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Esta é uma obra de ficção. Os fatos aqui narrados são produto da imaginação. Qualquer semelhança
com nomes, pessoas, locais, fatos ou situações da vida real deve ser considerado mera coincidência.
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Série Erótica “Êxtase”


BOX (6 contos + 1 Extra)
Literatura Erótica GAY / Conteúdo Adulto
Copyright 2017 – A P Wilson

Imagens da Capa:
Portfólio Pixels

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SUMÁRIO
Meu Cunhado Curioso
Delícia Tropical
O Irmão da Minha Namorada
Meu Peão, Meu Primeiro
Meu Cunhado Quis de Novo
O Ex-Vizinho
O Pescador (Extra)

Amostra Toque-me, Por favor


Mais de A P Wilson
Êxtase (substantivo masculino)
Define-se como o estado emocional em que o indivíduo se sente fora de si ou em transe, caracterizado
pela intensificação extrema de variados sentimentos, como o prazer e a alegria.
1
Meu Cunhado Curioso

OLÁ, MEU NOME É ALEXANDRE, sou policial aqui no Rio de


Janeiro, tenho 36 anos e sou recém-casado (Um ano e meio para ser mais
exato). Minha esposa, a Eliene, está grávida, com aproximadamente cinco
meses de gestação. Como ela é pediatra, sempre tem alguma escala puxada,
chegando às vezes, a passar alguns fins de semana quase que inteiros no
hospital, deixando-me sozinho em nosso apartamento. Eu e minha esposa
somos bem resolvidos quanto a isso, nunca tivemos discussões, já que foi em
serviço que nos conhecemos, então sabíamos da rotina puxada um do outro
antes de firmarmos compromisso.
Numa segunda-feira em que eu estava em minha primeira semana de
férias, antes de seguir para o hospital, Eliene me avisou que os irmãos (Marcus,
um rapaz de aproximadamente 19 anos e Junior, o caçula) estavam chegando
do Paraná a fim de passar alguns dias conosco (sim, era uma maldita visita
surpresa). Eu não me importaria com isso, se o mais novo não estivesse junto.
Aquele garoto era uma peste, ninguém suportava. Já o irmão mais velho, o
Marcus, era gente boa demais. Sabia ficar na dele, se portar nos lugares, uma
pessoa bastante agradável.
Acabou que naquela mesma semana, num sábado, quando os garotos já
estavam conosco há aproximadamente três dias (eu já quase jogando o caçula
pela janela), recebi um telefonema do meu amigo Douglas (Dogão para os
íntimos), convidando-me para um churrasco no clube dele, com piscina e tudo
mais. Achei aquilo super legal, principalmente porque levando os garotos,
poderia ao menos ter um dia de descanso, já que o menor certamente seria
vencido pela água. Perguntei se eles estavam a fim de ir, e ambos afirmaram
que sim, então retornei para o Dogão e confirmei a ida, e também que levaria
os garotos.
Na hora marcada este meu colega parou na porta do prédio com sua
Kombi (meu carro estava no conserto) e cheguei a fazer piada por dez homens
ocuparem o mesmo espaço apertado. Eles riram, e entrando, meus cunhados
foram sentando-se ao meu lado, ouvindo as conversas fiadas do Dogão pelo
caminho.
Lá no clube decorreu tudo bem, havia carne, cerveja, música, tudo do
melhor. Até as mulheres eram maravilhosas, uma mais gostosa que a outra.
Entretanto, como os garotos estavam comigo, infelizmente não podia pensar
sequer em olhar de um jeitinho especial para alguma delas, e o pior é que eu
estava muito necessitado (confirmada a gravidez da Eliene, já estávamos há
quatro meses sem trepar. Entende o que significa? Quatro malditos meses sem
socar meu pau?).
Sendo assim, permaneci na piscina, brincando de bola com a galera,
tomando um sol quente nos ombros, zoando meu cunhado mais velho, cheio
de “não me toques”. Então, em uma destas brincadeiras dentro d’água,
correndo para pegar a bola, esbarrei em cheio com ele quando deu um passo
infalso para trás. Na surpresa do impacto, cheguei a encaixar meu amiguinho
em sua divisão, quando Marcus quicou em meu peitoral. Bastante sem graça,
percebi que ele havia sentido aquele “contato diferente”, pois meu amigão
estava meio bomba dentro do short, e a culpa por aquilo? Essa era da loiraça
tatuada que estava ali próximo, a observar-me jogar, se insinuando já há algum
tempo. O garoto, que mesmo com seus 19 anos era um tanto acanhado, me
encarou sem jeito afastando-se como se nada houvesse ocorrido, e mesmo
muito tempo depois, reparei que vez em quando ele ainda desviava olhares em
minha direção, mas tudo discretamente.
Não sei por que, mas esbarrar-me naquela bundinha saliente me deixou
bastante “animadinho”. Dando um desculpa qualquer para os demais,
aproveitei enquanto se entretiam voltando à brincadeira e dei uma fugida até o
banheiro. Pensei em bater uma punheta de emergência, mas não consegui,
havia vários caras usando o local, e acima de tudo era pequeno e bastante sujo.
Pois bem, após beber uma cerveja na lanchonete, voltei para a piscina e
fiquei apenas estirado na espreguiçadeira, a tomar sol. Com os olhos
protegidos por um óculos escuros, fingia cochilar, e de esguelha, vez em
quando observava Marcus e sua bundinha onde me esbarrara a pouco, ficando
a refletir sobre seu “jeitinho”. Por fim o dia passou.
No retorno, dois casais de amigos resolveram pegar carona conosco. A
mulher de um destes levou o garoto menor em seu colo (ele já cochilava), e
acabou que Marcus, sem ter onde sentar-se, teve que seguir viagem meio que
acocorado à minha frente, encostado em meu joelho. Silencioso e parecendo
constrangido, seu rosto não estava visível, porque a noite caíra e a estrada era
mal iluminada.
A determinado momento, pegamos uma região muito esburacada, e
deslizando sem conseguir se apoiar direito, Marcus tentava se ajeitar, acabando
por cair sobre meu colo quando Dogão fez uma curva sem avisar. Eu nada
disse, estava vendo seu constrangimento em tentar voltar a se firmar em pé,
mas a missão era quase impossível, já que o veículo estava muito apertado, e
para piorar, na frente dele ia uma mulher dos quadris muito largos. Então,
cochichando baixinho próximo ao seu ouvido, disse-lhe para ficar de boa,
apoiado na minha coxa mesmo, que o veículo logo pararia e alguns colegas
iriam desembarcar.
O problema, no entanto, é que o “logo” demorou a chegar, e conforme a
viagem seguia pela estrada escura, saltitando em seu caminho desnivelado, o
carro balançava pra caralho, e meu pau, quatro meses sem ser aquecido
daquela forma, acabou por ficar duro. Por mais que eu tentasse controlar a
ereção, e Marcus tentasse se ajeitar para ficar apenas na coxa, ele acabava por
escorregar, e a silhueta se encaixava novamente em seu reguinho macio.
Tentei respirar, fiquei mudo (eu estava muito corado) e a Kombi só
virando de um lado para o outro, pulando igual uma égua, e Marcus,
escorregando. Respirei, o sangue latejando na veia do pescoço, então
finalmente paramos no primeiro ponto e os colegas deixaram o veículo. Pude
respirar aliviado. Agora, ainda silencioso, Marcus sentou-se no banco ao lado, e
a viagem prosseguiu até chegarmos em casa.
Ao parar frente ao prédio, descemos. Eu na frente, o menor logo após, e
então Marcus, que pareceu me dar uma nova encarada discreta. Aquilo fez
uma pulga morder atrás da minha orelha, mas preferi ignorar. Seguindo, fomos
para o nosso andar (o terceiro). Chegando lá pedi que fossem tomar banho
enquanto eu telefonava encomendando algo para comermos, e assim eles
fizeram.
O boy da pizza não demorou a chegar. Passei rumo ao quarto para pegar a
carteira e percebi que o menor já estava trancado a trocar de roupas no
aposento ao lado. Quando voltava pelo corredor, contando o dinheiro, passei
novamente frente ao banheiro, e reparei que a porta agora estava encostada
(aquela fechadura era emperrada, a porta só lacrava com muita técnica).
Próximo a ela, e ao cesto de roupas sujas que Marcus usara para escorá-la,
estavam suas peças íntimas jogadas no chão. Eu tentei resistir à curiosidade,
mas não aguentei. Dei uma rápida espiadela pelo buraco da fechadura, e me
surpreendi ao ver o garoto virado de costas, dentro do box, aproveitando a
água quente para lavar as costas magras. Apenas suas bundinha empinada
ficava amostra para além do vapor, e naquele momento senti meu pau outra
vez enrijecer dentro do moletom.
Santo Deus? O que estava acontecendo comigo?
Paguei a pizza e despedi o entregador. Segui para a cozinha, separei as
fatias, abri refrigerante e deixei tudo ao alcance de ambos na mesinha de
centro, na sala. Quando me preparava para ir tomar banho (peitoral desnudo e
trajando apenas o calção caído por sobre os quadris), percebi Marcus chegar
vindo do quarto, com os cabelos ainda úmidos e roupas limpas, fazendo a
curva do sofá e indo sentar-se junto ao irmão. Pedi para que tivessem um
cuidado extra com o tapete, em especial Junior (o pestinha), então segui meu
trajeto, entrando no banheiro.
Ao trancar a porta (eu conhecia as manhas para desemperrá-la) a primeira
coisa que vi foram as roupas do mais velho ainda jogadas em um cantinho
próximo ao cesto. Pensei em reclamar com ele, mas já havia tirado meu calção
e a cueca, então deixei passar. Caminhei para o box, porém, antes de entrar,
virei-me e observei novamente aquela sunga listrada entre as roupas sujas.
Com meu coração acelerado, caminhei até lá e peguei-a na mão. Olhei duas
vezes para a porta recordando-me do que havia acontecido no clube e dos
olhares estranhos do meu cunhado. Fiquei a perguntar-me o quanto ele estava
constrangido, o porquê de ter achado aquilo estranho, já que fora apenas uma
encoxada, algo normal em qualquer jogo, algo que de forma alguma fora
intencional.
O cheiro do suor íntimo dele estava forte, eu podia senti-lo chegar até meu
nariz, e então, resolvi que iria sim chamar-lhe a atenção, porém, quando
procurei a toalha, não a achei. Teria que pedir que trouxesse o acessório para
mim. Certamente eu havia esquecido sobre a cama, já que fora ali o último
lugar que eu entrei, quando o entregador tocou a campainha.
— Marcus — eu chamei com a cabeça na fresta da porta — Marcus, vem
aqui, por favor — O garoto chegou logo em seguida, limpando a boca e
removendo os cabelos que caíam por sobre a face. Seu rosto tinha traços bem
femininos e a expressão de nerd assemelhava-se muito à da mãe quando mais
jovem.
— Oi Alex — ele disse, e sua voz estava meio trêmula, eu comecei a me
embolar.
— Traz a toalha lá para mim — pedi por fim, e nesse momento percebi
que seus olhos desviavam do reflexo de um espelho que havia bem ali, dentro
do banheiro, na parede rente à porta.
Caralho. Agora eu tinha motivos para ficar constrangido. Meu cunhado
havia me visto nu, ao menos de perfil. Puta que pariu. Fiquei muito sem graça
observando-o se retirar. Fechei a porta e vi que meu amiguinho ainda estava
duro, agora pensamentos errados passavam por minha cabeça, eu precisava me
aliviar para afastar aquilo.
Esperei ele trazer a toalha e parti para o banho. Recordando o cheirinho de
suor em sua sunga, da bundinha macia quicando meu pau na Kombi, bati uma
bem gostosa para ele, sentindo o pau grosso e veiudo pulsando com vontade,
mas quando eu estava quase gozando ouvi o telefone tocar lá na sala.
Marcus pareceu atender, e voltando, bateu na porta. Disse-me que a irmã
queria falar comigo. Por um instante tive a impressão de ver seus olhos
perscrutando na fissura da fechadura, mas como os meus estavam molhados
debaixo da ducha, poderia ser apenas coisa da minha cabeça.
Fiquei puto por ter de interromper minha bronha, mas, fazer o quê?
Enrolei-me na toalha (o amiguinho amolecendo) e saí do banheiro. Já na sala
percebi que o caçula havia caído no sono (graças a Deus), e agora, apenas
Marcus assistia a novela, enquanto eu falava com sua irmã, que explicava-me
sobre uma cirurgia de emergência que teria que dar suporte, por isso, ficaria no
hospital aquela noite.
Ao virar-me, ainda com ela ao telefone, percebi que o garoto desviava o
olhar. Ele parecia estar observando minha bunda delineada pela toalha, e agora
era oficial, havia alguma coisa acontecendo ali, e eu precisava saber o que
significava (embora no fundo eu já soubesse).
Fui para a cozinha, peguei uma cerveja e parti para o quarto, minha cabeça
com mil pensamentos errados e o pau outra vez a latejar. Sentei-me frente ao
computador, deixei a porta apenas escorada e fiquei a ver algumas fotos
enquanto aguardava algum movimento no corredor, o que não demorou a
acontecer.
Eu tomava o fim da latinha quando ouvi o barulho de passos parando do
outro lado. Naquele momento sabia que aquele cunhadinho safado estava a me
observar e certamente esperava por algo mais. Pensei um pouco e achei que
fazer aquilo na frente dele talvez fosse divertido, afinal, tava na cara que o
garoto era gay, e pior, como era bastante retraído, certamente nunca tinha visto
um macho pelado em sua frente. Foi então, que pensando assim, fiquei a
imaginar se alguém já tinha socado naquela bundinha carnuda e branquela.
Propositalmente minimizei o facebook, e abri em um site pornô. Fiz
questão de rodar um vídeo de boquete, e girando a cadeira de forma discreta a
deixá-lo observar-me de perfil, removi a toalha para a lateral e exibi meu
membro hasteado para cima.
Grosso, cheio de veia e com um cabeção rosado, passei a concluir o
trabalho começado há pouco no banheiro. Punhetava vagarosamente para ele
não perder nenhum detalhe, de forma bem gostosa, abrindo e fechando o
prepúcio bem lentamente. Só que então aconteceu o que eu não previa, sem
querer (talvez pelo nervosismo), Marcus escorou-se na porta e ela abriu. Meu
cunhado até tentou se afastar, mas não teve como.
Ele estava diante de mim, a cordinha do short desfeita (certamente estivera
a se tocar) e o constrangimento dançando nos olhos. Meu pau latejava, era a
segunda vez que aquele viadinho me interrompia nos momentos finais para
uma gozada. Então, puxando a toalha para cobrir meu brinquedo, e
minimizando a tela do computador, ordenei com a voz grossa para que ele
ficasse onde estava.
Marcus estava tremendo, pedia-me desculpas e disse que queria apenas
perguntar se eu sabia quando começavam as inscrições para o vestibular da
federal do Rio. É claro que era tudo desculpa por ter sido surpreendido, tanto
era, que ele gaguejava olhando para os lados, vermelhinho, e vez em quando
passava os olhos pelo meu peitoral desnudo, ainda curioso pela toalha
cobrindo minha intimidade. Então o interrompi:
— Marcus, senta aqui do lado.
Ele respirou fundo tentando dar uma desculpa qualquer para sair, mas eu
tornei a falar grosso com ele.
— Senta aqui agora.
Com o coração acelerado ele entrou e se sentou na cama. Não focava meu
rosto, tão pouco meu corpo. Seu olhar revezava vez para a porta, vez para o
chão.
— O que aconteceu no clube, sei que você reparou.
Ele fitou as mãos, e gaguejando tentou se explicar, mas eu o interrompi.
— O que aconteceu, é que aquela loirona estava mexendo com minha
cabeça cara, você não entende? — Questionei e ele ergueu os olhos parecendo
confuso. Saquei de primeira que pensara que eu me referiria à encoxada que o
dei na piscina.
— Mexendo como assim? — Fui surpreendido pela pergunta um tanto
ridícula.
— Mexendo de... — indaguei — Mexendo de tipo... Ah você sabe, desejo
sexual porra — tentei explicar-lhe. Mesmo sendo algo tão óbvio.
— Puts cara. Mas você é casado com a minha irmã — me surpreendeu
com seu protesto politicamente correto, porém era tudo uma forma de desviar
o foco do que ocorrera.
— É, eu sei — fingi entrar na dele — Mas isso é complicado. Você sabe
como é ter pau, ninguém controla o brinquedinho.
Percebi que o garoto ficou ainda mais vermelho, e por dentro exibi um
sorrisinho faceiro. Como ele era um viadinho!
— É. Eu sei disso, mas tipo...
— Tipo o quê caralho? — retruquei me ajeitando na cadeira — Isso é algo
involuntário, apenas acontece. Vai dizer que você, no auge dos seus dezenove
anos, nunca ficou com o pau duro ao ver uma gata?
Ele ficou constrangido.
— Que foi? Vai dizer que nunca namorou? — Sorri e ele se embolou:
— É claro que já namorei — protestou e eu resolvi provocar.
— Namorou nada cacete — zoei com ele — tá na cara que você sequer
saiu das fraldas. — No fim, aquela conversa estava me agradando, meu pau
havia murchado abaixo da toalha, mas eu estava me divertindo em “torturá-
lo”.
— Eu já namorei sim — Ele tornou a protestar, olhando aflito para a
porta.
— Então qual era o nome dela? — Desafiei de supetão, e ele se engasgou.
— Tá vendo aí? — Dei uma boa gargalhada — Puts Cara, você é muito virjão.
O garoto estava quase dando um treco, eu até fiquei com dó dele, mas, era
tão gostoso ver o seu jeitinho afeminado e constrangido. Então, levantando-se,
ele disse que ia se deitar, pois precisava levantar cedo, e eu, que não sou bobo
nem nada, também me ergui, parando-o pelo pulso. Meu cunhadinho tentou
se desvencilhar, mas como se estivéssemos em algum tipo de brincadeira, eu
postei-me à sua frente, uma barreira desnuda de peitoral largo com pelos
penteados, trajando apenas a toalha branca envolta à cintura.
— Ei cara, espera aí — zombei impedindo-o de deixar o quarto.
— Eu preciso me deitar Alex, amanhã tenho que sair cedo para ver as
inscrições do vestibular.
— Tem nada — estávamos agindo iguais dois garotos bobinhos —
Termina de me contar sobre essa sua tal namorada — Insisti e ele se
desvencilhou apelão.
— Não tem namorada alguma droga — protestou massageando o pulso
que eu havia apertado — Você está certo. Era isso que queria ouvir? Eu nunca
namorei e isso não é motivo de vergonha. — Até senti peninha dele.
— Eu sabia — disse gozador, percebendo agora que meu pau voltava a
ficar meio bomba sob o tecido. Então, não sei o que deu no garoto, mas ele
veio com toda força tentando passar, e na investida, acabou por desatar o nó
da toalha. Senti o frio acariciar minha bunda.
O pano de tecido felpudo deslizou pelas minhas coxas indo parar direto
no chão, cobrindo meus pés, deixando meu pau completamente livre na frente
dele.
— Porra cara, olha só o que você fez — protestei quando ele passou por
mim, veloz, seguindo para o corredor. Porém, lá fora, ele não seguiu seu
caminho de imediato, apenas virou-se a resmungar:
— Eu não fiz nada. Você que é um babaca — Deu uma boa olhada no
meu membro, e então seguiu para a sala. Aquilo atiçou minha libido de uma
forma tão louca, que senti cada veinha sendo preenchida pelo sangue de uma
nova ereção. Aquele viadinho estava me provocando, ele queria, e eu sabia o
que ele queria.
Atando a toalha de qualquer jeito à cintura, o segui, porém de supetão,
parei antes de entrar na sala, passando um olhar pelo sofá. Só caí na real de
que não estávamos a sós, quando vi o pirralho mais novo dormindo logo ali,
entre as almofadas. Eu não queria correr o risco dele acordar e me ver naquela
situação, duro. Uma coisa era Marcus (ele sabia guardar segredos, já era um
cara maduro), outra era a pestinha mais novo, que certamente contaria para
todo mundo sobre o cunhado estar andando “tarado” pelo apartamento.
Controlando o ofegar, olhei para ele e gesticulei:
“Vem aqui”.
Marcus estava parado do outro lado, frente à televisão. Tremendo, me
encarava como se não soubesse o que fazer.
Vai dormir Alex.
Sussurrou por fim, fechando a cara para mim. Agora, virando-se, ficou a
mudar os canais pelo painel, como se procurando algo que nunca encontrava.
Sem resistir, tornou a me olhar, e foi quando aproveitei para provocá-lo.
“Se eu for ai”.
Hasteava o dedo em sua direção, e pude observá-lo desviar o olhar para o
irmão. O garoto estava preocupado com que o menor acordasse, e aquilo era
bastante compreensível.
“Vai vestir uma roupa, por favor”. Ele murmurou.
Foi então que resolvi repensar minha atitude. O que eu estava fazendo?
Por acaso havia perdido o juízo? Provocar o rapaz daquele jeito não era
correto. Marcus sempre fora um cara gentil, não merecia ser intimidado desta
forma.
Olhei para ele uma última vez, e meneando a cabeça, dei de costas
voltando para o quarto. Chegando ao aposento, encostei a porta e de imediato
arranquei a toalha sentando-me na cama. Meu pau pendeu outra vez
livremente. A ponta rosada estava cintilante, eu o observava dar leves
espasmos de excitação.
Aquele viadinho do caralho estava brincando de me provocar. Aquele
viadinho estava me deixando louco para ensiná-lo algumas coisas. Por que
tinha que ser tão medroso? Tão resistente?
Tomei o brinquedo na palma da mão e fiquei a apertar a base levemente,
um pouco de pré-gozo veio a vazar. Refleti um pouco sobre tudo, respirei
tentando controlar os hormônios, mas acabei por me decidi ir até ele
novamente.
Agora Marcus estava sentado de costas para o corredor. Acomodado no
sofá, assistia a um canal sobre vida selvagem, o que deixava claro que seus
pensamentos não estavam ali. Ao percebê-lo, atei melhor a toalha à minha
cintura, disfarçando a ereção, e agora, na ponta dos pés, me aproximei em
silêncio pelas costas. Quando o garoto se deu conta, virando-se para me
contemplar: “vup”, tapei sua boca.
“Faz silêncio” — Murmurei baixinho ao seu ouvido — “Vem comigo” — O
puxei, e tremendo, ele fez a curva do sofá, parando apenas quando minha mão
deixou seus lábios.
“Porra Alex, isso não tem graça cara” — surpreendi-me com ele a protestar —
“Vai dormir”. — disse sério, mas sua tremedeira denunciava que não era bem
aquilo que realmente desejava. Por mais que meu cunhado estivesse a dizer
“não”, seu jeitinho amolecido me dizia “sim”. Saquei então o que ele desejava:
ser tomado à força, daí, caso preciso, poderia alegar que eu o havia obrigado,
mas, é claro que eu seria incapaz de fazer algo assim. Ao menos não se ele não
pedisse.
Foi no meio destes murmúrios imersos na adrenalina da indecisão, que um
ruído soou vindo da lateral. Ambos olhamos apreensivos para o sofá, e
observamos que Junior, o pirralho, estava se mexendo, parecendo querer
acordar. Ele virara-se de um lado para outro, derrubando algumas almofadas
sobre o tapete, e neste ínterim eu temi que levantasse e me visse daquele jeito:
com a barraca armada. Entretanto, para nossa sorte, e alívio de Marcus, o
garoto voltou a cochilar. Assim, respirando fundo e apagando as luzes, puxei o
mais velho pelo braço, e enfim conduzi de volta à região afastada.

***

— Alex me solta — Meu cunhado se desprendeu no meio do caminho.


Ele queria fugir para o aposento das visitas, onde estava acomodado com o
irmão, porém, eu era mais ágil que ele, e o impedi de alcançar a fechadura. Não
sou um bombado, mas meus braços são bem delineados. Sem tanquinho
dividido em gomos, mas de barriga sarada, peitoral estufado, com uma lisa
camada de pelos penteados. Marcus em contrapartida era magricela, tanto que
os ossos de seus quadris eram bem salientes, percebi isso quando o conduzi de
volta à minha porta, imobilizado pela cintura. — O que está fazendo? — ele
murmurou quando me viu trancá-la, guardando a chave sobre uma prateleira
alta. Agora, sem ter como passar por ela, não havia para onde correr.
— Você me deve desculpas, não acha? — disse com minha voz firme ao
encará-lo.
— Eu? — ele exclamou fingindo surpresa — Mas, por quê? — fingia não
se lembrar.
— Por ter me deixado pelado agora a pouco. Que porra cara — retruquei
olhando para ele. O garoto estava a tremer.
— Ora. Como se você já não estivesse quando eu cheguei — retrucou
afastando-se de mim, seguindo para perto do computador. A tela agora estava
no painel da senha, o sistema entrara em modo de descanso.
— E você olhando do outro lado — apelei com zombaria, fazendo
vozinha de cretino — Vai negar?
— Eu? — ele desconversou com aquele “jeitinho” que estava me deixando
cheio de tesão. Então, passado alguns segundos, com nós dois se olhando, sem
palavras, levei a mão ao nó da toalha e o soltei, deixando que o tecido
deslizasse até meus pés. Marcus pareceu ter um enfarto. Eu me aproximei dele,
tomando sua mão com força, e fiz com que pegasse meu pau. O garoto nada
falou, apenas ficou a segurá-lo, estava a tremer, olhando para mim sem reação.
Vi que aquela era a hora de agir.
— Eu tenho uma proposta para você — Sussurrei baixinho, para o irmão lá na
sala não acordar — Se quiser, posso fazer com você, mas tem que prometer
guardar segredo — apertei um pouco sua mão, fazendo com que sentisse o
calor do meu amiguinho. Um fio de baba deixou a fissura na ponta e pingou
no chão, entre nós. Ela estava ali desde a tarde no clube. Um pré-gozo
cintilante retido no chuveiro, e acumulado na punheta interrompida minutos
antes, no computador.
— Isso é errado — Marcus cochichou temeroso, gostando de sentir o
deslizar da pele volteada e pulsante do meu membro. Era perceptível o salivar
de sua boca quando ele falava, e podia apostar que o cuzinho também piscava
doidinho para ser deflorado.
— Só se não guardarmos segredo — murmurei dando uma pausa. — Vamos lá,
se decida. — tornei a resmungar apreensivo. Meu coração acelerado, a
respiração falhando, muito tesão correndo pelo sangue. Então o fitando, joguei
todas as cartas na mesa: — É o seguinte, esta é a última vez que pergunto.
Você quer ou não? — apertei sua mão um pouco mais, ficando a fitá-lo.
Agora os olhos de Marcus passeavam também pelo meu peitoral,
observando minha boca rachada pelo dia de sol, e descendo novamente para a
cabeça rosada que pulsava entre seus dedos.
— Okay — ele resfolegou perdendo a voz, e então agora era comigo.
Esboçando um sorriso satisfeito, e com muita pressa, toquei outra vez sua
cintura como um lobo faminto. O virei de costas, todo desajeitado, e levantei
sua camiseta removendo-a pela cabeça, ele tremeu quando o corpo de curvas
afeminadas ficou exposto, e sem muitas cerimônias, puxei a cordinha de seu
short, forçando-o imediatamente para baixo junto à cueca cinza.
Marcus ficou com a bundinha gelada posicionada bem pertinho do meu
pau, seu membro mediano estava ereto, e muitos pelos escuros envolviam a
virilha. Ele era completamente virgem. Sequer se depilava.
O puxei para mim, apoiando a mão em sua barriga. Não podia resistir
àquela proximidade nua. Assim, meio que rigoroso e afoito, encaixei meu
caralho na flor do seu orifício, e fui deslizando-o para cima, pincelando o
rabinho quente, como se para marcá-lo com pré-gozo.
— Vem, sente-se na cama — murmurei ao ouvi-lo gemer.
Marcus de pronto atendeu. Estava tão excitado que já não conseguia falar,
apenas respirava pela boca. Eu cheguei a temer que fosse ter um treco ali,
diante de mim, de tão ofegante que estava. — Aqui, me dá sua mão — Pedi e ele
a estirou, tornei a conduzi-la para o meu caralho, e respirando pesadamente,
ordenei: — enfia na boca e chupa.
Marcus obedeceu. Curvando a cabeça, desesperadamente acomodou toda
a extensão dentro dos lábios. Na primeira tentativa ele me beliscou com os
dentes, era a fome para mamar, porém tive que ensiná-lo como se fazia. A
grossura do meu brinquedo era exagerada, eu sabia, mas nunca fora pretexto
para impedir o boquete da irmã. Ele ficou com os lábios bem esticadinhos, e
dentro da boca, daquela cavidade rosadinha, podia sentir o quanto sua língua
estava agitada para o lamber. O viadinho sugava a cabeçona completamente
aflito, queria puxar minha goza à força pela fissura sensível. Sua mamada era
deliciosa.
— Isso, isso, isso...
Eu pedia tremendo, em êxtase. Meu corpo já estava todo suado. Sentia as
juntas dos meus pés estalarem, os pelos das pernas eriçados. Marcus fazia o
trabalho com muita vontade.
Tentei tirar meu pau da boca dele para que ao menos respirasse, mas o
garoto me impediu. Mamando, sugando, chupando, aproveitando-se de cada
momento daquela boa ação proporcionada por seu cunhadinho. Eu não iria
reclamar de seu gesto, sabia muito bem o que era estar aflito para ter relações,
então o deixei se divertir o quanto quisesse, “e como estava se divertindo”.
Parecia uma putinha, uma putinha virgem.
Então, quando enfim cuspiu a cabeçona, agora toda arroxeada de tanto ser
sugada, dei leves batidinhas com ela em sua cara, tentando socá-la em seu
nariz, deixando as narinas dele lambuzadinhas com meu pré-gozo.
— Acho que é hora de prepararmos esse cuzinho, não é? — murmurei ajoelhando-
me à sua frente. O garoto tremia tanto que me deixava com um sorrisinho nos
lábios.
Deste jeito, fazendo com que se deitasse sobre os lençóis amarrotados,
posicionei Marcus, flexionando suas pernas para sobre a barriga, e abri bem
sua bunda macia, espichada para mim sobre um travesseiro. Nesta posição,
com os dedos indicador e polegar, estiquei seu orifício rosadinho que piscava
loucamente. Sorrindo para ele, o reparei fechar os olhos quando aproximei
minha boca, e então, gemer quando comecei a chupar as preguinhas, roçando
minha barba para irritar sua pele, dando leves mordidinhas e linguadas.
Como era deliciosa aquelas sensação da florzinha dele se desabrochando
na minha língua gelatinosa. O cuzinho do meu cunhado estava bem
apertadinho, eu iria acabar com ele quando enfiasse a primeira vez, mas
Marcus ia ter que aguentar, ia ter que aguentar tudinho sem reclamar.
Chupando bem gostoso, afastei-me apenas para questionar:
— Você nunca recebeu leitinho lá dentro?
Ele tentou falar, mas não conseguiu. Então deixei pra lá.
Ergui meu corpo projetando-me sobre o dele, apoiei o joelho na cama, na
lateral do colchão, e fiquei ali, a observar sua expressão quando se retorcia
sentindo meu dedo forçar sua entrada com saliva.
— Que delícia — Exclamei sentindo-o ceder para agora acolher meu
indicador — que delícia de cuzinho — o observei sorrir e esticar os braços
acariciando meu peitoral, desta forma, curvando-me um pouco mais, o deixei
enlaçar meu pescoço e puxar-me para mais próximo dele. Eu havia entendido
o que ele queria, e assim o fiz. Deixei que Marcus pela primeira vez
experimentasse o peso de um corpo nu sobre o seu.
— Você é muito gostoso sabia? — ele exclamou extasiado — Sua rola é muito
gostosa, suas bolas quentes — Aquilo me fez aconchegar o nariz à curva do
seu pescoço, acariciá-lo ali, resfolegando quente para que soubesse a sensação
do fungado de um macho — Preciso que me foda Alex, por favor, me foda.
Sorri com aquilo. O garoto podia ser retraído na maior parte do tempo,
mas na cama se entregava como ninguém. Então, eu precisava fazer mais que
uma boa foda, eu precisava fazer ser especial para ele. Marcus era um cara
gentil, atencioso e prestativo. Ele merecia que sua primeira vez fosse mágica,
fosse inesquecível. Pensando assim, pensando nele, passei a acaricia-lo com
mais afeto (sim, eu mesmo me estranhei), deslizando as mãos por suas curvas,
fazendo-o se arrepiar. Massageando as pernas, conduzi meu nariz para brincar
com o dele, roçando nossos rostos, e então fazendo com que cedesse seus
lábios aos meus, num beijo que eu também desejava, de verdade. Um beijo
profundo e de língua que me fez latejar lá em baixo, muitas vezes.
Não resisti, eu já não me reconhecia. Soltei o restante do peso sobre seu
corpo, fazendo-o gemer sem ar. Sua boca chegava a tremer quando afastada da
minha, sua vontade era de dizer algo, declarar algo. Mas eu apenas o beijava,
me esfregando, deixando que sua língua conhecesse minha boca, que sua boca
chupasse minha boca. Então outra vez rocei meu nariz na curva de seu
pescoço e sussurrei bem pertinho do ouvido:
— Fala!
Agora, abraçando-me com todo seu sentimento, e afagando minha nuca
com vagareza, ele confessou:
— Eu sempre o desejei Alex. Desde que foi na minha casa pela primeira vez. Desde
que começou a namorar minha irmã.
Não aguentei mais. Não resisti um só segundo ao ouvir a confissão
daquele cunhadinho desiludido. Arregacei sua bunda com um puxão brusco,
botei meu pau em sua entrada, e olhando fixo em seus olhos, senti a pica
deslizar:
— Então me guarde todinho dentro de você.
Marcus chegara a revirar os olhos quando o penetrei, com força, como eu
fazia à irmã, naquela mesma cama. Eu já não tinha controle sobre meu corpo,
muito menos sobre meu caralho. Apenas enfiei de uma vez, calando sua boca
com a mão, desajeitadamente para que ele não gemesse alto.
— Toma.
Resfoleguei retirando por um segundo. Marcus gemia muito gostosinho.
Estava sendo alargado sem reclamar. Sem dúvidas ele merecia que tudo fosse
feito da forma que sonhara, minuciosamente da forma que sonhara trepar
comigo.
— Toma.
Seu gemidinho de puta era muito bom de se ouvir, ele tentava controlar,
mas era impossível. Estava rendido ao prazer conferido pelo pauzão do seu
cunhado.
— Toma, Toma, Toma.
Puxando-lhe os cabelos, para trás, de forma a deixar sua testa esticada,
comecei a bombar mais intensamente lá embaixo. Meu caralho entrava e saía,
as bolas batiam na bundinha magra do garoto, e seus quadris espetavam os
meus. Suas mãos salientes deslizavam em minhas costas, acariciando meu
pescoço, sentindo o suor se desfazer entre os dedos e as contrações da
musculatura quando penetrado, e então, para minha surpresa, ele tentou reunir
forças, e buscando minha cintura, puxou-me mais para si.
Marcus rebolava como se aquela quantidade de vara não lhe fosse o
suficiente, ele era um puto, ele era um puto sedento.
— Você quer mais, é isso? — eu não estava me aguentando. Ele era muito
safado.
— Por favor, por favor — Lágrimas saíam de seus olhos e a cama rangia
enquanto eu socava com toda a força que me restava, fazendo-lhe revirar os
olhos, tentando ir o mais fundo possível, enfiando todos os centímetros de
rola que me sobravam. Por um momento cheguei a questionar-me se meu pau
não era grande o suficiente como eu achava, mas, isso era loucura. Era claro
que eu tinha um caralho notável.
— Toma, Toma, Toma, Toma.
E se o irmão acordasse com todos aqueles gemidos?
E se alguém no apartamento vizinho ouvisse o zunido da madeira a
ranger?
— Toma, Toma, Toma, Toma.
E se minha esposa chegasse agora e de surpresa?
E se ela me visse fodendo seu irmão? Seu irmão que sempre considerou
um cara bastante ajuizado?
— Toma, Toma, Toma, Toma.
Ah, Foda-se os pensamentos conflituosos. Aquele momento era de êxtase,
gemidos e suor. Estava bom demais para ir com cautela. Meu cunhadinho
queria levar pau, e eu queria dar pau para o meu cunhadinho.
— Toma, Toma, Toma, Toma, Toma.
Acelerei arfando como um animal, imobilizando-o abaixo do meu corpo.
O suor se misturava ao dele e seu canal brilhava acolhendo as pirocadas.
Então, quando senti a sensação de formigamento, o coração acelerar
absurdamente e o canal ficar sensível pelo líquido quente, puxei seu quadril
com tudo e cravei com força em seu interior, esporrando em abundância.
Eu forçava a musculatura a expelir mais, queria gozar muito mais, inundar
ele como se para encher um copo.
Tudo o que era possível vir veio, e pouco a pouco fui sentindo meu corpo
amolecer, minha vara dar espasmos deliciosos, o líquido quente ensopar seus
pelos. Marcus já nada falava, apenas respirava vencido pelo orgasmo. Passando
a mão pela minha barriga, abaixei os olhos e percebi que estava úmida pelo
gozo dele, e desta forma, desatolando o caralho todo lambuzado, desfaleci ao
seu lado.

***

— Você gostou? — Perguntei minutos depois, quando enfim conseguimos


conversar. Ele ainda respirava com dificuldade deitado ao meu lado, em
conchinha. A cama estava toda úmida, bagunçada, e alisando seu baixo ventre,
fiquei a imaginar a sensação que era ter sentido minha rola socada até a altura
do umbigo (ao menos era o que eu calculava, baseando nos centímetros do
meu caralho).
— Adorei — ele sussurrou e dei um cheiro em seu pescoço, me
levantando em seguida. Marcus fez menção de levantar, mas eu disse para ele
ficar como estava, sua irmã só chegaria no outro dia, então ele podia dormir
comigo.
Vesti o calção frouxo nos quadris e fui conferir se tudo estava bem na sala.
Para minha alegria o garoto mais novo sequer havia mudado de posição, ainda
dormia profundamente. No relógio da cozinha vi que era tarde, passava das
duas da madrugada, então tomei água e voltei a deitar-me com Marcus.
Ali, naquela cama que dividia com sua irmã, passei a noite a acaricia a pele
dele, sentindo o cuzinho vagarosamente voltar à forma original. No que
dependesse de mim, Marcus podia fazer o que quisesse durante o tempo que
estivesse a me visitar, no que dependesse de mim, ele se tornaria meu único
parceiro, ao menos pelos próximos meses, durante a gestação da irmã.
2
Delícia Tropical

MINHA FAMÍLIA É DO INTERIOR DE MINAS GERAIS, porém,


desde meus 17 anos, moro com meus pais aqui no Rio de Janeiro. Meu pai
trabalha em uma agência reguladora de trânsito, um serviço um tanto
cansativo, e, diga-se de passagem, estressante. Sendo assim, sempre que
chegam as férias de fim de ano, a última coisa que quer é ouvir o som de
carros e motocicletas passando pela avenida frente a nosso prédio. Já por este
motivo, ele sempre combina com os irmãos, de reunirem a família para passar
ao menos quinze dias em uma casa de veraneio no litoral, mais
especificamente na praia de Ilha Grande.
Numa época em que eu estava assim como ele, estressado, mas não por
estar trabalhando, e sim por ter de me focar dia e noite no trabalho de
conclusão de curso (estudo bioquímica), a chegada daquelas férias veio bem a
calhar. Ainda era a última semana de novembro quando ele disse-me que
estava tudo certo, e que em alguns dias estaríamos partindo para o litoral. Sua
emoção era ainda maior, porque desta vez, um dos meus tios de Minas, que eu
não via há algum tempo, disse que nos encontraria lá, e que traria consigo o
filho mais velho, o Gusta, um primo super legal com o qual eu me dava muito
bem quando morava naquele estado.
Passado os dias, entramos no carro e partimos para a Ilha. Chegando lá,
foi como se nada houvesse mudado. A praia permanecia um paraíso isolado, e
poucas pessoas caminhavam aproveitando o fim de semana ensolarado. Outra
coisa que não mudou nadinha foi o jeitão amolecado do Gusta, que assim que
me viu, correu para um abraço, auxiliando-nos com as bagagens. Ele estava
mais bonito que quando adolescente, mas isso já não era novidade para mim,
sempre acompanhava seu perfil no facebook, e com o passar do tempo, pude
observá-lo ficar cada vez mais malhado, enquanto eu, que era gordinho na
época em que convivíamos, acabei por emagrecer, a ponto de ficar com o
rosto bem definido e a pele super lisinha.

[...]

Em uma das tardes em que passamos em Ilha Grande, meu pai em


companhia dos tios, resolveram seguir até um riacho isolado entre a mata
litorânea, a fim de procurar novos lugares para pescar. Outros primos, assim
como as mulheres, resolveram acompanhá-los, e na casa de veraneio, ficamos
apenas eu e o Gusta, que não havíamos dormido naquela noite, acabando por
acordar apenas depois do almoço. Como estávamos sozinhos, após comermos,
resolvemos dar umas voltas, procurar algum lugar para tomar banho e
aproveitar a tarde ensolarada.
Devido à falta de pessoas na localidade, e ao sumiço dos familiares,
passamos a ter uma grande faixa de areia apenas para nós dois, e foi aí que
começamos a abusar daquela liberdade espontânea, brincando como na época
do colegial, quando íamos passar as férias em alguma fazenda no interior.
Estávamos dentro do mar, entre algumas rochas escuras, quando meu
primo começou a querer brincar de me pegar nos braços, e me suspender
contra o peitoral, ameaçando jogar na parte funda. Desajeitadamente ele me
segurava, enquanto eu me debatia em gargalhadas, então Gusta tropeçava e
afundávamos em seguida, emergindo sorridentes como dois idiotas.
A determinado momento, quando retornei de um destes mergulhos
forçados, reparei que Gusta observava-me sair da água com um estranho olhar
fixo. Quando percebeu que eu notara, desviou-se virando de costas, e indo
para trás de um rochedo, pareceu ajeitar a sunga, o que me deixou com uma
pulgazinha atrás da orelha. Passado isto, ele retornou, continuamos a
aproveitar o entardecer e logo voltamos para a casa, os familiares haviam
retornado com sua algazarra.
Durante aquela semana, uma das coisas que mais gostávamos de fazer (em
especial Gusta, por causa do corpo atlético) era tirar fotos para colocar no
facebook. Acessávamos o site todo anoitecer, apenas para ver os comentários
e curtidas que recebíamos. Então, lá pelo sexto dia, contentes com a facilidade
para pescar naquela região, os parentes resolveram novamente ir a um olho
d’água afastado, deixando outra vez apenas nós dois na casa, já que não
curtíamos o programa. Gusta sugeriu darmos uma volta mais demorada pela
mata, à procura de novos lugares para desbravar e fotografar. Concordei na
hora, era muito legal sair com ele.
Escalamos rochedos, andamos por entre as árvores, com a mochila nas
costas, vez por outra sujando os pés com lama e folhas úmidas, acabamos por
chegar a uma prainha, sem uma viva alma a nossa vista. A mata rodeava-nos, e
quando me virei, ouvi os cliques da máquina fotográfica. Gusta capturava a
imagem de alguns pássaros da ilha, que voavam por ali, e sorriu quando sem
querer eu apareci em um dos seus flashes. Imediatamente exclamou:
— Nossa, esse lugar é tão isolado que daria para tirar altas nudes sem
ninguém atrapalhar.
Achei que ele estava de zoação, já que fazia algum tempo que mencionava
aquele tipo de coisa com zombaria. Eu ajeitei a mochila nas costas meneando a
cabeça, então, entrando em sua conversa fiada, exclamei:
— Eu não teria coragem de ficar sem roupas assim — e então gargalhei —
Você teria? — Imediatamente ele abaixou a câmera e me encarou a sorrir.
— Ué Carlinhos! (Esse é meu nome) É claro que sim — disse se
aproximando — Mas nesse caso você é quem teria que ser o fotógrafo —
zombou, dando-me um encontrão com seu ombro largo, e então, disfarçando
meu constrangimento, passei a olhar ao redor, analisando o local. Após alguns
segundos exclamei:
— Já pensou cara? — zombei dele — Isso seria no mínimo estranho —
Me virei observando que agora Gusta retirava a camiseta regata, amarrando-a
ao redor da cabeça, o que deixou seu peitoral lisinho exposto. Foi aí, que
puxando a câmera de suas mãos, saí correndo para a prainha que ficava logo
ali, ele me seguiu meio que tropeçando nas raízes soltas, até me alcançar, e
após uma lutinha, conseguir me derrubar na areia. O mar estava à nossa frente,
mas o local era extremamente reservado, já que cercado pelas altas rochas
escuras, só era acessível tomando o caminho que fizemos por dentro da mata.
— Pra você não é novidade ver homem pelado, não é moleque? — fui
surpreendido com sua brincadeira nada discreta enquanto ele tentava me
imobilizar entre as pernas. E agora, dando-me por vencido, parei de resistir e
ele afastou-se sentando ao meu lado, todo despojado. Como estava de
bermuda, podia reparar apenas em suas pernas bronzeadas, cheias de pelos
finos de coloração acastanhada.
— Claro que já — zombei, e ele virou-se surpreso com a minha resposta.
Então completei: — Eu mesmo. — sorri voltando a olhar em direção ao mar,
e devolvendo-lhe a câmera suja de areia, levantei-me com intuito de ir dar um
mergulho.
Houve um momento de silêncio enquanto retirava minha camiseta e
desabotoava a bermuda. Ele ficara calado olhando ao redor, apreciando a bela
paisagem natural. Foi aí, que para minha surpresa, Gusta olhou para meu
corpo magrelo, agora só de sunga, e propôs:
— E se eu tirasse algumas fotos suas? — sorriu ajeitando os óculos
escuros — Só para vermos como ficaria? — Senti um nó formar-se em minha
garganta, e pensando ser outra de suas brincadeiras, zombei:
— Que é isso primo? — no fundo me senti interessado — Estou te
estranhando.
Ele gargalhou levantando-se. Agora a meu exemplo, também removia a
bermuda, desfazendo o laçinho que atava a cintura.
Ficando apenas de sunga listrada, e o corpão exposto às sombras das
árvores, ele exclamou:
— Estou falando sério Carlinhos — agora guardava os óculos na mochila
— Estamos apenas nós dois — exclamou erguendo o olhar rapidamente para
mim — Seria algo diferente, não acha?
Achei a proposta bastante estranha, mas Gusta falava de uma forma tão
despojada, que parecia realmente ser apenas por zoação.
— Você tá de zoação não é? — joguei areia nele com o pé, e o observei ir
deixar a mochila entre as rochas. Então, enquanto voltava, reparei que o
volume em sua sunga estava um pouco alterado. Gusta guardava o pau
posicionado de ladinho.
— Puts. Mas você é mesmo muito medroso — sorriu focalizando-me com
o zoom da câmera, e num flash, tirou uma foto de perfil para o mar.
— Não é medo. É só que... sei lá. E se aparecer alguém?
Ele, que estava parado, abriu um sorriso empolgado ao perceber que estava
começando a me convencer. Então, caminhando para mais próximo, enlaçou o
braço ao redor do meu pescoço e pude sentir o peso de seus músculos
torneados.
— Alguém quem cara? — murmurou ajeitando a câmera para que eu visse
a foto que acabara de tirar — Estamos sozinhos neste paraíso. Sem falar que
somos quase que irmãos — Me puxou para mais junto de si. O cheiro dele era
tão bom.
Naquele momento comecei a refletir sobre o quanto dávamos certo um
com o outro, diferente do que acontecia com os demais primos, que pareciam
não suportá-lo. Talvez fosse inveja, já que Gusta tornou-se o mais gostoso da
turma, e por onde passávamos, roubava a atenção.
Enquanto analisava minha foto no visor da câmera digital, com o braço
dele envolto ao meu pescoço, desviei o foco por um instante, para apreciar o
vulto mais abaixo, não o dos nossos pés sobre a areia, mas sim o do volume
oculto dentro da sunga dele. Talvez ir em sua conversa fosse me render algo
interessante, quem sabe indo na dele não acabaria vendo algo mais que aquele
sedoso tecido vermelho. Acabei por me dar por vencido.
— Okay. Mas deve jurar que depois vamos excluí-las. — o observei exibir
um sorrisinho malino.
Gusta deixou meus ombros, e ajeitando a câmera apontou para a região
entre as árvores, uma grutinha que havia ali, mais adentro. Caminhei ao seu
lado até o local, sumindo entre a vegetação, parando apenas quando ele disse
que aquela baixada era a ideal, rente às rochas e um tímido curso de água.
Bastante constrangido, tive que olhar para todos os lados e fazer muito corpo
mole, antes de por fim, ter coragem de virar-me de costas para ele, e
vagarosamente descer a sunga, tirando-a pelos pés e jogando para o lado,
sobre alguns galhos. Fiz isso tomando fôlego, com um sorrisinho de
nervosismo, sentindo a umidade fria tocar meu bumbum. Só então, virei-me
novamente, cobrindo as partes íntimas, ouvindo os cliques imediatos e
observando meu primo de pé, com aquele tanquinho flexionado, e a câmera
focada em mim.
— Ficou muito legal cara — ele disse por fim — Mas, coloca as mãos
atrás da cabeça, como quem não quer nada, sem lombra, valeu? — zoou sem
tirar os olhos do visor, e novamente Click... Click...
Fiz como pedido, muito sem jeito. Tirei a mão que cobria a área genital, e
levei para trás do pescoço, como um modelo de revista, então ouvi os novos
cliques, e percebia seus sorrisinhos sacana amoldar-se nos lábios. O volume na
sunga de Gusta estava mais desproporcional, e respirei fundo para não ficar
excitado, como ele, até que enfim me chamou pra vermos as imagens.
— Caramba Carlinhos — ele exclamou e eu me aproximei curioso,
trazendo a sunga em mãos, ocultando a área genital — Seu pinto está
encolhendo — zombou ampliando a imagem e eu dei-lhe um empurrão pelo
ombro, percebendo o quanto era durinho.
— Não seja idiota Gusta, e agora apaga essa merda. — resmunguei
preparando-me para vestir a peça íntima, então o ouvi exclamar.
— Ei, porque não continua assim mesmo? Não tem ninguém por perto,
aproveite o clima — dito isto, Gusta puxou a sunga das minhas mãos, e agora,
subindo a elevação, voltou para a praia. Tive que segui-lo com as partes ao ar
livre, balançando para um lado e para o outro. Irritado com a sua audácia.
Eu estava nervoso, principalmente agora, que começava a perceber onde
aquele delicioso bobão queria chegar. Sem conter minha tara por ele, resolvi
apenas entrar na brincadeira. Ao sair na praia, vendo o mar a nossa frente,
percebi que Gusta já estava lá dentro a girar minha sunga, chamando-me para
ir buscá-la. Mergulhei na água, e aproximando-me dele, comecei a travar uma
lutinha para reaver a peça, fazendo questão que Gusta me pegasse com força, e
se esfregasse em minha bunda nua. Conforme a brincadeira foi ficando difícil,
e eu vermelho pelo esforço, ele passou a tentar apalpá-la, até que em
determinado momento consegui reaver o acessório, e como quem não quer
nada, o peguei pelas pernas de surpresa, derrubei no mar e arranquei a sua.
— Volte aqui porra — ele praguejou, começando a nadar em minha
direção. Eu havia saído da água, e agora, afastado na areia, pude ver seu tórax
desnudo surgir quando ele se ergueu no mar. Então zombei:
— Cuidado primo... pode aparecer alguém.
— Então devolva, ou eu saio assim mesmo — Ele zombou (eu o
observando apalpar as partes submersas).
— Não sem antes eu também tirar uma foto sua — gargalhei abaixando-
me a pegar a câmera entre suas roupas.
— E vai querer tirar comigo assim é? — ele sorriu levantando os braços,
um pedacinho de sua virilha ficou visível, e eu senti minhas pernas tremerem.
— Você é quem sabe. Se sair, eu tiro com você broxa mesmo — gargalhei.
— Pô primo, você não vai querer fazer isso. — Então, sem menos esperar,
o observei retomar a caminhada, deixando a água, atento aos arredores para
certificar-se de que realmente estávamos a sós. Nervoso quando a virilha dele
ficou completamente amostra, apontei a câmara, focalizei e click. Ele tinha os
pelos aparados, ao menos foi o que deu para ver na imagem que tirei instantes
antes dele sair.
— Nossa Gusta — Exclamei disfarçando meu constrangimento agora que
ele aproximava-se totalmente pelado, parando bem ao meu lado.
— Qual o problema? — questionou roçando em minha bunda, para
supostamente analisar a imagem.
— Seu pinto cara — disse dando um zoom, afastando-me um pouquinho.
— O que tem ele? — Gusta olhou-me zombeteiro, tornando a relar.
— Está ficando torto — sorri empurrando-o para o lado e me afastei, mas
então, meu primo pegou o pau e veio balançando para o meu lado, brincando
que iria me fazer chupar. Eu fugi dando risadas. — Deixa de bobagem seu
viadinho — completei reparando quando ele parou de repente, e para minha
surpresa, Gusta abriu o prepúcio vagarosamente, deixando a cabeçona pular
para fora, grande e cintilante ao sol.
— Ué? Vai dizer que achou ele feio? — meu primo sorriu apalpando o
membro (agora seu pau estava enrijecido, e reparei que a cabeça tinha uma leve
ondulação).
— Hahahah... (sorri) Não vem com zombaria seu babaca... É que ... — Eu
já não sabia o que estava fazendo. Nunca havia dado tanta pinta na vida.
— É que o que seu idiota? Ele é só grande demais. — Gusta zombou
voltando a olhar para mim, então sugeriu — E se tirássemos algumas fotos de
mim? — apontou com a cabeça para a matinha, e exibindo um sorriso, entendi
o que ele pretendia. Gusta seguiu na frente, e eu logo atrás respirando nervoso,
deletando imagens, para ter espaço na memória.
Ao chegarmos no local, ele de imediato encostou-se em uma das rochas e
começou a fazer poses bastante ousadas, do tipo vagabundas mesmo, e eu
logo fui o fotografando.
— Esta aí vou mostrar pra minha namorada — ele zombava e eu meneava
a cabeça. — Esta vou dar para você bater umas punhetas pensando em mim
— Gargalhei sem desviar o foco do serviço, e então, comecei a sugerir
posições que ficariam legais, (posições que me deixariam excitado),
percebendo que Gusta ajeitava o membro olhando diretamente para o meu e
também para minha bundinha durinha.
Eu tremia de excitação vendo meu priminho pelado com aquela tora
balançando para um lado e para o outro. O cacho de bolas do Gusta era um
tantinho grande, e uma pendia mais alta que a outra.
Me ajoelhei na areia, entre os galhos, e tirei outras imagens em várias
posições. Ficava o tempo todo de olho em sua excitação, que de tão dura, fazia
meu orifício piscar incomodado. Então Gusta exclamou:
— Agora é sua vez. Me deixa tirar algumas dessa sua bundinha branca.
A princípio quis negar, mas ambos sabíamos onde aquilo iria chegar.
Então, entregando-lhe a câmera, me posicionei nas pedras. Ele atrás de mim,
bem pertinho, clicou várias vezes. Pedia que eu ficasse olhando para as árvores,
sem me mexer, afastando-se supostamente para procurar um bom ângulo, e
eu, que não sou bobo nem nada, sabia que Gusta aproveitava era para dar
algumas boas punhetadas antes de bater a foto. Prova disto eram os dedos
escorregando nos botões da câmera, melados por seu pré-gozo.
— Isso Carlinhos, agora arregaça ela bem arregaçadinha.
Click... Click... Click...
— Legal, agora coloca o dedo no meio.
Click... Click... Click...
Passado alguns minutos, ouvi o alerta da máquina soar e meu primo
reclamou. A bateria havia acabado. Fiquei chateado, muito chateado mesmo, e
só então reparei que o escurecer começava a chegar.
— Que pena primo — eu resmunguei quando ele se aproximou — Agora
acho que devemos voltar, está ficando tarde.
— Só se você quiser — ele disse passando a mão pelo peitoral. Olhando
ao redor. Os grilos começavam a cantar.
— Eu queria ficar mais um pouco, porém está ficando frio e não quero
resfriar — disse-lhe.
— Frio? — ele sorriu — isso é só questão de se aquecer Carlinhos —
zombou.
— Se aquecer? — perguntei já com voz maliciosa — Mas como? Não
trouxemos roupas quentes.
— Mas não precisamos de roupas quentes “priminho” — ele mordeu os
lábios — Se o sangue esquentar, o corpo também esquenta — disse outra vez
roçando o membro meio bomba na minha bunda, e eu que já estava
totalmente anestesiado por aquela sessão de fotos, deixei que ele a felasse,
abraçando-me pelas costas.
— E como fazemos isso? — sussurrei dando uma empinadinha para trás,
para que Gusta percebesse que eu também queria ir mais alem.
— Vem aqui. Vou te mostrar — Ele sussurrou olhando ao redor. A escuridão
engoliu a gruta.
Meu primo de Minas Gerais recostou em uma pedra entre as árvores e
pediu para que me aproximasse dele. Então, pegando-me pelo pulso, puxou de
supetão fazendo com que quicasse em seu peitoral.
— Gusta? — retruquei surpreso, o sentindo encaixar seu membro duro
entre minhas pernas. Seu peitoral estufado roçava ao meu, e não resisti segurá-
lo apalpando pelo bumbum.
— O quê? — Ele murmurou com a voz bem safadinha — Você não gostou?
— me abraçou com força, juntando nossos corpos com firmeza. Deslizando o
nariz pelo meu pescoço, Gusta pressionava minha cintura deliciosamente
contra sua virilha, e sentindo o pau grosso dele deslizar por minha região
perineal, ficava com o cuzinho a piscar deliciosamente. Era indescritível a
sensação de sentir a ponta de seu membro molhar meu reguinho, o dedo do
meio massageando a entradinha do orifício, e o meu membro, deslizando em
sua virilha.
— Continua — Sussurrei rendido a ele, e nada mais falamos.
Agora, apenas me ajeitando melhor, o deixei sentar-se sobre a pedra, para
em seguida subir em seu colo, ficando frente a frente com ele. Minha bundinha
eu mantinha empinada para que deslizasse a cabeçona rosada do seu membro
por ela, me lambuzando, massageando a entrada, que piscava deliciosamente.
A lateral molhada de seu membro babava em meu orifício, e falando putarias
ao ouvido, Gusta me fazia gemer.
— Hummmm... Que cuzinho quentinho — ele provocava me massageando
— Está me dando uma vontade louca de enfiar em você, sabia? Pena que não
aguentaria o tamanho.
— Sério? — resfoleguei de olhos fechados, deslizando o nariz por seu
pescoço, sentindo o cheirinho dos cabelos castanhos, salgados pela água do
mar — E por que não tenta? — chupei a pontinha de sua orelha, ouvindo os
grilos cantarem, e a noite a nos cercar.
— E se eu te machucar? — ele questionou tremendo, dando leves
batidinhas com a rola em meu orifício. Era possível sentir a cabeça de seu
membro grudando, certamente estava todo lambuzado, assim como meu pau
deixara sua virilha.
— Eu sei que vai ser bom — respondi chupando seu pescoço. Gusta tinha
um gosto saboroso.
Naquele momento já estávamos pegando fogo, e quando ele me pediu pra
ficar de quatro entre os galhos, na areia, já sabia que iríamos brincar bastante.
Gusta se ajoelhou encostando as pernas grossas em mim, ajeitou-se entre
minha bunda e então tocou meu orifício com o pau quente. Eu ficava curvado
com o rosto quase entre as folhas secas, empinadinho, arregaçando o
buraquinho com os dedos, me insinuando para que o Gusta lubrificasse bem
antes de tentar enfiar. O sentia dar leves “cavadinhas” com a cabeça macia de
seu pênis, gemia quando ele cuspia na mão e me lambuzada com o dedo do
meio, e fiquei todo tenso quando começou a tentar.
Me penetrar parecia ser uma tarefa difícil, tive que continuar abrindo a
bunda para ele, na tentativa de facilitar a passagem. Respirava profundamente
tentando perder o temor, tentando relaxar a musculatura para que Gusta enfim
conseguisse as preliminares.
— Ai! — Suspirei sabendo que aquela coisa macia já não era o seu dedo
mediano — Ai, Ai Gusta. Devagar! Devagar! — Doía pra caralho, mas a
situação era muito delirante. — Ai cara! Ai. Espera aí! Espera aí. — Senti suas
mãos segurarem meus quadris.
— Chega mais para trás Carlinhos. Chega mais um pouquinho.
Forcei meu bumbum como ele pediu, e por fim senti meu primo gostoso
penetrar. Quase morri, seu pau deslizou como uma espada, pude sentir cada
ondulação de veias que o circundava. Ele tapou minha boca me impedindo de
gritar, ficou imóvel, respirando pesadamente, encaixando-se vagarosamente em
meu interior. Só quando viu que eu não faria escândalo, deixou-me suspirar.
— Meu Deus do Céu. — rangi os dentes ao tentar falar. Como aquilo ardia.
Eu rebolava procurando uma posição mais confortável, e Gusta pensou
que com aquele gesto eu estava dando um okay para ele prosseguir. Então
passou a socar. Gusta socava uma, duas, três vezes seguidas sem dar ouvidos
às minhas reclamações.
— Porra Gusta. Porra. Tá me rasgando cara, Tá me rasgando, devagar...
— É assim mesmo, vai ficar bom, já já fica bom — Ele gemia deleitoso,
forçando mais. Ajeitando-se na areia, meu primo não dava moleza para meu
cuzinho apertado.
— Ai Gusta. Ai. Meu Deus... Meu Deus do céu, Ai...
Ali, ao ar livre, levando pirocada do meu primo malhado, quase que um
irmão para mim. Era simplesmente maravilhoso. Eu olhava em todas as
direções, com lágrimas nos olhos, aliviado por ninguém aparecer para nos
interromper. Fui gemendo, empinado sobre a areia, enquanto ele se
movimentava para dentro e para fora, abrindo minha bunda com firmeza,
rebolando toda vez que enfiava, bombando o caralho apetitosamente lá dentro.
Nunca tive um orgasmo tão bom como aquele, com meu primão fodedor. A
coisa mais gostosa era saber que no final não me julgaria por estar gostando de
ser sua putinha.
— Está melhor agora Carlinhos? — ele questionou quando eu parei de
reclamar.
— Continua, apenas continua — gemia para ele, sentindo um delicioso
formigamento. Meu líquido certamente estava sendo aquecido, e o dele,
escapava aos pouquinhos, facilitando a entrada de seu membro.
Então Gusta puxou o pau para fora e eu senti um alívio gelado na região
aquecida, foi simplesmente maravilhoso. Com os braços cansados, desfaleci
sobre a areia ficando de barriga para cima, pensando em me colocar na
posição de frango para ele prosseguir, mas então Gusta disse que queria
concluir na minha boca. Respirei fundo com um sorrisinho, e relaxando o
corpo, deixei que se ajoelhasse, ficando suspenso próximo ao meu pescoço.
— Meu cu tá ardendo cara — disse observando-o se ajeitar.
— O meu pau também — sorriu ao resfolegar — Agora chupa para aliviar
ele. Chupa gostosinho, como se mamando, Okay?
Quando meu primo colocou seu pau em minha boca, o gosto estava
salgado. Cuspi para o lado e então voltei a mamá-lo. O cheiro do saco quente
era uma delícia, as bolas roçando meu queixo era uma loucura. Estirei minha
língua para fora, deixei que ele bombasse deslizando sobre ela, então Gusta
começou a gemer com mais ofegação, percebi que iria gozar e me preparei
para acolher seu prazer. Levando as mãos até sua bunda, fiquei massageando
com força, como se o ordenhando. Foi aí que senti o primeiro jato, salgado e
baboso. Do nada recebi o segundo no meio da garganta, e o terceiro, e o
quarto. Como ele não tirava o membro e não me permitia afastar a boca, sua
goza foi se juntando à saliva e formando um caldo enjoativo lá dentro. Já não
aguentando o gosto, o empurrei e cuspi tudo na areia, em seguida o vi cair ao
meu lado, sorridente e respirando aliviado.
Sua ofegação foi o estopim para mim. Tomando meu membro, comecei a
punhetar loucamente, sentindo seu cheiro enquanto ele me roçava de lado, os
lábios chupando meu ombro, e a rola tocando minha coxa. Gozei para ele, e
gozei intensamente.
Depois que terminou, ficamos por ali mais uns vinte minutos, abraçados
lado a lado, conversando sobre os tempos de cidade pequena e os garotos da
rua que ele havia comido neste intervalo. Meu primo só curtia comer, morria
de medo de dar o cu. A seu pedido afastei-me um pouquinho só para que ele
pudesse sentir a dimensão do buraco que me deixara, e zombeteiro, sorriu
dizendo que quando chegássemos à casa de veraneio iria me dar uma pomada
para passar.
Então vestimos nossas roupas e pegamos a estrada. Deste dia em diante,
trocamos várias nudes pelo Whatsapp, e ano que vem, em minhas férias após a
entrega do TCC, estarei viajando para Minas Gerais com a promessa de que
ele me dará um novo trato. Agora, se a sua pergunta é se trepamos mais vez
naqueles dias de passeio? Bom, o que posso dizer é que meu cuzinho nunca
esteve tão liso.
3
O Irmão da Minha Namorada

ELE NUNCA TINHA TRANSADO, confidenciou-me isto certo dia.


Apesar de aparentar curtir garotos, ficou encantado quando o contei sobre a
sensação de comer uma xoxota rosadinha, enquanto mantinha-se imerso
dentro da água, com os braços apoiados na borda da piscina, apenas
movimentando as pernas lá dentro. Parecia sentir-se a vontade quando estava
comigo. Quando não na água a dar mergulhos, apenas encarando-me deitado
na espreguiçadeira, comendo-me com os olhos, pensando que eu não podia
vê-lo através dos óculos de sol. Minha namorada e minha sogra estavam
distantes, caminhando pelas lojinhas do clube, então pude ficar sozinho por
vários minutos com ele, Danilo, tranquilamente confidenciando-lhe as putarias
que fazíamos na época do ensino médio, série que ele concluíra no mês
anterior.
Às vezes ele saía da água e ficava de costas para mim, o corpo esguio,
magro, mas com uma bundinha arrebitada e dura, surpreendentemente bonita
e desejável. Eu esboçava um largo sorriso quando ele a empinava em minha
direção para dar um novo salto, e era tão branquinho que me deixava na
curiosidade de saber se ela era realmente lisinha por debaixo daquela colada
sunga azul. E então ele emergia lá na frente, cuspia um pouco de água e
voltava dando braçadas leves, até se apoiar outra vez na borda da piscina e
tornar a me encarar, voltando a tagarelar.
A irmã em nada se parecia com ele. Desde que nos conhecemos sempre
fora safada, e considerando que já estávamos namorando há mais de um ano,
transar com ela já havia se tornado algo rotineiro e sem graça. Apesar de nosso
relacionamento ser aprovado pelos pais, preferíamos ainda assim mantermo-
nos em quartos separados durante os passeios em família, já que os tios e em
especial os avós, que estavam junto, eram bastante conservadores, e preferiam
continuar vivendo com os pensamentos do século passado, quando
namorados só transavam após o casamento.
Quando Danilo saiu de dentro da piscina e deitou-se na espreguiçadeira ao
meu lado, levantei-me com a desculpa de ir buscar uma cerveja no barzinho e
fiquei alguns instantes parado de pé, bem ao lado do rosto dele, a esticar meus
braços torneados pelas tardes na academia, lançando minha sombra sobre seu
corpo. Como olhava seguidamente para a cintilância da água azulada da
piscina, tentando a todo custo não me fixar, evitando assim o encontro
constrangedor de seus olhos com minha notável mala posicionada de ladinho
dentro da sunga vermelha, pude analisar com cuidado suas curvas quase
femininas. Ele não tinha barba, a pele levemente avermelhada pelo sol era
extremamente viçosa, inclusive o rosto rosado. O volume mostrado em sua
sunga era mediano, e cheguei a apalpar o meu por um instante, como se o
ajeitando, comparando em pensamento nossos atributos. Fiquei orgulhoso de
poder exibir meu dote tão próximo a seu rosto, apesar de ele continuar a
observar a água, fingindo não reparar.
Ao afastar-me, deduzi que já tinha bebido demais, somente assim para
minha libido estar tão obcecada nas curvas de outro cara, um moleque ainda,
principalmente em um lugar como aquele, com tantas gatinhas mais velhas
desfilando para lá e para cá.
Enquanto eu pegava a cerveja no bar, virei-me um instante a observá-lo
ajeitar-se de bunda para cima a tomar sol, e percebi quando duas das garotas,
donas de traseiros fantásticos, pararam bem ao seu lado a conversar. Sentando-
me no banquinho para degustar da latinha, com as pernas abertas como se as
bolas estivessem inchadas, notei que Danilo sequer fazia questão de virar a
cabeça para conferi-las, o que seria reflexo de qualquer garoto, principalmente
estando na idade dele, com os hormônios em plena ebulição. Ele tinha um
jeitinho delicado, minha namorada já havia me confidenciado que o achava
meio viadinho, mas eu sempre a repreendia, por gostar bastante de sua
companhia.
“É só a forma dele se expressar”, eu dizia a ela. Entretanto, analisando melhor
o comportamento de Danilo ali no clube, quando estávamos sozinhos, vi que
as mulheres realmente não lhe despertavam o interesse, o que apenas se
confirmou quando reparei dois caras do tipo atlético como o meu, passarem
bem à sua frente trajando sungas estampadas, e os olhos de Danilo deslizar,
acompanhando o movimento das costas largas e cada detalhezinho do
requebrado masculino.
Sentindo meu pau avolumar, caminhei rapidamente para o minúsculo
banheiro do bar e fiquei ali por alguns instantes, respirando fundo tentando
diminuir a tensão. Já estava pensando no anoitecer. Eu precisaria chamar
minha namorada e dar um jeito de me aliviar, porém, ao me imaginar
penetrando ela outra vez, e aqueles gemidinhos forçados, sentia-me meio que
broxar. Não que comer a minha namorada fosse ruim. Quando eu me
esforçava com as preliminares, até conseguia satisfazê-la de verdade. A questão
é que, naquele momento, naquele dia, o meu tesão estava em outro lugar, e
agora, voltando para a piscina, reparei que Danilo outra vez estava na água.
— Deste jeito você vai desbotar — Sorri para ele sentando-me na borda,
sentindo a água umedecer os pelos das minhas pernas. Danilo que estava no
centro, veio nadando até me alcançar, o sol de fim de tarde cintilando as
gotinhas que escorriam por suas costas, quando ele parou bem ao meu lado.
— Quero aproveitar cada momento, o vestibular está chegando e preciso
relaxar — se explicou, e eu percebi quando apoiou as mãos sobre a borda de
pedras, recostando-se em minhas pernas, a movimentar as suas debaixo da
água.
— Você deveria sair mais, ir ao cinema, a um parque, encontrar uma
namorada — Disse ajeitando os óculos escuros, e virando-me para ele, o
percebi fechar o nariz com os dedos e afundar em seguida, como se para
desviar o foco do assunto. Agora Danilo surgia outra vez lá no centro da
piscina.
— Vem aqui, a água está bastante fresca — exclamou passando a mão no
rosto para remover os cabelos que grudaram à testa. Sorridente, deslizei para a
água do jeito que eu estava e sumi nas profundezas. Danilo ficou olhando ao
redor, e só me encontrou quando sentiu minha cabeça bater em suas pernas
abertas, e então meu corpo deslizou por entre elas e saí do outro lado. — Que
susto — exclamou sorridente quando me viu erguer-se, puxando-o pelas
costas, como se brincando.
— Te peguei — Baguncei seus cabelos sentindo-o quicar no meu peitoral,
e talvez, fingido que tentava se desvencilhar dos meus cutucões, percebi
quando Danilo empinou vagarosamente sua bundinha para trás. Fiquei sem
reação quando senti aquela curva macia roçar em minha elevação.
— Podíamos brincar de passar um por debaixo das pernas do outro, o que
você acha? — ele sugeriu afastando-se, e eu, sentindo-me corar, respirei fundo
concordando. Então o observei mergulhar, sua sunguinha azul ficando apenas
por alguns instantes arrebitadinha na superfície da água e meus olhos
desviando-se para os arredores, conferindo se alguém prestava atenção em nós
dois. Nada diferente, apenas Danilo saindo às minhas costas removendo a água
do rosto. — E então, é a sua vez — ele falou posicionando-se de pernas
abertas, e eu, buscando fôlego para o mergulho, sorri para ele e então afundei.
Porém, diferente de como fizera, fiz questão de passar por debaixo de suas
pernas com o corpo virado para cima, e assim, de olhos abertos debaixo da
água, pude ver aquela bela bundinha de pertinho, antes de sair às suas costas
outra vez.
— E aí? Como fui? — minha voz estava falha. Enquanto retirava a água
que escorria pelo rosto, sentia um nó no centro da garganta. Então, outra vez
Danilo reclinou-se, como se para molhar os cabelos, e empinando a bundinha,
tornou a roçar meu cacete. Olhei para os arredores apreensivo, porém com
uma vontade louca de puxá-lo para mais junto e deixá-lo sentir a espessura da
minha mala.
— Nunca tentei de barriga para cima — ele exclamou voltando a se virar.
— E por que não tenta agora? — sugeri sorrindo — é só prender o fôlego
muito bem.
Ajeitando-me, novamente me posicionei de pernas abertas.
Desta vez, fingindo arrumar a sunga antes que ele pudesse mergulhar,
enfiei os dedos pelo elástico inferior da lycra, e com o polegar e o indicador,
pincei minha vara para fora, deixando metade dela exposta, escapulindo pelo
vão da coxa. Queria ver sua reação.
— Então lá vou eu — ele puxou o ar e afundou, senti quando sua cabeça
aproximou-se das minhas pernas e pude ver sua silhueta virando-se abaixo da
água. Ele deu uma braçada para tomar impulso, passou entre minhas pernas e
antes que emergisse, senti quando a lateral de seu joelho deslizou na parte
interna delas, roçando rapidamente a extensão do meu membro. Resfoleguei
de tanto tesão.
— E aí, como eu fui? — ele exclamou removendo a água do rosto e eu
não sabia o que falar, estava sem ar. Então, enquanto ele se ajeitava, afundei
rapidamente como se para molhar a cabeça, e guardei o pau.
— Foi muito legal, mas agora eu acho que é bom sairmos. Você já está
vermelho, e meu bronzeado daqui a pouco vai começar a despelar.
Ele sorriu olhando para o poente. A tarde estava indo embora.
— E o que faremos então? — questionou sorridente, e então observei
quando a meu exemplo, ele também afundou a fim de molhar a cabeça,
deixando apenas os olhos do lado de fora da água. Passei uma vista para além
de onde ele estava, e ajeitando minha correntinha, engoli em seco.
— Sei lá, podíamos ir aos chalés. Queria dar uma olhada no meu celular.
Ele emergiu exibindo um sorrisinho malino, concordou com a cabeça e
seguiu na frente dando braçadas até sair pela escadinha de metal. A coisa mais
alucinante naquele momento era ver Danilo subindo o caminho de pedras, por
entre o gramado, e aquela bundinha arrebitada balançando para um lado e para
outro, enquanto ele, discretamente, tentava tirar a sunga azul que entrara no
reguinho. O rapaz podia ser virgem, mas sabia muito bem como enlouquecer
um cara mais experiente que ele.
Ao chegarmos à área dos chalés, eu abri a porta, e entrando na frente, fiz
sinal para que ele entrasse também. O garoto passou para dentro do quarto, e
eu, conferindo os arredores, encostei a porta, discretamente ajeitando meu
pau.
— Acho que não podemos demorar muito. Minha mãe pode ficar
preocupada sem saber para onde fomos.
— Relaxa aí, você está comigo, e elas estão bastante ocupadas agora —
caminhei para mais perto dele, que se sentou na cama, esperando alguma
reação safada da minha parte.
— E então, como está sendo dormir aqui, sozinho? — questionou
estirando-se na cama, de barriga para cima, num gesto bastante sugestivo.
— É bom — eu murmurei caminhando até minha mochila ao lado dele,
deixando a lateral da minha perna peluda roçar à sua.
— Que bom — ele murmurou afastando-se uns centímetros — É um
saco dormir no mesmo chalé que os meus tios — resmungou voltando a se
sentar. Sua cabeça ficara na altura da minha cintura, e ter aquela boquinha
dando sopa tão próxima da minha excitação, era algo difícil de resistir.
— Por que é tão ruim assim? — questionei colocando algumas roupas
limpas sobre o colchão. As roupas que usaria naquela noite, quando fossemos
jantar. Meu pau estava latejando, de lado, estufando a sunga, esperando que a
atitude safadinha partisse dele.
— Eles roncam demais, quase não dá para dormir — sorriu e percebi seu
rosto corar quando eu me virei um pouquinho. A silhueta do meu pau estava
perfeitamente delineada no tecido de lycra.
— Olha, se você quiser, pode vir dormir aqui comigo. — sugeri ajeitando
o elástico abaixo do umbigo, ele olhava em direção ao meu rosto o tempo
todo, disfarçando, mas com um enorme desejo de abaixar a visão, e encarar o
meu pau de uma vez por todas.
— B... Bem. Se você não se importar. Tenho certeza que cabe um colchão
extra aqui no chão — disse indicando o espaço e eu sorri me afastando para
próximo de uma cômoda.
— Colchão? — murmurei reparando em seus sorrisinhos nervosos. Agora
procurava uma toalha limpa, mantendo-me de costas para ele. — Puts Dan.
Essa cama aí é grande o bastante, podemos dividi-la sem problemas — olhei
rapidamente para trás.
— B... Bem. Essa é outra opção — levantou-se parecendo hesitante, e eu
sabia que seu coração estava disparado. Uma coisa era “ele” me provocar lá na
piscina, e outra era “eu”, demonstrar ter entrado em seu joguinho.
Ficamos em silêncio um breve instante, eu ainda remexendo a gaveta na
cômoda, e ele próximo à porta, reparando meu bumbum delineado pela sunga.
Então, quando percebi que não tomaria iniciativa, virei-me tornando a ajeitar o
elástico na virilha, e indiquei a entrada do banheiro com um aceno sugestivo.
— Acho que vou tomar um banho — ele olhou ao redor sem saber como
reagir, estava na cara que não queria me deixar agora — quer vir? — sugeri
jogando uma tolha para ele, acariciando meu peitoral.
Danilo certamente estava com as entranhas a ranger, era perceptível sua
tremedeira. Ele não sabia bem o que falar ou fazer.
— Oras, não seja tímido — disse por fim seguindo na frente, e então me
virei uma última vez — Vem logo — o reparei desistir de suas análises, e
caminhando em minha direção, entrou no cubículo apertado, como se fosse
um cachorrinho fascinado.
Eu também estava tremendo. Sua bunda durinha e empinada tão próxima,
separada da minha excitação apenas por um pequeno espaço. Ele sorria sem
jeito, observando-me trancar a porta e colocar minha toalha em um ganchinho.
Pude reparar que em sua sunga, o volume que observei a tarde toda,
magicamente mudara de proporção. Senti meu pau aquecer ao perceber que se
fossemos medir nossos brinquedos, certamente o meu daria dois do dele.
Tanto em tamanho como em circunferência.
— Ei — Eu sussurrei — Vem aqui — apoiei a mão em um dos seus
ombros, e sem receios, porém tremendo, ele veio para mais junto. Eu me
inclinei ao seu ouvido a fim de murmurar, mas nada conseguia dizer. Estava
muito nervoso.
— O que foi? — Ele retrucou por fim. Danilo tremia bastante, quase sem
conseguir se controlar.
Eu sentia meu coração disparado, parecia o primeiro virgenzinho que eu
daria de mamar na vida. Minha mão aquecia imóvel no ombro dele, mantendo
um momento de silêncio. Então, ainda tremendo com os lábios rachados pela
tarde de sol, busquei autocontrole para prosseguir.
— Quer chupar? — Resfoleguei profundamente afastando-me para ver sua
reação, então, sem aguardar resposta, voltei a me inclinar — ... Chupar o meu
pau?
Ele cerrou os lábios e eu afastei-me, bastante sem jeito. Minhas pernas
tremiam e meu pau babava. Agora, engolindo em seco, ele também se
aproximou a murmurar.
— Você promete ficar entre nós?
O fitei acenando positivamente com a cabeça, meus olhos brilhando, e
então engoli em seco quando sua mão alisou meu baixo ventre, para cima e
para baixo, deslizando os dedos naquela região, acariciando o espaço entre
meu umbigo e o elástico da sunga, sentindo o relevo da musculatura, e a trilha
de pelos que descia para a virilha.
— Vai.
Eu já estava perdendo o fôlego. Ele brincava alargando a bordinha do
elástico, até finalmente decidi-se por puxá-lo um pouco mais em sua direção.
Fitando meu volume, senti quando a brisa fria entrou beijando a extensão viril
posicionada de ladinho, horizontalmente, ainda guardada em seu casulo.
Certamente o cuzinho de Danilo piscava loucamente enquanto tinha aquela
mesma visão.
— Vai lá. Tira ela.
O fiz enfiar a mão de uma vez, e com um movimento de pinça, puxar a
extensão para fora. O garoto resfolegou quando meu pau se mostrou de pé, e
então, envolvendo a base, ele o abriu deslizando a pele fina para baixo,
deixando o cabeção molhadinho de pré-gozo pular para fora. Danilo arfou.
— E aí? Gostou? — murmurei sorrindo, e então revirei os olhos.
Sem esperar, o danadinho inclinara-se e dera duas lentas chupadelas na
cabeça rosada, rodopiando a língua ao redor.
— Ele é salgado. — Disse ao afastar a boca, limpando os lábios.
— Sim. Ele é — confirmei, conduzindo-o alguns passos para o sanitário.
Agora, Danilo sentava-se na tampa fechada. Meu pau balançava à sua
frente, cintilante, e eu aproveitei enquanto se ajeitava, para botar meus ovos
também para respirar. Chegando rente ao seu rosto, deslizei os dedos pelos
lábios volumosos fazendo-o cedê-los. Danilo abriu a cavidade rosada
umedecendo-a com a língua, e sem retrucar, inclinou-se a abocanhar
novamente meu membro.
Ah como resfoleguei ao sentir a deliciosa sensação daquela boca quente.
Danilo salivava pra caralho, com abundância. A boca dele ficava esticadinha, e
se alongava ainda mais quando eu pressionava a extensão para dentro dela,
para acomodar ao menos a metade do membro, cutucando suas bochechas.
Sua língua estava nervosa, explorava com desejo a fissura e o entorno da
glande, espalhando o gostinho de pré-gozo e derretendo o pontilhado de
cloro, da tarde na piscina. O garoto estava com muita sede de mamar uma
piroca madura, e desajeitado, eu não sabia o que fazer com as mãos.
— Isso, vai, chupa... — eu dizia aos sussurros, atento aos movimentos fora
do chalé. Era uma delícia sentir sua respiração ofegante saindo pelo nariz, mas
o temor de sermos ouvidos era maior. Do outro lado parecia haver crianças a
brincar, num pomar cheio de mangueiras. O som delas entrava pela janelinha
acima do chuveiro e eu ficava olhado fixamente para a região, revirando os
olhos quando ele fazia algo novo com a língua.
Enquanto eu forçava minha rola para melar sua língua, o nervo sensível da
glande era estimulado por ela, e Danilo permanecia a massagear minhas coxas,
espocando chupetinhas que ecoavam pelo cubículo. Meus ovos pegavam fogo
na vontade de produzir uma goza abundante para lambuzá-lo todinho.
— Você está gostando disto não é? — eu sussurrava — Chupa um pouquinho
mais, vou te dar uma surpresinha já já – por incrível que pareça, o boquete do
garoto era melhor que o da irmã. Márcia não sabia fazer, não sabia onde
pressionar, passar a língua, sugar. Já Danilo, minha nossa, era impossível
acreditar em sua virgindade. Quando perdeu a vergonha, passou a envolver a
base do meu pau com uma das mãos, massageando meus ovos com a outra, e
enquanto chupava, sentindo a textura do pré-gozo, batia uma punheta bem
vagarosa, abrindo e fechando meu prepúcio, lambendo ao redor dele, e
também a parte mais sensível do meu cogumelo. Suas mãos eram quentes e
macias, envolviam perfeitamente a espessura e ficavam molhadinhas com a
saliva que escorria.
Eu estava delirando com aquilo, acariciava as laterais de sua cabeça,
deslizando meus dedos por entre seus cabelos umedecidos, bombando
devagarzinho para ele não engasgar. Vez por outra tirava meu caralho para
esfregá-lo em suas narinas, na bochecha, e então tornava a enfiar em sua boca,
e ele sugava, e como sugava.
Quando Danilo estava degustando de forma bem gostosa, agora com uma
das mãos dentro da sunga a bater uma punhetinha, senti o canal do meu cacete
começar a arder com mais desejo. Pensei que iria gozar naquele momento, e
relaxei para jorrar, mas então fui interrompido pelo som da porta do quarto
sendo aberta. A voz da minha sogra ecoou em seguida, minha namorada
estava entrando.
— Puts, é a minha mãe.
Danilo afastou-se assustado, a limpar os lábios. Nossos corpos ainda
imóveis, e meu pau apontando para cima, bem próximo ao seu rosto.
Temeroso, olhei para os dois lados do banheiro, o coração disparado e as
pernas a vacilarem.
— Ali, rápido.
Eu murmurei fazendo-o se levantar, indicando o espaço abaixo do
chuveiro. Agora, guardando meu membro, me posicionei junto a ele, pedindo
com o indicador para que fizesse silêncio. Liguei a ducha.
Em instante a voz da Márcia soou próxima à porta.
— Rafael. Você está ai?
Eu sentia a água morna cair sobre meu corpo, e como Danilo estava às
minhas costas, era imprescindível imprensá-lo contra a parede. Esta era a única
forma de conseguirmos manter certa distância da porta, o banheiro era
minúsculo.
— Estou sim amor — murmurei a gaguejar — Estou tomando banho.
Houve um momento de silêncio.
— Você viu o Danilo? — ela questionou em seguida, e eu senti o coração
acelerar quando pressionou a maçaneta para entrar. Para meu alívio, ao menos
aquela porta estava realmente trancada.
— O deixei na piscina há pouco. Ele não está lá? — resfoleguei virando o
rosto rapidamente para o rapaz, que encolhido logo atrás, olhava para mim
apreensivo. Foi então, que tornando a encarar a entrada do banheiro, prossegui
em respondê-la, sentindo-o ajeitar-se com dificuldade.
— Conferiram as espreguiçadeiras?
— Já sim, mas não o vimos.
Agora Danilo erguia-se, passando as mãos para frente do meu corpo,
ajeitando-se melhor logo atrás. Eu virei para ele pedindo para que ficasse
quieto, deixasse de ruídos, mas vendo sua dificuldade, acabei por dar um passo
à frente, para que tivesse ao menos alguns centímetros a mais de espaço. O
garoto apoiou-se às minhas costas, respirou fundo, e deslizando as mãos pela
minha cintura, abraçou-me por detrás, alisando as curvas do meu peitoral.
— Vocês já olharam lá no estábulo? — retruquei buscando fôlego,
tentando fazê-lo parar. O irmão doido da minha namorada agora estava
descendo rumo ao umbigo, deslizando o dedo pela divisão do meu tórax,
aproximando-se novamente do elástico da minha sunga. Tive que segurá-lo.
— No estábulo? — ela murmurou.
— É. Lá no estábulo — retruquei pressionando sua mão com força, mas
Danilo continuava a insistir em invadir minha sunga, deslizando dentro dela as
pontinhas dos dedos. — Ele me disse que tinha gostado dos cavalos daqui —
Ciente de que não recuaria, e adorando a sensação de perigo que tudo aquilo
estava me proporcionando, desisti de lutar e o puxei um pouco mais contra
mim.
Respirando fundo, sem desviar os olhos da entrada, puxei meu elástico
para baixo e enfiei as mãos dele nas minhas bolas, mantendo-as ali, fechadas
em conchinha, massageando meus ovos, sentindo a pulsação deles.
— Realmente — Márcia disse do outro lado — Ele mencionou algo mais
cedo — fez silêncio.
— Oras, se não for isso... — respirei fundo. — ...Talvez ele tenha ido
tomar banho. Não acha? — a voz saiu trêmula, sentindo aquele toque macio e
quente envolver a base do meu pau. Danilo agora o pegava com a mão,
abrindo e fechando o prepúcio levemente, deixando a glande exposta abaixo
da água morna e então tornando a cobri-la. — Já está escurecendo. Já está
chegando a hora do jantar. — ofeguei quando o danadinho abaixou minha
sunga, deixando minha bunda exposta.
Desta forma, mesmo com dificuldades, me virei, sentindo o tecido elástico
descer embolado por meus joelhos. A água molhava meu rosto, escorria pelo
meu peitoral, e meio desengonçado, me agachei também a desnudá-lo. O pau
do Danilo pulou para próximo do meu rosto, um belo par de ovos durinhos o
adornava. Estava cheirando a piscina, e eu o cheirei rapidinho, nossas sungas
se encontrando aos pés.
— Você vai demorar aí? — Márcia questionou parecendo desconfiada,
mas em seguida ouviu a voz da mãe chamando lá de fora. Toda aquela
adrenalina fazia meu coração bater cada vez mais acelerado, tanto que minha
tatuagem se movia pulsante sobre o peito. A vontade de socar no cuzinho do
Danilo fazia meu pau latejar deliciosamente.
— Acabei de entrar amor — disse sem desviar os olhos da virilha dele,
minhas mãos em sua bunda, arregaçando-a com desejo, para massagear seu
orifício — Podemos nos encontrar no jantar? — o puxei para mim de forma
brusca, com mais força, colocando seu pinto na minha boca, enfiando o dedo
indicador no meio do seu reguinho. Agora Danilo colocara a mão sobre os
lábios, tentando controlar o ofegar enquanto eu o sugava com desespero.
— Tudo bem — ela por fim respondeu dando de costas, e eu relaxei. Sem
nada mais dizer, permaneci a massagear e chupar o moleque (as curvinhas da
pele rígida de seus ovos tinha uma textura interessante), ouvi a porta sendo
fechada. Danilo soltou o ar e respirou fundo, sorrindo para mim.
— Será que ela desconfiou de algo? — questionou baixinho, sentindo suas
costas baterem na parede conforme eu sugava seu pau com desejo.
— Acho que não — retruquei tirando o membro mediano da boca,
erguendo-me em seguida. Agora nossos corpos estavam frente a frente, e com
um toque no ombro, eu o conduzi de volta à tampa do sanitário.
Ali, sentando-me sobre ela, eu o puxei pelos quadris para cima da minha
ereção, e para lá da janelinha no topo da parede, podíamos ouvir a voz de uma
mulher chamando os filhos para tomar banho.
— Ai Rafael — ouvi Danilo resmungar quando tentei enfiar o dedo em
seu orifício — Ai, ai. — ele reclamou novamente e eu sentia suas preguinhas
bem apertadinhas a comprimir-se. Talvez precisasse de mais saliva.
— Relaxa aí vai — resfoleguei tremendo, ainda o massageando, deslizando
o dedo com leves pressões.
— Ai. Calma — ele novamente protestou — Eu também quero, mas acho
que não vou conseguir assim — sua voz vacilou demonstrando verdade e
receio. O rapaz estava cheio de tesão, alucinado pelo meu corpo, porém suas
preguinhas, ahhh suas preguinhas fechadas e apertadinhas.
— Relaxa um pouquinho, tenta ceder. — fiz novamente, molhando meus
dedos com saliva. Eles eram grossos, de ponta arredondada, e não o
machucariam porque eu havia cortado as unhas antes de viajarmos.
— Ai, ai, ai.
Eu ergui a cabeça por fim, resfolegando fundo com o olhar fixo no teto. O
banheiro começava a escurecer, meu pau latejava apontado para o reguinho
dele, e Danilo tremia sobre meu colo. Nossos ombros estavam muito
avermelhados, e as veias do meu pescoço pulsavam agitadas.
— Espere um momento — disse levantando-me. O banheiro era tão
apertado que para eu sair, Danilo precisou afastar-se para debaixo do chuveiro,
onde apenas nossas sungas estavam emboladas, sendo ensopadas pela água
que caía.
Deixei o cubículo com cautela, analisando os arredores. Lá fora as luzes do
clube começavam a serem acesas. Movendo-me pelo quarto, com a vara a
balançar para um lado e outro, aproveitei e tranquei a porta. Agora sim, sem
risco de sermos interrompidos, me aproximei do frigobar, e após analisar o
interior da portinha metálica, tomei um pote de maionese que havíamos
comprado, então voltei apressado ao banheiro, onde Danilo exibiu uma feição
surpresa ao me ver retirar a tampinha alaranjada, colocando-a sobre a pia.
— O que está fazendo? — ele questionou aproximando-se.
— Agora sim, garanto que vai ser mais fácil — retruquei lubrificando meu
pau e então coloquei uma nova poção na palma da mão — Vem cá — ele se
aproximou virando o rabinho — empina — pedi e ele de pronto obedeceu.
Com a palma da mão e a ponta dos dedos, passei a lambuzá-lo. A
maionese deslizava no meio de sua bundinha, e eu pressionava seu orifício. A
gordura, somada à água do chuveiro, fazia as preguinhas dele relaxarem
vagarosamente, e então, sorrindo, consegui enfiar o primeiro dedo com
facilidade. Ele arfou arrebitando na parede, e eu sentei na tampa do sanitário, a
pressionar massageando.
— Bora, é agora — sussurrei outra vez puxando-o para mim. Danilo virou-
se e passou as pernas sobre meu colo. O pote de maionese eu apoiara na pia, e
vagarosamente, posicionei a ponta da minha vara, e o pincelei, deixando
arrepiadinho. Com desejo e cautela, fui esfregando a cabeçona inchada em sua
florzinha, e podia ouvi-lo arfar. Dando cavadinhas, sentia Danilo ficar mais a
vontade. Devagarzinho, massageando-o, comecei a sentir o desabrochar da
musculatura bem na fissurinha babada do meu membro. Conforme ele
relaxava e cedia, eu o ia fazendo entrar, levemente. Danilo respirava fundo,
apoiado ao meu pescoço, foi quando cerrou os dentes, mas sem interromper
sua descida.
— Aiiii — gemeu e eu fiz uma pausa para que se acostumasse — Ai,
devagar Rafael, devagar — minha rola voltava a entrar vagarosamente, cada
veiazinha abrindo a musculatura dele, deliciosamente — Ai, ai, ai, ai... —
quando olhou para mim, demonstrando que a dor tornara-se insuportável,
parei e resfoleguei.
Agora, respirando fundo com um sorriso no rosto, tomei sua mão bastante
trêmula, e o fiz apalpar a região do desconforto. Ele sorriu sentindo a
maionese que o lambuzava, e então olhou nos meus olhos. Eu fiz uma
expressão cretina, me ajeitando como o bom malandro que eu era.
— E então? Qual a sensação de ter ele todinho atolado aí dentro?
Danilo respirou fundo, sua voz trêmula.
— Tá gostando não é safado? — retruquei com zombaria e ele gaguejou.
— Acho que consigo sentir suas bolas — moveu-se, dando uma
reboladinha para se ajeitar — E ele está pulsando lá dentro.
Sorri pertinho do seu nariz, quase mordendo sua bochecha.
— E o que mais? — me movimentei devagarzinho, fazendo-o ranger os
dentes.
— Estou com muita vontade de gozar — resfolegou mordendo os lábios
— Mas é estranho, porque, meu pau não está duro — resmungou apoiando
seu peso em meus ombros. Eu me mexi um pouquinho mais e ele gemeu.
— E agora?
— Está bom, só vai um pouco mais devagar, por favor.
— Assim?
Sentia que o estava machucando, mas estava tão gostoso comer aquele
cuzinho virgem, que tirar meu pau agora estava fora de cogitação.
— Vem, continua.
— Como? — murmurei — Deste jeito? — penetrei — Se quiser posso
mudar de posição.
Já não conseguia ouvir suas respostas com clareza. Ele apenas engolia a
saliva, resfolegando em meu pescoço.
— Mais devagar, por favor.
— Deste jeito safadinho? De ladinho?
Meus lábios tremulavam loucos para beijá-lo, porém, não faria aquilo.
Sentia que se eu beijasse Danilo, nossa relação ficaria muito íntima. O que
estávamos vivenciando ali não passava de uma tensão sexual, apenas uma foda
qualquer. Não queria iludi-lo, deixá-lo com esperanças.
Ann... Ann... Ann...
Ele gemia bem baixinho conforme eu estocava levemente. O ajeitei melhor
a determinado momento, ainda ouvindo o som do chuveiro ao lado. Agora,
acolhendo suas pernas em meus braços fortes, ergui seu corpo e passei a
estocar com um pouco mais de velocidade. Colocando força nos quadris, para
enfiar nele de baixo para cima.
Aquela maionese fora uma ótima ideia. Meu pau entrava e saía
perfeitamente lubrificado, e percebi que até ele estava desfrutando. Era um
cara realmente ansioso por sexo, suas pregas comprimiam meu pau de uma
forma gulosa, chegava a piscar.
Arff... Arff... Arff...
Eu gemia pertinho de seu ouvido, e ele tremia, e a água do chuveiro caía, e
nossas sungas deixadas no chão ficavam ensopadas.
Arff... Arff... Arff...
Estava delicioso, ele me dizia. Já era capaz de dar algumas reboladas
gostosas, subindo e descendo por conta própria, tirando e enfiando meu
cacete em seu interior, como se fosse um brinquedinho.
Arff... Arff... Arff...
— Um dia... — eu sussurrei ao seu ouvido, apertando sua cintura, o
deixando conduzir o coito. — quero te comer... — acariciei suas costas,
arregaçando sua bundinha para que minha vara entrasse mais fundo — seu
cuzinho... — Oh... Uffa... Oh... Estava incrível — no meu apartamento.
Resfoleguei e ele retribuiu. Desde que conheci a irmã, Danilo gostava de
me visitar, e juntos passávamos várias tardes jogando videogame. Eu sabia que
ele sempre tivera um tesão em mim, então, mesmo quando terminássemos
aquela loucura, iríamos com certeza repetir a dose.
— Ainda posso dormir aqui com você?
O safadinho retrucou e eu senti a goza esquentar, fervendo em meus
testículos.
— E por que você quer isso? Por causa dos seus tios? — questionei
sentindo o pau latejando com mais intensidade. Era o leite, ele estava vindo.
— Por nada — Danilo me abraçou mais forte e eu continuei a comê-lo —
Apenas pensei que você quisesse aproveitar um pouco mais este passeio.
Não resisti, sua safadeza foi longe demais. Erguendo-me com ele no colo,
o pressionei na parede frente ao vaso, o pau atolado em seu orifício,
arregaçando bem suas pernas fixas à minha cintura. Passei a estocar com mais
força, gemendo alto, e pela primeira vez desde que começamos, não me
importei se haveria alguém ouvindo.
Sentia a gala vir quente, grossa e abundante. Numa pirocada só ele gemeu,
batendo as costas levemente na parede, e eu continuei a enfiar e tirar, enfiar e
tirar, enfiar e tirar... deixando vazar o líquido caudaloso, respingar pelo chão,
escorrer pelos meus ovos, saindo do cuzinho dele. Danilo rangeu os dentes e
deixou lágrimas descer, eu havia perdido o controle e ele não podia gritar. Não
importava, ele estava gostando.
Permaneci apertando seu corpo contra a parede, espancando seu bumbum
com meu desejo, até a última gotinha vazar. E como foi gostoso lançar o
último jato quente dentro dele.
Só então, desfalecidos um sobre o outro, demos um tempinho
descansando no chão, até criarmos forçar para nos banharmos, e bolar um
plano para que a família não desconfiasse do que acontecera ali.
Naquela noite, jantamos trocando olhares confidentes. Fiz companhia à
sua irmã por um tempo, e então, já de madrugada, quando os tios haviam
dormido, ele veio escondido para ficar comigo. Minha rola foi chupada até o
dia amanhecer, e ainda pude comer seu cuzinho mais umas duas vezes antes
do fim do passeio.
4
Meu Peão, Meu Primeiro
“O sexo é o alívio da tensão.
O amor, a causa dela”.
Woody Allen – Site O pensador.

[...]

CHAMO-ME MAURÍCIO, e no momento em que você lê estas


memórias, o Brasil já goza de liberdade, voltando a ser uma democracia,
abandonando de vez o antigo regime militar. Goiano, originário das fazendas
ao sul do estado, desde pequenino percebi-me diferente dos demais garotos.
Enquanto a gurizada gostava de correr pelos campos aproveitando os dias
quentes, montar a cavalo e se divertir em algum córrego da região, eu preferia
passar o tempo ao lado da minha mãe, na casa grande, acompanhando-a em
seus afazeres, desfrutando de algum dos livros que sempre me trazia de
presente ao retornar de suas idas à cidade, onde fazia o acompanhamento
médico para um problema de saúde que só seria devidamente diagnosticado
anos mais tarde. Naquela época, 1967, podia passar horas sentado no vão da
porta, ouvindo-a trabalhar em sua enferrujada máquina de costurar,
pressionando o pezinho para cá e para lá, enquanto eu em silêncio folheava
um Machado de Assis.
Além de nós dois, moravam ali também o meu pai, um homem rústico e
de tonicidade forte, um tio (irmão do meu pai), e meu irmão mais velho que
chamávamos de Tavinho, em alusão ao seu nome de batismo: Otávio
Magalhães.
Meu pai sempre fora um homem de gênio difícil. Embora respeitasse
bastante a minha mãe, eles sempre tinham suas discussões por não concordar
com a forma “diferenciada” como ela me tratava. “Garotos não deveriam passar o
dia inteiro enfiados na barra da saia”, bradava muitas vezes à mesa do jantar,
“Depois ele cresce maricas e será difícil consertar”, praguejava olhando fixamente para
mim e para Tavinho, que ouvia em silêncio o murmurar do pai que tanto
idolatrava.
Tavinho na época estava para completar seus dezoito anos, se achava o
macho alfa, e por muitas vezes eu e ele discutíamos por não respeitar minha
forma diferente de ser. Ele gostava de dar-me gravatas e me lançar no colchão,
dizia que eu deveria parar de ser tão sensível, pois os garotos das redondezas
começavam a fazer piadinhas com o meu nome, e aquilo era vergonhoso para
a família. Dividíamos o mesmo quarto, e todas as noites quando ele vinha do
banho, estava sem camiseta, exibindo no relento o peitoral estufado que se
gabava por ter ganhado no serviço pesado com os cavalos da fazenda.
Ali em casa o futuro de ambos já estava praticamente definido pelo meu
pai. Ele fazia questão que seguíssemos a carreira militar, pois em época de
ditadura, servir às forças armadas era visto como estar no topo da sociedade, o
modelo supremo de masculinidade. Porém, embora sempre falássemos sobre
isso em nossas reuniões de família, minha mãe pensava ao contrário. Por vezes
a vi conversando com as amigas, e sempre esboçava seu prazer em ter um filho
que a fazia companhia, dizendo com orgulho que seu caçula, ao crescer,
tomaria um caminho bastante diferente do irmão mais velho, acostumado aos
serviços puxados do campo. Era seu desejo que eu me tornasse professor, ou
ao menos alguém importante que lidasse com a área das palavras. Infelizmente
a vida não segue o curso que planejamos.
Pois bem, os dias foram passando, eu crescendo, e observando meu pai
cada vez mais próximo do filho mais velho, deixando-me de lado, como se
tivesse vergonha do meu jeito de ser. Tavinho sempre estava em primeiro
lugar. Quando havia alguma coisa para fazer fora da fazenda, era ele quem o
acompanhava, dirigindo nossa caminhonete, com meu pai ao lado dizendo que
deveria desde já se acostumar a andar com as próprias pernas, pois muito em
breve o serviço militar o chamaria e o garoto deveria estar preparado para se
virar lá fora.
Certa noite, já tarde, percebi que Tavinho não havia vindo se deitar, e
curioso com os cochichos que se propagavam numa região de árvores próxima
a nosso quarto, resolvi ir até lá e espionar o que estava acontecendo. Em
silêncio, atravessei os fundos do quintal e me escondi atrás de alguns tambores
velhos, podendo dali ver a silhueta do meu irmão, em companhia de dois
colegas que moravam em fazendas vizinhas à nossa. Sentados rentes a uma
cerca que delimitava a área das pastagens, e protegidos do relento pelas árvores
que ocultavam a região, aparentavam beber algo enquanto conversavam sobre
a carta de convocação que havia chegado semanas antes. Eles pareciam
bastante alegrinhos, falando sobre a ditadura e de como seriam os maiorais
quando estivessem no quartel, de todas as garotas que pegariam, e toda a farra
que fariam distantes da vida rural. Foi quando, a determinado momento da
conversa, percebi que começaram a ficar mais assanhadinhos, e então Tavinho
passou a contar-lhes sobre a última viagem que fizera com meu pai até a vila.
Pelo que eu entendi, eles foram lá comprar alguma coisa para os milharais,
só que no caminho, meu pai deixou Tavinho em algum lugar às margens da
estrada, dizendo que o pegaria no retorno. Meu irmão contava que o tal lugar
era uma casa de “raparigas”, e que o pai havia pago para uma delas tirar-lhe a
virgindade, palavra esta que fui compreender apenas muitos meses depois. Pois
bem, ele relatava aos amigos que chegando à tal casa, fora conduzido ao
quarto de uma das garota, e que já na entrada, ela foi tomando-lhe as mãos e
conduzindo-as até seus “melões”. Explicava-lhes detalhadamente sobre como
estava nervoso, como sentia as pernas tremerem quando ela o fez abaixar-lhe a
blusa deixando os tais “melões” saltarem para fora. Era uma puta dos seios
grandes, com mamilos bastante morenos, e Tavinho sussurrava confidente
sobre como ela o conduziu até a cama, abaixou-lhe a calça e passou a chupar
seu pau fazendo pressão com a boca. Dizia que era muito safada, que sabia
fazer “boquete”, e gemia de forma bem vadia quando ele enfim montou nela,
começando a “trepar”.
Enquanto Tavinho falava, ambos os garotos apalpavam os membros com
a mão enfiada por dentro das calças, bebendo e sorrindo confidentes quando
questionavam algo mais sobre a tal foda. Mesmo escondido tão próximo, eu
conseguia vê-los apenas de relance. Nas redondezas, todo mundo se conhecia,
então por isso não era complicado saber a quem pertencia determinada voz.
Um dos garotos em especial, o mais engraçado deles, não saía de nossos
terrenos, sempre estava por ali a fazer companhia ao meu irmão, enquanto
tratavam dos cavalos. Chamava-se Luiz Carlos, tinha a idade do Tavinho, e
como ele, era bastante forte e possuía um belo par de olhos verdes-claros.
Sempre que nos esbarrávamos, eu sentia algo estranho e ficava meio que
desconsertado, procurando esconder-me para evitar cumprimentá-lo. Eu
achava esse tal amigo do meu irmão, “mais atraente que os demais garotos”,
gostava da combinação de sua pele bronzeada com os cabelos escuros e o
cintilante par de olhos verdes, sem falar no sorriso levado e super
embranquecido que destacava a barba por fazer. Vê-lo sem camiseta, era um
motivo extra para passar o dia sentindo um nó na garganta, e isso geralmente
acontecia quando se reuniam para descer ao córrego, após o almoço.

[...]

As semanas foram passando e o dia de Tavinho se apresentar ao exército


chegou. Segunda-feira bem cedo ele já trajava a camiseta branca que era
exigência para a formação das filas, e meu pai super orgulhoso foi quem o
levou até a cidade. Ao fim do dia, quando retornou, soube que seu sonho
estava realizado, o filho mais velho ficara para trás, e isso significava que fora
selecionado pelo batalhão, assim, não se falou em nada mais aquela noite a não
ser sobre o suposto “bem” que a ditadura fazia ao país. Em meio aos relatos
empolgados, meu pai contou-nos que dos guris que seguiram junto ao Tavinho,
apenas o Luiz Carlos fora dispensado, por ter tido apendicite, e eu, prestando
bastante atenção a essa parte da conversa, fiquei feliz pelo garoto, ao menos
ele não iria voltar do serviço obrigatório com aquele jeitão rude dos demais
soldados da época.
Os meses foram seguindo oscilando entre frio e calor, e com a chegada do
inverno minha mãe acabou por piorar do seu estado de saúde. Meu pai já não
dava conta do serviço sozinho e por isso, alem de exigir que eu deixasse a
barra da saia e colocasse as mãos na massa, acabou por contratar o Luiz Carlos
para nos auxiliar com os afazeres da fazenda. E foi assim que acabamos por
nos aproximar. Agora, eu com a mentalidade já mais madura, compreendendo
o motivo da minha atração pelo garoto, gostava de passar horas tratando dos
cavalos apenas para conversar com ele, que descobri ser uma cara muito legal.
Eu falava-lhe sobre os livros que estava lendo, sobre os escritores e
cantores que gostava, e ele dizia-me que tinha vontade de saber ler
devidamente, mas que a mãe não ligara de levar-lhe para a escola quando mais
moleque, e que por isso, crescera com dificuldades. Então cheguei a sugerir
que se quisesse, poderíamos ler juntos, quando não tivesse nada para fazer, e
ele parecia bastante animado com aquilo tudo, sempre trocando olhares,
enquanto conversávamos e sorriamos iguais dois garotos bobos.
À noite em meu quarto, aproveitando finalmente de um espaço só meu, já
que Tavinho estava no exército fazia seis meses, desfrutava da escuridão para
recordar-me das coisas que Luiz Carlos e eu conversávamos quando a sós, e
das cenas picantes que assistia na novela que passava após o jornal nacional.
Imaginava ele ali comigo, tocando meu corpo, abaixando minha roupa e
esfregando seu pau em minha bunda, e assim, com o short arriado até o meio
das coxas, me masturbava pensando em seu sorriso, chupando meus lábios até
sentir quando o orgasmo vinha e eu molhava os cobertores.
Mais algum tempo se passou e nós dois cada vez mais amigos. Ele, um ano
mais velho que eu e mais inteligente sobre as coisas de “adultos”, gostava de
me contar histórias de duplo sentido sobre Joãozinho, e sempre que fazia isso
ficava a se apalpar. Eu me via cada vez mais envolvido pelo seu jeito engraçado
e atencioso, e meio que perdia o fôlego sempre que em dias de sol, ele resolvia
trabalhar sem camiseta, exibindo o peitoral estufado com sua trilha de pelos
lisos que seguiam rumo ao cinto. Então, certa manhã meu pai recebeu uma
mensagem do quartel solicitando sua presença, ao que parecia os militares
queriam transferir meu irmão para o Rio de Janeiro e para isso era necessário
uma autorização. É claro que meu pai foi correndo para resolver o assunto, ir
para a antiga capital do Brasil era quase que a chance do Tavinho ficar
definitivamente no quadro das forças armadas e assim subir de patente, por
isso, acabei por ficar em casa sozinho, em companhia do meu tio, já que minha
mãe aproveitou a viagem para ir visitar alguns parentes.
Foram os dois dias mais incríveis da minha vida.
Aproveitando que meu pai não estava presente para fiscalizar o trabalho,
eu e o Luiz Carlos ficamos de bobeira por horas a jogar conversa fora,
escondidos do meu tio, no estábulo. O dia estava nublado, e eu aproveitava
para contar-lhe das novidades sobre o meu irmão, de como estavam fazendo a
guarda nas ruas de Goiânia devido alguns protestos, mas percebia que ele já
não parecia tão interessado em ouvir falar sobre aquilo. Queria mesmo era que
eu contasse sobre o que andava lendo, fixando-me o tempo todo com seu
olhar tão claro, enquanto erguia a camiseta como se para coçar a barriga, e
então deslizando a ponta dos dedos pela cintura da calça, coçando o
emaranhado de pelos que escapavam dela, o que me fazia perder-se no assunto
e sorrir sem jeito, olhando para os lados.
Foi então, que no meio da conversa, ouvimos o vento tornar-se mais
intenso lá fora e em instantes a chuva que nublara o céu toda aquela manhã,
começou a cair. Luiz Carlos aproximou-se da porta e a escorou, para que o
vento não molhasse os cavalos e o feno que havíamos organizado mais cedo.
Por fim, deitou-se sobre a erva seca, e continuou a ouvir-me falar e falar,
mantendo as pernas abertas num ângulo que podia me ver, de pé, entre a elas.
Mantinha ainda os braços cruzados atrás da cabeça, me fitando com um olhar
enigmático, e um fino galho de feno sendo mordiscado entre os lábios. Aquilo
me deixava ainda mais sem jeito diante dele e de seus braços meio expostos
pela manga franzida da camiseta.
Eu já não sabia para onde olhar, como reagir. Ele por atitude própria
começou a fazer brincadeirinhas de jogar feno em mim, e eu pegava as folhas
secas e jogava nele, até que em determinado momento, ouvindo a chuva
engrossar, Luiz Carlos me pegou pela cintura e puxou para si. Eu caí de
joelhos no feno, encaixado entre suas pernas. Meu corpo ficou colado ao dele
quando o garoto me prendeu, sorridente, tentando me imobilizar. As forças
para me livrar dele pareciam ter se esvaído, e sentia minhas pernas e braços
dormentes, minha respiração trêmula, foi quando aproximando seu nariz do
meu, nossos olhos dançaram por um instante, e então ele me beijou.
Aquilo foi completamente novo, meu primeiro beijo. Todo desajeitado e
babado, mas fora meu primeiro beijo. Nossas bocas não sabiam muito bem o
que fazer, ele meio que roçava seus lábios aos meus sem saber onde colocar a
língua, e eu tentava chupar os dele sem conseguir parar de resfolegar em seu
rosto. Ambos tremíamos, e ele ficava a se ajeitar, pressionando-me pela cintura
contra sua virilha, me fazendo sentir a proximidade de nossos corpos. Às vezes
nossos dentes se chocavam, sorriamos de nossa inexperiência e prosseguíamos
em tentar. Ambos chupávamos as línguas, com os lábios colados, fazendo
praticamente uma respiração boca a boca. Roçando o nariz ao dele, dando
selinhos e chupando os lábios, aos poucos fomos se adaptando, até que já era
possível um longo contato cheio de sucção.
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Eu em particular tentava imitar a mocinha de “sangue e areia ”, já ele,
provavelmente algum Joãozinho das histórias que gostava de me contar. O que
sei é que senti-lo assim tão próximo, com sua barba mal aparada a me espetar,
foi o que me fez ter certeza de que era realmente daquilo que eu gostava.
Então Luiz Carlos afastou os lábios, e ainda pressionando meu corpo contra o
seu, sussurrou trêmulo ao meu ouvido:
— Trepa comigo?
Senti meu coração acelerar. A única vez que havia ouvido aquela expressão
fora quando meses antes presenciei a conversa deles no escuro. Claro que eu já
sabia o significado, também não era tão tonto assim. Então, pensando em
todas as opções que eu tinha, sabendo que meu tio devia estar lá na casa
grande e que meu pai só chegaria ao anoitecer, não deu outra.
— Trepo.
Respondi sentindo as entranhas darem um nó, e o vi esboçar um sorriso
extasiado.
Mesmo frio lá fora, Luiz Carlos suava dentro do estábulo, sua testa estava
pontilhada pela excitação. Era engraçado ver os cavalos mastigando enquanto
olhavam em nossa direção.
O garoto forte levantou-se ajeitando a calça, que eu percebi estar um
pouco avolumada, e dirigindo-se à porta, conferiu por uma fresta como
estavam as coisas nos arredores. Agora, certo de que a chuva demoraria a
passar, a travou com uma madeira, e voltando, me conduziu pela mão mais aos
fundos do lugar, um quartinho feito pelo meu pai para guardar as bagunças.
Havia uma goteira ali, mas isso não importava. Luiz Carlos sentou-se em
um velho caixote, e me puxando para mais próximo, levantou minha camiseta
até a altura do pescoço e passou a mordiscar meus mamilos, apertando minha
bunda e roçando o nariz na minha pele, para sentir o meu cheiro. Eu não sabia
o que falar, assim como ele estava em choque de desejo, e apenas tremia e
resfolegava. Então o garoto levantou-se e me fez sentar em seu lugar.
— Aqui — Disse erguendo a camisa até o peitoral, desafivelando o cinto,
o botão da calça, e abrindo o zíper que abaixou junto ao elástico da samba-
canção de algodão branco, colocando o pau para fora. Seu pré-gozo já
umedecia a extremidade. — Mama ele — Não esperou eu me preparar,
deslizou sua glande pela linha fina da minha boca, e tive que render os lábios,
permitindo a entrada. Estranhei o gosto a princípio. Devo confessar que não
imaginava que o pau de outro garoto fosse ser tão salgado, isso me fez cuspir a
primeira mamada e então voltar a satisfazê-lo. Luiz Carlos acariciava meus
cabelos enquanto deslizava sua glande dentro da minha boca, eu podia sentir
seus pelos roçando meu nariz sempre que ele forçava um pouco mais.
Havia cheiro de suor na virilha, suas bolas eram grandes, uma penca que
destacava o pau traçado por veias. Além disso, o prepúcio do Luiz Carlos era
muito farto, e para que a cabeça do membro ficasse exposta às minhas
sugadas, eu precisava abri-lo, o que fazia um cintilante volume de pré-gozo
vazar, respingando no chão.
Então, após alguns minutos assim, ele me fez afastar e levantar-se. Com o
pau balançando ao relento, voltou ao átrio do estábulo e pegou um cobertor
que usávamos para cobrir os cavalos nos dias frios. Voltou caminhando
apressado e imediatamente forrou o chão. Em seguida, eu me virei de costas a
seu pedido e o senti abaixar minha calça. Deitei de barriga como esperado, e o
senti vir ajeitando-se por detrás, segurando o pau com a mão direita,
encaixando-o trêmulo no meio da minha bunda, para então deslizar fazendo-
me resfolegar ao sentir o peso do seu corpo.
— Você gosta disso? — Questionou movimentando-se, e eu respondi que
sim, sentindo a deliciosa silhueta roliça e quente ali atrás. Não falamos mais
nada, a tensão era muito grande, apenas respirávamos pesadamente e
ouvíamos a chuva cair.
O pau do Luiz Carlos preenchia o espaço entre minha bunda
perfeitamente, e sua lubrificação me lambuzava conforme ele deslizava. Seu
emaranhado de pelos junto à penca de bolas roçava entre minhas pernas, e ele
me fazia senti-los quando pressionava minha cintura. Seu delicioso prepúcio
esticava todinho, abrindo e fechando, abrindo e tornando a fechar, e o garoto
ofegava no meu ouvido, ajeitando meu corpo abaixo do seu, acolhendo-me
melhor à suas fricções sem penetração, com o nariz encaixado á curva do meu
pescoço e as mãos acariciando meus ombros. Abraçadinhos, podia me sentir
desejado por ele, e a cada movimento, meu orifício piscava desejando que seu
pau me invadisse, embora eu não soubesse se aquilo era possível. Por fim Luiz
Carlos ergueu-se respirando fundo e com a mão bateu uma punheta ofegante,
encaixou a cabeça do membro no meio da minha bunda e jorrou ali, jatos
grossos e quentes que escorreram por entre minhas coxas, parando somente
quando expeliu a última gota esbranquiçada.
Quando terminamos, persistiu-se o silêncio. Agora, bastante
envergonhado, Luiz Carlos levantava as calças junto a samba-canção de
algodão, evitando olhar para mim. Eu também não sabia como reagir, em
minha cabeça vários pensamentos amedrontavam, e na bunda, a goza dele
ainda grudava colando uma lateral à outra. Ele parou ao meu lado e esperou
que eu me levantasse, ajeitando o chapéu na cabeça. Observou-me vestir a
calça, desamarrotar a camisa e então seguimos para o átrio do estábulo.
Guardando o cobertor, nos aproximamos da porta e ele abriu uma fresta
sentindo o cheiro da chuva caindo lá fora. Sem esperar que o temporal
passasse, disse que estava escurecendo e precisava voltar para casa, então saiu
na frente sem ao menos deixar-me se despedir. A última imagem que vi foi a
de sua silhueta montando o cavalo e sumindo apressado rumo à porteira.
Fechei a porta e respirei fundo escorado a ela. Deixei a estábulo em
seguida e chegando em casa caminhei direto para o banheiro. A noite caía e a
chuva não dava trégua sobre o telhado. Agora, já despido, encarei minha
imagem no espelho e esbocei um sorrisinho. Minha expressão era de
apreensão e alegria, eu havia trepado com ele, eu havia sentido o corpo do
peão que eu gostara desde a primeira vez que o vi andando pela fazenda com o
meu irmão.
Tocando minha bunda para recordar a sensação do seu pau, pude sentir a
gala ainda fresca umedecer a ponta dos meus dedos. Exibi outro sorrisinho
massageando o orifício, imaginando como seria revê-lo na semana seguinte.

[...]

Depois daquela tarde no estábulo, Luiz Carlos passou a me evitar. A


princípio ele procurava executar suas tarefas em locais afastados, e respeitando
isto, eu ficava com meu pai que parecia cada vez mais irritadiço. Minha mãe
também percebera que o garoto parecia querer manter distância, já que antes
gostava de ir à casa grande todas as tardes cumprimentá-la antes de sair, e
agora, ao terminar o serviço, cumprimentava meu pai, montava o cavalo e ia
embora. Na jantar meu pai insistia que isso era “rabo de saia”, que o peão
certamente estava cortejando alguma garota das redondezas e por isso andava
afoito para o fim da jornada, e é claro que ouvindo tudo em silêncio, eu sentia
um desconfortável aperto na garganta.
Já no meu quarto, quando as luzes se apagavam, lembrava-me das nossas
antigas conversas entre as árvores, de suas piadinhas de duplo sentido, de
nossa tensão no estábulo. No escuro, acabava por me tocar pensando nele, me
imaginando outra vez em seus braços fortes, como na novela das oito, sendo
que Luiz Carlos era o meu protagonista, e desta forma, alcançando o prazer do
jorro, virava-me de lado e adormecia com ele na cabeça.

[...]
Do Rio de Janeiro, as notícias do Tavinho começavam a chegar, ele já
estava acomodado no quartel e se adaptando por lá. Meu pai contava as
novidades e fazia questão de encher minha cabeça dizendo que precisava
seguir os passos do irmão, um verdadeiro exemplo de macho. Era comum
falarmos sobre isso na maior parte do tempo, e por diversas vezes, fora
bastante ríspido também na frente do Luiz Carlos, o que me destruía por
dentro. O fato é, a cada dia meu pai estava mais insuportável, e tudo piorou
quando minha mãe ficou acamada por uma semana. Os médicos não haviam
descoberto o que ela tinha, e por causa de suas dores, precisei deixar o
trabalho com os animais para ater-me às tarefas domésticas.
De manhã eu organizava a cozinha e tinha que preparar o almoço, era
quando meu pai e meu tio chegavam para se alimentar. Eu não sabia cozinhar,
e por isso tinha que ouvir os dois falarem mal do arroz empapado ou do feijão
salgado. Quando era carne então, nem se fala. Em um daqueles almoços,
cansado de ouvir os murmúrios, acabei por não comer, mas sim ir dar uma
volta no quintal, foi quando passando próximo ao estábulo, vi o Luiz Carlos
sentado abaixo de uma árvore descansando para retornar ao trabalho. Nossos
olhares se encontraram de longe, e ele, bastante sem graça, ajeitou o chapéu
cumprimentando-me com um aceno de cabeça, foi quando resolvi me
aproximar e sentei ao seu lado.
— Posso falar com você? — questionei e ele meio que exibiu um
sorrisinho nervoso.
— Só se eu puder falar primeiro — contrapôs ajeitando-se, e eu senti um
nó na garganta.
— Tudo bem. Pode falar — Sorri e ele desviou o olhar.
— Sobre o que seu pai anda falando — prosseguiu e aquilo fez minha
boca amargar — Não liga não. Você é especial do seu jeito, não precisa imitar
os outros para ser algum tipo de exemplo.
Senti-me sem ar.
— Eu já não ligo pra isso — Expliquei com a voz a falhar, percebendo
que já há dias ele parecia estar com aquilo entalado na garganta. — Aliás,
nunca me importei. Para mim, a opinião do meu pai já não conta há muito
tempo.
O garoto esboçou um sorrisinho conferindo os arredores, e voltou a olhar
em direção ao meu rosto, para os meus olhos.
— Mas e então, o que você queria dizer?
— Na realidade, queria pedir para não ficar grilado com o que houve
aquela tarde — olhei para ele e percebi que ficara sem graça, certamente Luiz
Carlos pensara que nunca tocaríamos naquele assunto novamente — E mais,
não precisa se preocupar com que alguém fique sabendo. No que depender de
mim, será como se nunca houvesse acontecido — ele me encarou fixo e meu
corpo amoleceu com seu cintilante olhar. Sua face agora mudava de feição, e
de tranquilidade, ele esboçou um ar de repreensão.
— E quem disse que eu estou com vergonha do que aconteceu? — murmurou se
aproximando, conferindo os arredores enquanto falava — Somos rapazes
crescidos, e sabemos muito bem o que fazemos — murmurou desfazendo a
feição amarrada para então bagunçar meus cabelos — Apenas esqueça isso,
tudo bem? — Adorava quando ele tocava meu corpo.
— Então, sem grilos? — questionei exibindo um sorrisinho.
— Sem grilos — ele sorriu, e levantando-se, estirou a mão ajudando-me a
levantar. Ao longe, meu pai deixava a casa grande em companhia do meu tio.
A hora de voltar ao trabalho retornava.
— Ei — ele me chamou pelas costas quando eu já estava de saída — Vai
demorar a voltar para os cavalos? — questionou apontando o estábulo com
um sugestivo acenar de cabeça.
— Talvez a semana que vem — eu disse sorrindo para ele — estou apenas
esperando minha mãe melhorar.

[...]

Só que a “semana que vem” foi de piora. O frio na serra retornou e meu
pai achou por bem mandar-nos para passar alguns dias na casa da minha tia, na
capital. Ele nos deixou lá em uma manhã de segunda-feira, e retornou porque
não podia deixar as criações apenas sob os cuidados do meu tio. Assim, passei
quase uma semana completa em Goiânia, aproveitando cada momento ali,
conhecendo a rotina urbana. Todos os dias saía de casa em companhia de uma
das minhas primas, para passear pela cidade, mas como elas eram mais velhas e
já tinham namorados, não dava para ficar no pé o tempo todo. Acabou que em
uma daquelas tardes, resolvi caminhar sozinho, respirar o ar das ruas arredores,
gastar tempo. Foi enquanto eu fazia esta caminhada, que percebi o clima outra
vez fechar e a chuva chegar. Como não daria tempo para alcançar a rua da casa
evitando me molhar, me enfiei abaixo da primeira marquise que encontrei, era
justamente a de um antigo sebo que havia naquela avenida.
Ali, olhando a enxurrada correndo pela rua, sem ter para onde ir, precisei
fazer algo para entreter minha mente, resolvi assim folhear alguns livros e
revistas do local.
Andando despreocupadamente pelas sessões, perdendo-me entre as
estantes, me percebi chegar a uma área afastada, mais aos fundos da loja.
Reparei que entre as várias revistas mal organizadas que havia ali, algumas
escondidas por detrás de outras exibiam conteúdo proibido, de nudez em suas
capas, o que era praticamente raridade encontrar nas bancas. Quando digo
raridade, é necessário compreender que à época, a ditadura militar tinha
implicância com a comercialização deste tipo de conteúdo, mas ainda assim, os
donos de sebos sempre davam um jeitinho de revender o material, já que a
fiscalização ainda não era tão acirrada.
Ao perceber a silhueta feminina despida exibindo-se por detrás das outras
revistas, senti meu coração acelerar e a curiosidade atiçou. Olhei ao redor,
certifiquei-me de que o vendedor estava bem longe, no balcão, e tomei-a
colocando no centro de outra revista que abri para disfarçar, então passei a
folheá-la com o coração acelerado. Meus olhos se encheram com as
descobertas que fiz. Foi como encontrar as respostas para muitos
questionamentos sexuais que eu tinha, os quais não havia com quem dividir,
nem mesmo com o Luiz Carlos.
Aquela sensação de formigamento, a sensibilidade que sentia em meu
orifício sempre que estávamos nos beijando às escondidas, aquele desejo
insano de senti-lo encaixado em mim quando ficava a deslizar suas mãos pela
minha bunda, não era algo tão absurdo assim como eu pensava. No início eu
tivera minhas dúvidas quanto à possibilidade, mas agora, ao ver o conteúdo
explicito de penetração anal, logo contemplei que era possível sim uma
interação sexual ainda mais intensa entre garotos. Não preciso dizer que contei
os dias para estar novamente na fazenda, e quando minha mãe melhorou e
retornamos, permaneci com a ideia fixa de que Luiz Carlos precisava concluir
o que começamos no estábulo.

[...]
— Você tem certeza? — Ele sussurrou observando meu pai distante a
carregar alguns carrinhos de lenha para dentro. Falar sobre nossa relação
secreta enquanto ele estava na fazenda, era bastante arriscado.
— Só se você quiser — Retruquei sentindo as entranhas darem um nó.
Estávamos afastados da casa grande, colocando água para os cavalos e
trocando a ração nos cochos. Houve um instante de silêncio, então murmurei
— Eu gosto muito de você, e sei que sente o mesmo. Então, acho que
devemos... — sussurrei quase me engasgando — devemos fazer novamente.
— completei observando-o olhar ao redor, tremendo de nervosismo.
— Não fala assim — Ele retrucou e percebi seus braços vacilarem ao erguer
o saco de ração — Você não tem noção do quanto tenho pensado naquilo — ajeitando
o chapéu, me indicou o estábulo, eu o segui.
— E eu também — Sussurrei quando entramos. Ele colocando a cabeça
para fora a fim de conferir os arredores.
— Então se você acha seguro, é claro que eu também quero — falou
tremendo, e então, certo de que ninguém nos observava, tomou meu rosto e
juntou nossos lábios. Foi um selinho rápido, porém quente como os que
vínhamos dando às escondidas. A proximidade de nossas bocas sempre
deixavam minhas pernas bambas, e a barba dele roçando minha face,
despertava uma ebulição de desejos — Queria levar você para lá agora —
zombou indicando o quartinho com a cabeça. Eu sorri.
— Desta vez eu tenho uma surpresa para você — sussurrei e o observei
ajeitar o chapéu — Tenho certeza que vai gostar.
— E o que é? — ele questionou curioso com a voz trêmula. Seus olhos
verdes conferindo o ambiente lá fora, mas eu nada disse sobre o que vira na
revista. Quando se virou, sentiu minhas mãos tocarem sua testa, ajeitando os
fios que escapavam para fora do chapéu.
— Você só vai saber hoje à noite — Tornei a dar-lhe um selinho roubado,
e então, respirando profundamente, voltamos a nossos afazeres.

Os ponteiros do relógio pareceram congelar. A tarde parecia passar mais


lentamente que as demais e toda vez que eu olhava para o Luiz Carlos ele
exibia uma feição de nervosismo. Senti-lo assim, atiçado com meu pai tão
próximo, deixava-me bastante nervoso, mas não posso negar que me excitava
em dobro. Por fim a noite chegou, Luiz Carlos se despediu e subiu a serra
cavalgando em seu cavalo, apressado para chegar em casa. Fiquei a imaginar o
que ele faria a seguir. Será que apararia aquela barba que eu tanto gostava?
Tomaria um banho e se perfumaria? Ou apenas se prepararia psicologicamente
para uma nova “trepada”?
Ao chegar em casa fui direto para o banheiro, meu nervosismo podia ser
notado e eu temia isto. Procurando me controlar, abri o chuveiro e tomei um
banho quente, depois fiquei trancado no quarto até a hora do jantar. À mesa
mantive o silêncio ouvindo meu pai falar sobre os milharais, e assim que
terminei de comer, me retirei alegando estar cansado. No escuro, enrolado nos
cobertores, era impossível não me recordar dos detalhes daquela tarde em que
mantive meu primeiro contato íntimo com outro garoto. Agora que eu sabia
da possibilidade de penetração, já nem considerava aquela nossa proximidade
como uma verdadeira “trepa”.
Em silêncio, deslizando meu dedo ao redor do orifício para imaginar qual
seria a sensação, mantive-me atento aos ruídos na sala. Primeiro o jornal
terminou e meu tio foi se deitar, em seguida meu pai, e só depois que a novela
chegou ao fim, minha mãe. A escuridão invadiu a casa quando ela apagou a
última luz e agora só os ruídos do vento podiam ser ouvidos. Aquela seria uma
das várias noites fria no interior de Goiás, mas não aparentava querer chover, o
que era um bom sinal.
Aguardei um pouco mais, esperei até ter certeza de que todos estavam
dormindo, e só então levantei para me preparar. O coração pulsava a mil
quando calcei as botas, vesti uma roupa mais quente e dirigindo-me até o
guarda roupas, ocultei no bolso uma mediana latinha de vaselina que havia
pego no banheiro mais cedo. Agora era a hora, depois de tantos dias
desejando, finalmente iria me entregar novamente ao meu peão dos olhos
verdes.
Abri a janela de toras de madeira com cuidado, o vento frio me
recepcionando com um beijo. Como o quarto dos meus pais ficava do outro
lado da casa, era certo de que não ouviriam quando eu saísse. Subi na cama,
um cobertor nos braços, e então pulei. A ventania me envolveu fazendo os
pelos do pescoço arrepiarem, a grama estava umedecida e trancando a janela
caminhei no escuro até o estábulo.

[...]
— Ufa. Já estava pensando que não viria mais — Luiz Carlos me
aguardava lá dentro quando entrei. Sua respiração estava ofegante e ele tremia
quando me tocou.
— Tive que esperar todos dormirem. — Sorri sentindo suas mãos
acariciarem meus braços e então ele foi conferir os arredores antes de
prosseguirmos.
— Como você fez para sair sem que seus pais soubessem? — questionou
travando a porta para nossa maior segurança. Um cavalo relinchou e eu senti
meu sangue congelar.
— Pulei a janela — murmurei, sentindo-me apreensivo — Mas deixemos
de conversa, não podemos perder tempo, certo? — peguei sua mão e senti um
arrepio subir pelo meu corpo. Por mais que eu a conhecesse das várias vezes
em que nos beijamos escondidos, naquela noite em especial, aparentava estar
maior e mais quente — Temos que aproveitar cada minuto — o senti envolver
seus dedos entre os meus, e Luiz Carlos me seguiu, rumo ao quartinho nos
fundos do estábulo.
Quando passei pela portinha, ouvindo o vento zumbir pelas frestas na
madeira, ele sussurrou para que eu tivesse cuidado, e então senti o tecido
macio abaixo das minhas botas. Não era possível visualizar nada, já que a
escuridão engolia todo o lugar.
— Fiz uma cama para a gente, enquanto você não chegava — ele sorriu
abraçando-me por detrás, com o nariz em minha nuca, então me virei,
contente com seu cuidado. Morrendo de tesão, apoiei o cobertor sobre o
caixote que ainda estava ali, enlacei seu pescoço, e em seguida nossos lábios se
encontraram. Deslizando minhas mãos frias pela sua nuca, pude sentir as
orelhas pontudinhas. As acariciei fazendo movimento circulares na pontinha e
senti ele resfolegar de desejo.
— Estava com saudades de sentir você mais pertinho — murmurei
quando ele passou a afagar meu cabelo, acariciando meu pescoço,
pressionando meu corpo contra si.
— Acho que nunca desejei com tanta força que uma tarde chegasse ao fim
— ele sorriu com zombaria, e eu sabia que havia verdade em suas palavras.
— Hoje vamos fazer diferente — eu murmurei puxando-o para a cama
improvisada — Hoje quero que você faça mais do que fizemos da última vez.
— Como assim? — ele sorriu, acariciando minha cintura. Estávamos
deitados lado a lado.
— Quero que você enfie em mim.
Ele engoliu em seco, sentindo minha mão tocar a lateral de seu rosto,
acariciando-o com afeto.
— Enfiar, em você?
Ajoelhou-se e me encarou nos olhos. Ficamos naquela posição, sobre os
cobertores.
— É. Quero que você me penetre de verdade — resfoleguei apreensivo,
alcançando seu ouvido — Quero que desta vez você enfie seu pau dentro de
mim. — O fiz tocar a curva do meu bumbum, e ele suspirou.
Assim como eu, Luiz Carlos não sabia se aquilo era realmente possível.
Ouvíamos histórias, mas em 1967, a falta de informações sobre sexualidade
era algo constrangedor.
— Você tem certeza? — Ele exclamou.
— Eu vi em uma revista — expliquei-lhe, mantendo o rosto coladinho ao
seu, exibindo um sorrisinho malino ao acariciá-lo com o nariz, sentindo seu
hálito tocar minha bochecha e nossos corações baterem acelerados — Confio
que será bom.
Ele suspirou, voltando a me abraçar.
— Então vou adorar tentar.
Deslizou seu nariz na curva do meu pescoço e voltou a me beijar,
deitando-me outra vez, comprimindo meu corpo abaixo do seu, e com as
mãos, erguendo minhas roupas de frio, abaixando os lábios até meu peitoral, a
fim de mordiscar meus mamilos.
Enquanto ele me experimentava, tirei o resto das blusas apreciando seus
toques, então murmurei:
— Carlos — ele voltou à minha boca, trêmulo — Hoje quero ficar pelado
— ele sorriu — Sem roupa nenhuma.
— Tudo bem. — Luiz parecia nervoso, mas extasiado. O observei afastar-
se ainda de joelhos, e remover as roupas de frio e a camiseta que jogou para
um lado, em seguida voltou a me cobrir com o peitoral. O aquecimento
daquela noite ficaria por conta dos cobertores e de nossa excitação.
Sentir seus pelos roçando minha pele era algo muito bom, irritava e ao
mesmo tempo massageava. Eu estava com as pernas abertas e ele acomodara-
se entre elas, friccionando sua virilha contra minha virilha, fazendo com que eu
sentisse sua ereção, por dentro da calça, foi quando percebi seus dedos
procurando meu jeans, rompendo o botão e então o zíper. O interrompi e
sussurrei:
— Estou louco para sentir seu gosto outra vez.
Ele me deu um selinho.
— Tudo bem. Vem aqui.
Erguendo-se novamente à minha frente, Luiz Carlos ficou de pé sobre os
cobertores, abriu o zíper e colocou o pau para fora, chacoalhando-o um
instante no ar. Embora estivesse bastante rígido, ele o punhetou um pouco,
para que endurecesse mais, em seguida aproximou-o da minha boca, e eu o
conduzi para dentro.
Aquela extensão roliça estava quente e cheirosa. Eu tentava mamá-la por
completo, esticando o prepúcio para me deliciar com o vazar do seu pré-gozo,
acariciando a glande e ao redor dela com a língua. Em silêncio, Luiz Carlos
apenas massageava meus cabelos e resfolegava. As bolas dele estavam
quentinhas, rígidas, e de olhos fechados, respirando pelo nariz, suguei
dissolvendo todo aquele gostinho salgado. Então afastei os lábios, passei a dar
leves abocanhadinhas em toda a base, brincando com a língua, sentindo o
cruzamento das veias quando chupava como ele parecia gostar.
Agora Luiz Carlos se ajeitava melhor, ele moveu-se para uma lateral e
começou a tirar as botas. Eu segui seu exemplo, tirei as minhas e coloquei de
lado, puxei a calça e me deixei ficar pelado abaixo de suas pernas peludas (eu
não usava roupas íntimas, minha mãe nos criara sem este costume). Naquele
escuro, no quartinho afastado da casa grande, dois rapazes pelados passaram a
enroscar seus corpos abaixo de um cobertor a fim de se esquentar. O membro
dele era grande, roçava a entrada do meu orifício deliciosamente sempre que
estava por cima, e tocando meu ouvido, a determinado momento ele
sussurrou:
— Também quero saber qual o seu gosto.
Eu sorri e acariciei suas bochechas, em seguida o observei abaixar-se até
meu membro, por debaixo dos cobertores, o qual após cheirar, enfiou na boca
e passou a chupar. Eu me esticava todo com a sensibilidade do meu membro à
sua língua, estava sendo uma delícia sentir sua boca na minha intimidade, e
revirando os olhos, estendi a mão até a calça jogada ao lado, e procurei a
latinha de vaselina. Em seguida, passei a me lubrificar com o dedo do meio.
Eu não sei dizer o que estava mais gostoso. Se a boca do Luiz Carlos
chupando meu membro, meu dedo fazendo movimentos circulares na
entradinha do meu orifício, ou as mãos dele pressionando minha cintura, o
que sei é que a determinado momento, o puxei pelos ombros e o fiz voltar a
me cobrir. Por entre nossos corpos, tomei seu pau e o massageei. Os dedos
saíram completamente melados de pré-gozo e vaselina, então me ajeitei
melhor.
— Carlos — sussurrei pertinho do seu ouvido — Vem — o posicionei
melhor, e ele me ajeitou, movendo os quadris. Como era bem mais alto que eu,
seu pomo de adão tocava minha boca, e eu podia senti-lo resfolegar em minha
testa enquanto fazia a cabeça de seu membro roçar em meu orifício.
— Maurício — ele sussurrou hesitante ao meu ouvido, tornando a me
encarar — É a primeira vez que faço isso — senti tesão e cuidado em sua voz
— Tenho medo de machucá-lo.
Eu respirei fundo, acariciando a curva de seu nariz.
— Ei. Não tenha — o tranquilizei, dando carta branca para que liberasse
todo o seu desejo por mim — Eu quero, pode vir, não fique com receios.
Luiz Carlos tremia, e então, após trocarmos os últimos olhares, senti seu
peitoral folgar um pouco sobre o meu, a mão desceu para entre nossos corpos,
e apanhando o membro, ele começou a pincelá-lo em meu canal. Eu procurei
relaxar, sentindo seu pré-gozo deslizando e lubrificando o orifício, e aos
pouquinhos, o desconforto das primeiras tentativas fez-se notar.
Para você ter uma noção de como era o membro do meu peão, vou
descrevê-lo. Não era grosso, mas os centímetros de largura o tornavam
invejável. Tinha uma leve inclinação para a esquerda, mas aquilo só a deixava
ainda mais gostoso. A cabeça pontuda quando não coberta pelo prepúcio,
tinha a coloração cor de vinho e várias veias espalhavam-se pela base. Mesmo
com ele o segurando, ainda assim deixava exposto uma boa medida ao relento.
Desta forma, dá para perceber que não era tão difícil assim a penetração, mas
sim acolhê-lo por completo. Então, como eu já estava lubrificado pela vaselina,
e agora pelo seu pré-gozo, foi necessário apenas respirar fundo e senti-lo
deslizar vagarosamente.
— Continua, vem — mordi os lábios sentindo a cabeça entrar com
dificuldade. Ele penetrava usando a mão direita, e com a esquerda apoiava o
corpo sobre o meu.
— Tá gostoso? — resfolegou próximo ao meu ouvido, deliciado pela
sensação de ter seu pau, pela primeira vez, acolhido por uma cavidade tão
apertadinha.
— Está ficando, agora espere um pouco — murmurei rangendo os dentes,
então levei minha mão até suas bolas e medi até onde tinha conseguido enfiar.
— Espera um pouquinho, só um momento, por favor — eu pedi sentido
ardor, mas mesmo desconfortável, queria deixá-lo prosseguir.
Respirando fundo, ele voltou a me acariciar, ajeitando nossos corpos,
secando minha testa pontilhada de suor. Eu podia sentir pela sua crise de
tremor, que para ele, não estava sendo nada fácil se controlar. O tesão falava
mais alto, e se eu não me acostumasse logo, ia sentir sua vara deslizar de uma
vez por todas, sem aviso prévio.
— Tudo bem, pode vir, vem — pedi respirando fundo, sentindo-o
prosseguir no penetrar — Ai... — Murmurei e ele pausou, acariciando minhas
coxas.
— O que foi? Te machuquei? — Luiz Carlos tremia. Ainda que cheio de
tesão, o cuidado dele comigo era apaixonante.
— Não. Pode vir, Continua. — Procurei forças e ele continuou. Outra vez
eu gemi e senti seu pau latejar lá dentro. Ele se ajeitou um pouco mais, e eu me
enlacei ao seu pescoço, sentindo o peso do seu corpo, com uma puta vontade
de chorar.
— Você está bem Maurício? — ele questionou com a voz vacilante, sua
vara parecendo cada vez mais inchada, e eu apenas gemendo, com a pressão de
seus quadris encaixados entre minhas pernas.
— Sim — retruquei sem fôlego, colando o nariz à curva do seu pescoço,
sentindo seu cheiro.
— Quer que eu pare?
— Não. Pode continuar.
O que me restava dizer? Que sua vara parecia estar me rasgando? Que mil
agulhas pareciam querer furar minhas entranhas? Apenas o abracei sentindo
seu calor, apenas o beijei sentido seu coração acelerado, e quando ele começou
a mover-se vagarosamente, revirei os olhos, sentindo meus braços tremerem e
meu suor se misturar ao dele.
— Tudo bem, tudo bem — ele dizia ao meu ouvido, vacilante, sentindo o suor
escorrer pela nuca e pescoço, sentindo a pele do prepúcio afagando a glande
inchada — Geme pra mim, geme. — ele pedia movimentando os quadris,
enfiando e tirando o membro vagarosamente, e eu podia sentir seus ovos
roçarem minha bunda.
Ann... Ann...
O pau dele me alargava aos poucos, não chegávamos a nos desconectar e
eu tremia com o ardor. Comecei a me mexer, procurando uma posição mais
confortável abaixo dele, e Luiz Carlos entendeu aquilo como um sinal de que
eu estava querendo mais. Imobilizou-me e começou a enfiar e tirar com um
pouco mais de intensidade, encarando-me nos olhos, roçando nossos narizes,
movendo os quadris.
Com a boca próxima à sua face, eu prendia o fôlego toda vez que ele
enfiava, e soltava ao senti-lo retirar. Minhas pernas tremiam envoltas ao redor
da cintura dele, meus pés deslizavam por sua bunda e eu tinha que ajeitá-los o
tempo todo.
— Eu te amo — ele dizia vacilante, em meio a estocadas e massagens que
dava em minhas nádegas.
— Eu também — eu gemia e resfolegava de tanto prazer, abraçado com
força ao seu corpo. — Tenta meter de ladinho — pedia revirando os olhos
com a sensação de seu pau alargando meu orifício, deslizando para dentro e
para fora.
— Tudo bem — e ele metia, de um jeito e de outro. Por cima de mim, e
então deitados de ladinho.
A certo momento, ainda enlaçados sem interromper a união, eu busquei
ficar por cima dele, encaixado em sua vara. A posição tornou tudo mais
confortável, já que agora eu comandava o entra e sai de seu membro. Meu
canal foi ficando lisinho e sua vara foi me fazendo sentir prazer conforme eu a
fodia. Com o soprar do vento sobre o telhado, eu esqueci-me de tudo ao
redor, só importando a existência de nós dois ali, se amando. Ele me segurou
pela cintura, ajeitou-se melhor enquanto me sentia dar-lhe prazer, e então
ergueu nossos corpos. Eu com as pernas enlaçadas em seus quadris, com seus
braços fortes sustentando minhas coxas, senti-me ser suspenso no ar.
— Obrigado por isso — ele dizia socando de baixo para cima —
Obrigado por ficar comigo — Gemia perdendo o fôlego, e eu ajeitava seus
cabelos que caíam por sobre o rosto, beijando suas bochechas vermelhas,
sentindo seu cheiro.
Ele ajeitava-me melhor, para que eu não escorregasse tanto, e então voltava
a mover-se. Eu sentia o calor de seu membro entrando e saindo como uma
espada. O frio da noite beijava minha bunda desnuda, e então, Luiz deixou os
cobertores, seguindo descalço para o chão de terra batida. Ele encostou-me na
parede, ajeitou minhas pernas ao redor dos seus quadris, e colocou mais
pressão, até só haverem gemidos, som de defloração e das minhas costas
batendo na superfície de madeira.
Toma... Toma... Toma... Toma...
Eu estava desfalecido em seu peitoral, respirando com o nariz e os braços
apoiados em seu pescoço, sentindo suas mãos suspenderem minhas coxas de
forma firme, abrindo minhas nádegas, deixando livre o caminho para sua
entrada.
Toma... Toma... Toma... Toma...
Seus músculos estavam tensos, podia sentir a quentura na curva dos
ombros, as veias pulsando agitadas no pescoço, e sua têmpora a latejar.
Toma... Toma... Toma... Toma...
O ruído de seu pau entrando e saindo de dentro de mim era muito
agradável. Eu certamente já estava alargadinho, e meu membro amolecido
roçava sua barriga, melando sua trilha de pelos com o pré-gozo.
— Estou quase gozando — ele declarou sem interromper sua busca por
prazer.
— Continue — pedi — Continue — e ele beijou minha boca, de jeito
afoito e melado, lambuzando meu rosto, e agora se afastando para respirar,
sem interromper as estocadas, para outra vez encaixar seu nariz à curva do
meu pescoço, acelerando um pouco mais.
— Está vindo — ele tremia mordendo os lábios, sussurrando, e eu sentia o
calor de sua pele, sua forma rude de me pressionar contra a parede.
— Quero sentir, goza pra mim.
Mal fechei os lábios e senti o ambiente girar. Ele agora me afastava da
parede direto para o chão, direto para os cobertores amarrotados. Senti minhas
costas encontrarem os tecidos, meus músculos comprimirem seu corpo e
revirei os olhos com a velocidade de sua virilha me espancando. Seu peitoral
forte e quente estava erguido à minha frente, suas bolas batiam em minha
bunda com força, e sua gala quente viera com fulgor em meu interior.
Luiz Carlos urrou como um urso, me apertando contra si, sentindo a
intensidade dos jatos deixarem sua próstata. Ele esboçou um sorrisão
revirando os olhos para o teto, satisfeito pelo ápice, movendo-se um
pouquinho mais, para que os últimos esguichos de prazer me invadissem,
então suspirou e desfaleceu ao meu lado.
A esta altura eu já havia gozado em sua barriga, e ao ouvir o “spock” de sua
vara me abandonando, senti o frio da noite beijar-me. A substância branca e
leitosa de Luiz Carlos abandonou meu corpo, escorrendo por entre minhas
nádegas, e os cobertores abaixo de nós receberam sua parte naquela loucura.
Estávamos satisfeitos. Demasiadamente satisfeitos.

[...]

— Precisamos repetir isso mais vezes — sussurrei após alguns minutos


abraçado a ele. Estávamos de ladinho, ouvindo o vento zumbir na fazenda e o
cheiro de goza perfumando o ar.
— Precisamos sim — ele apertou-me mais contra si, beijou meu pescoço e
percebi que estava querendo adormecer. O frio estava tão intenso, e o calor
dos nossos corpos tão agradável, mas, não podíamos cometer uma loucura
daquela.
— Vem, vamos nos limpar — Pedi erguendo o corpo com dificuldade.
Meu orifício ainda dilatado, comprimindo-se aos poucos.
— Tudo bem — Ele ergueu-se em seguida, me dando um último abraço
pelas costas, para que eu sentisse um momento mais seu corpo nu, e seu
membro amolecido no meio do meu bumbum.
Após vestirmos as roupas e desfazermos nossa cama improvisada, o
acompanhei até a saída do estábulo. O vento nos recepcionou outra vez
quando removemos a madeira que travava a porta, e eu o esperei montar o
cavalo e voltar para sua fazenda, só então caminhei até meu quarto e pulei a
janela. Caí na cama pensando nele e adormeci, acordando somente no outro
dia, com os berros do meu pai lá na sala.

[...]

Meu coração disparou quando vi sua sombra projetar-se pelo corredor,


meu tio o seguia pelas costas e minha mãe logo atrás, pedindo para que tivesse
calma. Ele bateu na porta com tanta força que pensei que iria derrubá-la, foi
quando me vesti ainda sentindo as pernas doerem e caminhei até ela, abrindo
para sua passagem.
— Que história é essa que seu tio me contou? — ele praguejou fechando a
porta atrás de si, isolando apenas nós dois no quarto abafado.
— Do que o senhor está falando? — engoli em seco, já sabendo do que se
tratava. Perguntando-me se meu corpo ainda estava com o cheiro dele, com os
sinais de nossa conexão.
— Ontem à noite — seus olhos estavam rajados de ódio e agora o
observei levar as mãos ao cós da calça e desfazer a fivela do cinto de couro.
Senti minhas pernas cederem — No estábulo — ele cerrou os dentes e senti a
primeira lapada — Quando seu tio me contou eu me recusei a acreditar, mas
então quando me mostrou a latinha de vaselina caída no chão, e a terra
amassada... — sua voz falhou e novas lapadas fortes fizeram minha pele ficar
vermelha, lágrimas brotaram do olhar. — Eu não admito um filho viado. EU.
NÃO. ADMITO. UM FILHO. VIADO.
Naquele momento meu coração quase saiu pela boca. Pensei em minha
vida, pensei em como minha mãe estava se sentindo, e por último pensei nele,
em Luiz Carlos. O que será que meu pai havia feito ao rapaz?
Esta pergunta só teria resposta horas mais tarde, quando a caminhonete
passou na estrada frente à fazenda dos pais dele. Olhando de relance pelo
vidro, para que meu tio (o condutor) não percebesse, o reparei sentado
próximo à porteira, escondido atrás de uma árvore. Um lado de sua face estava
inchado e o garoto ainda parecia indeciso quanto ao momento certo para
voltar para dentro. A mancha roxa certamente seria difícil de explicar, mas uma
coisa era certa, ele não precisava temer que boatos se espalhassem, meu pai
pessoalmente já havia cuidado de se livrar do “problema”, meu pai havia me
expulsado de sua casa.
5
Meu Cunhado Quis de Novo
“Sequência Especial de Meu Cunhado Curioso”

SUAS MÃOS ESTAVAM TRÊMULAS, bastante trêmulas e hesitantes. Eu


as procurei tateando a superfície por debaixo dos edredons, quando tive
certeza de que o irmão caçula estava entretido com o filme. Deitado no tapete
aos nossos pés, o menor mantinha os olhos fixos à televisão, fora a primeira
vez naquela noite em que sossegara por um instante.
O nome deles? Junior (o menor que estava para me deixar louco de tão
desobediente que era) e Marcus, (seu irmão mais velho, rapaz super gente boa,
e cunhadinho apaixonado que eu havia levado para a cama na noite anterior).
Eu e ele dividíamos o edredom e as almofadas no sofá, estávamos cobertos até
o tórax, e separados um do outro apenas pelo espaço vago entre os assentos.
Eu ajeitara o tecido sobre nossos corpos, de forma a ficar uma discreta
cobertura, o que facilitava minhas tentativas de conduzir sua mão pra cima da
minha ereção, porém, o garoto estava muito apreensivo, e sempre que eu
conseguia acariciá-lo, ele se livrava discretamente.
Aquela situação estava me deixando cada vez mais ansioso. Já não bastasse
minha esposa ter passado o dia inteiro em casa, impedindo-me de conversar
com ele sobre o que havíamos feito na madrugada, agora o pestinha do irmão
não adormecia de jeito nenhum, e pior, como se não bastasse estar acordado
àquela hora, de dez em dez minutos virava-se em nossa direção, a fim de
conferir se realmente estávamos atentos ao filme, broxando qualquer tentativa
de passarmos para algo além dos toques.
E Marcus mantinha-se silencioso, sequer virava-se para mim. Passara todo
o dia assim, me evitando, constrangido pelas coisas que me confessara
enquanto eu o fodia, até encher seu cuzinho de porra. Embora procurasse
disfarçar sua tensão, eu conseguia sentir o calor da excitação, sempre
mantendo os olhos fixos na tela. Não sei dizer se o menor também podia
sentia aquele cheiro ardiloso no ar, mas era odor de hormônios, libido e
adrenalina dissolvidas no suor, no meu suor, que umedecia ao redor do meu
pescoço.
Eu dei um tempinho mais. O menor tornara a virar-se curioso, talvez
estivesse desconfiado de algo, mas então, após alguns instantes, voltou a
prestar atenção ao filme, e dar risadinhas das cenas engraçadas que passava.
Me recompus, e só então tornei a deslizar minha mão para a lateral onde
Marcus estava, desta vez, consegui encontrar a sua mão. A imobilizei entre
meus dedos, acariciando, e então conduzi para mais perto do meu corpo. O
garoto respirava apreensivo, tudo discretamente. Ele estava receoso de que
fossemos pegos, mas, ambos queríamos fazer aquilo, estava visível em sua
reação.
Atento ao menor, deitado de bunda para cima, repousei a mão dele sobre
minha coxa, deixando-a imóvel por alguns intentes para que sentisse meu calor
e o pulsar do meu sangue. Quando reparei que ele estava gostando daquela
proximidade, afastei os braços, erguendo-os para trás do pescoço, e com o
peitoral esticado, dei uma espreguiçada gostosa, como se para relaxar os
músculos, aproveitando para me ajeitar melhor. Aguardei para ver como Junior
reagiria, e certo de que não se viraria outra vez, tornei a ocultar minha mão, e
agora, acariciando a mão de Marcus, a massageei por um momento,
demonstrando que eu estava com a mesma vontade que ele.
O garoto virou-se para mim, mas não demorou com o seu olhar. Eu sabia
que seu estômago estava revirando de nervosismo, mas também sabia que ele
estava gostando de toda aquela malícia, já que agora, por conta própria,
passara a brincar com os pelos da minha coxa. Então, deslizando meus dedos
por entre seus dedos, trocando carícias ali por debaixo, enlacei sua mão de
forma mais firme, e puxando-a vagarosamente para cima, deslizei-a para sobre
minha bermuda, fazendo com que enfim repousasse em minha ereção,
forçando-o a pressioná-la, minha mão grande envolvendo a sua.
Quase resfoleguei quando Marcus me apalpou. Meu cunhadinho procurou
acolher a curva do meu membro, e envolvendo-o na palma da mão, passou a
dar leves apertõezinhos, folgando e novamente apertando, como se fosse uma
massinha de modelar, fazendo o sangue aquecer, as veias pulsarem, deixando o
cabeção inchado e quente. Ele sentia a espessura posicionada de ladinho, e eu
estava louco para que seus dedos fossem mais além, por isso, eu mesmo passei
a conduzir suas massagens.
Olhei novamente para o garoto deitado aos nossos pés, ele continuava
distante, assim, buscando controlar a respiração, e evitando reverberar ruídos
suspeitos, tornei a pressionar a mão do Marcus, apertando para que sentisse
também as minhas bolas. Ele virou-se um instante mais, e nossos olhos
dançaram confidentes, eu fechei os meus, relaxando um pouco, e voltei a
prestar atenção na TV. Agora, cada vez mais concentrado naquela loucura,
sentia sua mão deslizar o tecido da bermuda, discretamente, abrindo o velcro
sem fazer ruídos, expondo parte da minha vara. Pude sentir quando ele
acariciou a glande com seu dedo, e puxando o restante do membro para fora,
o envolveu com pressão e começou uma discreta punheta.
Quase gemi com as vagarosas fricções de abre e fecha. Ele permanecia
trêmulo, a meu exemplo, e aquele contato estava tão gostoso que me fazia ficar
tonto. Podia sentir a cabeçona arder de desejo, e como se para me provocar,
Marcus esticava a pele ao máximo, para baixo e para cima, aquecendo o
prepúcio, para só então começar a deslizar o polegar na extremidade sensível
do órgão. Eu me senti sufocar, fechei os olhos e me segurei, mas meu pau
pulsava bastante na mão dele, ardia, e Marcus continuava a deslizar o dedo
espalhando minha lubrificação, me fazendo retorcer, até que já não
aguentando, involuntariamente soltei o gemido contido.
— Alex? — de repente o menor se virou, e num susto senti a mão do
cunhadinho se afastar. Meu coração batia acelerado enquanto eu tentava
disfarçar o mau jeito, e um calor infernal queimava pelo meu peitoral desnudo.
Minha testa estava visivelmente suada e a mão gostosa do Marcus já estava
longe do meu short — Você pode estourar mais pipocas? — ele questionou
com sua voz levada, o que me fez respirar fundo, ajeitando os edredons para
disfarçar.
— Você não acha que já comeu demais Junior? — Tirei os braços para
fora, fingindo que estivera apenas a coçar minha coxa, e em seguida me
espreguicei virando a cabeça para o acesso ao corredor, esticando bem os
músculos, como se demonstrando estar com sono, agindo da forma mais
natural possível. — Acho até que já está passando da hora de irmos deitar.
— Irmos deitar? Agora? — ele reclamou afastando as cobertas e eu senti
um nó no estômago. Agora o garoto malino ajoelhava-se à minha frente, e
aquilo foi ruim, pois o pestinha podia muito bem querer vir ficar no sofá
conosco — Eu estou de férias cara — ele prosseguiu — E você mesmo disse
que podíamos ficar a vontade.
Meneei a cabeça olhando para Marcus, meu pau estava amolecendo
vagarosamente, dando leves espasmos no edredom, e eu fiquei me
perguntando como ele conseguira tirar a mão antes que o irmão percebesse.
Meu pré-gozo era sugado pelo tecido macio, e todo aquele “mel” espalhado,
fora resultado da “carícia” que o garoto estivera a me fazer.
Respirei fundo.
— Tá legal. Eu estouro mais algumas. Porém já aviso logo que assim que o
filme terminar, todo mundo vai para cama.
O garoto fez menção de que diria algo, mas então pareceu pensar melhor,
resolveu não protestar.
— Quer que eu pause a TV, até você voltar? — resmungou me
observando erguer-se de costas. Eu o fiz com o edredom ainda a me cobrir,
para que não percebesse meu pau exposto. Aproveitei a oportunidade e o mau
jeito para guardá-lo novamente.
— Não precisa. Continue assistindo — retruquei virando-me a jogar os
cobertores sobre o sofá — Eu volto já — e inclinando-me a pegar as bacias
espalhadas no tapete, senti minha alma quase sair do corpo.
— Alex? — Era impressionante como o garoto tinha aquele dom de me
assustar. Chegava a ser irritante, mas qualquer ruído que partira dele nas
últimas vinte e quatro horas, me deixava imediatamente em alerta — Pode ser
com manteiga?
Ergui-me respirando fundo, lançando um olhar faceiro para o irmão
sentado a nos observar.
— Com manteiga! — concordei dando um sorrisinho, e então me virei
bagunçando-lhe os cabelos. Junior tornou a se ajeitar nos edredons, e
observando-o deitar-se, deixei a sala, dando meia volta ao redor do sofá.

***

A brisa fresca que vinha do fim do corredor aliviava a tensão que pesava
sobre meus ombros e resfriava todo o meu peitoral. Combinada com a friagem
das cerâmicas, em contato com os meus pés descalços, me ajudava a respirar
com maior facilidade, reduzindo o pontilhado de suor que umedecia minha
testa e também o calor em minhas axilas. Eu estava com as bacias em mãos,
cruzando o corredor escurecido.
Passando ao centro dele, observei por um instante a quietude do meu
quarto, no qual apenas a luzinha do computador piscava em modo stand-by.
Engoli em seco, chateado por não poder aproveitar aquela noite como eu
desejava, e tudo graças ao pirralho que viera de brinde junto ao irmão.
Precisávamos fazer alguma coisa. Depois da noite que tivemos, eu não via a
hora de repetir a dose.
Entrei na cozinha e de imediato caminhei até o fogão acendendo uma das
chamas. Coloquei uma colherada de manteiga na panela, os grãos de pipoca,
sal e tampei, recostando-me um segundo ao balcão de mármore. Eu respirava
com as veias do pescoço pulsando agitadas. Minha garganta estava seca,
mesmo após eu tomar água. Meu pau meio bomba latejava, e sentia minhas
pernas tremerem de tanta vontade de ter relações com aquele cunhado
saliente.
Acariciando os pelos do meu peitoral, aparados naquela tarde, e então
coçando a barriga desnuda em direção ao botão do meu short, ficava a
recordar-me dos gemidinhos do Marcus. Fora uma loucura confrontar meu
cunhado no quarto, após ter sido “flagrado” por ele com o pau na mão, a me
masturbar. Fora uma loucura deixar a toalha cair propositalmente, mas
igualmente delicioso acompanhar seus olhos fixos em minha ereção. Aquilo
tudo era uma loucura, ele era meu cunhado, e pior que isso, sua irmã estava
grávida, esperando um filho meu.
Eliene, este era o nome dela. Eu a havia conhecido em serviço —
recordava-me agora, ouvindo as pipocas estourarem. — Militar do Rio de
Janeiro, havia recebido o chamado de uma garota que estava prestes a dar a
luz, e como a ambulância estava demorando, o único lugar para o qual a
família tivera ideia de telefonar, foi para o batalhão mais próximo, onde eu
trabalhava. Desta forma, minutos após receber a ligação aflita, estava
colocando a jovem em minha viatura e transportando até o hospital, onde
Eliene nos atendeu às pressas, dizendo que não daria tempo de seguir até a
maternidade, acabando por fazer o parto ali mesmo.
Foi uma experiência única presenciar uma criança nascendo, e
imediatamente minha atração se fixou naquela doutora simpática. Trocamos
telefone no mesmo dia, combinamos de sair. Então a amizade evoluiu para
namoro, e o namoro para casamento. Só que eu nunca imaginaria que o irmão
mais velho dela poderia ter nutrido sentimentos em relação a mim.
Quando despertei dos meus devaneios, o cheiro da pipoca já se espalhava
pelos cômodos. Ouvindo os grãos estourarem vagarosamente na panela,
percebi quando um ruído de porta sendo fechada ecoou pelo corredor. Me
aproximei do acesso e coloquei a cabeça para fora, aguardando um instante
para conferir quem havia entrado no banheiro. Era Marcus, e pelo burburinho
de água, ele parecia estar urinando. Eu me permiti ficar ali a aguardar, foi
quando outra vez a luz da portinha projetou-se no corredor, e o garoto saiu
olhando em minha direção, então, desligou o interruptor e após conferir a sala,
veio caminhando cautelosamente à cozinha.
— Você está louco Alex? — murmurou ao entrar. O som da pipoca ocultava
nossos ruídos – Acho que o Junior percebeu — sussurrou preocupado.
— Você não tem noção do quanto estou excitado — desdenhei
observando seu nervosismo. Sabia que o moleque ia ficar de pau duro ouvindo
aquilo.
— Estou achando que ele desconfiou de alguma coisa — murmurou me
observando apalpar o short, ajeitando o membro que estava mal posicionado
— Você acha que é possível?
— O Junior estava atento à televisão, não tinha como ver. — retruquei
ouvindo às últimas pipocas estalarem. Fiz uma pausa voltando ao fogão, e
desligando a chama, tornei a ele. — Eu não desgrudei os olhos dele, não havia
se virado até você tirar a mão. Estava prestando atenção no filme.
O percebi engolir em seco passando à minha frente, e então, enquanto me
auxiliava com as pipocas, aproveitei para caminhar até o corredor, e dei uma
rápida espiada em direção à sala. Certo de que o pirralho ainda estava lá, voltei
me aproximando pelas costas, e sem muita cerimônia, o dei uma boa
imprensada contra o balcão, encaixando minha vara na divisão do seu
bumbum macio.
— Para com isso — Marcus tremia de tanto tesão e adrenalina. Eu o sentia
empinar a bundinha tentando se afastar, mas não havia para onde ir, ele estava
entre meus braços, e para mostrar quem é que mandava, outra vez forcei
nossos corpos para frente, o imobilizando contra a mureta.
— Chupa ele um pouquinho? — murmurei ao seu ouvido e o garoto respirou
fundo terminando de colocar as pipocas nas bacias. Então, virando-se ainda
imprensado, sentia meu peitoral despido e avermelhado, colado ao seu.
— Espera um minuto, okay? — cochichou hesitante, me empurrando.
Então, livrando-se dos meus braços, Marcus caminhou até o corredor, deu
uma rápida espiadela para a sala, e só então voltou apressado, ajoelhando-se à
minha frente, tocando o tecido da minha bermuda.
Eu o auxiliei abrindo o botão, olhando receoso para o corredor. Com certa
habilidade, puxei meu pau para fora, e o deixei apreciar. Quase desmaiei
quando Marcus enfiou na boca. Ele estava afoito, chupando com pressão,
espalhando a saliva conforme mamava com sucções aflitas. Meu cunhadinho
sugava somente a cabeça, mamando sem pausar para respirar, como se fosse
um bezerrinho. Sua língua rosada deslizava agitada, umedecendo minha glande,
e eu sentia o membro pulsar cheio de desejo de gozar.

“Spock”
Ele afastou os lábios enfim, erguendo-se a limpá-los, e eu dei uma rápida
punhetada.
— O que foi? — Questionei olhando para a porta, meus braços estavam
tremendo.
— Por enquanto está bom — Disse por fim — Precisamos voltar — pegou uma
das bacias, e fazendo sinal para que o seguisse, saiu à frente.
Eu respirei fundo, me recuperando. Tive um pouco de dificuldade para
enfiar o membro dentro da cueca, e então, tomando as demais bacias, o
acompanhei, esbarrando em suas costas ao percebê-lo parado na escuridão.
— O que houve? — sussurrei. A silhueta do irmão era visível no centro da
sala.
— Vem aqui — Disse dando meia volta. Caminhando para dentro do meu
quarto.
Vacilante, eu o acompanhei. Entramos e ele já foi se ajoelhando outra vez.
Oh...
Resfoleguei quando senti sua boca me encontrar. Ele havia aberto o velcro
com nervosismo, novamente puxado a extensão para fora, e enfiado nos
lábios. Eu estava com as bacias nas mãos, então só pude respirar fundo
imprensado na parede, sentindo as chupadas desajeitadas.
Oh Deus... Como era gostosa aquela boca. Eu resfolegava baixinho, me
controlando, olhando apreensivo para a escuridão do corredor, engolindo em
seco com o coração acelerado. Meu desejo era jogar tudo de lado, segurá-lo
pelos quadris, conduzir até a cama e fodê-lo agora mesmo, mas então Marcus
tornou a se levantar, limpando os lábios molhados, e me ajudou a guardar o
membro, fechando o botão.
— Nossa.
Eu cochichei.
— Que foi?
Ele murmurou desajeitado, virando-se de segundo em segundo a observar
o corredor.
— Precisamos dar um jeito de botar o Junior para dormir o quanto antes,
não acha? — meus braços tremiam tanto que algumas pipocas caíam no chão
— Depois podemos ficar a vontade.
O garoto parecia agitado.
— Precisamos. Mas só quando o filme terminar — ele tornou a resfolegar,
abaixando-se a pegar sua bacia.
— Ei — tornei a sussurrar quando ele fez menção de sair. Um sorrisinho
faceiro estampado nos lábios, ainda rachados pela tarde anterior.
— O que foi Alex? Vamos.
— Vem aqui.
Ele se aproximou.
— Me da um beijo de língua.
— O quê?
— Vem logo.
O fiz encostar-se à parede, no lugar onde eu estivera. O imprensei apenas
com o peitoral, e aproximando meu rosto, o beijei. Ele ainda não havia
dominado a técnica, e por mais que tenha sido um beijo todo melado e
desajeitado, me fez sentir palpitações.

***

Ao chegarmos à sala o pirralho sentou-se e eu dei-lhe uma das bacias que


trazia. A garrafa de refrigerante ainda estava ali, e então, servindo-me em um
copo já usado, coloquei-a na mesinha ao lado. Aqueles minutos finais do filme
pareciam nunca acabar, minhas canelas já estavam balançando agitadas de tanta
apreensão, e meu corpo ardia na expectativa.
Quando enfim a música dos créditos soou, e as letrinhas começaram a
subir pela tela escura, eu esbocei um sorrisinho faceiro e me espreguicei,
levantando-me a acender o interruptor. Junior desenrolava-se do edredom
igualmente se espreguiçando, e pelo seu olhar, era quase certeza de que iria
sugerir assistirmos algo mais.
Antes que ele pudesse murmurar, eu já estava parado ao seu lado, a
recolher os controles sobre o tapete (sim, ambos estavam com ele), e desta
forma, caminhando para a estante, imediatamente exclamei:
— Agora pronto. Vamos todos tomar banho e deitar, já está tarde.
— Puxa Alex, mas...
— Mas nada Junior — eu o cessei sem olhar em sua direção — Esse foi o
combinado. Já está tarde e tenho coisas para resolver amanhã cedo.
O garoto era uma peste. Mesmo eu dizendo não, ele ainda insistia. Ficou
de chantagenzinhas até que começou a contender com o irmão.
— Chega com isso porra — praguejei com a voz firme — Não quero
gritaria uma hora desta da noite — resmunguei perdendo a paciência com ele
— Agora pegue sua toalha e vá logo tomar banho.
Junior me fixou um instante e então fechou a cara. Baixando a guarda,
demonstrou estar zangado. Passando à minha frente, seguiu em direção ao
quarto bufando. Marcus olhou para mim constrangido, o irmão às vezes era
uma peste. Eu pisquei exibindo um sorrisinho compreensivo, e agora,
enquanto se inclinava a recolher as pipocas caídas no chão, eu desligava os
aparelhos olhando para sua bundinha arrebitada. Minutos após observamos
Junior voltar a aparecer. Ele entrou no banheiro acendendo a luz, e após
escorar a porta emperrada, ligou o chuveiro. Foi à deixa para me aproximar.
— Vem aqui — Sussurrei conduzindo Marcus para um cantinho afastado
da sala, perto das cortinas e do telefone — Vamos fazer deste jeito. Eu vou
tomar banho e ir para o meu quarto, vou deixar a porta apenas escorada, como
se eu estivesse dormindo, e então, assim que ele tombar, você vem.
— Tudo bem — o garoto falou aos sussurros, olhando em direção ao
corredor.
— Está tudo legal com você? — questionei em seguida, sentindo uma
pontinha de hesitação em sua voz — Se quiser, podemos apenas conversar
sobre ontem — Fui um pouco sensível, embora não estivesse falando
realmente sério sobre querer conversar.
— Estou sim Alex — ele murmurou por fim — É só que... — hesitou um
instante e eu engoli em seco. Será que meu cunhado iria dar para trás logo
agora? — É só que... — e aproximando-se um pouco mais, murmurou —
Ainda estou meio assado aqui embaixo. Entende?
Sorri para ele.
— Vamos dar um jeito nisso. Não se preocupe.

***

Quando todas as luzes foram apagadas, e os dois entraram para o quarto,


dirigi-me ao banheiro e me refresquei. Deixei o ambiente respirando aliviado,
trajando apenas uma samba-canção azul marinho e a toalha ao redor do
pescoço. Andei rapidamente até a cozinha, tomei água, e conferi os ruídos, só
então voltei para o meu quarto, e escorando a porta como disse que faria,
sentei na cadeira frente ao computador.
Eu estava muito inquieto. Mantinha as pernas abertas, buscando ventilar a
região. Não queria correr o risco de que meu cunhadinho chegasse, e desse de
cara com meu leite completamente derramado antes da hora.
Em silêncio, passei os olhos ao redor. Os lençóis que estavam na cama
eram limpos, eu os havia trocado antes da Eliene chegar. Todavia, pensando
bem, se eu queria mesmo disfarçar nossa noite de foda, era bom improvisar
algo de coloração mais escura. Só assim para nosso gozo e suor passarem
despercebidos.
Levantei-me, dirigindo-se ao guarda-roupa. Futriquei as roupas de cama e
encontrei um lençol estampado com folhagens, seria aquele mesmo. Sentindo
meu pau querer escapar, ajeitei o tecido sobre o colchão, e então sentei-me
sobre ele a respirar fundo.
Os minutos passavam, nada de Marcus aparecer. Então me lembrei de sua
reclamação na sala. Fui até as coisas da Eliene e fucei em busca de algum gel
lubrificante, para minha sorte ainda havia um frasco com um restante. Sempre
que transávamos eu precisava lubrificá-la, minha esposa sentia-se mais excitada
assim, e era até compreensível, devido ao melhor deslizar do meu pau.
Esperei mais um pouco, e nada dele aparecer. Resolvi então aguardar com
uma surpresa. Levando as mãos à samba-canção, eu a removi, lançando sobre
uma mesinha. Meu mastro balançou livre, estava meio bomba, e minha bunda
sentia a brisa acariciá-la. Curvilíneo, porém grosso, a cabeça dele estava para
fora e a pele ao redor, completamente umedecida pelo banho.
Chegou um momento em que eu já estava me questionando se viria ou
não. Desde que saíra do banho, e seguira o irmão para o quarto, parecia ter se
passado quase uma hora, e nada. Resolvi então tirar o computador da tomada
e me deitar. Apaguei a luz e mantive-me no escuro, apenas ouvindo os ruídos
do apartamento. Foi quando finalmente ouvi mexerem na maçaneta, me ergui,
e então o sussurro vacilante ecoou.
— Alex?
Sentei-me de imediato, ligando o abajur que havia ao lado. A fraca
claridade alaranjada banhou apenas a lateral em que eu me encontrava, e vi em
seus olhos, o desejo e a surpresa.
— Pensei que não viria mais — murmurei chamando-o até onde eu estava.
Marcus virou-se trancando a porta. Eu havia deixado a chave na fechadura.
— Ele demorou a dormir — resmungou chegando para mais perto.
— Sem problemas. Vem — chamei-o me ajeitando.
Ele se aproximou volteando a cama, parou exatamente à minha frente, na
lateral em que eu estava sentado.
— E aí, gostou? — questionei relaxando os ombros. O corpo meio
inclinado para trás, as pernas abertas e a tora avermelhada enrijecendo outra
vez.
— Do quê? — ele sorriu malino, seu cuzinho certamente piscando por
dentro daquele moletom frouxo.
— De chegar e me pegar assim, peladão — zombei acariciando meus
ovos.
— Não é a primeira vez que te surpreendo pelado Alex — ele confessou
sentindo minhas mãos tocarem sua cinturinha magra. Eu acariciava levemente
seus quadris salientes, e erguendo a camiseta dois números maior, observei a
bordinha do moletom – Lembra-se quando ficara lá em casa? — questionou
— Quando foi nos visitar a primeira vez?
Eu esbocei um sorriso faceiro puxando-o para mais perto.
— Aha. Então você estava me espiando pela fechadura, não era seu
safadinho? — acariciei sua bundinha, enfiando minhas mãos por dentro do
elástico de sua calça.
— Me escondia debaixo da cama — ele confessou e eu fiquei
embasbacado.
— Debaixo da cama? — murmurei.
— É. Eu me escondia para ver seu reflexo na cerâmica. Quando ia trocar
de roupas.
Meneei a cabeça, abaixando vagarosamente a parte traseira de seu
moletom. Somente a bundinha dele ficou exposta frente à luz do abajur.
— Você foi o primeiro cara que eu vi pelado.
— Sério? — sorri apertando com força suas nádegas, como se querendo
marcá-las.
— Sério — ele sorriu sentindo meus dedos invadirem seu reguinho
vagarosamente, então murmurei — Tira essa roupa também, vamos ficar a
vontade — me ajeitei ainda sentado, e o observei se afastar alguns centímetros.
Agora meu cunhadinho puxava a camiseta pela cabeça, deixando em
evidência o corpo magrelo e os mamilos pontudinhos. Eles eram pequenos e
bastante rosados, o que só me deixou com água na boca. Em seguida, levou as
mãos ao elástico do calção, e um pouco constrangido, terminou de abaixá-lo
junto a cueca. Eu sorri.
— Vem aqui — ele se aproximou e eu acariciei suas coxas, deslizando os
dedos pelo interior delas, como se ele fosse uma obra de arte. Estava com a
pele fresquinha, devido ao banho recém-tomado — Precisamos dar um jeito
nesses pelos depois — sorri e o observei ficar constrangido. O garoto tinha
uma mata ao redor do pau, mas isso não importava, apenas conferia-lhe um
toque suave de virgindade (embora eu já o houvesse livrado dela).
Ele se virou, e eu levei minhas mãos à sua bundinha, voltando a apertar os
montinhos arrebitados.
— Que delícia em? — murmurei. Eu estava louco para dar-lhe umas boas
palmadas, mas ruídos poderiam acordar o irmão.
— Você se lembra do que falei na sala? — ele resmungou virando-se um
instante, e eu o puxei para que permanecesse na mesma posição. Num desejo
louco, passei a apertar meu pau, molhando meus dedos com o pré-gozo
transparente.
— Sobre você estar meio desconfortável? — questionei abrindo-lhe as
nádegas. Com os dedos melados, passeia a acariciar seu reguinho. Ele gemeu
baixinho. — Isso aqui é normal, não se preocupe — sorri posicionando-o
melhor, perto da claridade do abajur. Agora, forçando as mãos, arregacei seu
reguinho para conferir o estrago. O local que eu o penetrara na noite anterior
estava realmente bastante avermelhado.
— Tem certeza? — ele questionou, e sua inexperiência me deixava de boca
aguando. Talvez isso se devesse à criação superprotegida dos pais, no interior.
— Tenho — toquei-lhe, e ele gemeu.
O cuzinho de Marcus estava ferido. Meu pau chegava a babar sabendo que
aquele “estrago” fora feito por mim. Conforme eu acariciava sua musculatura,
o sentia dar leves piscadinhas. Até fiquei com dó do garoto. Ter que ceder
novamente para seu cunhado pauzudo, menos de vinte e quatro horas após a
última foda.
— Você acha que consegue aguentar essa noite?
Precisava questionar. Caso não desse, sua boca era espaçosa o suficiente
para receber minha gala.
— Eu não sei, podemos tentar — ele disse sentindo o membro
avolumado, e eu sabia que só estava dizendo aquilo, porque queria aproveitar
os últimos momentos de liberdade que teríamos juntos, já que Eliene entraria
de férias no dia seguinte, e então, foder com seu cunhadão ficaria apenas na
memória. Além disso, em três dias voltariam para o Paraná, e provavelmente,
nunca mais tocaríamos naquele assunto.
— Há um jeito de fazer você ficar novinho em folha, sabia? — murmurei
tirando os dedos de dentro do seu reguinho, e então, fazendo-o arrebitar-se
um pouquinho, mordisquei ambas as laterais de suas nádegas. — Se inclina
mais — pedi e ele se inclinou o quanto pôde. Eu conduzi minha boca para o
meio delas, enfiei meu nariz acariciando o espaço vazio, e colocando a língua
molhada para fora, o ouvi gemer.
— Ai Alex — Sua respiração estava pesada, havia fechado os olhos para
apreciar.
— Relaxa — eu sussurrei encaixando melhor o meu queixo, dando
mordiscadas leves e chupadinhas em seu orifício.
Marcus se retorcia, e eu fazia questão de deixar a saliva escorrer por entre
suas pernas. Quando minha boca começava a ficar seca, lambia só com a
pontinha da língua para dar tempo de produzir saliva, e então o lambuzava
outra vez.
— Ai.
O virei pela cintura, sentindo os ossos salientes dos quadris, e o garoto
entendeu que eu desejava que subisse na cama. Meu cunhado estava tão afoito,
que já foi querendo acomodar-se entre meus braços, mas desviando-me, o
ajeitei, posicionado de quatro sobre o colchão.
— Relaxa cunhadinho.
Desci dos lençóis alisando sua bunda, e posicionando-me às costas, voltei a
arregaçar bem seu orifício, tornando a puxá-lo para minha boca.
— Ai Alex.
Meu pau estava latejando, mas eu preferia evitar masturbá-lo. Estava de pé,
e não queria gozar rápido. Desta forma, dei prioridade às partes do Marcus.
Enquanto o lambia, chupava e lubrificava com saliva, toquei seu pau e comecei
a punhetá-lo vagarosamente. Ele resfolegava baixinho, e eu sentia suas
preguinhas comprimirem coladinhas em minha boca.
— Deixa eu te experimentar agora? — ele pediu, e eu respirei fundo,
afastando-me.
Deixei que se ajeitasse frente ao meu corpo, pernas abertas, e eu entre elas.
Então, pegando meu membro pelo meio, Marcus o introduziu na boca, o rosto
à altura da minha cintura. Revirei os olhos quando começou a chupar, desta
vez sem aflição, diferente de como fizera na cozinha. Lambia volteando o
entorno da glande inchada, chupando e cheirando meus ovos como se
estivessem perfumados, embora o único odor ali fosse de pica e sabonete.
— Isso putinho. Mama essa piroca gostosa, mama.
Ele gemia gostosinho, massageando minha bunda, subindo a acariciar
minhas costas, a curva da minha cintura e os pelos lisos do meu peitoral,
então, já não resistindo, afastei meu pau, e fiz com que estirasse o corpo sobre
o colchão. Apoie o joelho ao lado dele, e me estirei sobre seu corpo.
Marcus resfolegou quando meu peitoral imprensou o dele. Eu levei minha
mão à curva de seu pescoço e o acariciei. Em seguida, respirando
pesadamente, aproximei meus lábios dos seus e o observei fechar os olhos,
esperando o contato. Todavia, eu queria enlouquecê-lo, fiz menção de beijá-lo,
porém desviei o rosto fungando próximo à sua nuca, enquanto acariciava sua
cinturinha, ajeitando-o entre minhas pernas.
Alex...
Fiquei roçando o nariz ali, enquanto dava leves chupadinhas, irritando-o
com minha barba. Suas mãos ainda deslizavam por minhas costas largas,
sentindo a curva dos ombros, e ele ajeitava as pernas para minha vara tocar seu
orifício. Ele queria acolher meu corpo ao dele, e então, tremendo, fiz uma
trilha de leves beijos pelo seu queixo, até encará-lo nos olhos por um instante,
e só então possuir seus lábios.
O garoto respirava pesadamente, e sua boca aberta tornava-se um templo
para minha degustação. Eu enfiava minha língua roçando seus dentes,
procurando a língua dele, e então Marcus apoiava as mãos em meu pescoço,
deslizando vagarosamente, subindo pelos meus cabelos cortados à máquina,
como um amante.
Eu afastava os lábios rachados apenas para vê-lo desesperado à minha
procura, acariciava seu nariz com o meu nariz, e então, colocava outra vez a
língua dentro de sua boca. Mordiscava, brincava, sentia a dele dentro da
minha. Chupava, sentindo sua excitação deslizar nos pelos aparados da minha
virilha.
Alex...
Era a única coisa que ele conseguia sussurrar desfalecido. Parecia sentir
prazer só em mencionar meu nome, apreciando minha barba e meus fungados.
— Você gosta disto não é? — Questionei e ele nada disse, então deixei sua
boca, dando-lhe um último selinho. Fui chupando o contorno de seu pescoço,
mordiscando a pele dos ombros, e então o peitoral, onde encontrei os mamilos
durinhos, que passei a chupar sentindo o relevo dos bicos medianos.
Ai Alex.
Ele não tinha palavras. Era excitante a forma como aproveitava cada
toque, cada carícia. Se para ele, trepar comigo era um sonho, então merecia ser
feito direitinho.
Chupei seus mamilos um pouco mais, fazendo pressão para esticar a pele
dentro da minha boca, e ao afastar os lábios, observava a tonalidade
avermelhada se desfazendo lentamente ao redor, então voltava a brincar,
deslizando os dedos lá embaixo, pressionando seu orifício. Foi quando pensei:
“E se desta vez fizéssemos no escuro?”
“Talvez Marcus se sentisse mais a vontade, e ficasse mais putinho”.
Respirei fundo erguendo-me sobre ele. Engatinhando por cima de seu
corpo, parei apenas ao alcançar a boca cintilante. Minhas pernas o
imobilizavam, e tomando um dos travesseiros macios, ajeitei sua cabeça
deixando um pouco mais elevada. Esticando meu prepúcio para que a
cabeçona saltasse para fora, conduzi minha rola novamente para dentro de
seus lábios, só então pressionei o interruptor sobre a mesinha de canto, e
desliguei o abajur.
O quarto ficou escuro. Havia cheiro de homem e luxúria. Calor de corpos
desnudos, sussurros e ruídos de vara sendo chupada. Segurei na cabeceira me
posicionando melhor, e o sentia sugar como se meu pau fosse uma
mamadeira. Marcus descia os lábios brincando pela extensão viril, sentindo
cada voltinha de veias arranhando seus lábios, até alcançar o saco quente e
pesado. Ele cheirava as bolas com propriedade, e então as enfiava uma a uma
dentro da boca, deslizando na língua.
Eu abaixei minhas mãos até sua testa, e fiquei a acariciar seus cabelos,
ainda estavam úmidos. Então bombei um pouquinho, fodendo vagarosamente
aquela boquinha apertada, e me afastei, deixando reverberar o “Spock” do meu
caralho abandonando sua saliva.
— Vem aqui — Eu o chamei, puxando para mais perto do meu corpo. Fiz
com que, ainda deitado, abrisse bem as pernas, com se fosse uma putinha, e
agora, tomando o gel lubrificante, passei a deslizá-lo em seu orifício. O garoto
arfou pelo ardor momentâneo, mas logo foi sentindo ficar gostoso, e acariciou
meu peitoral, voltando a conduzir-me para seus lábios.
Por um lado trocar aquelas carícias com ele era muito bom, havia um fogo
de desejo em suas atitudes, desejo este que eu havia experimentando apenas
uma vez na vida. Minha preocupação era com o que aconteceria depois: E se o
cunhadinho estivesse se sentindo dependente do meu corpo? E se ele estivesse
ficando apaixonado por mim a cada novo toque, pedido, e carícia? Então tive
que sussurrar:
— Você gosta de me beijar não é mesmo? — Ele sorriu procurando meu
ouvido.
— Sua boca tem gosto de hortelã — sussurrou.
— Sério? — questionei sorridente, e deslizei a língua outra vez para dentro
de seus lábios. Então ele voltou a murmurar, se retorcendo com meu dedo
procurando passagem.
— Essa é a última vez não é?
Meu coração chegou a apertar. O que diabos estava acontecendo comigo?
— Sua irmã entra de férias amanhã, e vocês voltam para casa na quinta-
feira — Ele nada respondeu. Precisei romper o silêncio — Por quê?
— Nada — desconversou, buscando soar como desinteresse, mas eu sabia
que pela sua entonação, não era bem aquilo que queria expressar.
— Você sabe que temos que parar não é? Que a Eliene, bem... que a sua
irmã está grávida e...
O que eu estava fazendo? Justificando-me por qual motivo?
Analisei minhas palavras, meu coração acelerado. A entonação não
combinava com a frenesi. Não era bem aquilo que eu pensava, estava confuso.
Por mais que acontecera somente uma vez, ele não era como uma foda
qualquer. Eu não podia negar que estava surgindo algo entre nós, porém,
assim como não podia negar este fato, também não podia aceitá-lo.
— E? — ele questionou e eu engoli em seco, deitando sobre seu corpo de
forma brusca, posicionando meu pau em sua entrada, e então, enfiando
lentamente, apreciando seu gemido com o ardor — Ai Alex, devagar, Ai.
— Marcus, presta atenção — eu resfoleguei próximo ao seu ouvido, sem
interromper a penetração, fungando — O que estamos fazendo é algo
complicado de explicar — confessei e percebi que ele controlava os gemidos
para poder me ouvir — Então, vamos apenas deixar rolar, tudo bem? — beijei
sua testa franzida, sentindo o membro entrando já na metade. Ele se remexeu
desconfortável e eu o imprensei com força, imobilizando abaixo do meu
corpo, dando um tempo para que se acostumasse e não desistisse. Minha
respiração quente varria sua testa.
— Esta doendo Alex — ele reclamou.
— Já vai passar — retruquei com pena.
Nus, eu sobre ele, passei a roçar meu nariz aos seus cabelos, ouvindo-o
respirar baixinho, então, quando esfreguei meu nariz ao seu, deslizando minhas
mãos pelas laterais de seus quadris, ele murmurou:
— Consigo sentir suas bolas.
Eu sorri tirando vagarosamente para que revirasse os olhos com a
sensação, e voltando a acomodá-lo numa estocada única, senti seus lábios
cerrarem e suas mãos me arranharem.
— Ontem no clube — eu engoli em seco, acariciando seu rosto, a voz
trêmula — Você gostou daquilo? — sussurrei pertinho da sua orelha, mantendo-a
lá dentro. O garoto se retorcia sobre os lençóis.
— Eu... Eu fiquei confuso a princípio — ele confessou tentando controlar a
ofegação, e agora, sentindo minha rola ser retirada novamente, revirou os
olhos perdendo as palavras. — Mas... depois me senti excitado — sorriu e em
seguida veio a nova contração.
Aiiii...
Eu enfiara sem avisar, pressionando sua bunda contra minha virilha.
— Safadinho — zombei — E na Kombi? O que você achou daquilo?
Ele vacilou acariciando meu pescoço, extasiado com minha vara sendo
retirada.
— Eu... fiz de propósito — Meu pau latejava, e tomando-o na mão, passei a
deslizar o cabeção ao redor de sua dilatação. Até que:
— Aiiii.
— Perdão — Eu resfoleguei sentindo suas mãos comprimirem meus
ombros. Meu corpo queimava por inteiro e minha respiração saía vacilante. O
suor escorria pelo pescoço e pingava sobre a pele dele, e sua ereção (não tão
ereta quanto a minha), umedecia os pelos da minha virilha. — Continue —
suspirei sentindo-o abraçar-me por debaixo das axilas.
— Eu podia ter vindo sentado no soalho, mas... — ele revirou os olhos
sentindo minha rola sair, devia ser maravilhosa a sensação — vi que era uma
oportunidade de saber se você fizera ou não de propósito.
— Não foi de propósito — confessei, voltando a acariciá-lo com minha
glande.
— Mas pareceu — ele retribuiu piscando o orifício.
— Você queria que tivesse sido de propósito? — questionei deslizando na
curvinha de sua dilatação.
— Com toda a certeza — resmungou e tornei a socá-lo. Desta vez para o
coito.
Annnn...
Agora, nada falamos. Eu ajeitara suas pernas em um ângulo que o orifício
ficasse mais acessível, e o comia sem interrupções. O garoto não conseguia
controlar os gemidinhos e resfolegar, as estocadas no escuro o faziam esticar o
corpo sobre os lençóis, e ele não tinha forças sequer para erguer os braços e
me acariciar. Posicionando-me de joelhos rente à sua bunda, o encaixei ao meu
colo, puxei, e continuei a meter.
A cama estava rangendo, e o pior é que estava rangendo muito alto. Eu
não podia acelerar mais que aquilo, e desejava foder de verdade. O
apartamento estava escuro e silencioso, e o quarto do pirralho ficava bem ao
lado.
— Marcus — exclamei sem ar, inclinando-me ao seu ouvido, removendo
meu pau de seu interior — Vamos para o chão.
— Para o chão? Por quê? — ele questionou sem ar, sentindo-me puxá-lo.
— O Junior pode ouvir os ruídos da madeira. Vamos foder no tapete que
é mais seguro.
— Tudo bem — ele vacilou, escorregando da cama, sentindo ardor, e o
pau balançando ao relento.
Agora, ajeitando-o sobre o tapete, ficamos entre o guarda-roupa e a
mesinha de cabeceira. Sobre o móvel, o relógio digital piscava anunciando
serem quase duas da madrugada.
— Vem.
Meu cunhadinho estava de barriga para cima, como uma donzelinha, e eu
voltei a me encaixar entre suas pernas flexionadas, ajeitando sua bunda elevada
sobre um travesseiro, deslizando meu pau para dentro.
Annn... Annn... Annnn...
Ele gemia, estava em êxtase, recebendo minhas pirocadas de forma mais
intensa. Lágrimas saíam de seus olhos quando eu enfiava mais profundo,
porém já não reclamava. A entradinha dele estava lisinha, a ardilência causada
pelo coito já devia ter anestesiado a região, e ele desfrutava do prazer.
Alex... Annn... Annn... Annn...
O safadinho apreciava a força dos meus braços, tentando controlar o
ofegar. Não sabia em quê ele estava pensando naquele momento, mas eu
certamente, concentrava-me apenas no fulgor em meu interior, aquecendo a
gala, acelerando a circulação do sangue.
Arff... Arff.... Arfff...
— Alex, Annn... devagar...
— Você não gosta assim? — questionei ajeitando-o melhor — De receber
pirocadas do seu cunhadão? Não gosta?
Ele não conseguia responder, estava completamente rendido. Eu poderia
usá-lo como quisesse, o safadinho aceitaria sem reclamar. Poderia ser na boca,
no orifício, ajoelhado ou de pé. Marcus queria dar para mim, Marcus queria ser
deflorado pelo marido da irmã.
Arff... Arff.. Arff... Arff...
— Essa aqui, é para você nunca mais me espiar tomando banho.
Arff... Arff.. Arff... Arff...
— E essas aqui, é para não resistir quando eu quiser ser mamado.
— Alex... Oh... — o garoto gemia, meu coração acelerava — Devagar,
devagar.
— Eu não posso, me perdoe — sentia um aperto na garganta, meus
músculos tensos, meus testículos latejando.
— Por favor, ta ardendo muito, por favor – ele pedia aos prantos, mas eu
não conseguia controlar a tensão.
Meus braços ao redor dos dele, puxando seu corpo para mim.
— Relaxa cunhadinho... aguenta só mais um pouquinho.
Arff... Arff... Arff... Arff...
Agora o som da minha virilha espancando sua bunda ecoava pelo quarto.
Tínhamos que ficar na torcida para que o pirralho não acordasse, meu desejo
era dar uns bons tapas naquela bundinha vermelha, deixá-la marcada.
— Você quer leitinho quer?
Ela nada respondeu. Apenas resfolegou quando o virei, colocando de
quatro sem deixar de estocar.
— Toma leitinho, toma.
E senti meu canal latejar, então começou a vazar. Minha musculatura se
comprimia, ardia, e num gemido (até temi ter sido muito alto), o jato esporrou,
quente e grosso, preenchendo o interior dele, que gozou juntamente,
molhando o tapete.
Alexx... Ohhh...
Eu continuei dentro dele, estocando mais lentamente conforme o pau
amolecia e ele flexionava a bundinha. O gozo escapava pelas laterais quando
eu tirava o membro, mas eu voltava a guardá-lo. E então meu cunhadinho não
aguentou a fraqueza do corpo, e desfaleceu, caindo sobre o tapete, e em
seguida, eu por cima dele.
Minha rola melada tremia estirada por sobre sua bundinha, meu corpo
suado pressionava o dele contra o chão.
Nossa respiração estava ofegante, tremíamos sem palavras, com calor,
vencidos pelo cansaço. De repente, o tapete felpudo pareceu mais confortável,
tão macio quanto à cama, e sentindo o calor daquele corpo esguio abaixo de
mim, comecei a ficar tonto, a escuridão me envolvendo, meu cunhadinho
quieto, querendo adormecer.
Que loucura tudo isto. Não podíamos nos render, estávamos tão
esgotados, mas era certo de que se dormíssemos, não acordaríamos a tempo
de limpar a bagunça.
Não adiantou resistir. De repente eu via Eliene estacionando o carro na
garagem, subindo pelo elevador, entrando dentro de casa. Sua barriga de cinco
meses estava saliente, e ela veio caminhando em direção ao quarto. Quando
tocou a maçaneta e empurrou a porta, senti um choque percorrer meu interior,
e num susto, despertei virando-me de lado, estivera adormecido sobre o corpo
do meu cunhado.
Sentei-me no tapete tentando controlar a respiração. Pressionei os olhos,
passei a mão pelos cabelos, encarei o escuro. E então, virando-me, observei o
marcador do relógio digital. Eram seis horas da madrugada, o tempo correra
depressa e nem percebemos.
— Ei Marcus, acorda — o chacoalhei, e ele despertou confuso, perdido, sem
conseguir se situar.
— Alex? — sussurrou quando se recordou de onde estava, e eu, tive que
pedir silêncio, já que de repente, qualquer ruído parecia a bateria de uma escola
de samba.
— Adormecemos — sussurrei próximo ao seu ouvido.
— Puts. Que vacilo — ele coçou os olhos, deslizando a mão pelo corpo
nu, pelo orifício ardido, grato pelo ambiente ainda está escurecido.
— Vamos. Você tem que ir para o seu quarto. Deixa para tomar banho
amanhã.
— E você, não quer ajuda para arrumar a bagunça?
— Sem problema (o jeitinho prestativo dele me encantava), eu dou uma
organizada nisso sozinho. Agora se apresse, a Eliene vai chegar às sete.
— Okay.
Acendi a lâmpada do abajur, e outra vez podemos contemplar nossos
corpos nus. Ele já estava na outra lateral da cama, a recolher suas roupas,
vestindo-se rapidamente. Lembrei-me da conversa que tivemos durante o
êxtase, o coração comprimido enquanto vestia a samba-canção. Meu pau
estava mole, grudento e um pouco ardido.
— Ei — o tomei pelo braço quando passava, e puxei para mais perto,
antes que pudesse sair.
— O que foi? — ele sussurrou, e percebi que seu pescoço estava
avermelhado.
— Nada — resfoleguei por fim, o liberando. Deixei que seguisse para
junto do irmão.
Aquela era para ter sido nossa última noite. Eu havia prometido a mim
mesmo que nunca mais tocaria no assunto e evitaria contatos com ele.
Todavia, sempre que estava sozinho em casa (depois que voltaram para o
Paraná), e me sentia isolado na cama, era dele que me lembrava. Com o tempo
fui me acostumando a ter apenas minha esposa como parceira, nosso filho
nasceu e somente no ano seguinte fomos visitá-los no interior. Marcus estava
lá quando chegamos, sua bundinha mais arrebitada que nunca, mas essa
história, e um conto para outra oportunidade.
6
O Ex-Vizinho

ELA NÃO O SUPORTAVA. Dizia-me isto sempre que começávamos a


falar de relacionamentos que não deram certo. Raquel parecia ter um prazer
sádico em numerar todos os defeitos do ex-marido, um a um, em uma
interminável lista de murmúrios que entrava noite a fora, o que por muitas
vezes me deixava enfadado. Naquela semana em especial estava ainda mais
irritante, ela faria o aniversário do filho no salão de festas do prédio, e o ex
teria que estar presente, pelo fato de ser o pai do garoto. Eu frequentava o
apartamento deles diariamente desde que se mudaram, éramos vizinhos de
porta, por isso, por muitas vezes pude presenciar as discussões feias que
tinham por causa de ciúmes, principalmente da parte dele, que não concordava
que ela tivesse amigos do sexo masculino. Eu, no entanto, era uma exceção. De
alguma forma Rogério “pressentia” que eu escorregava na banana, por isso,
sempre me via como sexo “neutro” nesta história.
Ele trabalhava na companhia de energia da cidade, sempre chegava tarde
em casa, e era chegar, para o inferno estar armado no terceiro andar. Por
muitas vezes a confusão só parava quando eu deixava meu apartamento e
seguia até o deles, me colocava entre o casal, conversava, acalmava os ânimos e
por fim acabava com aquele bate boca. O guri menor sempre estava na barra
da saia da mãe, chorando desconsolado pela guerra doméstica, e uma coisa eu
não podia negar, Rogério me deixava inebriado todas as vezes que precisava
me colocar entre eles.
Imagine só, aquele climão de confronto, palavrões por todos os lados, e
você entre duas feras a baterem boca. A saliva voando dos lábios dele
conforme praguejava, o peitoral estufado quase roçando seu peitoral, e o calor
da aproximação de seus ombros largos e morenos, delineados pelo serviço
pesado. Isso tudo sem falar no envolvente cheiro de macho suado após o
trabalho nas ruas.
Sempre que eu apartava a briga e acalmava a ambos, precisava voltar ao
meu apartamento e tomar um banho frio, imaginando ele tocando meu corpo
com toda aquela fúria. E isso durou até o dia em que enfim se separaram.
Agora Rogério só voltava ao prédio para ver o filho, e eu dificilmente me
esbarrava com ele, já que os encontros aconteciam geralmente na portaria.
Porém, naquela noite seria diferente, Rogério iria estar o tempo todo presente
na festinha do menor, e eu já me imaginava podendo apreciar uma vez mais
aquele exemplar de macho e testosterona.
Quando a tarde enfim se despediu, Raquel e eu já estávamos esgotados por
passar o dia ornamentando o salão à espera dos pirralhos para a festinha. Tudo
estava bem organizado. Os balões preto e branco nas cores do time favorito
enfeitavam o recinto, a mesa com o bolo do goleiro ídolo estava adornada
pelos brigadeiros, balas e docinhos, e os salgados aguardavam em uma caixa de
isopor, próxima ao frízer com os refrigerantes.
Só por volta das sete horas, Raquel bateu novamente em minha porta a fim
de descemos, e ao chegarmos ao térreo, vimos a porta do salão já repleta de
vizinhos animados aguardando pela noite de diversão. Ao notarem Felipe
descer a escadaria sorridente, os menores já vieram correndo até ele a fim de
cumprimentá-lo, e a algazarra então começava.
Raquel desviou-se dos garotos e destrancou a porta. Aos montes, os
vizinhos foram entrando e correndo fascinados para a mesa cheia de
guloseimas. Haviam brinquedos e também divertidas músicas infantis
envolvendo o lugar. As mães sentaram-se nas mesinhas espalhadas, e abrindo
cervejas, começavam a farra.
Eu fazia companhia a Raquel. Ela era uma negra alta de curvas esculturais,
e seu cabelo trançado no estilo afro estava preso para trás em rabo de cavalo.
Ela movia-se de um lado para o outro conforme conversava festiva com as
vizinhas, era uma baiana bastante agitada, e seu sorriso chamava atenção de
longe. Tudo ia muito tranquilo, estávamos dando altas gargalhadas enquanto
tomávamos as cervejinhas, até que a silhueta dele despontou na entrada do
lugar.
Meu Deus. Como Rogério parecia ainda mais gostoso após tantos meses.
Ele usava uma camisa social listrada bastante justa no peitoral, combinada com
a calça escura e os sapatos sociais. Só de olhar em nossa direção com aqueles
olhos cintilantes, me fizera ficar derretido, por isso, precisei disfarçar a
olhadela que dei em sua direção, apreciando cada detalhe de seu corpo
chamativo. Os braços dele eram torneados, a barriga sarada, e a mala, meu
Deus, que mala notável era aquela sob o tecido da calça. A parte superior de
seu corpo era bastante larga pela malhação, então, entre as pernas, o relevo
ficava bastante evidente na região do zíper.
Rogério observou-nos uns instantes antes de entrar, e imediatamente
percebi Raquel empinar o pescoço como uma garça, como se fosse superior
àquela presença. Querendo ignorá-lo, deixava sua forma agitada demonstrar
que no fundo era apenas um disfarce, e que na realidade ela ainda nutria
alguma coisa pelo moreno. Mas Rogério não seguiu até nossa mesa
imediatamente. Primeiro ele viu o filho se aproximando e se abaixou a
recepcioná-lo com um forte abraço. Embora estivesse cercado por outras
crianças, vez por outra eu podia visualizar suas curvas novamente, e daquela
forma, agachado frente à claridade da porta, o franzido da calça nas coxas e da
camisa nos braços me deixava cada vez mais fora de mim. Assim, observando-
o erguer-se novamente para vir cumprimentar a ex, cruzei minhas pernas
elegantemente, e tomando um dos copos de cerveja, me coloquei a bebericar.
— E aí? — ele cumprimentou as vizinhas, parando bem ao meu lado, e eu,
sem conseguir me controlar, comi seu corpo uma vez mais, de cima a baixo,
olhando em seguida ao redor para certificar-me de que ninguém reparara.
— E aí Rogério Felipe?! — Raquel murmurou fazendo um biquinho de
insignificância e movera a cabeça num menear característico que usava ao falar
irritada ou de deboche. — Pensei que não viria à festa do seu filho.
O moreno sorriu para as vizinhas, não querendo perder a compostura.
Raquel parecia ter o prazer de atiçá-lo ao bate-boca na frente dos outros.
— Como você disse, é o aniversário do meu filho. Por que eu não viria
Raquel?
Ela retrucaria algo, porém, o aniversariante aparecera abraçando o pai
pelas costas, interrompendo aquele diálogo.
— Papai, papai... — Felipe dizia chamando a atenção de Rogério, que se
virando uma vez mais com um sorriso, abaixou-se à sua altura, ficando de
costas para mim — Olha só o que eu ganhei — e bastante feliz, o garoto
mostrara-lhe alguns brinquedos que os coleguinhas trouxeram-lhe de presente.
Rogério elogiou cada gracejo, e então, os amigos do pequeno Felipe se
aproximaram chamando-o para brincar. Rogério afagou os cabelos do menor e
o despediu. Erguendo-se, tornou a se virar e ouviu Raquel retrucar:
— E você? Ao menos trouxe algo para o seu filho, Rogério Felipe?
Ele finalmente olhou em minha direção, percebendo-me entre as mulheres.
Senti-me constrangido por temer que o ex-vizinho reparasse no meu olhar de
cobiça para seu corpo chamativo, mas, apenas inclinando a cabeça num
educado gesto de cumprimento, ele apoiou sua mão grande em meu ombro, e
dera leves apertõezinhos.
— Está no carro, mas, se não se importa, eu gostaria de deixá-lo
pessoalmente no quarto do garoto. Quero que seja uma surpresa, que abra
sozinho.
Raquel olhou ao redor fazendo um biquinho para as amigas, porém,
ninguém na mesa parecia prestar atenção àquela conversa, já que envolvidas
pela música alta e as bebidas, já há algum tempo retomaram o assunto sobre a
enrolada reforma das escadas do condomínio.
— E o que você trouxe que não pode entregar aqui, na frente dos demais?
— Questionou, vendo que não tinha apoio moral das amigas.
— Um videogame. Acho que o moleque está na idade de se divertir com
jogos eletrônicos.
— Vídeo o quê? — ela retrucou olhando para mim zombeteira, e eu fiz
uma feição para que fosse mais gentil, porém, a baiana tinha o sangue quente,
e gostava de comprar uma briga desnecessária.
— Um videogame — ele soletrou vagarosamente — Você não sabe o que
é um videogame? — e então, de forma bem sarcástica começou a explicar-lhe
— É aquele aparelhinho que os garotos usam para se divertir frente a uma
televisão...
Enquanto ele falava e ela o encarava de forma debochada, meneando a
cabeça para um lado e outro com os peitos estufados como um pombo, eu o
apreciava outra vez. Seu cheiro de perfume exalando da gola da camisa, o calor
da proximidade de sua cintura à altura dos meus olhos, e a sombra dos largos
ombros dançando sobre meu corpo. Exibindo um sorrisinho todo o tempo, eu
tentava disfarçar meu constrangimento fingindo apenas estar achando graça
daquela ceninha entre os dois. Despreocupado, erguia novamente o copo de
cerveja a fim de tomar o restante da bebida, e podia assim, através do vidro,
reparar rapidamente no contraste que minha pele clara fazia com a dele, e
também em como aquela barba bem aparada ao redor do maxilar o deixava
ainda mais atraente. Foi quando Rogério fez uma pausa em seu falatório:
— E então Raquel dos Anjos? Posso deixar o presente no quarto dele, ou
a senhora tem mais alguma objeção?
Raquel nada disse, pareceu fazer pouco caso por alguns instantes, e então,
quando abriria a boca para retrucar, ergui meu corpo postando-me entre os
dois e murmurei:
— Olha. Vocês não querem estragar a festinha do Felipe por bagagens,
não é mesmo? — e então sugeri encarando-a — Acho que o melhor seria eu
acompanhar o Rogério até o apartamento Raquel. Ele coloca o presente no
quarto e então retornamos para o salão.
Raquel diria algo, porém engoliu as palavras. Pareceu pensar por alguns
instantes, e então, enfiando a mão no bojo do sutiã, tomou a chave
entregando-a a mim, com recomendações bastante detalhadas para que ele
ouvisse com clareza.
— Só não vá deixá-lo sozinho em meu apartamento Léo. Não quero que
minhas coisas sumam de repente. — E olhando outra vez em sua direção,
provocou — Você sabe como são as coisas hoje em dia não é Rogério Felipe?
Não podemos confiar em estranhos.
Eu olhei para a expressão de Rogério, e percebi que ele estava fazendo de
tudo para não discutir com ela. No entanto, por ter começado a sentir o calor
da provocação, aquela delícia de macho desfizera os primeiros botões da
camisa, afrouxando a gola ao redor do pescoço e também as mangas, que
erguera até os cotovelos. Suas veias ficaram amostra nos braços fortes, assim
como as belas curvas que moldavam os bíceps.
Observá-lo assim, ficando tão à vontade, me fazia sentir tremores, e então,
respirando fundo para me controlar, procurava disfarçar a tensão.

***

A noite em Salvador estava bastante abafada, porém uma brisa marítima


começava a soprar sobre a cidade. Rogério seguia na frente, em direção ao
estacionamento da rua, conversando comigo conforme abeirávamos o bloco.
Eu seguia logo atrás dele, podendo apreciar o vento soprar meu rosto, assim
como suas pernas vacilarem ao deslizar o pé no calçamento desnivelado à
minha frente. O sobe o desce da ladeira do pelourinho forçava-me a rebolar, e
era como se meu interior estivesse em uma dança constante para atrair a
atenção daquele homem. Foi então que ele retardou os passos um momento
para que eu o alcançasse, podendo agora, caminharmos lado a lado:
— Ela não mudou nadinha desde que saí, não foi Léo?
Ter aquela silhueta tão próxima ao meu corpo me deixava desconsertado.
A iluminação da rua estava fraca, e poucas pessoas caminhavam por ali.
— Puts. Mas vocês se separaram não tem nem seis meses Rogério — Sorri
da situação.
— Eu sei cara. Mas... — o negro remexeu os bolsos traseiros procurando a
chave do veículo, estávamos agora abeirando a lateral mal iluminada de outro
prédio, aproximando-nos do fiesta que ele comprara no ano anterior — Pensei
que após esse tempo ela ficaria um pouco mais ajuizada.
— Ajuizada? — Eu gargalhei — Estamos falando da Raquel meu amigo.
A filha da Baiana dos acarajés.
Ele sorriu ao meu exemplo, aproximando-se do veículo a pressionar o
botão do alarme. O carro piscou duas vezes dando sinal de que as portas
foram destravadas, e então, enfiando-se pela entrada traseira, Rogério puxou a
mediana caixa que estava embrulhada em papel de presente, guardada dentro
da sacola da loja de brinquedos. Aproveitei o rápido movimento de sua
inclinação para admirar aquela cinturinha definida e sua bunda grande e
saliente espichada em minha direção. Olhei ao redor, estávamos sozinhos, e
naquela lateral do prédio histórico, apenas a fraca claridade da luz do carro
permitia certa visibilidade.
— Eles precisam terminar de reformar esse lugar logo. Esse escuro todo,
somado com as pedras soltas do pavimento, pode causar um acidente grave.
Isso sem falar na onda de roubos que está havendo aqui no pelourinho.
Concordei, observando-o travar novamente o veículo, e então, seguindo
outra vez ao seu lado, o guiei de volta ao condomínio, na direção da escadaria
de acesso aos andares superiores. Como nosso prédio também era um dos
edifícios históricos da rua, não havia elevadores, assim, o sobe e desce diário
era todo feito a pé.

***

Dentro do apartamento da Raquel tudo estava muito bagunçado. Graças


ao dia de organização festiva, a sujeira foi se acumulando e a sala estava
completamente revirada. Cruzando por detrás dos sofás, passamos frente ao
acesso da cozinha e pude observar uma vez mais as várias bacias sujas de
massa de bolo empilhadas na pia, assim como as garrafas de cerveja que
bebemos durante a tarde quente, esquecidas sobre a mesinha redonda de
mármore. A porta do quarto de casal estava trancada, Raquel nunca a deixava
acessível porque era ali que guardava a pensão recebida do ex, assim como os
rendimentos da venda de artesanato na praia, desta forma, somente a porta ao
lado dava sinal de acesso livre.
Rogério estava à minha frente, suas costas largas moviam-se conforme ele
desviava dos objetos espalhados pelo chão, e ao parar frente à porta do quarto
do filho, tateou a parede em busca do interruptor, logo em seguida a claridade
revelou o ambiente.
Não houvera como controlar a energia do Felipe naquele dia. Raquel não
iria ficar brigando o tempo todo para que o garoto arrumasse o quarto, era sua
data festiva, por isso, deixou-lhe a vontade com os amiguinhos, o que
significava que haviam virado o lugar de pernas para o ar. Cobertores se
embolavam sobre a cama, brinquedos e também sapatos se espalhavam pelos
cantos das paredes, e várias roupas estavam no chão, fora do cesto.
Rogério viu a cena, mas de nada reclamou, apenas exibiu um sorrisinho no
canto da face, ciente de que o filho era sua imagem cuspida. Ele caminhou até
o colchão e ali se pôs a ajeitar o presente, jogando a sacola debaixo da cama,
como se guardar sacos descartáveis naquele local fosse algo super comum.
Enquanto ajeitava o embrulho, eu o observava pelo lado de fora da porta, me
recordando das vezes que o presenciei em casa. Era comum eu vir ao
apartamento dos vizinhos também aos fins de semana, e sempre que chegava,
Raquel estava irritada a recolher as roupas sujas, enquanto o ex tomava banho,
acabado de chegar do futebol. Ela murmurava que Rogério nunca acertava
com o cesto de roupas sujas, que ele sempre deixava as camisetas espalhadas
pelo recosto do sofá, sem falar nas meias emboladas nos cantinhos do tapete e
nas cuecas esquecidas no chuveiro.
Pensar nas cuecas dele me fazia sentir saudades de vê-lo apenas de
shortinho. Aos domingos ele ficava largado no sofá a assistir o jogo. O elástico
das cuecas sempre ficavam expostos, e era uma tentação não apreciar a trilha
de pelos no tórax sarado, enquanto ele cochilava.
— Você acha que o Felipe vai gostar Léo?
O questionamento me despertou do devaneio.
— An?! Ah sim, é claro que sim Roger. Até eu gostaria.
Sorri para o ex da minha vizinha, que se aproximando, passou por mim
desligando a luz do quarto. Seguiu rumo ao centro da sala, e eu pensei que
caminharia para a porta, mas ao contrário, o homem cruzou o tapete em
direção à porta do banheiro, onde parou virando-se para mim, e levou ambas
as mãos em direção ao zíper da calça. Senti meu coração acelerar quando ouvi
o som do zíper sendo aberto e o observei enfiar os dedos dentro da braguilha
a fim de pinçar o membro para fora.
— Sabe Léo. Eu ainda gosto da Raquel — Ele retrucou observando-me
virar de costas, frente para a televisão desligada, como se estivesse interessado
em um folheto que minha amiga havia deixado sobre ela — O problema entre
nós são apenas estas amizades que ela insiste em ter — disse entrando no
cubículo escuro, e eu sabia que seu membro estava exposto, já que agora, o
som da urina encontrava o sanitário. Eu resfoleguei, imaginando a cena.
— Talvez o problema não seja somente ela Roger, e sim seu ciúme
descontrolado, já pensou por esse lado? — engoli em seco, erguendo o olhar
para o reflexo na tela plana. — Você nunca parou para refletir desta forma? —
questionei sentindo um nó no centro da garganta, chateado pela luz do
banheiro estar apagada. Se ao menos o moreno a acendesse por um instante,
então eu conseguiria ver sua silhueta pelo reflexo na TV, já que ele se aliviava
com a porta aberta.
— Ei, mas é claro que eu deveria sentir ciúmes sim — Rogério murmurou
lá de dentro, virando-se a chacoalhar o membro — Raquel é minha esposa,
não deveria ficar de conversinha fiada com qualquer cara — ouvi o som do
zíper sendo fechado e ele voltou para a sala ajeitando o cinto.
Agora sim eu me virava para ele novamente, com os olhos vacilantes,
corrigindo-o enquanto se aproximava a ajeitar também as margas caídas.
— Ela “Era” Roger — meu rosto estava vermelho. Eu tentava disfarçar
minha falta de jeito, mas era terrível ser o único branquelo a morar em um
condomínio de negros — Agora você é um homem solteiro — ressaltei —
Acho que o melhor para os dois seria cada um seguir seu rumo, para evitar
mais desgaste, entende?
Rogério nada retrucou. Apenas terminou de ajeitar as mangas e a gola,
então se aproximou um pouco mais de mim, apoiou sua mão larga e pesada na
lateral do meu ombro e pressionou. Como eu estava usando apenas uma
regata do carnaval passado, pude sentir a espessura de seus dedos quente em
minha pele, e em meu interior, um louco desejo de aproximar-me mais, para
sentir melhor o cheiro de seu perfume, me deixava tonto. Isso sem falar que
fora com aquela mesma mão que o ex-vizinho segurara o membro a pouco, no
banheiro, e ele sequer a lavou.
— Você é um cara legal sabia? — Rogério sorriu olhando fixamente para
mim, e meus olhos por um momento fixaram-se aos seus, que tinham um
intenso tom escuro — Por isso nunca me importei que fizesse companhia à
minha esposa quando eu não estava em casa.
— Ex-esposa Rogério — tornei a corrigi-lo com um sorriso brincalhão,
sentindo-me ser chocalhado levemente. Vez em quando Rogério tinha aquela
mania, parecia gostar de ver meu jeito molenga ao me chacoalhar.
— Sim Léo. Ex-esposa — ele concordou meneando a cabeça. E então, se
afastando a observar os porta-retratos na estante, deixou escapar a nova
pergunta — Agora me responda com sinceridade — ele me encarou uma vez
mais, procurando saber se eu estava ou não a esconder-lhe a verdade — A
Raquel já está com outro cara?
Senti meu corpo amolecer. Ele agora estava tão próximo, que eu podia
sentir seu calor. Fiquei confuso, um tanto inebriado pelo seu olhar fixo.
— É claro que não — respondi zombeteiro para disfarçar minha falta de
jeito, caminhando para próximo do sofá na lateral. Aquele corpo másculo às
minhas costas, exalando possessão, observando-me. Logo ao lado, pela janela,
a brisa suave entrava a balançar a cortina de miçangas coloridas.
— Você não mentiria para mim? — ele se aproximou pelas costas,
segurando meus ombros novamente com firmeza — mentiria? — Me
chacoalhou com um sorrisinho brincando nos lábios fartos.
Fiquei sem jeito, tentei me desviar. Um arrepio subia por meu pescoço e
sentia a libido despertando em meu interior.
— Eu não tenho motivos para mentir Roger — Me virei, ajeitando os
cabelos para aparentar normalidade. Ele sorriu me encarando uns instantes
mais, como se buscasse a mentira em meu olhar, e então, outra vez afagou
meus ombros com força, e dando leves tapinhas na curva do meu pescoço, se
afastou. O peso de sua mão em contato com minha pele me deixara arrepiado,
e enquanto o observava afastar-se para a porta, fora minha vez de interrompê-
lo.
— Mas e você? — Corei ao fechar a boca — Já está com outra? — O
observei virar-se antes de tocar a maçaneta — Por que tipo, — gaguejei — se
está cobrando demais, precisa demonstrar interesse, não acha?
O negro sorriu para mim. Certamente achara ousada a pergunta, mas ainda
assim pusera-se a responder.
— Tecnicamente estamos separados, isso conta? — esboçou um sorriso
ladino, o que fez meu coração palpitar, retribuindo de forma constrangida —
Mas, meu coração Léo, sempre pertencerá a ela, a Raquel, e ela sabe disso. —
Seu jeitão não demonstrava segundas intenções, mas seu sorriso descarado e
seu olhar fixo me deixavam bambo. Piorou quando se aproximando outra vez
com a chave do carro em mãos, veio a contrapergunta:
— Agora me responda você, e seja sincero — Eu engoli em seco, o
coração acelerado, e ele, outra vez com a mão fixa no meu ombro. Eu era mais
baixo, por isso, precisava ficar com a cabeça um pouco erguida — Nunca o
questionei por que há perguntas que não precisam ser feitas — buscou a
melhor forma para se colocar, então, não encontrando jeito mais ameno,
soltou da forma rude que veio — Você é viado, não é?
Rogério me pegou de surpresa. Era claro que eu era viado, e isso nunca
fora negado. Apenas não havia motivos para eu sair de porta em porta do
pelourinho contando minha orientação sexual a todos, até porque, como ele
mesmo deixara claro, minha forma afeminada tornava isso bastante nítido.
Rogério, no entanto, não aguardou uma resposta, apenas sorriu bagunçando
meus cabelos, compreendendo o embaraço.
— Ora Léo. Também não precisa ficar encabulado desse jeito — ele
tornou a afastar-se em direção à porta com um sorriso no rosto, tocando a
maçaneta — Eu não tenho problemas com gays cara. Pelo contrário — virou-
se um instante — Se frequentou minha casa por todo este tempo é porque
tenho respeito por você.
Meus olhos estavam observando o tapete cheio de farelos. Meu coração
estava disparado e minha mente confusa.
— E então, vamos nessa? — ele disse por fim, tornando a ajeitar o cinto
que estava torto, e quando ergueu os olhos para mim, percebeu a silhueta se
amoldando em sua direção, agora bem próxima ao seu corpo, lançando-se de
supetão contra seu peitoral, buscando seu pescoço com as mãos, e os lábios de
surpresa.
Rogério ficou sem reação, espantado sentiu as costas largas baterem de
encontro à porta, e minhas mãos trêmulas desbravarem sua nuca quente
puxando-a para minha face com força. Tentou me empurrar, mas meus lábios
fizeram força deslizando nos seus, que entreabertos, deixavam o fôlego sair
quente. Ele estava de olhos arregalados, as mãos procuravam a melhor forma
de me empurrar, e apenas quando me sentiu roçar seus dentes, conseguiu me
afastar.
— Mas — ele praguejou limpando os lábios na manga da camisa — que
porra é essa Léo? — praguejou, respirando pesadamente.
Eu enfim caía na real, os braços trêmulos, a boca molhada a exemplo da
dele. Olhando ao redor, não tinha a menor noção do que dera em mim. Meu
corpo apenas tremia todo, meu rosto ardia como pimenta, e um calor infernal
queimava minha pele. À frente, Rogério ainda tentava recuperar-se, a gola toda
amarrotada nos locais onde minhas mãos fizeram pressão.
— Minha nossa — eu coloquei as mãos na boca afastando-me alguns
passos — Rogério, eu... eu... — não sabia o que dizer — me perdoe —
temeroso, a única coisa que vinha à minha cabeça era como o ex-vizinho
facilmente perdia o controle. Foi então que a exclamação irritada veio:
— Puta-que-o-pariu Léo — ele praguejou fazendo-me calar, meneando a
cabeça, olhando para os lados — O que deu em você? — tornou a resfolegar
olhando em direção à janela — Você está louco? Você, você... — fez uma pausa
parecendo confuso, desnorteado — Puta-que-o-pariu Léo. PUTA-QUE-O-
PARIU.

***

Descemos e a festa estava a toda. As crianças corriam entorno da mesa


enquanto as mães fofocavam na lateral afastada. Ao nos ver chegar, Raquel
retomou a postura rígida de garça e deixou as vizinhas a sós, caminhando altiva
em minha direção. Então, passando um olhar desprezível por Rogério, que
fora direto para a lateral onde estava o filho, me conduziu pelo braço à outra
parte do salão.
— Mas por que diabos vocês enrolaram tanto lá em cima? — ela
resmungou à minha face, com seu jeitão estabanado de falar — Você não o
deixou remexer minhas coisas Léo, deixou? — questionou recebendo a chave
de volta.
— Mas... do que você está falando? — Disse engasgando, como se Raquel
estivesse paranoica. Todavia, por dentro, meu maior medo era de que com
aquela proximidade toda, ela pudesse sentir o perfume do ex-marido nas
minhas roupas. Exatamente por isso eu procurava me afastar, disfarçando o
olhar.
— Você está estranho — ela me surpreendeu olhando de cima a baixo, e
eu tremi por dentro — Esta escondendo alguma coisa, não está? — retrucou
séria e eu resfoleguei virando-me a buscar controle da situação.
— Raquel — disse repreensivo, voltando a observá-la — Deixa de ser
paranoica. Enrolamos porque ele precisou usar o banheiro.
— Paranoica porra nenhuma Léo — ela praguejou olhando em sua
direção — Eu não quero esse homem no meu apartamento. Você sabe bem
disso — respirou fundo, e bufando, tornou para mim — Agora vem. Acho
que já está passando da hora de adiantarmos as coisas. Vamos puxar os
parabéns de uma vez por todas.
A vizinha me puxou pelo braço até a mesa do bolo e anunciou com um
sorrisão que iriam cantar a música de felicitação naquele momento. Eu fiquei
ao seu lado, ajudando o pequeno Felipe a se posicionar sobre uma cadeirinha
enquanto ela acendia as velinhas de seis anos. Estava bastante nervoso,
observando Rogério completamente desajeitado à porta, sem saber como agir
ao que acabara de acontecer. Silencioso, ele olhava em nossa direção, e então lá
para fora. Cumprimentava com um sorriso alguns amigos que seguiam até
onde estava, e olhava novamente para mim. Foi quando a morena sussurrou ao
meu ouvido para ir chamá-lo a fim de que ficasse ao lado do filho durante os
parabéns, senti meu sangue congelar e um nó prender a garganta.

[...]

Todos ao redor cantavam animados observando o sorrisão empolgado no


rosto do aniversariante. Rogério agora erguia o filho nos braços, e ao lado
deles, Raquel aproveitava para ajeitar os cabelos para a foto. Com um sorrisão
nos lábios, ela observava o moreno conduzir o filho até as velinhas e em
seguida ajudá-lo a soprar, foi então que novos flashes pipocaram no ar e
alguém aumentou a música. Ao redor do aniversariante, as filas para comer o
bolo ficaram agitadas. Todas as crianças queriam garantir o pedaço maior, e
num empurra-empurra, fui forçado a ajudar Raquel a colocar ordem na
bagunça.
O movimento ajudava-me a esquecer por alguns instantes do que havia
acontecido no apartamento, e auxiliando-a, eu servia os refrigerantes enquanto
ela distribuía o bolo. Vez por outra, aproveitava de algum de seus descuidos
para surrupiar brigadeiros e levar à boca, doces me ajudavam a acalmar, e foi
em uma destas tentativas de “furto” que acabei por me sujar todo de
chocolate. Sorridente por ter sido pego, ergui os olhos outra vez em direção à
porta, e então engoli em seco ao reparar que Rogério, parado a me encarar,
desviava o olhar quando eu o percebi. Seus olhos pareciam fixos na minha
boca suja de chocolate, e por isso, me pus a limpar os lábios imediatamente.
— Léo, serve os salgadinhos. Eu me esqueci deles — Raquel murmurou e
eu deixei a mesa, seguindo até a caixa a fim de distribuí-los em uma fila. A
algazarra prosseguia, os adultos já sorriam mais alto por causa das cervejas, e
as crianças corriam de um lado para o outro, em completa farra com o glacê e
os balões.
O pequeno Felipe a determinado momento fora ter com o pai, que o
tomando nos braços, erguera a ajeitar o chapeuzinho de festa. Os vizinhos
faziam-no companhia, conversando sobre futebol e os preparativos do bairro
para o carnaval daquele ano. Já eu, só conseguia pensar em sua reação quando
o beijei. O medo me corroia, e eu sentia as entranhas retorcerem. Tinha que
sorrir para quem se aproximava, ter cuidado para que Raquel não percebesse
meu desconforto, já que ainda parecia desconfiada.
Então, aos poucos a festa foi chegando ao fim, as esposas juntando-se a
seus maridos e subindo em companhia dos filhos, e a bagunça restando para
os anfitriões. Fiquei com Raquel por um bom tempo até que resolvemos
encerrar. Os últimos convidados saíam e enquanto ela recolhia os copinhos
espalhados pelo chão, Rogério se aproximou.
— Ele dormiu. Você quer que o coloque lá em cima?
Raquel se fez de indiferente enfiando o corpo abaixo da mesa para pegar
algumas extensões.
— Seria o mínimo não é Rogério Felipe? — Praguejou saindo de lá e o
moreno virou-se para mim, conferindo minha completa falta de jeito.
— Então preciso da chave, não é?! — Ele retrucou arrogante, para ela,
então observou a ex embolando os fios no braço para devolvê-los ao síndico.
Ela também o encarou com cara marrenta e debochada, e só então tirou a
chave do sutiã estendendo-a para mim.
— Léo. Faça-me esse favor.
Senti um nó na garganta, mas não havia para onde correr.
— Você precisa que eu volte? — Meu projeto era não descer novamente.
Assim que Rogério deixasse o apartamento dela eu me trancaria no meu. A
ansiedade me corroia.
— Acho que não — ela olhou ao redor — Só vou fechar as portas e logo
subo também — e então, virando-se outra vez para o ex, fechou a cara — E
quanto a você Rogério Felipe, espero não encontrá-lo quando eu retornar.

[...]

Após Rogério colocar o pequeno na cama, agasalhando-o aos lençóis e


fechando as janelas, voltara para a sala desligando as luzes. Eu olhava
apreensivo para o corredor, temendo que Raquel subisse a qualquer momento,
foi quando Rogério parou próximo a mim, mas não voltou a tocar naquele
assunto, tão pouco olhar nos meus olhos.
— Então, eu já vou indo Léo. — ele parecia um pouco constrangido pelo
que acontecera — Avisa para ela que deixei um dinheiro guardado na cômoda,
para se precisar comprar alguma coisa.
Eu busquei minha voz, que parecia ter sumido.
— Aviso sim Roger. Pode deixar.
Ficamos em silêncio por algum momento, até que enfiando a mão no
bolso, ele retirou a chave do carro uma vez mais, e despedindo-se, seguiu pelo
corredor. Eu escorei a porta imediatamente após sua saída, virando-me para a
escadaria por um instante, tendo tempo de ver apenas os últimos traços de sua
camisa branca sumindo na escuridão, então voltei para o meu apartamento e
tranquei a porta.

O vento que entrava levemente pela janela esvoaçava meus cabelos, eu


estava parado próximo à pia observando o movimento na avenida, e ao longe,
podia ouvir o barulho vindo das casas de show distantes. Ainda com um nó na
garganta, fechei meus olhos um momento e toquei os lábios, recordando-me
da sensação de ter os lábios dele junto aos meus há tão pouco tempo. Somente
após respirar profundamente aquela brisa, e deixar escapar um sorrisinho
faceiro, dei de costas ajeitando os cabelos que estavam soltos, e então, já no
quarto apertado, retirei minhas roupas e vesti o “pijama”.
Após usar o banheiro, desfiz os lençóis de cama e me deitei
despreocupado no escuro. De barriga para cima, sem cobertores, apenas ouvia
o som que vinha dos bares, pensando nele e em suas mãos tocando meus
ombros macios. Os minutos foram passando vagarosamente, as lâmpadas do
corredor já haviam sido desligadas e aos poucos a sonolência me envolvia, foi
quando por volta da meia-noite, despertei com três batidinhas leves lá na sala.
A princípio fiquei em silêncio, quieto, atento se eu estava ouvindo direito.
Nada mais ecoava pelo apartamento, pensei em ignorar, porém novamente se
repetiu. Três batidinhas baixas, com suavidade para não chegar aos ouvidos
dos demais moradores. Eu fiquei curioso com aquilo, afinal, a única louca que
batia àquela hora era Raquel, precisando de algum favor, porém, pela cautela
ao bater, não havia a menor possibilidade de ser ela.
Erguendo-me a ajeitar a samba-canção e a camiseta folgada que a cobria,
caminhei de volta à sala, sem poder falar alto, para não chamar a atenção.
Acendi a luz sentindo os olhos arderem, e pelo olho de sogra, tentei observar a
silhueta no corredor, porém, lá fora, apenas a escuridão imperava. Recostei-me
à superfície e questionei quem era, então, na mesma altura de voz, o sussurro
ecoou e eu senti meu sangue gelar.
— Rogério? — questionei abrindo somente uma fresta para conferir se eu
não estava ficando louco.
— Abre logo Léo. Me deixe entrar antes que alguém me veja aqui — o ex-
vizinho resmungou olhando na direção contrária do corredor. Aquela onde
ficava a escadaria e a porta da ex-mulher.
— Mas Rogério, você... você não deveria estar a quilômetros? —
questionei — Você não está morando do outro lado da cidade?
Rogério respirou fundo, afrouxando as mangas da camisa. Então, tornou a
retrucar nervoso:
— Podemos conversar depois que eu entrar? Não sei se deu para perceber,
mas não quero que me vejam.
Desta forma, sem alternativas, tive de escorar a porta novamente, desfazer
o restante dos trincos de segurança, e abri-la permitindo seu acesso. Rogério
entrou no apartamento encarando o ambiente, era a primeira vez que entrava
em minha casa. Então, virando-se para mim, exibiu um sorrisinho.
— Mas que diabos é isso no seu rosto? — questionou quando fechei os
trincos outra vez, virando-me para ele. Em meu rosto, uma pasta verde de
tratamento de pele cintilava.
— É só uma máscara por causa do sol. Mas, o que houve? — desviei o
assunto, constrangido, em primeiro lugar por ter esquecido que eu estava de
máscara, em segundo pelo beijo que ficara sem explicação — Seu carro
quebrou? Você foi roubado? Acabou a gasolina?
Ele sorriu achando a cena engraçada. Eu, todo magrelo, vestindo aquelas
roupas frouxas de dormir e ainda por cima com uma máscara verde no rosto,
era uma cena hilária.
— Nada disso, é claro que não — ele zombou caminhando até minha pia,
a fim de tomar um copo de água. Observou a noite lá fora, e então voltou com
o copo, sentando-se no braço do sofá.
— E então? O que ainda faz aqui?! Pensei que estava a quilômetros de
distância — resmunguei, conferindo as horas no pequeno relógio do micro-
ondas.
— Não sei — ele sorriu sem jeito, apoiando o copo no cantinho do
estofado, e eu cheguei a me questionar se estava bêbado. Porém, ele não
cheirava a álcool.
— Como assim não sabe Roger? — resmunguei sentindo-me nervoso,
caminhando até a pia, para também tomar um copo de água.
— Eu cheguei ao carro, e não consegui dar partida. Fiquei pensando se...
bem... se você não me deixaria dormir aqui esta noite? — questionou olhando
ao redor.
— O quê? — eu olhei para ele, me engasgando. Precisei colocar o copo na
pia para terminar de tossir. — Não Roger. Sério. — pigarreei — Você vai me
perdoar, mas meu apartamento não tem espaço, olha só, eu sequer tenho um
colchão extra — expliquei-lhe sentindo minhas entranhas se contorcerem e o
coração acelerar. Ele fez um minuto de silêncio olhando para o acesso ao lado
do sofá, então questionou:
— É aqui o seu quarto? — ergueu-se e ouvi o som de seus músculos
estalando, aquilo me fez estremecer. Então ele afastou a fina cortina roxa que
eu colocava na porta para separar os ambientes, observando a luz do banheiro
banhando a lateral da cama.
— É sim — eu disse caminhando para mais próximo dele, constrangido
com sua intromissão — E como pode ver, realmente não tem espaço.
Ele virou-se para mim lançando um olhar misterioso. Eu senti meu corpo
estremecer, e ele continuou a me encarar, silencioso. Parecia querer transmitir
alguma mensagem.
— O que foi?
Enfim quebrei o silêncio. Meu coração queria sair pela boca, e ele respirava
calmamente, agora, pondo-se a ajeitar a gola. Foi quando olhando uma vez
mais para o quarto, e em seguida para mim, assoviou baixinho, gesticulando
para que me aproximasse mais. Eu o encarei, sua mão desfazendo dois botões
da camisa, deixando a divisão do peitoral exposta. Senti-me desajeitado pela
forma como ele estava agindo. Não sabia o quê fazer, o quê falar. Sem reações,
olhei para a porta da sala, para a janela às minhas costas, e então dei um passo
para mais junto.
— O que foi Roger? Por que está agindo de forma estranha? — Eu não
podia deixar de reparar naquela divisão morena agora exposta, e enquanto
apreciava os tímidos fios de seus pelos, ele tomou meu braço, e me puxou de
supetão, com firmeza, fazendo a parede receber minhas costas. Senti seu nariz
vir em seguida, tocando a curva do meu pescoço, como um animal feroz. Seu
hálito aqueceu minha orelha.
— Roger, o que é isso? — murmurei tentando me desvencilhar. Era inútil,
ele era mais forte.
— Podemos dividir a sua cama Léo, o que acha? — retribuiu e então
afastou a face alguns centímetros, olhando nos meus olhos, em seguida voltou
a se aproximar, forçando-me — Garanto que você vai gostar.
Tentei desconversar. Eu não estava preparado para aquilo, eu sequer havia
tido tempo de me preparar para receber visitas. Foi quando tocando minha
cintura, ele me fez girar, e com pressão, tornou a me imprensar contra a
parede, senti sua elevação empinando minha bunda, e meu peitoral ralou a
tinta descascada.
— Rogério... Ei... Ei... Espere aí.
Eu podia sentir o cheiro da tinta e o pó da parede colando em minha face,
mais abaixo, sua elevação prosseguia em me forçar, e toda vez que ele o fazia,
eu chegava a ficava empinado, na ponta dos pés, suas mãos imobilizando
minha cintura.
— Diz que sim Léo. Vamos lá.
— Roger, por favor... eu...
Ann...
Agora ele me imprensara uma segunda vez, com mais força, e minha voz
falhara. Aquela sensação era deliciosa. A possessão em sua atitude, a firmeza
de sua elevação encaixada na divisão do meu bumbum. Sua atitude estava me
deixando sem forças. Eu soltei um gemidinho quando senti suas mãos
descerem pelas minhas coxas, ele apalpou minha pele como força, e
vagarosamente, começou a erguer as extremidades da samba-canção, como se
fosse um saiote. Com os olhos desviados para aquela direção, apreciava a
brancura da curva de minha bunda, em contraste com sua pele negra, e a lisura
da depilação. Ele me pressionava com força, e ao folgar, uma forte
vermelhidão dominava a região.
— Roger...
— Toda branquinha em Léo? — meu ex-vizinho não me deixava falar.
Toda vez que eu insinuava contestá-lo, ele tornava a me imprensar com força,
e minha bunda arrebitava sob sua elevação, eu ainda na ponta dos pés.
— Rogério... Não.
Agora eu o sentia fungar no meu pescoço, era deliciosa a proximidade do
queixo encaixado enquanto me apalpava com força, imprensando-me.
— Cheirosinha — Ele tornava a me fazer empinar, e eu ficava rendidinho,
como uma donzelinha indefesa — Até possui umas tetinhas aqui, olha que
delícia. — Dizia alisando meus mamilos, por debaixo da camiseta. Eu tentei
afastá-lo uma terceira vez, mas seu toque me deixava completamente
amolecido, principalmente quando pressionara as pontinhas com força. Eu
gemi e revirei os olhos pela ardilência, então ele me soltou e ajeitou a calça.
— Vem Léo. Quero conhecer seu quarto.

[...]

Meu quarto era simples. Naquele condomínio, todos os apartamentos


eram bastante simples. O que Rogério dividira tempos antes com Raquel era
um dos únicos alugados exclusivamente para casais, devido o espaço, já o meu,
cujo aluguel era bem mais barato, só possuía dois cômodos, sendo que do
primeiro eu fizera sala e cozinha, e do segundo, onde estava a entrada para o
banheiro, eu fizera de quarto. O ambiente estava com as luzes desligadas
quando entramos, e só não permanecia no mais absoluto breu, porque eu
deixara a luz do banheiro acesa antes de ir atender a porta, claridade para a
qual Rogério seguiu.
Trêmulo, eu o observei começar a desabotoar o restante da camisa, frente
para o clarão, olhando ao redor. Em instantes, puxando-a pelos ombros, o
observei descartá-la sobre uma cômoda de gavetas mal encaixadas, que ficava
ao lado da cama. Meu desejo foi o de ir ajudá-lo, mas eu ainda estava com a
máscara verde no rosto, parecendo um duende, por isso, enquanto o observava
se despir, agora retirando o relógio prateado, peguei uma toalha e pus-me a se
limpar.
Rogério respirava como se a situação fosse completamente normal. Ele
sentara-se na lateral da cama, e passara a retirar também os sapatos. A
claridade do banheiro continuava a revelá-lo, e eu tremia enquanto observava
as meias serem jogadas para um lado, seus pés ficarem expostos, e ele ajeitar-se
melhor, sentido a maciez dos lençóis bagunçados.
— E aí, você vem ou não? — disse por fim, observando-me descartar a
toalhinha. Eu, completamente sem reação, hipnotizado por seu peitoral
desnudo, me coloquei frente a ele como solicitado, e senti os pelos eriçarem
quando me apalpou outra vez. Agora Rogério mordia o lábio inferior.
— Tira essa roupa vai Léo. Eu quero ver você peladinho.
Eu engoli em seco. Aquilo era uma loucura. Rogério me tratando como
uma putinha. Era como se eu fosse sua mulherzinha por uma noite, e pela
espessura de seu corpo dominador, eu iria gemer bastante sob seu peso.
Ainda frente ao clarão do banheiro, ouvindo o chuveiro pingar lá dentro,
dei de costas para ele, e passei a me despir. Primeiramente retirei a camiseta
bem devagar, sentindo seus dedos fazerem a trilha em meu dorso, em seguida
desprendi os cabelos acastanhados, que caíram sobre o ombro, e como ponto
alto, toquei o elástico da samba-canção, curvando-me para que minha bunda
ficasse empinadinha para ele, e a retirei pelos pés. Rogério gemeu fazendo a
curva da pele macia.
— Minha nossa Léo — exclamou dando um tapinha, e em seguida, forçou
as laterais a se abrir, a fim de apreciar a divisão entre elas — que porra de
bundinha carnuda você tem.
Eu sorri, e então me surpreendi com um novo tapa, que estalou pelo
quarto. Imediatamente me virei tocando a região.
— Ai Rogério, o que é isso? — Estava ardendo. Marcado.
— Gostou, não foi putinha? — ele disse, e uma terceira vez me golpeou.
Slapp.
— Porra Roger. Ai.
Praguejei preparando-me para dizer algo mais, porém, sob a pressão de
suas mãos, caí sentado em seu colo.
— Que foi Léo? — ele me abraçou com força, fazendo meus ossos
estalarem — Não gosta de apanhar de um macho?
Eu resfoleguei com a boca a aguar, sentindo-o ajeitar-me mais contra si.
Nossos rostos estavam próximos, sentia sua respiração tocar meus lábios, e
sorrindo, ele alisava minhas coxas. Agora, encaixando a curva do nariz ao meu
pescoço, Roger passou a mover meus quadris sobre sua mala, a ereção passou
a roçar na divisão do meu bumbum.
— Tá sentindo Léo?
— Está super duro. — provoquei ajudando-o no movimentar.
— Confessa vai. Você sempre quis sentar nele.
— Nunca neguei — Sorri.
Agora Rogério beijava meus ombros, respirando pelo nariz enquanto
pressionava minhas coxas. Eu havia o abraçado pelo pescoço, e deixava sua
boca trabalhar em minha pele enquanto acariciava seus cabelos, foi quando me
fez levantar e ajoelhar à sua frente.
— Há uma coisa que preciso falar Léo — ele respirou fundo, passando a
mão pelos mamilos — Eu nunca fodi um gay antes — olhou-me nos olhos.
— Sem problemas — eu sorri tocando suas pernas, sentindo o tecido da
calça franzir conforme subia pelas coxas — Posso ensinar — e ele continuava
a respirar fundo, guiando-me até sua ereção, que passei a modelar com os
dedos, sob o tecido.
Ele ficou a observar-me brincar com ela um instante, era realmente larga.
Então, inclinando a cabeça para trás, sentiu quando toquei a fivela do cinto, e o
desatei. Em seguida veio o botão, e logo após o zíper, que abri lentamente,
ouvindo o baixo zunido. Rogério fechara os olhos, e eu abri as laterais do
tecido para um lado, e outro, observando a cueca branca ficar exposta à luz do
banheiro. Em seguida, tocando o elástico, a puxei em minha direção, e com a
ponta dos dedos, procurei a extensão de sua vara e a trouxe para fora.
— Minha nossa Léo.
Minha nossa digo eu. O membro exposto à minha frente era o mais
excitante que já havia visto. Da cor de sementes de café, tinha a cabeça grande
e circular, com tonalidade vinho. Uma farta pele o envolvia, rajada por veias
salientes, e a fissura ao centro era bem cortadinha, convidativa para um
delicioso boquete.
— Chupa ele, vai.
Rogério pediu, mantendo a cabeça jogada para trás. Enquanto eu
pressionava seu membro, deliciando-me com a textura, observava seu pomo
de Adão subir e descer conforme ele engolia a saliva. O cheio quente de
macho era tão inebriante, que me reclinei imediatamente em direção à sua
virilha, e passei a roçá-lo com o nariz, para cima e para baixo, sentindo o
cheiro salgado e as curvinhas espalhadas pela extensão do membro. Só então
coloquei a língua para fora, e toquei rapidamente a pontinha.
— Oh. Putinha safada.
Eu respirei fundo, apenas mantendo o silêncio e me ajeitando melhor.
Puxei suas bolas, acolhendo-as na mão e levei meu nariz a sentir o aroma
suado. Ele tornou a engolir em seco quando as esfreguei nos lábios, a
respiração agitada, sentindo os pelos aparados roçar minha pele.
— Coloca na boca Léo, coloca elas na boca — ele pedia insistente,
tremendo, sentindo a bunda suada colar no tecido da calça, a vara latejando
envolta por minha mão, e eu o provocando, friccionando sua pele
vagarosamente, para cima e para baixo, fazendo-o expelir pré-gozo conforme
forçava a musculatura. De jeitinho bem safado, eu deslizava o dedo polegar
pela glande arroxeada e ele se arrepiava de tesão, eu abaixava-me um pouco
mais, e tornava a cheirar suas bolas, punhetando vagarosamente, bem pertinho
da minha bochecha.
— Puta que o pariu Léo... Puta que o pariu.
Eu resfoleguei sentindo minha boca aguar, suas mãos forçando minha
cabeça, então, quando percebi, já estava com ele derretendo em minha saliva.
O pau do ex-vizinho deixava minha boca esticadinha. Embora tivesse cor de
chocolate, o gosto era salgadinho, ficando doce conforme eu o lavava com
minha saliva. Eu o volteava, sentindo o contorno da glande, e acariciava a
divisão no centro dela, onde estava a fissura sensível.
— Oh Léo, seu viadinho.
Ele apenas gemia ajeitando-se no colchão, tirando o restante da calça,
conduzindo minha boca no vai e vem do boquete lento e angustiante, para
cima e para baixo.
— Isso putinha, isso... engole todinho.
Ele forçava minha cabeça, e eu persistia em agradá-lo, apertando suas
coxas molhadas, esticando seu tórax definido. A determinado momento,
enquanto eu o sentia enrolar meus cabelos em volta da mão, ele me fez afastar
os lábios um instante, e começou a bater a extensão em minhas narinas, e
então em minhas bochechas, deixando meu rosto todo melado.
— Levanta Léo, vem aqui.
Ele disse ajeitando-se sobre o colchão, e eu obedeci, subindo para mais
junto.
Limpando os lábios, me posicionei de frente para ele, e reclinei. Rogério
estava ajoelhado sobre os cobertores, e segurando a vara, recebeu outra vez
minha boca, como se eu fosse um bezerrinho, mamando sua masculinidade.
Naquela posição (ele de joelhos e eu de quatro à sua frente), ele conseguia dar
leves estocadinhas em minha boca, enquanto reclinado sobre minhas costas,
deslizava os dedos massageando meu orifício.
— Está gostando do sabor Léo? — Rogério murmurava baixinho,
ouvindo-me respirar pelo nariz, sugando seu membro — Pode chupar
bastante, essa vara é toda sua esta noite. — Eu estava adorando aquela
degustação, e ouvia a cama ranger conforme ele se mexia. A musculatura de
seu bumbum chegava a franzir de tanto tesão. — Isso Léo, isso. Você quer ser
minha putinha não é? — ele tornou a ficar ereto — Fala aí, fala que quer, fala
— estocava lentamente.
— Sim Roger — precisei afastar-me rapidamente para responder — quero
ser sua putinha — logo voltei a engolir.
Ele foi à loucura com aquilo, estocou mais um pouco, e me fazendo erguer
o corpo, puxou-me para mais junto de si. Com todo o tesão acumulado,
abocanhou a lateral do meu queixo, roçando nossos peitorais, e apertou
minhas nádegas com força, até arder. Só depois trouxe a boca até meu ouvido:
— Então eu vou te comer todinho.
Acenei positivamente com a cabeça, e logo em seguida sua boca procurou
a minha. Arfei com o encontro dos lábios.
Deitando-me lentamente sobre os cobertores, Rogério foi se ajeitando
sobre meu corpo enquanto devorava minha língua. Desta vez o beijo estava
completamente diferente do que ocorrera mais cedo no apartamento da ex-
mulher, pois ele parecia querer me beijar. Sentia seus lábios sedentos, tão
grossos, tão suculentos. Sentia seus dentes mordiscando meus lábios, sua
língua grande procurando a minha, e quando elas se encontravam, ele me fazia
gemer sob seu peso. A extensão de sua vara estava roçando meu orifício, e a
minha ereção deslizava em sua barriga conforme ele se ajeitava entre minhas
pernas. Aos poucos fui me soltando, me rendendo a ele e aos seus quadris
largos, o beijo do vizinho foi ficando cada vez mais intenso, mais acalorado.
Sua respiração tornava-se mais afoita, e seu corpo mais agitado, como se
desejasse esmagar o meu.
— Putinha — ele disse abrindo mais as minhas pernas, meu bumbum ficou
esticadinho para o deslizar de seu membro — sua putinha magrela e ordinária
— voltou a me beijar com aflição, e de surpresa, abocanhou meu ombro
dando uma forte chupada que desta vez me fez gemer.
— Ai, Rogério. Vai ficar marcado — eu reclamei sentindo sua vara
lambuzando minha divisão.
— Não importa sua putinha safada — disse me encarando com um
sorriso faceiro — Depois você disfarça.
Eu sorri, e o senti erguer minha bunda um pouco mais para si. Com os
dedos, ele voltou a me preparar.
— Ai Rogério.
Eu reclamei, pois ele estava tentando enfiá-los com muita força.
— Nós vamos quebrar essa cama hoje, não é Léo?
Senti um arrepio subir pelo meu pescoço, e então, ele tornou a forçar,
passando um pouco de saliva.
— Ai.
— Geme para mim, vai.
Eu gemi como pediu, e seus dedos continuavam a trabalhar lá embaixo.
Então ele murmurou acariciando-me com seu membro:
— E então Léo? Preparado para saber como ele é gostoso? — zombou e
eu me arrepiei.
— Você me deixa sem falas — sorri como uma vadia, me arrependendo
em seguida.
— Ai Rogério, ai. Vai com calma — Pedi sentindo-o tentar entrar de uma
só vez.
— Puta que o pariu Leonardo — ele zombou em seguida, com um
sorrisinho, voltando a acariciar-me com o dedo, massageando para alargar —
Você não dá esse cuzinho há quanto tempo?
— Não sou eu que estou carente de dar, e sim você, que não sabe comer.
Ele pareceu não gostar do que eu falei, e pegando-me com mais força,
puxou meus quadris, tornando a tentar entrar.
— Ai cacete — eu dei um beliscão em seus ombros.
— Porra cara, relaxa um pouco — ele murmurou, tentando de outras
formas, e eu fui forçado a ajudá-lo. Conduzi sua vara com minha mão era algo
magnífico, pois ela era grossa e estava latejando.
— Acho que não vai entrar — tive de murmurar, insatisfeito — ela é
muito grossa.
— Puts. A gente tenta com gel — ele sugeriu, não querendo desistir.
— Gel? — Eu engoli em seco, conduzindo uma nova tentativa —
Infelizmente não tenho — resfoleguei sentindo a pressão. Minha nossa, o
membro do ex-vizinho era realmente cabeçudo.
— Creme, vaselina, manteiga?
— Creme — disse sentindo-o se afastar. O bom ar da noite tocara minha
entrada e eu respirei aliviado, levantando-me. Caminhando até o guarda-roupa,
enquanto ele se punhetava, peguei um pote que estava ali, e voltei, já
lubrificando o caminho, antes de me ajoelhar de quatro para ele. Respirando
fundo, Rogério veio pelas costas e reposicionou os quadris, me fez empinar
um pouquinho mais, inclinando o corpo sobre um travesseiro. Abrindo
minhas laterais, tornou a tentar entrar.
— Ai Roger. Ai. Com calma — reclamei novamente do desconforto
causado por seus dedos trêmulos. Eu sentia muito tesão naquilo tudo, mas
deste jeito aflito não daria certo.
— Okay — Ele dizia aos sussurros, pegando a vara e tentando outra vez.
Às vezes dava leves batidinhas com a cabeçona em meu canal, e para facilitar,
eu estava com as mãos para trás, abrindo-me bem para ele.
— Ai Roger. Ai.
— Calma Léo, para de reclamar. — ele perdia a paciência aos poucos, e
então veio a dor descomunal.
— Ai, ai, ai... — afastei o rosto do travesseiro e tentei me mexer para fazê-
lo entrar com mais suavidade, porém Rogério não permitiu, estava aflito para o
coito, e me segurando pela barriga, imobilizou meus quadris me obrigando a
continuar encaixando.
— Porra Rogério. Meu Deus do céu, espere um momento, ai... ai...
devagar...
— Fala mais baixo viado — ele me repreendeu com um beliscão na
cintura e eu senti meu orifício dilatar lentamente com sua passagem — Quer
que os vizinhos ouçam?
— Então espera um pouco porra, tá doendo muito.
Eu engolia em seco, tentando me controlar. No fim ele tinha razão, do
outro lado daquela parede ficava o quarto de uma senhora de idade.
— Mas que tipo de viado é você que não aguenta dar o cu Léo?
— Eu aguento dar o cu seu idiota. Você que parece não ser acostumado a
comer.
Rogério não gostou da nova ousadia, e sem dó, deu-me um tapa mais forte
que os demais, enfiando o restante de uma vez. Eu revirei os olhos e mordi o
travesseiro, sentindo mil agulhas em meu baixo ventre. Lágrimas saíram dos
meus olhos e respirei sufocado.
— Pronto Léo. Socadinho — Ele zombou dando uma reboladinha e um
sorrisão.
Para meu alívio (ou quase isso), Rogério tivera a caridade de fazer uma
breve pausa para que eu me acostumasse com a grossura. Talvez fosse isso, ou
estar gostando da sensação do meu orifício comprimindo a extensão de seu
membro.
Com cuidado, ouvindo-me gemer, ele foi deitando nossos corpos de
ladinho, vagarosamente. Agora, tomando minha perna, a passou para trás das
suas e começou a bombar.
Ann... Ann... Ann...
Eu gemia a cada estocada, e ouvia a cama ranger quando ele enfiava,
parecendo satisfeito por estar acolhido em orifício tão apertadinho.
Ann... Ann... Ann...
Sua rola em meu interior parecia um rolo de macarrão, e eu sequer tinha
forças para murmurar. Se eu dissesse um “ai” naquele momento, iria começar a
chorar com maior intensidade. Suas mãos passeando pelo meu corpo, era a
única coisa que me trazia algum alívio.
Ann... Ann... Ann...
Apenas fechei os olhos e procurei aproveitar o momento, ou tentar. Ele
respirava ofegante, me comendo de conchinha, apreciando meu silêncio de
desconforto enquanto colocava mais pilha aos sussurros:
— Você não queria levar pirocada Léo? Por que não geme mais gostoso?
Agora vai ter que aguentar até o final. Só vou tirar depois que gozar.
Eu me abraçava aos travesseiros com força, sentindo calafrios por todo o
corpo, e ao mesmo tempo, tesão. A única reação que tive naquele momento,
sentindo o orifício arder, foi a de mandá-lo ir se lascar, mas isso o deixou mais
tarado, e Rogério me abraçou com mais força, fazendo meus ossos estalarem.
Eu questionava-me se meu orifício estava a sangrar, porque o ardor era muito
intenso.
— Puta que o pariu Léo, você tem noção do quanto é apertadinho? — Ele
zombava e zombava, erguendo minha perna, abrindo minhas nádegas,
metendo de ladinho.
Sentindo mil agulhar dentro de mim toda vez que ele enfiava, decidi que
daquele dia em diante, nunca mais cobiçaria o negão de uma colega, que
literalmente merecia estar tomando no cu. Então a ofegação aumentou.

Ann... Ann... Ann...


A cama rangia, meus dentes rangiam, Rogério me comia.
Ann... Ann... Ann...
Eu estava esperando meu orifício se acostumar já há algum tempo, mas
não estava adiantando, a dor continuava intensa e meu coração bastante
acelerado.
Ann... Ann... Ann...
Ele precisava tirar aquilo de dentro de mim. Ou ele tirava, ou eu ia morrer
empalado. Estava muito doloroso e eu já não aguentava morder o travesseiro e
tremer.
— Rogério, ei...
Eu insistia tentando virar-me, mas ele me imobilizava naquela posição. Ele
era mais forte, bem mais forte.
— Roger, espere... Rogério... Ai, devagar.
Arff... Arff... Arff...
— Aguenta Léo, aguenta mais um pouco, estou quase lá...
— Não Rogério, espera Aí. Ai.
Arff... Arff... Arff...
Ele não iria parar. Ele estava chegando ao orgasmo.
— Goza na minha boca — Me peguei a falar gemendo, arranhando seus
braços, pouco importando se a vizinha idosa iria ouvir — Goza na minha boca
caralho, por favor.
Arff... Arff... Arff...
— Rogério, filho de uma puta. Você está surdo?
Arff... Arff... Arff...
Ele não queria me ouvir, parecia estar em um transe particular, mesmo
com meus beliscões por seu corpo. Eu precisei me debater, precisei encontrar
forças e me debater, até conseguir empurrá-lo. Ele estava fora de si,
completamente suado, e lutando comigo, tentava voltar a me subjulgar. Eu o
resisti, de todas as formas que pude, então, para meu alívio, ele não aguentou
relutar mais, e abandonando meu corpo, passou a se masturbar acelerado.
Aproximando a cintura de minha boca, trouxe o membro até meu rosto e senti
aquele jato de porra lavar meus lábios. Rogério estava gozando e urrando
como um urso. Imobilizando minha cabeça para receber seus jatos, tentava
enfiar em minha boca, o que eu não permiti. Então, por fim, expelindo o
último volume de sêmen, desfaleceu, extasiado com um sorrisão.

[...]

— Puta que o pariu Leonardo — ele sorriu respirando fundo, encarando o


teto, o corpo todo a vontade sobre os lençóis molhados — Como eu levei
tanto tempo para te comer? — virou-se para mim, e me abraçou puxando para
mais perto. Tudo o que eu mais queria naquele momento, depois daquela foda
que infelizmente só ele aproveitou (ao menos nos minutos finais), era que
fosse embora da minha casa. — Você, no meu apartamento todos os dias,
dando sopa com essa bundinha branquela. Eu poderia tê-lo fodido de boa
desde aquela época, sabia?
Esperava alguma resposta de mim, mas eu não tinha fôlego para falar com
ele. Sentia meu corpo doer, meu orifício latejar, e aos poucos, ele mesmo,
ainda embriagado pelo êxtase, foi se rendendo ao silêncio.
Eu estava com raiva, e com o passar dos minutos, o quarto agora mais
fresco, ele levantou-se e usou o banheiro. Voltando a vestir suas roupas,
despediu-se de mim e então foi embora. Na manhã seguinte Raquel veio me
visitar e ficou rindo da minha situação. Queria a todo custo saber quem fora
que eu pegara desta vez. Ela fazia piadas e gargalhava sobre minha forma
engraçada de andar, e eu apenas desconversava, envergonhado. Estava
completamente arregaçado, marcado e arroxeado. Enquanto tomávamos café,
falando também da festinha do Felipe, apenas uma coisa me vinha à cabeça:
Será que Rogério iria querer me ver outra vez? Caso a resposta fosse positiva,
eu estava literalmente fodido.
7
O Pescador

A PRAIA DO FAROL ESTAVA MOVIMENTADA. Era dois de


fevereiro, dia de festa na Bahia, dia de homenagens a rainha do mar. Por todos
os lados pessoas vestidas de branco e azul caminhavam sorridentes pela areia,
a fim de despachar suas flores e agrados nas águas azuladas do oceano. E eu
estava ali, a observá-las, afastado em respeito à crença, apenas de sunga
vermelha a tomar sol sobre uma pedra. Minha regata estava pendurada ao
pescoço, e eu aguardava a chegada de um amigo pescador que ficara de me
conduzir em sua embarcação à praia deserta de Setiquara, há alguns
quilômetros dali, por água. Ele já estava atrasado e eu impaciente, porque havia
pago adiantado pelo serviço.
De férias em Salvador, a reserva ecológica era a única coisa que me faltava
visitar antes de retornar ao Rio de Janeiro. Carioca, eu estava bastante curioso
para conhecer aquela última beleza do litoral baiano, e não deixaria Salvador
enquanto não realizasse meu desejo.
Foi por volta do meio-dia que avistei a figura se aproximar vinda da região
afastada. Ele devia ter a mesma idade que eu, seus quarenta anos, porém, pela
vida difícil debaixo do sol, tinha a aparência mais castigada, fortemente
bronzeada, mas com um físico sarado completamente chamativo.
— Seu Natanael, perdoe-me pelo atraso — ele se aproximou de mãos
juntas, bastante humilde, não desejando que eu o repreendesse pelo pormenor
— Tive contratempos por causa dos festejos, mas aqui estou, só um
pouquinho atrasado — ele retrucou, e eu, sorridente, ergui-me a ajeitar os
óculos escuros, dizendo que não tinha problemas, que o importante era estar
ali. Ele me cumprimentou e em seguida indicou-me onde estava sua
embarcação.
Geralmente em dia de festa no mar, os pescadores não se lançavam às
águas, em respeito à tradição, porém, o pescador seu Pedro estava passando
por um momento de dificuldade financeira, por isso, acabara por aceitar fazer
o serviço por alguns trocados extras.
Então, vestindo a regata e tomando minha mochila, o segui em direção ao
lado contrário do farol, pelas pedras, avistando ao longe a mediana
embarcação que aguardava-nos entre os rochedos. Sob as orientações do
homem, e desviando-me dos pedregulhos, eu subi a bordo observando o quão
rústico era aquele barquinho. Chamo de barquinho, mas tratava-se de uma
embarcação até espaçosa. Não pude deixar de notar que ainda estava com um
odor desagradável de pescados, mas ainda assim, era melhor que nada.
Seu Pedro então subiu após mim, e puxou a âncora do fundo do mar,
caminhando para o local onde eu o aguardava. Coçando a barba mal aparada e
ajeitando a camisa que estava com os botões soltou, dirigiu-se à casinha de
máquinas, e enquanto desviava de caixotes e cordas, eu reparei que havia
apenas nós dois a bordo.
— Seu Pedro — Eu questionei caminhando até ele, observando-o curvar-
se até um motor, e dar-lhe cordas — Somente eu e o senhor faremos esta
viagem? — Ele me encarou sorridente, e outra vez erguendo-se, se pôs a
responder.
— Como eu disse seu Natanael. Em dia de festa no mar ninguém se
arrisca a navegar. Só estou levando o senhor até a prainha porque estou muito
necessitado do dinheiro, e como a pescaria não anda muito boa por estas
regiões, não podia perder a oportunidade de negócio.
Eu o observei melhor, e reparei que o homem era até interessante.
Diferente dos outros pescadores com os quais eu tinha conversado na noite
anterior, seu Pedro era um tanto charmoso e sem dúvida de astral bem mais
animado. Tinha a minha estatura, porém com braços fortes assim como o
peitoral, coxas firmes e panturrilhas chamativas. O tórax, visível pela camisa
aberta a balançar com a brisa, era trincado e com uma atraente trilha de pelos
escuros que sumia rumo à bermuda surrada. Conforme se movia, percebi que
tinha mais vitalidade que muita gente jovem.
Eu me afastei a fim de deixá-lo trabalhar. Seu Pedro puxava uma corda
aqui, abaixava-se a recolher uma rede ali, até que me chamando, fui conduzido
para onde ficava o timão, frente à proa da embarcação. Estabilizando o barco
pelas águas turvas do mar baiano, mantendo o litoral à distância, seguia sempre
reto, recostando-se junto a mim, à amurada rente à proa. Foi quando curioso,
se pôs a perguntar:
— E o senhor faz o quê lá na cidade seu Natanael? Tem cara de homem
de negócios.
Eu sorri pela gentileza, observando o mar ser cortado sob o casco da
embarcação. Aos pouquinhos o Farol e seus devotos ficavam para longe, e o
barquinho danava-se rumo às praias desertas.
— Sou funcionário público seu Pedro, trabalho em prédios do governo.
— Isso é muito bom seu Natanael. Quisera eu ter podido estudar para
deixar essa vida difícil de pescador. Todo ano é uma dificuldade, se não fosse
os programas de incentivo, não sei o que faria para alimentar minha família —
ele sorriu, já precisando falar alto por causa do alto roncar do motor.
— Ah. Então o senhor é casado? — Questionei quando ele encontrou um
chapéu e levou à cabeça, em seguida, afastou-se um instante a mover algumas
alavancas, e então retornou.
— Casado e bem casado seu Natanael — ele disse colocando a mão sobre
os olhos para conseguir observar algo ao longe. — Casado e pai de nove filhos
— sorriu e outra vez recostou-se à amurada, apoiando os braços na lateral de
madeira envelhecida.
— Nove seu Pedro? — Fiquei embasbacado com aquilo.
— Nove seu Natanael — ele sorriu frisando o meu olhar — Seriam dez,
mas a mulher perdeu um ainda na barriga — Desviou a visão ainda sorridente,
tornando a observar o mar. Alguns peixes passavam bem próximo ao
borbulhar das águas espumantes, e naquele momento, fiquei a me perguntar o
que aquele homem simples tinha de tão bom, oculto entre as pernas. Afinal,
para fazer nove filhos com a mesma mulher, só tendo um bom “ânimo” para a
coisa. Foi aí que perguntei:
— E o senhor é pescador há muito tempo seu Pedro?
— Desde que me entendo por gente — ele virou-se a sorrir, o homem era
demasiadamente falador — Meu pai era pescador, e meu avô pescador antes
dele. Fui trazido para o mar com a idade de doze anos. Hoje com quarenta, são
vinte e oito domando o desconhecido.
— Vinte e oito anos debaixo de sol seu Pedro? Meu Deus. — Sorri
virando-me uma vez mais para as águas. O pescador ficara com o olhar
distante, como se fazendo a conta em mente para saber se me dissera o tempo
correto, e então, aproveitando-me da breve distração, dei-lhe uma olhadinha
mais curiosa, observando suas mãos apoiadas no parapeito, marcadas pela lida
com tarrafas, e então em direção ao seu short desgastado, percebendo que ali
dentro, roçando a madeira do navio, havia um relevo até interessante.
Instantaneamente me senti excitar, e no balanço do barco, recostei-me a
exemplo dele, na amurada de madeira manchada de musgos, sentindo o
movimento das águas estimular o meu membro, roçando-o levemente para um
lado e para o outro. Aos poucos a sunga vermelha foi ficando recheada, e na
aflição para disfarçar, puxava assunto com o pescador para ver se ele se
distraia, não percebendo minha excitação involuntária. Eu tentava controlar os
pensamos a fim de fazê-la desinchar, mas quanto mais me concentrava na tara,
mais meu pau ficava duro.
— E seus filhos seu Pedro. Todos estudam? — questionei o pescador.
— Só o mais velho que não, ele está com dezenove anos. Preferiu seguir o
caminho do mar, e me ajuda nas pescarias.
— Sério? Que bom isso. Trabalhar em família — então quis saber — Mas
me diga, geralmente quantos pescadores vão para o alto-mar no barco do
senhor?
Ele virou-se a sorrir.
— Dez com meu filho. O Luciano.
Eu arregalei os olhos, tentando disfarçar a mala com a camiseta branca que
não a cobria por completo, então o observei afastar-se de volta ao leme, e
respirei fundo.
— Mas... Mas como cabem dez homens nesse barquinho apertado seu
Pedro? Dez homens e um monte de peixe?
Ele gargalhou de lá, e senti o barco começar a virar para um pouquinho
mais distante da região de pedras. Aflito, não desgrudava de jeito nenhum
daquela amurada beijada pelas ondas, pois se eu me movesse um centímetro
que fosse, para a direta ou esquerda, o homem, que agora estava agachado a
mexer em algumas cordas, conversando comigo, iria perceber o avolumado na
sunga vermelha.
— Cabe moço. A maioria é tudo magrinho, então cabe sim. Cada um
pesca por sua família, e então dividimos os lucros ao fim do mês.
Eu sorri e ao longe avistei os primeiros sinais da reserva. Então tive que
questionar, sabendo que nossa decida estava próxima.
— E onde fica o banheiro deste barco seu Pedro? Não consigo vê-lo em
lugar algum.
Ele gargalhou lá atrás e eu o observei uma vez mais. Agora olhava-me
parecendo analisar meu mau jeito encoxando seu ganha pão, e fiquei
constrangido por não poder me virar. Se eu o fizesse para conversarmos cara a
cara, não seria somente minha bunda grande que ele observaria delineada pela
sunga (a lycra chegava a marcar a divisão, devido o tecido estufado na frente),
mas também a pica avantajada.
— Banheiro de marinheiro é o mar seu Natanael. Se quiser urinar é só
procurar um vão qualquer e se aliviar.
Ou seja, os marinheiros mijavam no oceano.
Por um segundo, naquele balanço todo, sentindo a madeira do barco roçar
meu pau outra e outra vez, fiquei a imaginar um dia de rotina como pescador.
Pense só, um espaço apertado, sem ter para onde ir. Todos os dez homens
cintilando de suor, devido ao serviço pesado, e não bastasse isso, a cada hora,
um deles se aproximando da lateral, abaixando o short na frente de todo
mundo, e puxando a vara para fora, a fim de se aliviar nas águas azuladas.
Eu tentava controlar a droga dos pensamentos a todo custo, mas era
impossível não fantasiar. Um membro de cada jeito: Morenos, brancos,
avermelhados. Com as cabeças grandes, pontudas, algumas avantajadas. Pau
médio, pau pequeno, pau grosso. Inclinado para cima, para baixo, ou para o
lado. Fiquei imaginando seu Pedro parando um instante para descansar
daquela rotina desgastante. A rola dura apoiada sobre aquele peitoril tingido de
escuro, enquanto o jato branco cintilava o sol e acertava o mar. Então, para
minha surpresa, a voz divertida outra vez ecoou as costas, aproximando-se.
— Ora seu Natanael. Não seja assim tão constrangido homem — eu
estava corado, o sol queimando meu rosto a ponto de deixá-lo vermelho —
Pode se aliviar daí mesmo, garanto que não corre o risco de um peixe pular e
comer seu berimbal.
“Berimbal?” — Eu sorri para ele ajeitando os óculos de sol — “Como será
que o pescador adivinhara? Como será que adivinhara que meu membro era realmente
inclinado para um lado, a exemplo de um berimbal?” — Apenas meneei a cabeça
sorridente, e o observei postar-se ao meu lado.
— É fazer aqui no mar ou lá na ilha seu Natanael — ele disse
resmungando ao meu lado — Infelizmente banheiro chique para homem que
trabalha para o governo só tem nos cruzeiros que aportam aos fins de ano —
E dizendo isso, me assustei como na maior naturalidade, o homem ajeitou-se
ao meu lado, foi abrindo o botão do short, o zíper e puxando o mastro para
fora. Não consegui desviar a visão de sobre aquela vara apontada para frente,
rumo às ondas. Ela estava mole, e com os dedos calejados seu Pedro puxou o
volumoso prepúcio que a cobria e revelou a cabeçona rosada que pulando para
fora, logo verteu o fluído amarelado.
Meu coração acelerou. Eu respirei fundo, a urina dele cintilando o sol, e
então, discretamente aproveitei sua posição para seguir até próximo da casinha
de máquinas, onde havia deixado a mochila com meus pertences. Eu ajeitei
meu pau, e então, sentei-me em um caixote a vasculhar em busca de um short,
mas para meu azar, não havia trazido. Certamente, na pressa para visitar a
prainha, esqueci nas areias do Farol. Então a voz de seu Pedro ecoou lá de
fora, guardando o membro:
— Olha lá seu Natanael — ele apontava o distante — Chegamos ao ponto
turístico — disse com brincadeira — Vamos nos preparar para aportar tudo
bem?

[...]

A ilhasinha era deserta. Naquele dia estava literalmente sem pessoas, já que
o movimento turístico para lá só ocorria quando os barcos traziam os
interessados, porém, em dia de festa, como seu Pedro explicara-me, apenas ele
tivera coragem de se lançar ao mar. Descendo à frente, pela escadinha
improvisada, dei um mergulho antes de subir para a areia, consegui amenizar a
tensão. Minha camiseta ficara completamente ensopada, e como era branca,
deixava meio que aparente minha barriga coberta de pelos aparados e os
mamilos rosados.
— E aqui estamos nós, a prainha de Tinharé — ele disse parando ao lado,
ajeitando o chapéu sobre a cabeça.
— É uma reserva ecológica, não é? — Questionei.
— É sim seu Natanael, ninguém pode pescar, construir ou fazer sujeira na
ilha. Ela não é muito longa, mas tem uma grande diversidade de bichos.
Eu caminhei pela areia branquinha separando a máquina fotográfica, e
conforme andávamos, tirava foto das coisas que o seu Pedro ia me explicando.
Fotos de pássaros, lagartos, bichos selvagem. Passamos uma grande parte da
tarde ali, jogando conversa fora e desbravando a natureza, até que quando o
sol começou a descer no poente, sumindo no mar, seu Pedro disse que
precisávamos retornar porque a maré iria começar a subir, e as ondas podiam
ficar agitadas.
Eu concordei com ele, e pedi que apenas me desse um tempo extra para
tirar algumas últimas fotografias. Não podia deixar a ilhasinha sem registrar
aquele belo pôr do sol que pintava o céu de alaranjado, e tão pouco, o gentil
pescador que me conduzira pela imensidão azul do mar da Bahia. Assim, pedi
gentilmente a seu Pedro que se posicionasse de frente para mim, mantendo as
costas viradas para a embarcação e o oceano. O homem era muito
envergonhado para este tipo de coisas, e então, após muito relutar, fez uma
pose única e eu pude registrá-lo.
Minha nossa. Como o corpo de seu Pedro era saradinho. Ele tinha o
peitoral alto, e como estava com a frente da camisa desabotoada, me permitia
ver a deliciosa divisão que havia em seu tórax. Aquela trilha de pelos escuros
que seguia para dentro do seu short me deixava inebriado, e então, com um
sorrisinho, voltei até ele, que já preparava a escadinha para subirmos
novamente.
— Vamos então seu Natanael? Não dá para esperar mais. Olha só a maré
começando a subir.
Eu atentei-me à água que começava a ensopar a areia. Aquilo era lindo,
mas também assustador. Apressei-me com a mochila, ficando à frente dele,
apoiei meu pé na escadinha para subir. Porém, no movimento que fiz para me
erguer, sentia as mãos do homem envolverem minhas coxas, apenas com a
intenção de ajudar-se a pegar impulso, e no nervosismo, acabei por deslizar na
madeira molhada, tropeçar e cair de cara na areia inundada.
Seu Pedro deu uma gargalhada e logo correu para me ajudar. Ele tomou-
me pelo braço e me ajudou a se erguer. Eu cuspia um pouco de água salgada e
ele continuava a rir com intensidade, e enquanto me limpava, senti suas mãos
procurarem meu corpo a me ajudar. É claro que estranhei aquilo, aquela
“liberdade” em remover a areia das minhas pernas, barriga e braços. E então,
desviando-me ainda sem jeito, voltei a tentar subir a escadinha, e já lá em cima
vi seu Pedro no mar, a lavar o rosto uma última vez fazendo sua prece pela
viagem segura, então o homem molhou os cabelos, e subir em seguida.
— Você está bem seu Natanael? Se machucou? — Perguntou recolhendo a
escadinha. E eu, torcendo a camiseta ensopada, apenas ria junto a ele.
— Não seu Pedro, só foi um susto graças a Deus. Eu é que tenho que
pedir perdão para o senhor, pelo mau jeito e por deixarmos a praia somente ao
escurecer.
— Ora. Deixe disso seu Natanael, turistas sempre acabam aprontando
uma das suas. Teve uma vez que dois deles sumiram no meio dessa mata, e
quando consegui encontrá-los, já havia passado do horário do jantar.
Sentei-me em um caixote observando o homem acender um lampião. A
fraca claridade iluminava apenas a lateral do leme, e então ele ligou o motor
botando o barco para navegar, vindo fazer-me companhia na parte escurecida.
Sobre nós, o céu estrelado começava a dar o ar da graça.
— Se perderam foi? — Questionei quando o vi sentando-se ao meu lado,
em um caixote que trouxera.
— Se perderam o quê seu Natanael? — o homem olhou para mim
tomando um gole de água e ofereceu-me. Eu, como estava com minha própria
garrafa, recusei, e ele continuou — Eram dois desses garotos que vem para o
carnaval a fim de aprontar, então, já bêbados, se esconderam por aí para fazer
de suas safadezas.
Engoli em seco.
— Safadezas seu Pedro? Como assim?
— Ah. Você sabe seu Natanael. Safadeza de garotos. — O homem deu
uma gargalhada que ecoou acima do som do motor do barquinho, o que
acabou por me assustar.
— Ah, sim, o senhor está falando de garotos gays?
— Esses mesmo seu Natanael. Esses mesmos — e então, me encarando,
pôs-se a explicar — Mas olha, não me entenda mal. Eu não tenho
preconceitos viu? Para mim, cada um que viva da forma que achar melhor. O
que importa é não prejudicar o próximo.
Eu sorri a seu exemplo, sentindo a brisa fria da água beijar meu rosto.
— O importante é ser feliz, não é seu Pedro?
— Chupando pica ou se deixando chupar seu Natanael.
Percebi que o pescador estava ficando muito assanhadinho com o cair da
noite. E lembrando-me de suas mãos a pouco, tocando minhas coxas, resolvi
ver onde aquilo podia dar.
— Mas continue me contando seu Pedro. O senhor chegou ao meio da
mata no exato momento em que eles estavam “brincando”?
O velho gargalhou dando batidinhas na minha perna desnuda, próxima à
sua. Eu senti um arrepio subir pela espinha.
— Eu não quis constrangê-los seu Natanael. Deixei que terminassem o
serviço, e só então fingi estar chegando.
— Aha. Então o senhor ficou de espionagem?
Ele deu outra gargalhada, e eu o percebi apertar o volume por cima do
short. Mesmo distantes do lampião, a claridade ainda permitia uma pouca
visibilidade.
— Olha lá seu Natanael. O senhor não me comprometa.
Eu sorri vendo o quanto ele era aberto a tais assuntos. E me surpreendi.
— Mas me conte homem, estava ou não espionando os tais moleques?
Ele ria e batia a mão na altura do meu joelho, aquilo estava me deixando
excitado.
— Fiquei vendo seu Natanael. E olha, só conto isso pro senhor porque sei
que já está indo se embora de Salvador. Os outros pescadores não podem
sequer sonhar com isso.
— Ora homem — eu o repreendi — Mas o que você podia fazer? Não
havia alternativa, era ficar esperando os moleques terminarem seu chupa-
chupa, ou atrapalhá-los.
Bem à vontade com aquele jeitão dele, de ficar batendo no meu joelho,
resolvi tomar confiança e começar a fazer o mesmo com o seu. Então,
conforme eu ria de suas conversas safadas, também ia dando tapinhas em seu
joelho, sentido os pelos de suas pernas.
— Mas me conte seu Pedro — resolvi apelar, ele era uma pessoa muito
agradável — E o senhor ficou só olhando, ou... você sabe — flexionei minha
voz para que ele entendesse o duplo sentido.
— Pelo amor de Deus seu Natanael, o senhor está me comprometendo
homem.
Eu ri.
— Aha. Então o senhor aproveitou da cena não foi?
Ele ria, e meneava a cabeça. E eu percebia que seus toques em minha
perna eram cada vez mais intensos. Então passei a me apalpar também, a
exemplo de como ele fazia em seu membro. Logo o pescador reparou em
minhas segundas intenções e em minha mala estufando a sunga.
— Confesso que aproveitei seu Natanael. Achei diferente ver dois garotos
tendo relação. Eu geralmente os via se beijando na praia em época de carnaval,
mas daí vê-los tendo relação, foi diferente.
Então deixei escapar a pergunta que não queria calar.
— E o senhor ficou curioso para saber como era?
O homem reduziu a intensidade do riso, e eu fiquei sem jeito, temeroso de
que minha pergunta tivesse ido longe demais.
— Olha — ele começou naquele jeitinho arrastado — Curioso, curioso...
eu não fiquei — passou a se justificar — mas confesso que ver o moreno
sendo chupado pelo loirinho me deixou de espada em pé.
— Espada em pé? — Eu sorri pela forma como ele se referira à ereção.
— É seu Natanael, espada em pé.
Então ele ergueu-se e eu o observei ajeitar o short que estava bem
avolumado como minha sunga, caminhando até o leme a fim de ajustar o
curso do barco, agachou-se recolhendo algumas cordas e ajeitando alguns
caixotes que atrapalhavam o caminho, retornou.
— Seu Natanael — ele aproximou-se de onde eu estava neste momento,
outra vez recostado na amurada do barco, no escuro, deixando que as ondas
movessem minha ereção pressionada contra a madeira — Acho que ainda
vamos demorar um pouquinho para chegar viu? As ondas cresceram e o
motor no barco não consegue ir mais rápido que isso.
— Ora seu Pedro — eu retruquei virando-me para ele — Não se
preocupe. O importante é chegarmos hoje, porque amanhã cedo retorno ao
Rio.
Ele gargalhou e senti escorar-se um tanto mais perto de onde eu estava,
tanto que seu braço roçou o meu.
— Que bom que o senhor não se importa seu Natanael — ele sorriu e
então, sem saber o que eu tinha na cabeça, estiquei minha mão para a região
baixa de suas pernas, e no escuro envolvi sua mala. Ele nada disse, apenas
ficou olhando para o brilho longínquo da festa na areia, as mãos apoiadas
sobre o peitoril do barco, fingindo nada sentir.
Percebendo que o pescador estava gostando daquela “aproximação”,
resolvi prosseguir dando leves apertõezinhos.
— Deve ser uma benção poder ter essa visão todo dia, ao retornar, não é
seu Pedro? — questionei, ainda com as massagens safadas em seu volume.
Sem desviar os olhos do mar, e apenas sentindo o membro pressionar minha
mão contra a lateral da embarcação, o pescador respondia como se nada
estivesse ocorrendo.
— Uma beleza seu Natanael, uma beleza — o senti dar mais algumas
imprensadinhas, e então ele sorriu virando-se rapidamente para mim, sem
graça — O senhor quer ver beleza é dia de fim de ano. O céu fica todo
colorido de luzes.
— Deve ser magnífico seu Pedro — retruquei quando ele voltou a olhar
para o distante, e continuei a pressionar seu membro. Então, ficamos um
instante em silêncio, até que senti, a meu exemplo, sua mão vacilante, também
procurar minha sunga. Deixei que a tateasse até encontrar o relevo, e assim
como eu fazia ao dele, ele começou a fazer ao meu. Respirei pesadamente.
— Seu Pedro — eu meio que gaguejei, corroído pela sensação — Aqueles
garotos que o senhor surpreendeu... — ele apertava com mais força agora,
tentando masturbar meu pau por cima do tecido — Eles... será que eles
descobriram que o senhor estava os vendo.
O homem respirou fundo, sem desviar os olhos do distante, e eu com
cuidado, tentava enfiar minha mão pela cintura de sua bermuda, sentindo seus
pelos roçando meus dedos.
— Se descobriram não sei seu Natanael. Mas... — ele me percebeu agachar
ao seu lado, afoito para conseguir abrir sua bermuda. Engoliu em seco,
trêmulo — Mas se... se tivessem descoberto... — tornou a engolir em seco
virando-se um pouco para facilitar minha busca — Acho que não teriam me
pedido para trazê-los no outro dia, certo? — Então, olhando por cima da
minha cabeça, e depois lá para a casinha de máquinas, ele me ajudou enfim a
desfazer o botão, e vacilante, puxou a vara para fora, balançando um instante
no relento para enrijecer mais. Eu imediatamente a abocanhei e o pescador
revirou os olhos — Nossa senhora — o ouvi suspirar baixinho enquanto
derretia o sal da cabeça quente e inchada de seu pau, com a minha língua
molhada.
Ficamos em silêncio, apenas ouvindo o ruído do motor e o barco seguir
lentamente pela escuridão. Seu Pedro nada fazia, apenas olhava para todos os
lados, como se alguém pudesse aparecer no meio do mar, e bombando
lentamente, me sentia trabalhar com a saliva.
— O senhor está bem seu Pedro? — questionei após alguns minutos
chupando e ele gaguejou. Neste momento, agachado, eu já havia pinçado
minha vara pela lateral da sunga, e a acariciava enquanto mamava o homem.
— Estou sim seu... seu Natanael. Apenas ouvindo o barulho dos tambores
na praia. O senhor consegue ouvir?
Tornei a afastar minha boca de sua vara. Ela saiu toda melada de saliva.
— Estou sim seu Pedro. Será que é a hora de despachar os barquinhos?
Ele suspirou profundamente quando tornei a enfiá-lo na boca.
— Nossa senhora.
Ele sussurrava baixinho cada vez que eu o sugava com mais intensidade,
então, levando minhas mãos às laterais de seu short, comecei a puxá-lo para
baixo, fazendo ceder por aquelas coxas bronzeadas e peludas, até passar pelas
panturrilhas e chegar aos pés. Seu Pedro pôde sentir a brisa marinha beijar-lhe
a bunda de pescador, e agora de olhos fechados, evitando olhar para baixo, não
me percebeu retirar minha sunga. Agora, os dois homens naquele barquinho
estavam apenas de camiseta, desnudou da cintura para baixo.
Eu ergui-me e seu Pedro abriu os olhos. Nossas varas ficaram bem perto, e
eu, cuspindo na mão, aproximei meu corpo do dele, e só então ele abaixou os
olhos observando-me masturbar as duas ao mesmo tempo, fazendo uma roçar
na outra, com minha mão grossa. Resolvi então apelar.
— Seu Pedro. Sua esposa não vai achar ruim de chegarmos tarde à praia?
Ele respirou fundo, e me acompanhou para a lateral do barco, olhando
para a praia iluminada. Seguia às minhas costas, e eu, molhando a mão de
saliva, umedecia a parte interna da minha bunda.
— Ela já está acostumada seu Natanael. O mar é algo imprevisível — ele
disse-me se encaixando no momento em que apoiei a barriga sobre a lateral do
barco, e empinei a bunda em sua direção. Pude sentir o pescador pincelando
sua vara no meio dela, e ajeitando-se sobre aquela maciez, começou a roçar a
cabeça rosada em busca da entradinha. A pica do seu Pedro era quente e cheia
de veias.
— Que bom seu Pedro — eu disse sentindo a ponta de seu membro roçar
minha musculatura — Isso é muito bom.
— É sim seu Natanael — ele resfolegava tentando me alargar com os
dedos — É muito bom. Muito bom mesmo.
Eu me empinava um pouquinho mais sobre a amurada do barquinho, e
olhando para a praia, levava minhas mãos às minhas nádegas, abrindo-as mais
para que ele encontrasse o orifício. E então, piscando, relaxei para que no seu
nervosismo ele conseguisse entrar.
A cabeça penetrou umedecida pela saliva, então, guiando a base da vara
com a mão, seu Pedro enfim começou a encaixar. Agora, depois de já haver
me penetrado, iniciou o vai e vem aflito, respirando fundo, sussurrando
baixinho.
“Engole meu pau peixinho, Engole meu pau.” — Eu o ouvia retrucar enquanto
meu orifício engolia sua vara, exibia um sorrisinho revirando os olhos, porque
a vara do pescador era larga, porém agradável de acolher, o que facilitava a
penetração. Então senti quando ele tirou a mão da base, e apoiou as duas no
peitoril do barco, imprensando-me contra a madeira, de forma firme.
Mordendo os lábios, sentia a deliciosa sensação das estocadas firmes dele, e
me empinava mais, deixando que seu Pedro sentisse toda a maciez da minha
bunda, praticamente empalada por sua vara. — “Isso peixinho, isso peixinho,
engole, engole”.
Seu Pedro começou a bombar mais veloz, e enquanto o fazia, eu sentia
minha barriga amassar contra a madeira do barco. Ele ficou a meter, meter,
meter, e então, quando percebi que respirava bastante ofegante, percebi seu
caldo quente descer por minhas coxas, lambuzando os pelos das minhas
pernas, até as panturrilhas. Então, afastando-me um pouco da amurada, ainda
com ele fincado a socar um pouquinho mais, pus-me a bater uma punheta
rápida, e de tão excitado, esguichei na madeira e alguns pingos caíram no mar.
Fui diminuindo o ritmo vagarosamente conforme o pau amolecia, e sorri
aliviado por toda a tara daquele dia ter sido enfim descarregada.
Seu Pedro então tirou a vara do meu orifício e virando-se a balança-la no
relento para que o restante de porra saísse, passou a procurar o short perdido
no escuro. O primeiro tecido que pegou foi a minha sunga, que devolveu-me e
em seguida achou sua vestimenta, que trajou. Eu terminava de ajeitar meu pau
mole quando ele retrucou seguindo para o leme.
— Bom seu Natanael. Acho que é bom tentar ir um pouquinho mais
rápido né? Para ver se chegamos mais cedo na praia.
Eu sorri e caminhando até a mochila, peguei a máquina fotográfica. Na
frente do barco, próximo ao lampião, ele mexia em alguns botões e então senti
quando a velocidade aumentou um pouco, e agora, aproximando-se outra vez,
eu tive de pedir.
— Seu Pedro. Não me leve a mal, mas, o senhor se importaria se eu
guardasse uma recordação?
Ele olhou-me envergonhado, sem compreender, e então indiquei a região
entre suas pernas. Respirando fundo, observando a praia se aproximar, ele me
chamou rapidinho para uma lateral contrária da casinha de máquinas, e ali
abaixou a calça novamente. Num clique com flash eternizei aquela imagem
envolta por pelos escuros.
— Obrigado seu Pedro.
Despedi-me dele assim que o barco atracou e ele o amarrou ao cais. Estava
muito envergonhado.
— Não por isso seu Natanael, e oh, quando retornar a Bahia e quiser
voltar à reserva, pode me procurar. Estarei aqui pronto para levá-lo.
Sorri por sua gentileza e naturalidade, e então, bastante satisfeito, joguei a
mochila nos ombros e tomei meu caminho rumo ao hotel.
Uma história sensível
e excitante
(Amostra Grátis)
AMOSTRA
Toque-me, Por favor
Capítulo 1

IAGO

“38 graus” destacava o repórter do noticiário local. Seria um dos dias mais quentes do
ano na região centro-oeste. Goiânia iria ferver naquele início de primavera e quem saísse
de casa deveria carregar consigo garrafinhas de água e procurar manter-se afastado dos
raios do sol. Era isso, ou correr o risco de pegar algo a mais que um bronzeado maneiro,
uma insolação talvez.
O rapaz acordara estressado, mas não por culpa do clima abafado ou do despertador
que apitou às sete horas. Desta vez fora a indiscrição da mãe, que mais uma vez insistira
em entrar no quarto sem se fazer anunciar. Ora, será que a mulher não compreendia que
ele havia se tornado um homem? Que há muito deixara de ser o garotinho que precisava
ser acordado para ir à escola? Por que não podia simplesmente dar-lhe espaço? Bater de
vez em quando? Chamar pelo lado de fora antes de invadir?
Iago tinha dezenove anos. Claro, olhos escuros, estatura mediana, cabelos castanhos
alourados. Estava distante em seus pensamentos, ouvindo os ruídos que vinham da
televisão lá na sala, enquanto deslizava as mãos pelo corpo, imerso em seu prazer solitário.
Ele estava quase no ápice, apertando os mamilos entre os dedos, massageando os
pentelhos dourados, sentindo prazer ao pensar naquele Deus de braços torneados.
A mãe tinha mesmo que interrompê-lo no exato instante de maior excitação? Logo no
momento em que o instrutor abaixava o elástico da sunga e exibia o membro endurecido,
colocando a cabeça rosada tão próxima à sua boca, que chegava a salivar desejando sentir
a textura?
Não houve como sustentar aquela imagem erótica, ele virou-se de supetão quando a
porta rangeu, e de costas tentou controlar a respiração e disfarçar o ofegar.
— Iago?! — Ela disse seguindo diretamente para a janela onde puxou as persianas e
permitiu que o ar fresco invadisse o ambiente abafado — você vai se atrasar —
murmurou olhando ao redor, onde várias roupas estavam jogadas pelo chão. Em seguida
a senhora caminhou ao guarda-roupas e de uma das gavetas retirou o uniforme azul da
instituição, jogando-o sobre a cama — Precisa de ajuda? — Ela completou observando o
filho fazer ceninha para não se levantar.
— Me deixa quieto mãe — murmurou com a cabeça por debaixo do travesseiro —
Não quero ir hoje — não só estava estressado como também depressivo naquela manhã.
— Nada disso Iago. Levante-se agora mesmo — Ela reclamou voltando à porta —
Você sabe muito bem que não são todos que conseguem uma vaga. E certamente darão
por sua falta — Saiu fechando o quarto, para dar liberdade ao garoto que deveria se
arrumar.
Sem alternativas, Iago tornou a se virar na cama. De barriga para cima ficou a encarar
o teto, pensando na vida, pensando no pior que a vida lhe oferecera. Ele, um garoto de
dezenove anos, nunca havia namorado, nunca havia sequer beijado na boca, e por mais
que o corpo pedisse, sabia que nunca perderia a virgindade. Afinal, quem iria querer
transar com um cara como ele? “quebrado”? Um cara “incompleto”?
Sentou-se na cama utilizando a força dos braços para se erguer. Aquilo virara rotina.
No colchão havia as marcas dos locais onde sempre apoiava os punhos antes de puxar o
peso do corpo. Iago tinha uma deficiência, ele era paraplégico. Não nascera especial, ficara
assim após um acidente de carro aos seis anos, desde então nunca mais andou. Perdera
por completo o movimento da cintura para baixo.
Ele ajeitou-se na cama e puxou o lençol para o lado, revelando o restante do corpo
seminu. Não dormia de camiseta, e a clara pele do peitoral seguia com igual tonalidade
rosada para alem da barriga, cintura e coxas. Ele não era um fã do sol.
Deslizando a mão pelo pescoço onde havia uma correntinha dourada, conduziu-a
através do peitoral, tórax, e olhando para a porta fechada, penetrou para dentro do
elástico da samba-canção branca. Como a mãe permanecia distante, a cantarolar na
cozinha, forçou a roupa íntima com os dedos e ficou a observar os pentelhos, o saco
cheio de curvinhas e o membro amolecido que ainda a pouco conseguira enrijecer.
Aquilo sempre acontecia por alguns instantes, quando concentrava os pensamentos
“Nele”, o instrutor da hidroterapia. Era mais velho, oito anos talvez. Tinha as costas largas
e braços delineados, um pele hidratada com algumas raras sardas amarelas nos ombros,
peitoral definido combinando com a barriga lisa e as coxas tonificadas, e que coxas eram
aquelas. Porém, o melhor de Danilo ficava oculto sob o short. Quando ele o removia para
o início das sessões na piscina, exibia sob a sunga um notável volume posicionado de
lado, volume do qual por várias vezes Iago precisou desviar os olhos, a fim de que não
percebesse a tara em sua reação.
Iago tornou a expirar meneando a cabeça. Precisava cessar os pensamentos. Eles eram
muito bons, mas se continuasse com as fantasias, acabaria por ser novamente
surpreendido pela mãe.
Após vestir a cueca limpa, passou o desodorante pego na mesinha de cabeceira e
esticou o corpo puxando o uniforme que a senhora deixara na extremidade inferior do
colchão. Vestiu o short sem muita dificuldade e a camiseta veio a seguir. Então, como
rotineiramente, Iago puxou as pernas para fora da cama, apoiou o tórax sobre elas e
calçou os tênis brancos cujo solado nunca fora desgastado. Agora, quinze minutos depois
de supostamente o haver acordado, a mãe retornava ao quarto, porém desta vez bateu
antes de entrar. Foi necessário apenas auxiliá-lo com os livros que pegara sobre a
escrivaninha, Iago por conta própria já havia se acomodado na cadeira de rodas e
organizava a mochila em silêncio.
— Seu pai telefonou esta manhã — a mãe disse conduzindo a cadeira até a cozinha.
O rapaz permanecia silencioso, não queria conversar — Provavelmente vem nos ver na
próxima semana — completou sorridente ao acomodá-lo no espaço vazio da mesa.
Assim era todo o apartamento no primeiro andar. Adaptado. Os pais procuraram
manter os espaços organizados de forma a não fazê-lo sentir-se limitado dentro da
própria casa. Desta forma, o piso era liso sem desníveis, na sala, ao invés de sofás,
poltronas estampadas deixavam um amplo espaço para o trajeto da cadeira de rodas. No
corredor não havia mesinhas de canto, porém, vários quadros de família enfeitavam as
paredes, assim como elegantes luminárias que pendiam no teto. Já na cozinha, a mesa de
três cadeiras (eram quatro, porém uma fora removida a fim de deixar-lhe o espaço
reservado) era de mármore redondo para que na pressa (acordar atrasado era
característico do rapaz) não esbarrasse na quina e acabasse por se machucar.
Iago percebia aquilo, o cuidado que os pais tinham com ele. Era bastante grato, tudo
estava ao seu alcance, e dentro de casa se sentia a vontade. A mãe matinha um cesto cheio
de frutas frescas sobre a mesa, pacotes de salgadinho, biscoitos, panificados e outras
bobagens guardava na parte baixa do armário, e na geladeira, garrafinhas de água e suco
sempre no compartimento inferior da porta. Iago era bastante mimado, todavia, mesmo
com todos os paparicos, vez em quando ele acordava assim, irritado com tudo e todos.
Queria algo mais, algo que os pais não podiam lhe oferecer. Havia passado toda a
adolescência com desejos reprimidos. Concluído o ensino médio e começado o cursinho
pré-vestibular observando os garotos “normais” iniciarem e terminarem namoros, depois
reatarem para tornar a terminar e então superar, mas ele não, ele mantinha-se sempre do
mesmo jeito, como amigo, apenas amigo de todos.
Não queria ser visto daquele jeito, como o coitadinho da cadeira de rodas, não queria
que sentissem pena, e sim que o tratassem por igual. Queria flertar, beijar na boca, queria
ao menos uma vez sentir as reais sensações conferidas pelos toques salientes, pelos
pedidos indecentes. Como todo rapaz com os hormônios em ebulição Iago queria
experimentar o corpo, ele queria ficar com outra pessoa, ele queria sentir outro garoto.

DANILO

O instrutor acordou cedo e espreguiçou os braços ouvindo as juntas estalar. Lá fora o


nascer do sol pintava as nuvens com uma forte tonalidade alaranjada, combinando
perfeitamente com o clima abafado da capital goiana. Da janela de seu apartamento,
Danilo observou a paisagem urbana acinzentada, os vários prédios com fachadas
pichadas, os ônibus que seguiam seu percurso pela avenida reta e as pessoas apressadas
que caminhavam em direção aos locais de trabalho, era segunda-feira. Lembrou-se do
interior ao observar a árvore que havia frente ao prédio, de quando acordava cedo, mas ao
invés de concreto e poluição, era recepcionado pelo verde da fazenda e o cantarolar dos
pássaros. Aquela imagem, porém, ficara para trás. Já havia o quê? Seis, sete anos? Não se
lembrava muito bem, o certo é que deixara o interior para cursar a faculdade de
fisioterapia e acabara firmando residência ali mesmo, onde fora contratado pela instituição
na qual fizera o estágio obrigatório da graduação.
Danilo caminhou pelo apartamento desviando-se das roupas espalhadas pelo chão. Na
mesinha de centro, livros da anatomia estavam abertos e misturavam-se com canetas,
anotações, embalagens de sanduíche e CDs de duplas famosas. Havia ainda, no meio da
bagunça, algumas latinhas vazias de cerveja apoiadas ao pé da mesinha sobre o tapete.
Foram nelas que o rapaz acabou por tropeçar quando passou apressado em direção à
cômoda.
Ele estava com o peitoral desnudo, seus mamilos marrons claros combinavam com o
relevo da musculatura dourada, que ele cobriu ao vestir uma camiseta regata que deslizou
pelo tórax. Ajeitando a cueca que estava torta, Danilo inclinou-se vestindo o short
esportivo que ergueu num rápido movimento até a cintura. Jogou a mochila sobre a cama,
ajeitou alguns livros e sentou-se entre os lençóis ouvindo a madeira ranger. Na cabeceira,
apanhou o relógio que fechou ao redor do pulso, então observando o reflexo de seus
olhos cor de mel, programou o contador digital para que acompanhasse as batidas do
coração, puxando em seguida os tênis, os quais calçou sem meias. Instante depois, o rapaz
estaria deixando a portaria do prédio com a mochila nas costas e um pacote de biscoitos
nas mãos, correndo vagarosamente pela avenida sombreada, exibindo o porte atlético,
enquanto fazia sua corrida matinal.

Ele virou em uma esquina, o sol já raiva acima dos prédios. Acompanhou vários
transeuntes que atravessavam a faixa de pedestres e não interrompeu o aquecer das
pernas. Estava ofegante, olhava vez por outra para o relógio cronometrando o tempo do
exercício, e na nuca, o suor já umedecera o pescoço ensopando também a regata que
grudava ao corpo. Passou pela banca de jornais e acenou para o velhinho que organizava
os tabloides da manhã, não observara direito do que se tratavam as fofocas, mas pela
imagem estampando os noticiários, a manchete do dia era algo relacionado à política,
assunto que vinha ocupando todos os telejornais ultimamente.
Fez outra curva, passou por uma linda garota loira de cabelos longos, que como ele,
vinha correndo do sentido oposto, praticando o mesmo aquecimento. Ela usava legging
rosa combinando com a blusinha regata verde clara, destaque para os seios arredondados.
Respirando fundo, Danilo não resistiu dar uma boa olhadela acompanhando os passos da
garota, que passara sem o notar. Ela usava óculos escuros, a seu exemplo, e ajeitava os
fones de ouvido enquanto tomava um gole da água mineral que comprara de um
vendedor ambulante qualquer. Ao voltar a conferir o tempo em seu relógio, Danilo por
pouco não esbarrou com um senhor que vinha do supermercado, trazendo duas sacolas
em mãos. Desculpou-se sem interromper o movimento de caminhada, mas o velhote
preferiu ficar para trás, parado a resmungar sobre o quanto essa juventude era desatenta.
“Queria ele ter a minha juventude para entender o motivo da desatenção”. Danilo exibiu um
sorrisinho zombeteiro, mas não com grosseria. Respeito aos mais velhos fora um
princípio que os pais o ensinaram na infância.
Por fim fez uma nova curva seguindo rente á extensão gradeada à direita da avenida.
Interrompeu a caminhada com o sol das oito sobre a cabeça, e os óculos escuros
incomodando ao escorregar pelo nariz pontilhado de suor. Tirou a mochila e jogou no
canto do muro, ficou parado à sombra das árvores retomando o fôlego, inclinado com as
mãos sobre os joelhos, a observar com dificuldade as numerações expostas no visor do
relógio. Ao que parecia, as batidas do coração estavam normais, e naquela manhã, fizera o
percurso em igual período. Por fim, Danilo ergueu o tórax secando a testa, observou o
movimento de estudantes entrando pelos portões à frente, e respirando fundo, ajeitou-se
e seguiu o seu trajeto.

IAGO

Aquele extenso edifício era o famoso IAPNE (Instituto de Apoio a Portadores de


Necessidades Especiais). Ele tomava todo o quarteirão e era completamente cercado por
jardins. Conseguir uma vaga no lugar era algo bastante concorrido, e um emprego então,
presente a não recusar. O IAPNE estava classificado como uma das melhores instituições
do país, chegando a ser reconhecida internacionalmente pelo trabalho de apoio e
incentivo a deficientes físicos. Por ano, atendia a mais de dois mil estudantes, conferindo-
lhes gratuitamente tratamentos terapêuticos, cursos profissionalizantes, e preparatórios,
alguns sendo encaminhados direto ao mercado de trabalho após a obtenção do diploma.
Iago observava a fachada do lugar de dentro do veículo parado frente aos portões de
acesso. Ele expirava baixinho, sem querer sair para um novo dia. Se pudesse escolher, teria
ficado em casa com o ventilador ligado ao máximo, apenas de short a assistir qualquer
coisa que passasse na televisão. Sabia, porém, que a mãe não conseguiria trabalhar com os
pensamentos no filho paraplégico que deixara sozinho, e apenas por causa dela, ir ao
instituto valeria o sacrifício.
Ajeitando as roupas, ele a observou deixar a poltrona do motorista e abrir a porta
traseira onde estava. Como costumeiro, não demorou a que um dos auxiliares se
aproximasse oferecendo ajuda para dar suporte ao cadeirante. A mãe não hesitou diante
da gentileza, abriu caminho, e Iago sentiu-se a criatura mais incapaz da terra ao ser
tomado nos braços dele, e apoiado na cadeira de rodas posicionada logo ao lado. Aquele
funcionário certamente era novato, Iago estudava ali há pelo menos seis meses e
reconhecia muito bem todos os auxiliares que ajudavam mães e filhos paraplégicos.
Deveria tê-lo agradecido pela gentileza, mas, manteve-se em silêncio, sentindo o sol
incomodar os olhos, deixando o gesto por conta da mãe.
— Quer que eu o acompanhe querido? — ele entregou-lhe a mochila e virando-se
agradeceu ao rapaz, que neste momento, deixava os dois para auxiliar outra família que
acabara de estacionar.
— Não precisa mãe — Iago respondeu sem emoção e manobrou a cadeira para o
centro da calçada.
— Tem certeza que vai ficar bem? — ela questionou vendo-o ajeitar os cabelos que
caíam por sobre o rosto. Para alívio de ambos, uma agradável brisa começara a soprar
chacoalhando as árvores e agitando as roupas de tecido leve.
— Vou ficar ótimo — despediu-se ajeitando a mochila sobre o colo.
— Então, voltamos a nos ver a noite, okay? — ela falou exibindo um sorrisinho, e o
observou seguir pela calçada em direção à rampa. Não entrou no carro enquanto ele
permaneceu fora do prédio.
Iago seguia de costas para ela, mas não era bobo, percebeu quando o porteiro exibiu
um aceno ainda de longe, e se até aquele momento o homenzinho não houvera percebido
seu mau humor, certamente ficara ciente agora, que a mãe pedia por sinais para que
ficasse de olho no filho.
— Bom dia Iago, como está se sentindo hoje? — ele olhou para o rapaz quando se
aproximou. Era um senhor negro gordinho, com um espesso bigode escuro e bem
aparado. Sorrindo, ficou a fitá-lo. Apesar de ser baixinho, qualquer um se tornava maior
que Iago, sempre sentado em sua cadeira, sempre a altura da cintura de todos.
— Vou bem, obrigado senhor Francisco. — Ele já o conhecia, respondeu sem
emoção, e então resolveu questionar — Você sabe se algum dos professores faltou esta
manhã? Digo, os do cursinho pré-vestibular?
— Acredito que não meu amigo. Quando passei pelo estacionamento vi todos os
carros nas vagas. Para que uma aula seja suspensa esta manhã, só se algum deles passar
mal ou for dispensado de última hora — sorriu e de reflexo virou-se a cumprimentar
outro garoto que acabara de chegar em companhia do pai. Este, porém, com uma
deficiência completamente diferente a de Iago.
— Okay. Muito obrigado — o rapaz agradeceu baixinho e ele sequer ouviu.
Colocando força nos braços para deslizar a cadeira pelo largo corredor de linóleo,
observou os vários estudantes transitando por ali. Sentiu vontade de enfiar a cabeça
dentro da mochila, mas isso seria no mínimo patético. A maioria dos colegas tinha um
largo sorriso no rosto, felizes por se reencontrar após o feriado prolongado, porém ele,
ele continuava na fossa que começara já há algumas semanas, ou pelo menos depressivo,
até aquele momento.
Prosseguiu deslizando sua cadeira, desviando-se de outros cadeirantes acompanhados
pelos pais. Quando fez uma curva mais a frente, para a ala dos cursos preparatórios, de
supetão sentiu o coração dar um baque. Alem dos vários estudantes especiais que passava
por ali, uma silhueta conhecida chamou sua atenção, parada alguns metros mais a frente.
Ele estava de costas, trajando a roupa esportiva com a qual sempre chegava ao prédio
matinalmente.
O instrutor Danilo conversava com uma das funcionárias novatas, movia-se
alegremente gesticulando os braços fortes, torneados, deixando a camiseta regata toda
franzida na curva dorsal. O quadril do instrutor era tão perfeitinho, másculo. Ficava em
maior destaque devido ao tecido do short, que não cobria toda a perna, deixando as coxas
expostas um palmo acima do joelho. Ele era lindo, seu sorriso era lindo, seu jeitão de
moleque, envolvente. Saber que naquela tarde teria exercícios com o rapaz fora o
suficiente para animá-lo um pouco, ainda que se sentisse inapropriado pelas limitações do
corpo.
Parado a observá-lo, Iago não sabia como proceder. Seguir em frente estava fora de
questão, não queria ser visto com a péssima aparência por não ter dormido direito. Afinal,
o que Danilo pensaria? Que Iago era um rapaz depressivo? Irritado com a própria vida?
Sentiu-se embaraçado quando teve os pensamentos roubados por colegas que se
aproximaram pedindo para que abrisse espaço a fim de que pudessem atravessar com as
cadeiras. Ele manobrou para a lateral, estacionando perto de um bebedouro, liberou o
caminho.
Agora que os dois passaram, ele voltou a observar o instrutor. Danilo cumprimentava
a colega com um beijo na bochecha, e sem olhar para trás, seguia seu caminho jogando a
mochila nas costas. Imediatamente Iago respirou fundo se recompondo, tornou a
manobrar de volta ao centro do corredor, e colocando força nos braços para girar as
rodas, observou a sombra da cadeira projetada nas paredes. Ele passou pela funcionária
novata que afixava no mural um cartaz sobre prevenção ao câncer de mama, fingiu não
repará-la, e seguindo os demais, virou à esquerda do trevo no fim do corredor.

DANILO

Danilo respirava fundo quando se aproximou do banheiro na ala esportiva. O


membro chegava a latejar quando enfim fechou a porta do reservado e o puxou para fora,
ouvindo em seguida o jato de urina tocar o sanitário. Ele olhava para o teto esboçando um
sorriso pelo conforto e boa sensação. Era um alívio, um verdadeiro alívio poder sentir a
bexiga se esvaziar vagarosamente enquanto o membro pulsava envolto por sua mão. Ele
estava segurando a vontade desde que saíra de casa. Tomara muita água no percurso ao
IAPNE e o líquido fora filtrado rapidamente. Ainda com um sorriso, ele fitava as
lâmpadas fluorescentes sobre a cabeça, sentindo as últimas gotinhas respingar levemente,
então, abaixando os olhos, balançou o membro e tornou a guardá-lo dentro do short.
“Urina branca” — ele pensou antes de dar descarga — isto era um bom sinal e
significava que estava bem hidratado como os médicos recomendavam. Pressionando a
válvula de pressão, dera de costas saindo para o átrio do banheiro. Estava sozinho, e assim
caminhou tranquilamente até o espaço onde ficavam os vários armários de ferro, abrindo
um dos cadeados para guardar ali a mochila que trouxera. De dentro dela pegou uma
sunga limpa, short e a camiseta com a logomarca da instituição, só então, sua toalha
felpuda, dirigindo-se outra vez para um dos reservados destinados aos chuveiros, que ele
ligou sentindo o respingar frio sobre o corpo.
Os pensamentos de Danilo estavam distantes enquanto ensaboava os cabelos.
Lembrava-se que tinha um trabalho para entregar naquela noite, no cursinho de
aperfeiçoamento, e que deixara a conclusão por transcrever, devido ao sono que o
envolvera. Aproveitaria o horário do almoço para aquilo, trouxera tudo na mochila,
precisava economizar tempo.
A água fria escorria por suas curvas lavando todo o suor do exercício. Os cabelos
perfeitamente aparados lambiam sua testa seguindo o curso da água, e ali mesmo, ele
aproveitava para fazer os primeiros aquecimentos. Movia os ombros em sentidos
circulares, em seguida fazia o mesmo com o pescoço que estalara. Flexionava os joelhos,
observando os pelos finos das pernas, penteados pela umidade do banho.
Sua vida estava uma correria nos últimos meses, a especialização estava consumindo
todo seu tempo, e a carga de trabalho no instituto não estava nada flexível.
Passado alguns minutos, o instrutor desligou a ducha e tomou a toalha, secando o
peitoral com ela. Era forte, com uma bela divisão. Secou ainda os cabelos, o rosto, os
braços e vestiu a camiseta. A sunga azul veio logo a seguir, e teve um cuidado especial ao
posicionar o membro, pois não gostar de colocá-lo com a cabeça apontada para o chão.
Achava esteticamente feio, portanto deixava de ladinho, tocando a lateral da virilha. Ele
vestiu o short azul, colocou a toalha ao redor do pescoço e abrindo a portinha, seguiu
pelo átrio de cerâmicas esbranquiçadas, observando seu reflexo nas paredes até deixar o
banheiro, para uma nova manhã de atividades na água.

IAGO

As horas pareciam passar vagarosamente, e ele sequer as percebia. O professor


explicava a matéria, mas ele nada conseguia acompanhar. Estava com os pensamentos
distantes, fitando o vai e vem pelo corredor, enquanto respirava sofregamente, com a
cabeça apoiada sobre o punho. Iago chegara atrasado, estivera outra vez escravizado
naquele banheiro da ala esportiva. Já fazia isto há algum tempo, esconder-se no reservado
frente às duchas, para espionar os movimentos do instrutor pelo banheiro. Mesmo
perdendo os primeiros momentos do período, conservava a esperança de um dia poder
pegá-lo desprevenido, de uma hora ou outra presenciar Danilo abrindo a porta após o
banho, e seu corpo nu despontar à sua frente, do jeitinho em que viera ao mundo.
O coração palpitava estranhamente só de imaginar. Um nó formava-se na garganta e
fazia a respiração sair devagar. Não conseguia se concentrar em nada mais, em ninguém
mais, a não ser na adrenalina de suas espionagens, cada vez mais arriscadas. No princípio,
três meses antes quando começara os exercícios com ele, pensara ser apenas tesão, como
sentia por outros professores com os quais convivia diariamente e que também estivera a
espionar. Entretanto, com Danilo a fixação estava demorando a passar, em relação a ele
parecia ser diferente. Pensar no instrutor fazia a boca umedecer, os pelos dos braços
arrepiarem, e um calor especial envolver ao redor do pescoço. Toda vez que estava em sua
companhia, dentro da piscina, sentia-se alguém especial, e se o rapaz tocava-lhe de forma
mais doce, era como se o mundo deixasse de existir, e restassem apenas os dois naquele
infinito.

Iago resfolegou e fechou os cadernos no momento em que o sinal soou. O horário


dos estudos matinais chegara ao fim, e a exemplo dos demais colegas, girara a cadeira para
o espaçoso corredor, aguardando um instante mais pela chegada do amigo que tinha igual
deficiência. Caio era seu nome, eles dividiam a mesa durante as aulas, e sempre estavam
juntos. Somente o garoto agitado para suportá-lo naqueles dias de poucos amigos.
Caio era mais gordinho que Iago, e sob o nariz miúdo, usava um óculos de lentes
bastante grossas que deixava-lhe com os olhos bem pequenos. Ele não parava de tagarelar,
o tempo todo falando e sorrindo, e agora, chegando à entrada do refeitório, prosseguia
em seu relato sobre as aventuras do fim de semana.
— Eu particularmente estava torcendo para que ele estivesse no filme — o garoto
murmurava enquanto procurava uma mesa vaga — Acho uma tamanha falta de noção
montar um esquadrão de super-heróis e ignorar o homem aranha — dizia zombeteiro
enquanto girava sua cadeira para um espaço logo ali, e então, percebendo a apatia do
parceiro, precisou chamar-lhe a atenção — Ei? Iago?! Você está legal cara?
— E por que eu não estaria Caio? — Iago meneou a cabeça olhando o movimento,
ainda esmorecido. Então, percebendo o colega ajeitar os óculos uma vez mais, precisou se
desculpar, reclinando a cabeça, pôs-se a ajeitar os materiais na mochila — Só não acordei
muito animado.
— E quando acorda? — O colega zombou dando-lhe um leve encontrão no braço,
mas então, com a aproximação da merendeira, voltou a explicar-lhe sobre o tal filme.
Enquanto ele falava, Iago observava a mulher servi-los o cardápio do dia. Ele olhava
para a refeição sem muito interesse, diferente de Caio que já estava a atacar a bandeja. O
amigo não fechava a boca sequer para mastigar, e alheio aos seus resmungos, Iago erguera
os olhos, e avistou nas fileiras mais à frente, a silhueta “especial” reclinada sobre um
caderno espiralado. O instrutor Danilo comia vagarosamente, fazendo pausas a escrever
enquanto mastigava. Os braços expostos pela regata exibiam as curvas notáveis e
bronzeadas sob o brilho do sol que entrava pela janela, a mochila descansava próxima à
parede e ele parecia ignorar ao movimento, com seus fones de ouvido fazendo cessar os
ruídos.
Iago ficou ali, quieto a mastigar mesmo sem ter fome, ouvindo Caio resmungar algo
sobre o Thor, enquanto os olhos fitavam a silhueta envolvente. Ele estava tão lindo, tão
bronzeado. Danilo era tão atencioso, educado. Resfolegou uma vez mais e quase teve um treco
quando de supetão o instrutor erguera os olhos e o fitou. Num reflexo tremulo para
desviar o foco, Iago acabou por se esbarrar no copo de suco de laranja e derramou tudo
sobre a mesa. Teve que se afastar rapidamente a exemplo de Caio, antes que o líquido
escorresse para cima de si, e ficou constrangido quando imediatamente uma auxiliar se
aproximou a secar a bagunça. Ele não sabia como reagir, estava com temor de erguer os
olhos novamente e perceber que Danilo havia presenciado aquele desastre. Alem de ser
“inapropriado” para ele, era totalmente desajeitado.
— Aqui amigo, seque-se com isto — a garota entregou-lhe alguns lenços de papel e
só então Iago percebeu as pernas molhadas pela bebida alaranjada. No chão uma poça
havia se formado, e para sua sorte, o suco não havia caído sobre o short ou na cadeira de
rodas. Umedecera apenas a panturrilha, respingando sobre o tênis, manchando uma parte
da meia — Você quer ajuda? — A garota, que parecia também ser novata, se aproximou
de suas pernas e ele afastou-se girando a cadeira para trás.
— Não precisa — disse com a cara amarrada para ela, e agora, lançando um olhar
para a região onde o instrutor estivera, percebeu que Danilo não havia sequer notado o
que acontecia. O instrutor parecia mais preocupado em concluir suas transcrições antes
que o horário do almoço findasse, e aquilo fez Iago sentir-se duplamente péssimo. Por um
lado fora bom ele não presenciar sua falta de jeito, por outro, triste, já que Danilo não
estivera a repará-lo de esguelha, como vivia a fantasiar.
Agora, tomando os lencinhos das mãos da garota (ela estava bastante sem graça pela
atitude grosseira do rapaz), ele passou a secar as pernas, atento a Caio aproximando-se
pelas costas.
— Iago? — o rapaz fez uma pausa observando-o reclinado — você tem certeza que
está tudo bem cara? — questionou novamente, e aquilo apenas insuflou a falta de
paciência.
— Puta que o pariu Caio — Iago resfolegou erguendo-se de supetão — Eu já disse três
vezes que estou legal, três vezes cara — Praguejou jogando os lenços amassados dentro
da bandeja, e o garoto apenas o encarou constrangido. Então, ainda irritadiço, Iago puxou
a mochila para sobre o colo, e manobrando a cadeira, não se despediu dele, dizendo que
tinha outros compromissos para aquela tarde, que precisava se apressar para não chegar
atrasado. Caio nada mais falou, apenas trocou olhares com a garota auxiliar e se desculpou
pela grosseria do amigo. Pediu-lhe para não levá-lo a sério, explicou-lhe que Iago às vezes
amanhecia assim, chateado com tudo e todos. Desta forma, juntos, observaram a cadeira
sumir ao atravessar as portas afastadas do lugar.

INFORMAÇÕES:
Tamanho: 120 páginas
Capítulos: 9 + Apêndice
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[+18] Contém trechos com descrições eróticas

Desde que começou a estudar no Instituto de Apoio a Portadores de


Necessidades Especiais (IAPNE), Iago vem nutrindo uma intensa atração por
seu instrutor de hidroterapia, Danilo. O rapaz trabalha no instituto há alguns
anos, e neste período, conquistou uma boa posição e nome entre os demais
profissionais do lugar, mas agora, terá a ética posta à prova, quando Iago
começa a passar dos limites em busca de uma atenção especial. No fim, como
Danilo fará para cessar as investidas cada vez mais salientes de seu paciente?
Como Danilo fará para dar um basta nas chantagens de um garoto paraplégico
que não se deixa intimidar por causa de sua deficiência?

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Vol. 3 – Whatsapp do Papai
Vol. 4 – O Garoto de Programa
Vol. 5 – Espionando o Caseiro
Vol. 6 – Playboy
Notas
[←1]
Sangue e Areia é uma telenovela brasileira que foi produzida pela Rede Globo e
exibida originalmente entre 1967 e 1968, com um total de 135 capítulos. Foi a 5ª
“novela das oito” exibida pela emissora e a primeira do gênero a ser integralmente
escrita por Janete Clair. (Fonte: Wikipédia)

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