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PRODUÇÃO TEXTUAL UEMA

TEXTO 1

“No Brasil, não existe racismo!”, afirmou o vice-presidente da República diante do assassinato de um homem negro,
em um supermercado na cidade de Porto Alegre, no dia 19 de novembro de 2020, véspera do Dia da Consciência
Negra. Duas semanas depois, no dia 05 de dezembro de 2020, duas meninas negras foram mortas, na Baixada
Fluminense, no Rio de Janeiro, por uma “bala perdida”. Aquele tipo de bala que só acha os corpos negros para perfurar
e explodir, e, também, do mesmo tipo que sempre encontra corpos negros quando acontece uma batida policial nos
bairros periféricos, vilas e favelas. Alguém já leu alguma notícia sobre duas crianças brancas de classe média que
tenham sido atingidas por uma bala perdida enquanto brincavam na piscina de um condomínio de luxo?

TEXTO 2

As crianças negras são consideradas fora do padrão que privilegia uma concepção universal de infância. Por isso, a sua morte
violenta não choca, não causa indignação social e política! Como bem diz a filósofa Judith Butler, é necessário recuperar a
capacidade HUMANA, de não apenas não “deixar morrer”, mas, de se indignar pela morte do outro, entrar em luto por aqueles
que não conhecemos, por aqueles que não têm os nomes nas mídias. Um luto coletivo, político, que reconhece que todas as vidas
são viáveis e importantes, por isso, devem ser choradas, igualmente. É necessário chorar e se indignar pelas crianças que tiveram
suas vidas ceifadas pelo racismo e pela insegurança pública. Choramos e nos indignamos por todas elas. Um choro político que
mistura dor, indignação, denúncia e resistência. Certamente, a quantidade de crianças vítimas de homicídios, em especial, as
negras, é muito maior do que os dados estatísticos revelam. Falta transparência de informação por parte de vários estados e
municípios, o que impede a análise do panorama nacional. É dever do Estado decretar que todas as Secretarias de Segurança
Pública coletem dados, por faixa-etária, cor/raça e gênero. Essa será uma forma de tornar visível a forma perversa como a infância
e à adolescência negra tem sido tratada.

TEXTO 3

“O racismo estrutural e a discriminação colocam crianças e adolescentes em risco de privação e exclusão que podem durar a vida
toda”, disse a diretora executiva do UNICEF, Catherine Russell. “Isso prejudica todos nós. Proteger os direitos de cada criança –
seja ela quem for, venha de onde vier – é o caminho mais seguro para construir um mundo mais pacífico, próspero e justo para
todos”.

Com base na leitura dos textos, escreva um texto dissertativo-argumentativo, com clareza e argumentação
pertinente, em prosa, de, no mínimo, 15 linhas, acerca do tema

INFÂNCIAS PERDIDAS FRUTO DO RACISMO

Redação/ Gramática/Atualidades
Contatos: (99) 98234-1972/ 98115-0223

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