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Paisagem e Paisagismo

A produção paisagística brasileira


entre 1930 e 1976

Profa. Me. Flávia Tarricone


Paisagismo entre 1930 e 1976

Por volta de 1930 foram firmados os princípios do pensamento moderno.

Essa afirmação mudou o rumo da produção artística até então referenciada nas
influências estrangeiras fortemente europeias.

A produção artística passou a construir o caráter nacional, se desprendendo dos


modelos estrangeiros.

Lúcio Costa (1902-1998) afirmava que a arquitetura


deveria estar voltada para a coletividade, e, Burle Marx
traduziu esse sentimento e conceito no jardim, reunindo
conhecimento em outros tipos de arte como a pintura,
escultura, música e a botânica.
Roberto Burle Marx
(1909-1994)
Burle Marx

Acreditava que a cultura geral, a técnica e a experimentação eram condições


básicas na construção do jardim moderno. Ou seja, o paisagista precisava ter
conhecimento sobre a pintura, botânica, história, geografia, música, poesia, etc.

Essa convivência multidisciplinar permitiu a Burle Marx conceber jardins de


características modernas, apoiados em três funções: higiene, educação e arte.

Higiene
• o jardim representaria uma concentração de vegetação que ameniza o clima
e a poluição urbana.
Educação
• o jardim seria um meio de instruir por meio do conjunto de seus elementos
no qual a vegetação é o principal.
Arte
• o jardim deveria “obedecer uma ideia básica, um tema, com perspectivas
lógicas e subordinado a uma determinada forma de conjunto”.
Praça de Casa Forte, Recife, PE, 1935
1° projeto de jardim público da carreira de Burle Marx. O jardim foi executado no Recife, onde era Chefe do setor de
Parques e Jardins da Diretoria de Arquitetura e Urbanismo do Estado de Pernambuco.

Trata-se de um jardim de água, com vegetação de várias procedências.


Foi construído a partir da reforma de uma praça existente, cujo ponto focal era o monumento aos heróis da Restauração
Pernambucana.
Praça de Casa Forte, Recife, PE, 1935

O monumento foi retirado e o jardim foi reformulado para se relacionar com o casario do entorno e a igreja, criando em seu
interior um grande espaço aberto que proporciona sensação de amplitude e profundidade.
Praça de Casa Forte, Recife, PE, 1935
Praça Euclides da Cunha, Recife, PE,
1935.

Pode ser considerado o primeiro jardim público brasileiro, cujo fundamento foram as plantas do semiárido nordestino
precedentes ao ecossistema da caatinga.
Para aprofundar seu conhecimento botânico e social sobre a paisagem da caatinga e do povo sertanejo, Burle Marx
debruçou-se sobre a obra de Euclides da Cunha, Os sertões.
Praça Euclides da Cunha, Recife, PE,
1935.
Para esse jardim, ele indicou a composição dos cactos com blocos de pedra e uma estátua representando um “homem de
tanga”, para afirmar a intenção de reverenciar o homem do norte do Brasil.
A estátua foi substituída pela de um sertanejo.
Praça Euclides da Cunha, Recife, PE,
1935.
Ministério da Educação e Saúde – RJ
Projeto Lúcio Costa, Reidy, Niemeyer, e outros.
Ministério da Educação e Saúde – RJ
Projeto Lúcio Costa, Reidy, Niemeyer, e outros.

Nesta etapa, Burle Marx define cores e formas abstratas para seus projetos.
O ponto focal não é mais definido, e há o uso de superfícies curvas.
Fazenda Marambaia, Petrópolis, RJ,
1947.

Aqui surgem os tapetes de formas e tonalidades diversas.


Projeto dos jardins da residência Edmundo Cavanelas, no Rio de Janeiro (1954). O projeto da residência é de Oscar
Niemeyer, no mesmo ano.
Projeto dos jardins da residência
Edmundo Cavanellas, no Rio de Janeiro
(1954).

Nesta obra, o gramado é geometrizado com a ajuda de


duas espécies de gramas em tonalidades diferentes.
Os grandes projetos públicos
Parque do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ,
1961.
Parque do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, 1961.

O Parque do Flamengo nasce da transformação radical do desmanche de um morro (Morro do Castelo) para criar um aterro.
Parque do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, 1961.
Jardim para o Ministério das Forças Armadas, Brasília-DF, década de 1970.
Jardim para o Ministério das Forças Armadas, Brasília-DF, década de 1970.
Jardim para o Ministério das Forças Armadas, Brasília-DF, década de 1970.
Jardim para o Ministério das Forças Armadas, Brasília-DF, década de 1970.
Jardim para o Ministério das Forças Armadas, Brasília-DF, década de 1970.
Calçada de Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, 1970.
Calçada de Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, 1970.
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Calçada de Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, 1970.

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