Crítica da reificação do tempo na sociedade do espetáculo
Área de Conhecimento: Filosofia Social e Política
Inácio José de Araújo da Costa1
RESUMO Este trabalho busca refletir sobre o fenômeno da reificação do tempo tomando como referência a teoria crítica social desenvolvida pelo grupo Internacional Situacionista (1957-1972), com ênfase no autor francês Guy Debord (1931-1994). Para Debord e os situacionistas, o desenvolvimento da economia capitalista a partir do segundo pós- guerra trouxe como consequência a reificação e instrumentalização mercantil de cada aspecto da vida cotidiana. Dentre os aspectos reificados da vida, está a perda da sensação de passagem do tempo e da fruição da finitude, sequestradas pela lógica do mercado e escondidas nas rotinas incessantes de trabalho e de consumo de mercadorias e informações. Como conclusão parcial, este trabalho sustenta que Debord e os situacionistas concebem a experiência da vivência do tempo na sociedade moderna, chamada de “sociedade do espetáculo”, como “tempo morto” (temps mort), e em contraposição ao tempo reificado pela economia mercantil, defendem o “tempo vivido” (temps vécu). PALAVRAS-CHAVE: Tempo. Espetáculo. Consumo.
1 Graduado em Filosofia modalidade Licenciatura pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Mestre e doutorando em Filosofia pelo Programa de Pós-Graduação em Filosofia da UFC.