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Literatura da Informação

A literatura de informação é um segmento do Quinhentismo, o primeiro movimento literário


no Brasil, que surgiu após a chegada dos colonizadores portugueses. Seu objetivo principal
era informar sobre o que ocorria na colônia portuguesa. Um exemplo proeminente dessa
forma de escrita é a carta de Pero Vaz de Caminha, redigida durante a chegada da esquadra de
Pedro Álvares Cabral às terras brasileiras. A literatura de informação foi predominante até o
início do século XVII.
Caracterizada por descrever o processo de domínio português sobre o território brasileiro, a
literatura de informação fornecia relatos detalhados sobre as descobertas, conquistas
territoriais, interações com os povos nativos e outros aspectos relacionados à colonização.
Essa forma de produção literária desempenhou um papel fundamental na documentação e na
compreensão dos primeiros anos da presença portuguesa no Brasil, contribuindo para a
construção da identidade e história do país.
Reflete uma visão eurocêntrica e teocêntrica dos viajantes e cronistas que chegaram ao Brasil
durante o período colonial. Esses relatos desvalorizavam a cultura dos indígenas brasileiros,
pois os autores, geralmente cristãos, acreditavam na necessidade de catequização dos nativos.
Esses textos são mais valorizados pelo seu valor histórico do que estético, embora apresentem
elementos narrativos e sejam altamente descritivos, retratando detalhadamente pessoas,
animais, objetos e paisagens do Brasil. Além disso, os cronistas frequentemente especulavam
sobre a existência de ouro nas terras brasileiras.
Algumas das principais obras desse gênero incluem a Carta de Pero Vaz de Caminha (1500),
a Carta de Lisboa (1502) de Américo Vespúcio, e obras de autores como Manuel da Nóbrega,
Hans Staden, Pero de Magalhães Gândavo, Jean de Léry, Fernão Cardim e Gabriel Soares de
Sousa. Essas obras são fundamentais para entendermos os primeiros contatos entre os
europeus e os povos indígenas no Brasil colonial, bem como as primeiras impressões dos
colonizadores sobre a terra recém-descoberta.
A literatura de informação no contexto do Brasil colonial apresenta uma série de curiosidades
fascinantes. Produzida por uma variedade de autores, incluindo exploradores, cronistas,
missionários e administradores coloniais, esses relatos desempenharam um papel crucial na
documentação e descrição da colônia portuguesa no Novo Mundo.
Os autores enfrentavam uma série de desafios ao escrever suas obras, desde barreiras
linguísticas até condições adversas de viagem e falta de recursos de escrita. No entanto, esses
desafios adicionais apenas ressaltam a importância e o impacto desses relatos.
Além de descrever aspectos sociais, culturais e geográficos da colônia, muitos desses textos
também tinham um caráter científico, fornecendo informações valiosas sobre flora, fauna,
recursos naturais e outros aspectos da biodiversidade e geografia do Brasil.
A literatura de informação teve um impacto significativo na percepção europeia sobre o Novo
Mundo, influenciando atitudes, políticas e estratégias coloniais. No entanto, também levanta
questões importantes sobre representação, poder e colonialismo, destacando a necessidade de
uma análise crítica desses relatos para entender suas limitações e distorções.

Fontes:

Williams Boaz Fernandes da Silva


Maceió – Alagoas

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