr.pr.gov.br
4
Bolsista de extensão IDR-Paraná, Curitiba, PR. E-mail: fetiol@uol.com.br
5
Bolsista de pesquisa IDR-Paraná, Curitiba, PR. E-mail: miltonferreira123@gmail.com
6
Pesquisador, Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri),
Estação Experimental de Itajaí. Rodovia Antônio Heil n° 6800, Bairro Itaipava CEP 88318-112, Itajaí,
SC. E-mail: geltonguimaraes@epagri.sc.gov.br
7
Analista, CPRA IDR-Paraná, Curitiba, PR. E-mail: crhoffmann@idr.pr.gov.br

14
CITROS

15
Respostas fisiológicas de porta-enxertos de citros ao estresse nutricional

Daniéle Papalia1; Amanda Krug2; Ana Luiza Marques3, Jacson Hindersmann4, Allan Kokkonen5,
Gustavo Brunetto6

O Brasil é o segundo maior produtor mundial de citros. Entretanto, nos pomares de


citros predominam solos ácidos e de baixa fertilidade natural. Dessa forma, torna-se
necessário definir as cultivares e porta-enxertos que tenham maior tolerância a
condições de estresse nutricional, como estratégia para manter altas produtividades
e reduzir o aporte de fertilizantes nos pomares. Diante disso, o estudo objetivou
identificar porta-enxertos de citros mais adaptados à condição de estresse
nutricional. O estudo foi conduzido em casa de vegetação. Foram testadas duas
variedades de porta-enxertos de citros: „Citrumelo Swingle‟ e „Trifoliata‟. As plantas
foram cultivadas com copa da cultivar „Valência‟, em hidroponia, acondicionadas
individualmente em vasos de 5 litros com solução nutritiva de Hoagland a 50% da
força iônica. As plantas foram submetidas a 15 dias de aclimatação e,
posteriormente, a um esgotamento de reservas internas de nutrientes, por 10 dias.
Após, folhas e raízes foram coletadas para a determinação da atividade das enzimas
superóxido dismutase (SOD), peroxidase (POD) e fosfatase ácida, e da
concentração de peróxido de hidrogênio (H2O2). A atividade da enzima SOD foi
maior nas raízes de „Citrumelo Swingle‟. Já a atividade da enzima POD foi maior nas
raízes de „Trifoliata‟. A concentração de H2O2 foi menor no tecido foliar de „Trifoliata‟.
De forma geral, o estresse nutricional provoca desordens no metabolismo das
plantas, que resultam na produção de espécies reativas de oxigênio (EROs), como
H2O2, que danificam as estruturas celulares. Assim diversos sensores monitoram
esses níveis nas células, ativando enzimas para mitigação desses processos, como
as enzimas SOD e POD. Os porta-enxertos tiveram respostas diferentes em relação
a atividades de cada enzima. Entretanto, o porta-enxerto „Trifoliata‟ apresentou
menor concentração de EROs comparado ao „Citrumelo Swingle‟, indicando maior
adaptação ao estresse nutricional.

Palavras-chave: citricultura, fisiologia vegetal, adubação

Apoio Financeiro: FAPERGS, CNPq, CAPES


1
Graduanda em Engenharia Florestal (UFSM). Av. Roraima, nº 1000. CEP 97105-900.
Email:danipapalia@hotmail.com
2
Mestranda em Ciência do Solo (UFSM). E-mail:krug.amanda111@gmail.com
3
Graduanda em Agronomia (UFSM). E-mail:marquesluizalima@gmail.com
4
Mestrando em Ciência do Solo (UFSM). E-mail:allan_kokkonen@hotmail.com
5
Mestrando em Ciência do Solo (UFSM). E-mail:jacsonjh7@gmail.com
6
Professor no Departamento de Solos (UFSM). E-mail:brunetto.gustavo@gmail.com

16
LÚPULO

17
Concentração de micronutrientes em folhas, caule, raízes e flores cultivares de
Lúpulo

Jean M. Moura-Bueno¹, Hazael S. de Almeida¹, Gabriel A. Sans², Paola D. Welter¹, Samanta L. da


Costa¹, Gustavo Brunetto¹

O lúpulo (Humulus lupulus L.) é uma cultura rentável, podendo ser utilizada para
diversificação das propriedades rurais. As flores do lúpulo são usadas na indústria
para conferir amargor e aroma em cervejas. O cultivo do lúpulo vem crescendo nas
regiões subtropicais e tropicais de alguns países, como é o caso do Brasil. Os solos
ácidos com baixos teores de matéria orgânica, confere, baixa disponibilidade de
nutrientes para as plantas, sendo necessário o suprimento destes, a partir de
adubações. O objetivo do estudo foi avaliar o acúmulo de micronutrientes em três
cultivares de lúpulo. As cultivares ‘Cascade’ (CD), ‘Chinook’ (CH) e ‘Columbus’ (CL),
permanecerem 21 dias em solução de Hoagland a 50%, foram colocadas em
solução de CaSO4 (0,01 mol L-1) por 10 dias, para o esgotamento de suas reservas
internas. Os teores de cobre (Cu), zinco (Zn), ferro (Fe), manganês (Mn) e boro (B)
foram determinados nas folhas, caule, raízes e flores das plantas. Os teores de Cu,
Zn, Mn e B foram maiores nas folhas do que nos outros órgãos da planta. O teor de
Fe foi maior nas raízes do que nos demais órgãos da planta. Para o Cu nas folhas,
as cultivares CH e CL acumularam mais que a cultivar CD. Os teores de Zn e Mn
acumulado nos orgãos não diferiram nas entre as três cultivares, obdecendoa ordem
decrescente de acumulação de folha>caule>raízes>flor. A raiz apresentou maior
concentração de Fe do que os demais orgão para as três cultivares. Os teores de B
foram até 3 vezes maiores nas folhas do que nos outros orgãos, e as cultivares CH e
CL, acumularam mais que a cultivar CD. Conhecer os teores acumulados dos
nutrientes é importante para o estabelecimento dos valores de absorção e
translocação destes no interior da planta. Além disso, ajudam a estabelecer
parâmetros para uso nos programas de melhoramento genético. Além disso,
auxiliarm a definir níveis de adubação da cultura, selecionando as cultivaresmais
eficientes na absorção de nutrientes para cultivo em em solo de baixa fertilidade.

Palavras-chave: Humulus lupulus L., fertilidade do solo, absorção de nutrientes.

Apoio Financeiro: PIBIC-CNPq, FAPERGS, CNPq, CAPES, Departamento de Solos


e Colégio Politécnico da UFSM.
1
Departamento de Ciência do Solo, Universidade Federal de Santa Maria, Av. Roraima, N 1000,
Camobi, CEP 97630-900, Santa Maria, RS. E-mail: bueno.jean1@gmail.com; hazaelsa@gmail.com;
gabalbertosans@gmail.com; paoladwelter@gmail.com; samyldc09@hotmail.com;
brunetto.gustavo@gmail.com.

18
Concentração de N, P, K em folhas, caule, raízes e flores de cultivares de
lúpulo

Hazael Soranzo de Almeida¹, Jean Michel Moura-Bueno¹, Gabriel Alberto Sans², Paola Daiane
Welter¹, Carolina Fogliarini Parcianello¹, Gustavo Brunetto¹

O lúpulo (Humulus lupulus L.) vem ganhando espaço nas propriedades rurais, pois é
uma cultura rentável, podendo ser utilizada para diversificação das propriedades
rurais. As flores do lúpulo são usadas na indústria para conferir amargor e aroma em
cervejas. Porém, nas últimas décadas o lúpulo tem sido cultivado em países de
regiões subtropicais e tropicais, como o Brasil. Nessas regiões, os solos são ácidos
e possuem baixos teores de matéria orgânica do solo, o que conferem, baixa
disponibilidade de nutrientes para as plantas, devendo ser feitas adubação para
suprir a demanda de nutrientes como, por exemplo, nitrogênio (N), fósforo (P) e
potássio (K). O estudo objetivou-se em avaliar o acúmulo de N, P e K em três
cultivares de lúpulo. As cultivares ‘Cascade’, ‘Chinook’ e ‘Columbus’ após 21 dias
em solução de Hoagland a 50% foram colocadas em solução de CaSO4 (0,01 mol L-
1
) por 10 dias, para o esgotamento de suas reservas internas. Os teores de N, P e K
foram determinados nas folhas, caule, raízes e flores das plantas. Os teores de N, P
e K foram maiores nas folhas do que em relação aos outros órgãos para os três
nutrientes. Para o N as três cultivares tiveram a mesma tendência de acumulação,
sendo em ordem decrescente a folha>caule>raiz>flor. A cultivar „Cascade‟
apresentou maior teor de P nas folhas em comparação com as demais cultivares. A
cultivar „Chinook‟ não apresentou diferença significativa nos teores de P entre as
folhas, caule e raiz. A cultivar „Columbus‟ apresentou os mesmos valores de P para
folhas e caule. A cultivar „Columbus‟ apresentou maiores teores de K nas folhas e no
caule em comparação com as raízes e flores. Conhecer os teores acumulados dos
nutrientes é importante para estabelecimento dos valores de absorção e
translocação deles no interior da planta. Isso pode auxiliar a estabelecer parâmetros
para emprego nos programas de melhoramento vegetal.Mas também, estabelecer
níveis de adubação da cultura, em que cada cultivar de lúpulo podem ser indicadas
para cada faixa de fertilidade de solo com base na eficiência de absorção de
nutrientes.

Palavras-chave: Humulus lupulus L., fertilidade do solo, absorção nutrientes.


1
Programa de Pós Graduação em Ciência do Solo, Universidade Federal de Santa Maria, Av.
Roraima, N 1000, Camobi, CEP 97630-900, Santa Maria, RS. E-mail: hazaelsa@gmail.com;
bueno.jean1@gmail.com; gabalbertosans@gmail.com; pdaianew@hotmail.com;
carolfparcianello@gmail.com; brunetto.gustavo@gmail.com.

19
KIWIZEIRO

20
Valores de referência de macronutrientes em folhas de kiwi

Thaynara Dutra Romão1; Lucas Dupont Giumbelli2; Talita Trapp3; Jean Michel Moura-Bueno4;
Leandro Hahn5; Gustavo Brunetto6

A adubação de manutenção do kiwizeiro é estabelecida com base nos teores de


nutrientes no solo e de referência (níveis críticos - NC e faixas de suficiência - FS)
em folhas. Assim, o trabalho objetivou definir os NC e as FS de macronutrientes em
folhas de kiwi cultivados no Sul do Brasil. Foram utilizados dados de teores de
macronutrientes foliares e produtividade das safras de 2014 a 2021, coletados em
pomares comerciais do Estado de Santa Catarina (SC). Foram aplicados modelos
matemáticos para estimativa dos NC e FS por meio de regressões com platô. Foi
quantificada a relação entre a variável produtividade e a concentração crítica de
macronutrientes. Os NC dos macronutrientes foram de 29; 1,8; 20; 24; 6,2 e 3,3 g
kg-1 de N, P, K, Ca, Mg e S, respectivamente. Já as FS foram de: 27 a 31; 1,6 a 2,2;
18 a 22; 22 a 25; 4,2 a 7,5; 2,1 a 4,2 g kg-1 de N, P, K, Ca, Mg e S, respectivamente.
Os valores propostos são semelhantes aos valores recomendados oficialmente pelo
Manual de Calagem e Adubação para os Estados do Rio Grande do Sul e de SC.
Destaca-se que os valores de NC e FS obtidas foram gerados com base em dados
da região sul, sendo esses mais adequados e assertivos para essa região. Além
disso, foi possível definir o NC e FS para o S, o qual ainda não possuía
recomendação oficial no manual. As FS de nutrientes propostas neste estudo se
mostraram adequadas para o acompanhamento nutricional e para auxiliar na
tomada de decisão de adubação dos pomares de kiwizeiro.

Palavras-chave: Actinidia deliciosa, níveis críticos, faixas de suficiência, modelagem


bayesiana

Apoio Financeiro: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico


(CNPq)
1
Estudante de Agronomia, Centro de Ciências Agrárias (CCA), Universidade Federal de Santa
Catarina (UFSC). Rod. Admar Gonzaga, 1346, Itacorubi CEP: 88034-000, Florianópolis, SC. E-mail:
thaynararomao@outlook.com
2
Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Agroecossistemas (PPGA), CCA, UFSC. E-mail:
lukdg@hotmail.com
3
Doutoranda do PPGA, CCA, UFSC. E-mail: talipptrali@yahoo.com.br
4
Pós-doutorando do PPG em Ciência do Solo, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Av.
Roraima, 1000, Cidade Universitária, Bairro Camobi, CEP: 97105-900, Santa Maria, RS. E-mail:
bueno.jean1@gmail.com
5.
Pesquisador Epagri, Estação Experimental de Caçador. Rua Abílio Franco, N. 1500, Bairro Bom
Sucesso CEP 89501-032, Caçador, SC. E-mail: leandrohahn@epagri.sc.gov.br
6.
Professor do Departamento de Solos, UFSM. E-mail: brunetto.gustavo@gmail.com

21
Valores de referência de micronutrientes em folhas de kiwi para a região Sul
do Brasil

Luciano dos Santos Cardoso Junior1; Talita Trapp2; Leonardo Khaoê Giovanetti3; Jean Michel Moura-
Bueno4; Leandro Hahn5; Gustavo Brunetto6

A adubação de manutenção repõe ao solo, em especial, os nutrientes exportados


pelos frutos. Ela é baseada nos teores de nutrientes do solo e foliares de referência
(níveis críticos - NC e faixas de suficiência - FS). O trabalho objetivou definir os
valores de NC e FS de micronutrientes em folhas de kiwi. Utilizou-se dados de
teores de nutrientes foliares e produção, obtidos nas safras de 2014 a 2021 em
propriedades comerciais de Santa Catarina (SC) e aplicou-se modelos matemáticos
para estimativa dos NC e FS. Foram empregadas regressões com platô associadas
a modelagem bayesiana. Os NC dos micronutrientes foram de 60; 11; 250; 100 e 23
mg kg-1 de B, Cu, Fe, Mn e Zn, respectivamente. Já as FS foram de 57 a 65; 10 a
13; 247 a 255; 95 a 102 e 20 a 25 mg kg-1 de B, Cu, Fe, Mn e Zn, respectivamente.
As FS propostas são mais estreitas que os valores recomendados pelo Manual de
Calagem e Adubação para os Estados do Rio Grande do Sul e de SC, sendo
semelhantes para B, Cu e Mn. A FS encontrada para o Fe foi maior comparada à
recomendação oficial (80 a 200 mg kg-1) e menor para o Zn (50 a 100 mg kg-1). Os
valores propostos por este trabalho, são aplicáveis para os produtores de kiwi da
região Sul do Brasil, visto que, foram obtidos a partir de um banco de dados de oito
anos desta região. Isto auxilia a cadeia produtiva nas práticas de manejo da
adubação dos pomares.

Palavras-chave: Actinidia deliciosa, níveis críticos, faixas de suficiência, modelagem


bayesiana

Apoio Financeiro: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico


(CNPq)
1
Estudante de Agronomia, Centro de Ciências Agrárias (CCA), Universidade Federal de Santa
Catarina (UFSC). Rod. Admar Gonzaga, 1346, Itacorubi CEP: 88034-000, Florianópolis, SC. E-mail:
lucianoufscagve@gmail.com
2
Doutoranda do Programa de Pós-Graduação (PPG) em Agroecossistemas, CCA, UFSC. E-mail:
talipptrali@yahoo.com.br
3
Doutorando do Programa de Pós-Graduação (PPG) em Recursos Genéticos Vegetais, CCA, UFSC.
E-mail: leonardokgiovanetti@gmail.com
4
Pós-doutorando do PPG em Ciência do Solo, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Av.
Roraima, 1000, Cidade Universitária, Bairro Camobi, CEP: 97105-900, Santa Maria, RS. E-mail:
bueno.jean1@gmail.com
5
Pesquisador Epagri, Estação Experimental de Caçador. Rua Abílio Franco, N. 1500, Bairro Bom
Sucesso CEP 89501-032, Caçador, SC. E-mail: leandrohahn@epagri.sc.gov.br
6
Professor do Departamento de Solos, UFSM. E-mail: brunetto.gustavo@gmail.com

22
MACIEIRA

23
Valores de referência de macronutrientes em macieiras ‘Gala’ pelo método
CND para a região de Fraiburgo (SC)

Edenilson Meyer1; Douglas Zin Lanzendorf2; Leonardo Khaoê Giovanetti3; Talita Trapp4; Leandro
Hahn5; Gustavo Brunetto6

O diagnóstico do estado nutricional de macieira contribui para a obtenção de


elevadas produtividades, frutos de qualidade e plantas menos suscetíveis ao ataque
de doenças e pragas. O estudo objetivou definir os níveis críticos (NC) e as faixas de
suficiência (FS) de macronutrientes em folhas de macieiras Gala, pelo método CND
(Compositional Nutrients Diagnosis). O estudo foi realizado usando um banco de
dados da região de Fraiburgo, Santa Catarina (SC), composto por teores de
nutrientes em folha e produtividades obtidas no período de 2007 até 2021. Com
base na média das variáveis multinutrientes, os nutrientes mais exigidos foram N, K
e Ca. Os NC, calculados por modelos matemáticos que relacionam os índices CND
com seus teores foliares (R² = 0,76), foram de: 24,28; 1,71; 13,64; 13,07 e 3,45 g kg-
1
de N, P, K, Ca e Mg, respectivamente. Já as FS foram de: 22,14 a 26,42; 1,38 a
2,05; 11,52 a 15,75; 10,95 a 15,19 e 2,88 a 4,01 g kg-1 de N, P, K, Ca e Mg,
respectivamente. Os índices CND foram adequados para obtenção dos valores de
referência de macronutrientes em macieiras Gala, para as condições da região de
Fraiburgo, SC, sendo similares ou mais restritos que os atuais valores indicados pelo
Manual de Calagem e Adubação para os Estados do Rio Grande do Sul (RS) e de
SC.

Palavras-chave: Malus domestica, nutrientes, faixas de suficiência, níveis críticos

Apoio Financeiro: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior


(CAPES).
1
Pós-doutorando do Programa de Pós-Graduação (PPG) em Biotecnologia, Universidade Federal de
Santa Catarina (UFSC), Campus Trindade, Av. Prof. Henrique da Silva Fontes, 2754, Trindade.
CEP: 88036-700. Florianópolis, SC. E-mail: edenilsonmeyer@hotmail.com
2
Estudante de Agronomia, Centro de Ciências Agrárias (CCA), UFSC. Rod. Admar Gonzaga, 1346,
Itacorubi CEP: 88034-000, Florianópolis, SC. E-mail: douglaszlanzendorf@gmail.com
3
Doutorando do PPG em Recursos Genéticos Vegetais, CCA, UFSC. E-mail:
leonardokgiovanetti@gmail.com
4
Doutoranda do PPG em Agroecossistemas, CCA, UFSC. E-mail: talipptrali@yahoo.com.br
5
Pesquisador Epagri, Estação Experimental de Caçador. Rua Abílio Franco, 1500, Bairro Bom
Sucesso CEP 89501-032, Caçador, SC. E-mail: leandrohahn@epagri.sc.gov.br
6
Professor do Departamento de Solos, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria,
RS. E-mail: brunetto.gustavo@gmail.com

24
Valores de referência de macronutrientes em macieiras ‘Fuji’ pelo método CND
para a região de Fraiburgo (SC)

Anna Flávia Neri de Almeida¹; Maria Luíza dos Santos Zimermann2; Talita Trapp3; Leandro Hahn4;
Eduardo Ribeiro Nazarian5; Gustavo Brunetto6

A definição de valores de referência para macronutrientes em frutíferas, baseado no


método de diagnose da composição nutricional (CND), permite que o técnico ou
fruticultor defina a real necessidade de aplicação de nutrientes no pomar. O estudo
objetivou definir os níveis críticos (NC) e faixas de suficiência (FS) de
macronutrientes em folhas de macieiras de cultivares do grupo „Fuji‟, pelo método
CND. O estudo foi realizado a partir da obtenção de dados de produtividade e teores
de nutrientes foliares coletados ao longo de 15 anos (2007 a 2021) na região de
Fraiburgo, Santa Catarina (SC). Os elementos com as maiores médias das normas
CND foram o N, Ca e K, evidenciando maior exigência destes pela macieira „Fuji‟.
Os NC dos elementos N, P, K, Ca e Mg foram de 26,43; 1,89; 12,85; 14,00 e 3,24 g
kg-1, respectivamente. Já, as FS foram de 24,33 a 28,52; 1,57 a 2,22; 10,74 a 14,96;
11,95 a 16,05 e 2,70 a 3,78 g kg-1 de N, P, K, Ca e Mg, respectivamente. Além
disso, o coeficiente de determinação (R²) do N foi o menor (0,4), enquanto que dos
demais ficou acima de 0,6. Apesar disso, as FS observadas pelo método CND são
similares às descritas como normais no Manual de Calagem e Adubação dos
Estados do Rio Grande do Sul e de SC. Assim, pode-se utilizar estes valores como
ferramenta de monitoramento nutricional e interpretação da necessidade de
adubação para o cultivo de macieira „Fuji‟ na região de Fraiburgo, SC.

Palavras-chave: Diagnose da composição nutricional, faixa de suficiência, Malus


domestica, níveis críticos

Apoio Financeiro: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior


(CAPES).
1
Doutoranda do Programa de Pós-graduação (PPG) em Recursos Genéticos Vegetais, Centro de
Ciências Agrárias (CCA), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Rod. Admar Gonzaga,
1346, Bairro Itacorubi CEP: 88034-000, Florianópolis, SC. E-mail: annafneri93@gmail.com
2
Estudante de Agronomia, CCA, UFSC. E-mail: mariazim0408@gmail.com
3
Doutoranda do PPG em Agroecossistemas, CCA, UFSC. E-mail: talipptrali@yahoo.com.br
4
Pesquisador Epagri, Estação Experimental de Caçador. Rua Abílio Franco, 1500, Bairro Bom
Sucesso CEP 89501-032, Caçador, SC. E-mail: leandrohahn@epagri.sc.gov.br
5
Estudante de Agronomia, CCA, UFSC. E-mail: eduardonazarian@yahoo.com.br
6
Professor do Departamento de Solos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa
Maria, RS. E-mail: brunetto.gustavo@gmail.com

25
Balanço nutricional dos frutos de maçã ‘Kinkas’ sob irrigação e fertirrigação
no ciclo 2021/2022
José Masanori Katsurayama1

A prática de fertirrigação/irrigação no cultivo comercial de macieiras no Brasil é


pouco expressiva, assim como os resultados da experimentação agrícola. O
fornecimento de água por irrigação em períodos de escassez hídrica minimiza as
perdas na qualidade dos frutos de maçã, pelo fato da água no solo afetar a dinâmica
dos nutrientes minerais, aumentando a disponibilidade de nutrientes na solução do
solo e repondo a água perdida por transpiração pelas plantas, fatores limitantes a
produção agrícola. O objetivo do trabalho foi avaliar o estado nutricional dos frutos
da safra 2021/2022, pela análise mineral dos frutos da cultivar Kinkas, submetida à
fertirrigação com e sem irrigação, e adubação convencional com e sem irrigação. No
ano de 2011, implantou-se o pomar experimental em solo Cambissolo Húmico, na
Estação Experimental de São Joaquim, com a cultivar Kinkas enxertada sobre o
porta-enxerto Marubakaido com interenxerto de M.9 (0,2 m), 1666 plantas por
hectare (4,0 x 1,5 m), conduzido no sistema de líder central com tutoramento por
espaldeira. O delineamento foi em blocos ao acaso com oito repetições e três
plantas uteis por parcela. Os tratamentos foram adubação convencional (T1),
adubação convencional mais irrigação (T2), fertirrigação mais irrigação (T3) e
fertirrigação (T4). A adubação convencional foi parcelada em três vezes e a
fertirrigação em seis aplicações. A irrigação e a fertirrigação foram aplicados às
plantas por gotejamento, com gotejadores a cada 0,2 m, e com uma vazão de 2
litros por hora por gotejador. Os frutos foram colhidos na maturação comercial,
classificados por peso e uma amostra de 25 frutos foi composta com frutos de 131 a
190 g de peso, por parcela experimental. As variáveis avaliadas foram os teores dos
macronutrientes (nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio e magnésio) e suas relações na
polpa dos frutos. Os dados foram submetidos a análise de variância pelo teste F e
comparação de médias através do Teste Scott-Knot a 5% de significância. Os
valores dos nutrientes na polpa fresca estão superiores para a faixa recomendada
para a cultura. N, P, K, Ca e Mg não foram afetados significativamente pela irrigação
e fertirrigação. A relação mineral N/Ca não diferiu entre os tratamentos. Mas, as
relações minerais K/Ca e (K+Mg)/Ca no tratamento „fertirrigação mais irrigação‟ (T3)
foram superiores aos demais tratamentos.

Palavras-chave: Malus domestica Borkh, análise mineral de polpa, teores minerais,


relação mineral
1
Pesquisador Epagri, Estação Experimental de São Joaquim. Rua João Araújo Lima, 102, Bairro
Jardim Caiçara, CEP 88600-000, São Joaquim, SC. E-mail: masanori@epagri.sc.gov.br

26
Atributos qualitativos dos frutos de maçã ‘Kinkas’ sob irrigação e fertirrigação
no ciclo produtivo 2021/2022

José Masanori Katsurayama1

A prática de fertirrigação/irrigação no cultivo comercial de macieiras no Brasil é


pouco expressiva, assim como os resultados da experimentação agrícola. O
fornecimento de água por irrigação em períodos de escassez hídrica minimiza as
perdas na qualidade dos frutos de maçã, pelo fato da água no solo afetar a dinâmica
dos nutrientes minerais, aumentando a disponibilidade de nutrientes na solução do
solo e repondo a água perdida por transpiração pelas plantas, fatores limitantes na
produção agrícola. O objetivo do trabalho foi avaliar os atributos de maturação na
colheita comercial da cultivar Kinkas, safra 2021/2022, submetida à fertirrigação com
e sem irrigação, e adubação convencional com e sem irrigação. O experimento foi
conduzido em pomar implantado no ano de 2011, em solo Cambissolo Húmico, na
Estação Experimental de São Joaquim, município de São Joaquim (SC). A cultivar
Kinkas foi enxertada sobre o porta-enxerto Marubakaido com interenxerto de M.9
(0,2 m), 1666 plantas por hectare (4,0 x 1,5 m), e conduzido no sistema líder central
com tutoramento por espaldeira. O delineamento foi em blocos ao acaso com oito
repetições e três plantas úteis por parcela. Os tratamentos foram adubação
convencional (T1), adubação convencional mais irrigação (T2), fertirrigação mais
irrigação (T3) e fertirrigação (T4). A adubação convencional foi parcelada em três
vezes e a fertirrigação em seis aplicações. A irrigação e a fertirrigação foram
aplicados às plantas por gotejamento, com gotejadores a cada 0,2 m, e vazão de 2
litros por hora por gotejador. Os frutos foram colhidos na maturação comercial,
classificados por peso e uma amostra de 25 frutos foi composta com frutos de 131 a
190 g de peso, por parcela experimental. As variáveis avaliadas foram a área
superficial vermelha (%), firmeza da polpa (lb), sólidos solúveis (°Brix) e teor de
amido (escala 1 a 9). Os dados foram submetidos a análise de variância pelo teste F
e comparação de médias através do Teste Scott-Knot a 5% de significância. A área
superficial vermelha não diferiu entre os tratamentos. As variáveis avaliadas na
colheita das maçãs „Kinkas‟ não foram significativos entre os tratamentos, assim os
tratamentos não afetam os atributos qualitativos de maturação.

Palavras-chave: Malus domestica Borkh, atributos qualitativos, índice de maturação,


Firmeza de polpa, sólidos soluveis, amido
1
Pesquisador Epagri, Estação Experimental de São Joaquim. Rua João Araújo Lima, 102, Bairro
Jardim Caiçara, CEP 88600-000, São Joaquim, SC. E-mail: masanori@epagri.sc.gov.br

27
Evolução sazonal de teores de macronutrientes em folhas e frutos de
macieiras

Victor Roberto da Silva1; Lucas Dupont Giumbelli2; Thaynara Dutra Romão3; Jean Michel Moura-
Bueno4; Leandro Hahn5; Luiz Carlos Argenta6

O período oficial para coletas de folhas da macieira ocorre entre 15 de janeiro a 15


de fevereiro, porém, não é conhecido os teores de macronutrientes em coletas
realizadas antes e após este período nas principais regiões produtoras de maçã de
Santa Catarina (SC). O estudo objetivou avaliar a evolução sazonal de teores de
macronutrientes em folhas e frutos de macieiras „Fuji‟ e „Gala‟. Folhas e frutos foram
coletados em 48 e 24 pomares comerciais nas regiões catarinenses Meio Oeste
(MO) e Planalto Serrano (PS), respectivamente. As amostras foram coletadas nas
safras de 2001/02 a 2005/06. Os pomares se encontravam em diferentes condições
(solo, clima idade de plantas, porta enxerto/cultivar, manejo e sistemas de
condução). Foram realizadas coletas em 5 fases: 1 - plena floração até 30 dias após
plena floração (DAPF); 2 - de 30 a 65 DAPF; 3 - de 65 a 100 DAPF; 4 - 100 a 130
DAPF; 5 - de 130 DAPF até a colheita de frutos. Modelos matemáticos foram
ajustados para explicar a variação dos teores de N, P, K, Ca, Mg em folhas e polpa.
Nas folhas, o N e P tiveram uma diminuição em ambas as regiões e cultivares,
enquanto os teores de Ca e Mg apresentaram aumento linear. Houve diferença na
plena floração entre Gala e Fuji em relação aos teores de N, P, K, Ca, e Mg nos
frutos, que decresceram no tempo. Isso ocorre pois à medida que a planta avança
seu ciclo fisiológico, o fruto aumenta a matéria seca, resultando em diluição da
concentração de nutrientes.

Palavras-chave: Malus domestica Borkh, fruticultura, nutrição de planta, flutuação


nutricional.

Apoio Financeiro: Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM).


1
Estudante de Agronomia, Centro de Ciências Agrárias (CCA), Universidade Federal de Santa
Catarina (UFSC), Rod. Admar Gonzaga, 1346, Bairro Itacorubi CEP: 88034-000, Florianópolis, SC.
E-mail: victorrobertos98@gmail.com
2
Doutorando do Programa de Pós-Graduação (PPG) em Agroecossistemas, CCA, UFSC. E-mail:
lukdg@hotmail.com
3
Estudante de Agronomia, CCA, UFSC. E-mail: thaynararomao@outlook.com
4
Pós-doutorando do PPG em Ciência do Solo, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Av.
Roraima, 1000, Cidade Universitária, Bairro Camobi, CEP: 97105-900, Santa Maria, RS. E-mail:
bueno.jean1@gmail.com
5
Pesquisador Epagri, Estação Experimental de Caçador. Rua Abílio Franco, N. 1500, Bairro Bom
Sucesso CEP 89501-032, Caçador, SC. E-mail: leandrohahn@epagri.sc.gov.br
6.
Pesquisador Epagri, Estação Experimental de Caçador. E-mail: argenta@epagri.sc.gov.br

28
Evolução sazonal de teores de micronutrientes em folhas de macieira

Lucas Dupont Giumbelli1; Victor Roberto da Silva2; Luciano dos Santos Cardoso Junior3; Jean Michel
Moura-Bueno4; Leandro Hahn5; Gustavo Brunetto6

A análise dos teores minerais de folhas da macieira no Sul do Brasil é feita, entre 15
de janeiro a 15 de fevereiro. Desconhece-se os teores de micronutrientes em coletas
realizadas fora deste período. O estudo objetivou avaliar a evolução sazonal de
teores de micronutrientes em folhas de macieira. Folhas foram coletadas em 48
pomares na região Meio Oeste e 24 pomares do Planalto Serrano de Santa Catarina
(SC), nas safras de 2001/02 a 2005/06. Os pomares são de locais com diferentes
condições (solo, clima, idade de plantas, porta enxerto, cultivar e técnicas de
manejo). Foram realizadas coletas quinzenais de folhas nas fases: Fase 1: plena
floração até 30 dias após plena floração (DAPF); Fase 2: 30 a 65 DAPF; Fase 3: 65
a 100 DAPF; Fase 4: 100 a 130 DAPF; Fase 5: 130 DAPF até a colheita de frutos.
Os dados foram submetidos à análise de componentes de variância. O ajuste dos
modelos matemáticos dos micronutrientes avaliados não apresentaram significância
estatística. Foi observado leve aumento nos teores de B, Fe, Mn e Zn, ao longo do
período. O oposto ocorreu com o Cu, que diminuiu com o tempo. O Cu pode estar
diminuindo na folha devido à translocação na planta. Entre as duas regiões de
cultivo foi verificado diferença na evolução dos teores de Fe, Mn e Zn. O acúmulo de
B, Fe, Mn e Zn pode ser atribuído a menor demanda desses elementos na planta à
medida que o ciclo reprodutivo finaliza. É possível inferir que o B, Fe, Mn e Zn
tendem a acumular nas folhas ao longo do tempo.

Palavras-chave: fertilidade, Malus domestica Borkh, nutrição mineral, metais.

Apoio Financeiro: Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABM)


1
Doutorando do Programa de Pós-Graduação (PPG) em Agroecossistemas, Centro de Ciências
Agrárias (CCA), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Rod. Admar Gonzaga, 1346,
Bairro Itacorubi CEP: 88034-000, Florianópolis, SC. E-mail: lukdg@hotmail.com
2
Estudante de Agronomia, CCA, UFSC. E-mail: victorrobertos98@gmail.com
3
Estudante de Agronomia, CCA, UFSC. E-mail: lucianoufscagve@gmail.com
4
Pós-doutorando do PPG em Ciência do Solo, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Av.
Roraima, 1000, Cidade Universitária, Bairro Camobi, CEP: 97105-900, Santa Maria, RS. E-mail:
bueno.jean1@gmail.com
5
Pesquisador Epagri, Estação Experimental de Caçador. Rua Abílio Franco, N. 1500, Bairro Bom
Sucesso CEP 89501-032, Caçador, SC. E-mail: leandrohahn@epagri.sc.gov.br
6.
Professor do Departamento de Solos, UFSM. E-mail: brunetto.gustavo@gmail.com

29
Valores de referência de macronutrientes em macieiras ‘Gala’ pelo método Dris
para a região de Fraiburgo (SC)

Maria Luíza dos Santos Zimmermann1; Anna Flávia Néri de Almeida2; Talita Trapp3; Leandro Hahn4;
Letícia Dambroz Filipini5; Gustavo Brunetto6

Para que uma cultura possa manifestar todo o seu potencial produtivo é necessário
monitorar o estado nutricional das plantas, como cultivares de macieira. O estudo
objetivou definir os níveis críticos (NC) e as faixas de suficiência (FS) de
macronutrientes em folhas de macieiras da cultivar Gala, pelo método DRIS
(Diagnosis and Recommendation Integrated System). O estudo foi realizado na
região de Fraiburgo, em Santa Catarina (SC). Para isso foi utilizado um banco de
dados, contendo teores de nutrientes em folhas e produtividade. Os dados foram
obtidos nas safras de 2007 a 2021. Os NC para os teores foliares de
macronutrientes, gerados a partir de modelos matemáticos que relacionam os
índices DRIS com seus teores foliares, foram de 23,37; 1,67; 12,71; 12,60 e 3,57 g
kg-1 de N, P, K, Ca e Mg, respectivamente. Para as FS os resultados foram de 21,12
a 25,62; 1,33 a 2,01; 9,54 a 15,88; 10,27 a 14,93 e 2,41 a 4,72 g kg-1 de N, P, K, Ca
e Mg, respectivamente. Os coeficientes de determinação (R²) variam de 0,37 a 0,92,
com uma média de 0,72. As faixas propostas de macronutrientes em macieiras da
cultivar Gala pelo método DRIS estão dentro ou próximas às faixas normais
propostas pelo Manual de Calagem e Adubação para os Estados do Rio Grande do
Sul e de SC, sendo assim aptas para uso dos produtores da região de Fraiburgo,
SC.

Palavras-chave: Diagnose foliar, Diagnosis and Recommendation Integrated


System, teores nutricionais, Malus domestica

Apoio Financeiro: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior


(CAPES).
1
Estudante de Agronomia, Centro de Ciências Agrárias (CCA), Universidade Federal de Santa
Catarina (UFSC). Rod. Admar Gonzaga, 1346, Itacorubi CEP: 88034-000, Florianópolis, SC. E-mail:
mariazim0408@gmail.com
2
Doutoranda do Programa de Pós-Graduação (PPG) em Recursos Genéticos Vegetais, CCA, UFSC.
E-mail: annafneri93@gmail.com
3
Doutoranda do PPG em Agroecossistemas, CCA, UFSC. E-mail: talipptrali@yahoo.com.br
4
Pesquisador Epagri, Estação Experimental de Caçador. Rua Abílio Franco, N. 1500, Bairro Bom
Sucesso CEP 89501-032, Caçador, SC. E-mail: leandrohahn@epagri.sc.gov.br
5
Mestranda do PPG em Recursos Genéticos Vegetais, CCA, UFSC. E-mail: ledfilipini@gmail.com
6
Professor do Departamento de Solos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Av.
Roraima, 1000, Cidade Universitária, Bairro Camobi, CEP: 97105-900, Santa Maria, RS. E-mail:
brunetto.gustavo@gmail.com

30
Incidência de distúrbios fisiológicos em frutos de maçã ‘Kinkas’ sob irrigação
e fertirrigação no ciclo 2021/2022

José Masanori Katsurayama1

A prática de fertirrigação/irrigação no cultivo comercial de macieiras no Brasil é


pouco expressiva, assim como os resultados da experimentação agrícola. O
fornecimento de água por irrigação em períodos de escassez hídrica minimiza as
perdas na qualidade dos frutos de maçã, pelo fato da água no solo afetar a dinâmica
dos nutrientes minerais, aumentando a disponibilidade de nutrientes na solução do
solo e repondo a água perdida por transpiração pelas plantas, fatores limitantes na
produção agrícola. O objetivo do trabalho foi determinar a incidência de desordens
fisiológicas na safra 2021/2022 da cultivar Kinkas, submetida à fertirrigação com e
sem irrigação, e adubação convencional com e sem irrigação. No ano de 2011,
implantou-se o pomar experimental em solo Cambissolo Húmico, na Estação
Experimental de São Joaquim, com a cultivar Kinkas enxertada sobre o porta-
enxerto Marubakaido com interenxerto de M.9 (0,2 m), 1666 plantas por hectare (4,0
x 1,5 m), conduzido no sistema de líder central com tutoramento por espaldeira. O
delineamento foi em blocos ao acaso com três plantas uteis por parcela. Os
tratamentos foram adubação convencional (T1), adubação convencional mais
irrigação (T2), fertirrigação mais irrigação (T3) e fertirrigação (T4). A adubação
convencional foi parcelada em três vezes e a fertirrigação em seis aplicações. A
irrigação e a fertirrigação foram aplicados às plantas por gotejamento, gotejadores a
cada 0,2 m, com uma vazão de 2 litros por hora por gotejador. As variáveis
avaliadas foram as incidências de desordens fisiológicas nos frutos tais como a
escaldadura e “bitter pit”. Os frutos foram colhidos na maturação comercial,
classificados por peso e uma amostra de 25 frutos foi composta com frutos de 131 a
190 g de peso, por parcela experimental. Os dados foram submetidos a análise de
variância pelo teste F e comparação de médias através do Teste Scott-Knot a 5% de
significância. A incidência de “bitter pit” variou de 12,0% a 18,5% dos frutos e a
incidência de escaldura foi de 2,5% a 6,5% dos frutos. As desordens fisiológicas não
foram afetadas significativamente pelos tratamentos.

Palavras-chave: Malus domestica Borkh, distúrbios fisiológicos, “bitter pit”,


escaldadura nos frutos
1
Pesquisador Epagri, Estação Experimental de São Joaquim. Rua João Araújo Lima, 102, Bairro
Jardim Caiçara, CEP 88600-000, São Joaquim, SC. E-mail: masanori@epagri.sc.gov.br

31
Impacto de variáveis climáticas na produtividade de maçãs

Talita Trapp1; Jean Michel Moura-Bueno2; Leandro Hahn3; Danilo Eduardo Rozane4; Bianca Goularte
Dias5; Gustavo Brunetto6

A produtividade de maçãs é influenciada por fatores como: a cultivar, a qualidade do


material, o estado nutricional das plantas e o clima. Entre essas variáveis, o clima
tem maior impacto na produtividade, mas ainda é pouco conhecido os percentuais
do efeito de cada variável climática. O estudo objetivou avaliar o impacto de
variáveis climáticas sobre a produtividade de maçã. O estudo foi desenvolvido a
partir de um banco de dados da região de Fraiburgo, Santa Catarina (SC). Os dados
foram derivados de 15 safras, compostos por variáveis climáticas (temperaturas
mínima, média e máxima, precipitação média acumulada, unidades e horas de frio [≤
7,2 C°]) e de produtividade. Com a análise de regressão de inferência condicional
entre as variáveis safra e cultivar, observou-se que a safra explicou 70% da variação
da produtividade, já a cultivar explicou 20%. A contribuição de cada variável foi
verificada por meio da análise de componentes da variância, a qual indicou que a
variável horas de frio teve a maior importância relativa na explicação da variação da
produtividade (> 75%), seguida das variáveis unidades de frio, temperatura mínima e
precipitação (> 25%) e temperaturas média e máxima (< 20%). Na análise de
componentes principais observou-se que a produtividade demonstrou correlação
positiva com horas e unidades de frio. Desta forma, conclui-se que a produtividade
de maçã é impactada, principalmente, pela variável horas de frio.

Palavras-chave: Malus domestica, produção, horas de frio, precipitação

Apoio Financeiro: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior


(CAPES).
1
Doutoranda do Programa de Pós-Graduação (PPG) em Agroecossistemas, Centro de Ciências
Agrárias (CCA), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Rod. Admar Gonzaga, 1346,
Bairro Itacorubi CEP: 88034-000, Florianópolis, SC. E-mail: talipptrali@yahoo.com.br
2
Pós-doutorando do PPG em Ciência do Solo, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Av.
Roraima, 1000, Cidade Universitária, Bairro Camobi, CEP: 97105-900, Santa Maria, RS. E-mail:
bueno.jean1@gmail.com
3
Pesquisador Epagri, Estação Experimental de Caçador. Rua Abílio Franco, N. 1500, Bairro Bom
Sucesso CEP 89501-032, Caçador, SC. E-mail: leandrohahn@epagri.sc.gov.br
4
Professor na Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), Campus Registro,
SP. E-mail: danilo.rozane@unesp.br
5
Estudante de Agronomia, UFSM. E-mail: goulartediasbianca@gmail.com
6
Professor do Departamento de Solos, UFSM. E-mail: brunetto.gustavo@gmail.com

32
Níveis críticos e faixas de suficiência de micronutrientes em macieiras 'Gala'
pelo método CND

Heitor Flores Lizarelli1; Alan Carlos Batistão2; Samya Uchoa Bordallo3; Talita Trapp4; Leandro Hahn5;
Gustavo Brunetto6

O sucesso da fruticultura nacional depende da adoção de técnicas de manejo


nutricional que garantam maior precisão para recomendações da adubação, que
pode ser atingida por métodos multivariados, possibilitando maior produtividade e
frutos de qualidade. O estudo objetivou definir os níveis críticos (NC) e as faixas de
suficiência (FS) de micronutrientes em folhas de macieira do grupo 'Gala' por meio
do método CND (Compositional Nutrients Diagnosis). A partir de um banco de dados
com teores de nutrientes e produtividade de 15 safras (2007-2021) de macieira da
região de Fraiburgo, Santa Catarina (SC), foram calculados índices CND por meio
das variáveis multinutrientes. A relação entre os índices CND com os teores foliares,
realizadas por modelos matemáticos (R2 = 0,86), demonstrou NC de: 93,47; 380,43;
7,16; 141,11 e 36,62 mg kg-1 de Fe, Mn, Cu, Zn e B, respectivamente. Para as FS
constatou-se intervalos de: 70,19 a 116,74; 208,20 a 552,67; 5,75 a 8,56; 99,29 a
182,94 e 31,36 a 41,88 mg kg-1 de Fe, Mn, Cu, Zn e B, respectivamente. As FS de
Fe, Cu e B apresentaram-se dentro das faixas consideradas normais do Manual de
Calagem e Adubação para os Estados do Rio Grande do Sul (RS) e de SC, com
faixas até mais estreitas. Já para Mn e Zn, a metodologia CND apresentou faixas
acima das indicadas pelo manual. A metodologia CND apresentou-se como uma
ferramenta que pode ser utilizada para recomendações de adubação assertivas a
nível regional.

Palavras-chave: Malus domestica; análise foliar; nutrição; diagnóstico de


composição nutricional

Apoio Financeiro: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior


(CAPES).
1
Mestrando do Programa de Pós-graduação em Agroecossistemas (PPGA), Centro de Ciências
Agrárias (CCA), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Rod. Admar Gonzaga, 1346,
Bairro Itacorubi CEP: 88034-000, Florianópolis, SC. E-mail: heitor.lizarelli@outlook.com
2
Eng° Agrônomo, Dr. em Ciência do Solo, Departamento de Engenharia Rural, CCA, UFSC. E-mail:
alan.batistao@ufsc.br
3
Doutoranda do PPGA, CCA, UFSC. E-mail: samyauchoa2000@gmail.com
4
Doutoranda do PPGA, CCA, UFSC. E-mail:talipptrali@yahoo.com.br
5
Pesquisador Epagri, Estação Experimental de Caçador. Rua Abílio Franco, 1500, Bom Sucesso
CEP 89501-032, Caçador, SC. E-mail: leandrohahn@epagri.sc.gov.br
6
Professor do Departamento de Solos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria,
RS. E-mail: brunetto.gustavo@gmail.com

33
Teores de macronutrientes em folhas de macieira ‘Kinkas’ sob irrigação e
fertirrigação no ciclo 2020/2021

José Masanori Katsurayama1

A prática de fertirrigação/irrigação no cultivo comercial de macieiras no Brasil é


pouco expressiva, assim como os resultados de pesquisa experimental. O
suprimento de água por irrigação em períodos de escassez hídrica favorece o pleno
desenvolvimento das plantas, pelo fato da água no solo afetar a dinâmica dos
nutrientes minerais, aumentando a disponibilidade de nutrientes na solução do solo
e repondo a água perdida por transpiração pelas plantas, fatores limitantes da
produção agrícola. O objetivo do trabalho foi avaliar o estado nutricional das plantas
pela análise foliar em macieiras „Kinkas‟, submetida à fertirrigação com e sem
irrigação, e adubação convencional com e sem irrigação. O experimento foi
conduzido no ciclo vegetativo 2020/2021, em pomar implantado no ano de 2011, em
um solo Cambissolo Húmico, na Estação Experimental de São Joaquim, município
de São Joaquim (SC). A cultivar Kinkas foi enxertada sobre o porta-enxerto
Marubakaido com interenxerto de M.9 (0,2 m), 1666 plantas por hectare (4,0 x 1,5
m) e conduzido no sistema de líder central com tutoramento em espaldeira. O
delineamento foi em blocos casualizados com oito repetições e três plantas uteis por
parcela. Os tratamentos foram adubação convencional (T1), adubação convencional
mais irrigação (T2), fertirrigação mais irrigação (T3) e fertirrigação (T4). A adubação
convencional foi parcelada em três vezes e a fertirrigação em seis aplicações. A
irrigação e a fertirrigação foram aplicados às plantas por gotejamento, gotejadores a
cada 0,2 m, com uma vazão de 2 litros por hora por gotejador. As folhas foram
coletadas no periodo de 15 de janeiro a 15 de fevereiro de 2021. As variáveis
avaliadas foram os macronutrientes nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio
(Ca) e magnésio (Mg). Os dados foram submetidos a análise de variância pelo teste
F e comparação de médias através do Teste Scott-Knot a 5% de significância. Os
macronutrientes P, K, Ca e Mg foram indiferentes aos tratamentos, mas „adubação
convencional mais irrigação‟ (T2) e „fertirrigação‟ (T4) reduzem significativamente o
teor de N nas folhas das macieiras „Kinkas‟ com suplementação de água.

Palavras-chave: Malus domestica Borkh, adubação, análise foliar, macronutrientes,


gotejamento
1
Pesquisador Epagri, Estação Experimental de São Joaquim. Rua João Araújo Lima, 102, Bairro
Jardim Caiçara, CEP 88600-000, São Joaquim, SC. E-mail: masanori@epagri.sc.gov.br

34
Composição foliar de micronutrientes em macieiras ‘Gala’ pelo método DRIS

Bruna da Rosa Dutra1; Thiago Stacowski dos Santos2; Talita Trapp3; Juliano Silveira Machado4; Jean
Michel Moura Bueno5; Leandro Hahn6

A produção de maçã possui destaque na região Sul do Brasil. O estudo de fatores


limitantes, como a nutrição é necessário para avanços na produção. Assim, o uso de
métodos, que permitam estimar valores de referência de nutrientes, auxilia na
manutenção de um pomar equilibrado nutricionalmente. O DRIS (Diagnosis and
Recommendation Integrated System) é um método que permite essa estimativa. O
estudo objetivou definir os níveis críticos (NC) e faixas de suficiência (FS) de
micronutrientes em folhas de macieiras Gala pelo método DRIS. Foram usados
dados de teores foliares e produtividade da região de Fraiburgo, Santa Catarina
(SC), das safras de 2007 a 2021. A partir da relação do índice DRIS com os teores
foliares, ajustados por modelos matemáticos (R² = 0,76), foram calculados os NC
para Fe, Mn, Cu, Zn e B: 99,6; 356,0; 11,1; 129,6; 38,4 mg kg-1, respectivamente. As
FS foram de 68,48 a 130,8; 191,7 a 520,3; 0,0 a 22,9; 86, 7 a 172,5 e 31,4 a 45,5 mg
kg-1 de Fe, Mn, Cu, Zn e B, respectivamente. Quando comparado os valores de
referência calculados com os do Manual de Calagem e Adubação para os Estados
do Rio Grande do Sul e de SC, percebe-se que o método DRIS foi adequado para o
estabelecimento de FS para Fe e B. Para Mn e Zn as FS observadas foram
superiores às recomendadas pelo Manual. Já para Cu, o método DRIS não
estabeleceu uma FS adequada. Assim, o método DRIS não foi adequado para
definir valores de referência de micronutrientes para a macieira Gala da região de
Fraiburgo (SC).

Palavras-chave: Maçã, diagnose foliar, níveis críticos, faixas de suficiência

Apoio Financeiro: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior


(CAPES).
1
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Agroecossistemas (PPGA), Centro de Ciências
Agrárias (CCA), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Rod. Admar Gonzaga, 1346,
Bairro Itacorubi CEP: 88034-000, Florianópolis, SC. E-mail: bbrunardutra@gmail.com
2
Doutorando do PPGA, CCA, UFSC. E-mail: thiagoss180893@gmail.com
3
Doutoranda do PPGA, CCA, UFSC. E-mail: talipptrali@yahoo.com.br
4
Estudante de Agronomia, CCA, UFSC. E-mail: silveiramachado@hotmail.com.br
5.
Pós-doutorando do PPG em Ciência do Solo, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Av.
Roraima, 1000, Cidade Universitária, Bairro Camobi, CEP: 97105-900, Santa Maria, RS. E-mail:
bueno.jean1@gmail.com
6.
Pesquisador Epagri, Estação Experimental de Caçador. Rua Abílio Franco, 1500, Bom Sucesso
CEP 89501-032, Caçador, SC. E-mail: leandrohahn@epagri.sc.gov.br

35
Nível crítico e faixa de suficiência de fósforo no solo em macieiras

Daiane Suzin1; Jean Michel Moura-Bueno2; Talipa Trapp3; Danilo Eduardo Rozane4; Leandro Hahn5;
Gustavo Brunetto6

O fósforo (P) é um macronutriente com grande impacto no crescimento e no


desenvolvimento vegetal das plantas, na floração, produção e qualidade de frutos da
macieira. No entanto, é necessário definir teores de P presentes no solo, os níveis
críticos (NC) e faixas de suficiência (FS), para regiões de cultivo de macieiras no sul
do Brasil, sendo que geralmente solos brasileiros são pobres em P. O objetivo do
trabalho foi estabelecer NC e FS de teores de P no solo para pomares de macieiras
na região sul. Os índices dos NC e FS foram elaborados a partir de 1.808
observações de pomares, da região sul do Brasil, de 13 safras (2007 – 2016 e 2019
– 2021), e desenvolvidas por meio do modelo de regressão com platô, para
quantificar a relação entre as variáveis dependentes (produtividade), com a
concentração de nutrientes no solo. A concentração crítica foi determinada como o
ponto em que a linha ajustada alcança o platô, não obtendo mais aumento de
rendimento à medida que a concentração de nutriente aumenta. Foi, também,
realizada uma análise da densidade de frequência, em intervalo de 90%, para
determinar as concentrações limítrofes (FS) e a maior densidade de nutrientes (NC).
Os resultados indicaram que os teores de P no solo para ambas as cultivares Gala e
Fuji, foi de 24 mg P dm-3 em seu NC, e a FS foi entre 21 a 28 mg P dm-3,
apresentando que os resultados obtidos foram superiores que o recomendado na
Recomendação Regional da CQFS-RS/SC (2016). Isto sinaliza para a necessidade
de revisão dos valores da recomendação oficial, com indicação de doses mais altas
do que as atualmente recomendadas para obtenção do NC para a macieira.

Palavras-chave: Malus domestica Borkh, nutrição de plantas, valores de referência.

Apoio Financeiro: CNPq, CAPES, FAPERGS.


1
Estudante de Agronomia, Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (Uniarp). Rua Victor Baptista
Adami nº 800, Centro CEP 89500-199, Caçador, SC. E-mail: susindaiane@gmail.com
2
Pós-doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo, Universidade Federal de
Santa Maria (UFSM). CEP: 97105-900, Santa Maria, RS. E-mail: bueno.jean1@gmail.com
3
Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Agroecossistemas, Universidade Federal de Santa
Catarina (UFSC). E-mail: talipptrali@yahoo.com.br
4
Professor da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho, Campus Registro. E-mail:
danilorozane@registro.unesp.br
5
Pesquisador Epagri, Estação Experimental de Caçador. CEP 89501-032, Caçador, SC. E-mail:
leandrohahn@epagri.sc.gov.br
6
Professor do Departamento de Solos, UFSM. E-mail: brunetto.gustavo@gmail.com

36
Aplicações foliares de ácido bórico antecipam a colheita e aumentam a
coloração de maçãs ‘Imperial Gala’

Milton Cesar Coldebella1; Paulo Roberto Ernani2; Cristiano André Steffens3, Cassandro Vidal Talamini
do Amarante4

O ponto ideal de colheita é um dos fatores que definem a qualidade e o potencial de


armazenamento dos frutos. Para escalonar e ampliar o período de colheita nos
pomares de maçãs, geralmente se recomenda a aplicação de alguns fitoreguladores
que permitem antecipar ou retardar a operação. Além destes, a aplicação de
fertilizantes via foliar pode ser uma opçõe viável para aumentar a qualidade dos
frutos e manejar o periodo de colheita. O objetivo do estudo foi avaliar a aplicação
foliar de ácido bórico em pré-colheita, na maturação e qualidade de maçãs „Imperial
Gala‟ cultivadas sob tela antigranizo preta. Durante as safras 2016/2017, 2017/2018
e 2018/2019 foram realizadas três e cinco pulverizações, iniciando em torno de 70
dias após a plena floração, nas concentrações 0; 1,5; 3,0 e 4,5 g L-1 de H3BO3.
Foram realizadas duas colheitas, espaçadas por sete dias, onde se avaliou a taxa de
produção do etileno, firmeza de polpa, índice iodo-amido, teor de sólidos solúveis e
coloração da epiderme. Em ambas as colheitas, o aumento do número de
aplicações e das concentrações de H3BO3 resultaram em maior produção de etileno
e de degradação de amido, frutos menos firmes, mais doces e coloridos. No geral,
os frutos que receberam maiores concentrações de H3BO3 apresentaram na primeira
colheita, firmeza de polpa, índice iodo-amido e sólidos solúveis semelhantes aos
frutos que não receberam aplicação e foram colhidos sete dias depois, mostrando
seu efeito na antecipação da maturação. Além disso, frutos que receberam
aplicações eram mais vermelhos e apresentavam qualidade visual superior aos
frutos controle, indicando que o H3BO3 pode ser eficaz em reduzir os efeito negativo
na coloração dos frutos devido ao sombreamento ocasionado pelas telas
antigranizo. A realização de cinco pulverizações com 4,5 g de H3BO3 L-1 foi eficiente
em antecipar a maturação em até sete dias e aumentar a qualidade visual dos
frutos.

Palavras-chave: Malus domestica Borkh, maturação, qualidade de frutos, adubação.

Apoio Financeiro: Capes e FrutiVal


1
Eng. Agrônomo. Linha Coldebella, Zona Rural, Videira/SC, CEP 89567-899. E-mail:
cesar_coldebella@yahoo.com.br
2
Professor de Quimica e Fertilidade do Solo, UDESC-CAV. Av. Luiz de Camões, 2090 Conta
Dinheiro, Lages/SC, CEP 88520-000. E-mail: paulorobertoernani@gmail.com
3
Professor de Fisiologia Vegetal, UDESC-CAV. E-mail: cristiano.steffens@udesc.br
4
Professor de Fisiologia Vegetal, UDESC-CAV. E-mail: cassandro.amarante@udesc.br

37
Atributos químicos do solo em pomares no Alto Vale do Rio do Peixe, SC
Everlan Fagundes1; Filipe Schmidt Schuh1; Daniele Caroline Manenti-Schuh1; Leandro Hahn2; João
Peterson Pereira Gardin2

A adubação tem relação direta com a produtividade e qualidade dos frutos,


impactando na rentabilidade da produção frutífera. Sendo assim, é necessário o uso
mais eficiente de fertilizantes e, para isso, uma das ferramentas mais importantes
para tomada de decisão das doses é o conhecimento da fertilidade do solo do pomar
por meio da análise de solo. Neste contexto, durante o ciclo 2020/2021 foram
analisadas 177 amostras de solos na camada de 0-20 cm de pomares de macieiras,
videiras, pessegueiros, nectarineiras e ameixeiras localizados em municípios do Alto
Vale do Rio do Peixe, SC (Caçador, Videira, Fraiburgo, Iomerê, Arroio Trinta, Rio
das Antas e Lebon Regis). As características químicas de pH em H2O e teores de
matéria orgânica, P, K, Ca, Mg, B, Cu, Zn, S e Mn foram interpretadas de acordo
com a recomendação oficial (CQFS-RS/SC, 2016). A média de pH em H2O foi 6,3 e
10,7% das amostras com pH abaixo de 5,5 ou 5,5, considerado o pH crítico para
aplicação de corretivos de acidez. O teor de matéria orgânica do solo foi em média
3,7%, sendo considerados adequados para a maiorias das culturas análisadas. Para
os teores de K e P, analisados com extrator Mehlich-1, as médias foram 367,22 e
49,2 mg/dm³ respectivamente, sendo considerados elevados para frutíferas.
Somente 7,3 % das amostras apresentaram teores de P abaixo dos teores críticos.
Das amostras de solo, 61,0 e 70,0 % apresentaram valores até três vezes acima do
teor crítico de P e K, respectivamente. Os teores médios de Ca e Mg e S foram,
respectivamente, 13,73 cmolc/dm³, 4,32 cmolc/dm³ e 15,93 mg/dm³ e somente 10,2%
das amostras de S apresentaram teores abaixo dos níveis críticos. Os
micronutrientes seguiram a mesma tendência, com teores médios elevados das
áreas coletadas e somente 7,3% das amostras de B apresentaram teores abaixo
dos níveis críticos. Conclui-se que a maioria dos pomares vêm recebendo doses de
adubação acima da recomendação ao longo dos anos, devido principalmente à falta
de monitoramento da fertilidade do solo. As consequências disso são a diminuição
da rentabilidade da atividade e com potencial de promover desequilíbrios nutricionais
nas plantas com efeitos negativos na produção e qualidade de frutas, bem como
potencial contaminação do solo e da água pelo excesso de nutrientes. Portanto, é
imprescindivel que haja um acompanhamento técnico de qualidade das
propriedades, colaborando com a otimização do uso de fertilizantes e promovendo a
sustentabiliade. O acompanhamento realizado pelo programa AT&G - Assitência
Técnica e Gerencial do Senar/SC busca o aumento da eficiência do uso de
fertilizantes, a redução de custos e o aumento da produtividade e qualidade de
frutas.

Palavras-chave: análise de solo; nutrição mineral; fruticutura.

Apoio Financeiro: SENAR/SC


1
Pesquisador Orchplan Pesquisas LTDA. Rod. Eng. Lineu Bonato, S/N - Campo Experimental,
Videira - SC, 89560-000. E-mail: orchplan@gmail.com

38
2
Pesquisador Epagri, Estação Experimental de Caçador. Rua Abílio Franco, N. 1500, Bairro Bom
Sucesso CEP 89501-032, Caçador, SC. E-mail: leandrohahn@epagri.sc.gov.br.
3
Pesquisador Epagri, Estação Experimental de Videira. R. João Zardo, 2016 - Campo Experimental,
89560-000, Videira, SC. E-mail: joaogardin@epagri.sc.gov.br.
Teores de macronutrientes em folhas de macieiras ‘Fuji’ pelo método DRIS
Thiago Stacowski dos Santos1; Bruna da Rosa Dutra2; Talita Trapp3; Leandro Hahn4; Jean Michel
Moura-Bueno5; Gustavo Brunetto6

Santa Catarina (SC) e Rio Grande do Sul (RS) são os maiores produtores de maçã
do Brasil. Porém, elevadas produtividades e frutas de qualidade somente serão
obtidos em plantas com adequado estado nutricional, que também pode ser
estimado pelo método DRIS (Diagnosis and Recommendation Integrated System). O
estudo objetivou definir os níveis críticos (NC) e as faixas de suficiência (FS) de
macronutrientes em folhas de macieiras Fuji pelo método DRIS. O estudo foi
realizado por meio de um banco de dados da região de Fraiburgo, SC, composto por
teores de nutrientes em folha e produtividade. Os dados foram obtidos nas safras de
2007 a 2021. Os NC dos macronutrientes, calculados por modelos matemáticos que
relacionam os índices DRIS com seus teores foliares (R² = 0,63), foram de: 24,81;
1,82; 11,78; 13,77 e 3,40 g kg-1 de N, P, K, Ca e Mg, respectivamente. Já as FS
foram de: 22,60 a 27,02; 1,48 a 2,16; 8,71 a 14,85; 11,46 a 16,07 e 1,96 a 4,84 g kg-
1
de N, P, K, Ca e Mg, respectivamente. O método DRIS foi adequado para
obtenção dos valores de referência de macronutrientes em macieiras Fuji, para as
condições da região de Fraiburgo, sendo similares aos atuais valores indicados
como normais pelo Manual de Calagem e Adubação para os estados do RS e de
SC.

Palavras-chave: Malus domestica, níveis críticos, faixas de suficiência, sistema


integrado de diagnose e recomendação

Apoio Financeiro: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior


(CAPES).
1
Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Agroecossistemas (PPGA), Centro de Ciências
Agrárias (CCA), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Rod. Admar Gonzaga, 1346,
Bairro Itacorubi CEP: 88034-000, Florianópolis, SC. E-mail: thiagoskisantos@hotmail.com
2
Mestranda do PPGA, CCA, UFSC. E-mail: bbrunardutra@gmail.com
3
Doutoranda do PPGA, CCA, UFSC. E-mail: talipptrali@yahoo.com.br
4
Pesquisador Epagri, Estação Experimental de Caçador. Rua Abílio Franco, 1500, Bairro Bom
Sucesso CEP 89501-032, Caçador, SC. E-mail: leandrohahn@epagri.sc.gov.br
5
Pós-doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo, Universidade Federal de
Santa Maria (UFSM), Av. Roraima, 1000, Cidade Universitária, Bairro Camobi, CEP: 97105-900,
Santa Maria, RS. E-mail: bueno.jean1@gmail.com
6
Professor do Departamento de Solos, UFSM, Santa Maria, RS. E-mail: brunetto.gustavo@gmail.com

39
Valores de referência de micronutrientes em macieiras ‘Fuji’ pelo método CND
para a região de Fraiburgo (SC)

Douglas Zin Lanzendorf1; Leonardo Khaoê Giovanetti²; Josué Klein Schmitt3; Talita Trapp4; Leandro
Hahn5; Gustavo Brunetto6

Avaliar o estado nutricional da macieira é importante para a tomada de decisão


sobre a real necessidade de aplicação de nutrientes, inclusive os micronutrientes. O
estudo objetivou definir os níveis críticos (NC) e as faixas de suficiência (FS) de
micronutrientes (Fe, Mn, Cu, Zn e B) em folhas de macieiras da cultivar Fuji, pelo
método CND (Compositional Nutrients Diagnosis). O estudo foi realizado pela
análise de banco de dados da região de Fraiburgo, Santa Catarina (SC), composto
por teores de nutrientes em folha e produtividade (safras de 2007 a 2021). Os NC a
partir dos modelos matemáticos entre os índices CND e teores foliares foram de:
235,67; 100,75; 83,86; 38,55 e 7,60 mg kg-1 de Mn, Fe, Zn, B e Cu, respectivamente.
As FS foram de: 107,27 a 364,07; 75,91 a 125,58; 43,37 a 124,35; 32,80 a 44,30 e
6,13 a 9,08 mg kg-1 de Mn, Fe, Zn, B e Cu, respectivamente. A média dos
coeficientes de determinação (R²) foi de 0,82. Em comparação ao Manual de
Calagem e Adubação para os Estados do RS e de SC, as FS dos micronutrientes
são similares ou mais restritas que os atuais valores indicados para a classe normal,
com exceção do Mn, que tem uma faixa mais restritiva (30 - 130 mg kg-1). Assim, de
maneira geral, os índices CND permitiram estimar os NC e FS de micronutrientes
em folhas de macieiras Fuji, cultivadas na região de Fraiburgo, SC.

Palavras-chave: Malus domestica, teores minerais, faixas de suficiência, diagnose


da composição nutricional

Apoio Financeiro: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior


(CAPES).
1
Estudante de Agronomia, Centro de Ciências Agrárias (CCA), Universidade Federal de Santa
Catarina (UFSC). Rod. Admar Gonzaga, 1346, Itacorubi CEP: 88034-000, Florianópolis, SC. E-mail:
douglaszlanzendorf@gmail.com
² Doutorando do Programa de Pós-Graduação (PPG) em Recursos Genéticos Vegetais, CCA, UFSC.
E-mail: leonardokgiovanetti@gmail.com
3
Estudante de Agronomia, CCA, UFSC. E-mail: josueschmitt@outlook.com
4
Doutoranda do PPG em Agroecossistemas, CCA, UFSC. E-mail: talipptrali@yahoo.com.br
5
Pesquisador Epagri, Estação Experimental de Caçador. Rua Abílio Franco, 1500, Bairro Bom
Sucesso CEP 89501-032, Caçador, SC. E-mail: leandrohahn@epagri.sc.gov.br
6
Professor do Departamento de Solos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa
Maria, RS. E-mail: brunetto.gustavo@gmail.com

40
Performance produtiva da macieira ‘Kinkas’ sob irrigação e fertirrigação na
safra 2021/2022

José Masanori Katsurayama1

A prática de fertirrigação/irrigação no cultivo comercial de macieiras no Brasil é


pouco expressiva, assim como os resultados da experimentação agrícola. O
fornecimento de água por irrigação em períodos de escassez hídrica minimiza as
perdas na produtividade dos pomares, pelo fato da água no solo afetar a dinâmica
dos nutrientes minerais, aumentando a disponibilidade de nutrientes na solução do
solo e repondo a água perdida por transpiração pelas plantas, fatores limitantes da
produção agrícola. O objetivo do trabalho foi avaliar a performance produtiva da
cultivar Kinkas submetidas à fertirrigação com e sem irrigação, e adubação
convencional com e sem irrigação. O experimento foi conduzido no ciclo vegetativo
2021/2022, em pomar implantado no ano de 2011, em um solo Cambissolo Húmico,
na Estação Experimental de São Joaquim, município de São Joaquim (SC). A
cultivar Kinkas foi enxertada sobre o porta-enxerto Marubakaido com interenxerto de
M.9 (0,2 m), plantada na densidade de 1666 plantas por hectare (4,0 x 1,5 m) e
conduzido no sistema de líder central com tutoramento em espaldeira. O
delineamento foi em blocos casualizados com oito repetições e três plantas uteis por
parcela. Os tratamentos foram adubação convencional (T1), adubação convencional
mais irrigação (T2), fertirrigação mais irrigação (T3) e fertirrigação (T4). A adubação
convencional foi parcelada em três vezes e a fertirrigação em seis aplicações. A
irrigação e a fertirrigação foram aplicados às plantas por gotejamento, gotejadores a
cada 0,2 m, com uma vazão de 2 litros por hora por gotejador. As variáveis
avaliadas foram o peso médio do fruto (g), produtividade (t ha-1), a área da secção
transversal do tronco „ASTT‟ (cm2) e a capacidade produtiva „CP‟ (kg cm-2) calculada
pela relação produção por planta/ASTT. Os dados foram submetidos a análise de
variância pelo teste F e comparação de médias através do Teste Scott-Knot a 5% de
significância. Os tratamentos não afetaram o peso médio dos frutos, a produtividade,
a área seccional do tronco e a capacidade produtiva da cultivar Kinkas.

Palavras-chave: Malus domestica Borkh, capacidade produtiva, produtividade, peso


médio do fruto
1
Pesquisador Epagri, Estação Experimental de São Joaquim. Rua João Araújo Lima, 102, Bairro
Jardim Caiçara, CEP 88600-000, São Joaquim, SC. E-mail: masanori@epagri.sc.gov.br

41
Evolução sazonal de teores de micronutrientes em folhas de macieira

Lucas Dupont Giumbelli1; Victor Roberto da Silva2; Luciano dos Santos Cardoso Junior3; Jean Michel
Moura-Bueno4; Leandro Hahn5; Gustavo Brunetto6

A análise dos teores minerais de folhas da macieira no Sul do Brasil é feita, entre 15
de janeiro a 15 de fevereiro. Desconhece-se os teores de micronutrientes em coletas
realizadas fora deste período. O estudo objetivou avaliar a evolução sazonal de
teores de micronutrientes em folhas de macieira. Folhas foram coletadas em 48
pomares na região Meio Oeste e 24 pomares do Planalto Serrano de Santa Catarina
(SC), nas safras de 2001/02 a 2005/06. Os pomares são de locais com diferentes
condições (solo, clima, idade de plantas, porta enxerto, cultivar e técnicas de
manejo). Foram realizadas coletas quinzenais de folhas nas fases: Fase 1: plena
floração até 30 dias após plena floração (DAPF); Fase 2: 30 a 65 DAPF; Fase 3: 65
a 100 DAPF; Fase 4: 100 a 130 DAPF; Fase 5: 130 DAPF até a colheita de frutos.
Os dados foram submetidos à análise de componentes de variância. O ajuste dos
modelos matemáticos dos micronutrientes avaliados não apresentaram significância
estatística. Foi observado leve aumento nos teores de B, Fe, Mn e Zn, ao longo do
período. O oposto ocorreu com o Cu, que diminuiu com o tempo. O Cu pode estar
diminuindo na folha devido à translocação na planta. Entre as duas regiões de
cultivo foi verificado diferença na evolução dos teores de Fe, Mn e Zn. O acúmulo de
B, Fe, Mn e Zn pode ser atribuído a menor demanda desses elementos na planta à
medida que o ciclo reprodutivo finaliza. É possível inferir que o B, Fe, Mn e Zn
tendem a acumular nas folhas ao longo do tempo.

Palavras-chave: fertilidade, Malus domestica Borkh, nutrição mineral, metais.

Apoio Financeiro: Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABM)


1
Doutorando do Programa de Pós-Graduação (PPG) em Agroecossistemas, Centro de Ciências
Agrárias (CCA), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Rod. Admar Gonzaga, 1346,
Bairro Itacorubi CEP: 88034-000, Florianópolis, SC. E-mail: lukdg@hotmail.com
2
Estudante de Agronomia, CCA, UFSC. E-mail: victorrobertos98@gmail.com
3
Estudante de Agronomia, CCA, UFSC. E-mail: lucianoufscagve@gmail.com
4
Pós-doutorando do PPG em Ciência do Solo, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Av.
Roraima, 1000, Cidade Universitária, Bairro Camobi, CEP: 97105-900, Santa Maria, RS. E-mail:
bueno.jean1@gmail.com
5
Pesquisador Epagri, Estação Experimental de Caçador. Rua Abílio Franco, N. 1500, Bairro Bom
Sucesso CEP 89501-032, Caçador, SC. E-mail: leandrohahn@epagri.sc.gov.br
6.
Professor do Departamento de Solos, UFSM. E-mail: brunetto.gustavo@gmail.com

42
Teores de micronutrientes em folhas de macieira ‘Kinkas’ sob irrigação e
fertirrigação no ciclo 2020/2021

José Masanori Katsurayama1

A prática de fertirrigação/irrigação no cultivo comercial de macieiras no Brasil é


pouco expressiva, assim como os resultados de pesquisa experimental. A
suplementação de água por irrigação em períodos de escassez hídrica favorece o
pleno desenvolvimento das plantas, pelo fato da água no solo afetar a dinâmica dos
nutrientes minerais, aumentando a disponibilidade de nutrientes na solução do solo
e repondo a água perdida por transpiração pelas plantas, fatores limitantes na
produção agrícola. O objetivo do trabalho foi avaliar o estado nutricional em
macieiras „Kinkas‟, via análise foliar, em plantas submetidas à fertirrigação, com e
sem irrigação, e adubação convencional, com e sem irrigação. O pomar foi
implantado no ano de 2011, em solo Cambissolo Húmico, na Estação Experimental
de São Joaquim, município de São Joaquim (SC). A cultivar Kinkas foi enxertada
sobre o porta-enxerto Marubakaido com interenxerto de M.9 (0,2 m), 1666 plantas
por hectare (4,0 x 1,5 m) e conduzido no sistema de líder central com tutoramento
em espaldeira. O delineamento foi em blocos casualizados com oito repetições e
três plantas uteis por parcela. Os tratamentos foram adubação convencional (T1),
adubação convencional mais irrigação (T2), fertirrigação mais irrigação (T3) e
fertirrigação (T4). A adubação convencional foi parcelada em três vezes e a
fertirrigação em seis aplicações. A irrigação e a fertirrigação foram aplicados às
plantas por gotejamento a cada 0,2 m com uma vazão de 2 litros por hora. As folhas
foram coletadas no periodo de 15 de janeiro a 15 de fevereiro de 2021. As variáveis
avaliadas foram os micronutrientes: zinco (Zn), manganês (Mn), ferro (Fe), cobre
(Cu) e boro (B). Os dados foram submetidos a análise de variância pelo teste F e
comparação de médias através do Teste Scott-Knot a 5% de significância. Os
micronutrientes Mn e B foram indiferentes aos tratamentos. Entretanto, Fe, Zn e Cu
possuem comportamentos distintos sobre a influência dos tratamentos. Nas folhas, a
„adubação convencional mais irrigação‟ (T2) apresentou o maior teor de Fe,
enquanto a „fertirrigação mais irrigação‟ (T3) possui o menor teor de Fe, e os
tratamentos „adubação convencional‟ (T1) e „fertirrigação‟ (T4) foram semelhantes
entre si. Para os demais micronutrientes, a „adubação convencional‟ (T1) apresentou
significativamente o menor teor de Zn, e a „fertirrigação‟ (T4) apresentou
significativamente o menor teor de Cu nas folhas da macieira „Kinkas‟.

Palavras-chave: Malus domestica Borkh, adubação, gotejamento, análise foliar,


micronutrientes
1
Pesquisador Epagri, Estação Experimental de São Joaquim. Rua João Araújo Lima, 102, Bairro
Jardim Caiçara, CEP 88600-000, São Joaquim, SC. E-mail: masanori@epagri.sc.gov.br

43
Fertilização de Nitossolo com nitrogênio ou potássio para pomar de macieiras
‘Fuji Suprema’

Luiz Carlos Argenta1; Leandro Hahn1; Gilberto Nava2; Clori Basso3

O crescimento de macieiras, a produtividade e os atributos de qualidade de maçãs


são afetados pela adubação com nitrogênio (N) e potássio (K) quando cultivadas em
solos rasos de Inceptissolo e Ensossolo na região de São Joaquim, sul do Brasil. No
entanto, estudos anteriores também mostraram ausência de resposta de macieiras
em porta-enxertos vigorosos à adubação nitrogenada quando cultivadas em solos
profundos de Nitossolos húmicos na mesma região. Este estudo foi realizado para
analisar os efeitos da adubação do solo com N e K sobre qualidade dos frutos de
macieiras cultivadas em pomares de alta densidade plantados em Nitossolos, na
região de Fraiburgo, sul do Brasil. Dois experimentos foram instalados em dois
pomares comerciais de macieira „Fuji Suprema‟ sobre o porta-enxerto M.9. O solo foi
adubado anualmente com doses de N (0, 25, 50, 100 e 150 kg de N ha-1) no
experimento 1 ou com doses de K (0, 50, 100, 150 e 200 kg de K2O ha-1) no
experimento 2, ao longo de seis safras, a partir do ano de plantio. Amostras de frutos
foram colhidas no 5º e 6º ano após o plantio e avaliadas quanto ao conteúdo
mineral, maturação e qualidade na colheita e após o armazenamento. As amostras
de frutas foram armazenadas em ar ou atmosfera controlada com baixo (<0,5 kPa)
CO2 no primeiro ano e com baixo ou alto (2,5 kPa) CO2, no segundo ano, a 0,8 oC. O
teor de N e K no fruto aumentou ligeiramente em apenas uma combinação pomar x
ano, em resposta à adubação N ou K. De maneira geral, a maturação e qualidade
das maçãs 'Fuji Suprema' não foram afetados pela adubação com N ou K. Embora
estatisticamente significantes, os efeitos de doses de N ou K na coloração vermelha,
firmeza, teor de sólidos solúveis e acidez foram leves, esporádicos, e às vezes
contrastantes entre a combinação pomar x ano. A escaldadura superficial e a dano
por CO2 não foram afetadas pelos tratamentos, enquanto a incidência de podridões
aumentou à medida que N ou K aumentaram em uma das combinações pomar x
ano. Os resultados indicam que a adubação de Nitossolos com N ou K para 'Fuji
Supra' não impacta a maturação e qualidade dos frutos na colheita e após o
armazenamento de forma consistente.

Palavras-chave: Malus domestica Borkh; nutrição mineral; maturidade do fruto;


armazenamento
1
Epagri – Estação Experimental de Caçador, SC. argenta@epagri.sc.gov.br;
leandrohahn@epagri.sc.gov.br.
2
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Embrapa Clima temperado.
gilberto.nava@embrapa.br
3
Pesquisador aposentado, Epagri – Estação Experimental de Caçador, SC. clori@brturbo.com.br

44
Níveis críticos e faixas de suficiência de micronutrientes em folhas de
macieiras ‘Fuji’ pelo método DRIS

Juliano Silveira Machado1; Alan Carlos Batistão2; Talita Trapp3; Edenilson Meyer4; Leandro Hahn5;
Jean Michel Moura-Bueno6

O conhecimento dos níveis críticos (NC) e das faixas de suficiência (FS) de


nutrientes em plantas pode auxiliar no processo de tomada de decisão adequada no
manejo de adubação em pomares de maceira. O estudo objetivou estimar NC e FS
de micronutrientes em folhas de macieiras Fuji pelo método DRIS (Diagnosis and
Recommendation Integrated System). O estudo foi realizado a partir de um banco de
dados contendo os teores de nutrientes foliares e produtividade de pomares da
região de Fraiburgo, Santa Catarina (SC), das safras de 2007 a 2021. Os NC (R2 =
0,73) foram calculados pela relação entre os índices DRIS com os seus respectivos
teores foliares por meio de modelos matemáticos, e foram de 106,2; 269,4; 9,5;
100,3 e 39,9 mg kg-1 de Fe, Mn, Cu, Zn e B, respectivamente. As FS foram de 72,5 a
140,0; 140,7 a 398,0; 2,5 a 16,6; 53,5 a 147,1 e 32,9 a 46,8 mg kg-1 de Fe, Mn, Cu,
Zn e B, respectivamente. Quando se compara os valores da faixa normal do Manual
de Calagem e Adubação para os Estados do Rio Grande do Sul e de SC com as FS
calculadas, percebe-se uma similaridade nos valores, com FS mais estreitas para
Fe, Cu e B. A FS de Mn foi a exceção, que indicou valores acima dos indicados pelo
manual. De forma geral, os valores estimados pelo método DRIS podem ser usados
como referência para a região de Fraiburgo (SC), para aumentar a eficiência na
adubação das macieiras Fuji.

Palavras-chave: Malus domestica, diagnóstico foliar, equilíbrio nutricional, nutrição


vegetal

Apoio Financeiro: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior


(CAPES).
1
Estudante de Agronomia, Centro de Ciências Agrárias (CCA), Universidade Federal de Santa
Catarina (UFSC). Rod. Admar Gonzaga, 1346, Itacorubi CEP: 88034-000, Florianópolis, SC. E-mail:
silveiramachado@hotmail.com.br
2
Eng° Agrônomo, Departamento de Engenharia Rural, CCA, UFSC. E-mail: alan.batistao@ufsc.br
3
Doutoranda do Programa de Pós-Graduação (PPG) em Agroecossistemas, CCA, UFSC. E-mail:
talipptrali@yahoo.com.br
4
Pós-doutorando do PPG em Biotecnologia, CCA, UFSC, E-mail: edenilsonmeyer@hotmail.com
5
Pesquisador Epagri, Estação Experimental de Caçador. Rua Abílio Franco, N. 1500, Bairro Bom
Sucesso CEP 89501-032, Caçador, SC. E-mail: leandrohahn@epagri.sc.gov.br
6
Pós-doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo, Universidade Federal de
Santa Maria (UFSM), Av. Roraima, 1000, Cidade Universitária, Bairro Camobi, CEP: 97105-900,
Santa Maria, RS. E-mail: bueno.jean1@gmail.com

45
Predição da produtividade de macieiras cultivadas na região Sul do Brasil

Jean Michel Moura-Bueno1; Talipa Trapp2; Danilo Eduardo Rozane3; Leandro Hahn4; Gustavo Nogara
de Siqueira5; Gustavo Brunetto6

O Brasil é o décimo terceiro maior produtor de maçã no Mundo. Os Estados do


Santa Catarina (SC) e do Rio Grande do Sul (RS) produzem cerca de 98% da
produção nacional. No entanto, uma das demandas da cadeia produtiva da maçã é o
desenvolvimento de modelos para estimar a produtividade dos pomares. Isso é
importante para melhorar as tomadas de decisões em relação ao armazenamento e
comercialização da produção. O objetivo deste trabalho foi propor um modelo
matemático para estimar a produção de maçã. O estudo foi realizado a partir de um
banco de dados de 1.808 observações de pomares comerciais localizados no Sul do
Brasil contendo as seguintes informações: teores nutricionais de folhas, variáveis de
planta (idade da planta, cultivar, ano de plantio e vigor porta-enxerto), variáveis
climáticas (temperatura mínima, média e máxima, precipitação e horas de frio) e
variáveis de solo dos pomares, compilados ao longo de 13 safras (2007 – 2016 e
2019 – 2021). Sete modelos de predição foram desenvolvidos combinando
diferentes variáveis explicativas. Os modelos foram gerados por meio do método de
machine learning Cubist. O modelo com maior acurácia nas predições (R2=0,70; erro
médio absoluto = 5,5 t ha-1) foi aquele baseado em todas as variáveis, enquanto, o
modelo com a menor acurácia (R2=0,20; erro médio absoluto = 11,9 t ha-1) foi aquele
baseado apenas nas variáveis de solo. Modelos que consideraram a combinação de
variáveis nutricionais de solo e folha, climáticas e planta, apresentaram grande
potencial para predição da produtividade de maçãs em pomares com cultivares
„Gala‟ e „Fuji‟ no Sul do Brasil.

Palavras-chave: Malus domestica, variáveis climáticas, modelos de predição

Apoio Financeiro: CNPq, CAPES, FAPERGS


1
Pós-doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo, Universidade Federal de
Santa Maria (UFSM). CEP: 97105-900, Santa Maria, RS. E-mail: bueno.jean1@gmail.com
2
Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Agroecossistemas, Universidade Federal de Santa
Catarina (UFSC). E-mail: talipptrali@yahoo.com.br
3
Professor da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho, Campus Registro. E-mail:
danilorozane@registro.unesp.br
4.
Pesquisador Epagri, Estação Experimental de Caçador. CEP 89501-032, Caçador, SC. E-mail:
leandrohahn@epagri.sc.gov.br
5
Estudante de Agronomia da UFSM, Departamento de Solos, Santa Maria (RS). E-mail:
gustavo.nogara@acad.ufsm.br
6.
Professor do Departamento de Solos, UFSM. E-mail: brunetto.gustavo@gmail.com

46
OLIVEIRA

47
Parâmetros morfológicos de raiz e absorção de nitrogênio em cultivares de
oliveira

Ana Luiza Lima Marques1; Daniéle Papalia2; Luana Paula Garlet3; Gabriel Alberto Sans4; Amanda
Veridiana Krug5; Gustavo Brunetto6

O cultivo de oliveiras (Olea europaea) cresce anualmente no Brasil, principalmente


no estado do Rio Grande do Sul. O estado possui 6 mil hectares de área cultivada,
sendo o maior produtor de olivas do país. Porém, grande parte dos pomares de
oliveiras estão sobre solos ácidos, com baixo teor de matéria orgânica e fertilidade
natural. Diante deste cenário, não são suficientemente conhecidos os parâmetros
morfológicos de raiz de oliveiras que contribuem para maior eficiência na absorção
de nutrientes, como o nitrogênio (N). O estudo objetivou identificar cultivares de
oliveira com maior eficiência na absorção de N, de acordo com os parâmetros
morfológicos de raiz. O experimento foi conduzido em casa de vegetação na
Universidade Federal de Santa Maria (RS). As cultivares de oliveira Arbosana,
Koroneiki, Arbequina e Coratina foram cultivadas em solução de Hoagland (50% de
força iônica) durante 21 dias para aclimatação e em 0,03 mol L-1 de CaSO4 durante
15 dias para esgotamento de reservas internas. As raízes das oliveiras foram
lavadas, preparadas e escaneadas por captura da imagem da tela Scan (EPSON XL
11000). As classes de diâmetro (0-0,25; 0,25-0,75; 0,75-1,25; 1,25-1,75; 1,75-2,5;
2,5-5,0 mm) e comprimento total de raízes das plantas foram mensurados por
análise de imagem Pro WinRhizo. A concentração de N nas folhas, caules e raízes
foi determinada. As cultivares Coratina e Koroneiki apresentaram maior quantidade
de raízes nas classes 0-0,25 e 0,25-0,75 mm e maiores concentrações de N nas
raízes e caules. Estes resultados sugerem que as cultivares Coratina e Koroneiki
possuem maior comprimento de raízes finas, o que está correlacionado com maior
área de absorção, justificando a maior eficiência na absorção de N.

Palavras-chave: Olea europaea, diâmetro de raízes, nutrição mineral.

Apoio Financeiro: CNPq, CAPES.


1
Graduanda em Agronomia, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Avenida Roraima nº 1000
Cidade Universitária, Bairro Camobi, CEP 97105-900, Santa Maria, RS. E-mail:
marquesluizalima@gmail.com
2
Graduanda em Engenharia Florestal (UFSM). E-mail: danipapalia@hotmail.com
3
Mestranda em Ciência do Solo (UFSM). E-mail: garleteng.florestal@gmail.com
4
Engenheiro Agrônomo. E-mail: gabalbertosans@gmail.com
5
Mestranda em Ciência do Solo (UFSM). E-mail: krug.amanda111@gmail.com
6
Professor no Departamento de Solos (UFSM). E-mail: brunetto.gustavo@gmail.com

48
Concentrações de calcio no desempenho produtivo de minijardins clonais de
oliveira

Pedro Maranha Peche1; Mónica Obregón Barrios2; Gilvano Ebling Brondani3; Rafael Pio4.

A produção de mudas em larga escala é um dos fatores limitantes para a expansão


brasileira do cultivo de oliveiras. Isso ocorre devido a baixa capacidade de
enraizamento adventício das cultivares atualmente utilizadas no Brasil. Diante disso,
o sistema de minijardim pode ser aplicado com eficiência na oliveira, pelo manejo e
nutrição adequado das minicepas. Objetivou-se avaliar a influência da concentração
de cálcio na solução nutritiva no desempenho do minijardim clonal de oliveiras,
„Arbosana‟, „Koroneiki‟ e „Grappolo 541‟. O minijardim clonal foi instalado em
condições de casa de vegetação recoberta com polietileno transparente. Aplicou-se
a solução nutritiva por vaso duas vezes por semana e diariamente foi realizado
irrigação com água deionizada. Assim, as minicepas foram submetidas a sucessivas
coletas de brotações produzidas durante o experimento. A composição da solução
nutritiva básica para fertirrigação do minijardim clonal foi baseada na solução de
Hoagland & Arnon. Como tratamentos foram utilizadas as seguintes concentrações
de Cálcio na solução nutritiva: S1: 40,8 mgL-1; S2: 80,16 mgL-1; S3: 160,32 mgL-1;
S4: 240,48 mgL-1; S5: 320,64 mg L-1 e S6: 400,8 mgL-1. Foram mensuradas a
sobrevivência das minicepas, número e comprimento de brotos e número de
miniestacas por minicepa por metro quadrado ao ano. As minicepas apresentaram
sobrevivência de 100% durante as coletas sucessivas de brotações, o que indicou
elevada longevidade para as três cultivares. Nas cultivares „Koroneiki‟ e „Arbosana‟
para todas as variáveis não encontrou significância em relação à concentração de
cálcio embora a „Koroneiki‟ foi superior. Na cultivar „Grappolo 541‟ a concentração
S2 e S4 de cálcio resultou nos maiores valores para todas as variáveis. O minijardim
clonal é uma alternativa viável para a produção de miniestacas ante a necessidade
de produção rápida, econômica e eficiente de mudas de oliveira durante todas as
estações do ano, entendendo o crescente aumento dos plantios em regiões
subtropicais e temperadas do mundo e do Brasil.

Palavras-chave: Olea europaea L., Minicepas, Miniestaquia


1
Professor, UFLA, Departamento de Agricultura, Lavras, MG. E-mail: pedro.peche@ufla.br
2
Doutora, UFLA, Departamento de Agricultura, Lavras, MG, mooba8@yahoo.es
3
Professor, UFLA, Departamento de Ciências Florestais, Lavras, MG. E-mail:
gilvano.brondani@ufla.br
4
Professor, UFLA, Departamento de Agricultura, Lavras, MG. E-mail: rafaelpio@gmail.com

49
Nutrição e produção de oliveiras ‘Koroneiki’ submetidas à adubação potássica

Jorge Atílio Benati1; Renan Navroski1; Cleiton Brandão1; Gilberto Nava2; Paulo Mello-Farias3

O potássio (K) é considerado um dos minerais mais importantes na nutrição de


oliveiras, devido à alta exportação deste nutriente através dos frutos. Portanto, uma
fertilização potássica adequada é essencial para olivais de alta produtividade.
Geralmente, as plantas requerem grandes quantidades de K, em virtude deste
nutriente estar envolvido em vários processos fisiológicos vitais, sendo conhecido
por influenciar vários aspectos da qualidade do fruto e do azeite. Para as condições
de cultivo do sul do Brasil, são escassas as informações sobre o manejo da
adubação potássica em oliveiras. O objetivo deste trabalho foi analisar o efeito da
adubação potássica sobre a nutrição e desempenho produtivo de oliveiras
„Koroneiki‟. O experimento foi desenvolvido durante três ciclos produtivos (2019,
2020 e 2021) e foram utilizadas cinco doses de K2O aplicadas sobre a superfície do
solo: 0; 30; 60; 90 e 120 kg ha-1. Anualmente foram realizadas análises químicas do
solo e foliares e medida a produtividade, massa média dos frutos e a eficiência
produtiva. A aplicação de K elevou significativamente a disponibilidade deste
nutriente nas camadas de solo analisadas desde a primeira aplicação. Entretanto, os
tratamentos não influenciaram na produção, massa média dos frutos e eficiência
produtiva. À medida que a disponibilidade de K no solo aumentou, houve maior
absorção deste nutriente e de cálcio (Ca), em contrapartida, os teores foliares de
magnésio (Mg), na terceira safra analisada, evidenciaram valores considerados
insuficientes, abaixo de 1,0 g kg-1. O efeito das doses de K aplicadas no solo sobre a
absorção de Mg, pode ter ocorrido devido à alteração das relações entre os cátions
presentes no solo, carregando positivamente a parede celular, bloqueando assim o
influxo de Mg2+.

Palavras-chave: Olea europaea L., fertilização, análise foliar, produtividade


Apoio Financeiro: CNPq, Capes, Embrapa Clima Temperado e UFPel
1
Doutorando em Agronomia, Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Campus Universitário Capão
do Leão, CEP 96160-000 Capão do Leão, RS. E-mail: jorgeatiliobenati@hotmail.com;
navroski@outlook.com; brandaocleiton@yahoo.com.br
2
Pesquisador da Embrapa Clima Temperado, Rodovia BR-392, CEP 96010-971, Pelotas, RS. E-mail:
gilberto.nava@embrapa.br
3
Professor da Universidade Federal de Pelotas, Campus Universitário Capão do Leão, CEP 96160-
000, Capão do Leão, RS. E-mail: mellofarias@yahoo.com.br

50
Recuperação de nitrogênio por cultivares de oliveira em cultivo solteiro e
consorciadas com Paspalum notatum

Jacson Hindersmann1; Adriele Tassinari1; Edicarla Trentin1; Gustavo Brunetto1; Fábio Joel Kochem
Mallmann1

Os solos cultivados nem sempre possuem a quantidade suficiente de nitrogênio (N)


mineral para suprir a demanda das culturas. No caso das oliveiras (Olea europaea
L.), essa demanda pode inclusive variar de acordo com a cultivar. Por isso,
aplicações de N são realizadas. Entretanto, parte do N do fertilizante poderá ser
absorvido por plantas de cobertura do solo, como o Paspalum notatum, derivado do
bioma Pampa na América do Sul e presente em muitos pomares de oliveiras. Nesse
sentido, o objetivo do estudo foi verificar se o P. notatum consorciado com oliveiras
interfere na recuperação do N em três cultivares desta cultura. As cultivares de
oliveira „Arbosana‟, „Coratina‟ e „Picual‟, com e sem o consórcio com o P. notatum,
foram cultivadas em vasos com solo, em casa de vegetação. Ureia enriquecida com
10% de átomos de 15N em excesso (0,32 g de N vaso-1) foi aplicada. Ao final do
experimento todas as plantas de oliveira foram retiradas dos vasos. Elas foram
separadas em raízes, caule, ramos e folhas. A parte aérea do P. notatum foi cortada
rente à superfície do solo. As raízes das oliveiras e do P. notatum foram separadas
do solo e lavadas com água destilada. Todas as partes das oliveiras e P. notatum
foram secas e moídas. Os valores de N total e 15N foram quantificados em
“Analisador Elementar” e por “Espectrometria de Massa de Razões Isotópicas”. A
recuperação do N derivado do fertilizante foi calculada. Os maiores valores de
recuperação do N aplicado via fertilizante foram observados nos órgãos das plantas
de oliveira cultivadas sem a presença do P. notatum. A cultivar „Arbosana‟
apresentou a maior recuperação de N na folha, sendo 1,97% e 14,61%, com e sem
a presença do P. notatum, respectivamente. As raízes da cultivar „Coratina‟
apresentaram os maiores valores de N recuperado (10,40%), em comparação às
demais cultivares sem a presença de P. notatum. Sendo assim, foi possível verificar
que o P. notatum cultivado em consórcio com as plantas de oliveira interfere
negativamente na recuperação do N adicionado ao solo via fertilizantes pelas
cultivares de oliveira.

Palavras-chave: Adubação nitrogenada, plantas nativas, Olea europaea L.

Apoio Financeiro: PROBIC-CNPq e Fapergs.


1
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Departamento de Solos, Av. Roraima nº 1000,
Camobi, Santa Maria, RS. E-mail: jacsonjh7@gmail.com; tassinaridrica@gmail.com;
edicarlatrentin@gmail.com; brunetto.gustavo@gmail.com; fabiojkmallmann@gmail.com

51
PESSEGUEIRO

52
Crescimento de pessegueiro ‘BRS Fascínio’ submetido à aplicação de
nitrogênio em Santa Catarina

Camila Moreira1; Caroline Stanguerlin Bleidorn1; Maurício Marcondes1; Matheus Ferlin Graziotin1;
Leandro Hahn2; Ricardo Sachini2; Gustavo Nogara de Siqueira3; Lincon Oliveira Stefanello da Silva3;
Gustavo Brunetto3

Doses excessivas de nitrogênio (N) podem estimular o crescimento das plantas,


prejudicando a produção e qualidade de frutos. Mas também, aumenta o tempo
necessário para realizar a poda das plantas. Por isso, torna-se necessário definir as
doses mais adequadas de N que podem promover crescimento satisfatório das
plantas. O estudo objetivou avaliar o efeito da aplicação de doses crescentes de N
sobre o diâmetro do caule e produção da massa verde de poda do pessegueiro, que
são variáveis de crescimento. O experimento foi conduzido em Fraiburgo (SC), em
pomar de pessegueiro da cultivar „BRS Fascínio‟, com sete anos de implantação. O
experimento foi conduzido em blocos casualizados, com cinco repetições. Cada
repetição foi composta por cinco plantas. Quatro doses de N (50, 100, 150 e 200 kg
N ha-1) e um tratamento testemunha, sem N foram aplicadas. O crescimento das
plantas foi avaliado pela medida do diâmetro do caule, usando paquímetro digital. As
medidas foram realizadas a 10 cm acima do porta-enxerto, na implantação do
experimento e em pós-colheita. A massa verde de poda foi determinada em três
épocas: outubro (cerca de 30 dias antes da colheita dos frutos), janeiro (pós-
colheita) e julho (dormência das plantas). As doses de N não afetaram o diâmetro do
caule. A massa verde de poda aumentou linearmente com as doses de N. Os
maiores valores foram obtidos em pós-colheita. Na maior dose de N (200 kg N ha-1)
foi observado em média 13,8 kg de massa verde. Este valor é 3,1 vezes maior que a
massa verde de poda observada nas plantas sem adubação nitrogenada (4,5 kg por
planta). O excesso da parte aérea pode diminuir valores de variáveis relacionadas à
qualidade de frutos como a coloração, mas também pode aumentar a incidência de
à doenças e o custo de mão de obra para realizar a poda.

Palavras-chave: Prunus persica, fertilidade do solo, diâmetro do tronco.

Apoio Financeiro: Artigo 170 - UNIEDU.


1
Estudantes de Agronomia, Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (Uniarp). Rua Victor Baptista
Adami nº 800, Centro CEP 89500-199, Caçador, SC. E-mail: camilamoreiraa0310@gmail.com;
carolsb2012@hotmail.com; mauriciomarcondes@outlook.com; matheusgrazziotin17@gmail.com
2
Epagri, Estação Experimental de Caçador. Rua Abílio Franco, N. 1500, Bairro Bom Sucesso CEP
89501-032, Caçador, SC. E-mail: leandrohahn@epagri.sc.gov.br; ricardosakini@gmail.com
3
Universidade Federal de Santa Maria, UFSM, RS. E-mail: gu2016nds@gmail.com;
linconfa@hotmail.com; brunetto.gustavo@gmail.com

53
Teores de nitrato na solução do solo cultivado com pessegueiro e submetido a
adubação nitrogenada

Camila Moreira1; Caroline Stanguerlin Bleidorn1; Maurício Marcondes1; Matheus Ferlin Graziotin1;
Leandro Hahn2; Ricardo Sachini2; Álvaro Luís Pasquetti Berghetti3; Douglas Luiz Grando3; Gustavo
Brunetto3

Quando o solo não fornece a quantidade de nitrogênio (N) necessária para suprir a
demanda de pessegueiros, torna-se necessário realizar adubações. Mas, em
regiões subtropicais do Mundo, com alta precipitação pluviométrica, parte do N pode
ser perdido por lixiviação na forma de nitrato (NO3-). O estudo objetivou avaliar o
efeito da aplicação de doses crescentes de N sobre os teores de nitrato na solução
de um solo cultivado com pessegueiro. O experimento foi conduzido em Fraiburgo
(SC), em um pomar de pessegueiro da cultivar „BRS Fascínio‟, com sete anos de
implantação. O experimento foi conduzido em blocos casualizados, com cinco
repetições. Cada repetição foi composta por cinco plantas. Quatro doses de N (50,
100, 150 e 200 kg N ha-1) e um tratamento testemunha, sem N foram aplicadas. O N
foi fracionado em dois momentos, 50% no início da brotação (agosto) e 50% após o
raleio dos frutos (setembro). Para a obtenção das amostras da solução do solo,
foram instalados dois extratores de cápsula porosa na camada de 20 cm, no centro
da área útil de cada parcela. Amostras foram coletadas mensalmente após períodos
de precipitação diária acima de 15 mm. Os teores de NO3- na solução foram
determinados por meio de medidores de íons seletivos, modelo LaquaTwin B-731.
No período de avaliação (agosto de 2020 à fevereiro de 2021) foram observadas
precipitações abaixo da média e, por isso, cinco coletas em todo o ciclo de produção
das plantas de pessegueiro foram realizadas. Os teores de NO3- na solução do solo
aumentaram com o aumento das doses de N. Os maiores teores de NO3- na solução
do solo foram observadas na segunda coleta (03/10/2020), média de 207,7 mg L-1,
seguido da terceira coleta (17/12/2020), com média 191,3 mg L-1. Nas coletas em
fevereiro (04 e 28/02/2021) observou-se os menores teores médios de NO3- na
solução, 90,3 e 18,8 mg L-1, respectivamente. As diferenças na disponibilidade de
NO3- na solução do solo podem ser explicadas pelas doses aplicadas, absorção das
plantas e perdas por lixiviação.

Palavras-chave: Prunus persica, adubação nitrogenada, lixiviação, medidor de íons.

Apoio Financeiro: Artigo 170 – UNIEDU.


1
Estudantes de Agronomia, Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (Uniarp). Rua Victor Baptista
Adami nº 800, Centro CEP 89500-199, Caçador, SC. E-mail: camilamoreiraa0310@gmail.com;
carolsb2012@hotmail.com; mauriciomarcondes@outlook.com; matheusgrazziotin17@gmail.com
2
Pesquisador Epagri, Estação Experimental de Caçador. Rua Abílio Franco, N. 1500, Bairro Bom
Sucesso CEP 89501-032, Caçador, SC. E-mail: leandrohahn@epagri.sc.gov.br;
ricardosakini@gmail.com
3
Universidade Federal de Santa Maria, UFSM, RS. E-mail: alvaro.berghetti@gmail.com;
douglas.agn@hotmail.com; brunetto.gustavo@gmail.com

54
Teores de nutrientes em folhas e frutos de pessegueiro submetido à doses de
nitrogênio

Maurício Marcondes1; Leandro Hahn1-2; Caroline Stanguerlin Bleidorn1; Matheus Ferlin Graziotin1;
Ricardo Sachini2; Álvaro Luís Pasquetti Berghetti3; Lincon Stefanello3, Gustavo Brunetto3

Na região do Vale do Rio do Peixe, o pessegueiro é cultivado em solos onde a


necessidade das plantas não é suficientemente atendida pelo N disponível no solo.
Nestas condições, teores minerais na folha e frutos, produtividade, calibre e a
qualidade de frutos são negativamente afetados. Para atingir alta produtividade, com
frutos de qualidade, torna-se necessário a complementação com fertilizantes
minerais ou orgânicos. Os teores minerais em folhas e frutos são um bom método de
diagnóstico do estado nutricional das plantas, refletindo a disponibilidade dos
nutrientes no solo, vigor e crescimento das plantas, com impactos diretos sobre a
produção e qualidade de frutos. O estudo objetivou avaliar o efeito de doses e N
sobre os teores minerais em folhas e frutos de pessegueiro “BRS Fascínio”. O
estudo foi realizado no município de Fraiburgo (SC) em pomar comercial durante a
safra 2019/2020. Foram selecionadas 125 plantas da cultivar de pessegueiro BRS
Fascínio, com cinco anos de idade. O espaçamento entre plantas é de 1,2 x 6,0 m e
as plantas são conduzidos na forma de Y com dois ramos. O experimento foi
conduzido em blocos casualizados, com cinco repetições. Quatro doses de N (50,
100, 150 e 200 kg N ha-1) e um tratamento testemunha, sem N foram aplicadas. A
fonte de N usada foi a ureia (45% N). A uréia foi aplicada sobre a superfície do solo,
sendo as doses fracionadas em dois momentos, 50% no início da brotação (agosto)
e 50% após o raleio dos frutos (setembro). As parcelas foram constituídas por cinco
plantas e as três plantas centrais foram avaliadas. Na 15ª semana após a plena
floração foram coletadas cinquenta folhas completas por parcela da parte média dos
ramos emitidos no ano. As folhas foram secadas em uma estufa com circulação de
ar a 65 oC, moídas e os teores de macro (N, P, K, Ca, Mg e S) e micronutrientes
(Cu, Fe, Zn, Mn e B) foram determinados de acordo com Tedesco et al. (1995). Vinte
e cinco frutos com mais de 50% da epiderme com coloração vermelha foram
colhidos por parcela para determinação dos teores minerais de N, P, K, Ca, Mg e as
relações N/Ca, K/Ca e K/Mg+Ca, conforme metodologia de Tedesco et al. (1995). O
aumento das doses de N, aplicado parceladamente aumenta os teores de N em
folhas e frutos de pessegueiro “BRS Fascínio”. A partir da dose 150 kg ha-1 de N os
teores foliares são considerados adequados. Na dose de 126,3 kg ha-1 de N obtém-
se o máximo teor foliar de N.

Palavras-chave: Prunus persica, Pêssego, BRS Fascínio


1
Universidade Alto Vale do Rio do Peixe, Uniarp, Caçador, SC. mauriciomarcondes@outlook.com;
carolsb2012@hotmail.com; matheusgrazziotin17@gmail.com.
2
Epagri – Estação Experimental de Caçador, SC. leandrohahn@epagri.sc.gov.br;
ricardosakini@gmail.com;
3
Universidade Federal de Santa Maria, UFSM, RS alvaro.berghetti@gmail.com;
linconfa@hotmail.com; brunetto.gustavo@gmail.com.

55
Produção e rentabilidade de pessegueiro submetido à adubação nitrogenada

Caroline Stanguerlin Bleidorn1; Maurício Marcondes1; Leandro Hahn1- 2; Matheus Ferlin Graziotin1;
Everlan Fagundes3; Ricardo Sachini2; Álvaro Luís Pasquetti Berghetti4; Lincon Stefanello4, Gustavo
Brunetto4

Os solos nem sempre possuem a capacidade de fornecer a quantidade de nitrogênio


(N) para suprir a demanda dos pessegueiros. Quando isso acontece, torna-se
necessário realizar a aplicação de fontes de N. Porém, não é suficientemente
conhecido o impacto de doses sobre a produtividade, em diferente cultivares de
pessegueiros. Mas, especialmente, sobre variáveis de qualidade de frutos, como o
calibre. Mas, além disso, torna-se necessário associar as variáveis obtidas, com a
lucratividade, o que contribuirá na tomada de decisão de técnicos e produtores,
sobre o melhor manejo da adubação nitrogenada em pomares de pessegueiro. O
estudo objetivou estabelecer as melhores doses de N a serem aplicadas e
rentabilidade, em pessegueiros da cultivar “BRS Fascínio”. O estudo foi realizado no
município de Fraiburgo (SC) em pomar comercial durante a safra 2019/2020. Foram
selecionadas 125 plantas da cultivar de pessegueiro BRS Fascínio, com cinco anos
de idade. O experimento foi conduzido em blocos casualizados, com cinco
repetições. Quatro doses de N (50, 100, 150 e 200 kg N ha-1) e um tratamento
testemunha, sem N foram aplicadas. A fonte de N usada foi a ureia (45% N). A uréia
foi aplicada sobre a superfície do solo, sendo as doses fracionadas em dois
momentos, 50% no início da brotação (agosto) e 50% após o raleio dos frutos
(setembro). As parcelas foram constituídas por cinco plantas e as três centrais foram
avaliadas. Todos os frutos das plantas foram colhidos com mais de 50% da
epiderme com coloração avermelhada em quatro colheitas semanais, classificados e
pesados conforme as classes comerciais de pêssego de acordo com Ceagesp
(2017): P (30 a 68 g), M (68 a 90 g), G (90 a 125 g), GG (125 a 155 g) e Extra (>155
g). A partir da produção comercial dentro das classes de calibre e considerando o
valor de venda de frutos de pessegueiro na última safra, ou seja, R$ 1,50; 2,30;
3,20; 4,00 e 5,00 por kg, respectivamente para P, M, G, GG e Extra. A produtividade
por hectare foi determinada. A dose de N de máxima eficiência técnica (DMET) foi
determinada em relação ao número e produção de frutos. O maior número e
produção de frutos de maior calibre (Extra) foram observados em pessegueiros
submetidos à aplicação de 100 kg N ha-1, aplicado parceladamente. Doses de 0 e 50
kg N ha-1 proporcionaram maior número e produção de frutos de menor calibre (M e
G). A máxima eficiência técnica em relação ao número de frutos e produção foi
observada em 88,1 e 104,4 kg N ha-1, respectivamente. A máxima rentabilidade foi
observada em 100 kg N ha-1, com o valor de venda total de R$ 97.568,57 ha-1 em
todas as classes de comercilização.
Palavras-chave: Prunus persica, Pêssego, BRS Fascínio
1
Universidade Alto Vale do Rio do Peixe, Uniarp – Caçador – SC. carolsb2012@hotmail.com;
mauriciomarcondes@outlook.com; matheusgrazziotin17@gmail.com;
2
Epagri – Estação Experimental de Caçador, SC. leandrohahn@epagri.sc.gov.br;
ricardosakini@gmail.com;
3
Schuh e Fagundes Consultoria Agrícola Ltda. everlanf@gmail.com;
4
Universidade Federal de Santa Maria, UFSM, RS alvaro.berghetti@gmail.com;
linconfa@hotmail.com; brunetto.gustavo@gmail.com

56
Parâmetros fotossintéticos de plantas de pessegueiro ‘BRS Fascínio’ em
função de doses crescentes de N

Camila Moreira1; Caroline Stanguerlin Bleidorn1; Maurício Marcondes1; Anderson Fernando Wamser2;
Leandro Hahn2; Ricardo Sachini2; Álvaro Luís Pasquetti Berghetti3; Lincon Oliveira Stefanello da
Silva3; Gustavo Brunetto3

O nitrogênio (N) é o nutriente que mais impacta o crescimento e a produção de


pessegueiros. Isso também pode acontecer porque o N é constituinte da molécula
de clorofila, responsável pela fotossíntese. Porém, em regiões onde a persicultura foi
inserida mais recentemente não é suficientemente conhecido em quais doses de N
são observados os maiores valores de variáveis relacionadas a fotossíntese. O
estudo objetivou avaliar os parâmetros da fotossíntese do pessegueiro „BRS
Fascínio‟ submetido a aplicação de N. O experimento foi conduzido em Fraiburgo
(SC), em pomar de pessegueiro da cultivar „BRS Fascínio‟, com sete anos de
implantação. O experimento foi conduzido em blocos casualizados, com cinco
repetições, constituídas por cinco plantas. Quatro doses de N (50, 100, 150 e 200 kg
N ha-1) e um tratamento testemunha, sem N foram aplicadas. O N foi fracionado em
dois momentos, 50% no início da brotação (agosto) e 50% após o raleio dos frutos
(setembro). As avaliações de eficiência fotoquímica, condutância estomática, taxa de
transporte de elétrons e a taxa de assimilação líquida de CO2 foram realizadas após
a colheita dos frutos do pessegueiro, no mês de dezembro com analisador de gás
infra-vermelho (IRGA), modelo Li-cor® 6400 XT. As leituras foram realizadas entre 9
a 11h da manhã. A taxa de transporte de elétrons e a eficiência fotoquímica não
foram afetadas pelas doses de N. Mas, a taxa de assimilação líquida de CO2 e a
condutância estomática aumentaram com as doses de N. Na dose de 153,5 kg N ha-
1
foi observado a máxima taxa de assimilação líquida de CO2. A definição de uma
dose de N que maximiza a atividade fotossintética do pessegueiro pode resultar em
plantas com maior crescimento e produção de frutos, bem como a racionalização no
uso de fertilizantes.

Palavras-chave: Prunus persica, eficiência fotoquímica, taxa de transporte de


elétrons, taxa de assimilação líquida de CO2, condutância estomática.

Apoio Financeiro: Artigo 170 - UNIEDU


1
Estudantes de Agronomia, Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (Uniarp). Rua Victor Baptista
Adami nº 800, Centro CEP 89500-199, Caçador, SC. E-mail: camilamoreiraa0310@gmail.com;
carolsb2012@hotmail.com; mauriciomarcondes@outlook.com;
2
Epagri, Estação Experimental de Caçador. Rua Abílio Franco, N. 1500, Bairro Bom Sucesso CEP
89501-032, Caçador, SC. E-mail: leandrohahn@epagri.sc.gov.br; afwamser@epagri.sc.gov.br;
ricardosakini@gmail.com
3
Universidade Federal de Santa Maria, UFSM, RS. E-mail: alvaro.berghetti@gmail.com;
linconfa@hotmail.com; brunetto.gustavo@gmail.com

57
VIDEIRA

58
Acidez do solo e teores de Ca e Mg em diferentes profundidades, nos solos
cultivados com videira no Planalto Norte Catarinense

Jefferson Schick1; Douglas André Wurz1; Douglas Prust2; Marcos Nekeforuk2; Sabrina de Cassia
Senen2; Victor Almir Potelicki2

A calagem (aplicação de calcário ao solo), visando eliminar a acidez tóxica nos solos
e fornecer Ca e Mg às plantas, é indispensável para a obtenção de elevadas
produtividades no planalto norte catarinense. Entretanto, geralmente esta é realizada
apenas na camada superficial (0-20 cm). Este trabalho visou avaliar a acidez e os
teores de Ca e Mg no solo, nas camadas de 0-20 cm (superficial) e 20-40 cm de
profundidade (subsuperficial), em 20 pomares de videira, de municípios da região
(Campo Alegre, Rio Negrinho, São Bento do Sul, Mafra, Papanduva, Itaiópolis,
Monte Castelo, Major Vieira, Canoinhas, Irineópolis e Porto União). As amostras
foram analisadas no Laboratório da EPAGRI (CEPAF), o qual utilizou a metodologia
proposta por Tedesco et. al., 1995). Os teores foram classificados de acordo com
Manual... (2016). Valores de pH 6,0 (ideal para a videira), foram observados em
apenas 20% das amostras superficiais e em 5% das amostras subsuperficiais.
Valores de pH abaixo de 5,5 (associados a acidez excessiva) foram identificados em
40% das amostras superficiais e em 85% das amostras subsuperficiais. Em relação
ao Al, elemento tóxico às plantas, teores médios a elevados foram observados em
25% das amostras superficiais e em 60% das amostras subsuperficiais. Quanto ao
Ca, os teores considerados adequados foram observados em 90% e 40% das
amostras superficiais e subsuperficiais, respectivamente. Teores de Mg
considerados adequados estiveram presentes em 85% das amostras superficiais e
em 80% das amostras subsuperficiais. Os resultados obtidos demonstram a
necessidade de maior atenção nos pomares em relação à acidez do solo,
preferencialmente também considerando as camadas subsuperficiais, de forma a
ampliar a capacidade de aproveitamento das plantas por água e nutrientes do solo.

Palavras-chave: Vitis labrusca L., calagem, acidez em perfil do solo.

Apoio Financeiro: IFSC Campus Canoinhas (Edital 16/2020/PROPPI/DP/CAN)


1
Docentes do Instituto Federal de Santa Catarina – Campus Canoinhas. Avenida dos
Expedicionários, 2150, Bairro Campo da Água Verde, CEP 89466-312, Canoinhas, SC. E-mail:
jefferson.schick@ifsc.edu.br e douglas.wurz@ifsc.edu.br
2
Discentes Curso de Agronomia, Instituto Federal de Santa Catarina – Campus Canoinhas. E-mails:
douglas.p06@aluno.ifsc.edu.br; marcos.n16@aluno.ifsc.edu.br; sabrina.s1991@aluno.ifsc.edu.br;
victor.ap2003@aluno.ifsc.edu.br

59
Níveis Críticos e Faixas de Suficiência de nutrientes em solo para videiras
(Vitis vinifera)

Caio Bustani Andrade1; Jucinei Comin2; Gustavo Brunetto3; Jean Michel Moura-Bueno4

Prover nutrientes em quantidades adequadas é de suma importância para a


sustentabilidade econômica e ambiental da viticultura. Níveis críticos (NC) ou faixas
de suficiência (FS) são valores de referência que orientam o manejo da adubação.
Obtê-los a partir de experimentos é oneroso, assim, o uso de banco de dados
comerciais bem documentados associado à modelagem estatística emerge como
uma alternativa. O objetivo do trabalho foi propor NC e FS de nutrientes em solo
para videiras, utilizando a abordagem de Linha de Fronteira (LF). O banco de dados
provém de vinhedos da Campanha Gaúcha, localizados no município de Santana do
Livramento (RS), e traz a produtividade de 30 cultivares em 14 safras,
acompanhadas de análises de solo. A LF foi descrita por uma função linear-plateau
com parâmetros calculados por regressão quantílica Bayesiana. O NC foi
determinado pelo ponto de inflexão da LF e o intervalo de credibilidade de 95% foi
empregado para definir a FS. Comparados ao Manual de Calagem e Adubação para
os Estados do RS e SC, os valores de referência (NC:FS) para P (28,8 mg dm-3:
23,9-34,2) e K (61,2 mg dm-3: 56,6-66,8) foram semelhantes, apresentando uma FS
mais estreita. Enxofre (9,7 mg dm-3: 7.8-11,1) foi superior, enquanto Ca (1,3 cmolc
dm-3: 1,1-1,4) e Mg (0,4 cmolc dm-3: 0,3-0,5) foram inferiores. Cobre (38,6 mg dm-3:
35,0-43,6), Zn (8,7 mg dm-3: 7,8-9,3) e Mn (9.0 mg dm-3: 6.0-10.9) apresentaram
valores mais altos que a referência, possivelmente por causa do uso de fungicidas à
base desse elementos. Já B obteve valor similar ao manual (0,6 mg dm-3: 0,5-0,7).
Estes resultados constituem avanço para a cadeia produtiva e deverão auxiliar a
tomada de decisão sobre a real necessidade de adubação em vinhedos no Sul do
Brasil.

Palavras-chave: Vitis vinifera, níveis críticos, linha de fronteira.

Apoio Financeiro: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior -


Brasil (CAPES), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq)
1
Mestrando do PPG em Agroecossistemas, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Rod.
Admar Gonzaga, 1346, Itacorubi, Florianópolis/SC, 88034-000. cbagronomo@gmail.com
2
Prof. do Depto. de Solos e PPG em Agroecossistemas, UFSC. j.comin@ufsc.br
3
Prof. do Depto. de Solos e PPG em Ciência do Solo, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM),
Av. Roraima, 1000, Camobi, Santa Maria/RS, 97105-900; Prof. do PPG em Agroecossistemas,
UFSC. brunetto.gustavo@gmail.com
4
Pós-doutorando do PPG em Ciência do Solo, UFSM. bueno.jean1@gmail.com

60
Avaliação do teor de cobre em solos cultivados com videira no Planalto Norte
Catarinense

Douglas André Wurz1; Jefferson Schick1; Alcemir Nabir Kowal2; Thuany Levandoski Jansen2; Eduarda
Schmidt2; Kelly Eduarda Demetrio2

A cultura da videira no Planalto Norte Catarinense está submetida a aplicações de


fungicidas cúpricos para o controle de doenças fúngicas, podendo eventualmente
resultar em fitotoxidez para as plantas, caso ocorra significativo acúmulo do solo. O
presente trabalho teve como objetivo avaliar os níveis de Cobre em solos cultivados
com videira no Planalto Norte Catarinense. Para tanto, foram avaliados 20 pomares
em onze diferentes municípios da região (Campo Alegre, Rio Negrinho, São Bento
do Sul, Mafra, Papanduva, Itaiopolis, Monte Castelo, Major Vieira, Canoinhas,
Irineópolis e Porto União), com amostras de solos sendo coletadas na profundidade
de 0-20 cm. As amostras foram devidamente identificadas e encaminhadas para o
Laboratório de Análise de Solos do Centro de Pesquisa para Agricultura Familiar
(CEPAF/EPAGRI), em Chapecó, utilizando-se a metodologia de extração pelo
método Mehlich-1 e determinados em espectrofotometria de absorção atômica. Com
os resultados obtidos realizou-se a classificação e distribuição (%) dos teores de
Cobre nos solos cultivados com videira no Planalto Norte Catarinense. Embora os
teores considerados como muito altos (maior potencial de toxidez) estejam
presentes em apenas 15% das amostras, destaca-se que 80% das amostras já
possuem teores considerados altos, e apenas 5% considerados como médios.
Considerando-se que os solos da região são naturalmente pobres em Cobre e que a
exploração econômica da videira é relativamente recente na região, identifica-se um
potencial problema para esta cultura, bem como para o meio ambiente, caso ocorra
transporte desse nutriente para os mananciais hídricos.

Palavras-chave: Vitis labruca L., teores nutrientes, contaminação do solo, viticultura

Apoio Financeiro: IFSC Campus Canoinhas (Edital 16/2020/PROPPI/DP/CAN)


1
Docente Produção Vegetal, Instituto Federal de Santa Catarina – Campus Canoinhas. Avenida dos
Expedicionários, 2150, Bairro Campo da Água Verde, CEP 89466-312, Canoinhas, SC. E-mail:
douglas.wurz@ifsc.edu.br
2
Discente do Curso de Agronomia, Instituto Federal de Santa Catarina – Campus Canoinhas.
Avenida dos Expedicionários, 2150, Bairro Campo da Água Verde, CEP 89466-312, Canoinhas, SC.

61
Nitrogênio em folhas e bagas em videiras submetidas a épocas de aplicação
do fertilizante nitrogenado

Jorge Gustavo Pinheiro Barbosa1; Talita Andreolli2; Edicarla Trentin2; Adriele Tassinari2; Ana Luiza
Luiza Marques2; Gustavo Brunetto2

O estado do Rio Grande do Sul (RS) é responsável por cerca de 80% de todo o
vinho produzido no Brasil. Na viticultura, o nitrogênio (N) é um dos nutrientes que
mais impacta o estado nutricional, produção e composição da uva e dos seus
subprodutos. Mas isso é dependente da dose aplicada e, especialmente, época de
aplicação. Ainda, em cultivares com elevadas produtividades cultivadas em solo com
maiores teores de matéria orgânica não é suficientemente conhecido as melhores
épocas de aplicação de N. O estudo objetivou avaliar a concentração de N nas
folhas e nas bagas de videiras cultivadas na Serra Gaúcha e submetidas a épocas
de aplicação de N. O experimento foi instalado em 2020 em um vinhedo da cultivar
„Isabel‟. A dose de N aplicada foi 50 kg N ha-1. Os tratamentos foram controle (0%);
aplicações de N realizadas 50% da dose na brotação e 50% da dose no
florescimento (BF); 50% da dose na brotação e 50% da dose na mudança de cor
das bagas (BM); 50% da dose no florescimento e 50% a dose na mudança de cor
das bagas (FM); 33,3% da dose na brotação, 33,3% da dose no florescimento e
33,3% na mudança de cor das bagas (BFM); 25% da dose na brotação, 25% da
dose no florescimento, 25% da dose na mudança de cor das bagas e 25% da dose
depois da colheita da uva (BFMC). A concentração de N nas folhas no florescimento
(FLOR) e mudança de cor das bagas (MCB) e a concentração de N nas bagas foram
avaliadas. As videiras submetidas a aplicação de N no modo BM apresentaram as
maiores concentrações de N nas folhas coletadas no FLOR. As concentração de N
nas folhas coletadas na MCB não diferiram entre os tratamentos, o que também foi
observado na concentração de N nas bagas. Os modos de aplicação impactam as
concentrações de N em folhas no FLOR e não interferem o N em bagas, que possuir
relação com a fermentação do mosto.

Palavras-chave: Vitivinicultura, adubação nitrogenada, aproveitamento de N.

Apoio financeiro: Vinícola São João, CNPq, FAPERGS.


1
Estudante de Agronomia, Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). E-mail:
barbosa.jorge@acad.ufsm.br
2
Estudante de Agronomia, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). E-mail:
talita.andreolli@acad.ufsm.br
2
Doutora em Ciência do Solo, UFSM. E-mail: edicarlatrentin@gmail.com
2
Doutoranda em Ciência do Solo, UFSM. E-mail: tassinaridrica@gmail.com
2
Estudante de Agronomia, UFSM. E-mail: marquesluizalima@gmail.com
2
Professor do Departamento de Solos, UFSM. E-mail: brunetto.gustavo@gmail.com

62
Avaliação do teor de Boro nos solos cultivados com videira no Planalto Norte
Catarinense

Douglas André Wurz1; Jefferson Schick1; Alcemir Nabir Kowal2; Thuany Lenvadoski Jansen2; Otávio
Frederico Steidel2; Rodrigo Palinguer2

O Boro é um micronuriente essencial para as plantas na divisão celular, polinização


e fixação de frutos, sendo os solos brasileiros normalmente deficientes neste
nutriente. Os sintomas de carência de Boro na cultura de videira compreendem o
amarelecimento das áreas internervais das folhas apicais e a má formação dos
cachos, com presença de bagas normais entremeadas com bagas pequena. Este
trabalho teve como objetivo avaliar o teor de Boro nos solos cultivados com videira
no Planalto Norte Catarinese. Para tanto, foram avaliados 20 pomares em onze
diferentes municípios da região (Campo Alegre, Rio Negrinho, São Bento do Sul,
Mafra, Papanduva, Itaiopolis, Monte Castelo, Major Vieira, Canoinhas, Irineópolis e
Porto União), com amostras de solos sendo coletadas na profundidade de 0-20 cm.
As amostras foram devidamente identificadas e encaminhadas para o Laboratório de
Análise de Solos do Centro de Pesquisa para Agricultura Familiar (CEPAF/EPAGRI),
em Chapecó, utilizando-se a metodologia de extração com água quente e
determinado por colorimetria. Verificou-se que do total de amostras avaliadas, 10%
apresentaram teor alto de Boro, enquanto 40% apresentaram valores médios e 50%
apresentaram valores baixos de Boro, indicando a necessidade de realização de
correção desse micronutriente. Conclui-se que dos solos amostrados com o cultivo
da videira no Planalto Norte catarinense, 90% apresentam algum grau de deficiência
de Boro, sendo recomendável a correção nestas áreas, para assim evitar os
prováveis problemas ocasionados pela sua deficiência.

Palavras-chave: Vitis labrusca L., micronutriente, abortamento floral,


desuniformidade maturação.

Apoio Financeiro: IFSC Campus Canoinhas (Edital 16/2020/PROPPI/DP/CAN)


1
Docente Produção Vegetal, Instituto Federal de Santa Catarina – Campus Canoinhas. Avenida dos
Expedicionários, 2150, Bairro Campo da Água Verde, CEP 89466-312, Canoinhas, SC. E-mail:
douglas.wurz@ifsc.edu.br
2
Discente do Curso de Agronomia, Instituto Federal de Santa Catarina – Campus Canoinhas.
Avenida dos Expedicionários, 2150, Bairro Campo da Água Verde, CEP 89466-312, Canoinhas, SC.

63
Parâmetros de qualidade da uva da cultivar ‘Isabel’ submetidas a diferentes
épocas de adubação nitrogenada

Luana Paula Garlet1; Talita Andreolli1; Jorge Gustavo Pinheiro Barbosa1; Gustavo Nogara de
Siqueira1; Edicarla Trentin1; Gustavo Brunetto1

O nitrogênio (N) é aplicado em vinhedos normalmente durante a brotação e após o


florescimento. No entanto, o maior parcelamento das doses de N aplicadas em
videiras pode resultar em melhor aproveitamento pelas plantas, e influenciar
positivamente na qualidade e composição química da uva e do mosto. Porém, existe
uma carência de estudos que avaliam o efeito da aplicação de N em diferentes
estágios fenológicos e seu impacto na qualidade da uva, especialmente, em
cultivares com elevada produtividade. O estudo objetivou avaliar o efeito de
diferentes épocas de aplicação de N em videiras sobre parâmetros de qualidade da
uva. O experimento foi instalado em 2020, em um vinhedo em produção da cultivar
„Isabel‟, no município de Farroupilha (RS). A aplicação de 50 kg N ha-1 foi realizada
em diferentes estágios fenológicos da videira: controle (sem aplicação de N),
aplicação de 50% do N na brotação e 50% na floração (BF); 50% na brotação e
50% na mudança da cor das bagas (BM); 50% na floração e 50% na mudança da
cor das bagas (FM); 33,3% na brotação, 33,3% na floração e 33,3% na mudança da
cor das bagas (BFM); 25% na brotação, 25% na floração, 25% na mudança da cor
das bagas e 25% na pós-colheita (BFMC). Após a colheita da uva a casca foi
separada da polpa e semente. Na polpa, foram determinadas as concentrações de
sólidos solúveis totais (SST) e acidez total titulável (ATT). Na casca foram
determinados os valores de antocianinas totais (AT) e polifenóis totais (PT). As
épocas de aplicação não afetaram os teores de SST na baga. A ATT foi maior
quando o N foi aplicado na BM, FM, BFM e BFMC. Já na casca, essas mesmas
épocas apresentaram os menores valores de AT. A maior concentração de PT na
casca foi obtida no controle. Esses resultados mostram que o parcelamento do N em
diferentes estádios de desenvolvimento das videiras afeta os componentes de
qualidade da uva, sendo que a aplicação de N na brotação e floração (BF) promoveu
os melhores parâmetros de qualidade da uva.

Palavras-chave: Nitrogênio, composição química da uva, manejo da adubação


nitrogenada.

Apoio Financeiro: FAPERGS, CAPES, CNPq, Vinícola São João


1
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Departamento de Solos, Avenida Roraima nº 1000,
Bairro Camobi, CEP 97105-900, Santa Maria, RS
E-mail: garleteng.florestal@gmail.com; talita.andreolli@acad.ufsm.br; barbosa.jorge@acad.ufsm.br;
gu2016nds@gmail.com; edicarlatrentin@gmail.com; brunetto.gustavo@gmail.com

64
Como aumentar a disponibilidade de fósforo no perfil do solo em vinhedos?

Adriele Tassinari1; Jean Moura-Bueno1; Gustavo Nogara1; Guilherme Peripolli1; Bianca Goularte1;
Gustavo Brunetto1

Fertilizantes fosfatados são aplicados sobre a superfície do solo em vinhedos em


produção. Isso causa o acúmulo de fósforo (P) nas camadas superficiais, podendo
diminuir o aproveitamento do nutriente pelas videiras. Isso pode ser contornado, com
a incorporação de P no perfil do solo. O estudo objetivou avaliar se diferentes modos
de aplicação de P podem aumentar a disponibilidade de P em profundidade,
contribuindo para a melhoria do estado nutricional de videiras. O experimento foi
instalado em 2018, em Santana do Livramento (RS), em um Argissolo Vermelho.
Videiras „Pinot Noir‟ foram submetidas a diferentes modos de aplicação de P
(superfosfato triplo - 46% de P2O5): controle (C - sem aplicação de P); P aplicado em
superfície sem incorporação (PS); P incorporado a 20 cm de profundidade (PI20); P
incorporado a 40 cm de profundidade (PI40) e P com o dobro da dose recomendada,
incorporado a 40 cm de profundidade (2PI40). As safras avaliadas foram 2018/19 a
2020/21. No florescimento (F) e na mudança da cor das bagas (MCB) das videiras,
folhas foram coletadas e submetidas à análise de P. Após a colheita da uva, o solo
foi coletado e submetido à análise de P extraído por Mehlich-1 (0-10, 11-20 e 21-40
cm). As concentrações de P em folhas no florescimento não diferiram
estatisticamente entre os tratamentos. As maiores concentrações de P em folhas, na
MCB, foram observadas nas videiras cultivadas no solo com aplicações de PI20 e
PI40 (safra 2020/21). Os maiores valores de P disponível no solo foram observados,
na safra 2019/20, nos tratamentos C, PS e PI40. Na safra 2018/19, 2PI40
apresentou os maiores valores de P disponível na camada de 0-10 cm. Já na
camada de 11-20 cm, os maiores valores de P foram observados no 2PI40 (safras
2018/19 e 2020/21). Mas, na safra 2019/20, os maiores teores de P foram
observados no solo com aplicação de PS. Na camada 21-40 cm, nas safras 2019/20
e 2020/21, PS e 2PI40 apresentaram os maiores valores de P disponível. Os
resultados mostram que a incorporação pode aumentar a disponibilidade de P em
profundidade às raízes e, assim, resultar em maior absorção de P pelas videiras.

Palavras-chave: Vitis vinifera, adubação fosfatada, Campanha Gaúcha.

Apoio Financeiro: Capes, CNPq, Fapergs, Família Salton


1
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Departamento de Solos, Santa Maria (RS). E-mail:
tassinaridrica@gmail.com; bueno.jean1@gmail.com; gustavo.nogara@acad.ufsm.br;
guiga.peripolli@gmail.com; goulartediasbianca@gmail.com; brunetto.gustavo@gmail.com

65
Produtividade de uva em vinhedos na Serra Gaúcha do Rio Grande do Sul

Douglas Luiz Grando1; Letícia Morsch2; Cauan Guerra Martins1; Marcos de Lima Rodrigues1; Daniéle
Papalia1; Gustavo Brunetto1

A vitivinicultura possui grande importância econômica e social no Rio Grande do Sul


(RS), sendo a região da Serra Gaúcha a maior produtora de uvas e subprodutos no
Brasil. A uva é produzida em vinhedos antigos e jovens, diferenciando-se
principalmente pela diversidade dos solos e seus atributos, bem como, as condições
climáticas. Porém, não é suficientemente conhecido o impacto dessas varáveis
(exemplo: clima, idade dos vinhedos e atributos de solo) sobre a produção da uva. O
estudo objetivou avaliar a influência de fatores (cultivar, idade, região, atributos de
solo) sobre a produtividade de vinhedos da Serra Gaúcha do RS. Foram avaliados
105 vinhedos em seis municípios da Serra Gaúcha (Bento Gonçalves, Pinto
Bandeira, Cotiporã, Veranópolis, Monte Belo do Sul e São Valentim do Sul), que
foram divididos em cinco micro-regiões (I, II, III, IV e V), de acordo com a localização
geográfica. A produtividade (safra 2021/22) de seis cultivares (Bordô, Chadornnay,
Isabel, BRS Lorena, BRS Magna e Pinot Noir) foi avaliada. Amostras de solo foram
coletadas na camada 0-20 cm. O solo foi preparado e submetido a análises química
e físicas. A produtividade média da cultivar Isabel foi de 40,1 t ha-1, apresentando
produção média de 26, 34, 21, 23 e 32% maior que as cultivares Bordô,
Chadornnay, BRS Lorena, BRS Magna e Pinot Noir, respectivamente. Vinhedos com
idade superior a 40 anos, com predomínio da cultivar Isabel, apresentaram
produtividade média 35% maior que as observadas em vinhedos mais novos. Maior
produtividade de uva foi observada na micro-região III, com média de 37,5 t ha-1.
Essa produtividade foi em média de 30, 13, 20 e 21% maior que as observadas
regiões I, II, IV e V. A avaliação dos vinhedos da Serra Gaúcha possibilitou observar
que existe variação na produtividade de acordo com a cultivar, idade do vinhedo e
região avaliada. Porém, não foram observadas claras relações entre altitude, teor de
argila e MOS com a produtividade.

Palavras-chave: Vinhedos, produção de uvas, fatores ambientais.

Apoio Financeiro: Cooperativa Vinícola Aurora e CNPq.


1
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Centro de Ciências Rurais, Av. Roraima nº 1000,
Cidade Universitária, Bairro Camobi, Santa Maria – RS, CEP: 97105-900. Email:
douglas.agn@hotmail.com
2
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Centro de Ciências Agrárias, Florianópolis, SC.

66
Impacto da aplicação de potássio sobre a produtividade de ‘Pinot Noir’

Gustavo Nogara1; Adriele Tassinari1; Lincon Stefanello1; Guilherme Peripolli1; Tadeu Tiecher2;
Gustavo Brunetto1

O potássio (K) é o nutriente exportado em maior quantidade pelos cachos de uva


das videiras. Assim, quando o solo não possui a capacidade de fornecer a
quantidade de K requerida pelas videiras, é necessário realizar a suplementação
com fertilizantes potássicos. No entanto, não é suficientemente conhecido qual a
melhor dose de K que dever ser aplicada em solos arenosos, visando a maior
produtividade. O estudo objetivou definir a melhor dose de K a ser aplicada em
videiras „Pinot Noir‟, para a obtenção das maiores produtividades. O experimento foi
instalado em 2011, em Santana do Livramento (RS), em um Argissolo Vermelho.
Videiras „Pinot Noir‟ enxertadas sob o porta-enxerto „Paulsen 1103‟ foram
conduzidas em sistema espaldeira. O delineamento foi blocos ao acaso, com três
repetições. As videiras foram submetidas à adubação potássica com 0, 20, 40, 60 e
80 kg de K2O ha-1 ano-1, na forma de KCl (60% de K2O). As safras avaliadas foram
2016/17 e 2017/18. No florescimento e mudança da cor das bagas (MCB) das
videiras, folhas foram coletadas e submetidas à análise de K. Na colheita os cachos
foram colhidos, contados e pesados para determinação da produtividade (Mg ha-1).
Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e quando o resultado foi
significativo, regressões foram ajustadas. No florescimento, as doses estimadas
foram 56,7 e 80 kg de K2O ha-1, respectivamente, para as safras 2016/17 e 2017/18.
Enquanto, na MCB, a dose de K foi menor que as obtidas para o florescimento (39,6
de K2O ha-1) para a safra 2017/18. Nas safras 2016/17 e 2017/18, as maiores
produtividades foram obtidas com doses próximas a 40 kg de K2O ha-1 (43,2 e 41,8
kg de K2O ha-1, respectivamente), enquanto o número de cachos aumentou com o
incremento das doses. Isso pode ser atribuído ao aumento dos teores de K
disponível no solo, que foi suficiente para atender as necessidades das plantas.
Desse modo, doses próximas à 40 kg de K2O ha-1 foram mais adequadas para a
maximizar a produtividade das videiras cultivadas em solos arenosos.

Palavras-chave: Vitis vinifera, componentes de rendimento, adubação potássica.

Apoio Financeiro: Capes, CNPq, Fapergs, Família Salton


Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Departamento de Solos, Santa Maria (RS). E-mail:
gustavo.nogara@acad.ufsm.br; tassinaridrica@gmail.com; linconfa@hotmail.com;
guiga.peripolli@gmail.com; brunetto.gustavo@gmail.com
2
Instituto Federal do Rio Grande do Sul, Campus Restinga, Porto Alegre (RS). E-mail:
tadeu.tiecher@restinga.ifrs.edu.br

67
Estratégias de aplicação de nitrogênio para adequado estado nutricional e
produtividade de videiras ‘Alicante Bouschet’

Bianca Goularte1; Matheus Severo de Souza Kulmann2; Gustavo Nogara¹; Adriele Tassinari1; Wagner
Squizani Arruda1; Tadeu Tiecher3; Gustavo Brunetto1

Solos da Campanha Gaúcha são arenosos, naturalmente ácidos e com baixo teor de
matéria orgânica, consequentemente, possuem baixa disponibilidade de N nativo
nos vinhedos. Assim, torna-se necessário a suplementação com fertilizantes
nitrogenados. No entanto, pouco se sabe sobre qual a melhor dose e modo de
aplicação de N para o maior aproveitamento de N pela cultura. Neste contexto, o
objetivo deste estudo foi avaliar diferentes estratégias de aplicação de N em
vinhedos visando o adequado estado nutricional e produtividade de videiras. O
experimento foi realizado em um vinhedo com a cultivar 'Alicante Bouschet', em
Santana do Livramento (RS). O experimento foi conduzido com dois modos de
aplicação: N em superfície (NS) e via fertirrigação (NF); e três doses de N: 0, 40 e 80
kg N ha-1 ano-1 (ureia 45% de N). As avaliações foram realizadas nas safras de 2016
a 2019. Para isso, no florescimento foram coletadas folhas, que foram preparadas e
submetidas à análise de N total. Na colheita, todos os cachos foram contados,
coletados e pesados para determinação da produtividade (Mg ha-1). Nas safras
2016/2017 e 2017/2018, a dose de 40 kg N ha-1 ano-1, em NS, proporcionou os
maiores valores de N foliar. Enquanto, as videiras submetidas à NF apresentaram os
maiores valores de N foliar apenas em 2016/17. Por outro lado, o maior número de
cachos por plantas foi obtido com a aplicação de 80 kg N ha-1 ano-1 em NS, nas
safras 2017/2018 e 2018/2019. Os maiores valores de produtividade foram obtidos
nas doses de 40 e 80 kg N ha-1 ano-1 em NS, na safra 2017/2018. O NS pode ter
contribuído para uma maior absorção pelas raízes, o que pode ter contribuído para o
maior acúmulo nas folhas e, mesmo na sua resposta em produção. O melhor estado
nutricional e produtividade de videiras cultivadas em solos arenosos foi alcançado
com a aplicação de 40 e 80 kg N ha-1 ano-1.

Palavras-chave: Nutrição mineral, viticultura, Vitis vinífera.

Apoio Financeiro: PIBIC-CNPq, CNPq, Fapergs


1
Departamento de solos, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Avenida Roraima, nº 1000,
Centro CEP 97105-900, Santa Maria, RS. E-mail: bianca.dias@acad.ufsm.br; gu2016nds@gmail.
com, drica.tassinari@hotmail.com; brunetto.gustavo@gmail.com; wagnersquizani@hotmail.com
2
Departamento de Engenharia Florestal, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Avenida
Roraima, nº 1000, Centro CEP 97105-900, Santa Maria, RS. E-mail: matheuskulmann@hotmail.com

68
Teores de Zinco, Manganês, Ferro e Enxofre nos solos cultivados com videira
no Planalto Norte Catarinense

Douglas André Wurz1; Jefferson Schick1; Alcemir Nabir Kowal2; Eduarda Schmidt2; Eduardo Virmond
Souza Farias2; Rabechlt Stange Almeida2; Thalia Aparecida Silva Maciel2

A videira é uma cultura exigente em nutrientes, tornando-se necessário um aporte


de macro e micronutrientes para a obtenção de alta produtividade e frutos de
qualidade. Nesse sentido, este trabalho teve como objetivo avaliar teores Zinco,
Manganês e Ferro de solos cultivados com videira no Planalto Norte Catarinense.
Para tanto, foram avaliados 20 vinhedos em onze diferentes municípios da região
(Campo Alegre, Rio Negrinho, São Bento do Sul, Mafra, Papanduva, Itaiopolis,
Monte Castelo, Major Vieira, Canoinhas, Irineópolis e Porto União), com amostras
coletadas na profundidade de 0-20 cm, sendo devidamente identificadas e
encaminhadas para o Laboratório de Análise de Solos do Centro de Pesquisa para
Agricultura Familiar (CEPAF/EPAGRI), e, utilizando-se a metodologia: Enxofre -
extraído com fostato de cálcio e determinado por colorimetria; Zinco e Ferro -
determinados em espectrofotometria de absorção atômica; Manganês - extraído pelo
método do KCl e determinado em espectrofotometria de absorção atômica. Dos
nutrientes avaliados, o Manganês apresentou teores baixos, mas em apenas 5% das
amostras. Teores considerados altos foram observados no Enxofre (100% das
amostras), Zinco (80% das amostras), Manganês (90% das amostras) e Ferro
(100% das amostras). Teores considerados como muito altos ainda foram
observados no Zinco (20% das amostras) e Manganês (5% das amostras). Conclui-
se que os pomares avaliados com videira no Planalto Norte Catarinense estão
recebendo um aporte significativo de micronutrientes. Recomenda-se a avaliação
períodica destes teores, bem como a utilização dos fertilizantes dentro de critérios
técnicos, uma vez que 20% das amostras de Zinco e 5% das amostras de
Manganês já se encontram em níveis considerados como muito altos.

Palavras-chave: Vitis labrusca L., mangânes, ferro, zinco e enxofre.

Apoio Financeiro: IFSC Campus Canoinhas (Edital 16/2020/PROPPI/DP/CAN)


1
Docente Produção Vegetal, Instituto Federal de Santa Catarina – Campus Canoinhas. Avenida dos
Expedicionários, 2150, Bairro Campo da Água Verde, CEP 89466-312, Canoinhas, SC. E-mail:
douglas.wurz@ifsc.edu.br
2
Discente de Agronomia, Instituto Federal de Santa Catarina – Campus Canoinhas. Avenida dos
Expedicionários, 2150, Bairro Campo da Água Verde, CEP 89466-312, Canoinhas, SC.

69
Produtividade de uva em videiras da cultivar ‘Isabel’ submetidas a diferentes
épocas de aplicação de nitrogênio

Talita Andreolli1; Jorge Barbosa1; Edicarla Trentin1; Allan Augusto Kokkonen da Silva1; Guilherme
Zanon Peripolli1; Gustavo Brunetto1

O solo nem sempre possui a quantidade suficiente de nitrogênio (N) para suprir a
demanda das videiras. Quando isso acontece, torna-se necessário realizar a
aplicação de N em vinhedos. Porém, o N deve ser aplicado, preferencialmente, em
períodos que as videiras possam absorver as maiores quantidades, aumentando a
produtividade, o que também pode diminuir as perdas no ambiente. O estudo
objetivou avaliar quais são as melhores épocas de aplicação de N, em vinhedo com
elevada produtividade de uva. O experimento foi instalado em 2020, em um vinhedo
em produção da cultivar Isabel, no município de Farroupilha (RS). A dose de N
aplicada foi 50 kg N ha-1. O fertilizante foi aplicado sobre a superfície do solo, sem
incorporação. Os tratamentos foram controle (sem aplicação de N); as aplicações de
N foram realizadas 50% da dose na brotação e 50% da dose no florescimento (BF);
50% da dose na brotação e 50% da dose na mudança de cor das bagas (BM); 50%
da dose no florescimento e 50% a dose na mudança de cor das bagas (FM); 33,3%
da dose na brotação, 33,3% da dose no florescimento e 33,3% na mudança de cor
das bagas (BFM); 33,3% da dose na brotação, 33,3% da dose no florescimento,
33,3% da dose na mudança de cor das bagas e 33,3% da dose depois da colheita
da uva (BFMC). O número e peso de cachos por videira, peso de 100 bagas e a
produtividade foram avaliados. Os dados apresentados são referentes a safra de
2021/22. As videiras submetidas a aplicação de N na época BF apresentaram o
maior número de cachos por planta, seguido pelas épocas BM e BFM. As videiras
submetidas a aplicação de BF, BM e FM apresentaram o maior peso de cachos. A
maior produtividade foi observada nas videiras submetidas a aplicação de N nas
épocas BF e BM, seguido pelas épocas FM e BFM. Isso pode ter acontecido porque,
por exemplo, na brotação e florescimento, acontece intensa emissão de raízes,
associado ao incremento da massa seca da parte aérea. Na mudança da cor das
bagas, os cachos são dreno de N. A dose de N deve ser parcelada,
preferencialmente, na brotação e florescimento ou brotação e mudança da cor da
baga, para incrementar a produtividade de uva. Porém, convém monitorar o impacto
da época de aplicação do N sobre a composição do mosto e do vinho.

Palavras-chave: Adubação, rendimento, nutrição mineral, contaminação de solo.


Apoio Financeiro: FAPERGS, CAPES, CNPq, Vinícola São João.
1
Departamento de Solos, Centro de Ciências Rurais, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM),
Santa Maria, RS.

70
Aplicação foliar de silício e seu efeito no desempenho agrônomico da uva
Niágara Branca

Douglas André Wurz1; Luís Carlos Vieira1; Magali Regina1; Rabechlt Stange Almeida2; Naira Marina
Krauss2; Kelly Eduarda Demetrio2

A utilização de silício vêm demonstrando apresentando efeito benéfico, tanto em


aspectos produtivos quanto na redução de efeitos de estresses bióticos e abióticos.
Tem-se como objetivo desse trabalho avaliar o efeito da aplicação foliar de silício na
produtividade e qualidade da uva Niágara Branca. O experimento foi realizado na
safra 2019 em vinhedo localizado no município de Canoinhas/SC, com a videira
Niagára Branca. Os tratamentos consistiram nas seguintes doses de silícios: 0 g L-1
Silício (testemunha), 150 g L-1, 300 g L-1 e 450 g L-1 Silício, sendo utilizado o produto
Agrisil®, com aplicações quinzenais, a partir do estádio fenológica baga chumbinho.
Avaliou-se produtividade (ton ha-1), massa de cacho (g), comprimento de cacho
(cm), sólidos solúveis (ºBrix), acidez total (meq L-1) e pH. A aplicação foliar de silício
não alterou o índice produtivo (produtividade), arquitetura de cacho (massa de cacho
e comprimento de cacho). Para as variáveis relacionadas a maturação tecnológica,
verificou-se que a aplicação de silício influenciou o conteúdo de sólidos solúveis e
pH, não alterando a acidez total. A aplicação de 450 g L-1 resultou no maior valor de
sólidos solúveis (13,2 ºBrix), enquanto demais tratamentos apresentaram valores
inferiores à 13,0º Brix. O pH foi superior para o tratamento de 450 g L-1 (2,97), não
diferindo do tratamento testemunha (2,90) e da dose de 150 g L-1 (2,89). Conclui-se
que a aplicação de silício não alterou a produtividade e a arquitetura de cachos, no
entanto, resultou em incremento do conteúdo de sólidos solúveis e aumento de pH
quando aplicado a dose de 450 g L-1 de silício.

Palavras-chave: Vitis labruca L., produtivdade, adubação foliar.


1
Docente Produção Vegetal, Instituto Federal de Santa Catarina – Canoinhas. Avenida dos
Expedicionários, 2150, Bairro Campo da Água Verde, CEP 89466-312, Canoinhas, SC. E-mail:
douglas.wurz@ifsc.edu.br
2
Discente de Agronomia, Instituto Federal de Santa Catarina – Canoinhas. Avenida dos
Expedicionários, 2150, Bairro Campo da Água Verde, CEP 89466-312, Canoinhas, SC.

71
Efeito da aplicação foliar de Silício no desempenho agronômico da videira
'Bordô'

Douglas André Wurz1; Luís Carlos Vieira1; Magali Regina1; Alcemir Nabir Kowal2; Thalia Aparecida
Silva Maciel2; Henry Matheus Altmann2

O silício não é considerado elemento essencial às plantas, contudo, vários trabalhos


mostram o efeito benéfico desse elemento sobre o aumento da produção de
diversas culturas. Nesse contexto, tem-se como objetivo do trabalho avaliar a
aplicação foliar de silício no desempenho agrônomico da videira „Bordô‟ cultivada no
Planalto Norte Catarinense. O experimento foi realizado na safra 2019 em vinhedo
localizado no município de Canoinhas/SC. Os tratamentos consistiram nas seguintes
doses de silícios: 0 g L-1 Silício (testemunha), 150 g L-1, 300 g L-1 e 450 g L-1 Silício,
sendo utilizado o produto (Agrisil®, 99 % Si), com aplicações quinzenais a partir da
baga chumbinho. Avaliou-se produtividade (ton ha-1), massa de cacho (g cacho-1),
comprimenro de cacho (cm cacho-1), sólidos solúveis (ºBrix), acidez total titulável
(meq L-1), pH. As variáveis foram submetidas ao Teste Tukey a 5% de probabilidade
de erro. A aplicação foliar de silício não alterou a produtividade, apresentando
valores entre 9,1 a 9,6 ton ha-1. A massa de cacho e o comprimento de cachos não
foram alterados pela aplicação do silício. As variáveis sólidos solúveis e acidez total
titulável não foram influenciedas pela aplicação de silício, no entanto, observou-se
efeito na variável pH, com maiores valores para as aplicaçoes de 150 g L-1 e 300 g
L-1 de silício, com valor de 2,85, enquanto o tratamento testemunha e a dose de 450
g L-1 apresentara valores de 2,78 e 2,79, respectivamente. Conclui-se que a
aplicaçaõ foliar de silício não alterou os índices produtivos e as variavéis
relacionadas a arquitetura de cachos, havendo efeito apenas para a variável pH.

Palavras-chave: Vitis labruca L., adubação foliar, viticultura.


1
Docente Produção Vegetal, Instituto Federal de Santa Catarina – Campus Canoinhas. Avenida dos
Expedicionários, 2150, Bairro Campo da Água Verde, CEP 89466-312, Canoinhas, SC. E-mail:
douglas.wurz@ifsc.edu.br
2
Discente de Agronomia, Instituto Federal de Santa Catarina – Campus Canoinhas. Avenida dos
Expedicionários, 2150, Bairro Campo da Água Verde, CEP 89466-312, Canoinhas, SC.

72
Impacto da adubação nitrogenada na produtividade da videira ‘Cabernet
Sauvignon’ em solos de altitude

Guilherme Zanon Peripolli1; Adriele Tassinari1; Emilio Brighenti2;


Marlise Nara Ciotta3; Bianca Goularte1; Gustavo Brunetto1

O Estado de Santa Catarina (SC) é o 5º maior produtor de uva do país, com


destaque para o Planalto Catarinense. Naturalmente, os solos dessa região são
ácidos e possuem alto teor de matéria orgânica do solo (MOS). No entanto, nem
sempre o nitrogênio (N) disponível no solo supre a necessidade da videira, o que
torna necessária a suplementação com fertilizantes minerais. O objetivo do estudo
foi avaliar o impacto da adubação nitrogenada na produtividade da videira „Cabernet
Sauvignon‟, em solos de altitude. O estudo foi conduzido durante quatro safras
(2014/15 a 2017/18), em vinhedo implantado em 2012, em um Cambissolo Húmico,
com 35 g kg-1 de MOS, localizado em São Joaquim (SC). A cultivar „Cabernet
Sauvignon‟ foi submetida à adubação nitrogenada (Ureia–45% N), nas doses de 0,
30, 60, 90 e 120 kg de N ha-1. Na colheita da uva, os cachos foram contados,
colhidos e pesados, para determinação da produtividade (Mg ha-1) de uva. Durante
as quatro safras, a aplicação de N não interferiu no número de cachos, peso médio
de cacho e produtividade das videiras, com exceção do número de cachos na safra
de 2015/16, em que as videiras submetidas à aplicação de 60 kg de N ha-1
apresentaram o maior valor (88 cachos). Na safra de 2017/18, os valores de peso
médio de cachos foram menores nas videiras submetidas às aplicações de N
comparado ao controle. As baixas respostas das videiras à adubação nitrogenada
podem ter acontecido porque as videiras podem absorver formas de N nativas do
solo ou também de reservas internas, diminuindo a demanda do N aplicado. Porém,
convém continuar monitorando as respostas das videiras a adubação em solos com
alto teor de MOS. Isso porque, ainda não é suficientemente conhecido durante
quanto tempo o solo pode disponibilizar a quantidade de N necessária para suprir a
demanda das videiras.

Palavras-chave: Vitis vinifera, nutrição mineral, viticultura

Apoio Financeiro: CAPES, CNPQ e FAPERGS


1
Departamento de solos. Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Av. Roraima, nº 1000, Bairro
Camobi CEP 97105-900, Santa Maria, RS. E-mail: guilherme.peripolli@acad.ufsm.br;
tassinaridrica@hotmail.com; brunetto.gustavo@gmail.com;
2
Estação Experimental de São Joaquim (EESJ). Rua João Araújo Lima, nº 102, Bairro Jardim
Caiçara CEP 88600-000, São Joaquim, SC. E-mail: brighent@epagri.sc.gov.br;
3
Estação Experimental de Lages. Rua João José Godinho, s/n. Bairro Morro do Posto CEP 88 502-
970, Lages, SC. E-mail: marlise@epagri.sc.gov.br;

73
Amostragem para avaliação da fertilidade do solo em videiras ‘Pilar Moscato’

Fabiana Campos Medeiros1; Vitor Proença Bom2; Sérgio Ituo Masunaga3; Danilo Eduardo Rozane4

O cultivo de videiras no Brasil ocupa cerca de 74 mil ha com produção estimada de


1,4 milhões de toneladas, contudo, a liderança e a tradição na produção de uvas
gourmet para mesa pela Cooperativa Agroindustrial APPC, da cultivar „APPC007
Estela‟, também conhecida comercialmente como Pilarmoscato®, ainda apresenta
desafios no manejo da adubação, assim com o objetivo de realizar uma adequada
nutrição das plantas para obter níveis adequados de produtividade e qualidade dos
frutos. A utilização da avaliação da fertilidade do solo em frutíferas é uma etapa
indispensável para determinação e adequação de programas de adubações.
Considerada uma etapa determinante uma adequada análise de solo inicia-se com
uma adequada amostragem que deve representar a área da melhor forma possível,
com o mínimo de plantas necessárias e que se tenha confiabilidade nos resultados
obtidos. O uso de análise estatística auxilia na indicação do número de amostras
simples necessário para compor uma amostra composta, reduzindo a variação dos
resultados a níveis aceitáveis, obtendo uma amostragem representativa do talhão.
O objetivo do trabalho foi avaliar o número de amostras simples de solo na camada
agricultável, de 00-20cm de profundidade, necessárias a compor uma amostra
composta para fins de avaliação dos atributos químicos da fertilidade do solo, em
áreas comerciais de cultivo de videiras „APPC007 Estela‟. O experimento foi
realizado em vinhedo irrigado de „APPC007 Estela‟ com 6 anos, localizado no
município de Pilar do Sul-SP. Foram coletadas 30 amostras simples de solo na
camada de 00-20cm, na região de adubação, durante o repouso vegetativo (período
hibernal). Após as coletas, as amostras foram enviadas para determinação dos
químicos. Com base nos resultados, o número de unidades amostrais para estimar
os parâmetros de uma população infinita para um nível de precisão desejado
𝑡 2 𝑠2
(<20%), com base no erro-padrão da média, foi dado pela equação: 𝑛 = , no
𝑑 2 𝑚2
qual: n é o tamanho da amostra estimada; t é o valor da distribuição t de Student a
5% de probabilidade; s² é a variância; d é o erro na estimativa da média; m é a
média amostral. Para avaliação dos atributos de fertilidade em videiras „APPC007
Estela‟, admitindo-se um erro aceitável de 20%, tem-se o nutriente cobre como
limitante, indicado suficiente à coleta de 11 amostras simples para compor uma
amostra composta.

Palavras-chave: Vitis vinifera, amostragem solo, nutrição de plantas, uva


Apoio Financeiro: Cooperativa Agroindustrial APPC
1
Mestranda em Agronomia (Produção Vegetal) na Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita
Filho” - Unesp. Via de Acesso Prof. Paulo Donato Castellane, s/n – Jaboticabal-SP, CEP: 14884900.
E-mail: fabiana.appc@gmail.com
2
Eng. Agrônomo. Cooperativa Agroindustrial APPC. E-mail: vitor.appc@gmail.com
3
Eng. Agrônomo. Cooperativa Agroindustrial APPC. E-mail: sergioituo@hotmail.com
4
Professor Adjunto na Unesp - Câmpus de Registro e nos Programas de Pós Graduação em Ciência
do Solo da Universidade Federal do Paraná – UFPR e de Agronomia (Produção Vegetal) da Unesp
– Câmpus de Jaboticabal. Av. Nelson Brihi Badur, nº 430, Vila Tupi – Registro-SP, CEP: 11900-000.
E-mail: danilo.rozane@unesp.br

74
Épocas de aplicação de adubação nitrogenada em videiras: avaliação do
nitrogênio mineral do solo

Allan Kokkonen da Silva1; Talita Andreolli2; Jorge G. P. Barbosa³; Bianca G. Dias4; Edicarla
Trentin5; Gustavo Brunetto6

A adubação nitrogenada em vinhedos é necessária para suprir a demanda das


videiras. Porém, o nitrogênio (N) pode ser facilmente perdido por lixiviação e/ou
volatilização. A aplicação parcelada de adubação nitrogenada surge como uma
estratégia para melhorar o aproveitamento do N e reduzir perdas e contaminação
ambiental. O presente estudo objetivou determinar a concentração de N mineral
(amônio e nitrato) em solos de vinhedos com diferentes épocas de aplicação de N. O
experimento foi instalado em 2020 em um vinhedo em produção da cultivar „Isabel‟,
na Serra Gaúcha. A adubação foi aplicada na forma de nitrato de cálcio, na dose de
50 kg N ha-1. Os tratamentos foram controle (sem aplicação de N); aplicações de N
realizadas 50% da dose na brotação e 50% da dose no florescimento (BF); 50% da
dose na brotação e 50% da dose na mudança de cor das bagas (BM); 50% da dose
no florescimento e 50% a dose na mudança de cor das bagas (FM); 33,3% da dose
na brotação, 33,3% da dose no florescimento e 33,3% na mudança de cor das
bagas (BFM); 25% da dose na brotação, 25% da dose no florescimento, 25% da
dose na mudança de cor das bagas e 25% da dose depois da colheita da uva
(BFMC). Amostras de solo foram coletadas nas camadas de 0 a 10 e 10 a 20 cm, na
brotação, florescimento, mudança de cor de bagas e colheita das uvas. As
concentrações de amônio e nitrato foram determinadas. Na brotação, houve
predomínio de amônio no solo. No florescimento e mudança de cor de bagas, a
concentração de N mineral aumentou, especialmente na forma de nitrato, derivado
da adubação. Na colheita, a concentração de N mineral diminuiu, indicando
absorção pelas videiras. Os parcelamentos de adubação que incluem aplicação no
florescimento resultaram em maiores concentrações de N mineral no solo, sendo
maiores no tratamento FM.

Palavras-chave: vitivinicultura, nitrogênio, amônio, nitrato

Apoio Financeiro: FAPERGS, CAPES, CNPq, Vinícola São João


1
Mestrando no PPG em Ciência do Solo, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria,
RS. E-mail: kokkonenallan@gmail.com
2
Estudante de Agronomia, UFSM. E-mail: talita.andreolli@acad.ufsm.br
3
Estudante de Agronomia, Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Cerro Largo, RS. E-mail:
barbosa.jorge@acad.ufsm.br
4
Estudante de Agronomia, UFSM. E-mail: goulartediasbianca@gmail.com
5
Dra. em Ciência do Solo, UFSM. E-mail: edicarlatrentin@gmail.com
6
Professor do PPG em Ciência do Solo, UFSM. E-mail: brunetto.gustavo@gmail.com

75
CONTAMINAÇÃO DO SOLO DE POMARES

76
Alterações fotossintéticas em videiras cultivadas em diferentes solos
contaminados com zinco

Zayne Valéria Santos Duarte1; Samya Uchoa Bordallo2; Guilherme Wilbert Ferreira2; Talita Trapp2;
George Wellington Bastos de Melo3; Cledimar Rogério Lourenzi4

Em regiões produtoras de videiras, como a região Sul do Brasil, a frequência das


precipitações pluviométricas favorece o aparecimento e desenvolvimento das
doenças fúngicas. Dessa forma, são necessárias aplicações de fungicidas que,
geralmente, possuem em sua composição metais pesados como o zinco (Zn), que
ao se acumular no solo inibe o desenvolvimento da planta, a absorção de nutrientes
e reduz a produtividade. Nesse sentido, o objetivo do trabalho foi avaliar alterações
nos parâmetros fotossintéticos de videiras submetidas a doses de Zn em diferentes
tipos de solo. O estudo foi realizado em casa de vegetação em Florianópolis/SC. O
experimento utilizou quatro doses de Zn (0, 60, 120 e 240 mg kg-1) e três tipos de
solo com diferentes teores de argila, sendo um Neossolo Quartzarênico (5% de
argila), Argisssolo Vermelho-Amarelo (25% de argila) e Latosso Vermelho (40% de
argila). As mudas de videiras foram transplantadas para os vasos contendo 4 kg de
solo e avaliadas após 60 dias. Posteriormente ao período de cultivo, foi identificada
a folha mais expandida de cada planta e feita a determinação do rendimento
quântico efetivo do fotossistema II (Fv/Fm), utilizando um fluorômetro portátil, e
índice SPAD com um clorofilômetro. A folha foi retirada e colocada em
dimetilsufóxido para determinação dos teores de clorofila a e b. Em seguida, com a
massa fresca total e seca da parte área e raiz das plantas, foi determinada a
quantidade de biomassa produzida. Os dados foram submetidos à análise de
variância para fatores solo e dose de Zn. Houve resultados significativos no Índice
SPAD e clorofila a apenas no Neossolo e redução no crescimento de raízes no
Neossolo e Argissolo. A adição de diferentes doses de Zn não foram significativas
nos parâmetros análisados, com execeção da biomassa da raiz. Portanto, a adição
de Zn em solos mais arenosos potencializa o efeito tóxico nos parâmetros
fotossintéticos analisados, afetando o desenvolvimento da videira através da
diminuição do teor de pigmentos fotossintéticos e redução do crescimento das
raízes.

Palavras-chave: teores de argila, metais pesados, parâmetros fotossintéticos.

Apoio financeiro: Fundação de Amparo à pesquisa e inovação do Estado de Santa


Catarina - FAPESC
1
Estudante de Zootecnia, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Rod. Admar Gonzaga,
1346 - Itacorubi, Florianópolis - SC, 88034-000 E-mail: duartezayne@gmail.com
2
Estudantes de doutorado no Programa de Pós-Graduação em Agroecossistemas, UFSC. E-mail:
samyauchoa2000@gmail.com; guilhermewferreira@hotmail.com; talipptrali@gmail.com
3
Pesquisador da Embrapa Uva e Vinho, Bento Gonçalves/RS. E-mail: wellington.melo@embrapa.br
4
Professor adjunto, Departamento de Engenharia Rural, UFSC. E-mail: lourenzicr@gmail.com

77
Limite crítico ambiental de fósforo em vinhedos da Serra Gaúcha do Rio
Grande do Sul

Filipe Nunes de Oliveira1; Talita Andreolli1; Marcos de Lima Rodrigues1; Jorge Gustavo Pinheiro
Barbosa1; Douglas Luiz Grando1; Gustavo Brunetto1

O estado do Rio Grande do Sul (RS) possui a maior área cultivada com videiras do
Brasil, tendo a Serra Gaúcha como a maior região vitivinícola do país. Os solos
naturalmente possuem baixa disponibilidade de fósforo (P) e, por isso, torna-se
necessário realizar a adubação fosfatada no pré-plantio ou durante a produção das
videiras. Mas, muitas vezes, as doses de P aplicadas são acima da demanda da
videira e capacidade de adsorção dos solos. Isso pode potencializar a contaminação
do solo e de cursos hídricos adjacentes aos vinhedos. Por isso, surge a necessidade
da estimativa de variáveis ambientais, como o limite crítico ambiental de P (LCA-P).
O estudo objetivou avaliar o LCA-P em solos de vinhedos da Serra Gaúcha.
Amostras de solo foram coletadas na safra 2021/22, na camada de 0-10 cm, em 105
vinhedos localizados em seis municípios da Serra Gaúcha (Bento Gonçalves, Pinto
Bandeira, Cotiporã, Veranópolis, Monte Belo do Sul e São Valentin do Sul). O solo
foi seco, moído, peneirado e submetido a extração de P pelo método de Mehlich 1.
Os teores de argila foram determinados pelo método da pipeta. O LCA-P foi
calculado pela equação: LCA-P = 20 + Argila % (Gatiboni et al., 2020), determinada
para solos do RS. Os teores de argila da região variaram de 11 à 57%. Do total de
vinhedos avaliados, 72% enquadraram-se acima do LCA-P, com média de 181,72
mg P dm-3. Os teores de P nos solos que permaneceram abaixo do LCA-P foram
cinco vezes menores, em relação a média dos solos acima do LCA-P. Os solos de
vinhedos da Serra Gaúcha apresentam alto potencial de contaminação, o que
evidencia a importância do diagnóstico da fertilidade do solo e o uso racional dos
fertilizantes.
Palavras-chave: Adubação fosfatada, excesso de P no solo, eutrofização, LCA-P.
Apoio Financeiro: Cooperativa Vinícola Aurora e CNPq
1
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Centro de Ciências Rurais, Av. Roraima nº 1000,
Cidade Universitária, Bairro Camobi, Santa Maria – RS, CEP: 97105-900. Email:
filipenunes_10@hotmail.com

78
Acúmulo de cobre e zinco em folhas e raízes de videiras jovens inoculadas
com fungos micorrízicos arbusculares, cultivadas em solo com altos teores
de cobre
Vanessa Marques Soares1; Natália Palermo1; Gustavo Scopel1; Carina Marchesan1; Gustavo
Brunetto1; Paulo Ademar Avelar Ferreira2

Fungicidas a base de Cobre (Cu) e Zinco (Zn) são muito utilizados nos manejos
fitossanitários em vinhedos. As sucessivas aplicações desses fungicidas geram um
acúmulo de Cu e Zn no solo, causando toxidez na microbiota do solo e também às
plantas, e no caso de videiras jovens pode inibir seu desenvolvimento. Uma
estrategia para reduzir o efeito fitotoxico as plantas é através da associação de
Fungos Micorrízicos Arbusculares (FMA‟s) às raízes das plantas, que trazem
inúmeros benefícios incluindo melhor assimilação de nutrientes pelas plantas e
atenuação de estresse oxidativo. Diante da necessidade do desenvolvimento de
estratégias que auxiliem na atenuação dos efeitos da toxidez por Cu e Zn em
vinhedos, esse estudo teve como objetivo verificar o acúmulo de Cu e Zn em folhas
e raízes de videiras jovens inoculadas com FMA‟s e cultivadas em solo com alto teor
de Cu. O experimento foi conduzido em casa de vegetação do departamento de
solos da Universidade Federal de Santa Maria. Os tratamentos utilizados foram
inoculação com Rhizophagus clarus, Gigaspora albida e controle (sem inoculação),
com cinco repetições dispostos em DIC. Mudas de videiras do porta enxerto Palsen
1103 com seis meses foram cultivadas em colunas de PVC (20 cm de diâmetro e
60cm de altura), contendo um Argissolo vermelho oriundo de um vinhedo no
município de Santana do Livramento (RS), com longo histórico de aplicação de
fungicidas cúpricos. As avaliações realizadas foram acúmulo de Cu e Zn nas folhas
e raízes. Quanto ao acúmulo de Cu nas folhas, houve um menor teor nas plantas
inoculadas quando comaparadas ao tratamento controle. Já nas raízes as plantas
inoculadas tiveram maior acúmulo de cobre comparadas ao controle. As plantas
inoculadas reteram mais o Cu em suas raízes minimizando o transporte do elemento
para a parte aérea. Nas avaliações de acúmulo de Zn, observou-se que em todos os
tratamentos, 95% do Zn acumulou-se na raiz. Analisando os dados é possível
observar que mesmo o Zn sendo um elemento de fácil translocação para a parte
aérea das plantas, nesse caso o comportamento não se repetiu. A eficiência das
plantas inoculadas na retenção de Cu e Zn no sistema radicular pode indicar que
essa seja uma estratégia para proteger a planta dos danos causados pela toxidez
desses elementos.
Palavras-chave: fungos micorrízicos arbusculares, toxidez por Cu e Zn, vinhedos,
acúmulo de Cu e Zn
Apoio Financeiro: Agrisus, CNPq, Fapergs e PIB-FEPAF
1
Estudante de Agronomia, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Av. Roraima nº 1000,
Camobi CEP 97105-900, Santa Maria, RS. E-mail: vanessa_marquessoares@outlook.com
1
Estudante de Agronomia. E-mail: natimpalermo@gmail.com
1
Estudante de Agronomia. E-mail: gustavoscopel.sc@hotmail.com
1
Doutoranda em Ciência do Solo. E-mail: marchesancarina@gmail.com
1
Professor Doutor. E-mail: brunetto.gustavo@gmail.com
2
Professor Doutor, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Rod. Taufik Germano, N. 3013,
Bairro Passo D‟Areia CEP 96503-205, Cachoeira do Sul, RS. E-mail: ferreira.aap@gmail.com

79
Limite crítico de transferência de cobre e zinco em solos de vinhedos da Serra
Gaúcha do Rio Grande do Sul

Cauan Guerra Martins1; Filipe Nunes de Oliveira1; Lucas Peranzoni Deponti1; Letícia Morsch2;
Douglas Luiz Grando1; Gustavo Brunetto1

A região da Serra Gaúcha no estado do Rio Grande do Sul (RS) é responsável por
cerca de 85% da produção total de vinhos do Brasil. Devido às condições
edafoclimáticas da região existe a necessidade de aplicações de fungicidas para
controle de doenças. Esses fungicidas possuem na composição metais pesados
como o cobre (Cu) e o zinco (Zn). Após um longo histórico de aplicações, pode
ocorrer acúmulo destes metais no solo, que em excesso, podem ser transferidos
para cursos hídricos, além de causar toxicidez às plantas. Por isso, torna-se
necessário estabelecer os limites críticos de transferência (LCT) de Cu e Zn em
vinhedos. O estudo objetivou estimar o limite crítico de transferência de Cu e Zn
(LCT-Cu e LCT-Zn) em solos de vinhedos da Serra Gaúcha e comparar com os
valores obtidos em solos de mata nativa. Amostras de solo foram coletadas na
camada de 0-20 cm em 105 vinhedos (safra 2021/22) e de 35 áreas de mata nativa,
em seis municípios da Serra Gaúcha (Bento Gonçalves, Pinto Bandeira, Cotiporã,
Veranópolis, Monte Belo do Sul e São Valentim do Sul). O solos foram secos,
preparados e submetidos a extração de Cu e Zn pelo método de Mehlich-1. Os LCT-
Cu e LCT-Zn foram calculados pelas equações: LCT-Cu (mg dm-3) = 75 [A0,34]
[MOS0,39] e LCT-Zn (mg dm-3) = 2,7 A + 126 (Morais et al., 2021). Os solos de
vinhedos apresentaram teores médios de 116,15 mg Cu dm-3, que foi 31,9 vezes
maior que o observado em solos de mata nativa. Os teores médios de Zn
observados nos solos de vinhedos foram de 34,65 mg Zn dm-3, cerca de 2,2 vezes
maior que o verificado em solos de mata nativa. Também, entre os 105 vinhedos
avaliados, 3,8% apresentaram valores acima do LCT-Cu e 1,9% ultrapassaram os
valores do LCT-Zn. Apesar do baixo percentual de solos que foram classificados
acima dos LCT‟s, observou-se altos teores de Cu e Zn em solos de vinhedos,
comparado aos solos de mata nativa, que possuiam teores naturais de Cu e Zn
disponíveis às plantas na classe alta de disponibilidade. Com isso, destaca-se a
importância do monitoramento e da racionalização na aplicação de fungicidas que
contenham Cu e Zn em sua composição, buscando evitar futuros problemas
ambientais e toxidez às plantas.

Palavras-chave: Vinhedos, metais pesados, fitotoxicidade, contaminação ambiental.

Apoio Financeiro: Cooperativa Vinícola Aurora e CNPq.


1
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Centro de Ciências Rurais, Av. Roraima nº 1000,
Cidade Universitária, Bairro Camobi, Santa Maria – RS, CEP: 97105-900. Email:
cauanguerramartins@gmail.com
2
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Centro de Ciências Agrárias, Florianópolis, SC.

80
Vermicomposto e calcário como alternativas na redução da toxicidade por
cobre em vinhedo contaminado com Cu

Amanda B. Charopem1, Natália M. Palermo1, Gustavo Scopel1, Paulo A. Ferreira2, Carina


Marchezan3, Gustavo Brunetto4

O frequente uso de fungicidas a base de Cobre (Cu), para prevenir ou controlar


doenças fúngicas foliares, tem causado o aumento dos teores desse elemento em
diversos vinhedos. Altas concentrações de Cu nos tecidos das videiras podem
causar toxidez às plantas, causando alterações no crescimento radicular, na
densidade radicular lateral, espessamento do ápice radicular e na morfologia.
Contudo, o uso de calcário e vermicomposto em áreas de vinhedos tem sido
utilizado como estratégia para minimizar a toxicidade de Cu. O estudo objetivou
avaliar o crescimento de mudas de videiras jovens cultivadas por 12 meses em solo
contaminado com Cu, com e sem aplicação de corretivos. Um solo (Hapludalf) foi
coletado no município de Santana do Livramento (RS) e possuía as seguintes
características químicas: pH 5,5, carbono orgânico total 6 g kg-1 e Cu disponível 122
mg kg-1. O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado,
com quatro repetições. Os tratamentos foram a aplicação de 3 toneladas de calcário,
30 g de C kg-1 de solo utilizando vermicomposto e uma testemunha sem aplicação.
Após 6 meses de cultivo foi realizada a poda de inverno nas plantas. A adição do
calcário elevou o pH do solo para 7,7, aumentou os teores de Ca trocável e Mn
disponível para 694 mg kg-1 e 177 mg kg-1, respectivamente. A adição de
vermicomposto elevou os teores de carbono orgânico total, P disponível, K, Ca e
Mg, sendo esses valores de 17 g kg-1, 270 mg kg-1, 288 mg kg-1, 911 mg kg-1 e 737
mg kg-1. As plantas cultivadas no tratamento testemunha tiveram os maiores teores
de Cu nas plantas. Enquanto as plantas cultivadas no solo que recebeu a aplicação
de calcário apresentaram a maior produção de matéria seca da parte aérea e maior
produção de matéria seca do sistema radicular, quando comparado aos demais
tratamentos. Por último, o vermicomposto se mostrou ineficiente na redução da
toxidade devido a menor produção de matéria seca da parte aérea, e após
realização da poda ocorreu a morte das plantas, provavelmente causada pelo
excesso de Mn na solução do solo.

Palavras-chave: Contaminação de Cu, toxicidade, vinhedos.

Apoio Financeiro: CNPq e Fapergs.


1
Graduando (a) do Curso de Agronomia da Universidade Federal de Santa Maria. Av. Roraima, 1000,
97105-900, Camobi - Santa Maria. E-mail: amanda.charopem@gmail.com,
natalia.palermo@acad.ufsm.br e gustavoscopel.sc@hotmail.com
2
Professor do Curso de Engenharia Agrícola da Universidade Federal de Santa Maria. Av. Roraima,
1000, 97105-900, Camobi - Santa Maria. E-mail: ferreira.aap@gmail.com
3
Doutorando (a) no Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo da UFSM. Av. Roraima, 1000,
97105-900, Camobi - Santa Maria. E-mail: marchezancarina@yahoo.com.br
4
Professor do Departamento de Solos, UFSM. Av. Roraima nº 1000 - Santa Maria - RS, 97105-900.
E-mail: brunetto.gustavo@gmail.com

81
Alterações fotossintéticas em videiras cultivadas em diferentes solos
contaminados com cobre

Samya Uchoa Bordallo1; Zayne Valéria Santos Duarte2; Lucas Dupont Giumbelli1; Thiago Stacowski
dos Santos1; Cledimar Rogério Lourenzi3

Os principais fungicidas utilizados no controle de doenças fúngicas foliares em


videiras contêm em sua composição o cobre (Cu), como por exemplo, a calda
bordalesa, amplamente utilizada no sul do Brasil. O uso desses produtos a longo
prazo adiciona ao sistema de produção alta quantidade desse metal, que se
acumula nas camadas superficiais do solo. O acúmulo excessivo do Cu no solo
pode trazer prejuízos ao desenvolvimento das videiras, como a redução do
crescimento das plantas. O tipo de solo é um fator que influencia na disponibilidade
de Cu no solo, podendo potencializar ou minimizar os efeitos tóxicos desse elemento
às plantas. Dessa forma, o objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos tóxicos do Cu
em videiras jovens cultivadas em diferentes solos característicos da região Sul do
país, através do comportamento de parâmetros fotossintéticos. Para isso, foi
conduzido um experimento em casa de vegetação, sendo utilizados três solos
coletados em SC e RS: Neossolo, Argissolo e Latossolo, com 5, 25 e 40% de argila,
respectivamente; e 4 doses de Cu (0, 30, 60 e 120 mg kg-1), em triplicata. Mudas de
videiras foram transplantadas para os vasos, contendo 4 kg de solo, e foram
cultivadas por 60 dias. No final deste período, foi utlizado um clorofilômetro para
determinação do índice SPAD e um fluorômetro portátil para determinação do
rendimento quântico máximo (Fv/Fm). A folha analisada foi retirada e colocada em
dimetilsufóxido (DMSO) para determinação da clorofila a e b (mg g-1).
Posteriormente, as plantas foram secas em estufa e pesadas para determinação da
biomassa seca. Os dados foram submetidos à análise de variância para os fatores
solo e doses de Cu. O tipo de solo afetou todos os parâmetros fotossintéticos
determinados, com exceção do Fv/Fm. O índice SPAD e a clorofila a e b foram
maiores no Neossolo, enquanto a biomassa da parte áerea e da raiz foi maior no
Latossolo. Já o Cu não efetou nenhum dos parâmetros analisados nas plantas de
videiras após 60 dias. Conclui-se que, nesse estudo, as doses de Cu não
provocaram alterações nos parâmetros fotossintéticos das videiras jovens, ao
contrário do teor de argila do solo, onde solos com maior teor de argila
apresentaram maior crescimento das plantas.

Palavras-chave: argila, metais pesados, parâmetros fotossintéticos, Vitis sp.

Apoio Financeiro: Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa


Catarina - FAPESC
1
Estudantes de doutorado no Programa de Pós-Graduação em Agroecossistemas, Universidade
Federal de Santa Catarina (UFSC). Rod. Admar Gonzaga nº 1346, Itacorubi CEP 84102-000,
Florianópolis, SC. E-mail: samyauchoa2000@gmail.com; lukdg@hotmail.com;
thiagoskisantos@hotmail.com
2
Estudante de Zootecnia, UFSC. E-mail: duartezayne@gmail.com
3
Professor adjunto, Departamento de Engenharia Rural, UFSC. E-mail: lourenzicr@gmail.com

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