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Esta é uma obra de ficção. Os fatos aqui narrados são produto da imaginação. Qualquer semelhança
com nomes, pessoas, locais, fatos ou situações da vida real deve ser considerado mera coincidência.
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Imagens da Capa:
Portfólio Pixels
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Do Rio de Janeiro, as notícias do Tavinho começavam a chegar, ele já
estava acomodado no quartel e se adaptando por lá. Meu pai contava as
novidades e fazia questão de encher minha cabeça dizendo que precisava
seguir os passos do irmão, um verdadeiro exemplo de macho. Era comum
falarmos sobre isso na maior parte do tempo, e por diversas vezes, fora
bastante ríspido também na frente do Luiz Carlos, o que me destruía por
dentro. O fato é, a cada dia meu pai estava mais insuportável, e tudo piorou
quando minha mãe ficou acamada por uma semana. Os médicos não haviam
descoberto o que ela tinha, e por causa de suas dores, precisei deixar o
trabalho com os animais para ater-me às tarefas domésticas.
De manhã eu organizava a cozinha e tinha que preparar o almoço, era
quando meu pai e meu tio chegavam para se alimentar. Eu não sabia cozinhar,
e por isso tinha que ouvir os dois falarem mal do arroz empapado ou do feijão
salgado. Quando era carne então, nem se fala. Em um daqueles almoços,
cansado de ouvir os murmúrios, acabei por não comer, mas sim ir dar uma
volta no quintal, foi quando passando próximo ao estábulo, vi o Luiz Carlos
sentado abaixo de uma árvore descansando para retornar ao trabalho. Nossos
olhares se encontraram de longe, e ele, bastante sem graça, ajeitou o chapéu
cumprimentando-me com um aceno de cabeça, foi quando resolvi me
aproximar e sentei ao seu lado.
— Posso falar com você? — questionei e ele meio que exibiu um
sorrisinho nervoso.
— Só se eu puder falar primeiro — contrapôs ajeitando-se, e eu senti um
nó na garganta.
— Tudo bem. Pode falar — Sorri e ele desviou o olhar.
— Sobre o que seu pai anda falando — prosseguiu e aquilo fez minha
boca amargar — Não liga não. Você é especial do seu jeito, não precisa imitar
os outros para ser algum tipo de exemplo.
Senti-me sem ar.
— Eu já não ligo pra isso — Expliquei com a voz a falhar, percebendo
que já há dias ele parecia estar com aquilo entalado na garganta. — Aliás,
nunca me importei. Para mim, a opinião do meu pai já não conta há muito
tempo.
O garoto esboçou um sorrisinho conferindo os arredores, e voltou a olhar
em direção ao meu rosto, para os meus olhos.
— Mas e então, o que você queria dizer?
— Na realidade, queria pedir para não ficar grilado com o que houve
aquela tarde — olhei para ele e percebi que ficara sem graça, certamente Luiz
Carlos pensara que nunca tocaríamos naquele assunto novamente — E mais,
não precisa se preocupar com que alguém fique sabendo. No que depender de
mim, será como se nunca houvesse acontecido — ele me encarou fixo e meu
corpo amoleceu com seu cintilante olhar. Sua face agora mudava de feição, e
de tranquilidade, ele esboçou um ar de repreensão.
— E quem disse que eu estou com vergonha do que aconteceu? — murmurou se
aproximando, conferindo os arredores enquanto falava — Somos rapazes
crescidos, e sabemos muito bem o que fazemos — murmurou desfazendo a
feição amarrada para então bagunçar meus cabelos — Apenas esqueça isso,
tudo bem? — Adorava quando ele tocava meu corpo.
— Então, sem grilos? — questionei exibindo um sorrisinho.
— Sem grilos — ele sorriu, e levantando-se, estirou a mão ajudando-me a
levantar. Ao longe, meu pai deixava a casa grande em companhia do meu tio.
A hora de voltar ao trabalho retornava.
— Ei — ele me chamou pelas costas quando eu já estava de saída — Vai
demorar a voltar para os cavalos? — questionou apontando o estábulo com
um sugestivo acenar de cabeça.
— Talvez a semana que vem — eu disse sorrindo para ele — estou apenas
esperando minha mãe melhorar.
[...]
Só que a “semana que vem” foi de piora. O frio na serra retornou e meu
pai achou por bem mandar-nos para passar alguns dias na casa da minha tia, na
capital. Ele nos deixou lá em uma manhã de segunda-feira, e retornou porque
não podia deixar as criações apenas sob os cuidados do meu tio. Assim, passei
quase uma semana completa em Goiânia, aproveitando cada momento ali,
conhecendo a rotina urbana. Todos os dias saía de casa em companhia de uma
das minhas primas, para passear pela cidade, mas como elas eram mais velhas e
já tinham namorados, não dava para ficar no pé o tempo todo. Acabou que em
uma daquelas tardes, resolvi caminhar sozinho, respirar o ar das ruas arredores,
gastar tempo. Foi enquanto eu fazia esta caminhada, que percebi o clima outra
vez fechar e a chuva chegar. Como não daria tempo para alcançar a rua da casa
evitando me molhar, me enfiei abaixo da primeira marquise que encontrei, era
justamente a de um antigo sebo que havia naquela avenida.
Ali, olhando a enxurrada correndo pela rua, sem ter para onde ir, precisei
fazer algo para entreter minha mente, resolvi assim folhear alguns livros e
revistas do local.
Andando despreocupadamente pelas sessões, perdendo-me entre as
estantes, me percebi chegar a uma área afastada, mais aos fundos da loja.
Reparei que entre as várias revistas mal organizadas que havia ali, algumas
escondidas por detrás de outras exibiam conteúdo proibido, de nudez em suas
capas, o que era praticamente raridade encontrar nas bancas. Quando digo
raridade, é necessário compreender que à época, a ditadura militar tinha
implicância com a comercialização deste tipo de conteúdo, mas ainda assim, os
donos de sebos sempre davam um jeitinho de revender o material, já que a
fiscalização ainda não era tão acirrada.
Ao perceber a silhueta feminina despida exibindo-se por detrás das outras
revistas, senti meu coração acelerar e a curiosidade atiçou. Olhei ao redor,
certifiquei-me de que o vendedor estava bem longe, no balcão, e tomei-a
colocando no centro de outra revista que abri para disfarçar, então passei a
folheá-la com o coração acelerado. Meus olhos se encheram com as
descobertas que fiz. Foi como encontrar as respostas para muitos
questionamentos sexuais que eu tinha, os quais não havia com quem dividir,
nem mesmo com o Luiz Carlos.
Aquela sensação de formigamento, a sensibilidade que sentia em meu
orifício sempre que estávamos nos beijando às escondidas, aquele desejo
insano de senti-lo encaixado em mim quando ficava a deslizar suas mãos pela
minha bunda, não era algo tão absurdo assim como eu pensava. No início eu
tivera minhas dúvidas quanto à possibilidade, mas agora, ao ver o conteúdo
explicito de penetração anal, logo contemplei que era possível sim uma
interação sexual ainda mais intensa entre garotos. Não preciso dizer que contei
os dias para estar novamente na fazenda, e quando minha mãe melhorou e
retornamos, permaneci com a ideia fixa de que Luiz Carlos precisava concluir
o que começamos no estábulo.
[...]
— Você tem certeza? — Ele sussurrou observando meu pai distante a
carregar alguns carrinhos de lenha para dentro. Falar sobre nossa relação
secreta enquanto ele estava na fazenda, era bastante arriscado.
— Só se você quiser — Retruquei sentindo as entranhas darem um nó.
Estávamos afastados da casa grande, colocando água para os cavalos e
trocando a ração nos cochos. Houve um instante de silêncio, então murmurei
— Eu gosto muito de você, e sei que sente o mesmo. Então, acho que
devemos... — sussurrei quase me engasgando — devemos fazer novamente.
— completei observando-o olhar ao redor, tremendo de nervosismo.
— Não fala assim — Ele retrucou e percebi seus braços vacilarem ao erguer
o saco de ração — Você não tem noção do quanto tenho pensado naquilo — ajeitando
o chapéu, me indicou o estábulo, eu o segui.
— E eu também — Sussurrei quando entramos. Ele colocando a cabeça
para fora a fim de conferir os arredores.
— Então se você acha seguro, é claro que eu também quero — falou
tremendo, e então, certo de que ninguém nos observava, tomou meu rosto e
juntou nossos lábios. Foi um selinho rápido, porém quente como os que
vínhamos dando às escondidas. A proximidade de nossas bocas sempre
deixavam minhas pernas bambas, e a barba dele roçando minha face,
despertava uma ebulição de desejos — Queria levar você para lá agora —
zombou indicando o quartinho com a cabeça. Eu sorri.
— Desta vez eu tenho uma surpresa para você — sussurrei e o observei
ajeitar o chapéu — Tenho certeza que vai gostar.
— E o que é? — ele questionou curioso com a voz trêmula. Seus olhos
verdes conferindo o ambiente lá fora, mas eu nada disse sobre o que vira na
revista. Quando se virou, sentiu minhas mãos tocarem sua testa, ajeitando os
fios que escapavam para fora do chapéu.
— Você só vai saber hoje à noite — Tornei a dar-lhe um selinho roubado,
e então, respirando profundamente, voltamos a nossos afazeres.
[...]
— Ufa. Já estava pensando que não viria mais — Luiz Carlos me
aguardava lá dentro quando entrei. Sua respiração estava ofegante e ele tremia
quando me tocou.
— Tive que esperar todos dormirem. — Sorri sentindo suas mãos
acariciarem meus braços e então ele foi conferir os arredores antes de
prosseguirmos.
— Como você fez para sair sem que seus pais soubessem? — questionou
travando a porta para nossa maior segurança. Um cavalo relinchou e eu senti
meu sangue congelar.
— Pulei a janela — murmurei, sentindo-me apreensivo — Mas deixemos
de conversa, não podemos perder tempo, certo? — peguei sua mão e senti um
arrepio subir pelo meu corpo. Por mais que eu a conhecesse das várias vezes
em que nos beijamos escondidos, naquela noite em especial, aparentava estar
maior e mais quente — Temos que aproveitar cada minuto — o senti envolver
seus dedos entre os meus, e Luiz Carlos me seguiu, rumo ao quartinho nos
fundos do estábulo.
Quando passei pela portinha, ouvindo o vento zumbir pelas frestas na
madeira, ele sussurrou para que eu tivesse cuidado, e então senti o tecido
macio abaixo das minhas botas. Não era possível visualizar nada, já que a
escuridão engolia todo o lugar.
— Fiz uma cama para a gente, enquanto você não chegava — ele sorriu
abraçando-me por detrás, com o nariz em minha nuca, então me virei,
contente com seu cuidado. Morrendo de tesão, apoiei o cobertor sobre o
caixote que ainda estava ali, enlacei seu pescoço, e em seguida nossos lábios se
encontraram. Deslizando minhas mãos frias pela sua nuca, pude sentir as
orelhas pontudinhas. As acariciei fazendo movimento circulares na pontinha e
senti ele resfolegar de desejo.
— Estava com saudades de sentir você mais pertinho — murmurei
quando ele passou a afagar meu cabelo, acariciando meu pescoço,
pressionando meu corpo contra si.
— Acho que nunca desejei com tanta força que uma tarde chegasse ao fim
— ele sorriu com zombaria, e eu sabia que havia verdade em suas palavras.
— Hoje vamos fazer diferente — eu murmurei puxando-o para a cama
improvisada — Hoje quero que você faça mais do que fizemos da última vez.
— Como assim? — ele sorriu, acariciando minha cintura. Estávamos
deitados lado a lado.
— Quero que você enfie em mim.
Ele engoliu em seco, sentindo minha mão tocar a lateral de seu rosto,
acariciando-o com afeto.
— Enfiar, em você?
Ajoelhou-se e me encarou nos olhos. Ficamos naquela posição, sobre os
cobertores.
— É. Quero que você me penetre de verdade — resfoleguei apreensivo,
alcançando seu ouvido — Quero que desta vez você enfie seu pau dentro de
mim. — O fiz tocar a curva do meu bumbum, e ele suspirou.
Assim como eu, Luiz Carlos não sabia se aquilo era realmente possível.
Ouvíamos histórias, mas em 1967, a falta de informações sobre sexualidade
era algo constrangedor.
— Você tem certeza? — Ele exclamou.
— Eu vi em uma revista — expliquei-lhe, mantendo o rosto coladinho ao
seu, exibindo um sorrisinho malino ao acariciá-lo com o nariz, sentindo seu
hálito tocar minha bochecha e nossos corações baterem acelerados — Confio
que será bom.
Ele suspirou, voltando a me abraçar.
— Então vou adorar tentar.
Deslizou seu nariz na curva do meu pescoço e voltou a me beijar,
deitando-me outra vez, comprimindo meu corpo abaixo do seu, e com as
mãos, erguendo minhas roupas de frio, abaixando os lábios até meu peitoral, a
fim de mordiscar meus mamilos.
Enquanto ele me experimentava, tirei o resto das blusas apreciando seus
toques, então murmurei:
— Carlos — ele voltou à minha boca, trêmulo — Hoje quero ficar pelado
— ele sorriu — Sem roupa nenhuma.
— Tudo bem. — Luiz parecia nervoso, mas extasiado. O observei afastar-
se ainda de joelhos, e remover as roupas de frio e a camiseta que jogou para
um lado, em seguida voltou a me cobrir com o peitoral. O aquecimento
daquela noite ficaria por conta dos cobertores e de nossa excitação.
Sentir seus pelos roçando minha pele era algo muito bom, irritava e ao
mesmo tempo massageava. Eu estava com as pernas abertas e ele acomodara-
se entre elas, friccionando sua virilha contra minha virilha, fazendo com que eu
sentisse sua ereção, por dentro da calça, foi quando percebi seus dedos
procurando meu jeans, rompendo o botão e então o zíper. O interrompi e
sussurrei:
— Estou louco para sentir seu gosto outra vez.
Ele me deu um selinho.
— Tudo bem. Vem aqui.
Erguendo-se novamente à minha frente, Luiz Carlos ficou de pé sobre os
cobertores, abriu o zíper e colocou o pau para fora, chacoalhando-o um
instante no ar. Embora estivesse bastante rígido, ele o punhetou um pouco,
para que endurecesse mais, em seguida aproximou-o da minha boca, e eu o
conduzi para dentro.
Aquela extensão roliça estava quente e cheirosa. Eu tentava mamá-la por
completo, esticando o prepúcio para me deliciar com o vazar do seu pré-gozo,
acariciando a glande e ao redor dela com a língua. Em silêncio, Luiz Carlos
apenas massageava meus cabelos e resfolegava. As bolas dele estavam
quentinhas, rígidas, e de olhos fechados, respirando pelo nariz, suguei
dissolvendo todo aquele gostinho salgado. Então afastei os lábios, passei a dar
leves abocanhadinhas em toda a base, brincando com a língua, sentindo o
cruzamento das veias quando chupava como ele parecia gostar.
Agora Luiz Carlos se ajeitava melhor, ele moveu-se para uma lateral e
começou a tirar as botas. Eu segui seu exemplo, tirei as minhas e coloquei de
lado, puxei a calça e me deixei ficar pelado abaixo de suas pernas peludas (eu
não usava roupas íntimas, minha mãe nos criara sem este costume). Naquele
escuro, no quartinho afastado da casa grande, dois rapazes pelados passaram a
enroscar seus corpos abaixo de um cobertor a fim de se esquentar. O membro
dele era grande, roçava a entrada do meu orifício deliciosamente sempre que
estava por cima, e tocando meu ouvido, a determinado momento ele
sussurrou:
— Também quero saber qual o seu gosto.
Eu sorri e acariciei suas bochechas, em seguida o observei abaixar-se até
meu membro, por debaixo dos cobertores, o qual após cheirar, enfiou na boca
e passou a chupar. Eu me esticava todo com a sensibilidade do meu membro à
sua língua, estava sendo uma delícia sentir sua boca na minha intimidade, e
revirando os olhos, estendi a mão até a calça jogada ao lado, e procurei a
latinha de vaselina. Em seguida, passei a me lubrificar com o dedo do meio.
Eu não sei dizer o que estava mais gostoso. Se a boca do Luiz Carlos
chupando meu membro, meu dedo fazendo movimentos circulares na
entradinha do meu orifício, ou as mãos dele pressionando minha cintura, o
que sei é que a determinado momento, o puxei pelos ombros e o fiz voltar a
me cobrir. Por entre nossos corpos, tomei seu pau e o massageei. Os dedos
saíram completamente melados de pré-gozo e vaselina, então me ajeitei
melhor.
— Carlos — sussurrei pertinho do seu ouvido — Vem — o posicionei
melhor, e ele me ajeitou, movendo os quadris. Como era bem mais alto que eu,
seu pomo de adão tocava minha boca, e eu podia senti-lo resfolegar em minha
testa enquanto fazia a cabeça de seu membro roçar em meu orifício.
— Maurício — ele sussurrou hesitante ao meu ouvido, tornando a me
encarar — É a primeira vez que faço isso — senti tesão e cuidado em sua voz
— Tenho medo de machucá-lo.
Eu respirei fundo, acariciando a curva de seu nariz.
— Ei. Não tenha — o tranquilizei, dando carta branca para que liberasse
todo o seu desejo por mim — Eu quero, pode vir, não fique com receios.
Luiz Carlos tremia, e então, após trocarmos os últimos olhares, senti seu
peitoral folgar um pouco sobre o meu, a mão desceu para entre nossos corpos,
e apanhando o membro, ele começou a pincelá-lo em meu canal. Eu procurei
relaxar, sentindo seu pré-gozo deslizando e lubrificando o orifício, e aos
pouquinhos, o desconforto das primeiras tentativas fez-se notar.
Para você ter uma noção de como era o membro do meu peão, vou
descrevê-lo. Não era grosso, mas os centímetros de largura o tornavam
invejável. Tinha uma leve inclinação para a esquerda, mas aquilo só a deixava
ainda mais gostoso. A cabeça pontuda quando não coberta pelo prepúcio,
tinha a coloração cor de vinho e várias veias espalhavam-se pela base. Mesmo
com ele o segurando, ainda assim deixava exposto uma boa medida ao relento.
Desta forma, dá para perceber que não era tão difícil assim a penetração, mas
sim acolhê-lo por completo. Então, como eu já estava lubrificado pela vaselina,
e agora pelo seu pré-gozo, foi necessário apenas respirar fundo e senti-lo
deslizar vagarosamente.
— Continua, vem — mordi os lábios sentindo a cabeça entrar com
dificuldade. Ele penetrava usando a mão direita, e com a esquerda apoiava o
corpo sobre o meu.
— Tá gostoso? — resfolegou próximo ao meu ouvido, deliciado pela
sensação de ter seu pau, pela primeira vez, acolhido por uma cavidade tão
apertadinha.
— Está ficando, agora espere um pouco — murmurei rangendo os dentes,
então levei minha mão até suas bolas e medi até onde tinha conseguido enfiar.
— Espera um pouquinho, só um momento, por favor — eu pedi sentido
ardor, mas mesmo desconfortável, queria deixá-lo prosseguir.
Respirando fundo, ele voltou a me acariciar, ajeitando nossos corpos,
secando minha testa pontilhada de suor. Eu podia sentir pela sua crise de
tremor, que para ele, não estava sendo nada fácil se controlar. O tesão falava
mais alto, e se eu não me acostumasse logo, ia sentir sua vara deslizar de uma
vez por todas, sem aviso prévio.
— Tudo bem, pode vir, vem — pedi respirando fundo, sentindo-o
prosseguir no penetrar — Ai... — Murmurei e ele pausou, acariciando minhas
coxas.
— O que foi? Te machuquei? — Luiz Carlos tremia. Ainda que cheio de
tesão, o cuidado dele comigo era apaixonante.
— Não. Pode vir, Continua. — Procurei forças e ele continuou. Outra vez
eu gemi e senti seu pau latejar lá dentro. Ele se ajeitou um pouco mais, e eu me
enlacei ao seu pescoço, sentindo o peso do seu corpo, com uma puta vontade
de chorar.
— Você está bem Maurício? — ele questionou com a voz vacilante, sua
vara parecendo cada vez mais inchada, e eu apenas gemendo, com a pressão de
seus quadris encaixados entre minhas pernas.
— Sim — retruquei sem fôlego, colando o nariz à curva do seu pescoço,
sentindo seu cheiro.
— Quer que eu pare?
— Não. Pode continuar.
O que me restava dizer? Que sua vara parecia estar me rasgando? Que mil
agulhas pareciam querer furar minhas entranhas? Apenas o abracei sentindo
seu calor, apenas o beijei sentido seu coração acelerado, e quando ele começou
a mover-se vagarosamente, revirei os olhos, sentindo meus braços tremerem e
meu suor se misturar ao dele.
— Tudo bem, tudo bem — ele dizia ao meu ouvido, vacilante, sentindo o suor
escorrer pela nuca e pescoço, sentindo a pele do prepúcio afagando a glande
inchada — Geme pra mim, geme. — ele pedia movimentando os quadris,
enfiando e tirando o membro vagarosamente, e eu podia sentir seus ovos
roçarem minha bunda.
Ann... Ann...
O pau dele me alargava aos poucos, não chegávamos a nos desconectar e
eu tremia com o ardor. Comecei a me mexer, procurando uma posição mais
confortável abaixo dele, e Luiz Carlos entendeu aquilo como um sinal de que
eu estava querendo mais. Imobilizou-me e começou a enfiar e tirar com um
pouco mais de intensidade, encarando-me nos olhos, roçando nossos narizes,
movendo os quadris.
Com a boca próxima à sua face, eu prendia o fôlego toda vez que ele
enfiava, e soltava ao senti-lo retirar. Minhas pernas tremiam envoltas ao redor
da cintura dele, meus pés deslizavam por sua bunda e eu tinha que ajeitá-los o
tempo todo.
— Eu te amo — ele dizia vacilante, em meio a estocadas e massagens que
dava em minhas nádegas.
— Eu também — eu gemia e resfolegava de tanto prazer, abraçado com
força ao seu corpo. — Tenta meter de ladinho — pedia revirando os olhos
com a sensação de seu pau alargando meu orifício, deslizando para dentro e
para fora.
— Tudo bem — e ele metia, de um jeito e de outro. Por cima de mim, e
então deitados de ladinho.
A certo momento, ainda enlaçados sem interromper a união, eu busquei
ficar por cima dele, encaixado em sua vara. A posição tornou tudo mais
confortável, já que agora eu comandava o entra e sai de seu membro. Meu
canal foi ficando lisinho e sua vara foi me fazendo sentir prazer conforme eu a
fodia. Com o soprar do vento sobre o telhado, eu esqueci-me de tudo ao
redor, só importando a existência de nós dois ali, se amando. Ele me segurou
pela cintura, ajeitou-se melhor enquanto me sentia dar-lhe prazer, e então
ergueu nossos corpos. Eu com as pernas enlaçadas em seus quadris, com seus
braços fortes sustentando minhas coxas, senti-me ser suspenso no ar.
— Obrigado por isso — ele dizia socando de baixo para cima —
Obrigado por ficar comigo — Gemia perdendo o fôlego, e eu ajeitava seus
cabelos que caíam por sobre o rosto, beijando suas bochechas vermelhas,
sentindo seu cheiro.
Ele ajeitava-me melhor, para que eu não escorregasse tanto, e então voltava
a mover-se. Eu sentia o calor de seu membro entrando e saindo como uma
espada. O frio da noite beijava minha bunda desnuda, e então, Luiz deixou os
cobertores, seguindo descalço para o chão de terra batida. Ele encostou-me na
parede, ajeitou minhas pernas ao redor dos seus quadris, e colocou mais
pressão, até só haverem gemidos, som de defloração e das minhas costas
batendo na superfície de madeira.
Toma... Toma... Toma... Toma...
Eu estava desfalecido em seu peitoral, respirando com o nariz e os braços
apoiados em seu pescoço, sentindo suas mãos suspenderem minhas coxas de
forma firme, abrindo minhas nádegas, deixando livre o caminho para sua
entrada.
Toma... Toma... Toma... Toma...
Seus músculos estavam tensos, podia sentir a quentura na curva dos
ombros, as veias pulsando agitadas no pescoço, e sua têmpora a latejar.
Toma... Toma... Toma... Toma...
O ruído de seu pau entrando e saindo de dentro de mim era muito
agradável. Eu certamente já estava alargadinho, e meu membro amolecido
roçava sua barriga, melando sua trilha de pelos com o pré-gozo.
— Estou quase gozando — ele declarou sem interromper sua busca por
prazer.
— Continue — pedi — Continue — e ele beijou minha boca, de jeito
afoito e melado, lambuzando meu rosto, e agora se afastando para respirar,
sem interromper as estocadas, para outra vez encaixar seu nariz à curva do
meu pescoço, acelerando um pouco mais.
— Está vindo — ele tremia mordendo os lábios, sussurrando, e eu sentia o
calor de sua pele, sua forma rude de me pressionar contra a parede.
— Quero sentir, goza pra mim.
Mal fechei os lábios e senti o ambiente girar. Ele agora me afastava da
parede direto para o chão, direto para os cobertores amarrotados. Senti minhas
costas encontrarem os tecidos, meus músculos comprimirem seu corpo e
revirei os olhos com a velocidade de sua virilha me espancando. Seu peitoral
forte e quente estava erguido à minha frente, suas bolas batiam em minha
bunda com força, e sua gala quente viera com fulgor em meu interior.
Luiz Carlos urrou como um urso, me apertando contra si, sentindo a
intensidade dos jatos deixarem sua próstata. Ele esboçou um sorrisão
revirando os olhos para o teto, satisfeito pelo ápice, movendo-se um
pouquinho mais, para que os últimos esguichos de prazer me invadissem,
então suspirou e desfaleceu ao meu lado.
A esta altura eu já havia gozado em sua barriga, e ao ouvir o “spock” de sua
vara me abandonando, senti o frio da noite beijar-me. A substância branca e
leitosa de Luiz Carlos abandonou meu corpo, escorrendo por entre minhas
nádegas, e os cobertores abaixo de nós receberam sua parte naquela loucura.
Estávamos satisfeitos. Demasiadamente satisfeitos.
[...]
[...]
***
A brisa fresca que vinha do fim do corredor aliviava a tensão que pesava
sobre meus ombros e resfriava todo o meu peitoral. Combinada com a friagem
das cerâmicas, em contato com os meus pés descalços, me ajudava a respirar
com maior facilidade, reduzindo o pontilhado de suor que umedecia minha
testa e também o calor em minhas axilas. Eu estava com as bacias em mãos,
cruzando o corredor escurecido.
Passando ao centro dele, observei por um instante a quietude do meu
quarto, no qual apenas a luzinha do computador piscava em modo stand-by.
Engoli em seco, chateado por não poder aproveitar aquela noite como eu
desejava, e tudo graças ao pirralho que viera de brinde junto ao irmão.
Precisávamos fazer alguma coisa. Depois da noite que tivemos, eu não via a
hora de repetir a dose.
Entrei na cozinha e de imediato caminhei até o fogão acendendo uma das
chamas. Coloquei uma colherada de manteiga na panela, os grãos de pipoca,
sal e tampei, recostando-me um segundo ao balcão de mármore. Eu respirava
com as veias do pescoço pulsando agitadas. Minha garganta estava seca,
mesmo após eu tomar água. Meu pau meio bomba latejava, e sentia minhas
pernas tremerem de tanta vontade de ter relações com aquele cunhado
saliente.
Acariciando os pelos do meu peitoral, aparados naquela tarde, e então
coçando a barriga desnuda em direção ao botão do meu short, ficava a
recordar-me dos gemidinhos do Marcus. Fora uma loucura confrontar meu
cunhado no quarto, após ter sido “flagrado” por ele com o pau na mão, a me
masturbar. Fora uma loucura deixar a toalha cair propositalmente, mas
igualmente delicioso acompanhar seus olhos fixos em minha ereção. Aquilo
tudo era uma loucura, ele era meu cunhado, e pior que isso, sua irmã estava
grávida, esperando um filho meu.
Eliene, este era o nome dela. Eu a havia conhecido em serviço —
recordava-me agora, ouvindo as pipocas estourarem. — Militar do Rio de
Janeiro, havia recebido o chamado de uma garota que estava prestes a dar a
luz, e como a ambulância estava demorando, o único lugar para o qual a
família tivera ideia de telefonar, foi para o batalhão mais próximo, onde eu
trabalhava. Desta forma, minutos após receber a ligação aflita, estava
colocando a jovem em minha viatura e transportando até o hospital, onde
Eliene nos atendeu às pressas, dizendo que não daria tempo de seguir até a
maternidade, acabando por fazer o parto ali mesmo.
Foi uma experiência única presenciar uma criança nascendo, e
imediatamente minha atração se fixou naquela doutora simpática. Trocamos
telefone no mesmo dia, combinamos de sair. Então a amizade evoluiu para
namoro, e o namoro para casamento. Só que eu nunca imaginaria que o irmão
mais velho dela poderia ter nutrido sentimentos em relação a mim.
Quando despertei dos meus devaneios, o cheiro da pipoca já se espalhava
pelos cômodos. Ouvindo os grãos estourarem vagarosamente na panela,
percebi quando um ruído de porta sendo fechada ecoou pelo corredor. Me
aproximei do acesso e coloquei a cabeça para fora, aguardando um instante
para conferir quem havia entrado no banheiro. Era Marcus, e pelo burburinho
de água, ele parecia estar urinando. Eu me permiti ficar ali a aguardar, foi
quando outra vez a luz da portinha projetou-se no corredor, e o garoto saiu
olhando em minha direção, então, desligou o interruptor e após conferir a sala,
veio caminhando cautelosamente à cozinha.
— Você está louco Alex? — murmurou ao entrar. O som da pipoca ocultava
nossos ruídos – Acho que o Junior percebeu — sussurrou preocupado.
— Você não tem noção do quanto estou excitado — desdenhei
observando seu nervosismo. Sabia que o moleque ia ficar de pau duro ouvindo
aquilo.
— Estou achando que ele desconfiou de alguma coisa — murmurou me
observando apalpar o short, ajeitando o membro que estava mal posicionado
— Você acha que é possível?
— O Junior estava atento à televisão, não tinha como ver. — retruquei
ouvindo às últimas pipocas estalarem. Fiz uma pausa voltando ao fogão, e
desligando a chama, tornei a ele. — Eu não desgrudei os olhos dele, não havia
se virado até você tirar a mão. Estava prestando atenção no filme.
O percebi engolir em seco passando à minha frente, e então, enquanto me
auxiliava com as pipocas, aproveitei para caminhar até o corredor, e dei uma
rápida espiada em direção à sala. Certo de que o pirralho ainda estava lá, voltei
me aproximando pelas costas, e sem muita cerimônia, o dei uma boa
imprensada contra o balcão, encaixando minha vara na divisão do seu
bumbum macio.
— Para com isso — Marcus tremia de tanto tesão e adrenalina. Eu o sentia
empinar a bundinha tentando se afastar, mas não havia para onde ir, ele estava
entre meus braços, e para mostrar quem é que mandava, outra vez forcei
nossos corpos para frente, o imobilizando contra a mureta.
— Chupa ele um pouquinho? — murmurei ao seu ouvido e o garoto respirou
fundo terminando de colocar as pipocas nas bacias. Então, virando-se ainda
imprensado, sentia meu peitoral despido e avermelhado, colado ao seu.
— Espera um minuto, okay? — cochichou hesitante, me empurrando.
Então, livrando-se dos meus braços, Marcus caminhou até o corredor, deu
uma rápida espiadela para a sala, e só então voltou apressado, ajoelhando-se à
minha frente, tocando o tecido da minha bermuda.
Eu o auxiliei abrindo o botão, olhando receoso para o corredor. Com certa
habilidade, puxei meu pau para fora, e o deixei apreciar. Quase desmaiei
quando Marcus enfiou na boca. Ele estava afoito, chupando com pressão,
espalhando a saliva conforme mamava com sucções aflitas. Meu cunhadinho
sugava somente a cabeça, mamando sem pausar para respirar, como se fosse
um bezerrinho. Sua língua rosada deslizava agitada, umedecendo minha glande,
e eu sentia o membro pulsar cheio de desejo de gozar.
“Spock”
Ele afastou os lábios enfim, erguendo-se a limpá-los, e eu dei uma rápida
punhetada.
— O que foi? — Questionei olhando para a porta, meus braços estavam
tremendo.
— Por enquanto está bom — Disse por fim — Precisamos voltar — pegou uma
das bacias, e fazendo sinal para que o seguisse, saiu à frente.
Eu respirei fundo, me recuperando. Tive um pouco de dificuldade para
enfiar o membro dentro da cueca, e então, tomando as demais bacias, o
acompanhei, esbarrando em suas costas ao percebê-lo parado na escuridão.
— O que houve? — sussurrei. A silhueta do irmão era visível no centro da
sala.
— Vem aqui — Disse dando meia volta. Caminhando para dentro do meu
quarto.
Vacilante, eu o acompanhei. Entramos e ele já foi se ajoelhando outra vez.
Oh...
Resfoleguei quando senti sua boca me encontrar. Ele havia aberto o velcro
com nervosismo, novamente puxado a extensão para fora, e enfiado nos
lábios. Eu estava com as bacias nas mãos, então só pude respirar fundo
imprensado na parede, sentindo as chupadas desajeitadas.
Oh Deus... Como era gostosa aquela boca. Eu resfolegava baixinho, me
controlando, olhando apreensivo para a escuridão do corredor, engolindo em
seco com o coração acelerado. Meu desejo era jogar tudo de lado, segurá-lo
pelos quadris, conduzir até a cama e fodê-lo agora mesmo, mas então Marcus
tornou a se levantar, limpando os lábios molhados, e me ajudou a guardar o
membro, fechando o botão.
— Nossa.
Eu cochichei.
— Que foi?
Ele murmurou desajeitado, virando-se de segundo em segundo a observar
o corredor.
— Precisamos dar um jeito de botar o Junior para dormir o quanto antes,
não acha? — meus braços tremiam tanto que algumas pipocas caíam no chão
— Depois podemos ficar a vontade.
O garoto parecia agitado.
— Precisamos. Mas só quando o filme terminar — ele tornou a resfolegar,
abaixando-se a pegar sua bacia.
— Ei — tornei a sussurrar quando ele fez menção de sair. Um sorrisinho
faceiro estampado nos lábios, ainda rachados pela tarde anterior.
— O que foi Alex? Vamos.
— Vem aqui.
Ele se aproximou.
— Me da um beijo de língua.
— O quê?
— Vem logo.
O fiz encostar-se à parede, no lugar onde eu estivera. O imprensei apenas
com o peitoral, e aproximando meu rosto, o beijei. Ele ainda não havia
dominado a técnica, e por mais que tenha sido um beijo todo melado e
desajeitado, me fez sentir palpitações.
***
***
***
***
***
[...]
[...]
[...]
[...]
[...]
A ilhasinha era deserta. Naquele dia estava literalmente sem pessoas, já que
o movimento turístico para lá só ocorria quando os barcos traziam os
interessados, porém, em dia de festa, como seu Pedro explicara-me, apenas ele
tivera coragem de se lançar ao mar. Descendo à frente, pela escadinha
improvisada, dei um mergulho antes de subir para a areia, consegui amenizar a
tensão. Minha camiseta ficara completamente ensopada, e como era branca,
deixava meio que aparente minha barriga coberta de pelos aparados e os
mamilos rosados.
— E aqui estamos nós, a prainha de Tinharé — ele disse parando ao lado,
ajeitando o chapéu sobre a cabeça.
— É uma reserva ecológica, não é? — Questionei.
— É sim seu Natanael, ninguém pode pescar, construir ou fazer sujeira na
ilha. Ela não é muito longa, mas tem uma grande diversidade de bichos.
Eu caminhei pela areia branquinha separando a máquina fotográfica, e
conforme andávamos, tirava foto das coisas que o seu Pedro ia me explicando.
Fotos de pássaros, lagartos, bichos selvagem. Passamos uma grande parte da
tarde ali, jogando conversa fora e desbravando a natureza, até que quando o
sol começou a descer no poente, sumindo no mar, seu Pedro disse que
precisávamos retornar porque a maré iria começar a subir, e as ondas podiam
ficar agitadas.
Eu concordei com ele, e pedi que apenas me desse um tempo extra para
tirar algumas últimas fotografias. Não podia deixar a ilhasinha sem registrar
aquele belo pôr do sol que pintava o céu de alaranjado, e tão pouco, o gentil
pescador que me conduzira pela imensidão azul do mar da Bahia. Assim, pedi
gentilmente a seu Pedro que se posicionasse de frente para mim, mantendo as
costas viradas para a embarcação e o oceano. O homem era muito
envergonhado para este tipo de coisas, e então, após muito relutar, fez uma
pose única e eu pude registrá-lo.
Minha nossa. Como o corpo de seu Pedro era saradinho. Ele tinha o
peitoral alto, e como estava com a frente da camisa desabotoada, me permitia
ver a deliciosa divisão que havia em seu tórax. Aquela trilha de pelos escuros
que seguia para dentro do seu short me deixava inebriado, e então, com um
sorrisinho, voltei até ele, que já preparava a escadinha para subirmos
novamente.
— Vamos então seu Natanael? Não dá para esperar mais. Olha só a maré
começando a subir.
Eu atentei-me à água que começava a ensopar a areia. Aquilo era lindo,
mas também assustador. Apressei-me com a mochila, ficando à frente dele,
apoiei meu pé na escadinha para subir. Porém, no movimento que fiz para me
erguer, sentia as mãos do homem envolverem minhas coxas, apenas com a
intenção de ajudar-se a pegar impulso, e no nervosismo, acabei por deslizar na
madeira molhada, tropeçar e cair de cara na areia inundada.
Seu Pedro deu uma gargalhada e logo correu para me ajudar. Ele tomou-
me pelo braço e me ajudou a se erguer. Eu cuspia um pouco de água salgada e
ele continuava a rir com intensidade, e enquanto me limpava, senti suas mãos
procurarem meu corpo a me ajudar. É claro que estranhei aquilo, aquela
“liberdade” em remover a areia das minhas pernas, barriga e braços. E então,
desviando-me ainda sem jeito, voltei a tentar subir a escadinha, e já lá em cima
vi seu Pedro no mar, a lavar o rosto uma última vez fazendo sua prece pela
viagem segura, então o homem molhou os cabelos, e subir em seguida.
— Você está bem seu Natanael? Se machucou? — Perguntou recolhendo a
escadinha. E eu, torcendo a camiseta ensopada, apenas ria junto a ele.
— Não seu Pedro, só foi um susto graças a Deus. Eu é que tenho que
pedir perdão para o senhor, pelo mau jeito e por deixarmos a praia somente ao
escurecer.
— Ora. Deixe disso seu Natanael, turistas sempre acabam aprontando
uma das suas. Teve uma vez que dois deles sumiram no meio dessa mata, e
quando consegui encontrá-los, já havia passado do horário do jantar.
Sentei-me em um caixote observando o homem acender um lampião. A
fraca claridade iluminava apenas a lateral do leme, e então ele ligou o motor
botando o barco para navegar, vindo fazer-me companhia na parte escurecida.
Sobre nós, o céu estrelado começava a dar o ar da graça.
— Se perderam foi? — Questionei quando o vi sentando-se ao meu lado,
em um caixote que trouxera.
— Se perderam o quê seu Natanael? — o homem olhou para mim
tomando um gole de água e ofereceu-me. Eu, como estava com minha própria
garrafa, recusei, e ele continuou — Eram dois desses garotos que vem para o
carnaval a fim de aprontar, então, já bêbados, se esconderam por aí para fazer
de suas safadezas.
Engoli em seco.
— Safadezas seu Pedro? Como assim?
— Ah. Você sabe seu Natanael. Safadeza de garotos. — O homem deu
uma gargalhada que ecoou acima do som do motor do barquinho, o que
acabou por me assustar.
— Ah, sim, o senhor está falando de garotos gays?
— Esses mesmo seu Natanael. Esses mesmos — e então, me encarando,
pôs-se a explicar — Mas olha, não me entenda mal. Eu não tenho
preconceitos viu? Para mim, cada um que viva da forma que achar melhor. O
que importa é não prejudicar o próximo.
Eu sorri a seu exemplo, sentindo a brisa fria da água beijar meu rosto.
— O importante é ser feliz, não é seu Pedro?
— Chupando pica ou se deixando chupar seu Natanael.
Percebi que o pescador estava ficando muito assanhadinho com o cair da
noite. E lembrando-me de suas mãos a pouco, tocando minhas coxas, resolvi
ver onde aquilo podia dar.
— Mas continue me contando seu Pedro. O senhor chegou ao meio da
mata no exato momento em que eles estavam “brincando”?
O velho gargalhou dando batidinhas na minha perna desnuda, próxima à
sua. Eu senti um arrepio subir pela espinha.
— Eu não quis constrangê-los seu Natanael. Deixei que terminassem o
serviço, e só então fingi estar chegando.
— Aha. Então o senhor ficou de espionagem?
Ele deu outra gargalhada, e eu o percebi apertar o volume por cima do
short. Mesmo distantes do lampião, a claridade ainda permitia uma pouca
visibilidade.
— Olha lá seu Natanael. O senhor não me comprometa.
Eu sorri vendo o quanto ele era aberto a tais assuntos. E me surpreendi.
— Mas me conte homem, estava ou não espionando os tais moleques?
Ele ria e batia a mão na altura do meu joelho, aquilo estava me deixando
excitado.
— Fiquei vendo seu Natanael. E olha, só conto isso pro senhor porque sei
que já está indo se embora de Salvador. Os outros pescadores não podem
sequer sonhar com isso.
— Ora homem — eu o repreendi — Mas o que você podia fazer? Não
havia alternativa, era ficar esperando os moleques terminarem seu chupa-
chupa, ou atrapalhá-los.
Bem à vontade com aquele jeitão dele, de ficar batendo no meu joelho,
resolvi tomar confiança e começar a fazer o mesmo com o seu. Então,
conforme eu ria de suas conversas safadas, também ia dando tapinhas em seu
joelho, sentido os pelos de suas pernas.
— Mas me conte seu Pedro — resolvi apelar, ele era uma pessoa muito
agradável — E o senhor ficou só olhando, ou... você sabe — flexionei minha
voz para que ele entendesse o duplo sentido.
— Pelo amor de Deus seu Natanael, o senhor está me comprometendo
homem.
Eu ri.
— Aha. Então o senhor aproveitou da cena não foi?
Ele ria, e meneava a cabeça. E eu percebia que seus toques em minha
perna eram cada vez mais intensos. Então passei a me apalpar também, a
exemplo de como ele fazia em seu membro. Logo o pescador reparou em
minhas segundas intenções e em minha mala estufando a sunga.
— Confesso que aproveitei seu Natanael. Achei diferente ver dois garotos
tendo relação. Eu geralmente os via se beijando na praia em época de carnaval,
mas daí vê-los tendo relação, foi diferente.
Então deixei escapar a pergunta que não queria calar.
— E o senhor ficou curioso para saber como era?
O homem reduziu a intensidade do riso, e eu fiquei sem jeito, temeroso de
que minha pergunta tivesse ido longe demais.
— Olha — ele começou naquele jeitinho arrastado — Curioso, curioso...
eu não fiquei — passou a se justificar — mas confesso que ver o moreno
sendo chupado pelo loirinho me deixou de espada em pé.
— Espada em pé? — Eu sorri pela forma como ele se referira à ereção.
— É seu Natanael, espada em pé.
Então ele ergueu-se e eu o observei ajeitar o short que estava bem
avolumado como minha sunga, caminhando até o leme a fim de ajustar o
curso do barco, agachou-se recolhendo algumas cordas e ajeitando alguns
caixotes que atrapalhavam o caminho, retornou.
— Seu Natanael — ele aproximou-se de onde eu estava neste momento,
outra vez recostado na amurada do barco, no escuro, deixando que as ondas
movessem minha ereção pressionada contra a madeira — Acho que ainda
vamos demorar um pouquinho para chegar viu? As ondas cresceram e o
motor no barco não consegue ir mais rápido que isso.
— Ora seu Pedro — eu retruquei virando-me para ele — Não se
preocupe. O importante é chegarmos hoje, porque amanhã cedo retorno ao
Rio.
Ele gargalhou e senti escorar-se um tanto mais perto de onde eu estava,
tanto que seu braço roçou o meu.
— Que bom que o senhor não se importa seu Natanael — ele sorriu e
então, sem saber o que eu tinha na cabeça, estiquei minha mão para a região
baixa de suas pernas, e no escuro envolvi sua mala. Ele nada disse, apenas
ficou olhando para o brilho longínquo da festa na areia, as mãos apoiadas
sobre o peitoril do barco, fingindo nada sentir.
Percebendo que o pescador estava gostando daquela “aproximação”,
resolvi prosseguir dando leves apertõezinhos.
— Deve ser uma benção poder ter essa visão todo dia, ao retornar, não é
seu Pedro? — questionei, ainda com as massagens safadas em seu volume.
Sem desviar os olhos do mar, e apenas sentindo o membro pressionar minha
mão contra a lateral da embarcação, o pescador respondia como se nada
estivesse ocorrendo.
— Uma beleza seu Natanael, uma beleza — o senti dar mais algumas
imprensadinhas, e então ele sorriu virando-se rapidamente para mim, sem
graça — O senhor quer ver beleza é dia de fim de ano. O céu fica todo
colorido de luzes.
— Deve ser magnífico seu Pedro — retruquei quando ele voltou a olhar
para o distante, e continuei a pressionar seu membro. Então, ficamos um
instante em silêncio, até que senti, a meu exemplo, sua mão vacilante, também
procurar minha sunga. Deixei que a tateasse até encontrar o relevo, e assim
como eu fazia ao dele, ele começou a fazer ao meu. Respirei pesadamente.
— Seu Pedro — eu meio que gaguejei, corroído pela sensação — Aqueles
garotos que o senhor surpreendeu... — ele apertava com mais força agora,
tentando masturbar meu pau por cima do tecido — Eles... será que eles
descobriram que o senhor estava os vendo.
O homem respirou fundo, sem desviar os olhos do distante, e eu com
cuidado, tentava enfiar minha mão pela cintura de sua bermuda, sentindo seus
pelos roçando meus dedos.
— Se descobriram não sei seu Natanael. Mas... — ele me percebeu agachar
ao seu lado, afoito para conseguir abrir sua bermuda. Engoliu em seco,
trêmulo — Mas se... se tivessem descoberto... — tornou a engolir em seco
virando-se um pouco para facilitar minha busca — Acho que não teriam me
pedido para trazê-los no outro dia, certo? — Então, olhando por cima da
minha cabeça, e depois lá para a casinha de máquinas, ele me ajudou enfim a
desfazer o botão, e vacilante, puxou a vara para fora, balançando um instante
no relento para enrijecer mais. Eu imediatamente a abocanhei e o pescador
revirou os olhos — Nossa senhora — o ouvi suspirar baixinho enquanto
derretia o sal da cabeça quente e inchada de seu pau, com a minha língua
molhada.
Ficamos em silêncio, apenas ouvindo o ruído do motor e o barco seguir
lentamente pela escuridão. Seu Pedro nada fazia, apenas olhava para todos os
lados, como se alguém pudesse aparecer no meio do mar, e bombando
lentamente, me sentia trabalhar com a saliva.
— O senhor está bem seu Pedro? — questionei após alguns minutos
chupando e ele gaguejou. Neste momento, agachado, eu já havia pinçado
minha vara pela lateral da sunga, e a acariciava enquanto mamava o homem.
— Estou sim seu... seu Natanael. Apenas ouvindo o barulho dos tambores
na praia. O senhor consegue ouvir?
Tornei a afastar minha boca de sua vara. Ela saiu toda melada de saliva.
— Estou sim seu Pedro. Será que é a hora de despachar os barquinhos?
Ele suspirou profundamente quando tornei a enfiá-lo na boca.
— Nossa senhora.
Ele sussurrava baixinho cada vez que eu o sugava com mais intensidade,
então, levando minhas mãos às laterais de seu short, comecei a puxá-lo para
baixo, fazendo ceder por aquelas coxas bronzeadas e peludas, até passar pelas
panturrilhas e chegar aos pés. Seu Pedro pôde sentir a brisa marinha beijar-lhe
a bunda de pescador, e agora de olhos fechados, evitando olhar para baixo, não
me percebeu retirar minha sunga. Agora, os dois homens naquele barquinho
estavam apenas de camiseta, desnudou da cintura para baixo.
Eu ergui-me e seu Pedro abriu os olhos. Nossas varas ficaram bem perto, e
eu, cuspindo na mão, aproximei meu corpo do dele, e só então ele abaixou os
olhos observando-me masturbar as duas ao mesmo tempo, fazendo uma roçar
na outra, com minha mão grossa. Resolvi então apelar.
— Seu Pedro. Sua esposa não vai achar ruim de chegarmos tarde à praia?
Ele respirou fundo, e me acompanhou para a lateral do barco, olhando
para a praia iluminada. Seguia às minhas costas, e eu, molhando a mão de
saliva, umedecia a parte interna da minha bunda.
— Ela já está acostumada seu Natanael. O mar é algo imprevisível — ele
disse-me se encaixando no momento em que apoiei a barriga sobre a lateral do
barco, e empinei a bunda em sua direção. Pude sentir o pescador pincelando
sua vara no meio dela, e ajeitando-se sobre aquela maciez, começou a roçar a
cabeça rosada em busca da entradinha. A pica do seu Pedro era quente e cheia
de veias.
— Que bom seu Pedro — eu disse sentindo a ponta de seu membro roçar
minha musculatura — Isso é muito bom.
— É sim seu Natanael — ele resfolegava tentando me alargar com os
dedos — É muito bom. Muito bom mesmo.
Eu me empinava um pouquinho mais sobre a amurada do barquinho, e
olhando para a praia, levava minhas mãos às minhas nádegas, abrindo-as mais
para que ele encontrasse o orifício. E então, piscando, relaxei para que no seu
nervosismo ele conseguisse entrar.
A cabeça penetrou umedecida pela saliva, então, guiando a base da vara
com a mão, seu Pedro enfim começou a encaixar. Agora, depois de já haver
me penetrado, iniciou o vai e vem aflito, respirando fundo, sussurrando
baixinho.
“Engole meu pau peixinho, Engole meu pau.” — Eu o ouvia retrucar enquanto
meu orifício engolia sua vara, exibia um sorrisinho revirando os olhos, porque
a vara do pescador era larga, porém agradável de acolher, o que facilitava a
penetração. Então senti quando ele tirou a mão da base, e apoiou as duas no
peitoril do barco, imprensando-me contra a madeira, de forma firme.
Mordendo os lábios, sentia a deliciosa sensação das estocadas firmes dele, e
me empinava mais, deixando que seu Pedro sentisse toda a maciez da minha
bunda, praticamente empalada por sua vara. — “Isso peixinho, isso peixinho,
engole, engole”.
Seu Pedro começou a bombar mais veloz, e enquanto o fazia, eu sentia
minha barriga amassar contra a madeira do barco. Ele ficou a meter, meter,
meter, e então, quando percebi que respirava bastante ofegante, percebi seu
caldo quente descer por minhas coxas, lambuzando os pelos das minhas
pernas, até as panturrilhas. Então, afastando-me um pouco da amurada, ainda
com ele fincado a socar um pouquinho mais, pus-me a bater uma punheta
rápida, e de tão excitado, esguichei na madeira e alguns pingos caíram no mar.
Fui diminuindo o ritmo vagarosamente conforme o pau amolecia, e sorri
aliviado por toda a tara daquele dia ter sido enfim descarregada.
Seu Pedro então tirou a vara do meu orifício e virando-se a balança-la no
relento para que o restante de porra saísse, passou a procurar o short perdido
no escuro. O primeiro tecido que pegou foi a minha sunga, que devolveu-me e
em seguida achou sua vestimenta, que trajou. Eu terminava de ajeitar meu pau
mole quando ele retrucou seguindo para o leme.
— Bom seu Natanael. Acho que é bom tentar ir um pouquinho mais
rápido né? Para ver se chegamos mais cedo na praia.
Eu sorri e caminhando até a mochila, peguei a máquina fotográfica. Na
frente do barco, próximo ao lampião, ele mexia em alguns botões e então senti
quando a velocidade aumentou um pouco, e agora, aproximando-se outra vez,
eu tive de pedir.
— Seu Pedro. Não me leve a mal, mas, o senhor se importaria se eu
guardasse uma recordação?
Ele olhou-me envergonhado, sem compreender, e então indiquei a região
entre suas pernas. Respirando fundo, observando a praia se aproximar, ele me
chamou rapidinho para uma lateral contrária da casinha de máquinas, e ali
abaixou a calça novamente. Num clique com flash eternizei aquela imagem
envolta por pelos escuros.
— Obrigado seu Pedro.
Despedi-me dele assim que o barco atracou e ele o amarrou ao cais. Estava
muito envergonhado.
— Não por isso seu Natanael, e oh, quando retornar a Bahia e quiser
voltar à reserva, pode me procurar. Estarei aqui pronto para levá-lo.
Sorri por sua gentileza e naturalidade, e então, bastante satisfeito, joguei a
mochila nos ombros e tomei meu caminho rumo ao hotel.
Uma história sensível
e excitante
(Amostra Grátis)
AMOSTRA
Toque-me, Por favor
Capítulo 1
IAGO
“38 graus” destacava o repórter do noticiário local. Seria um dos dias mais quentes do
ano na região centro-oeste. Goiânia iria ferver naquele início de primavera e quem saísse
de casa deveria carregar consigo garrafinhas de água e procurar manter-se afastado dos
raios do sol. Era isso, ou correr o risco de pegar algo a mais que um bronzeado maneiro,
uma insolação talvez.
O rapaz acordara estressado, mas não por culpa do clima abafado ou do despertador
que apitou às sete horas. Desta vez fora a indiscrição da mãe, que mais uma vez insistira
em entrar no quarto sem se fazer anunciar. Ora, será que a mulher não compreendia que
ele havia se tornado um homem? Que há muito deixara de ser o garotinho que precisava
ser acordado para ir à escola? Por que não podia simplesmente dar-lhe espaço? Bater de
vez em quando? Chamar pelo lado de fora antes de invadir?
Iago tinha dezenove anos. Claro, olhos escuros, estatura mediana, cabelos castanhos
alourados. Estava distante em seus pensamentos, ouvindo os ruídos que vinham da
televisão lá na sala, enquanto deslizava as mãos pelo corpo, imerso em seu prazer solitário.
Ele estava quase no ápice, apertando os mamilos entre os dedos, massageando os
pentelhos dourados, sentindo prazer ao pensar naquele Deus de braços torneados.
A mãe tinha mesmo que interrompê-lo no exato instante de maior excitação? Logo no
momento em que o instrutor abaixava o elástico da sunga e exibia o membro endurecido,
colocando a cabeça rosada tão próxima à sua boca, que chegava a salivar desejando sentir
a textura?
Não houve como sustentar aquela imagem erótica, ele virou-se de supetão quando a
porta rangeu, e de costas tentou controlar a respiração e disfarçar o ofegar.
— Iago?! — Ela disse seguindo diretamente para a janela onde puxou as persianas e
permitiu que o ar fresco invadisse o ambiente abafado — você vai se atrasar —
murmurou olhando ao redor, onde várias roupas estavam jogadas pelo chão. Em seguida
a senhora caminhou ao guarda-roupas e de uma das gavetas retirou o uniforme azul da
instituição, jogando-o sobre a cama — Precisa de ajuda? — Ela completou observando o
filho fazer ceninha para não se levantar.
— Me deixa quieto mãe — murmurou com a cabeça por debaixo do travesseiro —
Não quero ir hoje — não só estava estressado como também depressivo naquela manhã.
— Nada disso Iago. Levante-se agora mesmo — Ela reclamou voltando à porta —
Você sabe muito bem que não são todos que conseguem uma vaga. E certamente darão
por sua falta — Saiu fechando o quarto, para dar liberdade ao garoto que deveria se
arrumar.
Sem alternativas, Iago tornou a se virar na cama. De barriga para cima ficou a encarar
o teto, pensando na vida, pensando no pior que a vida lhe oferecera. Ele, um garoto de
dezenove anos, nunca havia namorado, nunca havia sequer beijado na boca, e por mais
que o corpo pedisse, sabia que nunca perderia a virgindade. Afinal, quem iria querer
transar com um cara como ele? “quebrado”? Um cara “incompleto”?
Sentou-se na cama utilizando a força dos braços para se erguer. Aquilo virara rotina.
No colchão havia as marcas dos locais onde sempre apoiava os punhos antes de puxar o
peso do corpo. Iago tinha uma deficiência, ele era paraplégico. Não nascera especial, ficara
assim após um acidente de carro aos seis anos, desde então nunca mais andou. Perdera
por completo o movimento da cintura para baixo.
Ele ajeitou-se na cama e puxou o lençol para o lado, revelando o restante do corpo
seminu. Não dormia de camiseta, e a clara pele do peitoral seguia com igual tonalidade
rosada para alem da barriga, cintura e coxas. Ele não era um fã do sol.
Deslizando a mão pelo pescoço onde havia uma correntinha dourada, conduziu-a
através do peitoral, tórax, e olhando para a porta fechada, penetrou para dentro do
elástico da samba-canção branca. Como a mãe permanecia distante, a cantarolar na
cozinha, forçou a roupa íntima com os dedos e ficou a observar os pentelhos, o saco
cheio de curvinhas e o membro amolecido que ainda a pouco conseguira enrijecer.
Aquilo sempre acontecia por alguns instantes, quando concentrava os pensamentos
“Nele”, o instrutor da hidroterapia. Era mais velho, oito anos talvez. Tinha as costas largas
e braços delineados, um pele hidratada com algumas raras sardas amarelas nos ombros,
peitoral definido combinando com a barriga lisa e as coxas tonificadas, e que coxas eram
aquelas. Porém, o melhor de Danilo ficava oculto sob o short. Quando ele o removia para
o início das sessões na piscina, exibia sob a sunga um notável volume posicionado de
lado, volume do qual por várias vezes Iago precisou desviar os olhos, a fim de que não
percebesse a tara em sua reação.
Iago tornou a expirar meneando a cabeça. Precisava cessar os pensamentos. Eles eram
muito bons, mas se continuasse com as fantasias, acabaria por ser novamente
surpreendido pela mãe.
Após vestir a cueca limpa, passou o desodorante pego na mesinha de cabeceira e
esticou o corpo puxando o uniforme que a senhora deixara na extremidade inferior do
colchão. Vestiu o short sem muita dificuldade e a camiseta veio a seguir. Então, como
rotineiramente, Iago puxou as pernas para fora da cama, apoiou o tórax sobre elas e
calçou os tênis brancos cujo solado nunca fora desgastado. Agora, quinze minutos depois
de supostamente o haver acordado, a mãe retornava ao quarto, porém desta vez bateu
antes de entrar. Foi necessário apenas auxiliá-lo com os livros que pegara sobre a
escrivaninha, Iago por conta própria já havia se acomodado na cadeira de rodas e
organizava a mochila em silêncio.
— Seu pai telefonou esta manhã — a mãe disse conduzindo a cadeira até a cozinha.
O rapaz permanecia silencioso, não queria conversar — Provavelmente vem nos ver na
próxima semana — completou sorridente ao acomodá-lo no espaço vazio da mesa.
Assim era todo o apartamento no primeiro andar. Adaptado. Os pais procuraram
manter os espaços organizados de forma a não fazê-lo sentir-se limitado dentro da
própria casa. Desta forma, o piso era liso sem desníveis, na sala, ao invés de sofás,
poltronas estampadas deixavam um amplo espaço para o trajeto da cadeira de rodas. No
corredor não havia mesinhas de canto, porém, vários quadros de família enfeitavam as
paredes, assim como elegantes luminárias que pendiam no teto. Já na cozinha, a mesa de
três cadeiras (eram quatro, porém uma fora removida a fim de deixar-lhe o espaço
reservado) era de mármore redondo para que na pressa (acordar atrasado era
característico do rapaz) não esbarrasse na quina e acabasse por se machucar.
Iago percebia aquilo, o cuidado que os pais tinham com ele. Era bastante grato, tudo
estava ao seu alcance, e dentro de casa se sentia a vontade. A mãe matinha um cesto cheio
de frutas frescas sobre a mesa, pacotes de salgadinho, biscoitos, panificados e outras
bobagens guardava na parte baixa do armário, e na geladeira, garrafinhas de água e suco
sempre no compartimento inferior da porta. Iago era bastante mimado, todavia, mesmo
com todos os paparicos, vez em quando ele acordava assim, irritado com tudo e todos.
Queria algo mais, algo que os pais não podiam lhe oferecer. Havia passado toda a
adolescência com desejos reprimidos. Concluído o ensino médio e começado o cursinho
pré-vestibular observando os garotos “normais” iniciarem e terminarem namoros, depois
reatarem para tornar a terminar e então superar, mas ele não, ele mantinha-se sempre do
mesmo jeito, como amigo, apenas amigo de todos.
Não queria ser visto daquele jeito, como o coitadinho da cadeira de rodas, não queria
que sentissem pena, e sim que o tratassem por igual. Queria flertar, beijar na boca, queria
ao menos uma vez sentir as reais sensações conferidas pelos toques salientes, pelos
pedidos indecentes. Como todo rapaz com os hormônios em ebulição Iago queria
experimentar o corpo, ele queria ficar com outra pessoa, ele queria sentir outro garoto.
DANILO
Ele virou em uma esquina, o sol já raiva acima dos prédios. Acompanhou vários
transeuntes que atravessavam a faixa de pedestres e não interrompeu o aquecer das
pernas. Estava ofegante, olhava vez por outra para o relógio cronometrando o tempo do
exercício, e na nuca, o suor já umedecera o pescoço ensopando também a regata que
grudava ao corpo. Passou pela banca de jornais e acenou para o velhinho que organizava
os tabloides da manhã, não observara direito do que se tratavam as fofocas, mas pela
imagem estampando os noticiários, a manchete do dia era algo relacionado à política,
assunto que vinha ocupando todos os telejornais ultimamente.
Fez outra curva, passou por uma linda garota loira de cabelos longos, que como ele,
vinha correndo do sentido oposto, praticando o mesmo aquecimento. Ela usava legging
rosa combinando com a blusinha regata verde clara, destaque para os seios arredondados.
Respirando fundo, Danilo não resistiu dar uma boa olhadela acompanhando os passos da
garota, que passara sem o notar. Ela usava óculos escuros, a seu exemplo, e ajeitava os
fones de ouvido enquanto tomava um gole da água mineral que comprara de um
vendedor ambulante qualquer. Ao voltar a conferir o tempo em seu relógio, Danilo por
pouco não esbarrou com um senhor que vinha do supermercado, trazendo duas sacolas
em mãos. Desculpou-se sem interromper o movimento de caminhada, mas o velhote
preferiu ficar para trás, parado a resmungar sobre o quanto essa juventude era desatenta.
“Queria ele ter a minha juventude para entender o motivo da desatenção”. Danilo exibiu um
sorrisinho zombeteiro, mas não com grosseria. Respeito aos mais velhos fora um
princípio que os pais o ensinaram na infância.
Por fim fez uma nova curva seguindo rente á extensão gradeada à direita da avenida.
Interrompeu a caminhada com o sol das oito sobre a cabeça, e os óculos escuros
incomodando ao escorregar pelo nariz pontilhado de suor. Tirou a mochila e jogou no
canto do muro, ficou parado à sombra das árvores retomando o fôlego, inclinado com as
mãos sobre os joelhos, a observar com dificuldade as numerações expostas no visor do
relógio. Ao que parecia, as batidas do coração estavam normais, e naquela manhã, fizera o
percurso em igual período. Por fim, Danilo ergueu o tórax secando a testa, observou o
movimento de estudantes entrando pelos portões à frente, e respirando fundo, ajeitou-se
e seguiu o seu trajeto.
IAGO
DANILO
IAGO
INFORMAÇÕES:
Tamanho: 120 páginas
Capítulos: 9 + Apêndice
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Vol. 2 – O Garoto Proibido
Vol. 3 – Whatsapp do Papai
Vol. 4 – O Garoto de Programa
Vol. 5 – Espionando o Caseiro
Vol. 6 – Playboy
Notas
[←1]
Sangue e Areia é uma telenovela brasileira que foi produzida pela Rede Globo e
exibida originalmente entre 1967 e 1968, com um total de 135 capítulos. Foi a 5ª
“novela das oito” exibida pela emissora e a primeira do gênero a ser integralmente
escrita por Janete Clair. (Fonte: Wikipédia)