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SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA CIVIL

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO


ESCOLA SUPERIOR DE COMANDO DE BOMBEIRO MILITAR
CURSO DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS

Alessandra de Oliveira Nascimento da Silva


Thaís Gouvêa da Silva Santana

INFLUÊNCIA DA DESVINCULAÇÃO DO SAMU DO CBMERJ E DA PANDEMIA PELA


COVID-19 NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR EM 2020

Rio de Janeiro
2020
Alessandra de Oliveira Nascimento da Silva – Cap BM QOS/Enf/08
Thaís Gouvea da Silva Santana – Cap BM QOS/Enf/08

INFLUÊNCIA DA DESVINCULAÇÃO DO SAMU DO CBMERJ E DA PANDEMIA


PELA COVID-19 NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR EM 2020

Artigo Científico apresentado


como exigência do Curso de
Aperfeiçoamento de Oficiais
do Quadro de Saúde da
Escola Superior de Comando
de Bombeiro Militar

Orientador
Maj BM QOS/Med/02 Alexandre Cardoso Baptista
Alessandra de Oliveira Nascimento da Silva
Thaís Gouvêa da Silva Santana

INFLUÊNCIA DA DESVINCULAÇÃO DO SAMU DO CBMERJ E DA PANDEMIA


PELA COVID-19 NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR EM 2020

Este artigo científico apresentado foi aprovado pela Banca Avaliadora como parte
das exigências do Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais
da Escola Superior de Comando de Bombeiro Militar.

Rio de Janeiro, ___ de _______ de 2020.

BANCA AVALIADORA

______________________ ______________________
Professor/Instrutor Professor/Instrutor

______________________
Professor/Instrutor
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
DIRETORIA GERAL DE ENSINO E INSTRUÇÃO
ESCOLA SUPERIOR DE COMANDO DE BOMBEIRO MILITAR

TEMA PARA ARTIGO DE CONCLUSÃO DE CURSO - PROPOSTA

DO: CAP BM ALESSANDRA DE OLIVEIRA NASCIMENTO DA SILVA


DO: CAP BM THAÍS GOUVÊA DA SILVA SANTANA
AO: COORDENADOR DO ( ) QOC ( X ) QOS ( ) QOA/QOE

ÁREA ESTRATÉGICA DO TEMA:


( ) OPERACIONAL ( ) SUSTENTABILIDADE FINANCEIRA
(X) SAÚDE ( ) SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL
( ) ENSINO ( ) DEFESA CIVIL
( ) SERVIÇOS ( ) OUTRA. QUAL? ___________________________
TÉCNICOS

TEMA: Proposta de análise da influência da desvinculação do SAMU do CBMERJ e


da pandemia pela COVID-19 no atendimento pré-hospitalar em 2020.

BREVE DESCRIÇÃO DA PROPOSIÇÃO: Fazer uma apreciação através de análise


comparativa dos dados, cedidos pelo Estado Maior Geral e disponibilizados pela
Diretoria Geral e Comando de Controle Operacional através do Centro de
Operações de Atendimento Pré-Hospitalar, dos atendimentos realizados no período
de primeiro de abril à 30 de setembro de 2019, correspondente a um período de
vinculação do SAMU ao CBMERJ, e do mesmo período no ano de 2020, que
compreende tanto a desvinculação do SAMU da corporação quanto o surgimento de
casos de COVID-19 no estado do Rio de Janeiro.

Rio de Janeiro, 16 de junho de 2020.


______________________________ ____________________________________
ALESSANDRA DE OLIVEIRA THAÍS GOUVÊA DA SILVA
NASCIMENTO DA SILVA – Cap BM SANTANA – Cap BM

DESPACHO ESCBM:
( ) ( ) NÃO ACEITO:
ACEITO ________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________

Responsável:
___________________________________________________________________
_________
INFLUÊNCIA DA DESVINCULAÇÃO DO SAMU DO CBMERJ E DA
PANDEMIA PELA COVID-19 NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
EM 2020
Alessandra de Oliveira Nascimento da Silva1*, Thaís Gouvêa da Silva Santana 2,
Alexandre Cardoso Baptista3

1Cap BM QOS/Enf/08, 1/13 DBM, Rio de Janeiro, RJ


2Cap BM QOS/Enf/08, 7° GBM, Barra Mansa, RJ
3Maj BM QOS/Med/02, DSE, Rio de Janeiro, RJ

*Autorcorrespondente: Alessandra de Oliveira Nascimento da Silva; Tel: +55 21


98611 2621; Email: alessa-olivier@hotmail.com

RESUMO

Esse estudo teve por objetivo analisar os reflexos da desvinculação do SAMU do


CBMERJ e da pandemia pela COVID-19 no atendimento pré-hospitalar prestado pelo
CBMERJ no município do Rio de Janeiro. Realizamos um estudo transversal, retrospectivo,
de abordagem quali-quantitativa, em que foram analisados a conformação estrutural do
serviço de pré-hospitalar praticado pelo CBMERJ no município do Rio de Janeiro, bem como
a avaliação do tempo resposta e do número dos atendimentos realizados pelo APH
CBMERJ ocorridos na cidade. As buscas das variáveis foram concretizadas através da
apreciação dos Boletins internos da CBMERJ e da análise comparativa dos dados, cedidos
pelo Estado Maior Geral e disponibilizados pela Diretoria Geral e Comando de Controle
Operacional, através do Centro de Operações de Atendimento Pré-Hospitalar. Utilizamos
como recorte o período de primeiro de abril a trinta de setembro de 2019, correspondente a
um período de vinculação do SAMU ao CBMERJ, e do mesmo período no ano de 2020, que
compreende tanto a desvinculação do SAMU da corporação quanto o surgimento de casos
de COVID-19 no estado do Rio de Janeiro. Percebeu-se que tanto a desvinculação do
SAMU da corporação quanto a pandemia do COVID-19 influenciaram no atendimento APH
do CBMERJ. De modo que houve uma redução no número de atendimentos clínicos e os
casos atendidos passaram a ser os de maior gravidade. Em relação aos atendimentos a
acidentes e violência, embora reduzidos em 2020, estes passaram a representar maior
porcentagem entre os atendimentos realizados pelo APH.

SÍNTESE

Ficou demonstrado que tanto a desvinculação do SAMU da corporação quanto a


pandemia do Covid-19 influenciaram no atendimento APH do CBMERJ na cidade do Rio de
Janeiro, resultando em modificações estruturais tanto no quantitativo quanto no perfil de
atendimento.

PALAVRAS-CHAVE: 1- Atendimento pré-hospitalar; 2- Corpo de Bombeiros Militar do


Estado do Rio de Janeiro; 3- SAMU; 4- Pandemia COVID-19.
INFLUENCE OF SAMU SECESSION AND PANDEMIA BY COVID-19
ON CBMERJ PRE HOSPITAL CARE IN 2020
This study aimed to analyze the reflexes of the secession of SAMU from CBMERJ and of the
pandemic by COVID-19 in CBMERJ prehospital care (PHC) in Rio de Janeiro city during
2020. We carried out a cross-sectional, retrospective study with a qualitative and quantitative
approach, in which the structural conformation of the prehospital service practiced by
CBMERJ was analyzed, as well as the evaluation of the response time and the number of
PHC events that occurred in Rio de Janeiro metropolitan region. Internal bulletins of
SEDEC/CBMERJ were reviewed and a comparative analysis of data provided by the
General Staff and made available by the General Directorate and Operational Control
Command through the PreHospital Care Operations Center carried out. We evaluated the
period from April 1 to September 30, 2019, corresponding to a period of joint operation
between SAMU and CBMERJ, and the same period in 2020, which includes both the
secession of SAMU from CBMERJ and the emergence of COVID-19 cases in Rio de
Janeiro. It was noticed that both the secession of SAMU from CBMERJ and the pandemic of
COVID-19 influenced CBMERJ PreHospital Care. So, there was a reduction in the number
of clinical events and the victims assisted were the more seriously ill.

KEYWORDS: Prehospital care; Fire Department of Rio de Janeiro; SAMU; Pandemic


COVID-19.
INTRODUÇÃO

A crescente e irrestrita propagação de uma nova cepa de vírus, denominada


SARS-COV-2, também conhecida como novo Coronavírus (COVID-19) levou ao
surgimento de uma pandemia. Esta foi declarada pela Organização Mundial da
Saúde (OMS) no dia 11 de março de 2020. No Brasil, o Governo Federal passou a
considerar a pandemia com situação de calamidade pública no dia 18 de março do
mesmo ano, tendo em vista os desdobramentos provocados com o surgimento da
nova doença, publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) n°53-A de
18 de março de 2020.
Tanto o Brasil quanto diversos países do mundo adotaram medidas radicais
contra a referida doença, como o fechamento e restrição do acesso a
estabelecimentos comerciais, de ensino e pesquisa, barreiras sanitárias,
recomendação de uso de máscaras e medidas de higiene como a lavagem das
mãos, dentre outros.
O número de infecções cresceu de maneira exponencial em diferentes
lugares do mundo, resultando em milhares de mortes, colapso do sistema de saúde
e a perda de controle da propagação do vírus em vários países. Entre os países do
mundo, o Brasil assume o segundo lugar no número de casos confirmados e de
mortes (3.582.362 pessoas infectadas e mais de 114.250 mortes - dados de 22 de
agosto de 2020 da página Coronavírus do Ministério da Saúde), provocados pela
pandemia, só apresentando menos casos que os Estados Unidos.
Como resposta ao avanço crescente da doença, entre outras medidas, foi
formulada a Lei nº 8.859, de 03 de junho de 2020, que estabelece a obrigatoriedade
do uso de máscaras respiratórias no âmbito do estado do Rio de Janeiro, enquanto
vigorar o estado de calamidade pública em virtude da pandemia do novo coronavírus
(COVID-19).
O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) se
propôs a desempenhar ações com o intuito de amenizar o número de casos de
contaminação na região e evitar o colapso do sistema de saúde estadual. Para
tanto, a corporação forneceu para seus militares tanto equipamentos de proteção
individual (EPI) quanto treinamento e orientações referentes ao atendimento a
indivíduos com suspeita ou diagnóstico de COVID-19.
Nesta mesma ocasião, ocorreu no Rio de Janeiro a desvinculação efetiva do
Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU 192 do Corpo de Bombeiros
Militar do Estado do Rio de Janeiro, que já havia sido regulamentada previamente
pelo Decreto nº 46.635 de 10 de abril de 2019.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) é uma política
desenvolvida no âmbito do Ministério da Saúde, executada de forma descentralizada
por estados e municípios e foi habilitado pela Portaria nº 945/2005. Suas atividades
administrativas e operacionais, exclusivamente na cidade do Rio de Janeiro, vinham
sendo executadas pela Secretaria de Estado de Defesa Civil, através do CBMERJ
conforme Decreto nº 43.022, de 10/06/2011. A vinculação foi um fato inédito, nunca
ocorrido em outros estados e municípios do país.
O processo de incorporação do SAMU Rio pelo CBMERJ, durante anos,
envolveu conflitos, inclusive relativos à adequação à norma federal vigente, no que
concerne à autoridade de regulação, descumprimento das normas de padrões
visuais de implementação do SAMU Rio, existência de regulação primária e
secundária, a existência de ambulâncias intermediárias com enfermeiros, entre
outros fatores.
Então, no mês de março de 2020, coincidindo com o surgimento da
pandemia, foi efetivada a transferência da responsabilidade pela prestação dos
serviços de regulação, bem como de toda gestão e operação do SAMU do município
do Rio de Janeiro, da Secretaria de Estado de Defesa Civil para a Secretaria de
Estado de Saúde, conforme publicado no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro.
Esta desvinculação permite que o SAMU Rio trabalhe em parceria e não mais
incorporado com os Bombeiros, que se responsabilizam pelo atendimento em vias
públicas, enquanto o SAMU prioriza o residencial, como os demais Serviços de
Atendimento Móvel de Urgência do resto do país. Com isso, espera-se uma redução
do número de atendimentos pré-hospitalares da corporação, bem como são
delimitadas suas funções conforme BOLETIM SEDEC/CBMERJ Nº 106 de18 de
junho de 2020.
O presente estudo teve por objetivo analisar os reflexos da desvinculação do
SAMU do CBMERJ e da pandemia pela COVID-19 no atendimento pré-hospitalar
prestado pelo CBMERJ no município do Rio de Janeiro, investigando as mudanças
estruturais e operacionais na conformação do pré-hospitalar na cidade do Rio de
Janeiro após a desvinculação do SAMU, e comparando o quantitativo dos
atendimentos a eventos clínicos e a acidentes e violência prestados pelo APH
CBMERJ antes e durante o aparecimento da pandemia de COVID-19 e após a
desvinculação do SAMU, além de verificar os efeitos, em relação ao tempo resposta
dos atendimentos de eventos de trauma externos prestado pelo CBMERJ antes e
durante surgimento da pandemia e após desvinculação do SAMU.

1 METODOLOGIA

Realizamos um estudo transversal, retrospectivo, de abordagem


qualiquantitativa, em que foi analisada a conformação estrutural do serviço de
atendimento pré-hospitalar praticado pelo CBMERJ no município do Rio de Janeiro,
bem como a avaliação do tempo resposta e do número dos atendimentos realizados.
As referências bibliográficas foram consultadas nos sites: Google
acadêmico,Scielo, Pubmed e no Catálogo de Dissertações e Teses da CAPES e do
CBMERJ.
As buscas das variáveis foram concretizadas através da apreciação dos
Boletins internos da SEDEC/CBMERJ e da análise comparativa dos dados, cedidos
pelo Estado Maior Geral e disponibilizados pela Diretoria Geral e Comando de
Controle Operacional (DGCCO) através do Centro de Operações de Atendimento
Pré-Hospitalar (COAPH).
Utilizamos como recorte o período de primeiro de abril a 30 de setembro de
2019, correspondente a um período de vinculação do SAMU ao CBMERJ, e do
mesmo período no ano de 2020, que compreende tanto a desvinculação do SAMU
da corporação quanto o surgimento de casos de COVID-19 no estado do Rio de
Janeiro e em outros estados do país.
Como variáveis analisamos a quantidade de ocorrências distribuídas pela
característica do evento considerando as principais causas de solicitação, a saber:
Acidentes e Violências e Eventos Clínicos;
Foi analisado o tempo resposta primário COGS/COAPH, contabilizando
desde a abertura do evento com a chamada telefônica para central de atendimento
até o empenho de uma viatura de socorro e seu despacho.
A investigação das mudanças estruturais na conformação do pré-hospitalar
praticado no município do Rio de Janeiro utilizamos como seguintes variáveis: a
quantidade de viaturas, tipos de viaturas, composição das viaturas indicando o
quantitativo de militares atuando por viatura de APH do CBMERJ e percentual de
acionamento por tipo de viatura.
Os dados quantitativos coletados foram armazenados em um formulário no
Microsoft Office Excel para posterior tratamento desses nesta ferramenta, bem como
analise da frequência, porcentagem e da média para as variáveis qualitativas e
quantitativas.

2 RESULTADOS

Baseando-se no Banco de dados do sistema SISGO do Centro de Operações


de Atendimento Pré-Hospitalar (COAPH) do CBMERJ, no período de abril a
setembro de 2019 foram registrados 175.197 atendimentos de APH no município do
Rio de Janeiro, sendo 90.832 (57%) desses atendimentos classificados como
clínicos e 54.529 (35%) atendimentos a acidentes e violência. Os demais
atendimentos como TIH,eventos psiquiátricos e ginecológicos e obstétricos somaram
juntos 13.526 (8%) atendimentos.
Em 2020 o número de atendimentos reduziu drasticamente. Foram
contabilizados 16.310 atendimentos, sendo 1.468 eventos clínicos e 14.688
atendimentos a acidentes e violência, de abril a setembro do ano corrente.

Tabela 1 – Distribuição de acionamentos por tipo de ocorrências no período de abril à setembro nos
anos de 2019 e 2020.
Tipos de ocorrências Contagem 2019 Percentual 2019 Contagem 2020 Percentual
2020

Eventos clínicos 90832 57,16% 1468 9%

14688
Acidentes e violências 54529 34,31% 90,06%
20
Ginecologia e obstetrícia 1780 1,12% 0,13%

Eventos psiquiátricos 11552 7,27% 34 0,21%


TIH
194 0,12% 100 0,6%
158.887
Total 100% 16.310 100%

Fonte: Os autores

Os eventos clínicos que tiveram destaque em proporção de solicitações em


2019 foram: alteração do nível de consciência (14.647), seguida de dispneia
(10.951) e crise convulsiva (7.406). Já no ano de 2020, foram: parada
cardiorrespiratória (240), alteração do nível de consciência (135) e desmaio/síncope
(73).

Tabela 2- Distribuição de eventos clínicos por mês no período de abril à setembro de 2019 e 2020.
EVENTO/
MÊS

SETEMBRO 2019

SETEMBRO 2020
AGOSTO 2019

AGOSTO 2020
JUNHO 2019

JUNHO 2020

JULHO 2019

JULHO 2020
ABRIL 2019

ABRIL 2020

MAIO 2019

MAIO 2020

A ser
definido
pelo 1948 117 2293 79 1887 44 1702 47 1544 79 1704 92
profissional
de saúde
Alergia/
13 0 12 0 14 0 19 1 15 1 23 2
anafilaxia
Alteração
do nível de 2649 12 2752 6 2371 10 2465 17 2377 38 2033 52
consciência
Cefaleia 135 0 101 1 93 1 75 2 82 0 73 1
Crise
1191 11 1227 4 1223 8 1315 10 1191 20 1259 20
convulsiva
Déficit
sensitivo- 346 1 350 0 315 1 291 4 304 6 320 1
motor
Desmaio/
552 12 560 5 499 9 621 16 630 13 571 18
síncope
Diarreia 83 1 94 0 63 0 46 1 43 2 64 1
Dispneia 1762 20 1855 9 1845 3 1862 9 1827 10 1800 13
Distúrbio
hidroeletro-
lítico/ 36 0 44 0 43 0 30 0 42 34 0
desidrata-
ção
Distúrbios
do trato 46 0 62 0 38 0 59 0 38 57 0
urinário
Dor
483 0 433 0 328 2 363 0 411 1 422 3
abdominal
Dor em
338 0 439 0 325 0 313 1 270 3 270 2
membros
Dor nas
259 2 211 0 241 0 261 0 223 2 233 6
costas
Dor
torácica(<2 472 4 533 4 560 2 569 4 535 7 543 2
horas)
Dor
torácica(>2 94 0 81 0 128 1 123 1 105 8 89 1
horas)
Febre 352 18 385 9 191 1 153 3 70 2 71 3
Hemorragia 151 3 176 0 147 0 162 0 138 3 176 0
não
traumática
Hipoglice-
mia/hiper- 239 1 274 0 254 1 308 0 231 1 251 3
glicemia
Náuseas/
229 9 232 0 254 1 247 0 185 4 171 5
vômitos
Obstrução
de vias
aéreas por
27 2 18 3 32 5 22 2 19 12 15 3
corpo
estranho
(OVACE)
Olhos/ouvi-
dos/nariz/ga 9 0 9 0 1 0 3 8 1 3
rganta
Outros(es-
pecificar na 3011 63 3162 30 3267 25 3244 26 3184 35 3274 58
observaçã)
Parada
cárdio-
596 26 683 10 604 9 589 15 554 62 523 118
respiratória
(pcr)
Tonteira/
213 1 218 2 153 1 179 4 199 5 163 6
vertigem
Recém-
0 1 0 0 0 1 3 0 1
nascido
Fonte: Os autores

Em relação aos atendimentos a acidentes e violência realizados no ano de


2019 e 2020, considerando os meses entre abril e setembro, percebe-se uma
redução no número de atendimentos no ano de 2020, sendo mais expressiva nos
eventos de colisão (8.438), apoio operacional ao SAMU (6.875), queda de pessoa
(5.678) e atropelamento (5.377) em 2019, e em 2020 os eventos de colisão (6.649),
apoio operacional (1.795), seguidos de queda de veículo (1.722) e atropelamento
(1.583).

Tabela 3- Número e percentual de atendimentos classificados como eventos de Acidentes e Violência


no período de abril à setembro de 2019 e 2020.
Tipos de eventos – Acidentes e Número de % Número de %
Violência eventos 2019 eventos 2020
Acidentes com Produtos 03 0,005% 01 0,005%
Perigosos
Acidentes Diversos 4542 8,33% 110 0,75%
Acidentes Náuticos 01 0,002% 01 0,005%
Agressão 5501 10,09% 398 2,71%
Apoio operacional 98 0,18% 1537 10,47%
Apoio Operacional de APH ao 9406 17,25% 57 0,39%
SAMU
Arrombamento 49 0,09% 42 0,29%

Atropelamento 7356 13,49% 1355 9,23%


Busca de pessoas 03 0,005% 04 0,029%
Capotagem de veículo 660 1,21% 355 2,42%
Captura/Salvamento de animais 44 0,08% 16 0,11%
Colisão de veículos 11543 21,17% 5581 38%
Combate a inseto 35 0,065% 20 0,14%
Constatação de óbito 2731 5,01% 268 1,93%
Constatação de Óbito / Apoio 0 0% 756 5,25%
SAMU
Corte de Árvore 25 0,04% 0 0%
Deslizamento/desabamento 60 0,11% 34 0,33%
Escapamento de gás 150 0,24% 51 0,35%
Eventos especiais 267 0,49% 22 0,25%
Explosão 16 0,03% 9 0,064%
Falso aviso 92 0,17% 73 0.50%
Fogo em Vegetação 32 0,04% 23 0,26%
Fogo em veículo 153 0,28% 130 0,89%
Fogo em Via Pública 63 0,08% 30 0,21%
Incêndio 1014 1,86% 972 6,82%
Negligência/violência 374 0,65% 1 0,005%
doméstica/maus tratos
Queda de Pessoa 7765 14,24% 913 6,22%
Queda de veículo 1668 3,06% 1474 10,05%
Queimadura 82 0,13% 03 0,02%
Salvamento de pessoa 796 1,60% 452 2,80%
Fonte: Os autores

Ao investigar as mudanças estruturais na conformação do pré-hospitalar


praticado no município do Rio de Janeiro, encontramos os seguintes resultados:
Com a desvinculação do SAMU todas as viaturas de APH passaram a realizar
a regulação com o médico regulador através do numero telefônico 193, no qual o
COCB transfere a chamada para o médico, o qual faz as orientações cabíveis
quanto ao atendimento. Anteriormente, a forma de regular o evento se dava através
no número do SAMU 192 com o médico regulador secundário.
Em 2019, tínhamos um quantitativo de 15 viaturas avançadas, 18 viaturas
intermediárias e ainda 24 viaturas de APH básicas, sendo essas ultimas compostas
por três praças sendo dois militares do corpo de saúde. Em 2020, com a
desvinculação do SAMU do CBMERJ, o número de viaturas passou a ser distribuído
conforme tabela abaixo:
Tabela 4- Número de ambulâncias do CBMERJ no município do Rio de Janeiro e sua distribuição
pelas bases da Corporação em 2020.
AVANÇADA INTERMEDIARIA BASICA SAMU
DBM 1/1 Catete DBM 1/19 Ilha do Fundão DBM 2/13 Sepetiba 11º GBM Vila Isabel
GBS - Barra da DBM 2/24 Parada de Lucas DBM 4/M Barra de 12º GBM Jacarepaguá
Tijuca DBM 1/24 Ricardo de Guaratiba
13º GBM Campo Grande
1º GBM Humaitá Albuquerque DBM 1/11 Benfica 19º GBM Ilha do
11º GBM Vila PABM 1/GBS Recreio dos 3º GMAR Copacabana Governador
Isabel Bandeirantes
1º GMAR Botafogo
8º GBM Campinho DBM 3/GOCG Caju 1º GSFMA Alto da Boa
GOCG – Central 19º GBM Ilha do Vista
12º GBM Governador
25º GBM Gávea
Jacarepaguá DBM 1/2 Ramos
13º GBM Campo 28º GBM Penha
DBM 1/1 Catete
Grande 2º GBM Méier
2º GMAR Barra DBM 1/8 Realengo
8º GBM Campinho
da Tijuca 2º GBM Méier
DBM/Escola Gudalupe
DBM/Escola 17º GBM Copacabana
Guadalupe DBM 1/13 Santa Cruz
24º GBM Irajá
DBM 1/2 Ramos
DBM 1/13 Santa Cruz DBM 1/24 Ricardo de
25º GBM Gávea Albuquerque
28º GBM Penha DBM 1/8 Realengo
DBM 1/GOCG Santa
Teresa
DBM 2/24 Parada de
Lucas
DBM 3/13 Guaratiba
DBM 3/GOCG Caju
GBS - Barra da Tijuca
GOCG - Central
Fonte: Os autores

Quanto aos acionamentos por classificação de viaturas, numa visão geral,


avaliando atendimentos clínicos e a acidentes e violência juntos, a configuração de
acionamentos no período de abril a setembro de 2019 e no mesmo período de 2020
foi a seguinte:

Gráfico 1- Acionamento de APH por tipo de viatura.


Fonte: Os autores
A maioria dos atendimentos foi realizada por viaturas intermediárias em 2019:
40% dos eventos clínicos e 37% referente aos atendimentos a acidentes e
violências.
Em 2020 as viaturas avançadas (53%) foram acionadas mais vezes para os
atendimentos clínicos. Já em relação aos acionamentos para atendimento aos
acidentes e violência, as viaturas intermediárias de APH foram acionadas 51% das
vezes, e as viaturas básicas que mantiveram o número de acionamentos
relativamente baixo (8%).

Tabela 5- Distribuição de acionamento quanto ao tipo de viatura de APH do CBMERJ.


TIPOS DE QUANTIDADE QUANTIDADE QUANTIDADE QUANTIDADE
VIATURA DE DE DE DE
ACIONADA ACIONAMENTO ACIONAMENTO ACIONAMENTO ACIONAMENTO
PARA PARA PARA PARA
ATENDIMENTO ATENDIMENTO ATENDIMENTO ATENDIMENTO
CLÍNICO 2019 CLÍNICO 2020 Acidentes e Acidentes e
Violência 2019 Violência 2020
VIATURA 8517 583 3522 1101
AVANÇADA
(AVA/A)
VIATURA 12271 425 4048 1355
INTERMEDIARIA
(INT/I)
VIATURA 8975 96 3146 203
BÁSICA (BAS/B)
SEM DEFINIÇÃO 49306 306 18658 498
DE VIATURA
TIH 50 0 13 0
BARIÁTRICA 546 0 177 0
(BAR)

Fonte: Os autores

Ao comparar o tempo resposta dos eventos atendidos por viaturas do APH do


CBMERJ nos anos de 2019 e 2020 no período já descrito, percebe-se redução de
tempo resposta em todos os itens, somente havendo um aumento no tempo de
despacho até o deslocamento que teve uma discreta elevação.

Tabela 6 - Média de tempo resposta aos eventos em 2019 e 2020 no período correspondente a 01 de
abril a 30 de setembro de cada ano.
Ano/ Criação até Despacho até Deslocamento Criação até Criação até
tempo Despacho Deslocamento até Chegada Deslocamento Chegada
2019 00:09:20 00:03:12 00:47:48 00:08:10 00:53:15
2020 0:06:56 0:05:35 0:31:58 0:07:30 0:31:08
Fonte: Os autores
3 DISCUSSÃO

Comparando um período correspondente a seis meses, de abril a setembro


nos anos de 2019 e 2020, podemos observar que houve, além da redução drástica
no número de atendimentos pré-hospitalares realizados pelo CBMERJ, tanto nos
atendimentos clínicos como a eventos de acidentes e violência, uma inversão do
percentual de atendimento clínico em relação aos atendimentos a acidentes e
violência, que embora reduzidos, esses últimos passaram a representar maior
porcentagem dentre o atendimento realizado pelo APH do CBMERJ .
Segundo o Ministério da Saúde, os acidentes e as violências se caracterizam
por um conjunto de agravos à saúde, capazes de levar ou não o indivíduo a óbito.
As causas acidentais incluem as quedas, envenenamentos, acidentes de trânsito e
trabalho; além das causas intencionais como agressões e lesões autoprovocadas. A
classificação Internacional de Doenças – CID (OMS, 1985; OMS, 1995) conceitua
esse conjunto de eventos como causas externas.
Entre as demandas de urgências e emergências, além dos agravos
traumáticos, os eventos clínicos também representam causas importantes de
morbimortalidade no mundo e no Brasil.
Desse modo, as urgências clínicas e traumáticas demandam uma resposta
rápida para melhorar a sobrevida do paciente. O sistema de APH tem a finalidade de
atender vítimas em situação de urgência e emergência, antes da sua chegada ao
hospital (BRASIL, 2000).
Em 2019 o atendimento clínico representava a maior parte (57,16%) dos
atendimentos realizados pelo CBMERJ, enquanto no mesmo período do corrente
ano passou a representar 9%. E os acidentes e violências passaram a representar
quase que a totalidade ( 90,06%) dos atendimentos.
O aumento na proporção a atendimentos de acidentes e violência em relação
aos eventos clínicos era esperado devido a desvinculação do SAMU da corporação,
que permitiu que o serviço de pré-hospitalar retomasse suas características de
atendimento em vias públicas, ao transferir os atendimentos clínicos domiciliares ao
SAMU.
O SAMU tem por objetivo resguardar a vida das pessoas, garantindo
agilidade e qualidade do APH. O serviço tem o potencial de reduzir a
morbimortalidade e sua central de regulação atua como ordenador da atenção à
urgência e faz a integração das redes de atenção em saúde. Cada Unidade da
Federação assume características de acordo com suas especificidades, mas são
norteadas pelas diretrizes gerais da Política Nacional de Atenção às Urgências
(PNAU). O SAMU foi normatizado para prestar um serviço que vinha sendo realizado
pelo Corpo de Bombeiros e Polícia Militar (SILVA, 2010).
A desvinculação do SAMU da corporação não justificaria a redução dos
atendimentos a acidentes e violência pelo CBMERJ no período estudado, visto que
esse é o perfil de atendimentos esperado, porém a justificativa se encontra na
ocorrência da pandemia do novo coronavírus que ocorreu concomitante à
desvinculação do SAMU, e que estabeleceu medidas de restrições que reduziram o
quantitativo de atendimentos realizados pelo APH.
Como medidas restritivas em relação ao novo coronavírus, citamos o Decreto
RIO nº 47282, de 21 de março de 2020, que determinou a adoção de medidas
adicionais, pelo Município, para enfrentamento da pandemia do novo Coronavírus -
COVID-19, dentre as quais o fechamento das escolas, academia, comércio. Nesse
período de isolamento social houve redução do número de pessoas e veículos
circulando nas ruas e, como consequência, a redução de acidentes de trânsito no
Rio de Janeiro.
Diante disso, de acordo com dados do DETRAN RJ (2020), no período do
isolamento social, entre março e setembro, houve redução de 8.035 pessoas como
vítimas de acidente no trânsito, configurando uma diminuição de 47% em
comparação com o mesmo período do ano de 2019. A maior queda nos índices se
deu no mês de abril, com queda de 70%.
O estudo revelou uma redução no número absoluto de atendimentos a
acidentes de trânsito como atropelamento, colisão, queda de moto e capotagem de
veículos no período de abril a setembro de 2020 em relação ao ano anterior. Essa
redução mostra que a pandemia e as medidas de isolamento impactaram de forma
acentuada no atendimento pré-hospitalar do CBMERJ, provocando redução no
número de atendimentos aos acidentes.
A respeito dos eventos clínicos realizados em 2019, houve registros de APH a
casos de baixa gravidade como tontura, cefaléia, náuseas, dores nas costas e
distúrbio do trato urinário. E em 2020 o número de atendimentos a esses casos foi
reduzido expressivamente, havendo casos que passaram a zero , como no caso de
atendimento a distúrbios do trato urinário. De modo que o APH do CBMERJ, em
eventos clínicos, se lançou a eventos de maior gravidade como parada
cardiorrespiratória (com 240 atendimentos) e alteração do nível de consciência (com
135 atendimentos), demostrando melhor utilização dos recursos pela população.
A pandemia da COVID 19 também influenciou na redução do número de
atendimentos clínicos e no aumento da gravidade dos eventos socorridos pelas
guarnições do CBMERJ, uma vez que a população se mostrou receosa pelo
contágio do vírus, e passou a retardar a busca pelo serviço de saúde, procurando
atendimento apenas diante de quadros mais graves.
Na estrutura do APH do CBMERJ ( considerada como viaturas disponíveis na
malha, seus tipos e a regulação de eventos), foi evidenciado que a maior alteração
se deu na redução do número de viaturas básicas, que no ano de 2019 era em torno
de 24 e que, em 2020 após desvinculação do SAMU da corporação, reduziu para
cinco. Com a redução das viaturas, houve melhor ajuste dos recursos humanos pela
redistribuição das praças excedentes. O quantitativo das viaturas intermediárias e
avançadas não sofreu importantes alterações no quantitativo.
Com relação aos atendimentos realizados pelas viaturas classificadas de
acordo com o tipo: avançadas, intermediárias e básicas, em 2019 as viaturas
intermediárias e básicas somadas fizeram o maior número de atendimentos, seja por
que o número de viaturas era maior, bem como o tipo de evento clínico de menor
gravidade era predominante nos atendimentos do APH. No corrente ano, o maior
número de atendimentos clínicos foi realizado pela avançada, seguido pela
intermediária e, em menor número, pelas viaturas básicas. Como já explicado, os
atendimentos clínicos em 2020 passaram a ser em menor número mas maior
gravidade, sendo necessário suporte avançado de vida.
Quanto aos atendimentos aos casos de acidentes e violência, no presente
ano houve predominância no acionamento das viaturas intermediárias seguido pelas
viaturas avançadas, o que pode ser justificado pelo emprego majoritário das viaturas
avançadas para eventos clínicos de gravidade como PCR. O atendimento realizado
pelas viaturas básicas mostrou-se baixo, devido ao pequeno número de viaturas na
malha atualmente.
Com a desvinculação do SAMU, a mudança na regulação através do 193
garantiu um forma mais rápida de realizar a regulação do atendimento com o
médico, visto que ao realizar a ligação com pelo 193, o atendimento é instantâneo
pelo militar do Centro de Operações do Corpo de Bombeiros (COCB) que transfere
para o médico. Anteriormente quando a ligação se dava pelo 192 havia o primeiro
atendimento pelo técnico auxiliar de regulação médica (TARM), que realizava
diversas perguntas para triagem dos casos e somente após realizava a transferência
da ligação para o médico regulador, visto que havia uma demanda muito maior de
atendimento.
É importante enfatizar que as urgências clínicas e traumáticas demandam
uma resposta rápida para melhorar a sobrevida do paciente. O sistema de APH tem
a finalidade de atender vítimas em situação de urgência e emergência, antes da sua
chegada ao hospital (BRASIL, 2005).
O serviço de APH é o primeiro estágio de tratamento dado à vítima que se
encontra em sofrimento e em condições que ameaçam sua vida. Esse atendimento é
feito pelos socorristas antes da chegada da vítima ao hospital e o objetivo é que o
tempo resposta seja o menor possível.
No estudo em tela, percebeu-se uma redução do tempo resposta aos
chamados de APH do ano de 2019 para 2020. Isso deve-se ao fato de durante a
Pandemia de COVID-19, serem propostas medidas restritivas com isolamento social,
reduzindo o tráfego de pessoas e veículos, favorecendo um trânsito livre de
engarrafamentos, permitindo assim a chegada mais rápida das viaturas de
atendimento pré-hospitalar ao local solicitado.
A desvinculação do SAMU da Corporação reduziu número de atendimentos
clínicos, que favoreceu a redução do tempo de despacho da viatura após a chegada
da solicitação, visto que mais viaturas permanecem disponíveis para os
atendimentos, e que retoma sua característica de atendimento a vítimas de
acidentes e violências, ficando o atendimento clínico domiciliar, que gera uma
grande demanda, a cargo do SAMU.
Dentre as limitações do estudo está o curto período de tempo para realização
da pesquisa, bem como o pequeno espaço de tempo em que o SAMU encontra-se
desvinculado do CBMERJ.
CONCLUSÃO

Pode-se concluir com esse estudo, dentro de suas limitações, que tanto a
desvinculação do SAMU da corporação quanto a pandemia do COVID-19
influenciaram no atendimento APH do CBMERJ, tanto na estrutura ao modificar a
quantidade dos tipos de viaturas e forma de regular os eventos, bem como na
quantidade dos atendimentos realizados.
Ficou evidenciado que a desvinculação do SAMU influenciou positivamente
na alteração da configuração dos atendimentos prestados, que teve o perfil invertido,
reduzindo significativamente os atendimentos a eventos clínicos para atuar
predominantemente nos eventos de acidentes e violência, retomando assim as
características intrínsecas da corporação no APH em via pública.
A pandemia influenciou no APH da corporação, principalmente pelas medidas
de restrição que promoveram o distanciamento social que culminou com a redução a
circulação de pessoas e carros nas vias públicas, culminando em diminuição no
número de acidentes de trânsito e, consequentemente, no número de atendimentos
prestados pela corporação.
Espera-se que com a retomada do CBMERJ aos atendimentos de acidentes e
violências de forma prioritária, ocorra uma maior redução do tempo resposta aos
atendimentos. Ficou evidenciada a necessidade da conscientização da população
sobre as mudanças de hábitos no trânsito que serão capazes de manter reduzidos
os números de acidentes, como ocorreu durante o período de restrição com a
pandemia, bem como o estabelecimento de medidas educativas para a população
entender os casos que demandam necessidade do acionamento das viaturas de
pré-hospitalar, sejam do SAMU ou do CBMERJ, haja vista que o emprego adequado
garante a chegada precoce do atendimento aos casos de maior gravidade.

Declaração de conflito de interesses: A Cap Alessandra Oliveira é enfermeira,


servindo no 1/13° DBM e a Cap Thaís Gouvêa é enfermeira, servindo no 7° GBM.
REFERÊNCIAS

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https://www.jusbrasil.com.br/diarios/236782169/doerj-poder-executivo-11-04-2019-
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https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7107565/. Acesso em: 15/08/2020.
LEGENDAS DAS TABELAS E FIGURAS

Tabela 1. Distribuição de acionamentos por tipo de ocorrências no período de abril à


setembro nos anos de 2019 e 2020.
Tabela 2. Distribuição de eventos clínicos por mês no período de abril à setembro
de 2019 e 2020.
Tabela 3. Número e percentual de atendimentos classificados como eventos de
Acidentes e Violência no período de abril à setembro de 2019 e 2020.
Tabela 4. Número de ambulâncias do CBMERJ no município do Rio de Janeiro e
sua distribuição pelas bases da Corporação em 2020.
Tabela 5. Distribuição de acionamento quanto ao tipo de viatura de APH do
CBMERJ.
Tabela 6. Média de tempo resposta aos eventos em 2019 e 2020 no período
correspondente a 01 de abril a 30 de setembro de cada ano.
Gráfico 1. Acionamento de APH por tipo de viatura.

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