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CASADA COM O CHEFE

ANNIE J. ROSE
Copyright © 2022 por Annie J. Rose
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Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida de qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico
ou mecânico, incluindo sistemas de armazenamento e recuperação de informações, sem permissão
escrita do autor, exceto para o uso de breves citações em uma resenha de livro.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, empresas, lugares, eventos e incidentes são produtos
da imaginação do autor ou utilizados de forma fictícia. Qualquer semelhança com pessoas reais,
vivas ou mortas, ou eventos reais é pura coincidência. A seguinte história contém temas maduros,
linguagem forte e situações sexuais. É destinada apenas a leitores maduros.
Todos os personagens têm mais de 18 anos de idade e todos os atos sexuais são consensuais.

Created with Vellum


CONTENTS

Descrição
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Epilogue
F de falso casamento (Amostra)
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Sobre a autora
DESCRIÇÃO

E se eu me casasse com meu chefe...


Com quem também já tive um caso e que é também o pai do meu bebê?

Drew e eu éramos de dois mundos diferentes,


Mas por uma semana feliz na faculdade,
Nós experimentamos uma paixão que apenas dois amantes verdadeiros
poderiam sentir.
E aí acabou.
Mal.

Agora, seis anos depois, eu estou do outro lado do país,


E o vejo do outro lado de uma sala lotada.
Foi o acaso, eu digo a mim mesma. Eu apenas imaginei isso.
São Francisco é uma cidade grande. Eu nunca mais vou vê-lo novamente...
Certo?

Até que eu entro na entrevista mais importante da minha vida.


E fico cara a cara com o meu novo chefe.
Mas esta pode ser uma situação duplamente vantajosa.
Eu preciso que ele me ajude a conseguir meu emprego dos sonhos.
E pedir a ele para fingir ser meu marido é minha única opção.
Mas o que acontece quando fingir me faz desejar a coisa real?

E se ele descobrir mais sobre o que aconteceu enquanto eu estive


longe...
Será que ele é capaz de lidar com ser um marido falso e um pai de
verdade?
CAPÍTULO 1
DREW - SEIS ANOS ATRÁS

E u permaneci do lado de fora do auditório por muito tempo após o


término da minha entrevista. Todo os demais que estavam passando pelo
processo de passagem para o estágio estavam saindo de lá o mais rápido
que podiam sem olhar para trás. Correr para fora do auditório
provavelmente não daria uma boa impressão sobre o profissionalismo
deles. Aquilo não os impedia de querer fugir da tensão e do stress dessa
etapa do processo, todavia. Aquilo já havia sido muito longo e
desafiador. Todos os interessados no prestigioso estágio submeteram
primeiro uma candidatura inicial para diminuir o número de
candidatos. Aqueles que sobreviveram tiveram que preencher uma nova
candidatura, muito mais extensa para filtrar consideravelmente a quantidade
de potenciais estagiários.
A partir dali, só iria ficar mais difícil. Como declarado, as entrevistas
daquele dia eram a última etapa do processo. O punhado de candidatos que
ainda permaneciam depois de todas as outras etapas do processo vieram
para o auditório para encarar o painel. Não apenas uma entrevista normal
onde nos sentamos em uma escrivaninha ou uma mesa de conferência de
frente para o gerente de contratações e passamos por um conjunto de
perguntas esperadas. Não uma conversa para a qual podemos ser treinados e
passamos com uma sensação de sermos capazes de impressionar a pessoa
falando conosco.
Isso não era algo desse tipo. Tudo o que eles disseram para nós que
conseguimos chegar à última rodada era para estarmos prontos para as
perguntas vindas de mais de uma pessoa, e para nos vestirmos de
acordo. Aquilo era um daqueles avisos que eu sempre estive surpreso de
ouvir toda vez que me preparava para uma entrevista, competição de
discursos ou outro evento que pudesse de alguma forma simular o mundo
profissional da verdadeira idade adulta. Eu por vezes ficava na defensiva a
respeito disso, querendo defender todos os outros estudantes universitários
que estavam sendo tratados como crianças incapazes de vestirem para outra
coisa além de um evento diário casual.
Então eu testemunhei os alunos universitários agindo como crianças
incapazes de se vestirem para outra coisa além de um evento casual diário.
Eles chegavam de mini saias e camisas de botão dentrodecalças
jeans. E foi por isso que eu estava preparado quando entrei no auditório
naquela manhã para minha entrevista e vi duas fileiras de assentos
preenchidos com rostos carrancudos em vários tons de cinza e azul
escuro. Aquela não seria uma situação onde os candidatos estão sentados e
escondendo quaisquer sinal de nervosismo. Tínhamos que sair no palco
negro escurecido, com exceção de um poço de iluminação na frente, e ficar
de pé em frente ao microfone. O estreito suporte de metal era tudo que
estava em nossa frente. Não havia onde se esconder.
Era o necessário para fazer alguns dos candidatos desmoronarem antes
mesmo que eles passassem por todas as perguntas. As pessoas alinhadas em
duas fileiras através do corredor nos enchiam de perguntas, às vezes mal
esperando para ouvir as respostas antes de fazer outra, outras vezes
prolongando o silêncio por tempo demais. Aquelas pausas, ou falta delas,
eram tão importantes quanto às questões para seu processo decisório. Eles
queriam capturar nossas personalidades e habilidade de pensar por nós
mesmos e lidar com a pressão.
Alguns não lidavam bem com isso. Aqueles eram os que pareciam
pálidos e em estado de choque enquanto escapavam do auditório. Outros
pareciam mais confiantes quando saíam, mas ainda assim não olhavam para
trás. Enquanto eu permanecia ali, olhando para a porta, eu me perguntava
como ela estava se saindo.
Asia Humphry. Cabelo todo loiro, curvas assumidas e fogo em sua
alma. Ela era a última dos candidatos a ser chamada para a entrevista e
esteve esperando na rígida e fria sala verde do momento em que demos
entrada muitas horas atrás. Desde a primeira vez que eu a notei, nós
tínhamos sido rivais. Rivais nas notas, nos elogios, em quase tudo. Até
nesse estágio.
Eu o queria. É claro que eu queria, ou eu não teria passado por todas as
rodadas de candidatura e examinação. Teria sido muito mais fácil apenas
procurar por outro estágio para preencher o requerimento e conseguir
facilmente a vaga. Mas esse estágio se destacava perante todas as outras
oportunidades. Era para uma empresa de prestígio, e a pessoa que o
conseguisse teria os contatos e recomendações que o levariam longe após a
faculdade. Ele me levaria a lugares que eu nunca poderia ter imaginado e
me daria um impulso diferente de qualquer outra coisa que minha família
pudesse ter esperado para mim.
Por mais de três anos eu estive edificando a base e me preparando para
este processo. Todos sabiam sobre o estágio, e aqueles que pudessem ter
esperança de se qualificar começaram a preparar os requerimentos e pré-
requisitos cedo em suas carreiras acadêmicas. Durante todo aquele tempo,
eu acompanhei a Asia. Eu havia avaliado sua preparação e me certificado
de que eu estava fazendo mais. Manter o estágio fora de suas mãos me
motivava quase tanto quanto o pensamento de tê-lo para mim. Quanto mais
eu a observava, mais eu percebia que tudo no que ela pensava era em ter o
estágio para si.
Aquilo estava para ser o pico da minha carreira acadêmica. Estava para
ser a recompensa por todo o trabalho duro e tudo que eu havia sacrificado
durante os meus anos de faculdade. Conseguir o estágio significaria que eu
superaria de onde eu vim e teria uma chance em tudo que eu sempre quis
para mim.
Era meu completo foco. Até uma semana atrás quando tudo mudou.
Ir à festa não estava nos meus planos para aquele fim de semana. Eu
iria ficar em casa e estudar como eu sempre fiz, o que deixou meu colega de
quarto, Travis, louco. Ele era muito mais conhecido pelas garotas da
sororidade e pelo circuito de festas do que ele era pelos
livros. Possivelmente até mais do que pelo interior das salas de aula. Ele
conseguiu empurrar a faculdade com a barriga mesmo com uma curtíssima
memória a curto prazo, mas aquilo não iria levá-lo longe. Sua família tinha
um negócio que eles estiveram construindo por gerações, e ele sabia que
teria uma vaga para ele a tempo de ele ter idade o suficiente para descobrir
o que era um trabalho. Se formar era uma formalidade, não uma meta em
sua vida. A faculdade era seu momento de festejar e curtir antes que ele se
juntasse aos trabalhadores da família.
Ele tinha passado uma semana inteira no meu pé, tentando me
convencer a ir à festa com ele. Seus esforços apenas funcionaram algumas
vezes durante todos os nossos anos morando juntos, e ele estava
determinado a fazer tudo que podia para acumular sucessos antes da
formatura. Uma combinação dele me desgastar e um dia de aulas
particularmente insuportáveis uniram forças para me fazer concordar em
ir. Aquela decisão me pôs em um caminho que me levou a ficar aqui de pé
do lado de fora do auditório, esperando para descobrir como Asia se saiu na
entrevista. Não porque eu queria me vangloriar ou ter a certeza de que
finalmente eu tinha me saído melhor que ela. Mas porque eu queria me
certificar de que não tinha.
Quase tão logo quanto havíamos chegado na festa, Travis me deu um
perdido. Eu não esperava muito mais do meu colega de quarto, mas aquilo
me deixou em uma posição de vagar através de um mar de pessoas bêbadas
sozinho. Foi aí que eu encontrei Asia. Ela estava do lado de fora no pátio,
observando através do pequeno quintal com objetos brilhantes
espalhados. Eu me sentei ao lado dela e senti seu olhar passar por mim.
"O que uma garota como você está fazendo em um lugar como
esse?" Eu perguntei.
Ela zombou e balançou sua cabeça.
"Você realmente acabou de usar essa cantada?" Ela perguntou.
Eu encolhi os ombros. "Festas não são meu habitat natural. Minha
coleção de frases de festa não é lá muito extensa."
Foi aí que ela riu. Foi a primeira vez que eu realmente a ouvi rir, e a
curiosidade que eu comecei a sentir por ela se desenvolveu para algo
mais. Conversamos no pátio, então voltamos para dentro. Foi com a
intenção de atacar a mesa da comida, mas de alguma forma, acabamos no
meio da sala onde as pessoas estavam dançando. Seu corpo estava quente e
macio sob minhas mãos. Ela olhou em meus olhos e lambeu seus lábios,
repousando suas mãos em meus ombros e balançando seu quadril contra o
meu. Eu não pude resistir a ela. Ela tinha um sabor doce e quente quando eu
a beijei, seus lábios se partindo e sua língua varrendo contra a minha.
Aquele beijo era apenas o começo. Passamos o resto da festa nos
beijando, mas depois seguimos nossos caminhos separados. Eu estive
fazendo hora desde então. Asia agiu como se pouco tivesse mudado entre
nós na primeira vez que nos vimos após a festa. No decorrer da semana ela
relaxou, e nós fomos de rivais a algo que quase se parecia mais com
amigos. Quase, porque eu queria mais. Eu não podia tentar algo enquanto
nós ainda estivéssemos nos preparando para as entrevistas. Agora não era a
hora. Mas quando acabasse, eu esperava chamar Asia para sair comigo de
verdade.
Quanto mais tempo passávamos juntos, mais eu a via sob uma luz
diferente. Eu percebi o quanto o estágio significava para ela, e
possivelmente o quanto ele não significava para mim. Não que eu não o
quisesse, mas apesar de todo o meu trabalho duro, eu estava em
desvantagem. Eu cresci sabendo que não tinha as mesmas oportunidades e
privilégios que os demais, e que eu teria que trabalhar duro para conseguir
qualquer coisa na vida. Eu observava minha família transformando o que
alguns veriam como perrengue em dedicação e determinação. Eu podia
fazer o mesmo.
Asia merecia o estágio. Ela estudou mais duro que qualquer pessoa
além de mim e nunca se apoiou no privilégio que tinha na vida por causa de
sua família. O estágio não era um meio para um fim para ela. Era algo que
significava alguma coisa para ela, que era profundamente valioso. E eu
sabia que ela deveria ser a pessoa a tê-lo.
Desistir da entrevista não foi uma decisão fácil. Mesmo quando eu saí
para o palco e permaneci de frente ao microfone olhando para o painel, eu
debati comigo mesmo. No fim, eu sabia que eu era realisticamente a única
coisa que estava entre Asia e o estágio e deixei a entrevista escorregar pelos
meus dedos. Ceder significava ter que mudar completamente minha visão
para meu futuro, mas era isso que precisava ser feito. Era a coisa certa.
Quando ela finalmente saiu do auditório, o brilho em seu rosto me
disse que havia funcionado. Eu tentei manter minha expressão mesmo
quando eu caminhava em direção a ela, não querendo que ela soubesse que
eu tinha qualquer ideia do que havia acontecido por trás daquelas escuras e
pesadas portas de metal.
"Ei", ela disse com um sorriso. "Você me esperou."
"Eu disse que esperaria", eu disse. "Como foi lá?"
Ela respirou fundo, seus olhos alargando enquanto ela soltava.
"Muito bem, eu acho", ela me disse.
"Foi?"
"Sim." Ela balançou a cabeça. "Foi intenso, mas estou realmente
confiante. Eles pareciam impressionados com minhas respostas, e alguns
deles apertaram minha mão antes que eu saísse."
A surpresa em meu rosto era genuína. O painel de entrevistadores não
me parecia o tipo de pessoas que apertariam a mão de qualquer
um. Exatamente como eu pensei, ela havia arrebentado na entrevista e
havia, assim, merecido o estágio.
"Está com fome?" Eu perguntei.
Asia balançou a cabeça de novo enquanto ela passava sua bolsa sob
seu ombro e puxava seu cabelo loiro lustroso para longe para alça.
"Morrendo de fome. Eu estava nervosa demais para tomar café-da-
manhã. Eu estou sobrevivendo apenas à base de café."
Passeamos pelo campus até chegar em um pequeno restaurante e
pegamos uma mesa na parte de trás. Eu a ouvi enquanto ela contava sobre a
entrevista e intervinha com alguns comentários sobre a minha. Eu fiz
parecer como se eu pensasse que havia ido bem. O fato que de que eu havia
aberto mão da oportunidade por ela era algo que ela nunca precisaria
saber. Comemoramos com uma garrafa de vinho, e logo a conversa desviou
da entrevista e do estágio e começamos a nos conhecer melhor. Estávamos
rindo de uma história que eu a contei sobre minha infância quando a
garçonete apareceu com nossa conta. Nenhum de nós havia pedido por ela,
o que significava que ela estava nos dando uma deixa não tão sutil de que
era hora de irmos embora para que ela pudesse adicionar outra mesa.
Asia pegou imediatamente a pasta de couro e enfiou dentro o seu
cartão, como ela sempre fez. Toda vez que nos encontramos desde a festa,
seja para café ou jantar ou um almoço rápido, ela pagava. Eu tentava
ignorar aquilo, não deixar com que me perturbasse. Asia vinha de família
rica, e eu não. Eu havia tentado e falhado por diversas vezes em pagar a
conta. A cada vez, ela era mais e mais insistente em pagar. Eu estaria
mentindo se dissesse que não apreciava aquilo, mesmo que ferisse meu
orgulho masculino.
A garçonete veio e pegou o cartão, e então retornou alguns momentos
mais tarde com o recibo para assinar. Asia deixou para ela uma gorjeta
muito melhor do que ela merecia e devolveu o recibo para ela. Quando ela
se foi, ficamos de pé e eu fiz o gesto para ela ir na minha frente. Ela deu um
passo, então pausou, olhando em meus olhos.
"Você quer ir lá em casa?" ela perguntou.
CAPÍTULO 2
ASIA

C hamar Drew para irmos para o meu apartamento foi um impulso. Eu


não pensei bem ou sequer percebi que eu o faria até que as palavras saíram
da minha boca. As palavras cobriram os pensamentos que cursavam minha
cabeça e as preocupações que estavam embaçando o que deveria ter sido
uma boa noite. Por mais que eu quisesse apenas aproveitar que o processo
de candidatura do estágio havia acabado e me divertir com Drew, eu não
pude evitar imaginar o que meus pais iriam dizer.
Eles têm expectativas extremamente altas para mim. Eles sempre
tiveram. Desde que eu era uma menina e eles podiam esperar qualquer coisa
de mim, eles queriam excelência. Não importa o quão rápido eu ia, eles
sempre queriam um pouco mais. Não que eles nunca reconhecessem o meu
esforço, só que o reconhecimento que eles me davam vinha com um
lembrete de que sempre havia espaço para melhorar. Eu podia acertar todas
as questões em um teste, mas minha caligrafia poderia ser um pouco
melhor. Eu podia vencer competições, mas a margem de pontuação poderia
ser um pouco maior. Não é como se eu não fosse boa o suficiente. É que
eles queriam que eu fosse o melhor e queriam que eu sempre alcançasse
meu máximo potencial.
Eu não sabia se eu realmente acreditava que nós éramos tão diferentes
das outras pessoas. A única coisa que nos diferenciava era que tínhamos
dinheiro. Significava que eu tinha mais luxos e um trajeto mais fácil, mas
eu não achava que significava mais que isso. Definitivamente não me
impediu de ser uma super conquistadora por toda minha vida. Agora no
meu último ano de faculdade, eu ainda estava fazendo tudo o que podia
para suprir suas expectativas.
Quando eu me permiti ser otimista, eu realmente achei que tinha
conseguido. A entrevista tinha sido maravilhosa. Tudo havia se encaixado
no lugar certo, e eu me sentia bem com cada resposta. Não havia um
momento sequer em que eu olhava para o painel de entrevistadores e
pensava que havia tropeçado ou feito eles pensarem duas vezes ao me
escolher. No fundo, eu sabia que conseguiria o estágio. Era tudo que eu
havia esperado e trabalhado para conseguir desde meu ano de caloura. Eu
merecia uma recompensa por todo meu trabalho duro, e enquanto eu
começava a sair do restaurante, minha mente determinava exatamente o que
ela queria. Drew era a melhor recompensa de todas.
Eu conhecia Drew desde o primeiro semestre do meu primeiro
ano. Nós estudamos as mesmas coisas, estivemos em várias aulas juntos e
íamos para as mesmas cerimônias e premiações. Mas não eram apenas as
similaridades que me faziam notá-lo. Eu era fascinada por ele, atraída por
ele de uma maneira que eu não era atraída por mais ninguém. Isso não era
algo que eu pudesse me permitir sentir ou explorar. Nós éramos de mundos
totalmente diferentes, e desde o princípio, Drew pensava que eu era mimada
porque eu vinha de família rica. Ele sabia que meus pais pagavam por meus
estudos, haviam comprado um apartamento para mim e mantinham minha
conta bancária cheia. Tudo isso era verdade, mas eu não era mimada. Eu
aproveitava as melhores coisas da vida, mas sempre trabalhava duro pelo
que eu tinha e nunca me esquivava de prazeres comuns e diversão, assim
como os demais alunos.
Encontrar com Drew foi quando eu comecei a pensar que meus pais
pudessem estar certos sobre nós sermos diferentes. Ou que pelo menos eles
não eram os únicos a pensar dessa maneira. Eu tinha evitado Drew tanto
quanto eu podia por causa disso. Nós tínhamos vidas totalmente diferentes,
havíamos passado por coisas completamente diferentes. Eu não podia
permitir que eu me apegasse a ele.
Tudo isso mudou após a festa, quando ele me pegou em seus braços e
me beijou. Nos dias antes da entrevista, eu tentei não me permitir pensar
sobre isso. Me distrair com ele era a última coisa de que eu precisava. O
estágio era o auge da minha carreira acadêmica, o passo mais importante
além da graduação. Conseguir aquele estágio significaria conquistar a maior
meta que eu havia traçado à minha frente e avançar no caminho rumo ao
sucesso que eu queria alcançar.
Mas agora que isso estava para trás, eu não pude evitar. Drew estava
bem ali, tão doce e gentil, esperando por mim durante minha entrevista,
querendo ouvir tudo sobre ela. Antes que eu realmente soubesse o que
estava acontecendo, minha mente se adiantou e o chamou para vir para casa
comigo. Eu aproveitei a oportunidade e o guiei para meu apartamento,
convidando-o a um mundo no qual eu raramente deixo alguém entrar. Eu
estava nervosa assim que chegamos, mas ter Drew lá comigo parecia
natural, como se houvesse um lugar lá para ele durante todo esse tempo.
Assim que entramos, eu segui para o bar ao final da sala de estar para
fazê-lo uma bebida. Ele passou o olho no copo enquanto eu o oferecia para
ele, mas ele não o pegou. Eu coloquei o copo na mesa e ele imediatamente
entrelaçou seu braço ao redor da minha cintura, me puxando para perto. Em
um instante, sua boca estava na minha e eu derreti em seu beijo. Eu suspirei
contra seus lábios, e então me afastei, tomando sua mão e trazendo-o para
meu quarto.
Ele me puxou para junto dele e enroscou seus braços ao meu redor,
colidindo sua boca na minha para um beijo profundo. Nossos lábios se
abriram e nossas línguas se ligaram, dançando e desesperadas pelo sabor
um do outro. Eu percorri minha mão pelas suas costas e desci para seus cós,
puxando sua camisa até que as pontas dos meus dedos sentiram a carne
quente abaixo deles. Eu tivo o desejo primitivo de enterrar minhas unhas
nele, de puxar-lo para mim e deixar uma marca. Uma unha percorreu suas
escápulas enquanto eu o ajudava a arrancar sua camisa, e nossas bocas se
separaram o suficiente para conseguir passá-la por sua cabeça.
Com fome, nossos lábios voltaram um para o outro enquanto ele abria
seu cinto e eu desabotoava minhas calças. Eu mantive meus olhos fechados
enquanto ele movia seus beijos para o meu pescoço e descia para minha
clavícula. Minhas calças escorregaram cintura abaixo e caíram no chão, e
ele corria suas mãos pelas minhas curvas, então me agarrou pela bunda e
me puxou para perto. Seu cacete grosso e enrijecido estava empurrando
contra o tecido fino e macio de sua cueca boxer, que era a única coisa
separando-o do meu núcleo. Eu estava tonta com o pico de adrenalina e
desejo, e não pensava em nada além de cair de joelhos.
Ele gemeu em antecipação enquanto eu levantava minha camisa e a
jogava para o lado, meus seios pesados derramando-se para fora do sutiã
que ele deve ter desabotoado enquanto eu estava concentrada nos seus
lábios. Eu balancei o sutiã para fora de mim e arranquei sua cueca,
arregalando meus olhos e prendendo a respiração em um redemoinho de
excitação. Seu pau pulou para fora, duro e longo, e eu não hesitei em
mergulhar nele, tomando-o tão fundo quanto eu pude em minha boca. Drew
urrava sob mim enquanto meus lábios se enrolavam em torno do seu
comprimento e eu escorregava minha língua por baixo, me forçando a
deixar-lo ir o mais fundo possível em minha garganta. Eu me balancei nele
por alguns momentos, deixando-o escorregadio com minha saliva antes que
ele me apanhasse pelos braços e me empurrasse de volta para a cama. Eu
saltei no centro dela e tive a visão pela primeira vez.
Eu abri minhas pernas, acenando para que ele se juntasse a mim,
enquanto ele não perdia tempo ao escalar o colchão. Ele se posicionou
acima de mim, seu pau pairando sob minha entrada enquanto ele beijava
meu pescoço, descendo além da minha clavícula desta vez, lambendo
minha pele e deixando uma trilha que chegava ao meu mamilo. Ele tomou
meu peito em sua boca verazmente e sua cintura balançou para frente. Eu
estava molhada e pronta para ele, mas sua circunferência ainda me esticava
enquanto ele me penetrava com força, e eu choramingava em uma mistura
de prazer e dor. Uma mão escorregou pela minha barriga até alcançar meu
monte, e enquanto ele se movia para lançar-se dentro de mim novamente,
um dedão explorava minhas dobras, procurando pelo meu clitóris até que
ele fosse encontrado.
Meus dedos foram preenchidos com seu cabelo enquanto ele chupava
meu mamilo e seu dedão circulava meu clítoris, atiçando-o e me enchendo
com uma sensação de formigamento. Seu ritmo acelerou e eu acompanhei,
levantando meu quadril para conceder a ele um maior acesso. Ele
escorregou uma mão para baixo de mim para me segurar, me guiando em
seus movimentos enquanto ele se levantava. Seus músculos, cobertos por
uma camada fina de suor, tensionaram e se posicionaram enquanto ele
estocava em mim e eu me fixava nos lençóis enquanto começava a perder o
controle.
Ele pareceu sentir que eu estava perto, e ele levantou minhas pernas
para cima de mim, empurrando-as de maneira que meus joelhos repousaram
em seus ombros. Minhas coxas se apertaram umas nas outras e a nova
posição adicionou uma onda de prazer através do meu corpo, fazendo-me
contorcer. Eu gemia alto e logo pude ouvir sua voz em compasso com a
minha. Suas estocadas estavam mais rápidas agora, mais insistentes, e eu
empurrava minha cintura para baixo em direção a elas. Ele estava me
alargando com a sua circunferência e tudo o que eu queria era mais. Minhas
pernas começaram a tremer involuntariamente e eu senti como se estivesse
perdendo o controle. Minha boca se abriu, mas nenhum som saía, e eu
arqueava minhas costas, com dedos enfincados nos lençóis, que já não
estavam mais juntos ao colchão. Ele rugiu em cima de mim enquanto ele se
inclinava para baixo, metendo em mim com uma ferocidade animal. Eu o
alcancei, segurando seus braços enquanto o clímax me atingia e eu surfava
uma onda intensa do orgasmo. Meu corpo se apertou ao redor dele, e ele
urrou também, mergulhando profundamente em mim enquanto ele
gozava. Ele sacudiu e tremeu enquanto jorrava em mim, e a quente,
poderosa explosão apenas aumentou o meu clímax.
Então, ele caiu em meus braços, com a respiração rasa, enquanto eu
embalava sua cabeça em meus seios. Eu enrosquei minhas pernas ao seu
redor e continuei a ordenhá-lo até que ele estivesse vazio e eu finalmente
parasse de tremer. Quando ele tinha acabado, seus lábios acariciaram meu
pescoço e acharam seu caminho de volta para os meus, e permanecemos lá,
nossos lábios trancados juntos, por algum tempo.
Drew ficou o resto da noite. E depois o dia seguinte. Ele voltou para
casa comigo todas as noites da semana seguinte. Foi perfeito. Cheio de
felicidade. Até chegar a noite em que tivemos uma briga terrível e ele
surtou, batendo a porta atrás dele tão forte que meus ossos estremeceram.
Não era o que eu queria. Não mesmo. Mas não pude evitar o que havia
dito. Aquilo era tudo fingimento, nossa semana inteira juntos. Não
poderíamos ficar juntos realmente. Meus pais jamais permitiriam.
CAPÍTULO 3
DREW - DIAS ATUAIS ...

"V ocê vai ficar bem", disse Scott. "Não importa o que eles digam, tudo
vai dar certo. Você só tem que acreditar que todo o bem que você colocou
no universo voltará para você."
Eu olhei para meu melhor amigo e zombei. "Você esteve assistindo
Oprah novamente?"
Ele encolheu os ombros. "Eu tive que trazer meu carro para o conserto
um dia esses e ela estava na TV na sala de espera da oficina. Eles
esconderam o controle remoto, então eu não pude mudar."
"E ainda assim, ela conseguiu te mudar", eu provoquei.
"Pode me zoar se quiser, mas fez sentido."
"Talvez se você estiver inalando muito gás de escapamento e fumaça",
eu apontei, em seguida respirei fundo. "Você realmente acha que vai
funcionar?"
Scott acenou com a cabeça. "Hank vindo por aqui não é assim tão
incomum. Ele não disse por que está aqui ou sobre o que quer conversar.
Você não sabe o que isso pode significar. Não há razão para você se
estressar antes mesmo de saber. Além disso, mesmo que não seja a melhor
notícia de todas, você sabe que vai ficar tudo bem. Você se arrastou do nada
até chegar no ponto em que está agora. Você pode fazer de novo se esse for
o caso. "
Eu não tinha certeza se eu deveria agradecer ou ficar ofendido. Eu
finalmente concordei em apenas aceitar aquilo pelo que era. Scott já tinha
me visto passar por praticamente tudo que me trouxe até aqui, desde eu ter
sido o primeiro da família a ir à faculdade até onde eu estava agora, chefe
executivo de uma startup de tecnologia. Ele sabia o tanto pelo que eu tive
que passar até conquistar o sucesso que conquistei. O que significava que
eu sabia o que eu tinha a perder, mas também o que eu era capaz de fazer se
eu tivesse que tentar construir tudo de novo.
Eu apreciava o fato dele estar ali para acalmar meu nervosismo sobre
Hank aparecer naquela manhã. Como chefe do conselho de investidores que
me ajudou com minha startup, Hank era um fator importante em se minha
empresa estaria viva ou morta. De todos os membros do conselho, Hank era
o único que eu via regularmente. Sempre que havia necessidade de
conversar comigo sobre como a empresa estava indo e se estávamos
atingindo nossas metas de crescimento, o conselho enviava Hank. Ele era
um cara bem bacana, mais pé no chão e apresentável que qualquer um dos
outros. Mas isso não mudava o fato de que eu estava acostumado a reuniões
antecipadas com ele. Simplesmente aparecer não era o estilo dele, e aquilo
me deixou ansioso sobre as coisas que ele poderia dizer.
"Tudo bem. Você deve ir. Ele está esperando", eu disse para Scott.
Ele acenou com a cabeça e saiu do meu escritório pela porta de trás,
que dava acesso a um estreito corredor em direção à parte de trás do
prédio. Eu levei um momento para endireitar minha gravata e tomar ar
novamente antes de apertar o interfone.
"Maria, você pode prosseguir e pedir que o Sr. Richards entre agora",
eu disse. "E você poderia trazer-nos um café?"
"Certamente", minha assistente disse.
Alguns segundos depois, a porta do meu escritório se abriu e Hank
entrou. O homem alto de ombros largos parecia mais jovem e robusto que
seus sessenta e oito anos, mas seu cabelo grisalho contava tudo sobre
ele. Eu me levantei da cadeira atrás da minha escrivaninha enquanto ele
atravessava a sala e estendi minha mão.
"Hank, bom te ver, como sempre."
Ele prendeu sua mão ao redor da minha e me deu um aperto de mão
firme.
"Você também, Drew."
Eu saí de detrás da escrivaninha e gesticulei para que ele me siga, para
sentarmos do outro lado do escritório. Dava uma sensação menos formal do
que sentarmos um de frente para o outro em uma escrivaninha de mogno
pesada, o que me parecia mais apropriado quando eu estava conversando
com uma das pessoas que havia tornado minha firma possível. Assim que
nos acomodamos nas duas cadeiras de couro marrom, a porta se abriu
novamente e Maria entrou carregando uma bandeja. Ela a colocou na mesa
posicionada no meio entre nossos assentos e eu sorri para ela.
"Obrigado."
"Não há de quê. Algo mais que eu posso conseguir para algum de
vocês?" ela perguntou.
Com profundos olhos castanhos e linhas do sorriso, Maria passava o
sentimento de uma avó querendo tomar conta de todos ao seu
redor. Durante sua entrevista, ela havia me contado que seu marido tinha
morrido no ano anterior, e com seus filhos já crescidos, ela era sozinha
perambulando pela casa. Ela queria fazer algo para se manter ocupada, e
sua personalidade me fez contratá-la na hora. Desde então, eu a considerava
uma das melhores decisões que eu havia tomado pela empresa.
"Isso é tudo, obrigado", eu disse.
"O que precisar, é só me chamar. Estou do lado de fora."
Ela saiu do meu escritório, fechando a porta logo após. Eu adicionei
creme de caramelo e uma porção de açúcar ao meu café e tomei um
gole. Metade de mim queria se sacudir, a outra metade estava apenas
querendo parecer casual e firme. Eu não queria parecer como se tivesse
alguma hesitação. Sobre o que quer que uma reunião se tratasse, eu apenas
esperava que não acabasse mal. O novo aplicativo que desenvolvi tinha
apenas começado a render dinheiro e eu não queria que uma notícia má nos
atingisse.
"Então," Hank disse após um longo gole do seu café altamente
adocicado, "eu queria vir conversar com você hoje sobre algumas coisas
que o conselho tem discutido."
Eu acenei com a cabeça. "Tudo bem."
"Vários dos investidores tem entrado em contato para conversar sobre
o estado atual da empresa e os desenvolvimentos recentes. Como você sabe,
startups de tecnologia são comuns nos dias atuais e muitas delas não são
capazes de conseguir qualquer tração. Elas raramente saem do chão e se
tornam algo além de seus projetos iniciais, "ele começou.
Aquilo não estava começando bem, e eu acenei com a cabeça,
resignando-me ao que estava por vir. Não era tudo inesperado. Como ele
disse, startups de tecnologia eram como grãos de areia na praia, e
praticamente todos que tiveram uma ideia para um aplicativo pensavam que
podiam criar uma próxima gigante da tecnologia. Investidores entravam a
bordo com cautela e altas expectativas, sabendo que se uma companhia não
deslanchasse imediatamente ou se eles apenas perdessem o interesse, eles
poderiam facilmente retirar o suporte e encontrar outro
empreendimento. Eu sabia disso no começo e estava preparado para encarar
os desafios.
"Eu compreendo", eu disse, acenando solenemente com a cabeça.
"É o motivo pelo qual o conselho está tão contente com o que temos
visto de você," ele continou.
Isso não era o que eu estava esperando ouvir. Eu permaneci em
silêncio por alguns segundos, encarando Hank e esperando ser uma piada
ou ele passar do ponto de consolação até dar a facada. Mas esse não era o
caso.
"Eles estão?" eu perguntei.
Ele tomou outro gole de seu café, seus lábios sorrindo ao redor da
borda da caneca.
"Muito," ele disse enquanto abaixava seu café. "Todos com quem eu
conversei estão muito animados com a ascensão atual e otimistas sobre o
futuro da empresa. Eles querem ver o que mais você pode fazer e tem
solicitado uma reunião do conselho inteiro nas próximas semanas para falar
sobre oportunidades futuras."
"Que notícia fantástica", eu disse. "Por favor, agradeça ao conselho por
sua fé em mim e diga-os que estou ansioso para oportunidades futuras de
provar meu valor. Eu tenho muitas outras ideias e mal posso esperar para
fornecer-las em ação."
"Isso é ótimo de ouvir", Hank me falou. "Sabe, desde que nos
conhecemos, eu acreditei em você. Eu vejo um montante tremendo de
potencial em você e estou animado em você o que você pode fazer com
ele."
"Eu agradeço por isso."
Eu ia continuar com meus agradecimentos, mas Hank não parou por aí,
me interrompendo.
"Você tem sido capaz de conquistar coisas admiráveis com a equipe
que construiu, mas para você realmente alcançar seu potencial, é hora de
considerar expandir."
"Expandir?" eu perguntei, confuso.
"Sim. Adicionar um sangue novo à sua equipe que possa te ajudar a
escalar e eu acho que eu tenho uma pessoa certa em mente. Tem uma nova
consultora autônoma na cidade que realmente está tentando fazer um nome
para si. Ela não possui tanto currículo, mas é decente. O que ela tem de
verdade é um interesse real em provar seu valor e se sair bem com grandes
nomes. Eu não tenho tido muita oportunidade de interagir com ela, mas
posso te dizer que o que ela não tem de currículo ela compensa com outros
atributos."
"Ah, é?" eu perguntei.
O início da conversa já estava me fazendo sentir desconfortável. Eu
não era muito de fofocas. Parecia sujo e dissimulado. Além disso, se havia
algo que eu tinha aprendido ao escutar como mulheres que iam à minha
casa conversavam com minha mãe quando eu era pequeno, era que fofoca
era dificilmente certa e muito mais frequentemente ocasionava conflito e
drama. Nenhuma dessas coisas eram com como quais eu queria lidar no que
dizia respeito à minha empresa. Mas eu não ia embolar o meio de campo
com Hank, então eu sentei e ouvi pacientemente.
Eu rapidamente percebi que ele não estava se referindo à consultora no
que se referia às suas habilidades ou mesmo os resultados que ele havia
visto de seu trabalho. Ao invés disso, havia algum tipo de entrelinhas sutis
no que ele estava dizendo. O único problema é que Hank não era muito
bom com sutilezas, e isso resultou em eu simplesmente não entender o que
ele estava tentando me dizer. Ele não chegou a falar seu nome ou mesmo a
dar detalhes sobre sua experiência. Em vez disso, ele me contou que ela
tinha mais a oferecer do que apenas constava em seu currículo e que
poderia haver alguns benefícios inesperados ao considerar.
No momento em que minha xícara de café se esvaziou, ele já havia
terminado de falar sobre a consultora e eu respirei aliviado.
"Bem", ele disse, ficando de pé. "Foi bom conversar com você."
Eu me ergui e apertei sua mão novamente.
"Você também. Obrigado por aparecer. Estou ansioso para ouvir mais
coisas sobre a reunião com o conselho."
"Certamente", ele concordou. "Entro em contato com você assim que
souber mais."
Acompanhei Hank até a porta e esperei até que ele entrasse no
elevador. Fechando uma porta do escritório, sentei à mesa e apertei o
interfone para ligar para o escritório de Scott.
"Ele se foi", eu contei.
Eu mal havia soltado o botão do interfone quando a outra porta abriu e
Scott correu de volta para dentro. Seus olhos arregalados, cheios de
curiosidade. Ele parou em frente à escrivaria e se inclinou.
"E aí? O que aconteceu? Ele perguntou.
Era tentador apenas deixar o suspense no ar por alguns segundos, mas
parecia que se eu o fizesse, seus olhos podiam pular de sua cabeça, então eu
dei-lhe uma folga.
"Eram boas notícias," eu disse com um amplo sorriso.
Scott deixou escapar um grande suspiro e cedeu em direção à mesa
antes de se erguer de volta e esfregar suas mãos na mesa em comemoração.
"Eu sabia. O que era? O que ele disse?"
Ele ouviu com atenção extasiada enquanto eu contava sobre a reunião,
eeu mal havia terminado quando ele fechou o punho de maneira triunfante e
comemorou.
"Que ótimo," ele disse. "Temos que celebrar."
"Celebrar?" eu perguntei.
"Vamos lá, Drew. Eu sei que seu espírito de velho preferiria ir para
casa e sentar com suas pantufas bebendo chá quente e assistindo ao
noticiário, mas é momento de sair e se divertir!"
Eu revirei meus olhos. "Eu não calço pantufas e bebo chá quente."
Com exceção daquilo, muito embora, sua avaliação não estava tão
errada. Em contraste direto ao meu melhor amigo festeiro, eu preferia muito
mais ser caseiro. Sair não tinha tanto apelo para mim. Mas Scott tinha
entradas em todos os bons lugares e eu sabia que ele não ia me deixar de
lado dessa vez. Além disso, ele estava certo. Era realmente momento de
comemorar. Em um momento na empresa quando um monte de outras
pessoas já estariam fechando as portas ou tentando tudo o que podiam para
não falir, nós permanecemos em ascensão. As coisas pareciam boas e se
houvesse um momento em que podíamos relaxar um pouco, esse era o
momento.
"Então, vai sair comigo hoje? Posso nos colocar em um lugar ótimo",
Scott atraiu.
"Tudo bem. Sim, eu saio com você," eu disse enquanto ele pulava de
alegria. "Mas ainda temos que finalizar o trabalho de hoje."
"Sem problemas. Mas estarei de volta às cinco e é melhor você estar
pronto para comemorar."
Ele voltou para o seu escritório e eu ri, ligando o meu computador para
começar a trabalhar. O segundo quadrimestre do nosso segundo ano não
parecia tão mal.
CAPÍTULO 4
ASIA

E u rasguei a fita adesiva e amassei o que parecia ser a minha milésima


caixa de papelão. Jogando-a para o montante de caixas vazias que eu estive
construindo pelas últimas horas, eu apanhei tudo e segui para a porta. Uma
combinação de clima lindo e pura preguiça que me impede de querer abrir
aquilo de novo e de novo me inspiravam a deixar uma porta aberta tarde da
manhã. Já tinha servido o seu propósito, me permitir carregar tantas caixas
quanto eu conseguisse pegar com meus braços para fora da casa e para o
cesto de reciclagem no quintal. Mais uma viagem com as caixas dispersas
para acabar aquilo e eu parei no meio do quintal.
Colocando as mãos em meus quadris, eu deixei escapar um suspiro e
inclinei minha cabeça para trás para deixar aquele brilho do sol de fim de
tarde se espalhar pelo meu rosto. Era quente e calmante, de uma vez me
relaxando e me livrando um pouco do cansaço que eu sentia em meus
ossos. Haviam sido longos dias, mas finalmente eles estavam para
terminar. Com a última caixa de papelão amassada e enfiada no cesto de
reciclagem, eu terminei de ajudar meu irmão a se mudar de São Francisco
para Fresno.
Sempre foi meio que inevitável que Dylan eventualmente se mudaria
para mais perto de mim. Ele vinha frequentemente visitar e ficar comigo
enquanto eu frequentava o Instituto de Tecnologia da Califórnia, ou Cal
Tech. Quando eu fui a Nova York para o estágio no meu último ano de
faculdade, ele morou em meu apartamento durante o ano para manter os
olhos nele. O plano tinha sido eu voltar para o apartamento e ficar lá
enquanto eu equilibrava uma carreira e a pós-graduação. Mas foi assim que
aconteceu. Tanta coisa mudou tão rapidamente e tudo que eu sempre pensei
para mim mesma, para minha vida, de repente não era mais uma opção. Era
como se minha vida não fosse mais minha. Eu suponho que não
fosse. Minha vida minha não era nem minha quando eu saí para o estágio,
mas eu não sabia disso até então.
Eu não saberia por diversas semanas mais e, no instante em que eu
descobri, meu mundo mudou. Saber disso, saber que eu não poderia olhar
para frente e ver os planos que eu sempre tive e o futuro tão construído
através de anos de trabalho duro e dedicação, apenas fez com que eu me
dedicasse ainda mais para o estágio. Eu poderia ter desistido dele, e as
pessoas teriam entendido. Mas isso seria roubar a mim da mesma
experiência que eu havia trabalhado incrivelmente duro para merecer, e
aquilo era de diversos modos o vislumbre de minha vida como eu a
conhecia. Naquele ano que eu absorvi cada pequeno pedaço de minha
experiência e voltei para casa, para uma vida que eu nunca teria imaginado
que seria a minha.
Eu preciso do meu irmão mais do que nunca ali. Ao resultado de voltar
para faculdade para um programa de pós-graduação ou me candidatar a
vagas de grandes empresas que estiveram me cortejado durante o meu ano
de formatura, eu aluguei um lugar em Fresno. Ali, em um pequeno
apartamento próximo de onde Dylan morava, eu resolvi trabalhar de casa e
tentar descobrir o meu futuro. Meu filhinho tinha apenas alguns meses de
idade e ficar próxima do meu irmão era essencial. Ele poderia me ajudar a
tomar conta de Ollie para que eu pudesse dormir ou trabalhar, e tê-lo por
perto significava que eu não estaria completamente sozinha. Ele me
ofereceu suporte, conforto e amor quando eu mais precisei em minha
vida. Eu não poderia dizer o mesmo sobre meus pais.
Não foi uma surpresa para mim quando eles me deserdaram e me
disseram que não queriam mais ter qualquer relação comigo. Era
exatamente o que eu esperava que eles fizessem quando eu descobri que
estava grávida. Um bebê nascido fora do casamento quando eu ainda estava
na faculdade era um escândalo, uma abominação em seu mundo
imaculado. Eles não iriam nem sequer considerar ser parte de nossas
vidas. Eu era uma vergonha para eles e a única maneira de eles manterem a
pose entre seus amigos seria eliminar minha existência de sua realidade. Eu
sabia que isso aconteceria. Desde que o médico me mostrou o primeiro e
quase indecifrável ultrassom, eu sabia que eu não poderia mais contar com
meus pais.
Saber disso me fez focar no estágio ainda mais. Eu consegui aquela
vaga por causa do que eu fiz, por causa do quão duro eu trabalhei. Eles não
fizeram isso acontecer comigo, mas era o último dos privilégios e
oportunidades que eu teria.
Dylan era inestimável no que se referia a criar Ollie. Ele se certificou
de que meu bebê sempre tivesse alguém que o amasse para tomar conta dele
e garantiu que eu pudesse ter cada possibilidade que eu encontrasse para ter
as melhores condições na vida. Quando eu decidi me mudar para São
Francisco, deixar-lo para trás só foi suportável por saber em meu coração
que ele não permaneceria em Fresno por muito tempo. Eu me mudei para
uma casinha fofa, que parecia ser um grande avanço em relação ao
apartamento que eu tive nos últimos anos. Algumas semanas depois, a casa
ao lado foi posta a venda e Dylan correu para alugá-la.
A mudança completa aconteceu com velocidade vertiginosa, mas
finalmente estava acabada e eu estava feliz por ter Dylan tão próximo
novamente. Eu ouvi a porta abrir e fechar e olhei por cima do ombro em
direção a ela. Ollie vinha correndo para fora da casa, seu cabelo arrepiado
em ângulos estranhos e seus olhos arregalados. Ele correu através do nosso
quintal e através da cerca que o conectava à casa de Dylan. Ele não precisou
nem começar a falar para que eu soubesse exatamente o que estava em sua
mente. Era a mesma coisa sobre a qual ele fala todos os dias e a coisa que
ele queria mais que qualquer outra outra no mundo.
"Mama, Mama. Você sabia que os cachorrinhos podem crescer e
virarem cachorrões que podem ser cães de guarda? E que eles latem e latem
e latem se alguém chegar perto da casa? E eles mantêm você a salvo porque
eles latirão e isso te acordará e você saberá quando tiver gente por perto e
você pode chamar a polícia. "
A correnteza de palavras que saíram dele de um quilômetro por
minuto, quase se misturando até que eu mal pudesse entender o que estava
dizendo. Felizmente, eu já havia ouvido diversas versões daqueles discursos
por várias vezes, então era fácil para mim seguir o raciocínio. Meu filhinho
estava desesperado por um filhote de cachorro e tinha tentado todas as
táticas que ele podia pensar por quase um ano para me convencer a
conseguir um para ele.
"Eu sabia disso sim", eu falei para ele.
Ollie acenou com a cabeça entusiasticamente, como se ele tivesse
certeza de que se ele parecesse positivo balançando a cabeça, eu
eventualmente pensaria que já tinha concordado. Ele me perguntava sobre o
cachorrinho quase todos os dias. Às vezes diversas vezes por dia. Eu
dizendo que não desde que ele havia começado a falar. Primeiramente, eu
tinha tido que não poderíamos considerar um cachorrinho porque vivíamos
em um apartamento pequeno. O proprietário não permitia animais. Mas
mesmo que permitisse, não havia espaço suficiente para um cachorrinho
morar e não havia quintal para brincar. Não seria justo.
Agora morávamos em um bangalô com quintal. Não era imenso, mas
era bem mais espaçoso que o apartamento e tinha o potencial de dar ao
cachorrinho um lugar para correr e brincar. Pela primeira vez, era possível
conseguir um bichinho para meu querido menino. Mas eu não estava
completamente convencida. Eu nunca tive tido um bicho ao crescer e, por
mais que eu adorasse uma ideia do meu menininho ter aquelas memórias
incríveis, eu não tinha certeza de como seria o desafio e a responsabilidade
de criar um cachorro. Ainda assim, eu não consegui mais dizer um firme
"não".
"Então, o que você acha? Podemos ter um? Podemos ter um
cachorrinho?" Ollie perguntou esperançoso.
Eu cheguei junto dele e assanhei seu cabelo.
"Me deixar pensar a respeito", eu disse.
Seus olhos brilhavam e ele sorriu. Não era um "sim" ainda, mas era a
primeira vez que eu não tinha dito "não" logo de cara. Ele estava fazendo
progresso e aquilo o animou. Ele soltou um grito e correou ao redor do
quintal em um grande círculo. Dylan riu enquanto ele saía de minha casa e
passava pelo portão até o quintal.
"Você disse sim?" ele perguntou, e eu sabia que Ollie havia dividido o
seu plano com seu tio.
"Ainda não, mas eu disse que pensaria sobre", eu contei para ele.
Dylan deu uma grande mordida no sanduíche que segurava e acenou
com a cabeça.
"Isso quer dizer que sim. Você pode não perceber ainda, mas quando
você para de dizer não para dizer que pensará sobre, você já disse que sim,"
ele me contou.
"Ah, sério? É assim então?" eu perguntei.
Ele acenou com cabeça e deu outra grande mordida. Nunca parava de
me surpreender quanta comida meu irmão conseguia enfiar em sua boca em
um dado momento.
"É isso aí", ele disse através da mordida. "Você já pode até considerar
alguns nomes. Eu recomendo Simon."
Eu ri.
"Veremos." Eu fiquei olhando enquanto ele terminava o
sanduíche. "Devo supor por esse sanduíche imenso que você acabou de
enterrar garganta abaixo que você não está interessado em jantar?"
"Isso foi apenas um lanche. Ollie quis comer algumas bolachas durante
nossa pausa, então eu pensei em comer algo junto com ele", Dylan disse. "O
que temos para o jantar?"
Sua pausa foi longa apenas o suficiente para me deixar desempacotar
as diversas caixas e terminar de amassá-las. Era um saco, mas
honestamente, funcionou melhor assim. Eu gostava de fazer as coisas e ter a
ele e a Ollie passando tempo juntos em minha casa os mantinha fora do
caminho para que eu pudesse terminar o que tinha que fazer.
"Bem, aí é com você. Eu chamei Amanda para vir tomar conta de Ollie
um pouco esta noite porque eu pensei em sairmos para jantar. Comemorar
sua mudança para São Francisco," eu disse para ele.
"Parece ótimo. Tenho desejado comida tailandesa recentemente. Existe
algum restaurante assim aqui perto?" ele perguntou.
Eu ri novamente e dei tapinhas nas costas do meu irmão.
"Sim. Eu acho que vamos conseguir encontrar algo."
Quando chegou a babá que eu chamava para Ollie nas vezes que eu
tinha que ficar longe dele durante o tempo que passava em São Francisco,
Dylan e eu saímos. Eu o trouxe para um restaurante que eu havia visto
algumas vezes e estive pensando em provar. Estávamos conversando e
rindo, pondo o papo em dia e fazendo planos enquanto comíamos, quando
eu senti um estranho arrepio na minha espinha. Era como se alguém
estivesse me observando e, pelo jeito que Dylan olhava acima do meu
ombro, eu pude notar que eu estava certa.
Abaixando meu garfo, eu virei e cerrei os olhos em um rosto que eu
desejava ter esquecido. Depois de todo esse tempo sem trocar uma palavra,
ali estava Drew, sentado em uma mesa com um homem e duas
mulheres. Era noite de sábado, mas ainda estava cedo e parecia que eles
estavam apenas aquecendo para o resto da noite. Pelas roupas que as
mulheres estavam vestindo, eu arriscaria adivinhar que eles estavam
comendo antes de uma noite para dançar. Ambas as mulheres pareciam
animadas de estar ali e estavam dando lascivos olhares para os homens. Eu
imediatamente virei minha cabeça, me voltando para a mesa e me
aproximando dela enquanto continuava a comer.
Eu esperava que ele não tivesse me reconhecido. Eu esperava que
fosse apenas uma casualidade termos olhado um para o outro ao mesmo
tempo e que ele não soubesse quem eu era. Fazia sentido para ele estar na
cidade, mas com tantas pessoas que havia em São Francisco, eu esperava
que as chances de esbarrarmos um não outro fossem pequenas. Agora que
tinha acontecido, eu apenas teria que tentar meu máximo para ignorá-lo.
CAPÍTULO 5
DREW

V ê-la novamente foi o suficiente para tirar todo o entusiasmo que eu


tinha pela noite. Sair hoje à noite já não era a perspectiva mais atraente, e
quando descobri o que Scott havia planejado, precisei de ainda mais
bajulação para que eu concordasse com isso. Agora que o jantar foi
marcado por olhares travados com um rosto do passado, um rosto que eu
nunca pensei que veria novamente, a noite inteira foi seriamente
perturbada. Sair durante a noite era para ser uma comemoração com
Scott. Achei que isso significaria ir a um ou dois bares, talvez jantar em um
dos lugares exclusivos em que ele sempre parecia conseguir fazer uma
reserva, mesmo quando em toda parte tinha que ser reservado por meses.
Quando ele me encontrou em meu escritório às cinco e me instruiu a
me vestir bem, em vez de apenas colocar uma calça jeans quando chegasse
em casa, fiquei desconfiado. Então eu apareci no restaurante para encontrá-
lo e o encontrei à mesa com duas garotas. Eu nunca tinha visto nenhuma
delas antes, mas elas pareciam ansiosas para estarem lá e não pareciam se
importar para qual de nós cada uma era designada. Scott me trouxe até o bar
para que pudéssemos ter um minuto para conversar sem as duas ouvindo.
"Quem são elas, Scott?" Eu perguntei.
Ele se encostou no balcão e pediu uma garrafa de rum para a mesa,
pedindo quatro copos.
"Samantha e Helen", disse ele.
Eu balancei a cabeça, esperando que ele continuasse, mas ele não o
fez. "Sim. Vou precisar de um pouco mais do que isso para continuar."
"Eu as conheci ontem à noite em um clube. Elas estavam dançando em
uma daquelas jaulas. Comecei a falar com elas, e elas disseram que eram
novas na cidade e que estariam muito interessadas em alguns caras de
sucesso mostrando-lhes San Francisco ", relatou ele com um largo sorriso.
"E você não achou que seria uma boa coisa mencionar para mim antes
de eu chegar aqui?" Eu perguntei.
O barman entregou a garrafa a Scott e deslizou os quatro copos para
mim.
"Foi uma surpresa! Para acompanhar a nossa celebração. Olha, as duas
me deram seus números ontem à noite, e pedi que viessem conosco esta
noite. Elas gostaram, então eu segui com isso. "
"Você pediu a elas para virem conosco hoje à noite? Como é isso,
exatamente? Não tínhamos planos de sair esta noite ontem à noite, "eu
disse.
Foi uma frase confusa e eu não tinha certeza se fazia sentido até Scott
concordar.
"Nós fizemos, você só não sabia sobre isso ainda. Eu ia descobrir uma
maneira de convencê-lo a vir hoje à noite, então Hank apareceu com as
notícias incríveis sobre o conselho, e funcionou perfeitamente. "
Eu balancei minha cabeça. "Lembre-me de não deixá-lo encarregado
de planejar o retiro da empresa."
Scott me olhou interrogativamente. "Você está falando sério que quer
que eu vá até a mesa onde duas mulheres lindas estão sentadas, esperando
que venhamos jantar com elas e as leve para dançar, e diga a elas que você
quer que elas vão para casa?"
Eu me virei e olhei para a mesa. Samantha e Helen estavam inclinadas
juntas sussurrando sobre algo. Elas riram e uma jogou o cabelo escuro para
trás por cima do ombro, revelando o decote generoso de seu vestido
"Elas lhe deram os números de telefone?" Eu perguntei.
"Sim. Disseram que estão procurando alguns caras legais para mostrar
a elas São Francisco porque estão se sentindo muito solitárias ", respondeu
Scott.
A nota lasciva em sua voz me fez soltar uma risada curta e olhei para
elas novamente. Eu tinha que admitir, ele tinha bom gosto. Ambas as
mulheres eram lindas e definitivamente pareciam ansiosas para sair e se
divertir. Fazia muito tempo que eu não fazia nada além de ficar no meu
condomínio ou tomar algumas cervejas com Scott depois do trabalho. A
excitação cresceu dentro de mim e eu assenti.
"Acho que é apenas nosso dever cívico dar as boas-vindas aos mais
novos habitantes de nossa bela cidade", disse a ele.
"Meu garoto," ele encorajou. "Vamos lá."
Ele pegou a garrafa e eu levei os copos de volta para a
mesa. Estávamos relaxando e nos preparando para uma noite em clubes
locais quando por acaso olhei para o meu lado. Não foi por nada em
particular ou por algum motivo especial. Eu apenas olhei e não pude
acreditar no que vi. Levei um segundo para processar e olhar para
trás. Quando o fiz, não pude negar o que estava vendo. Asia estava sentada
em uma mesa com um homem, e quando ela olhou na minha direção, não
havia como negar que ela sabia exatamente quem eu era também.
Parte de mim queria ir para ela. Fazia tanto tempo, mas ainda havia
muito a dizer. A outra parte se lembrou do que nos fez seguir caminhos
separados em primeiro lugar e me manteve à mesa. Tentei ignorá-la pelo
resto do tempo no restaurante, mas quando todos nós entramos no carro de
Scott para ir ao primeiro clube, não consegui me livrar do choque de vê-
la. Scott percebeu que eu fiquei quieto durante todo o trajeto, olhando para
mim enquanto dirigia e tentando me colocar na conversa. Finalmente,
paramos na frente de um clube.
"Por que vocês não vão para dentro. Dê-me um minuto para falar com
meu amigo aqui", disse ele.
Samantha e Helen trocaram olhares, mas concordaram. Elas saíram do
carro e entraram enquanto Scott se afastava para encontrar um lugar para
estacionar. Quando ele fez isso, ele se virou para mim.
"O que diabos está acontecendo com você? Tudo estava bem e você
estava gostando, então de repente você estava a quilômetros de distância ",
disse ele.
Eu balancei minha cabeça. "Desculpa. Eu vi um fantasma do meu
passado lá no restaurante, e isso meio que me deixou perplexo. "
Ele cutucou meu ombro e tentou me lançar um olhar encorajador.
"Não deixe isso te afetar. Isso é passado. Você tem um futuro
totalmente novo olhando para você, e em um futuro muito próximo está
aquela mulher sexy que acabou de entrar lá. Estou te dizendo, essas duas
garotas são gostosas e estão prontas para fechar negócio. O jantar, as
bebidas e a dança, tudo isso é apenas um aquecimento. Apenas por
diversão. Quem você viu, não importa. Você precisa estar pensando agora é
naquela garota esperando por você. Sim?"
Eu pensei sobre isso por apenas um segundo antes de assentir. Scott
estava certo. Eu não deveria estar pensando no passado. Definitivamente,
não seis anos atrás. Mas mesmo quando concordei em entrar no clube e me
juntar a Samantha e Helen, fiquei perdido em minhas memórias da Asia e
de nossa semana juntos.
Ela tinha sido a semana mais incrível da minha vida. O que começou
como apenas uma noite se transformou em não querer ficar longe dela nem
por um segundo. Rimos e transamos, nos conhecendo por meio de nossos
corpos e longas conversas. Pedimos comida para viagem e comemos no
meio do chão da sala como um piquenique, trouxemos de volta para a cama
conosco e comemos nus enquanto assistíamos à TV. Comecei a semana
intrigado por ela e no fim me apaixonei por ela. Eu sabia que queria muito
mais dela. Eu queria dizer a ela que queria que ficássemos juntos.
Mas nunca tive a chance. Um comentário improvisado da Asia me
deixou em parafuso. Nunca me permitia pensar em dinheiro quando estava
com ela. Ela gostava de pagar, e era assim mesmo. Mas eu queria contribuir
durante aquela semana, e ela finalmente brincou, para economizar meu
dinheiro, que queria cuidar de mim enquanto podia e que estava
definitivamente fazendo valer seu dinheiro. Pelo menos, ela pensou que era
uma provocação. Ela queria me fazer rir e pensar que ela era fofa. Na
verdade, as palavras me cortaram como uma faca. Embora não tivéssemos
conversado sobre isso, eu me convenci de que ela sentia o mesmo por
mim. De que ela gostaria de explorar a possibilidade de um relacionamento
real comigo, mesmo depois daquela semana. Eu não estava pronto para a
dose aguda de realidade que me atingiu, a compreensão de que ela não tinha
intenção de sermos nada mais do que éramos naquela semana.
Esse único comentário se transformou em uma discussão
cruel. Discutimos sobre dinheiro, sobre seus pais. Ela tentou explicar, para
me fazer sentir melhor sobre quem eles eram. Mas nada me faria sentir
melhor. Eu não tinha aceitado nada bem. Imediatamente percebi que Asia
não achava que eu era bom o suficiente para ela. Eu não segurei nada
durante a discussão. Toda a frustração e decepção que eu já experimentei
borbulharam dentro de mim. Combinado com a amargura intensa que veio
de perceber que eu tinha jogado fora a maior oportunidade da minha vida
para ela, esses sentimentos me tiraram do sério.
Eu não me senti culpado na hora. Ela mereceu tudo o que eu disse a
ela. Ela precisava ouvir isso. Depois de uma vida de privilégios e mimos,
ela precisava saber como era alguém não mimá-la e dizer a ela como as
coisas eram. Ela não ficou apenas parada ouvindo. Em vez disso, ela
empurrou de volta contra mim, gritando sua própria frustração e dor. Eu não
me importei. Nada do que ela disse importava para mim. Mesmo as
lágrimas que escorreram por seu rosto não significavam nada. Quando eu
não podia gritar mais, eu saí da casa e bati a porta atrás de mim sem um
único pingo de remorso.
Os anos entre o passado e o agora trouxeram à tona esses
sentimentos. Eu tenho vivido com a culpa daquela última briga por um
longo tempo, e cada vez que pensava nela ao longo dos anos , ficava um
pouco pior. Vê-la tornou tudo mais nítido, forçando para o primeiro plano
dos meus pensamentos. O olhar em seu rosto me penetrou, me forçando a
confrontar o que fiz com ela todos aqueles anos atrás. O que fizemos um ao
outro. Eu me perguntei se deveria tentar encontrá-la e pedir desculpas. Não
precisava ser nada mais do que uma simples conversa, apenas o suficiente
para limpar o ar. Porém, assim que pensei isso, percebi que poderia não ser
tão fácil. Ela pode nem mesmo morar em San Francisco. Ela pode estar
apenas visitando. Eu não sabia muito sobre sua vida pessoal, especialmente
agora.
Seguir Scott para dentro me ajudou a sacudir o clima o suficiente para
me divertir um pouco, mas eu não conseguia parar de pensar em Asia. A
cada poucos segundos, seu rosto voltava à minha mente ou eu me virava,
meio que esperando que ela estivesse lá. Isso me distraiu o suficiente para
que, quando a noite acabou e Scott nos levou de volta ao restaurante para
que eu pudesse pegar meu carro, não convidei Helen para vir para casa
comigo. Samantha e Scott já estavam um sobre o outro, e eu sabia que
estava atrapalhando seus planos ao ter Helen de volta no carro com eles,
mas eu simplesmente não conseguia me forçar a trazê-la de volta para meu
apartamento comigo. Não confiando no fluxo generoso de bebidas que
comprei durante a noite para realmente me manter na estrada, deixei meu
carro onde estava estacionado e voltei para o meu condomínio. Não era
muito longe e me deu uma chance de pensar sobre o que eu faria a seguir.
CAPÍTULO 6
ASIA

A gora não era hora de pensar em Drew. Na verdade, nunca foi o


momento de eu ficar pensando nele, essa vez se destacou em particular. Eu
realmente não me recuperei depois de vê-lo no restaurante na noite de
sábado. Foi ridículo reagir dessa forma. A lógica realista, gentil, adulta do
meu cérebro que sabia que ele ainda era uma pessoa e viveu sua vida depois
que ele saiu do meu apartamento há seis anos compreendeu isso. Não fazia
sentido para mim ainda ter uma reação tão intensa em relação a ele. No
entanto, no momento em que o vi sentado à mesa com aquelas mulheres,
meu cérebro parecia confuso e distraído, e eu não tinha voltado a
mim desde então.
Dylan perguntou o que havia de errado quando eu me virei para minha
comida e tentei voltar a comer. Eu balancei minha cabeça, olhando para o
meu prato e esperando que a sensação de seus olhos na minha nuca fosse
embora.
"Nada," eu disse a ele. "Não é grande coisa."
Isso era mentira, mas não havia realmente mais nada para eu dizer a
ele. Eu não contaria tudo para meu irmão enquanto comia um prato de
rolinhos primavera. O tempo para isso teria sido seis anos atrás, quando ele
foi a primeira pessoa para quem eu disse que eu estava grávida. Claro,
ele perguntou sobre o pai. Era bem sabido que eu não namorei ninguém
durante todo o meu tempo na faculdade. Esse foi um grande ponto de
conflito com meus pais, que me mandaram para a escola com a esperança
de eu ganhar minha Sra. Acima de tudo. Eles ainda esperavam que eu fosse
excelente nas aulas, mas eu deveria me formar com um emprego e um
marido rico e com contatos. Então, quando eu disse a ele que estava
grávida, depois que ele ouviu por quatro anos sobre como eu nem tinha
encontrado um garoto legal para namorar, não foi inesperado para ele ficar
curioso.
Não contei a ele sobre Drew. Era muito cru, mesmo na época. E não
adiantava dizer a ele. Dylan não conhecia Drew e não havia mais nada entre
nós. Não seríamos um casal e eu não contaria a ele sobre o bebê. Tudo que
eu contasse ao meu irmão iria fazer é causar mais conflito.
Tentei não pensar nele pelo resto do fim de semana. Mas os
pensamentos sobre Drew e nosso passado breve, mas poderoso,
continuavam se infiltrando. Era especialmente difícil cada vez que eu
olhava para Ollie. Ele era apenas uma lembrança viva de Drew. Quanto
mais velho ficava, mais se parecia e falava como ele, e mais eu pensava em
seu pai quando o observava. Às vezes, uma parte profunda de mim doía em
pensar que Drew nunca teve a chance de ver seu filho. Ele era a coisa mais
preciosa do mundo para mim e um presente incrível. Mas eu fiz minha
escolha. Eu guardei o segredo do nosso bebê durante seis anos, e eu não
estava prestes a contar a verdade agora. Não apenas por causa de um
encontro em um restaurante tailandês.
Nem mesmo um encontro. Só nos vendo do outro lado da sala. Isso
não foi o suficiente para mudar tudo. Eu apenas continuaria evitando ele e a
possibilidade de revelar a verdade. San Francisco era um lugar grande. As
chances eram muito altas de que não iríamos nos cruzar novamente.
E é exatamente assim que eu queria. Vê-lo significava ter que
confrontar meus sentimentos por ele e pela maneira como nos separamos, e
eu não queria fazer isso. Mesmo tantos anos depois, eu não tinha superado
totalmente o que isso fez comigo quando ele foi embora naquele dia. Eu
nunca o tinha perdoado pela maneira como ele saiu e nunca mais voltou. Eu
nunca realmente me perdoei por afastá-lo também. Mesmo quando ele saiu
furioso e bateu a porta com tanta força que um quadro caiu da parede e se
espatifou, pensei que ele voltaria. Ele só precisava se acalmar. Ele daria
uma volta no quarteirão e voltaria para que pudéssemos colocar a conversa
sob controle. Eu sentei e esperei por ele. Horas se passaram e quando
acordei enrolada no sofá e ele ainda não estava lá, a dura realidade de que
Drew havia sumido.
Eu poderia ter previsto que era o que aconteceria. Foi por isso que
eu tentei o quanto pude para ficar longe dele quando o meu interesse
começou a crescer mais forte. Queria evitar o confronto inevitável. Jamais
daria certo. Não como um casal de verdade. Havia muitos fatores que nos
separavam e, quando finalmente cedi ao que sentia por ele, era apenas uma
questão de tempo antes de termos que lidar com isso. Eu sabia que estava
chegando, mas isso não me impediu de sofrer. Ainda estava terrível quando
acordei na manhã seguinte à nossa briga e soube que ele tinha partido para
sempre.
Essa dor ficou comigo. Não foi embora da maneira que eu
esperava. Disse a mim mesma que se conseguisse superar o choque das
primeiras horas, tudo ficaria bem. Eu seria capaz de dizer a mim mesma que
isso era o certo para nós dois e deixar isso para trás. Não foi assim que
aconteceu. A dor persistiu e eu a trouxe comigo durante as semanas
seguintes e quando parti para o estágio. Permaneceu comigo até o dia em
que descobri que estava grávida. Então, de repente, havia muito mais em
que pensar que fui capaz de engolir a dor e pensar em outras coisas.
Naquele momento, eu poderia ter desistido. Teria sido a resposta
esperada e poucos teriam me culpado. Eu poderia simplesmente ter enfiado
meu rabo entre as pernas e ido para casa para descobrir as coisas. Mas eu
não fiz. Recusei-me a deixar isso acontecer. O estágio era tudo, e eu ia me
dedicar a ele tanto quanto me dedicaria se nada tivesse mudado. Eu não
esperaria nada menos do que arrebentar no estágio e impressionar a todos
para quem trabalhei, e foi exatamente o que fiz. Antes mesmo de o cargo
terminar, recebi uma oferta de emprego. Fiquei durante a minha gravidez
até Ollie completar alguns meses, antes de voltar para a Califórnia.
Poderia ter sido tão diferente para mim. Isso nunca saiu da minha
mente. No dia em que eu estava sentada no consultório médico, ouvindo ela
falar sobre minha gravidez e como fazer minha primeira consulta pré-natal,
fiz uma escolha. Nunca tive dúvidas se meus pais aceitariam o bebê. Eu
sabia que eles não iriam. Se eu quisesse voltar para casa e continuar como
parte da família deles, teria que desistir do bebê e nunca mais falar sobre
ele. Seria algo que todos nós deixaríamos para trás e nunca
mencionaríamos. Isso não iria acontecer. Ouvir que estava grávida foi um
dos momentos mais assustadores e desorientadores da minha vida, mas
assim que vi a forma cinzenta na tela, não tive escolha.
Nada iria tirar esse bebê de mim. Significava me desconectar de meus
pais e me jogar em uma vida diferente de tudo que eu jamais pensei que
teria. Mas valeu a pena. Eu amei meu bebê no mesmo instante, e eu faria
qualquer coisa por ele. Contar aos meus pais foi tão horrível quanto eu
esperava. Eles tentaram muito me convencer a entregá-lo para adoção e
seguir em frente com a vida que eu sempre planejei. No final, eu saí da casa
deles e, para todos os efeitos, sem pais.
As coisas pareciam escuras na época, mas eu tinha meu irmão. Ele
estava lá para mim e garantiu que eu soubesse que não estava totalmente
sozinha. Gradualmente, tornou-se meu novo normal e a vida recomeçou. Há
muito tempo, eu sentia que as coisas haviam funcionado para mim. Eu
estava me estabelecendo em San Francisco e estava indo bem, dando
suporte técnico como freelancer. Pelo menos, indo bem o suficiente. Se eu
pudesse conseguir o contrato pelo qual estava competindo, eu estaria
feita. Isso me daria o lançamento de que precisava para realmente criar o
tipo de vida que queria para mim e para Ollie.
Foi isso que me trouxe àquela manhã de segunda-feira, me arrumando
e trocando de roupa quatro vezes. A entrevista pode significar coisas
grandes para mim, e eu queria que fosse tudo perfeito, desde os sapatos que
eu escolhi. Eu não tinha ficado tão animada ou nervosa com uma entrevista
desde que enfrentei o painel de estágio há tantos anos.
Eu finalmente escolhi a roupa certa e terminei minha maquiagem,
então acompanhei Ollie até a porta dos fundos. Por mais que isso fizesse
meu estômago pular a qualquer hora que ele estivesse fora da minha vista
nem por um segundo, meu garotão estava exercendo sua independência
recentemente, e deixá-lo andar do nosso quintal até o portão do quintal de
seu tio fez ele sentir-se especial. Dylan já estava em sua própria varanda, e
nós dois observamos enquanto Ollie cruzava a grama. Ele acenou para mim
quando pegou meu filho pela mão e eu saí para a entrevista cheia de
otimismo.
Acontece que parte desse otimismo foi extraviado. Quase
vacilei quando entrei na sala de reuniões e encontrei George Ishko. Ele me
olhou de cima a baixo lentamente, me avaliando antes mesmo de dizer uma
palavra. Demorou vários segundos para ele finalmente estender a mão para
eu apertar. Eu não conseguia afastar a sensação de que ele já havia
encontrado algo desagradável em mim.
"Olá", eu disse. "Asia Humphrey. "
"Oh. O A é de 'Asia'.", disse ele.
Minha mão caiu da dele e eu olhei para ele estranhamente.
"Sim, " eu disse, sem saber o que dizer.
"Você terá que perdoar minha confusão. Tenho pessoas que analisam
inscrições para mim, e o relatório que me deram sobre você apenas listou
seu nome como A. Humphrey. Tive a impressão de que A representava algo
mais na linha de Adam ou Anthony ", ele me disse.
Não era exatamente o começo que eu esperava, mas tentei não
demonstrar. Eu estava determinada a cansá-lo.
"Não. É de Asia. Meus pais me deram o nome do continente que
visitaram mais recentemente no ano em que nasci", eu disse a ele,
encobrindo a implicação óbvia de que ele estava desapontado por eu não ser
um homem.
O Sr. Ishko acenou com a cabeça e fez um gesto para que eu me
sentasse em um sofá cinza. Ele tomou seu lugar em uma cadeira
posicionada perto do sofá e olhou para o arquivo que segurava em suas
mãos. A maneira como ele leu me disse que estava recalculando o que iria
dizer e as perguntas que faria agora que descobriu que eu não era um Adam
ou um Anthony. Finalmente, ele começou a falar. A reunião foi um pouco
turbulenta, acentuada com momentos de misoginia casual que me fez
estremecer internamente.
Pelo menos eu não era a única encolhida. No meio da reunião, a porta
se abriu e um homem mais jovem entrou. O Sr. Ishko olhou para ele.
"Asia, este é meu assistente, Mitchell. Ele é o único responsável pelo
problema com o seu nome, "ele disse com um tom quase acusatório.
Mitchell olhou para trás e para frente entre mim e ele, sua expressão
confusa, embora eu tivesse quase certeza de que ele sabia exatamente o que
estava acontecendo.
"Oh? Houve um problema com o nome dela? " ele perguntou.
"Considerando os parâmetros da posição, o amplo conhecimento
necessário e o fato de você ter usado apenas a primeira inicial, presumi que
estaria entrevistando um homem. ", disse Ishko.
Os olhos de Mitchell deslizaram para mim, mas ele não disse nada
para mim.
"Há algo que eu possa fazer por você?" ele perguntou.
O Sr. Ishko balançou a cabeça. "Não. Esta reunião está quase
acabando."
Eu desviei o olhar para impedi-lo de me ver morder meu lábio. Eu
tinha que ficar calma se queria ter alguma chance de conseguir o
contrato. A reunião não melhorou a partir daí, mas felizmente não demorou
muito. O alívio tomou conta de mim quando o Sr. Ishko se levantou e
abotoou o paletó, o sinal universal para "esta entrevista acabou". Quando
apertei sua mão, minha mente já estava pensando no que eu diria a Mitchell
quando o encontrasse. Seu assistente provavelmente tinha uma influência
considerável sobre o Sr. Ishko, e se eu pudesse me dar bem com ele, isso
poderia me animar um pouco.
Ele me acompanhou até a porta e eu saí para encontrar
Mitchell. Enquanto eu caminhava pelos corredores, ouvi meu nome e
parei. Um pequeno grupo de pessoas em uma sala de descanso estava
falando sobre mim e a entrevista.
"É realmente uma pena", disse um deles. "As qualificações dela são
excelentes."
"Não importa. Ela foi entrevistada por Ishko. Você sabe o que isso
significa.", respondeu outro.
Isso despertou meu interesse. O que isso significa?
"Então é isso. Ele nunca vai contratá-la se ela for solteira. Não importa
o quão qualificada ela seja ou quão boa ela seria no trabalho. Ele não acha
que mulheres solteiras pertencem ao local de trabalho. "
Eu queria gritar, mas cerrei minha mandíbula para pará-lo. Não me
preocupando mais em procurar Mitchell, saí do escritório e fui para casa,
parando na loja para comprar vários litros de sorvete no caminho. Eu tinha
que descobrir o que fazer a seguir.
CAPÍTULO 7
DREW

A manhã de quarta-feira começou como qualquer outro dia. Parei na loja


no andar inferior do prédio para tomar um café antes de subir para o meu
escritório. Maria não estava sentada em sua mesa, e eu imediatamente
verifiquei meu telefone. Ela não simplesmente não aparece para
trabalhar. Em mais de um ano desde que ela começou a trabalhar para mim,
ela só faltou três dias de trabalho, e todos eles eram para
emergências. Exatamente como eu esperava, havia um correio de voz
esperando por mim.
"Drew, é Maria. Você precisa ativar o toque do seu telefone
novamente. Você deve ter desligado ontem à noite quando foi para a cama e
não voltou a ligar o som esta manhã. Você ligou? Certifique-se de ativá-lo
para que as pessoas possam entrar em contato com você. Realmente não
quero deixar isso como uma mensagem, mas não tenho escolha. Sinto
muito, mas vou ter que faltar hoje. Minha filha está tendo algumas
complicações com a gravidez e eu preciso ir com ela. Entrarei em contato
com você mais tarde. Mandei um e-mail para você com uma lista de suas
reuniões e tarefas de hoje. O menu para o restaurante chinês que você gosta
às quartas-feiras está na gaveta de cima da minha mesa. Você gosta do
número doze e do número nove. Peça molho extra. "
A mensagem terminou abruptamente e, apesar da urgência de sua
ligação, não pude deixar de sorrir. Maria era alguma coisa. Eu não tinha
certeza do quê, mas definitivamente algo.
Ouvir a mensagem me levou direto à porta do meu escritório, e quase a
abri sem olhar. Quando o fiz, notei um pedaço de papel verde brilhante
preso na frente. Tirando-o, li a nota quando abri a porta e caminhei até
minha mesa. Meu estômago saltou na minha garganta, então caiu. Eu li tudo
de novo, tentando processar o que estava lendo.
"Scott!" Eu gritei, colocando minha bolsa de computador na minha
mesa.
Passos soaram pelo corredor e meu melhor amigo irrompeu no
escritório com olhos selvagens.
"O que há de errado? O que está acontecendo?" Ele exigiu.
Eu levantei a nota. "Você viu isso?"
Ele olhou para a nota e riu. "Puta merda, Drew. Achei que alguém
tivesse entrado e tentado matar você. "
Ele riu de novo e balançou a cabeça.
"Isso estava na minha porta quando eu cheguei.", eu disse a ele.
"Eu sei. Hank veio esta manhã antes de você chegar e queria passar
isso para você. Mas como Maria não estava aqui para receber dele, ele
apenas anotou e colocou na sua porta. Achei que seria fácil para você
encontrar e você não perderia isso ", disse Scott. "Você ficou seriamente tão
dependente de Maria que nem consegue reconhecer um memorando se ela
não lhe der?"
"Eu sei o que é um memorando. Você leu?" Eu perguntei.
Ele assentiu. "Sim. Hank conhece uma garota que é uma freelancer
promissora na cidade e quer que você considere trabalhar com ela. Qual é o
problema? Eu pensei que você tivesse dito que ele mencionou isso quando
veio falar com você outro dia."
"Sim, ele mencionou que havia uma freelancer com quem achava que
eu deveria trabalhar, mas não disse que era ela", eu disse a ele.
Scott inclinou a cabeça para que pudesse ler a nota. "Asia
Humphrey." Ele balançou sua cabeça. "Nunca ouvi falar dela."
"Sim," eu disse a ele, olhando para o nome dela e o número de telefone
rabiscado no papel. "Lembra-se do sábado quando eu disse que vi o
fantasma do meu passado no restaurante tailandês?"
"Aquele que te deixou todo deprimido e te fez recusar um pedaço
quente de bunda?" ele perguntou.
"Encantador," eu comentei, então levantei o bilhete. "Este é o meu
fantasma."
"A sério?" ele perguntou.
Soltei uma risada curta e incrédula e caí em uma das cadeiras de
couro.
"Sim. Esta é a Asia, a garota da faculdade. "
Scott riu. "Bem, isso é uma maravilha? Ligue para ela."
Eu cortei meus olhos para ele. "Já se passaram seis anos, Scott."
"Você não me ouviu dizer ’maravilha’? E se não, quem se
importa? Como você disse, já se passaram seis anos. E pelo que você me
contou sobre ela, você nem mesmo teve um relacionamento real com
ela. Você nem me disse o nome dela até agora. Ela sempre foi apenas 'a
garota da faculdade'. Talvez tudo isso esteja atrás de vocês dois. Hank
obviamente vê algo nela. Então, basta ligar para ela. Não é como se você
estivesse ligando para proclamar seu amor eterno por ela. Você está
considerando-a para um trabalho. "
"Você realmente deveria ter considerado uma carreira como palestrante
motivacional. ", eu disse secamente.
Scott estendeu os braços ao lado do corpo. "Eu procuro agradar." Suas
mãos caíram para os lados, e ele as usou para se levantar do sofá. "Tudo
bem. Agora que sei que não tenho que entrar aqui e defender sua honra nem
nada, vou voltar ao trabalho. Você vai ficar bem sem Maria?"
"Você é hilario. Saia do meu escritório. "
Scott riu. "Mas sério. Ligue para ela. Você não quer ignorar a
recomendação do chefe do conselho de investidores por causa de alguma
aventura na faculdade há seis anos. Ele chegou ao ponto de não apenas
mencioná-la durante seu último encontro, mas também de deixar um bilhete
sobre ela com suas informações de contato. Você não pode simplesmente
fingir que não entendeu. Você precisa ligar para ela. "
Ele saiu do escritório, mas eu fiquei no sofá olhando para o
bilhete. Hank realmente queria que eu entrasse em contato com ela. Mas me
lembrei da maneira como ele falou sobre ela durante nosso encontro. Ele
mencionou suas habilidades, mas estava muito mais interessado em falar
sobre os outros benefícios que ela poderia oferecer. Isso não passou pela
minha cabeça quando eu ouvi pela primeira vez, ou pelo menos, eu deixei
passar porque não queria pensar em Hank tendo esse tipo de pensamento
em relação a uma jovem. Mas agora que eu sabia que era a Asia, as dicas
fizeram muito mais sentido.
Ele pode pensar que ela poderia realmente beneficiar a empresa com
suas habilidades, mas ele obviamente pensou que eu iria ganhar muito
olhando para ela esvoaçando pelo escritório. Ele não estava errado. Olhar
para ela no trabalho todos os dias definitivamente seria bom para a
moral. Foi o que teve que acontecer além de olhar para ela que me fez
parar. Vê-la do outro lado do restaurante foi difícil o suficiente. Eu não
sabia como lidaria de fato interagindo com ela, muito menos contratando-a
para trabalhar para mim. Era uma posição desconfortável e estranha que eu
não tinha certeza se tinha alguma chance de funcionar bem.
Ao mesmo tempo, Scott tinha razão. Foi há muito tempo. Por mais que
minhas memórias do meu tempo com a Asia ainda estivessem na minha
mente, era inteiramente possível que ela mal pensasse em mim. Ela
claramente sabia quem eu era no restaurante, mas talvez tenha sido a única
vez que eu cruzei sua mente em anos. Se fosse esse o caso, não havia razão
para trabalharmos juntos estar fora de questão. Se ela fosse tão boa em seu
trabalho quanto presumi que seria, graças à minha vasta experiência com
suas habilidades e dedicação, ela poderia ser um tremendo patrimônio para
a empresa.
Mas se ainda houvesse algum tipo de sentimento persistente sobre
aquele último dia que passamos juntos, ou qualquer um dos dias anteriores,
trabalhar juntos poderia ser miserável. Oferecer a ela uma posição poderia
parecer que eu estava esfregando meu sucesso em seu rosto ou tentando
manipulá-la de alguma forma.
Soltei um suspiro e me dirigi para minha mesa. Era óbvio que isso não
era algo que eu seria capaz de pensar facilmente. Eu ia e voltava o dia todo,
comparando as opções e suas possibilidades. Entre as reuniões e as sessões
de brainstorming, examinei os cenários possíveis e tentei analisá-los a
fundo para poder decidir que caminho seguir. Finalmente, por volta das seis
da tarde, eu sabia o que tinha que fazer.
Soltando um suspiro e meio temendo cada pedacinho dessa situação,
peguei meu telefone e disquei o número listado na nota. Tocou algumas
vezes antes de ela atender. Sua voz enviou um choque através de mim.
"Alô?"
"Asia?" Eu perguntei.
Houve um rápido silêncio.
"Sim?"
Ela disse isso como se conhecesse minha voz, mas não queria admitir.
"É Drew."
Asia respirou, levemente estremecendo.
"Oi, Drew.", ela disse.
De certa forma, foi reconfortante ouvir a incerteza e surpresa em sua
voz. Ela definitivamente não esperava ouvir de mim, o que me ajudou a me
sentir menos desconfortável. Eu estava preocupado em falar com ela depois
de todos aqueles anos, mas não a ouvir ser casual e desdenhosa sobre falar
comigo nos colocou em um campo de jogo equilibrado.
"Honestamente, esta é a última maneira que eu poderia imaginar entrar
em contato com você novamente, ", eu disse, "mas você foi altamente
recomendada".
"Desculpe?" ela perguntou, soando em algum lugar entre ofendida e
confusa.
"Por um investidor.", eu disse rapidamente. "O chefe do conselho de
investidores da minha empresa ouviu coisas boas sobre seu trabalho como
freelancer e sugeriu que eu entrasse em contato com você. "
"Você possui uma empresa?" ela perguntou.
"Sim," eu disse a ela. "É nova, tem apenas alguns anos, mas está
crescendo rapidamente."
"Isso é ... ótimo de ouvir, Drew."
"Obrigado. Estou procurando aumentar minha equipe, e meu
investidor acha que podemos ter uma posição ideal para você. Se você
estiver interessada, adoraria marcar uma reunião ", disse eu.
"Seu investidor?" ela perguntou.
"Sim, ele está muito impressionado com você, e eu tenho alguma
experiência com seus conhecimentos e habilidades. Acho que você pode se
encaixar bem. "
Estava ficando mais difícil pronunciar as palavras, e foi um alívio
quando ela finalmente concordou com a reunião. Acertamos a hora e se
passaram alguns segundos tensos enquanto tentávamos descobrir a maneira
certa de desligar o telefone. Finalmente, a ligação foi encerrada e eu
sentei na minha mesa tentando entender tudo.
Quando cheguei em casa naquela noite, ainda estava me recuperando
de falar com a Asia. Assim como eu disse a ela, essa definitivamente não
era a maneira que eu jamais imaginei entrar em contato com ela
novamente. Mas agora eu tinha uma reunião com ela no dia seguinte e
queria estar pronto para isso. Recostando-se no sofá da sala, abri meu
computador e coloquei o nome dela no mecanismo de busca. Eu me impedi
de fazer isso por seis anos, mas agora eu tinha uma razão legítima. O
primeiro resultado foi seu site profissional. Eu abri e comecei a pesquisar.
Eu tinha passado por quase todas as páginas do site quando o som do
meu telefone tocando me tirou dos meus pensamentos. Pegando, verifiquei
a tela. Assim que vi que era a Helen do fim de semana, silenciei o toque e
deixei de lado. Eu estava muito ocupado para pensar nela naquele
momento.
CAPÍTULO 8
ASIA

U ma das coisas mais incríveis sobre ser mãe foi assistir Ollie
aprender. Desde o bebezinho indefeso que segurei em meus braços no dia
em que ele nasceu até o indisciplinado e curioso menino de cinco anos que
enchia minha casa de barulho e risadas, sempre fiquei surpresa com seu
aprendizado. Não apenas o quanto ele aprendeu e mudou todos os dias, mas
o quanto ele adorou esse processo. Ele ansiava por novas informações
e boatos interessantes que pudesse guardar em seu cérebro para revelar mais
tarde. Quer fosse uma nova habilidade ou uma informação divertida, ele
estava sempre pronto para absorver tudo e qualquer coisa disponível para
ele.
Eu queria me dar crédito por isso e dizer que era porque eu li para ele
quando ainda estava grávida dele, e todos os dias depois. Mas eu sabia que
era apenas uma parte dele. Ele pode ter conseguido um pouco de mim, mas
veio naturalmente de seus pais. Drew nunca ficou sem um pouco de
trivialidade ou um fato que ele pudesse lançar em uma conversa. Parecia
que não importava sobre o que estávamos falando, ele tinha algo a
interpor. E, se não o fizesse, da próxima vez que conversássemos, ele teria
entrado no assunto e teria algo para compartilhar comigo. Essa necessidade
de sempre saber algo mais, de sempre continuar aprendendo, fazia parte do
que o tornava infinitamente fascinante e atraente para mim. Agora eu via
isso em nosso filho e sabia que ele teria esse mesmo impulso por toda a
vida.
Este ano, Ollie finalmente começou o jardim de infância. Ele estava na
pré-escola desde os três anos, mas não era o suficiente para ele. Adorava
construir com blocos e pintar a dedo com os melhores, mas desde o
momento em que conseguiu entender a ideia de escola, quis fazer parte
dela. Ansiar pelo primeiro dia de escola "de verdade" carregava o mesmo
entusiasmo e empolgação de ansiar pelas férias, e ele ainda não havia
perdido o amor por isso.
Naquela manhã, parei na frente de sua escola para deixá-lo com um
frio na barriga. Eu me virei para deixá-lo sair de sua cadeirinha, e ele se
adiantou para me dar um beijo, como fazia todas as manhãs.
"Tenha um bom dia na escola, amigo", eu disse enquanto a assistente
de ensino vinha até o carro para buscá-lo.
"Eu vou. Tenha um bom dia, mamãe.", ele me disse e ansiosamente
agarrou a mão da jovem para que ela pudesse acompanhá-lo até os outros
de sua classe que esperavam para entrar.
Era a mesma coisa que ele me dizia todas as manhãs, mas naquele dia
pesou mais. Eu estava fazendo o meu melhor para não surtar quando me
afastei do meio-fio e comecei a dirigir em direção ao escritório. Não que
estivesse indo muito bem, mas eu estava dando o melhor de mim. Na
melhor das hipóteses, eu entraria nesta reunião alegre e casual, parecendo
confiante e não afetada pelo que estava acontecendo. Na pior das hipóteses,
eu ficaria tensa e com os nervos em frangalhos, o que imediatamente
denunciaria toda a minha ansiedade e possivelmente revelaria o maior
segredo que já guardei nos últimos trinta segundos.
Minhas esperanças estavam definitivamente baseadas no melhor
cenário possível. Alcançar isso exigiria algum pensamento positivo e auto-
treinamento.
Ficaria absolutamente bem. Claro, eu estava prestes a me encontrar
com o pai do meu filho, que nem sabia que era pai. Um cara que eu não via
há seis anos. Um cara que eu poderia ter amado se me permitisse. E, agora,
um cara que poderia me estabelecer ou me quebrar nesta cidade.
Não é nada demais.
Puta merda.
Esses pensamentos me levaram da escola para o escritório, e respirei
fundo várias vezes ao entrar no estacionamento. Fazendo tudo que pude
para não entrar em pânico, entrei no prédio de escritórios de Drew.
Eu esperava ver Drew no saguão e não tinha certeza de como me sentir
quando passei pelas portas de vidro e vi outro homem, o que estivera no
restaurante com Drew e as duas mulheres, encostado num balcão de
recepção curvo, ele riu de algo que a mulher mais velha atrás do
computador disse, então virou-se para mim.
"Oh, oi," ele disse, se afastando da mesa e vindo em minha
direção. "Você deve ser Asia Humphrey."
Peguei a mão que ele estendeu para mim e assenti.
"Sim."
Teria sido fantástico ter algo mais a dizer, mas essa foi a única palavra
que conseguiu vir à mente.
"Eu sou Scott, parceiro de Drew. Ele me enviou para conhecê-la
enquanto ele estava em uma ligação. Ele já deve ter terminado quando
chegarmos lá ", disse ele.
Eu balancei a cabeça e ele gesticulou para que eu o seguisse pelo
saguão arejado. Quando um elevador espelhado subiu em direção ao último
andar, pensei no que dizer quando visse Drew. Ajudaria se eu entendesse
completamente o que estava fazendo aqui, mas com meu único
entendimento básico da reunião, parecia que eu teria que improvisar. O ding
brilhante e alegre do elevador fez meu coração pular na minha garganta. Eu
engoli e segui o gesto de Scott para sair primeiro. Ele me conduziu por um
curto corredor e passou por uma parede de vidro em direção a uma porta de
madeira grossa.
Olhando através do vidro enquanto caminhávamos, tive meu primeiro
vislumbre de Drew. Ele se sentou em uma longa mesa de reunião com
vários arquivos espalhados à sua frente. Ele pressionou o telefone contra o
ouvido e a expressão em seu rosto dizia que não era uma conversa
agradável.
"Desculpe", disse Scott. "Eu pensei que ele já teria terminado."
Eu balancei minha cabeça com desdém, mas percebi que ele não
estava olhando para mim. Em vez disso, ele estava gesticulando em direção
ao vidro para Drew. Eu olhei e o vi acenar para nós entrarmos. Scott abriu a
porta e uma enxurrada de palavras que soavam raivosas saiu para nós. Eu só
podia supor que eles estavam com raiva por causa do tom e pelo fato de eu
não ter entendido nenhum deles. Sua voz estava tensa, mas qualquer que
fosse o idioma que falava, não era inglês. Scott puxou uma cadeira do outro
lado da mesa de Drew e gesticulou para que eu me sentasse.
Sentei-me, esperando que Scott ou se sentasse ao meu lado ou fosse
para o outro lado da mesa para se juntar a Drew. Em vez disso, ele me
ofereceu sua mão novamente.
"Asia, foi um prazer conhecê-la. Tenho certeza que teremos mais
oportunidade de conversar mais tarde.", ele sussurrou.
Eu abri minha boca para responder, mas assim que o fiz, Drew soltou
outro fluxo de quase gritos incompreensíveis. Apertando meus lábios,
esperei até que ele terminasse. Quando ele ficou em silêncio, tamborilando
os dedos contra o topo da mesa enquanto parecia ouvir a pessoa do outro
lado da linha, eu olhei de volta para Scott.
"Foi um prazer conhecer você também, Scott. Obrigado por me trazer
aqui.", eu disse.
Drew deixou escapar um suspiro exasperado e recostou-se na cadeira,
a cabeça caindo para trás, olhando para o teto.
"Não ligue para ele,", Scott disse, se inclinando para falar comigo sem
Drew ouvir. "Ele tem um certo temperamento."
Eu acenei com a cabeça. "Eu sei."
Um sorriso apareceu em seu rosto, e ele deu um aceno de cabeça em
troca.
"Certo. Você sabe. Bem, eu tenho algumas coisas para cuidar. Boa
reunião."
Scott saiu da sala, deixando-me sentada à mesa sem saber para onde
olhar. Foi estranho ficar sentado ali ouvindo metade de uma conversa que
eu não entendia, sem saber quanto tempo iria durar ou se eu deveria reagir
de alguma forma quando tudo acabasse. Mesmo enquanto esses
pensamentos passavam pela minha mente, eu não pude deixar de pensar
naquele sorriso que surgiu no rosto de Scott. E o que ele quis dizer com
"Certo. Você sabe."?
Não tive muito tempo para contemplar isso. Drew finalmente
encontrou meus olhos e me deu o que eu só poderia assumir que era um
aceno reconfortante. Houve mais algumas trocas breves por telefone antes
que ele desligasse. Então éramos apenas nós dois sentados à mesa, olhando
um para o outro. Os poucos segundos de silêncio que se seguiram se
esticaram com antecipação. Ambos esperávamos que o outro falasse
primeiro. Nenhum de nós fez até que de repente ambos fizeram.
"É bom ver você, Asia."
"Lamento interromper sua ligação. Oh, é bom ver você também. "
"Está tudo bem, você não está interrompendo. Estou feliz por desligar
essa ligação. "
"Estou muito interessada em saber..."
"Estou feliz que você veio esta manhã..."
Nossas vozes se sobrepuseram, nossas palavras tropeçando umas nas
outras, até que finalmente Drew riu e parou. Fiquei em silêncio e ele acenou
para que eu continuasse. Soltei um suspiro e sorri.
"Oi", eu disse.
"Oi," ele respondeu.
"Como você tem estado?" Eu perguntei.
Drew assentiu, olhando ao redor. "Tenho estado bem, considerando
todas as coisas. A vida é um pouco diferente da última vez que nos vimos. "
Foi uma declaração pegajosa, uma daquelas coisas que as pessoas
dizem que faz você se perder e se prender. Não havia nenhuma maneira que
eu estava entrando naquilo e sendo sugada pela areia movediça de
relembrar o passado.
"O que nos leva ao motivo pelo qual você me ligou", eu disse,
evitando o momento e orientando-o sobre o propósito da reunião.
"Sim," Drew respondeu. Ele pareceu um pouco surpreso com a minha
declaração direta, mas superou isso. "Como mencionei, meu principal
investidor recomendou você para mim. Minha empresa está ganhando
força. Já tem cerca de dois anos e nosso último aplicativo foi extremamente
bem-sucedido. Queremos continuar a crescer e expandir, e Hank mencionou
que conhecia um freelancer em ascensão na cidade em busca de
oportunidades. Claro, eu não sabia que era você quando ele mencionou
você pela primeira vez. "
A declaração doeu, e inclinei minha cabeça, estreitando meus olhos
para ele.
"Claro.", eu disse.
Drew percebeu imediatamente o que ele disse.
"Isso não foi o que eu quis dizer. Eu só quis dizer que ele não me disse
seu nome a princípio, e ele não sabia que nos conhecíamos. O objetivo era
garantir que ele te recomendou não com base em qualquer história pessoal
que possamos ter, mas em seus méritos. Eu respeito Hank e suas
opiniões. Se ele acha que você seria uma boa adição à empresa e que
devemos trabalhar juntos, vou ouví-lo.", disse.
Observei Drew cuidadosamente enquanto ele falava. A maneira como
ele se portou imediatamente se destacou para mim. Ele estava
completamente à vontade. Não houve hesitação, nenhuma sensação de ter
que se apoiar ou ter uma postura para se ajustar. Ele parecia estar no
controle de seu espaço. O pensamento da minha última entrevista surgiu em
minha mente. George Ishko não me contratou porque eu era
solteira. Mesmo com o tempo me separando disso, a situação me
irritou. Não havia sombra de dúvida em minha mente, Drew poderia ter
tudo que eu queria simplesmente porque ele era um homem.
Drew me chamou aqui porque seu investidor queria que eu trabalhasse
com ele, mas eu tinha outra coisa em mente. Eu precisava encontrar uma
maneira de fazer Drew me ajudar. Só não tinha certeza de como. Ainda era
estranho sentar lá com ele, separados por uma mesa que
parecia nos dividir por mais do que apenas espaço. As coisas
mudaram. Agora ele era o único com status, o poder. De certa forma era
desconfortável, mas eu ainda sabia que , no fundo, ele poderia me ajudar.
Opções passaram pela minha mente. Um acordo entre nós pode
funcionar, trocando sua ajuda com George pela minha ajuda em sua
empresa. Mas eu precisava encontrar a maneira correta de formular isso
para garantir que conseguisse o que queria. Acima de tudo, eu precisava
lembrar de ser cuidadosa. Não importa o que aconteça, eu não poderia
deixá-lo chegar muito perto e arriscar que descobrisse sobre Ollie.
CAPÍTULO 9
DREW

"U h, Asia?" Eu perguntei novamente, olhando para ela enquanto ela


olhava direto para mim.
Asia saiu da conversa e mergulhou em pensamentos profundos. Era
um olhar que eu já tinha visto inúmeras vezes antes. Sempre que ela estava
analisando profundamente um material particularmente
desafiador ou tentando encontrar o texto exato e perfeito para um artigo,
essa era a aparência que ela recebia. Era como se ela estivesse voltada para
si mesma e já não estava ciente de nada ao seu redor. Ela desapareceu em
algum lugar que só ela podia ver e vagou em seus próprios pensamentos
complexos, brilhantes, e às vezes confusos. Muitas vezes eu desejei mais do
que qualquer coisa no mundo ter apenas alguns minutos para estar lá com
ela e saber como era. E houve algumas vezes em que senti que havia feito
isso.
Eu a observei cuidadosamente enquanto as engrenagens giravam em
sua cabeça. Observei seus olhos e o formato de seus lábios, esperando por
qualquer pista do que ela poderia estar pensando. A reunião mal havia
passado do estágio de conversa fiada. Eu nem tinha contado a ela sobre meu
aplicativo ou os planos de expansão em que ela poderia estar envolvida se
ingressasse na empresa. No entanto, lá estava ela, contemplando algo, então
ela estavaa quilômetros de distância.
Por mais intrigante e frustrante que fosse, isso me deu a oportunidade
de pensar sobre por que ela estava ali. Não porque eu liguei para
ela. Não porque eu pedi a ela para estar lá. Mas a verdadeira razão pela qual
ela estava lá. Eu ainda não sabia exatamente o motivo pelo qual ela estava
agora sentada na minha frente na sala de conferências. Hank nunca deu
nenhuma explicação sobre o motivo de sua insistência em nos
encontrarmos. No início, pensei que ele poderia estar insinuando que eu
precisava de uma mulher na empresa e dos benefícios pessoais que eu
poderia obter com isso.
Quando superei o desconforto inicial, afastei o pensamento. Aquele
não era Hank. Ele se preocupou muito com seu investimento e com o que o
sucesso da minha empresa significaria para ele para jogar fora a
possibilidade de crescimento ao tentar trazer de volta o conceito de doces
de mesa. Seu subcontexto significava outra coisa, e eu perdi isso. Havia
algo mais, e minha curiosidade crescia a cada minuto. Ele obviamente tinha
algum propósito em nos conectar, mas havia tantas incógnitas naquele
momento que eu não consegui descobrir.
Quanto mais eu olhava para Asia, as perguntas e pensamentos girando
em minha mente, mais irritado eu me sentia. Se eu pudesse descobrir as
conexões. Se eu soubesse por que ela estava lá. Irritou-me vê-la novamente
e não saber por que me sentia tão fora de controle. Isso não era sobre
mim. Como eu disse a ela, eu não sabia de quem Hank estava falando
quando a recomendou pela primeira vez e concordei em considerá-la. Seu
papel em minha empresa e seu sucesso futuro significavam que eu dizer que
a consideraria era o mesmo que concordar em contratá-la. Ela foi lançada
sobre mim e não havia nada que eu pudesse fazer. Mas a pior parte era
sentir que estava tentando alcançá-los, como se houvesse coisas
acontecendo alguns passos à minha frente e eu ainda não soubesse delas.
Finalmente, o olhar de Asia voltou para o momento presente, e eu
sabia que ela tinha parado de pensar. Um pequeno sorriso estranho começou
franzindo os lábios ricamente pintados, depois curvou os cantos antes que o
resto de seu rosto o seguisse. Era como assistir aqueles pensamentos ocultos
se transformarem em uma expressão que contasse um segredo que eu ainda
não conhecia. Ela cruzou os braços e se inclinou para frente na mesa para
fechar um pouco o espaço entre nós.
"Acho que podemos nos ajudar", disse ela.
"Mesmo?" Eu perguntei. "Continue."
Ela sorriu um pouco mais e se endireitou.
"Embora tenhamos o que eu acho que poderia ser descrito como
um passado desconfortável, acho que talvez pudéssemos trabalhar juntos",
disse ela.
"É assim mesmo?" Recostei-me na cadeira e apoiei um tornozelo no
joelho. "Eu nem te contei sobre meu projeto ou o que posso esperar de
você."
"Eu sei. E você vai. Mas eu tenho outra proposta para você
primeiro. Obviamente, seu investidor acredita que eu seria uma boa opção
nesta empresa e quer que você me considere. Mas, como freelancer, é do
meu interesse ver as minhas opções e ter tanto trabalho disponível para mim
quanto possível em todos os momentos. Você entende."
"Claro, eu entendo," eu disse.
Asia deu um leve aceno de cabeça. "Bem, acontece que fui enrevistada
por outro cliente em potencial para um contrato que gostaria muito de ter. É
um contrato que venho tentando conseguir há algum tempo e sei que sou
perfeita para ele. "
"Mas?"
Seus olhos brilharam levemente quando ela percebeu que eu ainda
podia lê-la, que eu ainda sabia o que a variação em sua voz significava e
poderia dizer quando ela estava tramando.
"Mas descobri que aquele cliente tem uma tendência um pouco
antiquada e não queria trabalhar comigo. Mesmo que minhas qualificações
sejam exemplares e eu fosse absolutamente tudo o que ele procurava para
preencher essa posição.", disse ela.
"Se você mesmo diz isso em sua humilde opinião."
"Não é humildade fingir que você não é exatamente o que é. Isso é
apenas autodestrutivo. A verdade é que esse contrato foi feito para mim e
eu merecia tê-lo. Mas ele foi menos do que receptivo comigo e, quando saí
da entrevista, ouvi algumas das outras pessoas conversando no
escritório. Eles não perceberam que eu estava escutando eles, mas deixaram
bem claro que ele não teria nenhum interesse em me contratar ", ela me
disse.
"Por quê?" Eu perguntei, sentindo-me estranhamente protetor sobre
ela.
Asia soltou um suspiro. "Porque eu sou uma mulher solteira."
"Ah.", eu disse.
Ela me olhou estranhamente.
"Você está muito menos indignado com a atitude dele do que eu", ela
ressaltou.
Eu dei uma risada curta. "Não, é que não estou nem um pouco
surpreso com isso. O mundo dos negócios está mudando, e a maioria das
pessoas está mudando com ele, mas, infelizmente, encontrei muitos homens
que ainda são muito assim. Principalmente os mais velhos. Eles não sabem
o que sentir sobre as mulheres nos negócios, mas quando encontram
uma mulher altamente qualificada que é solteira, eles ficam confusos. Ouvi
de tudo, que mostra que elas não são confiáveis e são instáveis porque não
se casaram, e se sentiriam melhor sabendo que havia um homem em casa
para ajudar a mulher nas decisões e nos problemas de trabalho ".
O queixo de Asia caiu e ela olhou para mim com os olhos baixos.
"Você está falando sério?", ela perguntou.
Eu encolhi os ombros. "Eu não disse que fazia sentido. E eu
definitivamente não concordo com isso. "
"Então, você vai me ajudar?"
"Posso estar disposto a ajudá-la, mas não tenho certeza de como. Se
ele for tão antiquado como você diz, ele pode ter problemas com o fato de
qualquer pessoa acima de certa idade ser solteira, e eu também. Descobri
que pessoas assim também tendem a não confiar em donos de negócios que
não sejam casados ", disse a ela.
Ela se recostou na cadeira, olhando para o lado por um breve momento
antes de seu olhar voltar em minha direção. Eu poderia identificar o
momento exato em que a ideia insana foi formulada em sua mente. O olhar
em seus olhos quando aconteceu era inconfundível. Não mudou em seis
anos. Eu ainda conseguia me lembrar de todas as vezes que o tinha visto
quando estávamos na faculdade. Asia tinha algo em mente, e eu só
precisava me preparar para a viagem.
"Eu preciso de um marido.", ela disse simplesmente.
Não houve pretensão, nenhuma pista para tentar suavizar o
impacto. Apenas uma declaração direta e um inclinar de cabeça para o
lado. E assim, estávamos de volta à faculdade. Esse foi o olhar que ela
sempre me deu, aquele que eu sabia que não podia negar. Naquele
momento, o passado e o presente se sobrepunham. Foi quase desconcertante
a facilidade com que voltamos ao conforto do nosso ritmo.
Eu balancei minha cabeça e fiz um som que estava entre uma risada e
uma zombaria. Foi pura descrença. Não que ela surgisse com algo assim e
sugerisse que o fizéssemos. Descrença de que realmente fazia sentido.
"É uma ideia absolutamente maluca", disse eu. "Mas pode funcionar."
"Sim, vai.", disse ela.
Ela sorriu e eu descruzei as pernas, inclinando-me sobre a mesa em sua
direção. Eu queria ter certeza de que ela estava me ouvindo e ouvindo
exatamente o que eu ia dizer a ela.
"Mas se fizermos isso, não será uma rua de mão única.", eu disse.
"O que você quer dizer?", ela perguntou.
"Não vou fazer isso apenas para ajudá-la a conseguir um contrato com
outra empresa. Teremos que encontrar uma maneira de garantir que eu
também tire algo disso. E não apenas a capacidade de dizer a Hank que me
encontrei com você ", expus.
Parecia mercenário, mas era assim que tinha que ser. Houve um tempo
em que eu teria feito absolutamente qualquer coisa pela Asia só porque ela
precisava de mim. Houve um tempo em que eu fiz. Desisti de uma das
maiores oportunidades da minha vida só porque sabia o quanto ela a queria
e como isso a beneficiaria. E eu ainda sabia exatamente onde isso me
levava.
É por isso que eu queria ser claro e recíproco agora. Afinal, eu
conhecia a Asia pelo menos um pouco. Eu queria ajudá-la, mas não queria
me machucar novamente.
CAPÍTULO 10
ASIA

"Q ue porra você acabou de fazer?", eu me perguntei.


Um dia, eu olharia para trás, para aqueles últimos minutos da reunião
com Drew, e ficaria um pouco maravilhada comigo mesma por ser capaz de
me controlar. Consegui ficar completamente no controle e falar com ele
como se não houvesse nada de estranho ou potencialmente desastroso no
plano que acabei de propor para nós. No momento em que saí do escritório,
as coisas estavam começando a afundar, mas eu continuei calma. É
perfeitamente possível que eu tenha me colocado em choque. Não foi até eu
sair do escritório e todo o caminho para a escola de Ollie que toda a
realidade do que acabou de acontecer me atingiu.
Assim que aconteceu, o mundo parecia estar desmoronando ao meu
redor. Comecei a hiperventilar, o calor queimando minhas bochechas e
rastejando pelo meu pescoço. Meus olhos se arregalaram e doeram, mas eu
não conseguia fechá-los. Por algum milagre, cheguei ao meu lugar habitual
na calçada antes que minhas mãos começassem a agarrar meu cinto de
segurança, tentando tirá-lo de mim. Ele estava me prendendo, me segurando
no lugar, então eu senti que nunca seria capaz de escapar disso.
Meus pulmões doíam com a pressão da minha respiração bombeando
para dentro e para fora deles tão forte e tão rápido. A ansiedade caiu sobre
mim em onda após onda, me jogando para trás justamente quando eu pensei
que poderia estar nadando para fora dela. As bordas da minha visão ficaram
embaçadas, então tudo que eu podia perceber estava bem na minha frente,
fazendo-me sentir fechada. Finalmente, consegui arrancar o cinto de
segurança da fivela e arremessá-lo. Minha mão encontrou a maçaneta
e empurrei a porta aberta. De alguma forma, eu caí de pé quando caí para
fora do carro e corri para a calçada em frente à escola.
Eu tinha ido para a reunião naquela manhã sem saber por que Drew
havia me chamado e me perguntando o que isso poderia significar para
minha carreira. Então, a oportunidade se apresentou e, sem nem mesmo
considerar o quão absurdo era ou as implicações da decisão, deixei escapar
que precisava de um marido. Não só isso, mas eu pedi a Drew, o pai
desconhecido do meu filho, para fingir ser aquele marido para que eu
pudesse pegar um cliente.
Fez sentido na minha cabeça. Pode até ter feito sentido enquanto eu
estava falando. Com a adrenalina e a tensão de estar na mesma sala com
Drew drenadas de mim, eu percebi o quão insano isso realmente era. Agora
não havia nada que eu pudesse fazer para fazê-lo desaparecer. Mesmo se eu
ligasse para Drew naquele momento e dissesse a ele que era uma ideia
terrível, elenunca a esqueceria. Essa ideia estava lá fora no universo. Eu
disse essas palavras. Eu plantei o conceito em sua cabeça. Não poderia ser
desfeito.
Com o canto do olho, percebi duas figuras vindo em minha
direção. Mesmo que eu não pudesse ver com clareza, meu instinto maternal
reconheceu o menor como Ollie. Saber que meu filho estava saindo da
escola, esperando que eu o cumprimentasse como fazia todos os dias,
colocá-lo no carro e o trazer para casa, e isso forçou minha mente
a clarear. Eu vi seu rostinho e o sorriso que esperei o dia todo. A mulher
segurando sua mão quando ele veio em minha direção não era a mesma
daquela manhã. Em vez disso, foi uma jovem professora que começou a
trabalhar na escola.
Achei que o nome dela fosse Hillary, mas não tinha certeza. O pânico
estava distorcendo meus pensamentos, então eu não tinha certeza de nada.
"Mamãe?" Ollie perguntou quando veio em minha direção.
Não era a mesma empolgação que normalmente estava em sua voz
quando ele me via no final do dia. Em vez disso, ele parecia
preocupado. Momentos depois, senti mãos suaves em meus ombros, e uma
voz veio até mim através do som rodopiante e acelerado de minha
respiração em meus ouvidos.
"Srta. Humphrey? Srta. Humphrey, preciso que me escute, certo? Você
vai ficar bem. Apenas ouça o som da minha voz. Ignore todo o resto. Olhe
para mim. Olhe para mim. Você consegue me ver?"
Eu olhei diretamente em seus olhos, focando em sua cor verde
pálida. Eu balancei a cabeça e ela concordou comigo.
"Sim", eu disse.
"Ótimo. Agora, eu quero que você respire fundo. Devagar e com
facilidade. Puxe o ar para os pulmões, segure-o por um segundo e solte-
o. Eu farei isso com você. ". Ela respirou fundo e eu a segui. Depois da
terceira respiração, me senti relaxando. "Muito bem. Agora, só vou falar
com você um pouco. Você apenas continue respirando, assim. "
"OK."
Enquanto ela me tirava do ataque de pânico, descobri que estava
certa. O nome dela era Hillary e ela havia acabado de começar na
escola. Ela também estava calma de uma maneira que eu gostaria de estar,
mas sabia que nunca estaria. Era apenas uma parte dela. Ela era um espírito
firme e frio que não deixava o mundo a abalar do jeito que fez comigo. Ela
me contou o que Ollie fez na escola naquele dia. Ela o chamou de "Oliver",
e foi uma das primeiras vezes que ouvi o nome vindo de alguém além de
mim, quando não parecia muito grande para ele. Quando finalmente me
acalmei o suficiente, me agachei na frente do meu filho e estendi meus
braços para ele. Ele se dobrou sobre eles e apoiou a cabeça no meu
ombro. Cada vez que ele fazia isso, eu sentia que essa era a única razão pela
qual meus ombros foram feitos.
"O que foi, mamãe?", ele perguntou.
Eu balancei minha cabeça e o segurei com força por mais alguns
segundos antes de ficar de pé.
"Muito obrigado, Hillary", eu disse. "Não sei como teria passado por
isso sem você."
Ela balançou a cabeça. "Não se preocupe com isso. Estou feliz por
estar aqui. Minha irmã tem ataques de pânico e eu aprendi muito cedo como
reconhecê-los e ajudá-la a superá-los. Na maioria das vezes, tudo o que é
necessário para sair dessa espiral é apenas distração. Não importa o que
seja, contanto que faça seu cérebro se concentrar em algo diferente do
pânico. "
"Bem, seja o que for que você fez, funcionou, e eu agradeço", eu disse.
"Fico feliz.", disse-me Hillary. "Na verdade, você gostaria de trocar
números? Se você começar a ficar ansiosa ou apenas precisar de alguém
para conversar, estou aqui."
"Eu adoraria isso. Obrigado."
Eu me senti melhor quando dei a ela meu número e peguei o
dela. Com sorte, nunca mais sentiria isso, mas queria encontrar uma
maneira de agradecer à jovem por sua bondade e compaixão. Tive a forte
sensação de que havia muitos outros professores e assistentes na escola que
teriam jogado meu filho na minha direção e saído correndo.
Entramos no carro e acenei para Hillary enquanto dirigia para longe da
escola. Eu disse a Ollie que eu não estava me sentindo bem por um
momento, mas que eu estava bem agora, e ele me contou tudo sobre seu
dia. Quando chegamos em casa, Dylan estava lá dentro. Eu sabia que sua
desculpa seria que sua casa ainda não estava totalmente arrumada e ele só
queria um lugar para relaxar, mas a realidade é que ele gostava de estar
comigo e com Oliver. Eu nunca diria a ele para não vir. Eu gostava que ele
estivesse lá também. Era bom ser uma família.
"Como foi?" Ele perguntou quando entramos na sala de estar.
"Ollie, vá guardar sua mochila e pegue seu dever de casa", eu
disse. Ele correu em direção ao seu quarto e eu soltei um suspiro, caindo no
sofá ao lado de Dylan. "Foi... um dia."
"O que aconteceu?", ele perguntou.
"Vou ter que recuar um pouco. Lembra que eu contei sobre minha
entrevista na segunda-feira? "
"Você me disse que tinha uma, mas não como foi nem nada", disse ele.
"Isso é porque foi horrível. Na verdade, se tivesse sido com qualquer
pessoa que não fosse George Ishko, tenho quase certeza de que teria corrido
muito bem. "
"George Ishko ", disse Dylan. "Já ouvi esse nome."
"Você provavelmente ouviu. Ele é um empresário muito poderoso. Ele
também é um imbecil misógino de marca maior que pensa que uma mulher
não poderia estar em nenhum lugar tão bem quanto um homem, mas pode
ceder a trabalhar com uma, contanto que ela não cometa o pecado extremo
de estar sobre a idade de vinte anos e não ser casada, "eu disse.
"É sério?", ele perguntou. Contei a ele toda a história da entrevista e o
que ouvi dos outros trabalhadores. "Deixe-me entrar em contato com
papai. Ele pode ligar e descobrir mais sobre esse cara. "
Levei um segundo para entender por que ele iria oferecer. Às vezes eu
esquecia que meu pai era um grande nome no mundo da tecnologia antes de
se aposentar. Era fácil esquecer uma pessoa que pensava que você não
existia mais.
"Só não mencione meu nome. Ele não vai fazer nada se isso puder me
beneficiar de alguma forma.", eu apontei amargamente.
Meus pais não esconderam o fato de que não aprovavam que Dylan
continuasse seu relacionamento comigo, mas não o cortaram por isso. Ser
irmão de uma ovelha negra escandalosa não era tão ruim quanto ser a
ovelha negra.
Continuei a história para incluir notícias de Drew e, em seguida, nosso
encontro no escritório. Fiz algumas edições criativas e ignorei ele ser o pai
de Ollie, ainda querendo manter isso para mim. Essa foi uma bomba que eu
não precisava soltar ainda.
"Então, meio que surgiu.", eu disse.
"O quê?" Perguntou Dylan.
"Eu preciso de um marido."
Ele olhou para mim e piscou algumas vezes.
"Quê?" ele perguntou.
Eu me encolhi. "Eu esperava que talvez, se dissesse de novo, não seria
tão ruim quanto pensei."
"Oh, é ruim. Você disse ao cara que precisava de um marido? " meu
irmão perguntou.
"E que ele poderia fingir ser aquele marido para que eu
pudesse apaziguar Ishko e conseguir o emprego", eu disse.
"Isso é impressionante, Asia. Quero dizer, de verdade. Você tem feito
coisas inusitadas no tempo livre, e eu sou o único que saberia. Mas isso
realmente é o melhor. "
Ele riu e eu o cutuquei com força. "Muito obrigado pelo seu apoio. "
"Tudo bem, vou te dizer uma coisa. Vou fazer o jantar e você pode
relaxar. Vai ficar tudo bem. "
"Obrigada", eu disse. "Eu realmente gostaria de uma pausa."
Foi bom sentar no sofá com os pés para cima enquanto Dylan batia na
cozinha arrancando tudo o que podia encontrar. Mas isso significou uma
hora ouvindo Ollie listar todos os motivos pelos quais um filhote de
cachorro seria o complemento perfeito para a família. Ele mudou de
assunto, voltando sua atenção para tentar convencer seu tio a conseguir o
cachorrinho.
"Não seria perfeito?" ele perguntou pela quinta vez. "O cachorro
poderia viver na casa ao lado, e eu poderia ir brincar com ele. Poderíamos
colocar uma porta de cachorro no portão, e ele poderia ir e voltar entre os
quintais sempre que quisesse. Não seria ótimo, mamãe? A
menos que pudéssemos ficar com ele."
Ele se aproximou e eu me levantei para beijar sua bochecha. "Ainda
estou pensando, amigão."
Pelo menos, eu estava naquela época. A verdade é que eu havia
esquecido completamente de dizer a ele que pensaria no cachorrinho. A
confusão com Drew estava ocupando todo o espaço da minha cabeça e
tornando impossível pensar em qualquer outra coisa.
CAPÍTULO 11
DREW

Q uando Asia saiu do meu escritório, eu não sabia o que pensar. Não que
fosse completamente estranho ela pensar em algo tão completamente
estranho. Na verdade, não esperaria nada menos dela. Se houve
uma pessoa que eu encontrei em minha vida que eu descreveria como
engenhosa, seria a Ásia. Se houvesse uma situação desafiadora ou um
problema, ela seria a única a descobrir uma saída. Mesmo se fosse recorrer
a algo que ninguém mais começaria a considerar.
Mas eu percebi no dia seguinte que estava realmente exausto. Pelo
menos, eu não estava totalmente convencido de não estar. Mas ela não
ligou. Os dias iam passando e eu ficava esperando que ela me ligasse, para
falar sobre o nosso plano, se tivéssemos um plano. Eu esperava que ela
explicasse todos os detalhes e explicasse exatamente o que tinha em
mente. A Asia definitivamente era preparada. Quando ela apareceu com um
plano, esse plano era excelente. Ela ligaria e poderia contar toda a história
de nosso relacionamento, até as cores de seus vestidos falsos de madrinha
de casamento e a música que não dançamos no casamento que não
tivemos.
Esperar não adiantou. Verificar constantemente se ela tinha ligado e eu
simplesmente não atendi, definitivamente não adiantou. Meu telefone
continuou a não tocar e Asia não me ligava. Eu tinha que me concentrar
no trabalho, ou ficaria louco. E se eu não ficasse, Scott ficaria.
Para mim, os dias que passavam sem ouvir da Asia e sem saber o que
se passava em sua mente estavam me fazendo sentir que eu perderia o
controle. Estava me matando não saber o que ela estava pensando. Mesmo
que ela mudasse de ideia ou decidisse outro plano, eu queria saber. Eu já
sabia o que era tê-la repentinamente fora da minha vida. Esta era uma
situação completamente diferente, mas mesmo o mais leve sentimento era
demais.
Scott, por outro lado, perderia a cabeça se eu não saísse disso e
voltasse ao meu estado normal. Isso incluiu várias ameaças ao longo da
semana de me estrangular se eu não parasse de olhar para o meu
telefone. As primeiras vezes que aconteceu foi uma brincadeira, mas no
final da semana ele parecia sério. Eventualmente, eu cedi, deixando meu
telefone cair na gaveta de cima da minha mesa e batenda-o para que ficasse
fora de vista.
"Pronto. Ok? Se foi," eu disse. "Chega de verificar a cada momento se
ela me ligou."
"A cada momento?" ele perguntou. "Você se dá muito crédito."
"Bem, não importa agora. Está aí, não consigo ver. Não vou verificar
até o final do dia. Isso funciona para você?" Eu perguntei.
"Suponho que terá que servir, " Scott cedeu .
"Vamos nos concentrar apenas no que precisamos fazer. Temos muito
que fazer ", disse eu.
"Sério? não me diga. Eu nem percebi que não conseguimos metade do
que deveríamos fazer esta semana, de fato, porque seu telefone agora é
considerado uma parte do seu corpo ", disse ele.
"Sabe, por ser meu melhor amigo, você é meio idiota", eu disse.
As palavras mal saíram da minha boca quando ouvi o som abafado do
meu telefone tocando. Scott revirou os olhos.
"Você só pode estar brincando", ele murmurou. "Você quis que isso
acontecesse ou algo assim?"
Em circunstâncias diferentes, eu provavelmente poderia ter vindo com
algum tipo de resposta rápida, mas estava muito ocupado lutando para abrir
a gaveta e puxar meu telefone. Meu rosto caiu quando vi a tela. Scott olhou
para mim de forma estranha e eu cedi antes de responder.
"Oi, mãe", eu disse.
Naquele momento, pensei que Scott fosse explodir. Seu rosto ficou
vermelho, seus olhos se arregalaram e, finalmente, ele tapou a boca com a
mão para que minha mãe não o ouvisse rir. Claro, ela provavelmente não
iria mesmo se ele não tivesse tentado encobrir isso. Ela já estava no modo
de bate-papo completo. Essa era a única maneira real de descrever essas
conversas com minha mãe. Não temos conversas longas e profundas. Não
nos abrimos um para o outro e não compartilhamos nossos
pensamentos. Não comparamos ideias conceituais e visões sobre política e
questões sociais.
Mais ou menos uma vez por semana, ela ligava e tínhamos uma
conversa agradável. Sempre ficava feliz em não falar sobre nada de
especial. E, na maioria das vezes, ficava feliz em ouví-la. Ela me contou o
que ela e meu pai estavam tramando e as fofocas na vizinhança. Às vezes,
ela tentava um novo hobby e me dava um resumo de seu sucesso. Era uma
maneira bastante comum de passar uma boa parte de uma sexta-feira, e
geralmente Scott não se importava. Às vezes, eu até colocava a chamada no
viva-voz e o deixava entrar na conversa. Ele não tinha um relacionamento
próximo com sua mãe, então gostava de pegar a minha emprestada de vez
em quando.
Hoje não foi um daqueles dias. Depois de superar sua diversão inicial,
Scott rapidamente voltou a me irritar. No momento em que a narrativa de
mamãe sobre o novo interesse de meu pai em observação de pássaros, que
na verdade era um interesse em observar os esquilos girando no alimentador
de pássaros, acabou, Scott estava olhando para mim novamente. Encerrei a
ligação e joguei o telefone de volta na minha gaveta. Correndo meus dedos
para trás pelo meu cabelo, soltei um longo suspiro e tentei me concentrar de
volta no trabalho. Eu podia sentir Scott ainda me encarando, e eu olhei para
ele.
"O quê?" Eu perguntei. "Terminei. A chamada acabou. Sem mais
distrações. Vamos voltar ao trabalho. "
"Basta ligar para ela", disse Scott. "Basta pegar o maldito telefone e
ligar para a Asia, já. Você sabe que quer e vai ficar louco até falar com ela.
"
Eu balancei minha cabeça. "Eu não vou ligar para ela. Ela disse que
entraria em contato comigo quando ela se decidisse, e eu não quero ser
agressivo."
Scott olhou para mim por um momento, então saiu da cadeira e se
espreguiçou.
"Tudo bem, terminei", disse ele.
"Terminou? O que você quer dizer com terminou? " Eu perguntei.
"Vou tirar o resto do dia de folga. Eu tenho um encontro. Afinal, é
sexta-feira. E não estou esperando uma ligação que talvez nunca chegue",
ele me disse. "Vejo você na segunda-feira."
Eu o observei sair e me afundei na minha cadeira. Passei mais três
minutos tentando trabalhar sozinho antes de desistir de me segurar e pegar
meu telefone de volta na gaveta. Liguei para Asia antes de pensar no que
diria a ela. Ela atendeu no terceiro toque, parecendo exausta.
"Eu sinto muito por ter demorado tanto para retornar sua chamada",
disse ela. "Meu filho está doente, e tenho cuidado dele."
Isso me impressionou.
"Você tem um filho?" Eu perguntei.
Ela hesitou por um segundo, como se ela não tivesse ouvido bem a
pergunta. "Hum, sim. Oliver. Ele geralmente é muito saudável, mas
aparentemente há algo acontecendo na escola e isso o atingiu muito. Não
consegui trabalhar muito durante toda a semana, exceto por alguns minutos
aqui e ali quando ele realmente conseguiu dormir. Meu irmão geralmente
ajuda muito com ele, mas quando ele está doente, ele só me quer".
"Eu realmente sinto muito por ouvir isso. Precisa de alguma
coisa? Algo que eu pudesse fazer por você? " Eu perguntei.
"Não. Obrigado pela oferta,mas estamos bem. Esperançosamente, o
pior já passou e ele logo estará se recuperando. Ligo para você quando tiver
chance", ela me disse.
Desligamos o telefone e eu empacotei tudo. Não havia sentido em
continuar tentando trabalhar sem Scott ali. Principalmente agora que eu
sabia que Asia estava em casa cuidando de uma criança doente. Ela já disse
que o irmão não ajudava muito quando o menino estava doente, e o fato de
ela não ser casada foi o que nos trouxe até aqui. Isso significava que ela
estava tentando fazer tudo sozinha. Ela era forte e capaz, não havia dúvida
disso, mas isso não significava que ela deveria se sentir sozinha.
Tomei a decisão executiva de fazer algo para ajudá-la. Abrindo meu
computador, comecei a pesquisar. Demorou apenas alguns minutos para
encontrar seu endereço e conectá-lo ao GPS para obter direções. Percebi
que não ficava longe de uma das minhas delicatessens favoritas, e o plano
se fez sozinho. O homem mais velho atrás do balcão da delicatessen me
reconheceu assim que entrei pela porta.
"Ei, Drew," ele disse. "Você quer o de sempre hoje?"
Considerando que eu comia o mesmo pedido naquele restaurante
algumas vezes por semana nos últimos três anos, era uma pergunta
esperada. Ele parecia chocado quando eu balancei minha cabeça.
"Ei, Gus. Como vai você hoje? Na verdade, vou pegar algo um pouco
diferente hoje," eu disse a ele. "Acontece que uma amiga minha está com o
filho doente. Pensei em trazer algo para ele se sentir melhor. "
"Bem, nada é melhor para isso do que uma tigela grande da minha
canja de galinha", disse Gus.
Eu acenei com a cabeça. "Exatamente o que eu estava pensando. E
talvez alguns sanduíches para que ela possa comer algo bom sem ter que
cozinhar."
Poucos minutos depois, Gus me entregou um recipiente de um litro de
canja de galinha e um saco contendo vários sanduíches
embrulhados. Coloquei tudo no banco do passageiro e deixei o GPS me
guiar até a casa de Asia. Eu bati na porta e Asia abriu momentos depois. Se
ela ficou chocada ao me ver ali, ela escondeu bem. Eu tinha quase certeza
de que ela sabia que eu estava chegando.
"Eu sei que você disse que não precisava de nada, mas eu me lembro
como era ser uma criança doente. E posso imaginar que não seja fácil
cuidar de uma. Então, eu só vim trazer isso para vocês. Minha mãe sempre
me falava que o ditado sobre passar fome ser a cura para um resfriado era
uma idiotice, e que comida boa era a cura para tudo. Gus tem a melhor
delicatessen da cidade, e você pode confiar em mim sobre isso porque
experimentei todas. Tenho sopa para Oliver e alguns sanduíches para você,
porque tenho certeza que você não comeu nada. Ou comeu?"
Ela balançou a cabeça. "Não."
Asia sorriu para mim.
"Obrigada."
CAPÍTULO 12
ASIA

E u estava tão distraída que a batida na porta mal foi registrada. Fui até lá
puramente por força do hábito e espiei pela pequena janela. Demorei alguns
segundos para registrar o que estava vendo atrás da porta. Não poderia ser
Drew. Vê-lo parado na minha varanda, olhando casualmente ao redor para o
meu bairro, foi o suficiente para fazer meu queixo cair. Eu tinha falado com
ele menos de uma hora antes e dito a ele que Oliver estava doente, então
demoraria um pouco mais antes que eu pudesse falar mais com ele sobre o
nosso acordo. Mas, lá estava ele. Em pé na minha varanda tão casual e no
controle, como ele estava em seu escritório.
Afastei-me da porta e respirei fundo, tentando parecer calma e
relaxada. Eu não queria que ele visse minhas emoções, soubesse o quanto
me afetava vê-lo ali em minha casa. Escovando minha mão pelo meu cabelo
e esperando que não estivesse tão ruim quanto eu achava que estava, abri a
porta. Alguns momentos depois de explicar por que estava ali, Drew ergueu
uma sacola de comida. Cheiros maravilhosos de canja de galinha, pão
quente e queijo derretido pairaram sobre mim. O cheiro foi direto para meu
estômago e ele roncou. Foi a primeira vez que pensei em comida naquele
dia. Na verdade, nem me lembrava se havia comido no dia anterior. Drew
me forçando a admitir que não tinha comido fez minha fome aumentar.
Ele foi sincero quando reconheceu como seria difícil para mim cuidar
de meu filho quando ele estivesse doente. Drew veio de uma família onde
seria um desafio para os pais terem que ficar em casa e cuidar de uma
criança doente, e ele provavelmente se lembra de ter visto como sua mãe
ficava exausta durante aqueles momentos. Era bom ter alguém pensando em
mim. Eu estive tão preocupada com Oliver desde que ele me disse que não
se sentia bem, que eu não estive cuidando de mim mesma. Minha proteção
com meu filho sempre atinge um nível feroz quando ele está doente. Eu
faria qualquer coisa para protegê-lo e tentar fazê-lo se sentir
melhor. Frequentemente, isso significava ignorar completamente a mim
mesma. Mas Drew não ia deixar isso acontecer.
"Você quer entrar?" Eu perguntei. "Ele não é contagioso."
"Obrigado", disse Drew.
Tirei a sopa e o saco das mãos de Drew enquanto o levava para a sala
de estar. Colocando tudo na mesa de café, gesticulei para Oliver. Ele estava
enrolado no sofá, coberto com todos os cobertores que pude encontrar na
casa. Ele não queria estar na cama. Ele queria ficar no resto da casa comigo,
e eu estava mais do que feliz em obedecer. No sofá, eu poderia ficar de olho
nele com mais facilidade. Quando ele passou por suas dramáticas oscilações
de temperatura, passando de suar através do pijama a congelar, como ele
estava agora, ou apenas se sentindo tão horrível quanto antes, eu queria
estar o mais perto dele possível.
Naquela manhã, quando o coloquei no sofá, eu coloquei um balde ao
lado dele no chão, caso ele precisasse vomitar novamente. Nas primeiras
horas do dia, tive que limpá-lo várias vezes, mas já se haviam passado mais
de três horas desde que o balde havia sido usado. Eu iria em frente e
consideraria isso uma vitória. A sensação de impotência era horrível. O
médico disse que não havia muito que pudessem fazer por ele e que apenas
precisávamos deixar tudo fluir naturalmente. Mas ele já estava com esse
problema de estômago há quatro dias e eu estava exausta. Na verdade, eu
estava tão exausta que nem me ocorreu entrar em pânico pelo fato de que
Drew não só sabia da existência de Ollie, mas agora estava na mesma sala
que ele.
"Você está acordado, querido?" Eu perguntei, passando minha mão de
volta na testa de Ollie.
Seus grandes olhos se abriram e ele assentiu. "Algo cheira bem."
Eu balancei a cabeça e gesticulei em direção a Drew. "Este é meu
amigo Drew. Ele nos trouxe um pouco de sopa e sanduíches para ajudá-lo a
se sentir melhor."
"Isso foi legal da parte dele", disse Ollie.
Meu coração apertou ao chamar Drew de meu amigo enquanto o
apresentava a Oliver, mas eu não tive escolha.
"Drew, este é Oliver. Ollie.", eu apresentei.
Caminhando até a frente do sofá, Drew se ajoelhou e ofereceu sua mão
para Oliver.
"Oi, Ollie. Eu gostei, é um bom nome.", ele disse.
"Eu também.", Ollie disse a ele. "Estou feliz que seja o nome que
minha mãe escolheu."
Eu ri baixinho, mas Drew apenas deu um aceno de
compreensão. "Acho que foi uma escolha muito boa. Lamento que você não
esteja se sentindo bem hoje. Espero que a sopa aqueça sua barriga e faça
com que se sinta melhor. Minha mãe sempre me fazia frango quando eu não
estava me sentindo bem."
"A sua mãe é legal?" Ollie perguntou.
"Sim," Drew disse com um aceno de cabeça. "Ela é muito legal."
Deixei-me cair na cadeira posicionada no final do sofá e desembrulhei
um dos sanduíches. Levou tudo em mim para não apenas engolir. Eu estava
quase comendo o sanduíche antes de olhar novamente para o recipiente de
um litro de sopa sobre a mesa.
"Droga," eu disse, escolhendo minhas palavras cuidadosamente sob a
tremenda consciência de que meu filho estava bem ali. "Esqueci uma tigela
e uma colher. Dê-me apenas um segundo, amigo. Eu vou pegar para você."
"Deixa que eu faço isso", disse Drew. "Você relaxa e se delicia com
alguns sanduíches. Apenas me aponte na direção da cozinha."
Era um sentimento engraçado, considerando o quão pequena minha
casa era, mas eu aceitei mesmo assim. Ele seguiu minhas instruções e
desapareceu ainda mais dentro da casa. Eu o ouvi fazendo barulho na
cozinha e, alguns momentos depois, ele voltou carregando uma tigela com
um personagem de desenho animado dançando no fundo e uma colher com
um personagem combinando moldado em cima.
"Estes são os meus favoritos.", disse Ollie a ele.
Drew acenou com a cabeça. "Eu tive um pressentimento. Eu sei que se
eu tivesse uma tigela e uma colher como estas em minha casa, seriam as
minhas favoritas também. Provavelmente não precisaria de outras tigelas ou
colheres, porque eu gostaria de comer nessas o tempo todo."
"Talvez você pudesse ter algumas outras iguais para não ter que lavá-
las toda vez que quisesse comer algo novo."
Desta vez, Drew riu. Foi incrível vê-lo interagir. Ele parecia tão
confortável, tão à vontade conversando com Oliver.
"Muito obrigada de novo," eu disse quando Drew finalmente se sentou
e tirou um sanduíche. "Você realmente não precisava fazer isso."
Ele acenou para mim enquanto mordia o sanduíche que escolheu. "Isso
não é um problema. Você parecia tão cansada ao telefone. Eu só queria te
dar um empurrãozinho."
Ele estava certo. Eu estava exausta. Mas isso me deu mais do que um
empurrãozinho.
Oliver comeu várias colheradas de sopa; mais do que eu o tinha visto
consumir de uma só vez nos últimos quatro dias. Assim que ele apoiou a
cabeça no travesseiro, ele adormeceu novamente. Levantei-me com cuidado
e peguei a tigela e a colher. Equilibrando-as em cima do recipiente de um
litro, carreguei tudo para a cozinha. Parando um pouco além do sofá, olhei
para Drew e balancei a cabeça para fazê-lo me seguir até a cozinha para que
eu pudesse colocar o resto da comida na geladeira.
Coloquei a sopa e os três sanduíches restantes na geladeira e fui para a
máquina de café. Xícaras frequentes ao longo do dia se tornaram uma
necessidade para mim.
"Espero que Ollie durma várias horas. Talvez até pelo resto da
noite,"eu disse a Drew. "Realmente ajudaria seu corpo a combater essa
doença se ele apenas se desse uma chance para descansar. Ele luta contra o
sono quando está doente. Não sei por quê. A maioria das crianças só quer
dormir quando não está se sentindo bem, mas ele começa a ficar inquieto e
ansioso por não se sentir bem. Por mais que eu goste de pensar que ele vai
dormir a noite toda, vou preparar um plano reserva, de qualquer maneira."
"Ele parece um ótimo garoto", disse Drew.
"Ele é incrível. Ele é o ponto alto da minha vida.", eu disse a ele.
"Onde está o pai dele?", ele perguntou.
Meus olhos se voltaram para Drew. Pelo menos ele teve a decência de
parecer envergonhado por ter feito a pergunta. Não que eu não tivesse
ouvido isso dezenas de vezes antes, desde que Oliver nasceu. Era uma
daquelas perguntas inaceitáveis que as pessoas ainda conseguiam pensar
que era aceitável. Muitas pessoas pareciam não ter escrúpulos em perguntar
sobre a linhagem de um bebê e o status de relacionamento dos seus pais. É
como se eles achassem que, como membros da sociedade, eles tinham algo
a dizer sobre como todos viviam suas vidas.
Mas eu não respondi a eles e não iria responder a Drew. Eu balancei
minha cabeça com firmeza e ele não forçou. Sua expressão dizia que ele
tinha se dado conta de que era uma pergunta ruim e um assunto
delicado. Enquanto eu enchia a cafeteira, ele mudou de assunto.
"Agora que estou aqui, você quer falar sobre seu plano para lidar com
aquele cliente?", ele perguntou.
O café encheu a cozinha com seu cheiro forte e delicioso, e eu
derramei um pouco de um líquido escuro em minha caneca favorita. Um
longo gole me deu alguns segundos para pensar em como responder.
"Eu ainda preciso pensar um pouco sobre isso. Eu realmente não tive a
chance de pensar sobre isso e chegar a nenhum plano concreto antes de
Oliver ficar doente. Podemos nos encontrar na segunda-feira?" Eu
perguntei.
Drew acenou com a cabeça sem hesitar." Absolutamente. Apenas me
diga que horas é bom para você."
Fiquei feliz por ele ter concordado. Segunda-feira me deu dois dias
inteiros para pensar sobre o que estava acontecendo e descobrir como fazer
funcionar.
"Ligarei para você assim que souber que horas. Tudo depende se
Oliver estará de volta à escola ou se ele terá uma consulta
médica", eu disse.
"Sem problemas. Na verdade, estou indo embora. Não quero
incomodar Ollie, e sei que você precisa de um tempo quieto para si
mesma. Falo com você em breve," Drew me disse.
Eu o acompanhei até a porta e ficamos na frente dela por um
instante. Era estranho estar com ele daquela maneira. Eu me senti
estranhamente confortável, como se minha mente ainda tivesse a memória
muscular de passar um tempo com ele e tivesse acabado de voltar ao
mesmo padrão. Ao mesmo tempo, era estranho nos encontrarmos tantos
anos depois, em lugares tão diferentes na vida do que antes, tentando
navegar compartilhando o mesmo espaço novamente.
Quando ele se foi, voltei para a sala e recostei-me na cadeira. Ollie
estava dormindo, os cobertores subindo e descendo a cada uma de suas
respirações. Eu o observei dormir por alguns minutos, deixando todos os
pensamentos de todo o resto irem embora e me concentrando apenas
nele. Finalmente, estendi a mão e apaguei a lâmpada ao meu lado, depois
fechei os olhos. Soltando um suspiro que parecia carregar toda a tensão e
estresse do meu corpo com ele, eu me deixei adormecer, esperando que
Oliver passasse a noite sem precisar de um balde e lençóis limpos.
CAPÍTULO 13
DREW

"V ocê acha que existe algum Pé-Grande aí nesta floresta?" Scott
sussurrou alto ao meu lado.
Eu fiz o meu melhor para abafar a risada, parcialmente por ela ser tão
ridícula, e parcialmente pelo fato de que parecia que ele poderia estar
genuinamente perguntando. Só a ideia de que meu melhor amigo estava
tendo um momento de preocupação com o Pé-Grande era hilário. Ele
normalmente era extremamente sensato e lógico. Talvez não fosse o melhor
com autocontrole e poderia se meter em problemas quando estava em uma
festa, mas não o tipo que eu pensei que se preocuparia com criaturas
mitológicas. Pelo menos, ele nunca havia expressado tais preocupações para
mim antes.
Ao mesmo tempo, eu não queria ser aquele cara que ria alto na floresta
tranquila e assustava toda a vida selvagem. Isso provavelmente seria
considerado rude em uma excursão de caça com os investidores que
garantiram que minha empresa continuasse existindo.
"Nunca ouvi nada sobre avistamentos por aqui", disse Hank
calmamente. "A produtora é muito boa em manter o controle do estoque."
Scott deu um leve aceno de cabeça e um sorriso desdenhoso, mas
ainda parecia aliviado.
"Claro, se há, você acabou de fazer com que todos eles saibam que
estamos aqui.", eu murmurei para ele.
"Agora, você precisa se preocupar mesmo é com o lago.", disse Hank,
avançando mais alguns metros.
Scott e eu o seguimos.
"O lago?" Eu perguntei.
Os olhos de Scott deslizaram para mim. Havia uma dica em seus olhos
que questionava por que achamos que aceitar o convite dos investidores era
uma boa ideia. Fazia algumas semanas desde meu encontro com Asia, e
este retiro parecia uma maneira eficaz de me distrair.
"Sim. Ouvi dizer que alguns caras foram lá pescar robalo e acabaram
pegando um bebê Monstro do Lago Ness. Devoraram as varas deles.", disse
Hank.
Ele conseguiu manter uma cara completamente séria enquanto falava,
mas não tive tanto sucesso. Eu abafei uma risada com as costas da minha
mão e consegui me recompor alguns momentos depois. Scott olhou para
nós dois, mas não disse nada.
Eu me senti um pouco ridículo enquanto continuávamos fazendo nosso
caminho pela floresta. Scott e eu tínhamos chegado ao chalé na noite
anterior e, embora ele estivesse feliz com o luxo do quarto, ele não estava
muito disposto a levantar de madrugada e sair para a caçada em si. Ele
resmungou e cuspiu alguns palavrões criativos enquanto tropeçava em um
tronco e cambaleou tentando se endireitar. Hank apontou para uma barraca
camuflada de caça à nossa frente.
"Nós vamos parar lá por um tempo para ver se conseguimos alguma
ação.", disse ele.
"Essa frase geralmente significa algo completamente diferente quando
a digo em um sábado.", Scott me disse.
Eu balancei minha cabeça. Chegamos à barraca e tentamos nos
acomodar. Era muito mais fácil falar do que fazer, pelo menos para
Scott. Hank se sentia, obviamente, confortável e à vontade aqui na
floresta. Quando os investidores nos convidaram para o fim de semana
caçando na floresta, ele mencionou que frequentava o lugar e costumava vir
aqui para retiros. Ele gostava da tranquilidade da floresta e de estar
desconectado de toda a agitação do mundo corporativo.
Eu podia definitivamente entender isso. Era bom não ter que esperar
constantemente o próximo telefonema ou pessoa que entrava no escritório
querendo algo. Aproveitei o relaxamento de não esperar por uma reunião ou
ler um fluxo interminável de e-mails. Antes do fim de semana eu não teria
me considerado o tipo de chalé de caça, mas até agora não era ruim.
Scott, por outro lado, parecia que ia sair correndo a qualquer
segundo. Sendo claramente um garoto da cidade, ele estava fora de seu
ambiente de várias maneiras. Ele se agachou por alguns momentos, depois
se levantou e caminhou até o outro lado da barraca. Não era um espaço
grande, dando-lhe espaço apenas para alguns passos. No caminho de volta,
ele bateu em um grande recipiente de metal para rações que Hank colocou
ali, preparando-nos para ficarmos ali boa parte do dia.
"Bem, Scott. Parece que o balde fez você bater as botas. Não é a
melhor coisa para acontecer em uma viagem de caça.", comentei.
"Hilário.", disse ele.
Ele deu mais alguns passos e bateu na bolsa que eu estava carregando,
fazendo uma garrafa de água sair rolando da barraca.
"Você é a pessoa mais barulhenta que já tentou ir caçar", provoquei. "O
que você faz quando acampa? Configurar uma luz estroboscópica e um
sistema de som? "
"De certo modo, acho que ele não acampou muito", disse Hank. "Olhe
para ele. Ele é incapaz de ficar parado."
Eu ri, batendo no balde quando me inclinei para trás. Isso fez Scott rir
também.
"Parece que você não está muito melhor. Você também é barulhento."
"Estou apenas protegendo você dos Pé-Grandes.", respondi.
Nós dois rimos e Hank apenas balançou a cabeça. Estavamos apenas
nos divertindo. Nenhum de nós ficaria bravo por causa das zoações. Nós
nos conhecíamos há muito tempo e estávamos acostumados a implicar um
com o outro.
Hank foi incrivelmente paciente, mesmo quando nada estava
acontecendo. Scott e eu conseguimos ficar sob controle e não fazer muito
barulho por um tempo, mas não adiantou muito. Os animais estavam todos
bem cientes de que estávamos lá agora, e nenhum iria se aventurar indo em
nossa direção. Finalmente, Hank decidiu que o dia terminara e voltamos
para o chalé de mãos vazias. Apesar de não voltarmos para a cabana com
veados pendurados nos ombros como verdadeiros pioneiros, estávamos
todos de bom humor.
O restante dos investidores havia saído em suas próprias excursões de
caça naquele dia. Suspeito que alguns tenham feito planos de sair, mas na
verdade passaram o dia relaxando na enorme biblioteca ou na sala de mídia
do chalé. Depois de tomar banho e trocar de roupa, nos juntamos a eles em
torno da enorme mesa da sala de jantar. A equipe trouxe prato após prato de
comida para colocar na nossa frente. Obviamente, eles não confiavam que
as pessoas que ficavam na pousada fossem caçar o próprio jantar. Eu estava
grato por isso. Meu estômago estava roncando, e eu não acho que as rações
que trouxemos para a floresta conosco iriam ser suficiente.
Assim que nos sentamos à mesa, começamos a conversar sobre
negócios. Parecia que a parte de relaxamento da viagem havia acabado,
pelo menos por enquanto. Mas não foi tão ruim. Eu estava tão acostumado a
trabalhar o tempo todo que parecia estranho ficar tantas horas sem fazer
algo produtivo. Durante a refeição abundante, conversamos sobre o
aplicativo mais recente e seu sucesso, e o que havíamos planejado para o
que estava por vir. Foi minha primeira oportunidade de discutir os planos de
crescimento com todos os investidores e foi emocionante saber como eles
estavam confiantes.
Quando o jantar acabou, o grupo se separou novamente. Scott, Hank e
eu entramos em uma sala decorada principalmente com madeira escura e
couro. Bebendo um bourbon liso envelhecido por muito mais tempo do que
eu estava vivo, nos recostamos na mobília imponente e eu trouxe a conversa
para a Asia. Agora parecia o momento ideal para deixar Hank saber que eu
o ouvi e apreciei sua opinião. Mantê-lo feliz e me mostrar receptivo às
sugestões e conhecimentos das pessoas que apoiaram meu negócio foi
fundamental. Mover a conversa nessa direção neste ponto parecia perfeito
depois de um dia nos conhecendo melhor longe das pressões do escritório.
"Queria dizer que me encontrei com Asia Humphrey.", falei.
Hank olhou para mim por cima do copo enquanto colocava um gole de
bourbon na boca.
"Ah, é?", ele perguntou.
"Sim. Eu tenho considerado isso nas últimas semanas. Eu decidi
contratá-la, como um apoio," eu disse a ele casualmente.
Era importante mostrar a ele que sua opinião e input eram valorizados,
mas também que ainda era minha empresa e as decisões cabiam a mim. Era
um equilíbrio delicado, uma linha tênue que eu tinha que andar com
cuidado, mas senti que consegui quando Hank concordou.
"Parece uma boa ideia", disse ele. "Devíamos convidá-la para um
almoço para discutir os detalhes da contratação. Certifique-se de que
estamos todos na mesma página."
Scott havia se recuperado de seu tempo na floresta durante o jantar e se
animou ainda mais com as bebidas após o jantar. De alguma forma, isso se
traduziu em ele estar muito entusiasmado com a perspectiva de trabalhar, e
ele ergueu o copo para Hank.
"Por que esperar? Vamos fazer algo melhor e já começar agora. Vamos
falar com ela pelo Skype.", ele sugeriu.
"Skype?" Eu perguntei.
"Skype, Drew. O programa com o qual você pode fazer chamadas de
vídeo.", disse Scott.
Eu atirei-lhe um olhar.
"Estou familiarizado com o Skype.", disse eu.
"Ótimo. Então, vamos fazer isso. Você pode falar com ela sem ter que
marcar um horário ou esperar que ela ligue para você."
A provocação sobre a espera ganhou outro olhar meu, mas busquei
meu tablet.
"Eu nem sei se ela tem uma conta.", eu disse enquanto abria o
programa.
"Eu tenho o contato dela.", Hank ofereceu rapidamente.
Meus olhos deslizaram para ele. O homem mais velho estava
ligeiramente inclinado em minha direção, sua mão segurando sua bebida
enquanto me observava. Algo estava acontecendo lá. Eu não sei o quê, mas
algo. Eu gostaria de saber o que ele estava pensando, o que o estava
deixando tão ansioso para me empurrar para a contratação de Asia.
Hank me deu as informações da Asia no Skype e liguei para
ela. Quando a tela apareceu, tudo que eu podia ver era a parte de trás do
sofá e seu quadril, como se ela estivesse inclinada tentando pegar algo do
chão.
"Ei, Hank. Dê-me apenas um segundo.", disse Asia.
"Na verdade, sou eu.", eu disse.
Ela se sentou de repente e olhou para mim, obviamente surpresa.
"Oh. Oi, Drew. Hum… "
Inclinei-me apenas o suficiente para permitir que ela visse Hank ao
fundo e ela assentiu.
"Oi, Asia," ele disse. "Bom te ver."
"É bom ver você também.", ela disse.
"Acho que não preciso apresentar vocês dois." comentei, e Asia sorriu.
"Hank costumava trabalhar com meu pai.", explicou ela.
Ele veio se sentar ao meu lado, me empurrando para o lado enquanto
os dois começaram a trocar histórias. Algo me disse que eles não se
falavam há algum tempo. Eu não pude evitar, mas me senti deixado de lado
enquanto estava sentado lá, esperando por um espaço na conversa dos dois
para interromper. O objetivo da ligação era para falar sobre negócios, mas
não havia muito disso acontecendo.
Eventualmente, a conversa escorregou um pouco, voltando aos
negócios o suficiente para Hank começar a falar sobre mim. Não era tanto
sobre ela vir trabalhar para mim, mas sim minhas conquistas e porquê ele
decidiu investir na minha empresa. Quando a ligação terminou, ainda não
tínhamos ido muito longe na conversa, mas Hank e Asia pareciam ter se
divertido em conversar.
Voltei para o meu quarto naquela noite ainda pensando na
conversa. Enquanto tentava adormecer, não pude deixar de me perguntar o
que realmente estava acontecendo. Hank estava tentando bancar o cupido
entre a Asia e eu? Ou ele estava tentando deixar ela, uma pessoa que ele
conhecia, de olho nos investimentos dele?
Não saber era frustrante, mas, de qualquer forma, não gostei do que
isso estava fazendo comigo. Toda a situação me deixou me sentindo
desequilibrado e deslocado, mas não gostei de nenhuma dessas sensações.
CAPÍTULO 14
ASIA

E sse era o tipo de dia que sempre vinha à mente quando as pessoas
falavam sobre domingos preguiçosos. A noite de sexta-feira era para se
recuperar depois de trabalhar a semana toda. O sábado foi feito para
arrumar a casa e fazer algumas tarefas que foram deixadas de lado durante o
resto da semana. Mas o domingo era para passar um tempo com a família,
relaxar e se divertir. Esse tipo de dia foi uma raridade para mim durante
anos. Quando eu estava passando pela minha gravidez e quando Ollie era
um bebê, só o conceito de tirar um dia inteiro apenas para me divertir era
ultrajante. Mesmo agora, às vezes eu sentia que estava perdendo tempo se
não estivesse me forçando a fazer algo produtivo.
Dylan conversou comigo sobre isso quando estava se preparando para
se mudar para a casa ao lado. Ele não queria que eu me perdesse
completamente no trabalho, como nosso pai fazia quando éramos
jovens. Claro, isso era diferente. Ele era um empresário rico e poderoso que
se enterrava em reuniões, viagens e projetos intermináveis porque sua
carreira era sua prioridade. Quanto a mim, trabalhar duro como eu fiz foi
para melhorar a vida de Ollie e a minha. Era sobre nos colocar em uma
posição melhor e ajudá-lo a alcançar ainda mais. Eu faria qualquer coisa
para que isso fosse possível para ele.
Mas meu irmão estava preocupado comigo. Ele me encorajou a ter
certeza de que estava vivendo minha vida, não apenas a deixando passar
enquanto eu procurava constantemente por mais trabalho e fazia tudo que
podia para aumentar minha reputação. Foi essa repreensão e sua insistência
em que eu prometesse que tiraria mais tempo para ficar com eles dois todas
as semanas que me fizeram sentar em sua varanda de trás durante a maior
parte do dia naquele domingo.
Ao meu lado estava um copo de chá gelado e um prato com meus
biscoitos favoritos. E na minha frente estava meu garotinho, rindo e
gritando com a mais pura alegria que eu já vi, enquanto perseguia um
cachorrinho minúsculo e de aparência estranha pela grama. Isso não foi
obra minha. Dylan foi convencido por Ollie quandoele expôs seu
argumento, e ver uma placa para o abrigo de animais no supermercado
provou ser uma combinação poderosa para meu irmão. Assim que viu o
pôster, a imagem da estranha criaturinha pegou seu coração, e ele não pôde
deixá-la lá. Com a voz de Ollie no fundo de sua mente, ele foi direto para o
abrigo e perguntou sobre o cachorro na foto.
Ele trouxe Tink para casa naquela mesma noite. Ela era o esteriótipo
de um vira-lata, cheia de energia e amor, extasiada por ter um lar, mas ainda
um pouco tímida e nervosa às vezes. Ela era parte Chihuahua e parte sabe-
se lá o que mais. Pela aparência dela, eu tinha quase certeza de que havia
algum terrier, algum shih-tzu e, provavelmente, uma boa escova, pela
aparência de seu pelo. Não importa. Ela era adorável e Ollie estava
completamente extasiado. Como um bônus adicional, pude observar a pura
emoção de meu filho ter o cachorro que sempre quis, e eu não tive que
limpar a bagunça dela. Resumindo, não consegui pensar em uma maneira
melhor de como isso poderia ter funcionado. Também foi um domingo
excepcional, e eu estava ansiosa por mais muitos outros como aquele.
Oliver e eu ficamos no quintal com Dylan e Tink por
horas. Ocasionalmente, eu trazia lanches para que pudéssemos continuar a
aproveitar o lindo clima. Dylan trouxe a grelha que ele guarda no galpão
para assar alguns hambúrgueres e cachorros-quentes para o jantar. O dia
inteiro me deixou com a sensação de que as coisas poderiam finalmente
estar se encaixando. Claro, ainda haviam algumas coisas pairando no fundo
da minha mente, com Drew e toda essa situação, mas não iria me permitir
pensar sobre isso enquanto me divertia tanto.
Depois que o jantar acabou e o sol se pôs, chamei Ollie, que estava
esparramado na grama, olhando para o céu.
"Vamos, camarada. Já passou da hora do banho," eu disse. "Hora de ir
para casa."
"Tink não tem hora do banho.", ressaltou.
"Tink com certeza vai tomar banho.", disse Dylan olhando para a
cachorrinha coberta de grama e terra por rolar com o garotinho ao lado dela,
tão sujo quanto.
"E ela também tem hora de dormir, assim como você," eu disse a
Oliver. "É hora de ir. Você pode voltar e brincar com ela amanhã."
Eu finalmente convenci meu filho e voltamos pelo portão entre as duas
casas.
"Ela é tão fofa." Ollie começou. "Você acha que ela vai ficar muito
maior? Que tipo de cachorro ela é? Ela é um bando de cachorros? Ela
parece um bando de cachorros. Serei capaz de ensinar truques a ela? Qual é
o primeiro truque que você acha que eu deveria ensinar a ela?"
"Eu acho que ela será uma cachorrinha maravilhosa, e vocês dois vão
se divertir muito juntos. Você pode ensinar a ela os truques que
quiser. Sentar seria uma boa para começar.", eu disse a ele. Entramos e eu
fechei a porta. "Vá buscar o seu pijama. Encontro você no banheiro daqui a
pouco para preparar seu banho"
"Ok, mamãe.", disse ele enquanto corria em direção ao seu quarto.
Sua energia nunca parava de me surpreender, especialmente por ele ter
estado tão doente poucos dias antes. Parecia que não importava o quanto ele
brincasse, sempre havia um pouco mais para mantê-lo em movimento.
Quanto a mim, queria encerrar a noite. Tinham algumas coisas que eu
precisava fazer, mas nada muito extenuante. Após pôr Ollie para dormir, eu
planejei descansar um pouco. Talvez eu assistisse alguns dos programas de
TV dos quais sempre ouço as pessoas falarem, mas não entendo quando
elas fazem alguma referência. Então seria banho e cama para mim. Eu tinha
acabado de lavar a roupa pela manhã, o que significava que eu aguardava
um dos meus luxos simples favoritos: uma cama recém-feita.
Eu comecei a trabalhar fazendo as pequenas tarefas que eu precisava,
esperando para ouvir Oliver entrar no banheiro. Ter a chance de escolher o
próprio pijama era um ato de independência que meu filho de cinco anos
adorava, mas às vezes não era tão bom assim. Ele levou essa decisão muito
a sério e, muitas vezes, eu o encontrava de pé na frente de sua cômoda,
contemplando profundamente se gostaria de usar seu pijama de astronauta
ou de dinossauro, seus dois favoritos entre sua seleção. Durante os meses de
inverno, era ainda mais complicado quando ele tinha uma gama completa
de macacões para escolher. Foi preciso um empurrãozinho para convencê-lo
a fazer a escolha.
Depois de guardar os brinquedos que ele usou de manhã brincando
com Tink, vfui lavar a louça do café da manhã que havia deixado na pia. Eu
normalmente não faria isso, mas Oliver estava tão animado que eu não quis
mais fazê-lo esperar.
Mesmo quando terminei de fazer tudo, Ollie não tinha cruzado o
corredor de seu quarto para o banheiro. Sequei minhas mãos e me dirigi
para ajudar a resolver o dilema de que pijama. Mas em vez de encontrá-lo
na frente de sua cômoda segurando as calças de um par e a camisa do outro
enquanto tentando decidir qual usar, eu o vi esparramado no chão ao lado
de sua cama. Ainda de sapatos, ele estava deitado de bruços, um braço
dobrado sob a cabeça e a outra mão segurando seu cachorro de pelúcia. Ele
tinha adormecido, sem dúvida, contando a Spot sobre o cachorro
de verdade em sua vida. Puxei um cobertor de sua cama e coloquei sobre
ele. Ele provavelmente não dormiria por muito tempo. Eu voltaria mais
tarde e daria seu banho antes de colocá-lo na cama.
Pondo de lado a ideia de fazer qualquer trabalho, fui até a cozinha e
servi uma taça de vinho. Sentei-me no sofá, pronta para ligar a TV, quando
meu telefone tocou. Um sorriso apareceu no meu rosto quando vi o nome
na tela.
As pessoas provavelmente diriam que Mark e eu temos uma história. É
verdade, mas não era tão dramático quanto isso poderia sugerir. A verdade é
que ele e eu tentamos namorar quando eu estava em Nova York. Eu estava
fazendo meu estágio e tentando entender a vida quando nos
conhecemos. Ele trabalhava para a mesma empresa de tecnologia e estava
lá para me receber e me ajudar a me sentir parte de tudo, em vez de apenas
um peixinho em um lago muito grande. Nossa tentativa de namoro não foi
muito longe. Rapidamente percebemos que não funcionávamos como um
casal. Mas trabalhávamos muito bem como bons amigos e assim
permanecemos ao longo dos anos.
Ele não queria que eu me mudasse para a Califórnia. No final da
minha estada em Nova York, ele tentou me convencer a ficar lá e construir
uma vida para mim e meu filho. Ele estava bem ciente da situação com
meus pais, tendo sido o ombro em que chorei muitas das noites em que me
sentia sozinha e com medo. Mas, no final, ele entendeu. Mantivemos
contato com bastante regularidade, mas já fazia algum tempo que não nos
falávamos. Eu mal podia esperar para contar a ele sobre o esquema que
armei com Drew e obter sua opinião.
Mark estava no mesmo barco que todo mundo, porque não sabia que
Drew era o pai de Oliver. Ele foi a única pessoa em minha vida a quem tive
a tentação de contar. Mas me segurei. Uma das coisas que minha mãe me
ensinou, e em que eu realmente acreditava, era que apenas uma pessoa
poderia realmente guardar um segredo. Uma vez que havia uma segunda
pessoa envolvida, é quando as coisas podiam dar errado. Por mais que eu
confiasse em Mark, esse era um grande segredo para despejar nele, então eu
o deixei no escuro com todos os outros.
Mesmo sem esse detalhe, Mark ficou devidamentechocado e
escandalizado. Sempre foi divertido contar histórias para ele, e nós rimos
muito enquanto eu descrevia toda a situação para ele. Eu dei um gole no
meu vinho e servi mais um copo. Era tudo que eu me permitiria fazer, e
estava delicioso.
"Sério, Asia" Disse Mark. "O que vou fazer com você? Você sempre se
mete nas situações mais estranhas."
"E eu não sei disso? Vai ser interessante ver como vou superar isso.",
eu disse a ele.
"Quero ouvir tudo.", pediu.
"Você saberá tudo. Tenho certeza de que haverá muito para contar."
CAPÍTULO 15
DREW

N ormalmente, eu era uma pessoa matinal. Eu era uma daquelas pessoas


que as outras pessoas odiavam, que conseguia pular da cama ao amanhecer
e estar pronta para enfrentar o dia. Mesmo nas manhãs de segunda-feira, eu
geralmente estava pronto e ansioso para ir. Não tanto naquela segunda-
feira. Naquela manhã de segunda-feira em particular, quando a primeira luz
do sol apareceu, coloquei o travesseiro sobre a cabeça e orei pelo súbito
aparecimento de superpoderes que me permitiriam parar o tempo por
algumas horas. Não haveria absolutamente nenhum salto para fora da cama,
e eu não me sentia nem um pouco entusiasmado para ir.
Na verdade, não estava me sentindo bem. Muito tempo depois de ter
acordado e passado o dia, ainda estava tentando me arrastar para fora da
cama. A forte luz do sol da manhã que entrava pelas janelas queimou
minhas pálpebras e enviou uma dor aguda na parte de trás da minha
cabeça. Eu estava cansado, de ressaca e imensamente feliz por ser dono da
empresa e poder me atrasar.
Foi a primeira vez que enfrentei uma manhã de segunda-feira ainda
lidando com os efeitos do fim de semana. Parecia que eu estava tendo um
gostinho do que Scott passou em suas semanas mais ousadas. Mas não foi a
ida a um bar ou a uma boate cheia de mulheres gostosas que me deixou
esticado na cama querendo apenas tirar o dia de folga e voltar a dormir. Em
vez disso, foi a festa de despedida no chalé de caça na noite anterior. Por
padrão, a viagem foi um fracasso. Ninguém em nenhuma das excursões
trouxe nada para casa. Em vez de realmente ser um fim de semana de caça,
acabou sendo dois dias de caminhada. Caminhando e esperando. Mas isso
não pareceu perturbar Hank. No final da viagem, ele fez questão de fazer
uma festa. Envolveu uma grande variedade de lanches da cozinha do chalé
e abrir o extraordinário armário de bebidas.
Eu tinha que dar algum crédito a Hank. Seu comportamento firme,
calmo e um tanto nerd não fazia justiça à pessoa que existia quando ele
estava fora do escritório. Sempre achei que ele era um cara legal e era
agradável falar com ele, mas havia muito mais personalidade lá do que eu
tinha pensado. Mais personalidade e mais capacidade de tomar as bebidas
sem hesitação. Ele pode ser pelo meno quarenta anos mais velho do que eu,
mas ele consegue aguentar bebida bem melhor que eu.
Entrar no chuveiro parecia uma grande história e quebrou um pouco a
névoa. Minha cabeça ainda latejava, parecia que alguém tinha passado uma
lixa no fundo dos meus olhos, mas pelo menos consegui me recompor o
suficiente para chegar ao escritório. Scott já estava lá e me cumprimentou
com um largo sorriso e uma xícara de café. Ele nunca me deu café. Isso foi
puramente uma manobra para ver as consequências de nossa festa
inesperada com Hank.
"Aí está você!", ele disse feliz, oferecendo o café para mim. "Bom Dia,
raio de Sol."
"Cale a boca.", eu disse.
Ele riu quando peguei a xícara de café dele e tomei um longo
gole. Aparentemente, seu estilo de vida o preparou um pouco melhor do
que o meu.
"Oh, não seja assim! Você não viu que manhã linda está? Toda aquela
luz do sol maravilhosa?" ele perguntou com uma voz que reconheci como
sendo completamente insincera e zombeteira, mas provavelmente soaria
otimista e alegre para outras pessoas. "Bem, talvez você não tenha visto isso
por trás dos óculos de sol."
Eu olhei para ele através das lentes escuras que eram a única coisa que
manteve o sol da manhã de fazer meus olhos explodirem em chamas
quando eu pisei fora da minha casa. Ele riu enquanto caminhávamos pelo
corredor. Eu estava pensando seriamente em demitir meu melhor amigo por
ser muito alegre, mas ver Asia no meu escritório deu-lhe tempo. Scott parou
na minha porta e gesticulou em direção a Asia.
"Sua reunião de meia hora atrás está aqui, " ele anunciou. "Estarei no
meu escritório se precisar de mim."
Ele saiu da sala e eu gemi quando ele a fechou atrás dele.
"Me desculpe pelo atraso." eu disse, caminhando até minha mesa.
"Não é realmente meia hora", disse Asia. "Apenas cerca de dez
minutos."
"Boa. Ele sempre exagera." Eu coloquei minha pasta longe e
relutantemente tirei meus óculos de sol. Nunca em minha carreira fiquei
mais feliz com minha decisão de remover a iluminação fluorescente dos
escritórios. "Você quer sentar aí e conversar?"
Fiz um gesto em direção à coleção de móveis do outro lado do
escritório. Era muito mais confortável e casual do que eu sentar de um lado
da minha mesa e ela do outro. Ela acenou com a cabeça e nós fizemos o
nosso caminho. Esperei que Asia escolhesse onde ela queria se sentar antes
de pegar uma das pontas do sofá. Ela colocou uma bolsa a seus pés e se
abaixou para vasculhá-la. Um segundo depois, ela apareceu com um frasco
de tylenol. Ela derramou alguns na minha palma e esperou enquanto eu os
engolia com um gole de café.
"Fim de semana difícil?" ela perguntou.
"Não da maneira que você provavelmente pensa," eu disse a
ela. "Hank deu uma festa de despedida na noite passada."
"Isso soa como Hank." ela concordou.
"Por que você não me disse que conhecia Hank?" Eu perguntei.
"Eu não percebi que era ele, honestamente."
" Justo. Vamos resolver isso", eu disse.
"Tudo certo." Ela puxou uma pasta e abriu-a, espalhando-a sobre a
mesa no centro da disposição dos assentos. "Obviamente, vamos precisar de
algum tempo para nos conhecermos novamente e descobrirmos os detalhes
desse relacionamento falso. Mas também vamos precisar de algumas regras
básicas".
"Certo. O que voce tinha em mente?" Eu perguntei.
"Nada de sexo.", disse ela, e quase engasguei com o gole de café que
estava tomando.
"Indo direto a isso, hein?"
"Achei que deveria ir direto ao ponto", disse ela. "Resolver os
principais problemas primeiro."
"Bem, você certamente fez isso." Eu coloquei meu café na mesa. "E eu
concordo."
Surpreendeu-me o quanto não gostei de dizer isso. Asia me olhou nos
olhos por um breve momento, então deu um aceno afiado e rápido.
"Ótimo. Já estamos fazendo progresso. Então, nada de sexo, mas se
realmente queremos que as pessoas pensem que somos casados, teremos
que mostrar algum carinho. Coisas naturais e fáceis que pessoas que estão
juntas fazem. Mas vamos mantê-lo mínimo e apenas quando for realmente
necessário."
"Combinado", eu disse.
"Continuamos a viver separados. Duvido muito que alguém chegue ao
ponto de nos procurar e ter certeza de que estamos vivendo como um
casal. Se vamos fazer jantares ou coisas assim, faremos na sua casa. Tenho
certeza que é maior e será mais fácil fazer parecer que vivemos juntos."
"Combinado", eu disse
"Agora, aqui está a grande coisa. A razão pela qual demorei um pouco
para te dar uma resposta."
Aqui estava. Eu finalmente entenderia o que realmente estava
acontecendo.
"Continue."
"Pude levar essas duas últimas semanas para deixar a ideia se instalar
para nós dois porque George Ishko voltou para o Japão."
"Oh." eu disse.
Não sabia o que esperava, mas não era isso.
"Não é só isso. Ele quer que eu o visite lá. Então, vou precisar que
você voe para lá comigo. E Oliver."
Ela acrescentou cada peça com cuidado, como se estivesse me dando
tempo para me acostumar com isso.
"Você quer que eu voe para o Japão com você e Oliver?" Eu
perguntei.
"Sim. Nós três precisamos parecer uma família feliz."
"Uma família feliz?" Scott perguntou. Eu olhei para cima e o vi parado
na porta. Eu não tinha ideia de quanto tempo ele estava parado ali ou o que
tinha ouvido. "O que está acontecendo aqui?"
"Concordei em ajudar a Asia com um pequeno problema que ela está
tendo para conseguir um contrato."
Eu brevemente expliquei o acordo para ele, me perguntando enquanto
fazia o que eu ia ganhar com isso. Não havia necessidade de
perguntar. Scott me venceu.
"Então, você vai entrar em um avião e se divertir no Japão para bancar
o marido adorável e papai amoroso. Para quê? O que você ganha com o
negócio?" ele perguntou.
Havia alguma hesitação e até um toque de animosidade em sua
voz. Era de se esperar. Depois que eu contei a ele minha história com a
Ásia, ele se sentiu um certo protetor com relação a toda a situação. A Ásia
não se incomodou com a pergunta direta. Ela sorriu para ele, recostando-se
na cadeira e cruzando as pernas casualmente.
"Farei o suporte a bugs para a empresa gratuitamente por um ano.",
disse ela.
Scott se sentou no sofá ao meu lado e nos olhamos, ambos
considerando a oferta. Tínhamos uma boa equipe, mas ter um auditor
externo nunca foi uma má ideia. Com toda a honestidade, eu senti que
estava levando a melhor nesse negócio. Eu sempre quis ir para o Japão e
poder explorar um país que eu sempre quis ver soou muito melhor do que
ficar lidando por um ano com bugs e falhas.
"Combinado.", eu disse, estendendo minha mão para Asia sem esperar
pela entrada de Scott.
Ela apertou minha mão, juntou seus papéis e eu a acompanhei até a
porta, ignorando as sobrancelhas levantadas de Scott.
CAPÍTULO 16
ASIA

"L amento que você tenha entendido mal, mas nunca mencionei meu
estado civil porque isso não é algo relevante para minhas habilidades
profissionais. Não, eu entendo perfeitamente. Eu deveria ter pensado nisso,
mas somos esse tipo de família. Sempre fazemos tudo juntos,", eu disse,
então revirei os olhos para mim mesma. Eu queria parecer uma esposa e
mãe, não um robô. "Não será um problema. Meu irmão mora muito perto e
ficaria feliz em cuidar do meu filho enquanto eu estiver fora. Nosso
filho. Ele ficaria feliz em cuidar do filho que tenho com meu marido. Quem
vai ficar comigo."
Afastei um pouco o telefone do rosto para que Mitchell não ouvisse
meu suspiro. Realmente fazendo um ótimo trabalho em manter tudo sob
controle, aqui. Foi uma boa coisa Drew não ter me ouvido.
"E não será um problema chegar aqui a tempo e estar aqui esta
semana?" Perguntou Mitchell.
Não que eu devesse ter esperado menos, mas fiquei feliz que
George Ishko tenha seu assistente me ligando para verificar os detalhes da
viagem ao Japão, em vez de fazer ele mesmo. Ele já estava desconfiado de
mim. Até mesmo concordar que eu fosse ao Japão já era algo grande, e ele
estaria procurando por qualquer desculpa para me considerar inelegível para
o contrato. Isso incluía soar nem um pouco insegura sobre meu
relacionamento com meu suposto marido. Pelo menos eu não precisava
fingir que ele era o pai do meu filho, era apenas uma questão de fingir que
Drew também sabia disso.
Mitchell, por outro lado, foi muito mais tolerante. Tivemos uma boa
conexão quando fui entrevistar George e tive a sensação de que ele estava
torcendo por mim. Se isso acontecia porque ele pensava que eu era
realmente boa para o cargo ou porque ele apenas queria outra pessoa na
órbita do Sr. Ishko que ele pudesse tolerar, ainda estava para ser visto. Eu
nem sabia se realmente me importava. Tudo o que importava era que ele
estava por perto. Receber o convite para se juntar à Ishko no Japão foi um
grande passo na direção certa. Os homens de negócios não mandam
empreiteiros em potencial para outro país simplesmente por os acharem
legais. Ele estava me testando para ver se eu me encaixava com o resto de
sua equipe e com a maneira como ele trabalhava.
Me senti mal por me rebaixar ao nível dele para conseguir o emprego,
mas era uma posição perfeita e deixaria Ollie e eu bem para o futuro. Eu
faria qualquer coisa para garantir que meu filho tivesse uma vida boa,
incluindo me degradar fingindo estar casada para que algum idiota arcaico
me desse o meu emprego perfeito. Eu estava confiante de que, depois de
provar minhas habilidades, minha vida pessoal não seria mais relevante
para o cargo.
"Perfeito. Posso ir em frente e fazer os preparativos para você.", ele
ofereceu.
"Isso seria bom. Meu marido e eu estaremos lá no final da semana.",
eu disse.
"Ótimo. Vou fazer as reservas de hotel e providenciar suas passagens
aéreas. Se você me mandar um e-mail com nomes, aniversários, todos esses
detalhes, arrumarei tudo para você. Você deve receber suas confirmações e
tudo em apenas algumas horas."
"Você é incrível.", eu disse.
"Apenas fazendo o meu trabalho. Literalmente. Este é o meu
trabalho." Ele riu. "Isso e seguir o Sr. Ishko por aí, tentando antecipar suas
necessidades e atendê-las antes que ele possa ficar com raiva de outra
pessoa por elas não terem sido feitas. Sou essencialmente o Smithers, mas
sem o desconforto de estar apaixonado por seu chefe."
Mitchell estremeceu audivelmente e eu ri.
"Ele é realmente tão ruim? Devo repensar trabalhar para ele? " Eu
perguntei.
"Não. Quer dizer, ele pode ser. Ele não tem reputação sem
motivo. Mas também pode ser fantástico trabalhar com ele, e é uma
oportunidade realmente boa em termos de dinheiro e progresso. Se você
conseguir lidar com a atitude dele, com o pensamento retrógrado e com as
ocasionais mudanças de humor, isso pode ser ótimo. Tenho certeza de que
você será capaz de se defender."
"Obrigado. Eu precisava ouvir isso."
Desliguei o telefone e me forcei a me concentrar em uns trabalhos que
vinha deixando de lado recentemente. Isso me deu algo em que pensar,
além de não ser mais capaz de trazer Oliver comigo na viagem. Quando
começamos a falar sobre minha ida ao Japão, eu simplesmente presumi que
ele estaria lá comigo. Eu sempre estive com ele e deixá-lo para trás nunca
teria passado pela minha cabeça. Só depois que Mitchell ligou e
conversamos sobre a agenda lotada para aquela semana e ele me lembrou
que não haveria um serviço de creche disponível, ocorreu-me que Oliver
não poderia vir.
Eu não estava preocupada com sua reação. Principalmente porque
ainda não tinha contado a ele sobre a viagem. Em vez de dizer a ele que
íamos para o Japão, eu apenas contaria que ficaria fora da cidade por uma
semana. Isso realmente me pouparia o desconforto de ter que explicar a
estranha dinâmica entre Drew e eu o tempo todo.
Antes eu estava pensando em uma semana para manter a aparência de
uma família feliz. Agora eu ia enfrentar ser a esposa de Drew por uma
semana inteira sem a proteção de uma criança pequena. Era muito para
pensar sobre, então foi bom me concentrar no que eu era boa e deixar isso
me levar por um tempo.
Depois de terminar meu trabalho, passei algum tempo montando
planos para a semana. Dylan ficou emocionado com a ideia de poder passar
a semana com Oliver, o que me deixou à vontade. Fui buscar Oliver na
escola e fui imediatamente atingida por uma onda de emoção
inesperada. Sentar lá na frente da escola me fez perceber que eu não estaria
o buscando na escola por uma semana inteira. Eu sabia que eram apenas
alguns dias, mas eram as pequenas coisas que faziam isso parecer tão
significativo. Eu ansiava pelo fim do dia todos os dias, quando poderia ir à
escola dele e vê-lo sair. Eu amo ver seu rostinho sorridente cheio de emoção
e transbordando de tudo o que ele queria me dizer. Aquele primeiro abraço
sempre foi o ponto alto da minha tarde. Agora eu teria que ficar sem ele por
uma semana inteira, e era difícil pensar nisso.
Hillary pareceu reconhecer o olhar tenso em meu rosto quando ela se
aproximou de mim. Nas últimas semanas, ela e eu tínhamos feito
uma espécie de amizade. Após o incidente com meu ataque de pânico, ela
fez questão de trazer Oliver até mim no final de cada dia. Isso nos deu a
oportunidade de conversar e nos conhecer, e eu estava gostando muito da
amizade dela. Ela me olhou interrogativamente depois do meu abraço.
"Você está bem? Aconteceu alguma coisa hoje?" ela perguntou.
Eu balancei minha cabeça. "Não. Estou bem. Eu simplesmente estarei
em uma viagem de negócios começando em alguns dias. Eu estarei fora por
toda a semana. É a primeira vez que estarei longe de Oliver por tanto
tempo."
"Eu entendo esse sentimento. Mas não se preocupe. Vou ficar de olho
nele."
"Obrigado. Eu realmente iria gostar disso. Ele vai ficar com meu irmão
esta semana, então vou me certificar de que você tenha o número de
telefone dele e tudo." eu disse a ela.
"Absolutamente. E quando você voltar, devemos nos encontrar. Jantar
ou algo assim." ela sugeriu.
"Parece ótimo."
Oliver tinha ouvido o que eu disse a Hillary e estava cheio de
perguntas quando entramos no carro. Prometi informá-lo de tudo, mas
precisávamos esperar até chegarmos à casa de Dylan. Assim poderíamos
conversar sobre tudo juntos. Isso o segurou por alguns minutos, mas,
quando chegamos em casa, ele já havia voltado ao fluxo de perguntas e
preocupações.
Dylan estava pronto para nós. Ele fez um lanche depois da escola para
Oliver e me disse que já tinha pedido o jantar, então eu não precisava me
preocupar com isso. Ele reconheceu o quanto isso seria um desafio para
mim. Não apenas por estar longe de Oliver, mas também por estar com
Drew durante a semana. Eu sabia que ele não aprovava completamente, mas
ele não ia dizer nada. Seu apoio significou muito para mim e tive um
sentimento avassalador de apreço e gratidão por ele quando nos sentamos
para conversar.
"Por que você tem que ir embora?" Oliver perguntou.
"É para trabalhar, querido. Só estarei fora por uma semana e depois
volto. Eu prometo," eu disse a ele.
"E eu estarei aqui? A semana inteira?" ele perguntou.
"Isso mesmo, amigo." Dylan disse a ele. "Só nós, rapazes. Estarei
trabalhando em casa, caso você precise de alguma coisa durante o dia. E já
que estaremos bem ao lado da sua casa, se precisar de alguma coisa,
podemos simplesmente ir até lá."
"Não apenas nós, rapazes." Oliver apontou.
"O que você quer dizer?" Eu perguntei confusa.
"Tink", ele me disse. "Ela estará aqui, e ela não é um cara"
"Isso é verdade." eu ri.
Nós nos acomodamos para a noite. Oliver parecia ter aceitado a ideia
de eu ir embora e não estava muito preocupado com isso. Eu tinha certeza
de que grande parte disso tinha a ver com a chance de dormir com seu tio
Dylan e passar a semana inteira com o cachorro. De qualquer forma,
funcionou.
Esperei até depois de tirar Oliver da casa de Dylan e levá-lo para casa
e para cama para ligar para Drew.
"Consegui todos os detalhes da viagem a Tóquio.", disse a ele.
"Isso é ótimo", disse ele. "Mande todos eles."
"Eu só quero ter certeza absoluta de que está tudo bem para você sair
por uma semana." eu disse.
"Está tudo bem. Posso trabalhar remotamente. Além disso, Scott está
aqui. Há um motivo pelo qual eu queria um parceiro: não queria ter a
empresa inteira sobre meus ombros o tempo todo. Ele sabe disso tão bem
quanto eu e pode administrar tudo sem problemas na minha ausência.", ele
me assegurou.
Fui para a cama naquela noite com pensamentos sobre Drew na minha
cabeça. Minha mente estava cheia de imagens da nossa semana juntos. Eu
não pude deixar de me perguntar o quão diferente seria agora. Naquela
semana éramos tão jovens, tão novos na vida, querendo explorar e descobrir
nossos corpos. Agora éramos mais velhos, possivelmente mais experientes,
definitivamente mais confiantes em nossa própria pele.
Apenas o pensamento disso fez meu corpo zumbir, meu coração
disparar. Desliguei a luz, me aninhei nas cobertas e coloquei minha mão na
minha calça. Meu dedo deslizou pelas minhas dobras, já quentes e úmidas
de desejo. Lembrar-me da maneira como Drew me tocou e como seria
muito melhor agora fez meu corpo doer, e deixei meus dedos brincarem em
cada curva e declive. Mordi meu lábio inferior para abafar meus sons
enquanto concentrei meu toque, visualizando os dedos e a língua de Drew,
então seu corpo afundando dentro de mim enquanto eu me levava a um
clímax que me deixou estremecendo e ofegando contra meus travesseiros.
CAPÍTULO 17
DREW

D efinitivamente não era assim que eu imaginava passar esta semana de


trabalho. Sempre fui um daqueles profissionais que gostam de ter um
calendário cuidadosamente monitorado e meu trabalho organizado com
bastante antecedência. Isso me permitiu traçar estratégias e garantir que
estava focado nas coisas certas no momento certo para maximizar minha
produtividade. Eu folheei meu calendário; apenas algumas semanas atrás,
definitivamente não teria mostrado passar a próxima semana em Tóquio
com a Ásia. E absolutamente não teria me mostrado passar esta semana
sentado em reuniões de emergência com membros do conselho, explicando
por que eu estaria passando a próxima semana em Tóquio. Mas era para
isso que serviam a adaptabilidade e a flexibilidade, e eu estava praticando
ambas.
Os investidores pareciam estar tendo dificuldade em entender a
necessidade repentina da viagem. Tínhamos acabado de começar a falar
sobre expansão e crescimento da empresa. Eles estavam entusiasmados com
a direção que o aplicativo atual estava tomando e os planos
para o desenvolvimento de outro aplicativo. Para eles, isso significava que
eu deveria gastar praticamente todas as horas de trabalho planejando,
aperfeiçoando e planejando um pouco mais. Se eu pretendia realizar as
coisas extraordinárias que eles esperavam, seria necessário muito trabalho.
O desafio que estava diante de mim era não apenas tranquilizá-los de
que eu era mais do que capaz de continuar meu trabalho mesmo durante a
viagem, mas também de que fazer essa viagem poderia ser benéfico para a
empresa a longo prazo. Não que eu precisasse da permissão deles. Afinal,
eu ainda era o dono da empresa e poderia tomar qualquer decisão que
quisesse, desde que estivesse disposto a mantê-la e enfrentar os investidores
potencialmente retirando seu apoio. Mas eu duvidava seriamente que essa
seria uma daquelas situações em que eu precisaria forçá-los a fazer essa
escolha. Se eu achasse que eles teriam esse tipo de atitude, não os teria
como meus investidores.
Em vez disso, só queria que eles se sentissem envolvidos. Por mais
que odiasse me sentir desconfortável, não queria fazer isso com meus
investidores. Claro, isso não significava que eu era completamente franco
com eles. Eles não precisavam saber de todos os detalhes dessa viagem ao
Japão. Em vez disso, concentrei-me nas conexões profissionais que estava
fazendo e na qualidade excepcional do trabalho da freelancer que estava
ajudando.
"Estou acompanhando Asia Humphrey", eu disse, fazendo questão de
chamar a atenção de Hank ao dizer isso. "Como você deve saber, Asia é
uma freelancer promissora e impressionante na cidade. Ela fez um trabalho
de altíssima qualidade em outros projetos, incluindo destacar-se em um
estágio excepcionalmente competitivo. A empresa em que estagiou acabou
oferecendo-a um emprego, e ela vem bem indicada. Acredito que ela seria
um grande trunfo para esta empresa."
"Que papel ela desempenharia?" Perguntou um dos investidores.
"Eu a aceitaria como um apoio. Ela atuaria como consultora e
forneceria assistência com os bugs e problemas que são inevitáveis com o
desenvolvimento de um novo software. Esse tipo de arranjo, entretanto,
obviamente deixa em aberto a oportunidade para ela trabalhar com outras
empresas. O que eu encorajo."
"E você acha isso sábio?" Outro investidor perguntou.
"Absolutamente," eu disse a ele. "Um empreiteiro que é mantido bem
empregado é motivado e mantém a moral mais alta, o que significa
melhores resultados e produtividade. É por isso que esta viagem a Tóquio
tem como objetivo ajudá-la a fechar um negócio com um cliente. Este
cliente não é concorrência direta com esta empresa. Na verdade, fazer boas
conexões comerciais com ele pode significar um enorme benefício para nós
no futuro. Ajudar a Asia a conseguir esse contrato proporcionaria boa
vontade para todos os envolvidos. Isso será bom para todos nós, já que a
Asia estará trabalhando conosco no próximo ano."
Parei de falar antes de encontrar mais algumas maneiras de encaixar a
palavra "bom" em meu discurso. Normalmente, eu estaria mais do que
confiante. Independentemente de com quem eu estivesse falando, eu
assumia o comando da sala e dizia exatamente o que estava em minha
mente, sem hesitação. Mas algo sobre a explicação de minha viagem com a
Asia desviou o foco normal. Não queria sentir que estava tentando justificar
a viagem. Não foi isso que me tornou menos capaz de encadear uma frase
coerente. Foi mais como se estivesse explicando a mim mesmo, como se
estivesse me dando todos os motivos pelos quais essa era uma boa escolha
de negócios e não apenas algo que estava fazendo pela Asia.
Mesmo com o que eu sentia que era uma divagação nervosa, os
investidores pareciam convencidos. Hank falou sobre a Asia, deixando-os
ainda mais animados com a perspectiva de ter suas habilidades disponíveis
à medida que a empresa se expandia e se tornava mais complexa no ano
seguinte. No final da última reunião, todos estavam a bordo e eu me senti
pronto para embarcar na viagem.
Restava o próprio processo de preparação. Fui para casa e dei uma
olhada no meu guarda-roupa. Fazer as malas para essa viagem seria muito
importante. A forma como me apresentaria teria um impacto na forma
como este homem via a Asia. Alguém que não quisesse considerar a
contratação de uma mulher que não fosse casada certamente confiaria no
marido de uma mulher para fazer sua avaliação dela. Isso significava que eu
precisava impressioná-lo tanto quanto ela. Possivelmente ainda mais. Eu
não queria envergonhá-la vestindo as roupas erradas na situação errada, ou
por não estar preparado para o que quer que pudesse acontecer.
Assim que me decidi sobre as roupas que levaria comigo, meus
pensamentos se voltaram para o que Asia havia dito sobre nosso
relacionamento. Ela me disse que precisaríamos ser convincentes. Teríamos
que saber detalhes um do outro e sobre nosso relacionamento falso para que
pudéssemos contar histórias, responder a perguntas e interagir como um
verdadeiro casal. Tudo estaria nos detalhes, ela disse, e havia um que eu
sabia que não poderíamos ignorar.
Fui até a joalheria mais próxima e levei algum tempo andando para
cima e para baixo nas vitrines. Fiquei tentado a escolher um anel de
noivado, mas isso fez algo puxar dentro de mim. Estava indo longe
demais. Em vez disso, selecionei duas alianças de casamento simples e as
comprei direto da caixa. Eu cuidadosamente guardei o recibo onde poderia
acessá-lo facilmente quando tudo isso fosse feito. Por mais que
eu descobrisse que gostava da ideia de Asia usando meu anel, eu sabia que
não era real. Quando tudo isso acabasse e ela conseguisse o contrato, nosso
fingimento de casamento chegaria ao fim e eu poderia devolver os anéis.
Na quinta-feira à noite, eu tinha organizado todos os detalhes. Minha
bagagem estava completamente arrumada e esperando por mim na
porta. Tudo o que eu teria que fazer na manhã seguinte seria juntar o último
dos meus produtos de higiene pessoal e ir ao encontro da Asia no
aeroporto. A última coisa que fiz naquela noite foi pegar o telefone e ligar
para minha mãe.
"Só estava ligando para lembrar que vou embora pela manhã. Estou
indo para Tóquio esta semana."eu disse.
Foi essencialmente a mesma conversa que sempre tivemos antes de
sair em qualquer tipo de viagem de negócios. Eu sempre liguei para ver
como ela estava e se ela estava bem, para que eu pudesse me
sentir confiante ao sair. Apenas no caso de algo acontecer com ela, eu
queria ter certeza de que ela ainda estaria sendo cuidada enquanto eu
estivesse fora.
"Você vai ficar fora por uma semana?" Ela perguntou.
"Sim. Já tenho algumas coisas preparadas para você. Alguns
mantimentos e refeições vão ser entregues. O paisagista, Sam, vai passar
por aqui e cuidar do seu gramado. Se precisar de alguma coisa ou se
acontecer alguma coisa, você sabe como ligar para Scott. Ele vai cuidar de
você.", eu disse a ela.
"Eu sei que ele vai. Ele é um bom menino. Posso apenas ligar para ele
para que venha me fazer companhia.", disse ela.
Eu ri. "Faça isso. Ele provavelmente adoraria. "
Ela conseguiu retomar o controle da conversa e conversamos por mais
alguns minutos sobre os acontecimentos atuais na vizinhança antes de eu
desligar o telefone. Fui para a cama naquela noite pensando na Ásia e me
perguntando o que estava por vir.
CAPÍTULO 18
ASIA

F iz questão de colocar todas as minhas bagagens no porta-malas do meu


carro na noite de quinta-feira, então eu estava pronta para partir na manhã
seguinte.
Ollie estava perfeitamente bem quando o acordei e nos sentamos para
tomar café juntos. Ele falou alegremente sobre o livro que seu professor
estava lendo para eles na aula e como eles iriam terminá-lo naquele
dia. Então, eles iriam fazer trabalhos manuais sobre o livro. Ele já estava
planejando o que queria fazer e só esperava ser capaz de pegar as cores de
lápis que queria. Aparentemente, sempre havia uma corrida nos lápis
verdes, e alguns dos meninos da classe os acumulavam para que ninguém
mais pudesse usá-los.
Ouvir sua pequena versão das provações e tribulações da vida me fez
sorrir e me deixou mais à vontade. Gostei de ouvir sobre como ele via o
mundo e de ver sua reação a tudo isso, mas logo chegou a hora de entrar no
carro e levá-lo para a escola. Ele saiu tão feliz como sempre. Sabendo que
eu estava indo embora, Hillary o fez esperar que eu saísse do carro e desse a
volta para vê-lo. Eu me abaixei para ficar ao nível dos olhos dele e puxei
meu filho para um abraço apertado.
"Lembre-se", eu disse, "tio Dylan vai buscá-lo esta tarde. Já levei suas
roupas e alguns de seus brinquedos para a casa dele ontem. Mas ele tem a
chave da nossa casa, então se você precisar de mais alguma coisa, ele pode
te levar até lá para pegar. Seja um bom menino enquanto eu estiver
fora. Ligo para você todos os dias para dizer olá. Estarei de volta na
próxima sexta-feira e faremos algo divertido juntos, ok?"
"Sim, mamãe.", disse Oliver. "Tenha uma boa viagem."
Eu o beijei em cada bochecha, em seguida, puxei-o para outro abraço.
"Eu te amo, amigo. Tenha um bom dia na escola."
Lutando contra as lágrimas que não queria que ele me visse derramar,
levantei-me e agradeci a Hillary por ficar de olho nele. Ela sorriu e acenou
com a cabeça, me lembrando de nosso plano de sairmos juntas quando eu
chegasse em casa. Eu realmente estava ansiosa por isso. Já fazia muito
tempo que eu não tinha uma amiga próxima, e estava ansiosa pela
oportunidade de sair com ela e apenas curtir um tempo de folga.
Eu os observei entrar na escola e acenei um adeus antes de ir
embora. Tive apenas tempo de chegar ao aeroporto e correr para encontrar
Drew no portão. Eu tinha nossos dois cartões de embarque e entreguei-lhe o
seu enquanto caminhávamos juntos para o avião.
De alguma forma, na semana de preparação para a viagem, eu nunca
tinha parado para pensar sobre quanto tempo um voo desde a California até
Tóquio duraria. Foi de longe o voo mais longo que eu já experimentei, mais
da metade de um dia. Fiquei feliz assim que entramos no avião e vi que
Mitchell havia providenciado dois assentos na classe executiva em vez de
nos colocar na Classe econômica. Depois de várias horas de voo, fiquei
mais do que grata. A segunda refeição passou e eu sabia que faltavam
algumas horas, mas pelo menos pude esticar as pernas e não tinha um
estranho do meu lado.
Mesmo com toda aquela gratidão e a capacidade de colocar uma
máscara sobre os olhos e adormecer, ao final do vôo eu me sentia tensa e
exausta. Tudo o que eu queria era encontrar uma cama e me arrastar para
dentro. Aterrissamos em Tóquio e senti que mal conseguia me levantar do
assento, muito menos caminhar pelo aeroporto, encontrar um carro alugado
e chegar ao hotel. Mas a Mitchell nãofalhou, e ele tinha um motorista
esperando por nós quando descemos do avião.
Eu derreti no banco de trás do carro e me perguntei se eu seria capaz
de manter meus olhos abertos por tempo suficiente para chegar ao
hotel. Assim que a porta se fechou, Drew pegou minha mão na sua. Eu o
observei tirar uma pequena bolsa do bolso. Ele soltou os delicados cordões
de ouro e colocou a bolsa de veludo em sua palma. Dois anéis caíram e eu
os encarei.
"Só para fazer tudo parecer real", disse ele. "Eu só queria ter certeza de
que todos os detalhes estavam corretos."
Isso foi o suficiente para me acordar. Ele selecionou um dos anéis e o
deslizou no meu dedo. Minha respiração ficou presa na garganta e me
atingiu com força. De repente, parecia que a realidade do que estávamos
fazendo desabou sobre mim. Não era apenas porque estávamos no Japão
fingindo estarmos casados para que eu pudesse impressionar um futuro
cliente dos meus sonhos. É que ele estava sentado ao meu lado, desejando
fazer isso por mim, enquanto eu escondia dele um terrível segredo. Ele
colocou seu próprio anel em seu dedo e soltou minha mão.
O pico de choque e adrenalina drenaram de mim, deixando-me mais
cansada do que já estava. Muito exausta para descobrir como lidar com
tudo isso, apenas inclinei minha cabeça contra o assento e fechei os
olhos. Quando chegamos ao hotel, Drew me acordou suavemente. O
motorista abriu a porta ao meu lado e eu saí. Pegamos nossa bagagem e
entramos no impressionante saguão. Mitchell tinha escolhido um hotel
verdadeiramente bonito para nós.
Drew assumiu a liderança enquanto caminhávamos até o balcão de
registro. A jovem atrás dele tinha olhos brilhantes e alegres, muito enérgica
e alegre para esta hora da noite. Claro, ela não tinha acabado de sair de um
vôo de quatorze horas. Ela sorriu alegremente para nós e nos deu as boas-
vindas ao hotel. Eu me aproximei de Drew e dei meu nome. Mitchell me
disse especificamente que colocou a reserva em Asia Humphrey, o que me
deixou feliz. Eu não queria ter que me lembrar de mais nada naquela noite.
Quando a mulher se afastou do balcão, Drew olhou para mim.
"Não falamos sobre isso.", disse ele.
"Falou sobre o quê?" Eu perguntei.
"Seu nome. Obviamente, todo mundo conhece você como Asia
Humphrey. Não vai demorar muito para você perceber que não tenho o
mesmo sobrenome."
"Eu já disse a eles seu sobrenome," eu apontei. "Eu tive que dizer para
que você pudesse conseguir a passagem de avião, lembra? Mitchell não
questionou, mas se alguém disser alguma coisa, diremos apenas que
mantive meu nome."
"É isso que você quer fazer?" Ele perguntou.
"O que você quer dizer?" Eu perguntei.
"Sobre manter seu nome. Quando você se casar deseja mantê-lo em
vez de mudar?" Ele perguntou.
Minha boca se abriu e alguns sons ininteligíveis saíram dela. Eu
realmente não tinha ideia de como responder a essa pergunta, nem queria
começar a pensar sobre como isso afetou minha mente e meu
coração. Fiquei extremamente grata quando a garota voltou para a mesa
para continuar nosso check-in. Demorou apenas mais alguns minutos antes
que ela nos entregasse nosso cartão-chave e um pacote de informações, e
nós seguimos para o nosso quarto. O carregador que nos ajudava com a
bagagem abriu a porta e eu entrei.
O quarto era tão bonito quanto o resto do hotel. Olhei em volta,
absorvendo tudo, mas levou apenas alguns segundos para outra dose de
realidade me atingir. Havia apenas uma cama. Eu sabia que viríamos como
um casal e todos acreditavam que éramos casados, mas de alguma forma,
esqueci que haveria apenas uma cama no quarto. Pensei em dizer algo sobre
isso, mas estava muito cansada. A essa altura, realmente não importava. Era
uma cama e era tudo o que eu queria no mundo.
Larguei a pequena bolsa de mão que estava comigo no chão ao lado de
um sofá e tirei os sapatos. Sem outra palavra, cruzei o quarto e caí de cara
na cama.
CAPÍTULO 19
DREW

E u não sabia se era uma ironia cruel ou não, mas certamente parecia que
eu tentava me enrolar no pequeno sofá do quarto do hotel. Depois de todas
aquelas horas passadas no avião, eu estava realmente ansioso para poder me
alongar. Meus músculos e articulações ansiavam por mais do que o espaço
destinado a eles, mesmo na poltrona da classe executiva, e andando pelo
corredor algumas vezes a cada duas horas. Ver o elaborado saguão do hotel
e a bela entrada do quarto me deu muita esperança. Então percebi que eles
tinham reservado o quarto para um casal. O que significava que eles não
escolheriam um com duas camas, mas sim uma, e isso nos deixou em uma
situação embaraçosa.
Pelo menos, isso me deixou em uma situação embaraçosa. Isso deixou
Asia deitada de bruços caída no sono segundos depois de entrar no quarto
do hotel. Ela nem se preocupou em trocar de roupa. Eu fiquei ao lado da
cama e a observei por alguns momentos, considerando o que fazer. Havia
uma grande parte de mim que só queria colocar o pijama e me enfiar ao
lado dela. Mas eu decidi contra isso.
Eu não tinha certeza de quão confortável ela se sentiria com a ideia de
nós dividirmos uma cama. Claro, não seria a primeira vez que dividiríamos
a cama. Longe disso. Mas esta era uma época diferente. Uma situação
diferente. Não havíamos conversado sobre a possibilidade desse problema
em particular, então tudo que pude fazer foi seguir as diretrizes sobre as
quais conversamos em meu escritório há uma semana. Nenhuma
demonstração de afeto, exceto quando necessário, parecia abranger aninhar-
se na cama. Embora isso certamente não fosse público e tudo em que eu
estivesse pensando era em dormir, não necessariamente em afeto, era o
suficiente para me fazer andar até o sofá.
Esses poucos momentos me fizeram desejar. Por ela. Por mais. Por um
jeito de consertar nossa história. Claro, isso não era possível. Nada jamais
seria capaz de mudar o que aconteceu entre nós e como tudo terminou há
seis anos. Eu nunca seria capaz de voltar e mudar a forma como reagi
àquela briga, não mais do que ela seria capaz de voltar e mudar o que ela
me disse. Se pudesse, eu sairia correndo do apartamento e daria uma volta
no quarteirão para esfriar a cabeça, mas depois voltaria para falar com ela
em vez de entrar no carro e ir embora. Eu teria contado a ela como ela me
fez sentir e teríamos conversado sobre isso, em vez de não nos vermos
novamente por seis anos.
Muitas vezes, ao longo dos anos, pensei sobre a
Asia. Muitas vezes quando me descobri desejando por ela como desejo
agora. Muitas vezes imaginei como nossas vidas teriam funcionado se
tivéssemos sido corajosos o suficiente para tentarmos ficarjuntos. Ou loucos
o suficiente. Ou estúpidos o suficiente. Qualquer que seja o descritor
necessário. Se tivéssemos escolhido ser assim e tentado ficar juntos de
verdade, ao invés de desistir tão facilmente, tudo poderia ter sido tão
diferente. Ela teria ido para o estágio, e eu poderia ter ido junto com
ela. Poderíamos ter experimentado Nova York juntos. Poderíamos ter
encontrado carreiras. Experienciado coisas novas. Crescido juntos.
Eu pensei sobre isso ainda mais enquanto me preparava para dormir no
pequeno sofá. Nas últimas semanas, estive a observando e fiquei pasmo
com ela. Asia era tão forte e inteligente quanto eu me lembrava, mas ainda
mais incrível. Além disso, ela era uma mãe solteira. Por mais
impressionado que eu estivesse com isso, também me surpreendeu. Foi
incrível ver o quão fofo e divertido seu filho era, mas me surpreendeu que
eu nunca a tivesse ouvido falar de seu pai. Eu não sabia o que pensar sobre
isso, ou como isso deveria me fazer sentir. Mas algo sobre isso não parecia
muito certo. De repente, percebi que não tinha perguntado quantos anos
Ollie tinha, e ela nunca disse.
Dormir no sofá não me manteve descansando por tanto tempo quanto
eu gostaria. Acordei enquanto Asia ainda estava dormindo e andei pelo
quarto do hotel o mais cuidadosamente que pude para não a acordar. Entrei
no banheiro e tomei um longo banho quente, esperando que isso me
acordasse e aliviasse a tensão pelo meu corpo. Quando saí, joguei uma
toalha na cintura e saí para o quarto, esperando que ela ainda estivesse
dormindo. Em vez disso, Asia estava sentada na cama.
Ela olhou na minha direção, em seguida, olhou uma segunda vez. Eu
não tinha certeza do que fazer. Eu congelei no lugar e nós nos encaramos
por alguns segundos tensos. Finalmente, ela agarrou sua bolsa e correu para
o banheiro, batendo a porta atrás dela. Eu ri e balancei minha cabeça
enquanto caminhava até minha bagagem. Como ela estava no banheiro e eu
podia ouvir a água correndo para outro banho, não me incomodei em tentar
encontrar outro lugar para me vestir. Quando terminei, peguei o cardápio do
serviço de quarto da gaveta ao lado da cama e abri. Eu não percebi até então
o quão faminto eu estava. Tudo parecia delicioso e acabei pedindo várias
coisas diferentes.
Um pouco depois, a porta do banheiro se abriu e Asia emergiu
acompanhada por uma rajada de vapor. Mesmo de onde eu estava sentado,
eu podia sentir o cheiro do frescor de seu xampu e o toque doce e
almiscarado de seu perfume. Ela já estava vestida, sua maquiagem feita
enquanto ela usava uma toalha para secar o cabelo.
Poucos segundos depois, uma batida na porta anunciou a chegada de
nosso café da manhã. Aceitei o carrinho e dei uma gorjeta ao garçom. Asia
gemeu de felicidade quando viu tudo o que eu pedi, obviamente se sentindo
tão faminta quanto eu. Eu trouxe o carrinho até uma mesa posicionada em
frente a uma janela e descarreguei tudo.
"Ah, esqueci de contar", ela disse enquanto comíamos. "Na verdade,
não vamos encontrar Ishko aqui no hotel. Devemos ir direto para os
escritórios para falar com todos."
"Parece bom. Quanto tempo nós temos?" Eu perguntei.
Ela olhou para o telefone ao lado dela na mesa.
"Não muito. Devíamos terminar e chamar um táxi.", ela me disse.
"O quê, Mitchell não providenciou para você ter um motorista pessoal
durante todo o tempo que você estiver aqui em Tóquio?" Eu provoquei.
"Infelizmente não. Por mais fantástico que seja andar por aí na parte de
trás de um carro e fingir ser alguém famoso e poderoso, são táxis para
nós. Acho que a parte charmosa e chique da viagem atingiu sua cota com o
voo e a carona para o hotel.", disse ela.
Terminamos de comer e fizemos os preparativos de última hora
enquanto esperávamos o táxi. Isso nos levou até os escritórios e, quando ela
saiu para a calçada, peguei a mão de Asia e apertei. Ela fez uma pausa e se
virou para olhar para mim.
"Você está bem?" Eu perguntei. "Você está pronta para isso?"
"Absolutamente. É por isso que estou aqui, não é?" ela perguntou.
Virei sua mão ligeiramente na minha e olhei para a faixa simples em
torno de seu dedo. Eu amei o jeito que parecia. Era suave e delicado,
despretensioso e clássico. Mas ficou lindo nela. De alguma forma, ser tão
discreto fez com que parecesse ainda mais significativo. Ver isso, porém,
também me fez pensar.
"Sabe, talvez devêssemos ter feito um ensaio ou algo assim." eu disse.
"Um ensaio?" Asia perguntou. "Sobre o quê"
"O quê vamos dizer, como vamos agir."
"Eu não queria que nós ensaiássemos. Se ensaiamos, iria parecer que
ensaiamos."
Eu não tinha certeza de como tudo iria funcionar, mas assim que
entramos na sala de reuniões, Asia ativou seu charme clássico. Por mais que
eu pudesse dizer que George preferia interagir comigo, eu fiquei para
trás. Eu deixei Asia falar tudo. Afinal, era problema dela, e não era minha
função me envolver na conversa. Independentemente disso, não demorou
muito para eu perceber o quanto eu não gostava de George. Ele era
condescendente e desatualizado. Foi um insulto à Asia, mas eu mordi minha
língua. Eu continuei apoiando e encorajando, fazendo tudo que podia para
ajudá-la.
No final das contas, ela não precisava muito de mim. No momento em
que ela e George apertaram as mãos, fiquei impressionado pra
caramba. Quando ela mencionou esta viagem pela primeira vez, eu tinha
minhas preocupações que George estava por transformá-la em algum tipo
de processo de entrevista prolongada e deixá-la de lado. Em vez disso,
estávamos lá há menos de vinte e quatro horas e ela conseguiu fechar o
contrato. Eu estava ansioso para comemorar com ela, mas antes que
pudéssemos deixar o escritório, George sugeriu ir a um clube de karaokê
para tomarmos algumas bebidas.
Eu gemi, mas Asia apertou minha mão com força. Isso me fez dar um
sorriso entusiasmado.
"Parece divertido.", eu disse.
"Eu mandarei um carro para o hotel para buscá-los," Mitchell ofereceu.
Eu olhei para Asia com um sorriso provocador, e ela me cutucou com
o cotovelo.
"Obrigado, Mitchell. Nos veremos em breve."
Saímos dos escritórios e tive que rir. Ela riu junto comigo, parecendo
liberar toda a tensão e ansiedade que ela estava segurando por muito
tempo. Agora ela havia realizado o que pretendia fazer e poderia finalmente
parar e se divertir.
CAPÍTULO 20
ÁSIA

H ouve momentos em que senti como se tivesse esquecido pedaços de


mim mesma. Não necessariamente que eu tivesse mudado por alguém ou
que tivesse desistido de uma grande parte de quem eu era para... para, o
quê, eu não sabia.
Parecia que passei tanto tempo focada em alguns pequenos pedaços de
mim e minha vida que me esqueci dos outros. Um deles era o quanto eu
adorava dançar. Sair e dançar costumava ser uma das minhas atividades
favoritas. Eu não consegui fazer muitas vezes mais. Quando eu estava na
faculdade, muito do meu tempo e energia eram dedicados aos estudos e
para ter certeza de que obteria as melhores notas possíveis. Eu não tinha
tempo para ir a clubes e dançar com outras pessoas. Quando eu estava em
Nova York, estava focada em meu estágio e em estar grávida ou ser
mãe. Nos últimos cinco anos, eu tive poucas oportunidades preciosas para
sair à noite, e ainda menos amigos para sair para dançar.
Com muito mais frequência, minha dança se limitava a ligar a música
no meu quarto e dançar enquanto me arrumava para o dia ou em festas
dançantes com Oliver. Mas estar no bar de karaokê me lembrou o quanto eu
realmente amava apenas sair e me mover. Já fazia muito tempo desde que
eu tinha experimentado isso, e era como se eu não conseguisse o
suficiente. Teve o benefício adicional de impedir que George tentasse me
pressionar a subir no palco do karaokê. Cantar definitivamente não estava
na minha lista de habilidades e talentos. Nas primeiras músicas enquanto
estávamos lá, ele tentou me encorajar a participar, mas eu
recuei. Eventualmente, ele cedeu a mim apenas gostando de dançar, e ele e
vários outros se juntaram à rotação.
Fui para a pista de dança e entreguei-me à música durante várias
canções. Depois de um tempo, olhei para cima e vi Drew sentado a uma
mesa, olhando ao redor. Eu me aproximei e o agarrei pelas mãos,
arrastando-o comigo para a pista antes que ele pudesse dizer qualquer
coisa. Ele riu quando eu nos girei e me aproximei dele. Eu estava no auge
da vitória, por ser capaz de encantar George e convencê-lo de que eu era a
pessoa certa para o contrato. Era algo pelo qual trabalhei tanto, uma
conquista da qual poderia me orgulhar. Tanto profissionalmente quanto
pessoalmente. Tudo que eu queria fazer era continuar desfrutando dessa
sensação.
Drew ficou feliz em me acomodar. Ele chegou mais perto e dançou,
ocasionalmente estendendo as mãos para descansá-las em meus quadris ou
afastar meu cabelo do rosto. Depois de alguns minutos, ele se aproximou e
deslizou as mãos em volta da minha cintura para me abraçar. Nossos corpos
começaram a se mover no mesmo ritmo, sincronizados como se
estivéssemos nos movendo como um só. Foi quase hipnótico. Eu encarei
seus olhos, dominada pela intensidade da sensação de estar tão perto
dele. Era indescritível, diferente de tudo que eu já experimentei com outra
pessoa.
Logo, a única coisa em minha mente era transar com ele
novamente. Haviam pessoas ao nosso redor, barulho e caos, mas nada disso
me impediu. Ele era tudo em que eu estava focada, tudo com que eu me
importava. Tudo que eu conseguia pensar era em sua pele suada contra a
minha, sua boca explorando meu corpo e seu pau duro afundando dentro de
mim. Já fazia muito tempo. Anos demais. Meu corpo doía por ele, ansiava
por ele como o ar.
Mas isso não importava. Eu sabia que não poderia tê-lo. Não importa
como ele estava olhando para mim, não importa como ele estava me
tocando, isso não era real. Nosso relacionamento era falso. Cada olhar na
minha direção, cada toque, era um show para perpetuar a imagem de nós
como o casal perfeito e feliz. E, no entanto, por alguma razão, me lembrar
disso não fez o desejo ir embora. Em vez disso, isso me fez desejá-lo ainda
mais.
Finalmente, Drew me puxou da pista de dança e me levou para a
mesa. Eu estava ofegante, o suor grudando meu cabelo na minha pele. Ele
me sentou e fez um gesto em direção ao bar.
"Vou buscar bebidas para nós.", disse ele.
Eu balancei a cabeça e o observei se aproximar. Ele se inseriu entre as
pessoas que já esperavam e gesticulou para chamar a atenção do
barman. Ele se aproximou e Drew lhe deu seu pedido. De repente, eu não
conseguia ficar apenas sentada ali olhando para ele. Eu odiava estar tão
longe dele. Quando voltássemos para os Estados Unidos, não teria a
oportunidade de passar tanto tempo com Drew, de estar perto dele e tocá-
lo. Eu queria aproveitar agora enquanto eu a tinha, antes que eu tivesse que
colocar uma distância entre nós para que ele não descobrisse meu segredo e
me odiasse para sempre.
Caminhando até o bar, passei meus braços em volta de sua cintura por
trás e descansei minha cabeça em suas costas. Ele colocou a mão sobre a
minha e apertou-a com mais força contra ele. Fiquei tonta, quase sem
peso. Eu não estava bêbada. Não de álcool. Eu tinha bebido apenas uma
bebida para comemorar e passei o resto da noite bebendo água e
refrigerantes. Eu estava bêbada de vida e queria me deleitar.
Olhei com o canto do olho para o palco do karaokê na sala ao
lado. George e sua comitiva estavam todos no palco em um grande grupo,
cantando juntos. Em um movimento, girei Drew em meus braços e
pressionei minha boca na dele. Racionalizando que George poderia estar
observando e suspeitaria se não visse mais afeto entre nós dois, enrolei
meus braços em volta de seu pescoço e puxei-o para mais perto, capturando
sua boca em um beijo profundo e intenso.
Era para ser apenas um beijo. Tudo que eu queria era um gostinho
dele, apenas um pouco de algo para me acalmar e manter as
aparências. Mas quando o beijo terminou e nos separamos, eu sabia que não
seria o suficiente. Drew olhou para mim e sorriu, a ponta da língua
deslizando para percorrer ao longo de seu lábio inferior, e eu estava
perdida. Eu não pude me conter. Eu o agarrei novamente, beijando-o
freneticamente. Parte de mim esperava que ele me afastasse, me agarrasse
pelos ombros, me desalojasse dele e me lembrasse de nossa orientação para
que demonstrações de afeto existissem apenas nos momentos necessários.
Se ele fizesse, eu teria uma discussão com ele. Porque isso era
necessário. Era absolutamente, inequivocamente necessário. Mas isso não
importa. Não havia necessidade de discussão. Drew não se afastou. Ele não
tentou me impedir. Em vez disso, ele me segurou com força contra ele,
pressionando seus quadris com força contra os meus, e me beijou de
volta. Nossas bocas se moveram uma contra a outra freneticamente, e
nossas mãos correram ao longo do corpo um do outro, tentando nos tocar o
máximo que podíamos ali no clube. Quando não consegui respirar,
empurrei-o de volta.
"Chame um carro." eu disse a ele.
Ele acenou com a cabeça e foi embora. Eu fui diretamente para a sala
com o palco e olhei para George.
Agradeci pela noite agradável e disse que íamos voltar para o hotel
para dormir um pouco. Pareceu levar uma eternidade antes que Drew
voltasse com o anúncio de que o carro estava a caminho. Ele compensou
com outro beijo, e logo o carro chegou. Nós caímos na parte de trás e nos
beijamos freneticamente durante todo o trajeto. Drew jogou o dinheiro para
o motorista e corremos para o hotel, chegando ao quarto o mais rápido que
pudemos. Ele chutou a porta atrás de si e eu corri para tirar os sapatos e
começar a me despir.
Enquanto abria o zíper do meu vestido e o deixava cair para o chão,
Drew me agarrou e me surpreendeu. Envolvi minhas pernas em volta de sua
cintura e segurei seu rosto com minhas mãos, enredando minha língua com
a dele enquanto ele me carregava para a cama. Eu gritei e ri quando ele me
jogou no colchão. Eu saltei, então lutei para me levantar para que eu
pudesse vê-lo se despir. Ajoelhando-me no centro da cama, alcancei minhas
costas para abrir o fecho do meu sutiã. Ele caiu dos meus seios e Drew
gemeu.
Eu amei aquele som. Eu senti tanto a falta disso ao longo dos anos e
mal podia esperar para tirar isso dele novamente. Drew jogou a camisa de
lado e começou a trabalhar no cinto. Finalmente, ele se abriu e ele soltou o
botão e baixou o zíper. Quando suas calças caíram até os tornozelos, ele
abaixou a cueca. Seu pau saltou livre e foi a minha vez de gemer. Longo e
grosso, era ainda melhor do que eu me lembrava. Eu não podia esperar mais
para ter isso dentro de mim. Eu queria isso naquele momento.
Mas Drew tinha outros planos. Ele caminhou até o lado da cama e me
agarrou pela parte de trás das minhas coxas. Em um movimento rápido, ele
puxou minhas pernas debaixo de mim, então eu caí de costas. Puxando-me
para a beira da cama, Drew se ajoelhou entre minhas coxas e segurou minha
calcinha. Ela já estava úmida quando ele a puxou pelas minhas pernas e a
deixou cair no tapete. Ele afastou minhas coxas e mergulhou entre elas. Sua
língua percorreu meu corpo e gritei com a intensidade da sensação.
Ele não parou. Uma mão deslizando pelo meu corpo para segurar meu
seio, ele usou a outra para apoiar sob meus quadris, inclinando minha pélvis
em um ângulo que me expôs totalmente a ele. Ele tirou proveito disso,
girando sua língua em cada mergulho e fenda até que eu estava
choramingando e gritando de prazer. Ele me levou até a borda antes de
pular e pairar sobre mim por um segundo. Ele olhou para mim com olhos
sonolentos, então mergulhou em mim.
Soltei um gemido ofegante e soluçante. Era incrível tê-lo dentro de
mim novamente. Meu corpo o recebeu de volta facilmente e ele empurrou
dentro de mim rápido e forte. Depois de alguns momentos, Drew se abaixou
e me pegou novamente. Ele se virou e sentou-se na beira da cama comigo
em seu colo. A posição me deixou esfregar contra ele enquanto ele brincava
com meu clitóris e passava sua língua ao longo dos meus mamilos.
Entregando meu corpo a ele completamente, inclinei-me para trás e
deixei minhas coxas se abrirem. Os golpes de Drew eram intensos e
penetrantes. Não demorou muito para que nós dois gritássemos, então
pegamos os sons entre nossas bocas em um beijo desesperado quando
chegamos ao clímax. Meu orgasmo foi poderoso, apertando-o e puxando-o
profundamente. Seus dedos pressionaram minhas costas com tanta força
que me perguntei se teria hematomas. Eu quase esperava que sim. Eu queria
a emoção de me lembrar desse momento.
Quando ambos desaceleramos, desabamos, rindo e sem fôlego, na
cama. Drew estendeu a mão e me puxou contra ele. Eu beijei seu peito
suado e me deixei cair no esquecimento.
CAPÍTULO 21
DREW

D esta vez eu não acordei com meu corpo dobrado e dolorido de tentar
me moldar no sofá minúsculo. Em vez disso, eu estava esticado na cama
grande e confortável, minha cabeça acomodada em um travesseiro perfeito
e coberto com cobertores grossos. Mas nada disso realmente importava. Eu
poderia ter ficado no chão sem nada ao meu redor e isso não teria me
perturbado, contanto que eu tivesse a única coisa que separou esta manhã de
todas as outras nos últimos seis anos. Asia estava em meus braços.
Não tive que sair furtivamente do sofá e tentar entrar no banheiro sem
acordá-la. Não precisei trazer minhas roupas comigo e tentar me esforçar
para me preparar para evitar mais situações embaraçosas. Eu poderia apenas
me aninhar e segurá-la perto, apreciando o cheiro de sua pele e o encostar
de seu cabelo no meu peito. Ocasionalmente, ela soltou um suspiro suave e
satisfeito, e eu senti que ia explodir.
O déjà vu me trouxe de volta aos meus dias de faculdade e à semana
de prazer e pura felicidade que passei com ela. Eu passei meus braços mais
apertados em torno dela e puxei-a para perto, acariciando meu rosto contra
seu cabelo. Ela murmurou em seu sono e enterrou o nariz no meu peito. Ela
colocou sua perna sobre a minha, trazendo-nos ainda mais perto para que
não houvesse espaço entre nós.
De repente, meu coração ficou apertado. Por mais que gostasse de
estar perto dela dessa forma, eu sabia que não seria tão simples. Eu
realmente precisava pensar sobre o que aconteceu e o que isso poderia
significar. Mas não tínhamos tempo para isso agora. Se eu pudesse, pediria
serviço de quarto pelo resto do dia e não sairia da cama, exceto para atender
a porta. Mas não tínhamos essa opção. Asia teve outra reunião com George
naquela manhã, e ela não tinha certeza do que pensar sobre isso. Ela
sabia que iria interagir mais com George e até mesmo começar a
trabalhar. Mas não foi isso que ele falou na mensagem de voz que
recebemos na noite anterior.
Ele deve ter ligado enquanto ainda estava no karaokê porque havia
muito barulho e caos ao fundo. Sem qualquer gentileza, Ishko anunciou que
esperava Asia no escritório pela manhã. Ele queria que ela mostrasse o
quanto ela queria trabalhar com ele. As palavras e o tom tímido que ele
usou me deram vontade de socá-lo. Custaria tudo que eu tinha em mim para
não o xingar quando eu o visse novamente, mas eu faria o meu melhor.
Asia ficou arrasada quando ouviu a mensagem. Ignoramos o telefone
quando tocou pela primeira vez, mas o fato de ele ter deixado uma
mensagem de voz a deixou nervosa. Ela não queria perder nada importante,
e acabou que ela poderia ter esperado até de manhã para ouvir, do jeito que
eu sugeri. Tirou o sentimento feliz e nebuloso de nossa tristeza quando ela o
ouviu exigir que ela viesse ao escritório para provar seu valor. Eu
entendi. Ela tinha tanta certeza sobre o contrato. Eu também. Depois da
maneira como a reunião foi no dia anterior, nós dois tínhamos certeza de
que ela havia fechado o contrato e o resto da viagem foi uma formalidade e
um começo. Agora parecia que não era verdade.
Ainda era cedo, então não tivemos que nos apressar ainda. Consegui
ficar deitado ao lado de Asia até ela acordar. Foi uma mudança serena e
tranquila de estar contente e adormecida no meu peito para seus olhos
semiabertos. Asia piscou, parecendo surpresa. Esse olhar fez meu coração
afundar. Eu queria muito isso. Eu estava tão certo de que poderíamos
fazer isso funcionar, que poderíamos corrigir os nossos erros do nosso
passado e transformar o que estava acontecendo entre nós em uma coisa
real. Mas com o quão chocada ela estava comigo deitado na cama ao lado
dela, talvez eu estivesse errado.
Em vez de desfrutar mais do conforto e do calor de me aninhar ao lado
dela, eu saí da cama e fui para o banheiro. Depois de um banho rápido, me
vesti e voltei para o quarto.
"Eu sei querido. É um caminho muito longo. Mas você está se
divertindo com o tio Dylan? Como vai Tink?"
Eu a ouvi falando antes de vê-la enrolada na cama, falando ao
telefone. Seu rosto estava contraído e ela parecia triste e com saudades de
casa.
"Isso parece muito divertido. Aposto que a cachorrinha gostou de
dividir o sorvete com você. Não deixe o tio Dylan lhe dar muitas
guloseimas enquanto eu estiver fora, certo? Eu te amo."
Parecia intrusivo ficar ali, ouvindo a conversa. Ela estava obviamente
falando com seu filho e lutando contra suas emoções. Eu dei a volta na sala,
fazendo tudo que podia para parecer ocupado e distraído, para que ela
sentisse que tinha mais privacidade. Quando ela desligou o telefone, ela foi
direto para o chuveiro sem dizer nada para mim. Peguei o menu do serviço
de quarto e pedi o café da manhã. Talvez seria melhor se voltássemos ao
ritmo que estávamos quando chegamos aqui. A noite anterior foi
absolutamente incrível, mas talvez fosse para ser só aquela vez e eu só tinha
que deixar para trás.
Terminamos o café da manhã e pedimos um carro para nos levar ao
escritório, mal falamos uma palavra. Eu poderia ter ficado no hotel e
simplesmente deixado Asia ir, mas o objetivo de eu estar no Japão era estar
lá com ela. Ishko queria nos ver como um casal, o que significava estar com
ela sempre que possível.
Ele estava esperando por nós quando chegamos ao escritório.
"Bem-vindo", disse ele. "Eu te chamei aqui esta manhã porque quero
ver você trabalhar."
"Você quer me ver trabalhar?" Ela perguntou.
"Sim. Recomendações e elogios são uma coisa, mas a única maneira
de saber com certeza se você é compatível com essa posição é ver como
você trabalha. Então, preparamos um teste para você.", disse ele.
Asia ficou tensa ao meu lado, provavelmente chocada e chateada com
a proposta. Eu apertei sua mão e ela esticou o pescoço de um lado para o
outro, dando um sorriso para George.
"Vamos começar. ", disse ela.
Ele a trouxe para um escritório, mas eu não tive permissão para ir com
ela. Tive que esperar do lado de fora, o que me deu outra onda de déjà vu
enquanto pensava na entrevista em que fiquei do lado de fora esperando por
ela por tanto tempo. Naquele dia, ela enfrentou outras pessoas e teve que ir
para a entrevista quase cego. Não sabíamos o que seria pedido de nós ou
como seria nosso desempenho. Eu fiquei fora do auditório já tendo passado
por ele, então eu tinha uma boa ideia do que ela estava passando. Eu
também sabia que tinha jogado minha própria chance fora para melhorar a
dela.
Eu não poderia fazer isso desta vez. Parado do lado de fora daquele
escritório, me senti impotente. Provavelmente era preferível para ela do que
uma entrevista, porque ela fazia o que fazia de melhor. Ela não estava
apenas respondendo a perguntas ou sugerindo respostas que achava que eles
gostariam de ouvir. Ela estava mostrando a eles exatamente o que ela
fazia. Mas não havia nada que eu pudesse fazer por ela.
A lateral do escritório tinha uma longa janela, e eu cuidadosamente
pisei na frente dela para olhar dentro. Eu não queria distraí-la ou fazê-la se
sentir como se estivesse em um aquário sendo observada. Mas o apelo de
ser capaz de ver o que ela estava fazendo e tentar avaliar como estava
lidando com isso era muito forte. Não era perfeito, mas pelo menos era uma
forma de estar lá para ela.
Assim que olhei para o escritório, sorri e meus ombros relaxaram. Ela
não precisava de mim para ajudá-la. Asia parecia completamente à vontade,
totalmente no controle do que estava fazendo. George a colocou em uma
mesa comprida com dois laptops e um tablet na frente dela. Eu não
conseguia ver o que havia neles, mas ela estava trabalhando duro. As
sobrancelhas de Asia estavam franzidas, seu olhar de concentração intenso
enquanto ela se concentrava na tarefa à sua frente. O que quer que George
Ishko a mandou fazer, isso estava exigindo tudo dela e não era pouca coisa.
Em vez de apenas realizar uma tarefa, seus dedos voaram sobre os dois
teclados e, ocasionalmente, saltaram para a tela sensível ao toque do
tablet. Ela parou para avaliar o que havia feito apenas por um segundo antes
de continuar. Ela não hesitou, não ergueu os olhos. As únicas vezes que
seus dedos pararam, mesmo que ligeiramente, foi quando ela estava
verificando o que tinha feito e passando para outra parte.
Esperei do lado de fora, observando-a um pouco, depois andando de
um lado para o outro e depois voltando para observá-la novamente. Não
havia como dizer quanto tempo isso levaria. George não deu nenhuma
indicação do que ela tinha que fazer ou a duração quando ele a trouxe para
o escritório. Tudo o que havia a fazer era esperar.
Demorou pouco mais de uma hora antes que Asia parasse, olhasse
propositalmente para cada uma das telas e se recostasse em sua cadeira.
"Terminei.", disse ela com um sorriso.
Mitchell sorriu para mim de sua mesa onde estava sentado
trabalhando, então chamou Ishko. Alguns segundos depois, o homem mais
velho saiu de seu escritório e caminhou em direção a onde Asia estava
sentada. A expressão em seu rosto era difícil de discernir, como se ele não
tivesse certeza se acreditava que ela havia realmente acabadoHavia um
toque de incredulidade em seu olhar, como se ela tivesse acabado de
desistir.
Ele entrou no escritório e eu fui atrás dele.
"Você terminou?" ele perguntou.
"Sim." ela disse a ele.
"Você pode esperar do lado de fora enquanto eu reviso."
Não era um convite, era uma dispensa, quase como se ele estivesse
ofendido por ela ter concluído a tarefa tão rapidamente e não parecer
assustada com isso. Saímos para a sala de espera ao lado da mesa de
Mitchell e nos sentamos em um pequeno sofá. Sentei-me ao lado dela,
pegando sua mão para oferecer meu apoio. Não demorou tanto para ele
revisar o trabalho quanto eu esperava. Achei que esperaríamos um longo
tempo, mas ele só ficou no escritório por alguns minutos antes de vir para
nós. Asia ficou de pé e o encarou, esperando por sua reação. Fiquei parado
atrás dela e observei a expressão de Ishko.
Ele parecia severo enquanto caminhava em nossa direção, mas quando
ele estava a apenas alguns passos de distância, um pequeno sorriso apareceu
em seu rosto. Ele parecia satisfeito, o que, para ele, era um endosso
retumbante.
"Teremos de nos reunir com meu filho em San Francisco.", disse ele.
Asia concordou. "Com certeza."
"Boa. Então, convido você a desfrutar de minha hospitalidade nos
próximos dias. Vou pedir a Mitchell para fazer alguns arranjos para você, e
você o avisa se houver mais alguma coisa que você gostaria. Eu te vejo em
breve."
Ele deu um aceno forte e foi embora. Asia se virou para mim com
olhos arregalados.
CAPÍTULO 22
ASIA

I shko achou que me enganaria com aquele teste. Isso era óbvio. Assim
que o vi naquela manhã, soube que ele estava tentando me enganar. Todos
os outros desafios que ele colocou no meu caminho, todos os outros
obstáculos que pensei que estava enfrentando, consegui derrubá-los. Mas
isso é o que ele pensou que me impediria. Ele ia me dar este teste
complicado que era muito mais intenso do que o trabalho jamais seria,
apenas para ver quanto tempo levaria para me quebrar. Aposto que ele fez
sua própria contagem regressiva.
Mas ele estava errado, porque isso não me derrubou. Eu não admitiria
para ninguém além de meus próprios pensamentos, mas a enorme
quantidade de trabalho e quão complexo e complicado era me intimidou um
pouco quando eu olhei para ele pela primeira vez. Mas isso antes de
perceber o que ele estava tentando fazer. Essa era apenas outra maneira de
questionar minhas capacidades, para implicar que eu não era boa o
suficiente para sua empresa. Não havia dúvidas em minha mente que, se eu
falhasse, ele diria que era porque eu era mulher. Eu não ia dar a ele a chance
de fazer isso.
Então, eu não o fiz. Limpei minha cabeça, sentei e comecei a
trabalhar. Era nisso que eu era boa, no que trabalhei durante toda a minha
vida. Foi bom poder me exibir um pouco. Por mais difícil que fosse, a
expressão impressa em seu rosto no final valeu a pena o estresse. Mas,
quando voltei para o quarto do hotel, toda a emoção e adrenalina de
derrubar mais um desafio que ele colocou no meu caminho havia
sumido. Eu estava exausta de novo e me joguei na cama.
Assim que cheguei, fiquei extremamente grata pelas faxineiras do
hotel. Os travesseiros bem arrumados e a colcha branca eram a prova de
que já tinham estado no quarto para limpá-los. A cama tinha sido desfeita e
refeita com lençóis limpos, fazendo-me não pensar na noite anterior. Isso é
exatamente o que eu queria. Eu não sabia como lidar com o que aconteceu
entre Drew e eu, e não queria sentir como se estivéssemos sentados ali com
as evidências que nos cercam. Em algum momento, eu teria que falar sobre
isso. Isso era apenas realidade. Não podíamos fingir que não aconteceu ou
continuar com nossas vidas com isso pairando entre nós.
A questão era que eu não sabia o que dizer ou mesmo como me sentir
sobre isso. Surpreendeu-me acordar em seus braços tão confortável e
contente. Eu senti como se pertencesse a esse lugar. Mas esse era
exatamente o problema. Eu não pertenço ali. Não enquanto eu estivesse
escondendo um grande segredo dele. Enquanto ele não soubesse a verdade,
envolta em seus braços com minha cabeça apoiada em seu coração era o
último lugar ao qual eu pertencia.
Eu olhei enquanto Drew cruzava a sala e se sentava à mesa. Ele
configurou seu laptop e o abriu, abrindo sua caixa de entrada de e-
mail. Enquanto ele rolava por eles, minhas pálpebras caíram. Rolei para o
lado e os deixei fechar. Poderíamos conversar depois que eu tirar minha
soneca.
Acordar da minha soneca foi desorientador. Não tinha ideia de quanto
tempo estava dormindo e, nos primeiros segundos, nem sabia onde
estava. Tirar cochilos não era exatamente uma ocorrência comum na minha
vida como mãe solteira de uma criança de cinco anos. As poucas vezes em
que consegui dormir um pouco mais, foi Oliver quem me acordou. Sem
meu filho pulando na cama comigo e abrindo meus olhos, eu não sabia bem
o que estava acontecendo. Quando finalmente me recompus o suficiente
para lembrar que estava em um quarto de hotel em Tóquio, me perguntei
onde Drew estaria. Ele não estava mais sentado à pequena mesa, e seu
computador estava fechado. Eu finalmente o vi sentado no sofá lendo.
"Oi.", eu disse.
"Ei," ele disse, olhando para cima. "Como você dormiu?"
"Bem." eu disse, gemendo enquanto me puxava para sentar. "Quanto
tempo eu estive fora?"
"Um tempo. Mas parecia que você precisava.", disse ele.
"Sim. Eu acho que toda a ansiedade se foi, então eu simplesmente
desmaiei.", eu disse a ele.
"Está com fome?"
"Estou morrendo de fome. ", eu disse, enfatizando cada palavra e
fazendo-o rir.
"Ótimo. Eu também. O que você quer comer? "
Eu não sabia se ele pretendia que fosse uma pergunta pesada, mas
ouvir as palavras fez um tremor passar pela minha barriga e o calor subiu às
minhas bochechas. Eu saí da cama como desculpa para desviar o olhar dele
até me acalmar.
"Nada em particular. E você?"
Essa não era a resposta que eu pretendia dar a ele. Eu me encolhi e
corri pela sala para me servir de um copo d'água, então não tive que olhar
para o rosto dele e ver se ele entendeu o que eu disse.
"Quer dar uma olhada no cardápio do serviço de quarto?" Ele
perguntou, felizmente não reconhecendo o deslize.
"Sabe, George disse que deveríamos ficar e desfrutar de sua
hospitalidade por alguns dias. Isso significa que estamos ganhando
dinheiro. Por que não saímos desta sala por um tempo e aproveitamos um
pouco da cidade?" Eu sugeri.
"Parece bom para mim. Acho que havia uma pasta em uma das gavetas
com algumas recomendações de restaurantes locais, ou poderíamos ir até a
recepção e ver o que sugerem.", disse.
"Ótimo. Vou trocar de roupa muito rápido.", disse a ele.
No momento em que terminei de trocar e adicionar um pouco de
maquiagem extra, me senti separada da versão profissional de mim mesma
naquela manhã, e Drew estava terminando uma ligação para a recepção.
"Acabei de receber algumas recomendações muito boas da
recepção. Se você não se importa, eu adoraria caminhar. Eu nunca vim ao
Japão e sempre quis. Seria uma ótima chance de conhecer um pouco mais a
cidade.", ele me disse.
"Certo. Isso parece bom, "eu respondi.
Enquanto caminhávamos pelo centro de Tóquio, pude ver como Drew
estava animado. Ele nunca compartilhou comigo seu desejo de visitar o
Japão, mas pelo olhar em seu rosto, era algo que ele pensava muito. Foi
divertido vê-lo literalmente realizar um sonho, mas ainda havia um puxão
no meu coração. Na nossa frente, uma mãe se agachou para oferecer uma
guloseima ao seu filho. Ele a abraçou e ela o beijou, fazendo com que
lágrimas brotassem dos meus olhos. Eu pisquei para longe, mas Drew
percebeu.
"Você está bem?" Ele perguntou. "Sentindo saudades de casa?"
Eu balancei a cabeça, dando a ele um sorriso tenso.
"É muito difícil ficar longe dele. Nunca nos separamos por muito
tempo. Meu irmão tem sido incrível e está sempre disponível para nós, mas
ainda somos só nós dois.", eu disse a ele.
"Bem, vamos ver se podemos encontrar uma maneira de distraí-la um
pouco. Ainda nos restam alguns dias na cidade. O que você quer ver?" Ele
perguntou.
"O que você quer dizer?" Eu perguntei.
"Amanhã de manhã cedo podemos começar. Podemos fazer passeios
turísticos pela cidade, então talvez em algum passeio guiado e ir a alguns
dos locais históricos. O que você disse?"
Ele parecia tão animado, mas eu simplesmente não conseguia
corresponder ao seu entusiasmo. Eu balancei minha cabeça.
"Eu realmente só quero ir para casa. Eu sei que George disse que
poderíamos ficar aqui e nos divertir, mas vim aqui para trabalhar. É isso que
eu devo fazer. Eu me sinto muito mal apenas por estar aqui para me divertir
em vez de ser produtiva. Ter Oliver do outro lado do oceano só está me
fazendo sentir ainda mais culpada."
Uma expressão de decepção cintilou em seu rosto, mas ele assentiu.
"Eu posso entender isso. Tenho certeza de que podemos descobrir
como remarcar os voos.", disse ele.
"Ah não. Você não tem que sair. Só porque quero ir para casa não
significa que você deva perder isso. Você teve tanto trabalho para estar aqui
comigo e me ajudar a conseguir este contrato, você deve aproveitar os
benefícios dele. Saia e relaxe e conheça a cidade. Mesmo."
Chegamos ao restaurante e admirei como era lindo. Quando nos
acomodamos, pensamentos sobre o que estava esperando por mim na
Califórnia passaram pela minha cabeça.
"O que você acha que ele está falando quando diz que precisamos ter
uma reunião com seu filho em San Francisco?" Eu perguntei. "Eu nem
sabia que ele fazia negócios com o filho."
Drew encolheu os ombros.
"Eu não sei. Parece uma coisa estranha para exigir de você.", disse ele.
"Ele está definitivamente enrolando com isso," eu apontei. "Achei que
isso ia ser dito e feito. Especialmente depois de passar por aquele teste
ridículo esta manhã. Eu não entendo por que ele continua me fazendo pisar
em ovos."
"É estranho," Drew concordou. "Normalmente não é assim que
funciona o processo de entrevista. Posso entender algumas entrevistas ou
até mesmo um teste para ter certeza de que você tem as habilidades que
afirma ter. Há muitas pessoas que pensam que são muito melhores em
computadores do que realmente são ou pensam que podem descobrir isso à
medida que trabalham. Um empresário como Ishko provavelmente
encontrou alguns deles em seu tempo. Mas tudo isso parece ser muito difícil
para você. "
"Parece pessoal.", revelei. "Nem mesmo que eu seja mulher ou que ele
se sinta desconfortável com a ideia de eu ser solteira quando ele pensava
que eu era. Eu sou. Mas você sabe o que quero dizer. Eu sinto que ele está
inventando coisas novas para me fazer passar só porque sou eu."
"Espero que não. Eu já não gosto do homem. Não precisa haver mais
nenhuma razão para eu querer estrangulá-lo.", disse Drew.
Havia uma risada em sua voz, mas eu poderia dizer que ele também
estava falando sério. Enquanto conversávamos, tentei nos desviar das coisas
pessoais, não querendo entrar em nada naquele momento. Essa hora
chegaria eventualmente. Por enquanto, eu só queria ter um bom jantar e
começar a fazer de tudo para voltar para minha vida real.
Com talvez sake demais em nossos corpos, finalmente voltamos para o
quarto do hotel. Fui ao banheiro colocar o pijama e, quando saí, Drew já
estava de pijama. Subi na cama e percebi que ele estava indo em direção ao
sofá.
"Você pode dormir na cama também.", eu disse. Ele olhou para mim e
eu dei um tapinha no colchão ao meu lado. "Não vou te chutar para o sofá
de novo."
Não dei tempo para ele me questionar ou mesmo responder. Eu
simplesmente virei de lado, cobri minha cabeça com o travesseiro e tentei
desmaiar. Foi difícil manter minhas mãos longe dele quando senti o colchão
afundar enquanto ele entrava. O calor de seu corpo estava a apenas alguns
centímetros de mim, mas me forcei a ser boazinha. Aquilo tinha sido uma
coisa de uma vez só. Talvez tenha sido um lapso de julgamento. Talvez
fosse uma forma de agir para parecer que éramos casados mesmo. De
qualquer maneira, aconteceu, mas eu não ia deixar acontecer
novamente. Não com tanto ainda não dito entre nós.
CAPÍTULO 23
DREW

P or mais sincera que a Asia tenha sido quando ela se ofereceu para eu
ficar em Tóquio enquanto ela voltava para casa, eu não faria isso de jeito
nenhum. Eu não iria deixá-la sozinha por mais quatorze horas de vôo, e
realmente não gostava da ideia de estar lá sem ela. Por mais que eu
estivesse curtindo o Japão, e houvesse tanta coisa que eu queria ver, ele
perdeu muito de seu atrativo quando pensei em estar lá sozinho. Cada vez
que tentava planejar para onde iria ou o que veria, a imagem dela estava
bem ali ao meu lado, ou pelo menos poder voltar ao hotel para contar a ela
tudo sobre isso.
Nenhum desses era realmente uma opção. Eu sabia que ela estava
morrendo de vontade de voltar para casa e para seu filho. E estar tão perto
dela estava me dando ideias que eu sabia que não tinha o direito de ter. Não
demorou muito para eu decidir passar apenas um dia conhecendo o máximo
que pudesse e depois voltar com ela. Um dia eu voltaria.
Quando ela acordou na manhã seguinte, eu já estava falando ao
telefone com Mitchell. Ela olhou para a mesa onde eu estava sentado e
inclinou a cabeça questionando.
"Exatamente. Você entende perfeitamente. Ele tem apenas cinco
anos. Ter seus pais fora por uma semana inteira, parece uma eternidade para
ele. E ele está em um momento realmente crítico em sua escola agora, e
gostaríamos de estar o mais envolvidos possível. Asia e eu acreditamos
fortemente em uma boa educação e em fornecer uma base estável para que
ele possa avançar conforme ele cresce.", eu disse em minha voz mais
profissional.
Os lábios de Asia rolaram e ela os mordeu para se impedir de
rir. Recostei-me na cadeira da escrivaninha e sorri para ela. Mitchell estava
tagarelando sobre algo do outro lado da linha, mas eu realmente não estava
prestando atenção. Ele era um cara legal, mas eu não nos vi nos reunindo
para uma partida de golfe em um futuro próximo. Tudo o que importava
agora era fazer com que ele remarcasse nossos voos para nós.
"Isso seria absolutamente fantástico. Eu agradeço isso, e Asia
também. Ela está muito ansiosa pelas oportunidades que a aguardam na
Califórnia. Tenho certeza de que você ouviu que ela vai ter uma reunião
com o filho do Sr. Ishko,", eu disse depois que Mitchell confirmou as
mudanças em nossos planos. "Ela não está familiarizada com ele."
Asia olhou para mim estranhamente e eu levantei um dedo. Escutei
Mitchell por mais alguns segundos antes de encerrar a conversa e desligar.
"O que foi aquilo?" , ela perguntou.
"Eu estava trocando nossos voos.", eu disse a ela.
"Eu te disse, você poderia ficar,", ela disse. "Eu não quero que você
tenha que interromper sua viagem por minha causa. Você merece ficar aqui
e se divertir pelos próximos dois dias. "
Eu balancei minha cabeça. "Não. Eu prefiro voltar com você. Além
disso, que tipo de marido eu seria se deixasse minha esposa fazer um vôo de
quatorze horas sozinha enquanto eu passeio pelo Japão?"
Ela riu.
"Bem, eu aprecio você fazer isso por mim. É um alívio saber que
poderei voltar para Oliver mais cedo. Quando é o nosso voo? "
"Amanhã de manhã. Cedo.", eu disse a ela.
"O que ele disse sobre o filho de George?", ela perguntou.
"Nada.", eu disse. "Estou surpreso. Ele não parecia saber muito sobre
ele. Quase parecia que foi uma surpresa que você iria se encontrar com ele."
"Isso é encorajador.", disse ela sarcasticamente.
"Tenho certeza de que vai ficar tudo bem.", eu disse a ela. "Temos
mais um dia aqui em Tóquio. Você quer sair por algumas horas?"
"Se estiver tudo bem para você, acho que vou ficar aqui e relaxar um
pouco. Já estou me sentindo culpada por estar longe de Oliver, posso muito
bem aproveitar isso ao máximo, descansando um pouco mais e assistindo
um pouco de TV ruim. Há algumas coisas no menu do serviço de quarto
que eu ainda não pedi.", ela me disse.
Eu ri e balancei a cabeça.
"Parece um bom dia. Divirta-se. Não vou demorar muito."
"Divirta-se!", disse ela, pegando o menu do serviço de quarto na
gaveta.
Eu ainda estava sorrindo quando atravessei o saguão do hotel e saí
para a cidade. A ideia de apenas um dia sem ela não era tão ruim. Na
verdade, estava ansioso para poder explorar. Eu sabia que queria fazer
algumas compras. Eu não poderia ir para casa sem algo para minha mãe e
Scott.
Depois de passar algumas horas por mercados e lojinhas, eu tinha
escolhido tudo o que queria comprar e estava com fome. Peguei um almoço
rápido em uma loja de macarrão antes de voltar para o hotel. Quando entrei
no quarto do hotel, foi como se nossa manhã tivesse sido trocada. Ela estava
sentada na cadeira da escrivaninha, o telefone próximo ao
ouvido. Continuando com o tema, lancei-lhe o mesmo olhar questionador
que ela me deu naquela manhã. Asia apontou para o telefone.
"George.", ela murmurou.
Sentei-me na beira da cama e escutei a conversa enquanto tirava os
sapatos.
"Isso parece ótimo. Posso estar lá com certeza. Sim, vou falar com ele
sobre isso e ver se é possível. Eu não gostaria de colocar seu próprio
trabalho em risco, tenho certeza que você entende.", ela revirou os olhos e
fez uma careta para o telefone. Eu abafei uma risada. "Bem, sim, nós
somos. Nós dois tivemos uma experiência maravilhosa em nosso curto
período de tempo aqui e agradecemos profundamente sua hospitalidade,
mas seria melhor se voltássemos para casa. Nosso filho precisa de nós. Por
favor, diga a seu filho que estou ansioso para conhecê-lo e discutir meu
futuro com sua empresa. Tenha uma ótima noite."
Ela desligou e eu ri enquanto ela olhava para o telefone, então me deu
uma olhada.
"Isso soou convincente? Eu estava forçando demais?", ela perguntou.
"Talvez, mas ele realmente não me parece o tipo que se importa
muito.", eu disse a ela. "Ele provavelmente só pensa que você está dando a
ele exatamente o que ele merece."
"Nojento." ela disse, então riu. "De qualquer forma, aparentemente
George e seu filho têm divergências há algum tempo sobre, digamos, certos
pensamentos e opiniões que seu pai tem."
"Ele sendo antiquado para caramba?", eu perguntei.
"Essa é definitivamente uma maneira de colocar as
coisas. Aparentemente, seu filho não compartilha dessas opiniões e tem
tentado convencer o pai a acompanhar os tempos. George disse que seu
filho quer que ele se solte um pouco e parecia animado com a perspectiva
de ele me contratar.", disse ela.
"Isso é interessante.", eu disse.
"Também achei. Mas fica melhor. Ele não só está animado com o fato
de seu pai estar ampliando seus horizontes, mas também quer me
conhecer. Evidentemente, George disse a ele que escondi meu marido dele,
e seu filho achou que era simplesmente fantástico."
Revirei os olhos e ri. Asia se levantou da cadeira da escrivaninha e
veio se sentar na beira da cama ao meu lado. Ela olhou para mim por alguns
segundos, depois se jogou de volta no colchão, rindo. Ela balançou a
cabeça, afastando o cabelo da testa.
"Talvez eu devesse ter ido direto para ele. Ele parece muito menos
propenso a exigir que eu me case apenas para trabalhar para ele.", ela
brincou. "Isso poderia ter simplificado um pouco todo esse processo."
Eu não disse isso, mas meu primeiro pensamento foi que estava feliz
por ela não ter dito. Talvez ignorar o Ishko mais velho tivesse sido mais
fácil no grande esquema das coisas e a poupado do aborrecimento de toda
essa experiência. Mas então eu não teria sido capaz de passar esse tempo
com ela. Apesar do constrangimento e de todas as perguntas que ainda
pairavam sobre nós, gostei do tempo que passamos juntos e não gostaria de
trocá-lo.
"Fico feliz que sua reunião não seja apenas mais um teste absurdo.", eu
disse a ela.
"Bem, eu não estou convencida ainda. Ele pode parecer menos
enfadonho do que o pai, mas pelo que sei, ele é ainda mais ridículo. Eu
poderia chegar a São Francisco e eles poderiam ter uma pista de obstáculos
preparada para mim que eu tenho que fazer enquanto programo um sistema
em um tablet que estou carregando. Neste ponto, provavelmente não me
surpreenderia. E sabe de uma coisa? Eu arrebentaria."
Eu caí de costas ao lado dela e olhei.
"Sim, você arrebentaria.", eu concordei.
Olhamos um para o outro por alguns segundos antes de ela soltar um
suspiro.
"Acho que provavelmente devemos começar a nos preparar para ir.",
disse ela.
"Sim. Nosso vôo é muito cedo pela manhã. Teremos que estar no
aeroporto ainda mais cedo para passar pela segurança e tudo mais." eu disse
a ela.
Ela suspirou novamente e se sentou. Começamos a nos mexer pela
sala, recolhendo nossas coisas. Estávamos em Tóquio havia apenas alguns
dias, mas conseguimos nos acomodar no quarto e demorou um pouco para
finalmente arrumar as malas e deixá-las prontas para a manhã
seguinte. Cada um de nós deixou de fora roupas para o vôo e nossos
produtos de higiene, mas o resto já estava arrumado ao lado da porta, então
não corríamos o risco de perder nada.
Quando finalmente terminamos, caímos na cama. Asia rapidamente se
virou de lado, de costas para mim, e eu fiz o mesmo. Adormeci
rapidamente, mas não demorou muito para ela se contorcer para atravessar
a cama e se aninhar contra mim. Alguns momentos depois, ela virou e se
aninhou mais perto, descansando sua cabeça contra minhas costas e jogando
sua perna sobre meu quadril. Ela estava dormindo, sua respiração profunda
e firme contra mim. A cada poucos segundos, seu abraço ficava mais
agressivo até que ela estava totalmente envolvida em torno de mim, seu
rosto dobrado na curva do meu ombro e pescoço e sua mão pressionada no
meio do meu peito. Eu estava realmente em paz.
CAPÍTULO 24
ASIA

E u estava tão cansada de ter me levantado bem mais cedo do que o


normal para chegar ao aeroporto que quase não me sentia funcional
enquanto caminhávamos. Claro, isso significava que aquele foi o dia em
que fui selecionada aleatoriamente para cada medida de segurança adicional
imaginável.
Quando abri minhas malas pelo que parecia ser a milésima vez e
expliquei todos os itens que tinha na bagagem de mão, estava pronta para
desistir e ver se havia um navio de carga em que pudesse
embarcar. Felizmente, Drew estava lá para me ajudar, e eu saí da área de
inspeção bem a tempo de me salvar de uma vida no mar. Ele riu enquanto
eu murmurava meu caminho para o portão.
Ele riu e me cutucou de brincadeira. Ainda era muito cedo para eu
retribuir, mas Drew parecia imune à hora abismal.
Nós embarcamos no avião e levei um segundo para olhar para o meu
assento, aceitando que seria minha localização pelas próximas quatorze
horas.
"O que você está fazendo?" Drew perguntou.
"O assento e eu estamos chegando a um acordo.", eu disse a ele.
"Pelo menos você fica com o assento na janela desta vez.",
ressaltou. "Isso deve ajudar."
Eu concordei. "Isso vai ser bom. Mas dou-lhe um aviso justo, vou
passar por cima de você para chegar no corredor. Mesmo se você estiver
dormindo. Vou passar por cima sem dó. "
"Devidamente anotado.", ele riu.
Nós nos preparamos para o vôo e eu imediatamente coloquei minha
máscara de olho no lugar, me cobri com um cobertor e adormeci.
Quando finalmente pousamos no aeroporto da Califórnia, deixei
escapar um suspiro de alívio. Finalmente estávamos em casa. Eu estava tão
feliz por estar de volta e mal podia esperar para chegar em casa e ver
Oliver. Drew e eu caminhamos juntos para pegar nossa bagagem e depois
para o estacionamento. Ele me trouxe até o meu carro e nós hesitamos sem
jeito, olhando um para o outro daquela maneira que as pessoas fazem
quando não sabem como se separar de maneira adequada. Finalmente,
decidimos dar um abraço rápido. Era estranho e desconfortável, e eu odiava
que me sentisse assim. Eu não deveria me sentir tão estranha com ele.
Entrei no carro e segurei o volante. Eu estava prestes a sair do
estacionamento quando notei que o anel ainda estava na minha mão. Não
me dando tempo para pensar sobre isso, eu puxei e guardei, não querendo
que Oliver ou Dylan vissem.
Ainda era madrugada quando parei na entrada da garagem da minha
casa. A diferença de fuso horário entre Tóquio e São Francisco tornou tudo
incrivelmente desorientador. Quando cheguei a São Francisco, eram quatro
da manhã.
Tentando esquecer da estranha maneira como a hora tardia e a
diferença de fuso horário bagunçavam meus pensamentos, fui diretamente
para a casa de Dylan. Eu poderia ter esperado até mais tarde, mas não
queria ficar mais longe de Oliver. Usando minha chave, entrei pela porta
dos fundos. Dylan entrou no quarto de pijama e engasgou quando me viu,
pressionando as mãos no meio do peito.
"Asia.", disse ele. "Você me assustou muito."
"Me desculpe.", eu sussurrei alto, então levantei minhas mãos no ar e
sacudi-as como se estivesse comemorando. "Surpresa!"
"O que você está fazendo aqui?", ele perguntou. "Você não deveria
estar em casa por mais dois dias."
Ele cruzou a sala até mim e me deu um abraço.
"Eu sei. Terminamos cedo, então decidi voltar. Eu acordei você?", eu
perguntei.
"Claro que você me acordou. Não estou acordado a esta hora. Mas
estou feliz que você voltou. Como foi sua viagem?"
"Essa é uma história longa.", eu disse a ele. "Por que você não prepara
o café e eu conto tudo sobre isso?"
Sentamos à mesa da cozinha e bebemos café enquanto eu contava a ele
minha experiência no Japão. Ele foi apropriadamente solidário com a
maneira como George planejou uma armadilha e ficou orgulhoso de mim
pela forma como respondi ao teste extra. Ele estava completamente
confiante em meu desempenho e de que o filho de George ficaria
igualmente impressionado comigo. Essa confiança me deu um impulso. Eu
posso ser uma adulta totalmente crescida, mas a maneira como meu irmão
mais velho olhava para mim ainda significava o mundo.
Quando terminamos de colocar o papo em dia, rastejei pelo corredor
até o quarto de hóspedes onde Oliver estava dormindo. Ele estava
embrulhado com a cachorrinha, ambos dormindo pacificamente. Foi tão
adorável que não pude resistir a pegar meu telefone e tirar algumas
fotos. Esse era o tipo de imagem que eu guardaria e veria daqui a alguns
anos, quando ele começasse a namorar ou quando eu estivesse montando
uma daquelas apresentações de slides terrivelmente constrangedoras para
sua festa de formatura ou jantar de ensaio de casamento. Inclinei-me e o
beijei na testa, inspirando seu doce cheiro de menino.
Eu poderia ter ido para a porta ao lado e dormido na minha própria
cama, mas não queria mais ficar longe de Oliver. Mesmo que fossem
apenas alguns metros de distância. Em vez disso, me enrolei no sofá de
Dylan para ter mais algumas horas de sono. Essas horas não duraram
muito. Logo acordei com meu filho subindo em cima de mim. Ele beijou
meu rosto repetidamente, ocasionalmente se afastando para olhar para mim
como se tivesse esquecido como eu era durante os poucos dias que estive
fora. Então ele abaixou a cabeça novamente e beijou e beijou um pouco
mais.
"Mamãe, estou tão feliz que você voltou.", ele jorrou. " Eu senti tanto a
sua falta. Estou tão feliz por você estar em casa."
Passei meus braços em torno dele e o puxei para um abraço apertado.
"Eu também senti tanto a sua falta.", eu disse a ele. "Você está surpreso
por eu ter voltado para casa mais cedo?"
"Sim.", ele disse alegremente. "É uma boa surpresa. Estou triste por ter
que ir para a escola. Senti sua falta."
Era quinta-feira, definitivamente um dia de escola, mas eu
compartilhava de seu sentimento. Eu dei a ele um grande beijo em troca e
olhei em seus olhos grandes.
"Quer saber? Eu acho você pode ficar sem ir à escola hoje. Vou até
ligar para Hillary e informá-la.", eu disse a ele.
"Mesmo?", ele perguntou feliz.
"Sim.", eu disse a ele. "Vamos chamar de um dia de saúde mental."
"O quê isso significa?", ele perguntou inocentemente, inclinando sua
cabecinha para o lado.
Eu ri e o abracei novamente.
"Nada que você tenha que se preocupar.", eu disse. "Vamos apenas
passar o dia juntos, ok?"
Ele desceu do sofá e correu pelo corredor em direção ao quarto de
Dylan.
"Tio Dylan! Mamãe diz que não preciso ir à escola hoje. Você pode
fazer panquecas de chocolate para o café da manhã?", ele perguntou.
Eu ri enquanto entrava na cozinha para outra xícara de café. Parecia
que fazia uma eternidade desde que me sentei à mesa tão cedo. Demorou
um pouco para meu filho finalmente arrastar o tio para fora da cama e levá-
lo para a cozinha. Enquanto Dylan reunia os ingredientes e ferramentas para
fazer um monte daquelas fabulosas panquecas, fui até meu carro pegar
minha bagagem. Oliver olhou minha bolsa quando eu a trouxe para a sala e
sentei, mas não disse nada sobre isso. Eu sabia que ele estava se
perguntando o que poderia estar dentro, mas estava tentando não ser
egoísta. Essa foi uma das lições em que estivemos trabalhando
recentemente.
Eu sabia que era difícil para uma criança de cinco anos e tinha orgulho
dele por se esforçar tanto para ser educado, então não o fiz esperar
muito. Abrindo a parte de cima da mala, revelei os presentes que trouxe
para ele do Japão, embrulhados em papel comum e enfiados entre minhas
roupas para mantê-los seguros enquanto estivessem no porão de carga. Ele
se sentou no chão e abriu cada um com entusiasmo. Contei a ele sobre cada
coisa, explicando o que era e onde eu consegui. Era improvável que tudo
fosse assimilado, mas eu esperava que pelo menos parte disso fosse
registrado nele para que ele se lembrasse quando olhasse para eles.
Enquanto ele comia seu prato de panquecas, saí para ligar para
Hillary. Fazia apenas alguns dias, mas ainda era bom ficar ali na varanda e
olhar a vizinhança e sentir a brisa familiar. Ela respondeu em um sussurro
abafado.
"Asia? Está tudo bem?", ela perguntou.
"Oh! Eu não esperava que você atendesse. Eu ia deixar uma mensagem
de voz para você. Só queria que você soubesse que cheguei em casa mais
cedo e quero passar um tempo extra com Oliver, então decidi mantê-lo em
casa hoje. Eu não queria que você se preocupasse com ele nem nada.", eu
disse.
"Obrigado por me avisar. Estou feliz que você voltou para casa em
segurança. Tudo certo para o fim de semana? "
"Com certeza.", eu disse a ela.
"Ótimo. Eu tenho que ir para a aula, mas te mando uma mensagem
mais tarde.", ela disse e desligou.
Oliver e eu passamos o resto do dia sendo preguiçosos juntos,
exatamente como eu esperava. Oliver me mostrou todos os truques em que
estava trabalhando com a cachorrinha, e aplaudi com entusiasmo, embora
não tenha realmente notado nenhuma mudança no comportamento dela. Foi
o dia perfeito, e foi mais que válido ter deixado o Japão, pois isso
exatamente o que eu precisava para relaxar e me preparar para o meu
próximo encontro.
CAPÍTULO 25
DREW

Q uando voltei para a Califórnia, tinha a intenção de ir trabalhar naquele


dia. Posso ter chegado tarde, mas ainda planejava pelo menos trabalhar um
pouco. Trabalhar remotamente era eficaz, mas não me dava a mesma
sensação de conexão com a empresa e realização como estar no
escritório. Eu não era o tipo de pessoa que viaja frequentemente a negócios
e não tinha percebido o quanto me afetaria ficar vários dias longe do
escritório. Eu sabia que Scott poderia lidar com qualquer coisa que pudesse
surgir, mas ainda sim eu perdi o envolvimento.
Mas, quando voltei para minha casa e tomei um banho para enxaguar
a viagem, não estava me sentindo tão entusiasmado em entrar no
escritório. Deitei com a intenção de apenas tirar um cochilo, mas acabei
dormindo boa parte da manhã. Quando acordei, liguei para Scott para avisar
que estava indo trabalhar, mas ele me dispensou. Nada de excitante estava
acontecendo naquele dia, e seria apenas um desperdício ir. Eu deveria ficar
em casa e relaxar, descansar um pouco antes de voltar.
Depois de tranquilizá-lo de que estaria no horário normal na manhã
seguinte, arrastei minha bagagem para a lavanderia e comecei a carregar a
máquina de lavar. Eu trouxe meu café da manhã e uma xícara de café
comigo de volta para o meu quarto e me estiquei na cama feita. Meu tablet
estava ao meu lado, e eu pretendia ler as notícias para acompanhar o que
estava acontecendo, mas minha mente não estava nisso. Meus pensamentos
continuavam vagando de volta para a Asia e a noite que passamos juntos.
Tinha sido incrível, mas não foi o suficiente. Nunca seria o
suficiente. Eu queria muito mais, mas não sabia como dizer isso a ela. Eu
não sabia como pedir mais a ela depois de tudo que passamos. Éramos tão
bons juntos em muitos aspectos, mas eu não sabia como dizer isso a
ela. Esse era um assunto delicado para abordar na melhor das
circunstâncias, e o que estávamos lidando no momento estava longe de ser a
melhor das circunstâncias. Tínhamos um negócio em andamento agora. Não
importa o que sentimos, não importa o quão confortáveis estávamos e o
quanto gostamos de estar juntos, o que aconteceu foi que fizemos um
acordo. Chegamos a um acordo com termos e conclusões exatamente como
eu fiz com qualquer um de meus clientes.
Por causa desse acordo, trabalharíamos juntos no próximo ano. Por
outro lado, eu não sabia como ela se sentiria a respeito de qualquer tipo de
relacionamento comigo quando eu estivesse técnicamente na posição de ser
seu chefe. Por outro lado, não acho que poderia esperar tanto tempo para
tentar levá-la para a cama novamente.
O dia seguinte era sexta-feira. Fiz questão de chegar ao escritório bem
antes de qualquer outra pessoa para chegar antes de Scott. Eu tinha quase
certeza de que ele estava planejando uma boa série de comentários e piadas
sobre eu ser preguiçoso e não saber o que estava acontecendo no escritório
porque estava tirando férias. Chegar lá cedo significava que eu poderia
cortar o mal pela raiz e deixá-lo sem ser capaz de me provocar.
Scott ficou apropriadamente frustrado quando ele apareceu e eu já
estava sentado na minha mesa tomando café e folheando os papéis que
estavam esperando por mim. Eu olhei para ele casualmente, então olhei
para o meu relógio.
"Tomando seu tempo esta manhã, eu vejo. É assim que as coisas
acontecem quando estou fora do escritório? Tudo pode esperar.", eu disse.
Ele parou na porta e olhou para mim até que eu finalmente ri.
"Você é um idiota, sabia disso?", ele disse enquanto caminhava pelo
escritório até mim.
"Você não faria diferente.", eu apontei.
Ele encolheu os ombros. "Isso provavelmente é verdade. Eu não
saberia nem lidar se um dia você deixasse de ser insuportável."
Eu me levantei e apertamos as mãos, então o puxei para um abraço e
nos demos tapinhas nas costas.
"É bom ver você.", eu disse.
"Você também. Como foi sua viagem?", ele perguntou. "Ela conseguiu
o contrato?"
"Bem, isso é um pouco complicado.", eu disse a ele.
"Como assim?"
"Primeiro, vamos repassar algumas coisas que perdi enquanto estive
fora e depois vou lhe contar tudo." Conversamos por alguns minutos sobre
os acontecimentos no escritório nos últimos dias e, quando fiquei satisfeito
por ter sido informado, recostei-me na cadeira e Scott se inclinou para
frente.
"Tudo certo. Formalidades fora do caminho. Agora quero saber o que
aconteceu com você e a Asia."
"Quem disse que aconteceu alguma coisa? Eu te disse, fiz aquela
viagem para ajudá-la a conseguir o contrato com George Ishko em troca de
ela trabalhar aqui.", eu disse a ele.
"Você também disse que era complicado.", ele me lembrou.
"Foi complicado porque George Ishko é um idiota que gosta de
enganar as pessoas. Ele fez um grande alvoroço por causa de Asia durante
seu primeiro encontro com ele, e nós dois estávamos certos de que ela
conseguiu o emprego. Ele até nos trouxe com todo mundo para
comemorar. Então ele largou o martelo de que tinha um teste que queria que
ela fizesse e deu a ela um projeto de trabalho ridículo para provar que ela
era boa o suficiente. E então disse a ela que ela tinha que se encontrar com
o filho dele.", eu expliquei.
Scott não parecia convencido.
Ele abriu a boca para dizer isso quando meu telefone me alertou para
uma mensagem de texto. Eu olhei para baixo e vi que era da Asia.
"O que é isso?", Scott perguntou.
"Asia. Ela está apenas me dando a data e a hora do encontro com o
filho de George Ishko. Eu tenho que estar lá.", eu expliquei.
"Você tem que estar lá?", Scott perguntou. De novo"
"Sim. Ela disse a eles que me perguntaria sobre isso, mas que talvez eu
não pudesse ir porque tenho que trabalhar, mas terei que ir.", disse a ele.
"Mas você tem que trabalhar.", ressaltou.
"Eu prometi a ela que faria isso por ela, então eu preciso ir até o fim.",
eu disse a ele, digitando para Asia que iria.
Meus dedos hesitaram enquanto eu pensava em dizer mais, mas me
contive e enviei a mensagem simples, decidindo deixar para lá. Eu não
queria pressioná-la.
Como eu esperava, o dia estava agitado e quando acabou eu estava
sentindo a diferença de fuso-horário novamente. Ao sair do escritório, meu
telefone tocou. Eu olhei para a tela antes de responder.
"Ei, Hank.", eu disse.
"Ei, Drew. Só estou ligando para checar. Ouvi dizer que você voltou
alguns dias antes. Como foram as coisas com a Asia? "
"Ela tem mais uma reunião, e então eu lhe aviso.", eu disse a ele.
CAPÍTULO 26
ASIA

N aquele dia, o tempo estava bonito demais para usar a secadora. Em vez
disso, peguei cada cesto de roupa suja limpo e pendurei em uma corda que
ia de um lado da casa do meu irmão até o lado oposto da minha casa com
um poste de apoio no meio. Eu estava colocando uma toalha no lugar
quando ouvi um carro estacionar na garagem. Dylan estava fora durante o
dia e não planejava voltar até tarde da noite, então eu não sabia quem
poderia ser.
Eu imediatamente procurei por Oliver, certificando-me de que ele e a
cachorrinha ainda estavam comigo. Ele estava a poucos metros de distância,
rolando na grama com Tink. Minha necessidade de removedor de manchas
aumentou dramaticamente desde que a cachorrinha entrou em nossas vidas,
mas valeu a pena o sorriso no rosto do meu filho quando ele brincava com
ela.
"Oliver, querido, fique bem aqui. Estou indo para a frente da casa por
um minuto.", eu disse a ele.
Passei pelo portão e olhei para o carro na garagem. Não me pareceu
familiar imediatamente e fiquei extremamente chocada ao ver Mark saindo
do banco do motorista. Eu gritei e corri para ele. Eu pulei no ar e Mark me
pegou, me girando e então me abraçando. Ele se inclinou e beijou minha
bochecha antes de me colocar de volta no chão.
"O que você está fazendo aqui?", eu perguntei.
"Vim ver você, é claro.", disse ele. "Já faz muito tempo e, depois de
nossa conversa no outro dia, eu sabia que era hora de uma visita."
Rindo de alegria e surpresa, pulei em seus braços para outro abraço.
"Estou tão feliz por você estar aqui. Você está certo, já faz muito
tempo. Quando você chegou? " Eu perguntei.
"Agora mesmo", ele me disse. "Peguei um voo por capricho, aluguei
um carro e usei o GPS para chegar ao endereço que você me deu para a
minha lista de cartões de Natal."
"Isso é incrível. Eu não posso nem dizer o quanto eu precisava ver
você. Este é o momento perfeito.", eu disse.
"Eu sei.", disse ele com um encolher de ombros. "O que posso
dizer? Eu conheço você." Era verdade. Em todo o mundo, poucas pessoas
me conheciam tão bem quanto Mark. "Agora, onde está meu garoto?"
"Eu vou pegar ele. Você não vai acreditar no quão grande ele está.", eu
disse. Fui até o portão e espiei o quintal. "Ollie, venha aqui um minuto. Tem
alguém aqui para ver você."
Ele jogou a bola na mão a alguns metros de distância e Tink correu
atrás dela. Ela o agarrou na boca e imediatamente se jogou de barriga para
baixo para segurar a bola entre as patas dianteiras e mastigá-la. Ollie
parecia curioso enquanto corria em minha direção.
"Quem é", ele perguntou. Eu segurei o portão aberto e ele saiu. Seus
olhos brilharam no segundo em que viu Mark. "Tio Mark!"
Mark riu quando ouviu o grito animado de Ollie. Meu filho ficou tão
feliz em ver Mark quanto eu. Ele o conhecia desde sempre e, embora não o
visse com frequência, eles mantiveram o contato por telefone e por meio de
cartões e bilhetes que Mark lhe enviou. Oliver se sentia próximo a ele,
mesmo sem ser capaz de passar tempo com ele freqüentemente, e eu sabia
que ele ficaria emocionado com a chance inesperada de realmente estar com
ele. Mark pegou Ollie nos braços e o segurou no quadril para que ele
pudesse olhar em seu rosto.
"Sua mãe estava certa.", disse ele.
"Sobre o que?", Ollie perguntou.
"Ela disse que eu não acreditaria no quão grande você estava, e isso é
absolutamente verdade. Você ficou tão alto!"
"Você quer conhecer meu cachorro?", Oliver perguntou.
"Claro que quero conhecer o seu cachorro.", Mark disse a ele.
"Bem, é realmente o cachorrinho do meu tio Dylan, mas ele o pegou
porque eu disse que ele deveria e ela gosta mais de mim, então ela é meio
que meu cachorrinho.", Oliver explicou.
Ouvir sua adorável lógica de cinco anos era uma das minhas coisas
favoritas. Mark deu um aceno de compreensão.
"Faz sentido para mim. Mostre o caminho."
Ele colocou Oliver no chão, e o garotinho correu em direção ao
portão. Mark e eu o seguimos, sorrindo um para o outro. Quando chegamos
ao quintal, Ollie já estava de volta ao chão com Tink. Ele começou a contar
a Mark tudo sobre ela, desde os truques que eles estavam aprendendo até
suas comidas favoritas e os lanches que ele roubou para ela da cozinha
quando ninguém estava prestando atenção. Aproveitei para terminar de
pendurar a roupa. Era sempre bom ver Oliver tão feliz. Eu acreditava muito
que quanto mais pessoas o amassem melhor, e quanto mais adultos ele
tivesse em sua vida, especialmente homens adultos, melhor ainda. Mark
pode não ter parentesco consanguíneo, mas fazia parte da nossa família, e
fiquei feliz ao ver a influência que ele exerceu sobre meu filho.
"Tudo bem, meninos. O que acham de um lanche?", eu perguntei
quando terminei de pendurar a roupa.
"Sua máquina de lavar está vazia?", ele perguntou.
"Não, tem roupas dentro. Por quê?", eu perguntei.
Ele balançou sua cabeça. "Que pena. Não seremos capazes de lavar
Ollie. Acho que ele só vai ter que tomar banho regularmente para se livrar
de toda essa sujeira e grama."
Eu ri e ele trouxe Oliver para os fundos da casa para ajudá-lo a
começar o banho enquanto eu pegava os ingredientes para os brownies. Ele
voltou para a sala e começou a me ajudar, mas mal tínhamos começado a
conversa quando Ollie voltou correndo para a sala.
"Você já terminou?", eu perguntei. "Você realmente ficou limpo?"
"Sim. Usei sabonete.", anunciou Ollie.
Mark e eu trocamos olhares e rimos, balançando a cabeça. Ele trouxe
Oliver para a sala, e eles brincaram e conversaram enquanto eu fazia
brownies. Quando ficaram prontos, levei um prato deles para a sala junto
com uma jarra de chá. Enquanto comíamos, Mark nos contou histórias
sobre sua vida desde a última vez que nos vimos. Ele sempre teve aventuras
incríveis e, embora eu tivesse certeza de que ele estava censurando muitas
delas para torná-las apropriadas para Ollie ouvir, era incrível ouvi-las.
Logo percebi que Oliver estava ficando cansado e o trouxe para seu
quarto para uma soneca. Ele pediu uma história a Mark e eu fui até a
cozinha para limpar. Quando ele terminou, ele se juntou a mim. Ele
começou a preparar um bule de café e, assim que serviu uma caneca para
cada um de nós, sentou-se à mesa e olhou para mim com expectativa.
"Tudo bem, estou pronto.", disse ele com um suspiro. "Conta."
"O que você quer dizer?", perguntei.
"Não tente isso. Vou dizer de novo: eu te conheço, Asia. Você não me
contou tudo e agora eu quero os detalhes."
Não adiantava mais tentar esconder isso dele. Ele iria encontrar uma
maneira de tirar isso de mim eventualmente. Contar a ele agora iria tirar
isso do caminho, então eu poderia ter uma pessoa a menos para esconder o
segredo, e alguém com quem eu pudesse realmente conversar sobre
isso. Exatamente como ele pediu, contei toda a história. Quando terminei,
ele olhou para sua xícara de café e soltou um suspiro.
"Bem, isso exige algo mais forte.", disse ele.
Eu concordei e peguei uma garrafa de vinho.
"O que eu vou fazer?", perguntei enquanto servia um copo para cada
um de nós.
"O que você quer fazer?", ele perguntou.
Minhas bochechas ficaram quentes e eu engoli meu vinho.
"Está mais para o que eu já fiz", eu disse.
"O que você quer dizer?", Mark perguntou.
"Eu dormi com ele em Tóquio.", admiti.
"Você realmente tem que tomar decisões melhores.", disse ele.
Eu balancei a cabeça e tomei um longo gole de vinho. Não havia
realmente nada a dizer. Ele estava absolutamente certo.
CAPÍTULO 27
DREW

S egunda de manhã veio e eu fui para o escritório carregando uma ideia


quetive no dia anterior. Uma simples pesquisa online sobre um programa
que eu estava assistindo me fez descobrir o paraíso. Enquanto explorava
tópicos com cada vez menos a ver com minha pesquisa original, tropecei
em um aplicativo que ouvi falar, mas nunca usei. Foi um que Scott
mencionou para mim algumas vezes e eu sabia que ele usava
regularmente. Passei algum tempo usando ele e decidi que não apenas era
um aplicativo realmente útil, mas que poderíamos pegar o propósito dele e
fazê-lo muito melhor.
Colocar o projeto em andamento seria meu foco naquela segunda-
feira. Projetos de desenvolvimento como esse eram complicados e
geralmente demorados. Os estágios iniciais exigiram uma enorme
quantidade de pesquisas, que simplesmente não tive tempo de fazer por
conta própria. Razão pela qual eu tinha uma equipe bastante ampla de
estudantes universitários e recém-formados prontos para assumir qualquer
tarefa que eu tivesse que lhes dar. Selecionei o líder do projeto e o chamei
para uma reunião. Assim que mencionei o aplicativo, seus olhos se
arregalaram e ele começou a assentir com entusiasmo. Ele estava
claramente animado e mal podia esperar para começar, mas não iria
interromper e potencialmente se desviar do caminho da liderança para este
empreendimento.
Eu o estava encorajando a me dar suas primeiras ideias quando alguém
bateu na porta do meu escritório.
"Entre.", eu chamei.
A porta se abriu e Asia enfiou a cabeça para dentro, sorrindo quando
me viu.
"Oi.", ela disse. "Espero não estar interrompendo nada."
"Não, de jeito nenhum." eu disse a ela. Bailey, o homem que eu escolhi
para o projeto, franziu os lábios para mim, uma expressão de preocupação
que não passou despercebida por mim. "Eu estava discutindo meu próximo
projeto de desenvolvimento de aplicativo de grande sucesso com a
liderança dos estágios iniciais de desenvolvimento."
Isso foi o suficiente para fazê-lo se sentir melhor, e ele sorriu para
Asia.
"Oi.", ele disse. "Eu sou Bailey."
Ela entrou no escritório, empurrando a porta totalmente aberta. Atrás
dela, um homem entrou com ela. Meu coração apertou.
"Eu sou a Asia.", ela disse. "Estou feliz em conhecê-lo. Na verdade,
estarei trabalhando aqui em breve."
"Isso é incrível.", disse Bailey.
Eu poderia dizer que ele estava prestes a entrar em uma conversa
desnecessária, então eu o interrompi.
"Se você quiser ir em frente e começar a debater algumas ideias e a
redigir sua equipe, voltaremos a nos reunir e conversar sobre isso mais
tarde.", disse a ele.
Bailey assentiu, disse a Asia que era um prazer conhecê-la e foi
embora. Eu não queria desviar o olhar do cara que estava com a Asia. Eu
não o conhecia ou mesmo o reconheci e pude imediatamente sentir o ciúme
se formando em minhas entranhas.
"Drew,", Asia disse, se aproximando. "Este é meu amigo
Mark. Cumprimos pena juntos."
Os dois riram e eu levantei uma sobrancelha curiosa para ela, sem
entender o que estava testemunhando.
"Trabalhamos juntos quando Asia estava fazendo estágio.", explicou
Mark.
"Ah.", eu disse, não exatamente me divertindo ainda.
Os dois brincaram de um lado para outro por alguns momentos,
contando histórias sobre o tempo que passaram na empresa e o quanto eles
a amaram e odiaram. Eu os observei, tentando descobrir que tipo de relação
estranha e complicada estava acontecendo entre eles. Finalmente, eu tinha
escutado o suficiente.
"Por que você passou por aqui?", eu perguntei.
A pergunta impediu Asia de continuar com outra história que ela havia
começado, e ela se virou para mim, parecendo um pouco surpresa.
"Eu só queria apresentar a Mark o local.", ela explicou. "Esta é a
primeira vez que ele vem me visitar em São Francisco, e eu queria que ele
conhecesse algumas pessoas."
"Foi um prazer conhecê-lo, Drew.", Mark interrompeu, e eu dei a ele
um aceno de cabeça.
"Você também.", eu disse.
Eles trocaram olhares rápidos e Asia olhou para mim.
"Eu queria lembrar você que nosso encontro com o filho de George é
amanhã. Ele ficou muito feliz quando eu disse a ele que você poderia vir
comigo, afinal. Esperançosamente, esta será a última vez que teremos que
interpretar um casal falso.", disse ela.
Eu levantei uma sobrancelha para ela, passando meus olhos entre ela e
Mark. Ela percebeu o gesto e riu.
"Ele já sabe.", disse Asia. "Eu já contei a ele sobre toda a situação
ridícula com Ishko e como você concordou em me ajudar fingindo ser meu
marido."
"Um gesto nobre, mas um que definitivamente não deveria ser
necessário.", disse Mark.
Eu deslizei meus olhos para ele. "Sim. Obrigado."
"De qualquer forma, eu contei tudo a ele, então você não precisa se
preocupar com isso. Ele não vai dizer nada a ninguém. Além disso, espero
que depois de amanhã isso realmente não importe. Terei o contrato, e meu
casamento pode se resumir em eu, ocasionalmente, mencionar meu
marido. Então, depois de um tempo, posso apenas dizer que está tudo bem e
voar livre por conta própria.", disse Asia com um toque dramático.
"Parece que você tem tudo planejado.", eu disse. "Não está planejando
ter nenhum daqueles jantares de que você falou em nossa reunião de
diretrizes?"
"Honestamente, espero não ter que passar tempo suficiente com
George ou qualquer outra pessoa que trabalhe perto dele para justificar um
jantar que precisaria de nós para manter isso. Talvez Mitchell, mas tenho a
sensação de que ele não é do tipo que gosta de jantares.", disse ela.
"Ótimo", eu disse.
Asia pareceu notar minha tensão e deu um pequeno sorriso.
"Bem, acho que vamos indo. Você parecia estar muito ocupado
trabalhando naquele projeto de aplicativo e eu não gostaria de atrasar seu
progresso nem nada. Eu preciso ter algo para trabalhar todos os kinks e
bugs, certo?", ela perguntou.
"Esse é o plano.", eu disse.
"Vejo você amanhã", disse ela.
Mark a seguiu para fora, e assim que a porta se fechou atrás deles, a
cabeça de Scott apareceu pela outra porta. Eu pulei um pouco e soltei um
palavrão criativo.
"De onde diabos você veio?", eu perguntei quando meu coração quase
saiu pela minha garganta.
"Do corredor, como sempre.", ele disse sarcasticamente enquanto
entrava no escritório. "Sentindo-se um pouco estressado? Talvez você
simplesmente não goste de saber que esperou muito."
"O que você quer dizer?", eu perguntei.
"Oh nada. Parecia que a Asia e aquele cara eram bem íntimos. Não
pode ser divertido tê-la aparecendo aqui querendo apresentá-lo a outro
cara. Talvez devagar e sempre não ganhe a corrida.", brincou.
"Hilário.", eu disse. "Mas eu não sou uma tartaruga, e também não
preciso ser uma lebre. Não cabe a mim ter qualquer tipo de sentimento
sobre Asia e qualquer cara que ela queira exibir. Nós não somos assim. Eu
te disse isso antes. É tudo falso. Fingirmos que estamos casados é só um
disfarce para ela conseguir esse contrato. Eu sei disso. Ela sabe
disso. Realmente não importa se estou com ciúme porque nada é real entre
nós."
Scott acenou com a cabeça, mas ele não parecia completamente
convencido.
"Você quer apenas trabalhar no aplicativo?", ele perguntou
"É uma ideia fantástica.", eu disse. "Considerando que é isso que
fazemos por aqui."
"E você quer tirá-la da sua mente?", Scott perguntou.
A piada tinha sumido de sua voz e eu não sentia mais que ele estava
zombando de mim. Em vez disso, meu melhor amigo parecia quase
preocupado. Eu dei um aceno rápido, mas não o olhei nos olhos. Em vez
disso, folheei algumas páginas de pesquisa na minha frente, fazendo um
grande show para repassar alguns detalhes.
"Algo assim", eu finalmente admiti.
Scott se sentou e começamos a trabalhar. Tentei me perder no projeto e
no potencial que ele tinha para a empresa. Mas era difícil me concentrar
quando tudo em que conseguia pensar era na Asia e naquele cara, Mark. Eu
queria saber a história entre eles e quem ele realmente era na vida dela. Era
possível que ele fosse o pai de Oliver? Ela mencionou algo sobre sempre
serem apenas os dois, mas não explicou isso de forma alguma. Talvez algo
tivesse acontecido ou ele tivesse um trabalho que o afastava deles
regularmente.
Finalmente, eu não conseguia mais me forçar a me concentrar.
"Vou prosseguir e encerrar o dia.", disse eu a Scott naquela tarde.
"Já?", ele perguntou.
"Sim. Eu sinto que poderia usar algum tempo para pensar sobre isso
sozinho. Quero ter uma ideia do aplicativo e minha visão para ele antes de
começar a receber relatórios de Bailey e sua equipe. Vejo você amanhã.", eu
disse.
Eu não disse a ele que não estava realmente pensando em ir para
casa. Ele teria vindo junto, e eu realmente só queria ficar sozinho. A reação
que tive ao ver a Asia com outro cara não foi apenas puro ciúme. Não foi
uma reação nervosa que veio de querer sua atenção. Em vez disso, parecia
profundo e emocional. No momento em que deixei o escritório e estava a
caminho de um bar, percebi que estava quase me apaixonando por Asia e
estava pelo menos na metade do caminho.
O bar não estava lotado tão cedo, mas eu não deixei isso me deter. Fui
direto para o bar e me sentei, pedindo uma vodca com cranberry. O drink
chegou e eu o bebi facilmente. O barman imediatamente preparou outro
para mim, e eu respirei fundo antes de engolí-lo também. Olhei ao redor do
bar, observando as pessoas ao meu redor e me perguntando o que os trouxe
aqui a esta hora de uma segunda-feira. As duas primeiras bebidas não
pareceram me impactar muito. Mas depois da terceiro, eu relaxei e minha
mente estava livre para pensar sem eu tentar segurá-la.
Isso me levou à conclusão de que estava errado sobre a Asia. Eu não
estava a meio caminho de me apaixonar por ela. Eu estava mais da metade
apaixonado por ela e não suportava a ideia de outra pessoa ficar no meu
caminho. Eu sabia o que queria e lutaria por ela se fosse preciso.
CAPÍTULO 28
ASIA

E u realmente queria mostrar o lugar a Mark e apresentá-lo a algumas


pessoas em São Francisco. Ele não vinha à Califórnia com muita frequência
e não tinha vindo me visitar desde que me mudei para cá. Embora houvesse
um pouco mais para trazê-lo ao escritório de Drew do que isso. Eu tinha um
motivo oculto e esperava que Drew não tivesse me descoberto.
Naquela manhã, quando estávamos planejando o que faríamos naquele
dia, Mark falou sobre Drew novamente. Eu realmente não queria falar sobre
ele, tendo me enchido emocionalmente de contar toda a verdade para meu
melhor amigo e lidar com o quanto mais a realidade me atingia cada vez
que eu pensava sobre isso. Então Mark teve uma ideia, e quando ele tinha
uma ideia, não havia absolutamente nada que o afastasse dela. Isso foi uma
coisa que aprendi sobre ele durante nosso tempo em Nova York. Ele era
sempre aquele que inventava alguma coisa, e se apegava a isso como um
cachorro roendo um osso até ver o que havia no meio. Isso não significa
necessariamente que sempre funcionou bem. Na verdade, algumas de suas
ideias eram nada menos que estranhas, mas ele sempre quis chegar ao fim
delas. Mesmo que isso significasse vê-lo se machucar e se queimar.
Eu definitivamente não queria nada relacionado com Drew me
machucando e queimando, mas a ideia que Mark me apresentou não parecia
tão maluca. Ele me disse que eu estava obviamente confusa e não sabia o
que pensar sobre Drew, meus sentimentos por ele e seus sentimentos
potenciais por mim. Eu reconheci isso, observando que estávamos em um
lugar estranho, equilibrando nossa história pessoal com nossa posição
profissional atual. Foi quando Mark me disse que gostaria de conhecê-lo
para que pudesse analisar como Drew reagiu a mim.
Faz sentido. Se haveria alguém que pudesse me dar mais informações
sobre o que Drew poderia estar pensando, seria outro homem. Então, eu o
trouxe ao escritório para nos observar interagir, e agora ele estava muito
interessado em saber o que ele havia descoberto apenas com aquela rápida
reunião. Saímos do escritório de Drew e fomos até uma das minhas lojas de
donuts favoritas.
"Então?", eu perguntei. "O que você acha? Você conseguiu alguma
coisa com isso?"
Mark deu uma mordida em seu donut, lambendo um pedaço de
cobertura de chocolate e granulado do canto da boca, em seguida, engoliu
com um grande gole de café.
"Bem," ele disse. "Ele definitivamente parecia com ciúmes de ver você
com outro cara. Mesmo que você tenha me apresentado apenas como um
amigo, ele estava obviamente na defensiva e não foi nada acolhedor em
relação a mim. Os caras não ficam realmente com ciúmes, a menos que
estejam emocionalmente envolvidos.
"Você tem certeza? Porque eu vi muitos caras literalmente brigando
por causa das mulheres que mal conhecem.", eu disse.
"Onde você está vendo essas coisas?", ele perguntou. "Você e eu
passamos todo aquele tempo juntos em Nova York, e eu nunca testemunhei
uma briga com você. O que está acontecendo na Califórnia?"
"O que quero dizer é que os caras podem ficar muito nervosos com as
mulheres, mesmo quando não têm sentimentos por elas.", eu disse.
"Os caras podem ficar agressivos.", reconheceu Mark. "Eles gostam de
estufar o peito e bancarem os machões quando sentem que outro homem
está se aproximando de uma garota que eles estão de olho. Mas isso é
simplesmente primitivo."
"E ridículo.", eu disse.
"O que estou dizendo é que você e eu nem nos tocávamos. Você disse
especificamente que eu era apenas seu amigo e você estava me mostrando a
cidade. No entanto, ele estava claramente com ciúme. E era o ciúme
sombrio e triste, não o tipo em que ele iria pular no meu pescoço e lutar
comigo. Não era ele tentando exercer seu domínio ou se estabelecer como
alfa. Foi o tipo de reação emocional que geralmente vem de ter
sentimentos.", Mark me disse.
Recostei-me na cadeira e pensei sobre o que ele disse. Agora que ouvi,
não tinha certeza se era o que eu queria ouvir. Claro que tenho sentimentos
por ele. Houve um tempo em que pensei que era possível que esses
sentimentos tivessem desaparecido, mas eu sabia que não era
verdade. Eu tinha realmente deixado Drew ir, mas o tinha levado comigo
todos esses anos. Agora, vê-lo novamente trouxe todos os sentimentos que
já tive por ele à tona, e quanto mais tempo eu passava com ele, mais fortes
esses sentimentos ficavam.
Mas realmente não era tão simples. Pensar na possibilidade de ele ter
sentimentos por mim significava ter que me perguntar o que significaria
para mim ser capaz de estar com ele. Para que possamos ficar juntos e
buscar qualquer tipo de relacionamento real, eu teria que dizer a ele que ele
era o pai de Oliver. E embora parecesse mais uma boa ideia para o seu bem
e para o de Ollie, com certeza significaria que ele não iria querer nada
comigo depois de saber que eu o privei de todos esses anos com seu filho.
"O que você está pensando?", Mark perguntou.
"Eu nem sei direito.", eu disse. "É muito em que pensar."
"Mas, é mesmo?", ele perguntou. "Você está obviamente apaixonada
por ele. Eu poderia dizer isso só de ouvir você ao telefone, e agora que
estou olhando para você, está pintado em todo o seu rosto. E se estou certo
sobre a minha avaliação dele e ele tem sentimentos por você, então o que
está impedindo você?"
"Acho que você sabe a resposta para isso.", eu disse. "Se eu fosse ficar
com Drew, significaria ter que dizer a ele que Oliver é dele. Só não estou
pronta para isso ainda."
"Por que não?", ele perguntou. "Eu não entendo o motivo pelo qual
você nunca disse a ele para começar."
"Havia muita coisa acontecendo.", eu disse a ele. "Não é algo fácil de
dizer a alguém. Especialmente alguém com quem você não tem um
relacionamento, e de quem você se separou por um motivo muito
ruim. Sinceramente, nunca pensei que o veria novamente, então manter isso
em segredo não parecia grande coisa na época."
"E agora?", Mark perguntou. "Como se sente agora?"
"Fica mais difícil cada vez que vejo Drew. Sempre foi difícil olhar para
Oliver e ver seu pai em seu rosto. Me trazia uma lembrança constante do
que perdi, do que me afastei e nunca me dei a oportunidade de ter. Mas
também sei o que nunca dei a Oliver a oportunidade de ter. Mas, em todos
esses anos, consegui justificar dizendo que Drew e eu não tínhamos um
relacionamento real e não tinha ideia de que tipo de vida poderíamos ter
tido juntos. Agora vejo o homem que ele se tornou e percebo a vida que
poderíamos ter tido. Muitas vezes quase contei a ele. Eu sei que não posso
aguentar muito mais tempo, e isso me assusta."
"Não deveria assustar você.", disse Mark. "Eu sei que não seria a
conversa mais fácil do mundo, mas é uma que você deveria ter tido há
muito tempo. Não é apenas sobre você ou Oliver. Drew merece saber que é
pai. Ele merece a oportunidade de conhecer o filho. Eu conheço Oliver, e
ele é um garotinho absolutamente incrível. Qualquer homem ficaria
orgulhoso de tê-lo como filho, e o único homem no mundo que tem esse
privilégio não sabe disso."
As palavras quase me tiraram o fôlego. Mark foi capaz de falar tudo
tão claramente, tão claramente.
"Ele seria um pai tão bom.", eu disse. "Não se trata apenas de dinheiro
ou estabilidade ou qualquer coisa assim. Temos estado bem e
continuaremos bem. Mas Mark, Drew é um bom homem. Um homem
genuinamente bom. Ele é temperamental, mas também é gentil, paciente e
generoso. No ententando, não tenho nenhuma ideia de como ele reagiria a
ideia de ser pai. Talvez ele não queira ser pai e nunca quis. Ele está vivendo
sua vida perfeitamente feliz sem saber que tem algo que talvez não queira.
Descobrir que Oliver é ser filho pode fazer tudo desmornar ao redor dele e
nos deixar numa posição muito ruim. Você sabe porque estou
enlouquecendo pensando nisso.
Mark terminou seu donut e engoliu com o resto do café.
"É muito em que pensar, realmente. Você sabe como me sinto sobre
isso. Esse homem merece saber que é pai, não importa o quê. Se ele já
pensou ou não em ter filhos, ou se ele os quis ou não, realmente não
importa. Você não pode levar isso em consideração, até porque a verdade é
que ele já tem um. E não cabe a você decidir como ele se sente a respeito,
ou tentar protegê-lo de ter uma reação negativa a isso. Mas, novamente, é
muito em que pensar. E eu não acho que você vai chegar a uma conclusão
sobre isso depois de um donut comido pela metade e café que está esfriando
rapidamente. Então, vamos fazer outra coisa.", disse Mark.
"O que você quer fazer?", eu perguntei, comendo outro pedaço do meu
donut despedaçado.
"Bem, você tem falado sobre todo o trabalho que está fazendo e como
está tentando progredir em sua carreira. Como alguém que estava lá para
ver as próprias sementes da sua carreira serem plantadas e começarem a
brotar, eu adoraria ver o que você tem feito."
Fiquei emocionado por ele ter oferecido. Mark foi uma espécie de
mentor para mim enquanto estávamos em Nova York, trabalhando para a
mesma empresa, e eu coloquei muito crédito em suas opiniões sobre o meu
trabalho. Eu podia confiar que ele seria absolutamente honesto sobre meu
progresso e os planos que eu tinha. Ele ajudaria a garantir que eu estava no
caminho certo e dando os passos certos para alcançar meus objetivos.
Mas ele estava de férias na Califórnia. Ele tirou um tempo para vir me
ver, não para me ajudar a trabalhar. Eu não queria pedir esse tipo de ajuda e
parecia presunçosa. Mas agora que ele se ofereceu, mal podia esperar para
levá-lo ao meu escritório e mostrar o que tenho feito. Uma vez lá, ele ouviu
pacientemente enquanto eu descrevia cada projeto em que estava
trabalhando e cada perspectiva que tinha. Apresentei meus planos para
meus clientes e os detalhes do que esperava realizar em vários estágios no
futuro. Até mesmo tê-lo parado ali foi útil. Ele não precisou dizer nada e
parecia que eu estava pensando com mais clareza. Queria saber se ele
achava que eu estava bem.
Acontece que Mark achava que eu estava indo muito bem e isso
significava muito para mim. Eu nunca havia superado meu desejo de
realizar grandes coisas e me destacar no que estava fazendo. Embora tenha
começado como um desejo de agradar meus pais e obter a aprovação deles,
passou a ser o desejo de fazer isso por mim mesma. Mas à medida que
Oliver crescia, esse desejo se transformou em querer fazer o bem para ele,
ser um bom modelo para ele e mostrar o que o trabalho duro pode
realizar. Eu queria dar a ele uma boa vida e ter certeza de que ele sempre
soubesse que eu fiz tudo o que podia por ele. Isso foi especialmente
importante depois de como meus pais reagiram por eu ter um filho fora do
casamento e como eu sabia que isso o faria se sentir quando tivesse idade
suficiente para entender a situação. Não importa o que aconteça, eu queria
que ele soubesse que eu o amava com tudo o que tinha em mim e que fiz de
tudo para ser o melhor que pudesse para nós dois.
CAPÍTULO 29
DREW

N a manhã seguinte, liguei para Asia mais cedo, antes que soubesse que
ela iria embora para trazer Oliver para a escola. Ela respondeu soando
apressada e confusa.
"Drew? Algo está errado?", ela perguntou. "Por favor, me diga que
você não está ligando para dizer que algo aconteceu e você não vai poder
vir hoje. Falei com Ishko esta manhã e ele mencionou 'meu marido
encantador' quatro vezes na conversa."
"Isso parece um pouco extremo, mas não, não é por isso que estou
ligando. Na verdade, queria perguntar se deveria buscá-la. Se por acaso um
deles estiver do lado de fora ou olhando pela janela ou algo assim, eles
podem achar que é estranho para nós aparecermos separadamente.", disse a
ela.
Foi um pouco forçado, mas eu não queria admitir que só sentia falta
dela e queria uma desculpa para passar mais tempo com ela, mesmo que
fosse apenas alguns minutos. Eu tinha me acostumado a ter grandes
períodos de tempo ininterrupto com ela enquanto estávamos no Japão, eu
não percebi o quanto isso iria me atingir quando voltássemos para a
Califórnia e não estávamos escondidos em um quarto de hotel ou sendo o
casal feliz o tempo todo. Sua ausência era palpável. Especialmente depois
de vê-la com aquele cara Mark. E eu queria encontrar uma maneira de
passar um tempo extra só com ela.
Mas não foi assim. Ela fez um som que me disse imediatamente que
ela não concordaria que eu a buscasse.
"Eu realmente não posso fazer isso. Tenho planos com Mark esta tarde,
então ele vai me trazer e me deixar.", disse ela.
"Você não acha que vai parecer um pouco estranho?", eu
perguntei. "Se eles virem você aparecendo com outro homem e seu marido
chegando sozinho?"
Ela hesitou. "Você está certo." Quase me senti vitorioso, antes que ela
continuasse. "O escritório de Ishko não fica muito longe do seu. Por que
não peço a Mark para me trazer ao seu escritório, e então podemos ir juntos
para a casa de Ishko. Depois disso, Mark me encontrará em seu
escritório. O que acha?"
Eu não poderia argumentar muito bem com ela quando ela me deu uma
solução perfeitamente lógica e realista para o problema que eu acabara de
apresentar a ela, então concordei. Desligamos o telefone e eu me preparei
para o trabalho. Cheguei ao escritório a tempo de ver Mark estacionar com
Asia no banco do passageiro ao lado dele. Não era isso que eu queria
encontrar tão cedo, ou em qualquer outro momento. Eu não queria vê-los
juntos, mas, ao mesmo tempo, eu sabia que tinha que colocar meu ciúme
sob controle.
Asia nunca fez nenhuma promessa para mim. Nunca havíamos
declarado nenhum sentimento ou discutido sobre um relacionamento
real. Independentemente do que aconteceu entre nós em Tóquio, o
relacionamento era falso. Tudo isso. Mesmo que eu não tivesse tirado o anel
desde que voltei para San Francisco, percebi assim que ela entrou em meu
escritório no dia anterior que ela o fez. O meu estava lá agora, brilhando ao
sol em meu dedo. Fiquei olhando para ele apenas até ver Asia vindo em
minha direção, e então olhei para ela. Ela sentou-se ao meu lado e eu fui
para o escritório de Ishko sem dizer uma palavra.
Seus olhos deslizaram para mim algumas vezes durante a viagem
como se ela estivesse esperando que eu dissesse algo ou quisesse dizer algo
ela mesma. Quando chegamos ao escritório, nenhum dos dois havia
acontecido, então desci e dei a volta até a porta do passageiro para deixá-la
sair, como qualquer marido obediente faria. Ela pegou minha mão e eu
soltei um suspiro profundo enquanto colocava um sorriso falso em
preparação para o que estava por vir.
Lá dentro, George nos encontrou no saguão. Ele estendeu a mão,
angulando-a mais em minha direção do que na de Asia, mas ela se
aproximou e apertou primeiro.
"Bom dia.", disse ele. "Venha comigo."
Ele nos guiou através do prédio para um escritório. Eu esperava que
fosse muito parecido com os que vimos no Japão, mas, em vez disso, era
elegante e moderno, minimalista em sua decoração.
"Estes escritórios são para meu filho. Como você pode ver, a maçã
certamente pode cair longe da árvore.", disse George.
O fato de ele estar tentando fazer uma piada era mais engraçado do que
a própria piada, e Asia e eu sorrimos. Um homem entrou atrás de nós,
trazendo uma xícara de café e parecendo que o tínhamos pegado
ligeiramente desprevenido.
"Oh. Olá.", disse ele.
George gesticulou para ele. "Este é meu filho, Henry. E esta é Asia
Humphry. "
Asia entendeu a deixa e estendeu a mão para mim.
"E este é meu marido, Drew.", disse ela.
Henry sorriu amplamente e veio em sua direção para apertar sua mão.
"Claro. Estou muito ansioso para conhecê-la, Ásia.", disse ele. "Você
vai ter que me perdoar por não parecer mais preparado. Perdi a noção do
tempo de trabalho esta manhã. Mas estou muito feliz por ter você
aqui. Entre. Sinta-se em casa."
Asia e eu trocamos olhares e eu descansei uma mão em suas costas e
gesticulei com a outra, guiando-a em direção à mesa de Henry. Ele se
sentou atrás dela e notei George sair da sala. Eu me perguntei o quanto
disso era ele não gostando de estar em uma situação em que não estava no
controle, e quanto disso era a pedido de seu filho. Agora que estávamos
sentados em frente ao Ishko mais jovem, percebi como ele realmente era
muito mais jovem. Asia e eu tínhamos pelo menos alguns a mais, mas não
havia arrogância ou senso de direito sobre ele. Ele não exalava o mesmo
senso de superioridade inflada e auto-importância. Na verdade, ele estava
olhando para Asia com admiração.
Quanto mais ele falava, mais parecia que estava apaixonado por Asia e
suas habilidades. Ele definitivamente não viu apenas uma mulher que
entrou em busca de uma posição. Ele podia ver seu enorme valor e o que
ela poderia trazer para a empresa. De onde eu estava sentado, parecia óbvio
que George era muito afortunado por ter seu filho por perto. Isso significava
que ele tinha alguma proteção contra seu próprio pensamento retrógrado
que poderia protegê-lo de perder um funcionário fantástico.
"Como tenho certeza de que você notou, meu pai tem algumas ideias
antiquadas.", disse Henry.
Ele se inclinou ligeiramente sobre a mesa ao dizer isso, como se
estivesse confiando em nós. Asia deu uma risada educada e acenou com a
cabeça.
"Um pouco.", disse ela.
"Mas parece que você não teve medo de enfrentá-lo e mostrar a ele
quem você é. Afinal, você tentou esconder seu marido dele." Henry disse
com uma risada.
Asia deu de ombros. "Não sei se diria que o escondi. Mas meu estado
civil não influencia minhas habilidades profissionais, então não achei que
ele precisasse fazer parte da conversa."
Henry acenou com a cabeça. "Bem, não importa para mim. Não tenho
os mesmos pensamentos e ideias que meu pai. O que importa para mim é o
quão boa você é no que faz. Meu pai compartilhou comigo o teste que você
fez para ele durante sua visita a Tóquio, e a partir disso, e do que mais eu vi
e ouvi, sinto-me confiante de que você é perfeita para o que precisamos."
"Obrigada.", disse ela.
Estendi a mão para a Asia e apertei a mão dela. Henry abriu uma
gaveta de sua escrivaninha e tirou um arquivo. Ele o colocou sobre a mesa e
deslizou para ela.
"Aqui está toda a papelada. Se você apenas assinar, estaremos
prontos.", Henry disse a ela.
Asia ansiosamente abriu o arquivo e tirou os papéis. Aceitando uma
caneta de Henry , ela começou a trabalhar adicionando sua assinatura e
iniciais a cada página. Fiquei aliviado ao ver seus olhos passando
rapidamente pelos papéis antes de assiná-los, lendo as informações
rapidamente para que soubesse exatamente o que estava colocando seu
nome. Ela adicionou sua última assinatura com um floreio, fechou o
arquivo e colocou a caneta em cima. Henry sorriu enquanto se levantava e
estendia a mão para Asia. Ela retribuiu, apertando sua mão alegremente
enquanto envolvia meu braço em volta de sua cintura e a puxava para perto
de mim para um aperto de parabéns.
Quando a mão dela caiu da mão de Henry, a porta do escritório se
abriu novamente e George entrou carregando uma garrafa de saquê. Eu o
reconheci como algo que bebemos em Tóquio. Era uma coisa forte,
especialmente para dez da manhã. Rimos e comemoramos pela meia hora
seguinte antes que Asia e eu finalmente nos afastássemos.
"Vou ligar para um taxi.", eu disse a ela enquanto caminhávamos para
o estacionamento.
De jeito nenhum eu confiaria em mim mesmo ao volante depois da
série de doses de saquê que acabei de tomar. Eles vieram em uma sucessão
tão rápida que eu tinha certeza de que ainda não estava sentindo o efeito
total deles. Mas em vez de concordar, ela ergueu os olhos do telefone com
uma expressão ligeiramente surpresa.
"Oh, eu acabei de enviar uma mensagem para Mark. Ele só vai me
encontrar aqui. Achei que fazia mais sentido.", ela me disse.
"Claro.", eu disse. "Sem problemas. Vou esperar com você até que ele
chegue aqui."
Por mais que eu não quisesse ver os dois juntos novamente, também
não a deixaria parada no estacionamento sozinha. Mark deve ter virado a
esquina, porque demorou apenas alguns minutos para entrar no
estacionamento e parar na nossa frente. Baixando a janela, ele se inclinou
para fora.
"Como foi?", ele perguntou.
"Eu assinei os papéis.", Asia anunciou.
Ele deu um grito de alegria e ela sorriu, fazendo o ciúme dentro de
mim aumentar ainda mais.
"Isso é fantástico. Eu sabia que voce iria conseguir. Definitivamente,
vamos comemorar esta noite! ", disse Mark.
Asia voltou seu sorriso para mim.
"Você virá, certo? E traga Scott também. Depois de tudo isso,
merecemos uma festa!"
Ela não esperou que eu respondesse, mas saltou para dentro do carro e
acenou enquanto eles se afastavam. Eu assisti até ela ir embora antes de
entrar no meu carro. Eu odiava a sensação de mal-estar no estômago. Só
havia uma coisa a fazer. Eu tive que ir para a festa. Evitá-la só pioraria as
coisas. Se eu fosse superar me sentindo assim, teria que enfrentar isso de
frente.
CAPÍTULO 30
ASIA

"E u sei que acabei de voltar para a cidade. Tem certeza de que não se
importa?", eu perguntei a Dylan.
Meu irmão balançou a cabeça enquanto aceitava o sanduíche de pasta
de amendoim e geleia que eu estendi para ele. Oliver já tinha pegado o dele
e estava sentado na varanda de trás, comendo e provavelmente
compartilhando com o cachorro. Esse era um hábito que eu teria que tentar
quebrar o mais rápido possível. Era difícil para ele entender que a comida
que era boa para ele não era boa para o filhote, e depois que algumas
pesquisas feitas recentemente revelaram os perigos das uvas para os cães,
eu estava um pouco nervosa.
"É claro que não me importo.", disse ele. "Eu gosto de tê-lo por
perto. Na verdade, estou sentindo falta dele. Vai ser bom ter outra noite
juntos. Além disso, estávamos planejando um acampamento no quintal, mas
você chegou em casa antes que pudéssemos fazê-lo. Talvez possamos tentar
isso esta noite."
"Um acampamento no quintal?", eu perguntei, insegura sobre a ideia
de Oliver dormindo do lado de fora. "Ele nunca fez isso antes."
"E ele provavelmente não fará isso esta noite.", disse Dylan com uma
risada. "Sejamos honestos. Ele provavelmente vai entrar em seu saco de
dormir, ficar lá por cerca de vinte minutos e então decidir que quer
entrar. Mas isso vai ser divertido de qualquer maneira. Podemos fazer
marshmallows no fogão e assistir a um filme."
Eu ri e fiz um sanduíche para mim.
"Obrigado. Eu realmente agradeço.", eu disse a ele.
"De nada. Você trabalhou muito para conseguir esse contrato e merece
comemorar. Espero que você se divirta."
Meus olhos deslizaram para o lado. Eu conhecia meu irmão, e havia
algo mais nessa declaração hoje que apenas as palavras.
"O que você quer dizer com isso?", eu perguntei.
"O quê? Espero que você se divirta.", repetiu ele. Hesitei por um
segundo e ele deu uma grande mordida em seu sanduíche. "E que você seja
cuidadosa."
"Aí está.", eu disse, balançando minha cabeça. "Eu vou ficar bem,
Dylan. Eu sou uma garota crescida. Posso fazer uma festa com alguns
amigos e não é o fim do mundo."
"Eu não disse que era o fim do mundo. Eu sei que você pode. É apenas
Drew. Você não toma as melhores decisões quando se trata dele.", disse ele.
Havia muito mais nisso do que ele sabia.
"Eu vou ficar bem,", eu assegurei a ele. "Não é como se fosse só nós
dois. O melhor amigo de Mark e Drew, Scott, também estará aqui. E eu
estava planejando ligar para Hillary da escola de Oliver para ver se ela quer
vir."
"Vai ser ótimo.", disse ele.
"Também acho. Estamos apenas começando a nos conhecer, mas gosto
muito dela e nos damos muito bem. É bom ter uma mulher na minha vida, e
definitivamente ajudaria ter outra garota essa noite", eu disse.
Eu mandei Oliver para a casa de Dylan e comecei a me preparar para a
festa. Hillary parecia animada com a perspectiva de vir. Tínhamos nos
encontrado no fim de semana para um café, mas foi apenas uma visita
rápida. Seria uma forma divertida de nos conhecermos melhor e apresentá-
la a outras pessoas da minha vida. Por mais divertida e agradável que fosse,
Hillary me pareceu o tipo de pessoa que não tinha muita vida social.
Com isso resolvido, fui até a loja para comprar suprimentos. Era
apenas uma noite de terça-feira, então nenhum de nós deveria ficar bêbado
porque tínhamos trabalho pela manhã. Todos nós, exceto Mark, que ainda
estava de férias e podia fazer o que quisesse. Mas isso não me impediu de
pegar vários tipos de licores e fazer uma jarra de margaritas antes que todos
aparecessem. Quando Hillary chegou, o balcão da minha cozinha estava
cheio de bebidas e eu estava fazendo uma enorme variedade de lanches. Ela
saltou para me ajudar e, quando os rapazes chegaram, estávamos prontos
para a nossa celebração.
"Eu gostaria de fazer um brinde.", disse Drew, segurando sua bebida
com uma mão enquanto pegava outro lanche com a outra. "Para a Asia e
sua teimosia."
Todos riram e brindaram.
"Digo o mesmo.", disse Mark.
Nós brindamos novamente e então Scott se intrometeu.
"E ao fato de que ela realmente fez as coisas. Ela pode ser teimosa e
pode ter algumas ideias malucas, mas ela conseguiu o que queria.", disse
ele.
Hillary tomou sua bebida, mas balançou a cabeça, olhando para todos
nós interrogativamente.
"Sinto que perdi algo.", disse ela.
Todos os caras olharam para mim e eu dei de ombros.
"Continue. Você também pode contar a ela. Funcionou, então não há
porque tentar manter isso em segredo agora. "
Scott riu e bateu seu copo contra o meu.
"O homem com quem Asia estava entrevistando não queria trabalhar
com uma mulher solteira. Ele não disse isso diretamente a ela, é claro.",
disse Mark.
"Porque isso teria sido uma discriminação absurda.", eu
interrompi. "Em vez disso, tive que ouvir de outras pessoas que
trabalhavam em seu escritório. Então, decidi que se quisesse conseguir o
emprego, teria que dizer que era casada."
"Mas você não é.", disse Hillary, parecendo confusa.
"Eles não sabem disso", disse Drew.
"Pelo menos, até ela contar a eles que era casada com Drew", disse
Mark.
"O quê?", Hillary perguntou incrédula.
Eu me aproximei de Drew e passei meu braço pelo dele, descansando
minha cabeça em seu ombro.
"Conheça meu falso marido, Drew.", eu disse. "Nós tínhamos um lindo
casamento falso e estávamos registrados nas melhores lojas de produtos
falsificados. E nossa lua de mel falsa foi certamente uma viagem
inesquecível. Eu vou ter que te mostrar todas as fotos falsas algum dia."
Hillary piscou como se ela não conseguisse entender o que eu acabei
de dizer a ela. Quando isso aconteceu, ela caiu na gargalhada.
"Isso é incrível!", disse ela quando se recompôs. "Um casamento falso
é tão perfeito."
Notei que ela olhou para Mark, uma sobrancelha ligeiramente
levantada. Foi um gesto sutil, que provavelmente fui a única a notar, mas se
destacou para mim.
Mark olhou para mim e suas sobrancelhas se ergueram um pouco
como se ele estivesse tentando me enviar uma mensagem. Percebi que
ainda estava perto de Drew, segurando seu braço. Parecia tão natural que
nem pensei em deixá-lo ir. Afastando-me rapidamente dele, me dirigi para a
comida e agarrei a primeira coisa que cheguei perto. Voltamos a
comemorar, com Drew e eu contando para o resto do grupo histórias de
Tóquio em lados opostos da sala. Ele continuou olhando para mim, e notei
várias vezes que seus olhos se voltaram para Mark, sua expressão difícil de
ler. Era como se ele estivesse tentando descobrir algo, mas não tivesse
certeza do que era.
Por mais que estivéssemos nos divertindo, nenhum de nós queria que a
noite acabasse. Mas ainda era terça-feira, então não podíamos continuar a
noite toda. Do jeito que estava, todos nós sentiríamos isso pela
manhã. Mark era o único que podia simplesmente se enterrar sob os
travesseiros e dormir o resto do dia. O restante de nós teria que lidar com as
consequências da celebração no trabalho, então queríamos minimizar o
impacto.
Por volta da meia-noite, começamos a embrulhar as coisas. Todo
mundo foi inteligente o suficiente para usar aplicativos de carona
compartilhada para chegar à minha casa, então pegaram os telefones para
chamares o motorista que os levaria para casa. O único que não ligou foi
Drew. Enquanto eu embrulhava alguns dos lanches que sobraram, Drew
entrou na cozinha.
"Vou esperar um minuto quando todos forem embora, ok?", ele
perguntou.
"Hum, claro." eu disse, não sabendo mais como responder. "Está tudo
bem?"
"Eu só preciso falar com você e queria ter certeza de que estávamos
sozinhos.", ele me disse.
Eu concordei. "OK."
Terminei de guardar tudo e fui para a sala me despedir de todos. Scott
me deu um abraço rápido.
"Parabéns, novamente. Acho que agora posso dizer oficialmente que
vejo você no escritório.", disse ele.
"Sim, você pode.", eu disse a ele com um sorriso.
"Talvez você consiga manter este na linha.", ele disse, gesticulando
para Drew. "Eu duvido, mas tenho tentado há anos e preciso de uma pausa."
Eu ri. "Sem promessas, mas farei o meu melhor."
"Vejo você amanhã." ele disse a Drew.
Ele saiu e Mark se aproximou de mim. Ele me envolveu em um grande
abraço e beijou minha bochecha.
"Estou tão orgulhoso de você.", disse ele. "Você merece tanto isso. Mal
posso esperar para ouvir tudo sobre isso."
"Obrigada. O que faremos nos próximos dias antes de você partir?", eu
perguntei.
"Estou pensando em dormir por um bom tempo amanhã, mas vou
pensar em algo divertido e te aviso. Talvez a gente leve Ollie para algum
lugar.", ele me disse.
Eu balancei a cabeça e dei-lhe mais um abraço antes de ele sair. Então
foi a vez de Hillary. Ela me abraçou e sorriu para mim.
"Obrigado por me convidar. Foi muito divertido.", disse ela.
"Obrigado por vir. Estou feliz que você pôde conhecer todo mundo."
Ela sorriu e saiu. Eu não pude deixar de notar Mark pairando do lado
de fora como se estivesse esperando por ela. Eu me perguntei se poderia
haver algo acontecendo lá, mas era muito cedo para dizer. Além disso, ele
não ficaria na cidade por muito tempo, e eu não sabia se Hillary era o tipo
dele. Quando eles se foram, eu me virei para Drew. Eu sabia que ele estava
certo. Provavelmente deveríamos conversar. Mas ele estava bem ali, e
parecia tão bom. Eu não pude resistir.
Fui até ele, segurei seu rosto com as mãos e o beijei. Ele gemeu,
descansando a mãos em meus quadris e pressionando mais forte o beijo. O
som só fez ficar mais quente, e eu sabia que estava perdida. Não haveria
conversa. Não por um bom tempo. Afastei minha boca da dele e segurei a
frente de sua camisa para arrastá-lo para o meu quarto. Não houve
hesitação, sem esperar ou bancar a tímida. Assim que entramos no quarto,
comecei a despí-lo.
CAPÍTULO 31
DREW

E u mal fechei a porta do quarto quando os dedos longos e delicados de


Asia começaram a trabalhar em meu cinto, puxando-o para que ficasse
apertado antes de soltar quando ela o abriu. Um som entre uma risadinha e
um suspiro ronronou de seus lábios enquanto ela derretia seu corpo no meu,
seus dedos procurando pelo meu zíper e puxando minha calça para baixo.
Eu esmaguei meus lábios nos dela quando seu aperto suave encontrou o
meu pau e puxou-o através o zíper. Seu sorriso fez seus lábios estreitarem
quando nosso beijo se separou, e ela olhou para baixo para se ver me
acariciando. Coloquei minha palma em sua bochecha, puxando-a de volta
para outro abraço apaixonado, e dei um passo hesisante para que ela
pudesse ficar alinhada comigo.
Fui até a cama com a intenção de tirar o resto das minhas roupas, mas
quando cheguei ao colchão, ela colocou a mão no meu peito e me guiou
para sentar. Eu o fiz, e ela se ajoelhou diante de mim, seus olhos brilhando à
luz da lâmpada enquanto ela continuava a me acariciar em um padrão longo
e lento. Eu gemi quando ela me levou em sua boca, e a sensação quente e
úmida quase me levou ao limite em meros momentos. Como ela puxou-se
para baixo, minha cabeça roçou a parte de trás de sua garganta, e ela gemeu
profundamente. A vibração de sua voz combinada com a sensualidade
absoluta de saber o que a estava causando era demais para suportar. Eu me
levantei, lento o suficiente para ela reconhecer o que estava acontecendo,
mas rápido o suficiente para não ter uma discussão.
Ela se inclinou para trás enquanto eu rasgava minha camisa, jogando-a
de cima de mim, e então desabotoou minhas calças para que caíssem em
torno dos meus tornozelos. Fiz um gesto para que ela se levantasse e,
quando o fez, eu a peguei e girei. Sua risada era livre e fácil e
indescritivelmente sexy quando ela saltou na cama e começou a puxar sua
própria camisa. Eu puxei sua calça, e logo ela estava nua na minha frente,
com as mãos atrás dela enquanto se sentava e mordia o lábio inferior.
Eu subi na cama, levando meu tempo agora. Meu pau ansiava por estar
dentro dela novamente, mas eu queria que ela soubesse o quanto eu a
desejava. Queria exaltá-la com minha língua e trazer seu corpo ao limite
antes de penetrar nela. Mergulhei minha cabeça entre suas coxas e suas
mãos cravaram em meu cabelo, apertando enquanto eu arrastava meus
lábios até a parte interna da coxa. Deslizando minha língua ao redor dela, eu
podia senti-la tremer sob meu toque, e eu soprei um hálito quente na pele
agora molhada e me deliciei com os arrepios que cobriam suas pernas.
Suas costas arquearam quando deslizei minha língua ao longo de suas
dobras. Segurei-a pelos quadris para que eu pudesse sentir o gosto dela,
para deleitar-me de sua doçura. Ela resistiu sob meu aperto quando circulei
seu clitoris e soltou um grito. Eu deslizei uma mão sob sua bunda redonda e
dura e a segurei forte por um momento, enquanto intensificava meu
foco. Lentamente, deslizei dois dedos para sua abertura, aumentando a
velocidade da minha língua, e quando os empurrei para dentro dela, ela
apertou suas coxas em volta de mim e seu aperto no meu cabelo
aumentou. Eu podia sentir ela pulsando em torno dos meus dedos enquanto
criava um ritmo com eles para ir com a velocidade da minha língua. Uma
mão deixou meu cabelo e agarrou os lençóis ao seu lado, e eu sabia que ela
estava à beira de um orgasmo poderoso. Isso me encorajou, me fazendo
querer dar a ela o máximo de prazer possível. Ela começou a tremer e meu
nome saiu de seus lábios quando ela chegou ao clímax.
Enquanto seu corpo tremia, seus dedos cravaram em minha pele, me
puxando para mais perto, e eu segui beijos em sua barriga. Meu corpo se
fundiu com o dela, e eu coloquei um mamilo em minha boca, sugando-o e
sacudindo-o com minha língua. Seu corpo vibrou sob o meu, e eu sabia que
ela desejava a mesma coisa que eu. Eu posicionei meus quadris e afundei
nela. Sua boceta quente e úmida apertou em torno do meu pau e eu
empurrei o mais profundamente que pude e fiquei lá. Ela teve uma
convulsão em torno de mim e esperei que ela se ajustasse. Finalmente,
comecei a me mexer, suavemente no início. Peguei as mãos dela e nossos
dedos se envolveram, e empurrei-os no colchão enquanto aumentava minha
velocidade.
Asia envolveu suas pernas em volta dos meus quadris, não querendo
me deixar ficar longe dela. Não que eu pretendesse. Beijei seu pescoço,
sentindo o gosto do suor que escorria por ela, lambendo-o. Ela começou a
arquear o corpo novamente e eu entendi a dica. Eu rolei para o lado,
puxando-a comigo para que ela ficasse por cima. Ela riu enquanto rolava e
parecia ter prazer em estar no controle.
Eu deixei minhas mãos correrem pelos seus lados até que elas
seguraram seus seios pesados e fartos. Eu os segurei no lugar enquanto ela
saltava no meu pau, enchendo-se mais profundamente com cada impulso
para baixo. Suas mãos se estenderam para trás para que descansassem em
meus joelhos, apresentando-se a mim ainda mais. Tirei uma mão de seus
seios e lambi a ponta do meu polegar. Eu toquei seu clitóris, circulando em
um movimento lento e insistente quando ela começou a se esfregar em
mim. Sua voz estava ficando mais alta, e eu sabia que ela estava perto de
outro clímax. Saber que ela estava com tanto prazer era mais do que eu
poderia suportar, e eu podia sentir meu próprio clímax chegando. Minha
mão livre foi para seu quadril para ajudar a guiá-la na velocidade, ficando
mais rápida, mais forte e mais intensa. De repente, ela bateu em meus
quadris, seu corpo apertando quando ela atingiu o clímax, e eu gozei com
força dentro dela. Ela me ordenhou enquanto cavalgava na onda de seu
orgasmo, e eu a puxei com força, então empurrei o mais profundamente
possível dentro dela. Ela desabou em meu peito enquanto seu corpo tremia
e vibrava, até que a onda acabou e eu estava completamente vazio.
A manhã parecia chegar muito cedo. Ele parecia ser uma tendência em
curso agora que a Asia estava de volta na minha vida. Ela interrompeu
muito a minha rotina. Na manhã seguinte, quando acordei enrolado com ela
nos lençóis, minha cabeça latejava e minha boca parecia que estava cheia de
algodão. Tentei me desvencilhar, sair da cama para tentar encontrar um
pouco de Tylenol, mas assim que me mexi, ela abriu um olho para olhar
para mim. Eu dei a ela o máximo de sorriso que pude lidar com a dor de
cabeça.
"Sabe, precisamos parar de nos encontrar assim.", brinquei.
Era para quebrar a tensão, dar um pouco de leveza à situação
embaraçosa. Mas, pelo olhar azedo no rosto de Asia, a piada tinha sido sem
graça.
Saí da cama e coloquei um cobertor em volta de mim. Do outro lado
da sala, pude ver seu anel na ponta da cômoda. Ela nem tinha pensado em
colocá-lo no dia anterior. Obcecada por detalhes, ela ainda conseguiu perder
um que quase arruinou todo o plano. Eu não tinha tirado o meu desde o
momento em que o coloquei, mas parecia que ela se livrou do dela na
primeira oportunidade. Pelo menos deixou as coisas claras. Certificando-me
que ela estava olhando, tirei o meu e coloquei-o sobre a cômoda ao lado
dela. Eventualmente, eu os pegaria e os devolveria à loja, como sempre
pretendi.
"Vou fazer um café. Você quer um pouco?", Asia perguntou enquanto
saía da cama.
Ela ficou parada por um segundo, parecendo um pouco vacilante nas
pernas.
"Sim. Vou tomar um banho rápido.", eu disse a ela.
Ela assentiu e foi lentamente para a cozinha. Depois de tomar banho,
fui para a cozinha. Ela já tinha feito o café e uma caneca vazia estava ao
lado da cafeteira esperando por mim. Um prato de doces na mesa e a
sensação de trepidação entre nós me fez sentir como se tivesse acabado de
descer para o café da manhã continental em um hotel, depois de uma noite
de sexo casual.
Sentamos à mesa juntos, mas era como se estivéssemos a milhares de
quilômetros de distância. Nenhum de nós fez menção de ser o primeiro a
falar; nenhum dos dois queria ser o único a iniciar a conversa. Bebemos
nosso café e comemos os doces. Eu estava tentando encontrar palavras para
dizer quando a porta dos fundos se abriu e Oliver apareceu.
"Mamãe, preciso da minha mochila. Você não mandou e eu tenho que
ir para a escola. Tio Dylan vai me levar.", ele disse.
Eu olhei para o garotinho e ele me olhou como se eu fosse
uma maravilha. Havia algo sobre aquele garoto que simplesmente me
fascinava, mas eu não tinha certeza do que era. Tentei novamente adivinhar
quantos anos ele tinha. Ele falava bem e estava na escola, mas parecia
muito avançado para a pré-escola. Jardim de infância, talvez? Mas não,
porque isso significaria ... Não. Não era possível. O momento parecia certo,
mas não havia nenhuma maneira de Asia ser louca o suficiente para me
deixar voltar à sua vida e exibir meu próprio filho na minha frente sem
dizer uma palavra. Ela deve ter ficado com o pai dele logo depois que nosso
caso acabou.
Asia foi buscar a mochila, e eu a usei como a desculpa perfeita para
sair. Liguei de volta para ela, deixando-a saber que eu estava saindo, e fui
embora. Foi quando me dei conta - eu não estava com meu carro.
Merda. Eu estava tentando ser responsável na noite anterior, usando
um aplicativo em vez de dirigir, sabendo que ela pretendia que
bebêssemos. Não tinha passado pela minha cabeça que eu poderia passar a
noite e não seria capaz de chegar ao escritório pela manhã. Eu chamei um
carro e fiquei do lado de fora esperando por ela. Dylan saiu da garagem e
Oliver acenou para mim pela janela. Não recebi a mesma saudação
amigável do irmão de Asia, que olhou em minha direção antes de virar o
carro rua abaixo e ir embora.
Cheguei em casa e considerei apenas ficar lá. Talvez eu continuasse
com meu padrão de má tomada de decisão e apenas bebesse até dormir. Eu
rapidamente decidi contra esse plano, percebendo que não iria me fazer
bem. Essa era a minha realidade e eu precisava me acostumar com isso. Em
vez de me sentir mal e miserável por mim mesmo, eu precisava continuar
com minha vida.
Eu me vesti e fui para o escritório, planejando me jogar no
trabalho. Mas esse plano desapareceu assim que entrei e vi Hank sentado no
escritório tomando café com Scott. Meu melhor amigo parecia estar
destruído. Eu sabia que ele geralmente bebia muito mais do que na noite
anterior e ficava fora até muito mais tarde, mas algo deve tê-lo atingido
com força. Os círculos escuros sob seus olhos e a cor pálida quase
compensaram o que senti depois da festa no pavilhão de caça. Só que não
consegui reunir energia ou entusiasmo para atormentá-lo com minha alegria
do jeito que ele tinha feito comigo.
"Bom dia, Hank.", eu disse.
"Bom dia, Drew. Você disse que me avisaria se o encontro com o filho
de Ishko fosse frutífero, mas não ouvi de você. Pensei em passar para
verificar.", disse o homem mais velho.
Eu queria rir, mas apenas o pensamento era doloroso.
"Sim, foi ótimo.", eu disse a ele. "A Ásia assinou os papéis ontem."
"É maravilhoso ouvir isso. Sei que ela se encaixará muito bem aqui e
vocês dois trabalharão bem juntos.", disse ele.
Ele largou a caneca de café e saiu antes que eu tivesse a chance de
dizer a ele para parar de tentar bancar o cupido. Não havia nenhuma chance
agora. Asia não me queria para nada além de subir na carreira. Suas
habilidades podem ser boas para a empresa, mas era isso.
CAPÍTULO 32
ASIA

E ntrei no escritório na segunda de manhã com um sorriso no rosto. A


semana passada definitivamente não tinha sido do jeito que eu
pensava. Depois da reunião com Henry Ishko, percebi que o casamento
falso com Drew havia acabado. Eu tinha feito o que pretendíamos realizar,
então não havia mais sentido em fingir que tínhamos um
relacionamento. Eles não podiam me despedir por não ser casada, ou
arriscariam um grande processo por discriminação.
Não gostava da ideia de não ter mais essa conexão com ele, mas ao
mesmo tempo parecia justo. Eu pedi-lhe para fazer algo por mim com a
expectativa clara de quando terminaria. Consegui o contrato que tanto
desejava e agora também tinha um ano pela frente trabalhando para a
empresa de Drew. Ao todo, as coisas estavam tecnicamente funcionando
exatamente da maneira que deveriam.
Mas eu sentia falta dele. Eu sabia que era estúpido e perigoso, mas eu
sentia. E, surpreendentemente, Ollie também. Ele me perguntou em mais de
uma ocasião se Drew poderia vir e fazer uma visita. Eu não sabia se meu
filho podia sentir algum tipo de conexão com seu pai, mas ele parecia
realmente querer ver Drew novamente.
Isso resultou em nós planejando um passeio ao parque no fim de
semana. Ollie estava muito animado por Drew ir com ele a seu playground
favorito. Passamos o dia inteiro no parque, brincando e fazendo piquenique
juntos sob as árvores. Foi hilário ver Drew de repente se transformar na
mãe galinha superprotetora, perseguindo meu filho por todo o parque e se
certificando de que ele não estava fazendo nada perigoso. Nosso garotinho.
Nós nos divertimos muito e, quando voltamos para minha casa, Dylan
até saiu para a varanda e acenou para nós. Ele não estava feliz por Drew
fazer parte de nossas vidas e passar mais tempo conosco, mas estava
escolhendo fazer o que sempre fazia e nos apoiar. Isso foi uma coisa boa,
não apenas porque ele não tinha nada a dizer sobre o assunto, mas estava
ficando cada vez mais claro que ele teria que lidar com isso por muito
tempo. Pelo menos, enquanto eu pudesse continuar.
Eu tinha aceitado que estava apaixonada por Drew. Tive que pensar
muito para finalmente ser honesta comigo mesma. Não fiz por seis anos,
mas no final, não havia como negar. Ele estava no fundo do meu coração e
nunca o havia deixado realmente. Eu não tinha certeza de como tudo
terminaria, especialmente porque eu ainda não tinha contado a ele a
verdade sobre Oliver. Essa realidade sempre esteve em minha mente, e eu
não sabia o que fazer a respeito.
Fiquei apavorada com a forma como Drew poderia receber a notícia e
o que isso faria ao nosso relacionamento, e como isso poderia afetar nosso
filho. Eu estava atormentado por meus pensamentos em constante mudança
sobre isso durante todo o fim de semana.
Na segunda-feira à tarde, planejei um almoço de trabalho com Drew e
Scott. Íriamos começar com os relatórios preliminares de bug no novo
aplicativo. Mesmo que o aplicativo ainda estivesse nos estágios iniciais,
com apenas uma estrutura básica sendo programada, eu ainda queria dar
uma olhada nele. Se já houvesse algum problema, seria muito mais fácil
controlá-lo agora do que depois, quando demoraria dias ou semanas.
Naquela manhã, decidi trazer Mark comigo. Ele iria embora em breve,
e eu queria a chance de passar um pouco mais de tempo com ele antes que
ele voltasse para Nova York. Não havia como dizer quanto tempo levaria
até que eu o visse novamente. Além disso, ele conhecia meu trabalho e
como eu fazia as coisas melhor do que ninguém. Ele poderia ser
extremamente útil para iniciar este projeto. Entrei na sala de reuniões
alguns minutos antes do horário em que deveríamos nos encontrar e percebi
que apenas Scott estava sentado lá.
"Ei," eu disse, sentando no lado oposto da mesa dele. "Onde está
Drew?"
Scott encolheu os ombros. Ele já havia atacado a travessa de
sanduíches colocada no meio da mesa e estava mastigando bastante
comida. Ele terminou e engoliu.
"Não chegou ainda. Falei com ele esta manhã, mas ele tem estado
muito ocupado o dia todo.", ele me disse.
"Isso é bom. Comeremos por alguns minutos, depois prosseguiremos e
começaremos. Quando ele chegar eu o informo sobre tudo. Não há muito o
que falar ainda.", eu disse.
"Bem, parece bom, eu acho.", disse Scott.
Dei de ombros enquanto pegava um sanduíche.
"Não há muito do aplicativo ainda.", eu disse com uma risada. "São
apenas os estágios iniciais. Eu sei que há mais do que vi até agora, mas
ainda não muito. Quando consiguir ver o progresso, posso ser mais clara
sobre quais problemas podem estar lá e possivelmente antecipar problemas
que possam surgir."
Estávamos comendo há alguns minutos quando Drew finalmente
entrou na sala de reuniões.
"Sinto muito.", disse ele. "Tive uma reunião com Hank e demorou
muito. Eu perdi muito?"
"Na verdade, não.", eu disse.
"Ei," Mark disse ao meu lado, "Eu acho que vou embora já que você
tem tudo sob controle."
"Claro," eu disse. "É o que eu faço."
Eu me levantei e o acompanhei até a porta. Conversamos por alguns
segundos e então ele me deu um abraço de despedida. Quando o abracei de
volta, olhei para Drew e percebi que ele estava nos observando com uma
expressão estranha no rosto. Eu não sabia o que ele poderia estar pensando,
mas não tive tempo para lidar com isso naquele momento. Eu precisava
passar por essa reunião e sair mais cedo. Haveria uma reunião e uma
apresentação na escola de Oliver naquela tarde, e eu não queria chegar
atrasada.
Olhei para Drew, esperando que ele dissesse algo, mas ele não disse,
então voltei ao propósito da reunião. Quando terminamos, ele saiu do
escritório antes que eu pudesse dizer qualquer coisa. Não tive tempo de ir
atrás dele, então saí e fui para a escola de Oliver. Teríamos tempo para
conversar mais tarde.
CAPÍTULO 33
DREW

F oi um ótimo fim de semana. Muito melhor do que eu esperava que


fosse. Depois do desconforto e constrangimento da manhã de quarta-feira,
quando Asia e eu parecíamos não saber o que fazer um com o outro, pensei
que tudo tinha acabado. Realmente parecia que ela e eu tínhamos terminado
um com o outro, pelo menos no quesito de relacionamento pessoal. Ainda
tínhamos o acordo para ela vir trabalhar na minha empresa por um ano, mas
não foi a mesma coisa. Quarta-feira eu tinha certeza de que qualquer
conexão que eu sentisse com ela era tão falsa quanto nosso casamento. Eu
ainda carregava meus sentimentos por ela; isso não havia mudado nos seis
anos desde a faculdade. Nunca deixei de pensar no quanto me preocupava
profundamente com ela e no quanto a queria em minha vida. Mas isso não
significa que havia algo real entre nós. Isso não significava que ela tinha
qualquer interesse em um relacionamento real, ou mesmo que a
possibilidade de um relacionamento existisse.
Nunca conversamos sobre Mark ou o que estava acontecendo entre
eles. Não tivemos chance. Depois da festa na terça-feira, era sobre isso que
eu queria falar com ela. Eu queria saber quem ele realmente era para ela. Só
dizer que trabalharam juntos na mesma empresa quando ela estava fazendo
estágio em Nova York não foi suficiente. Isso foi há anos, e deveria haver
mais nessa história. Pessoas que eram apenas vagamente conhecidas por
trabalharem juntas seis anos atrás não viajavam o país todo para passar
algum tempo juntas. Tinha que haver mais de uma conexão, um vínculo
mais forte entre eles que apenas terem sofrido no mesmo ambiente de
trabalho desafiador.
Eu queria saber qual era essa conexão. Eu precisava ouvir isso
dela. Enquanto houvesse algum tipo de ambiguidade, qualquer dúvida,
qualquer possibilidade de que pudesse haver mais, eu não seria capaz de
descansar. Enquanto eu não tivesse certeza do que estava acontecendo entre
os dois, a vozinha no fundo da minha mente continuaria a me lembrar o
quanto ela significava para mim. Eu continuaria a ter saudades dela e não
conseguiria sair do contato pessoal com ela e me colocar no profissional. Se
eu pudesse apenas ouvi-la me dizer que eles estavam em um
relacionamento, eu saberia como lidar com tudo.
Então a festa tinha sido confusa. Eles mal tinham passado tempo
juntos, e ela parecia inflexível em prestar mais atenção em mim do que em
qualquer outra pessoa. Eu pretendia me sentar com ela e ter uma conversa,
mas nós dois estávamos sobrecarregados com nosso desejo um pelo outro e
todo o resto foi empurrado para fora de nossas mentes.
Eu estaria mentindo se dissesse que não fiquei animado quando soube
dela na quinta-feira. Ollie tinha aparentemente perguntado por mim e isso
fez meu coração disparar. Aquele garotinho era certamente algo especial e
eu senti uma conexão com ele que não conseguia explicar. Eu estava
animado com a perspectiva de sair com eles. Isso nos levou a ter um fim de
semana absolutamente incrível juntos. Não só passei um tempo com ela,
mas também passei o dia brincando com Oliver. Ele era ainda mais
divertido do que eu esperava que fosse, e no final da noite eu sabia que
queria passar muito mais tempo apenas nós três.
Talvez houvesse uma chance, disse a mim mesmo. Talvez eu estivesse
errado sobre a última vez que estivemos juntos sendo um adeus. Talvez eu
pudesse encontrar uma maneira de dizer a ela que eu queria mais, e talvez
ela concordasse.
Eu me senti otimista. As coisas pareciam estar se encaixando. Até a
reunião que tive com Hank naquele dia correu bem. Isso me atrasou para a
reunião de almoço que eu deveria ter com Scott e Asia, mas eu realmente
não consegui evitar. Então Mark se levantou para sair e tudo desabou ao
meu redor.
Sentado na sala de reuniões, não pude deixar de ouvir a conversa entre
Mark e Asia quando ele saiu. Eles não eram altos o suficiente para eu seguir
cada palavra, mas mesmo o que eu ouvi foi o suficiente para me matar. A
palavra "amor" era impossível de perder. Quase tanto quanto a menção de
Nova York. O sentimento de traição tomou conta de mim enquanto ele a
abraçava em despedida. Ele a abraçou, colocando o queixo sobre seu ombro
com uma familiaridade que fez minha pele arrepiar. Ela nem estava
tentando esconder. Ela estava brincando tão descaradamente com nós dois?
Eu estava furioso. Depois de tudo que passei por ela, era isso que ela
faria. Se ela pensava que iria me usar para conseguir seu cliente apenas para
voltar para Nova York, ela poderia esquecer.
Corri pelo resto da reunião o mais rápido que pude e saí da sala. Scott
entrou alguns segundos depois, olhando para mim interrogativamente. Eu
não falei com ele e ele fechou a porta.
"O que está acontecendo? A reunião com Hank não foi bem?", ele
perguntou.
" Foi boa.", eu disse a ele. "Olha, estou ocupado. Você vai ter que sair."
"Eu vou ter que sair?", ele perguntou incrédulo. "Eu não sou um de
seus pequenos servos, Drew. Você não pode simplesmente me dizer o que
fazer e me empurrar. Não sei o que diabos está acontecendo com você, mas
você não vai falar assim comigo."
"Eu não teria que falar com você assim se você saísse do meu
escritório.", eu disse a ele.
Ele pareceu indignado, mas saiu, deixando a porta bater atrás dele. Ele
poderia ficar chateado comigo o quanto quisesse; isso não mudaria como eu
me sentia. Me enfureceu que Asia saiu logo após a reunião, sem qualquer
oportunidade de falar com ela. Eu sabia que ela estava indo para a escola de
Oliver à tarde, mas isso só significava que eu teria que ficar pensando nisso
o resto do dia.
E foi exatamente isso que eu fiz. Nada me acalmou. Na verdade,
quanto mais o tempo passava, mais irritado e agressivo eu me sentia. Lati
para todos que entravam no escritório, deixando claro que não queria ser
incomodado e que não queria ninguém no meu caminho.
Finalmente, Scott foi quem invadiu para me enfrentar. De todos no
escritório, ele era o que me conhecia melhor e era o que mais
provavelmente seria capaz de lidar com minha ira.
"Tudo bem, saia.", disse ele.
Eu olhei para ele com os olhos estreitos.
"Com licença?", eu perguntei.
"Saia.", ele disse novamente. "Pegue suas coisas e vá embora. Vá para
casa e relaxe ou faça o que diabos você precisa fazer para superar esse mau
humor em que está. Todo mundo por aqui está cansado de lidar com essa
sua merda. Você precisa sair e se acalmar. Eu não estou te perguntando. Eu
estou mandando."
"Eu não quero esfriar a cabeça.", eu disse a ele.
"Eu não me importo. Novamente, não estou perguntando a você. Este
não é um pedido ou uma sugestão gentil. Estou dizendo para você se
levantar, pegar suas coisas e ir embora. Você está sendo um idiota total por
aqui, e eles não merecem. Não sei o que aconteceu com você ou o que está
acontecendo em sua cabeça, mas nenhum de nós fez nada com você. Então,
você vai sair daqui e se acalmar antes de voltar. Você entendeu?"
Eu fechei meu computador com força e o coloquei na minha bolsa. Ao
sair do escritório, aproximei-me de Scott.
"Você tem muita sorte de ser meu melhor amigo.", eu disse entre
dentes. "Hoje não é dia para foder comigo."
"Eu falo com você mais tarde.", ele disse uniformemente.
Não me senti melhor quando saí do escritório. Não me senti melhor
quando cheguei em casa. Eu nem me senti melhor depois de ir para a
academia e bater em um saco de pancadas por meia hora. A realidade era
que nada me tiraria disso, exceto falar com a Asia. Eu precisava descobrir o
que estava acontecendo, o que ela estava planejando. Se ela ia tentar
quebrar seu acordo de trabalhar comigo por um ano e ir embora, eu
precisava ouvir isso de sua boca.
Mantive-me sob controle e fiquei em casa o resto da tarde e da
noite. Eu não fui para a casa da Asia até que percebi que Oliver estava na
cama. Não havia necessidade de ele se envolver nessa conversa. O que quer
que estivesse acontecendo, ele era uma parte completamente inocente e eu
não queria que ele ficasse chateado ou assustado.
Ao invés de ligar para Asia antes de aparecer, eu apenas dirigi até a
casa dela e caminhei até a porta. Ela realmente parecia feliz em me ver
quando o abriu. Com um sorriso no rosto, ela estendeu a mão para me
abraçar, mas fiquei rígido. Seu rosto caiu, ela abaixou os braços para os
lados e inclinou a cabeça para o lado para olhar para mim.
"O que há de errado?", ela perguntou.
"Precisamos conversar.", eu disse a ela.
"Tudo bem", disse ela. "Entre."
Eu balancei minha cabeça e recuei alguns passos.
"Não. Eu não quero entrar. Você vem aqui.", eu disse.
Ela parecia confusa, mas assentiu.
"OK." Ela saiu e fechou a porta atrás dela. "O que está acontecendo?"
De repente, tudo explodiu de mim. Tentei manter o controle, falar com
ela em um tom calmo e firme, mas não consegui. A raiva borbulhou e logo
eu estava gritando, meus braços balançando enquanto andava para frente e
para trás na frente dela. Exigi saber sobre Mark e seu relacionamento. Sobre
quais eram seus planos e se ela voltaria com ele. Se ela apenas tivesse me
usado para conseguir seu cliente e agora pretendesse voltar atrás no
negócio.
Eu não percebi como ela estava quieta até que finalmente parei e me
virei para olhar para ela. O rosto de Asia estava branco, sua postura tensa e
cautelosa. Esperei que ela dissesse algo. Qualquer coisa. Os segundos
passaram, aumentando a ansiedade e a raiva entre nós. Finalmente, ela deu
um único passo à frente.
"Sai daqui." ela rosnou.
"O que?", eu perguntei, chocado com a reação dela.
"Eu disse para você ir embora daqui. E não tente entrar em contato
comigo novamente. Se é isso que você pensa de mim, pode simplesmente ir
embora."
"Que merda que você está falando?", eu perguntei. "Foi você quem
mentiu para mim. Você é aquele que me arrastou por aí quando não tinha
nenhuma intenção de realmente cumprir sua palavra."
Ela balançou a cabeça, olhando para mim com uma intensidade que eu
nunca tinha visto em seus olhos.
"A única coisa sobre a qual menti foi sobre o seu filho.", disse ela.
Havia lágrimas em seus olhos quando ela abriu a porta, olhou para
mim uma última vez e bateu na minha cara. Eu encarei a porta em choque,
sem saber como reagir. Finalmente, eu voltei para o momento, entrei no
meu carro e saí.
CAPÍTULO 34
ASIA

P assei o resto da noite em estado de choque. Essa era a única maneira que
eu poderia descrever. Fechei a porta atrás de mim e não sabia o que fazer ou
o que pensar. Eu esperava desabar, explodir em lágrimas e não ser capaz de
me controlar. Mas não foi isso que aconteceu. Em vez disso, uma estranha
sensação de calma caiu sobre mim. Talvez não fosse realmente
calmo. Talvez fosse apenas um vazio. Uma sensação de entorpecimento que
veio de ter tudo dentro de mim arrancado. Fiquei muito feliz quando o vi
parado na varanda. A maneira como ele olhou para mim durante a reunião
naquela manhã foi tão estranha, e ele saiu furioso da sala de reunião e me
surpreendeu. Não tive notícias dele durante o resto do dia e não tinha ideia
do que deveria pensar.
Quando o vi na varanda, fiquei animada. Achei que ele fosse me dizer
que veio me ver, para passar um tempo comigo. Ele iria explicar o que
aconteceu naquele dia, e nós teríamos a chance de finalmente ter a conversa
que deveríamos ter há muito tempo. Eu queria jogar meus braços em volta
dele e senti-lo me segurando. Mas não foi isso que aconteceu. Em um
instante, ele estragou tudo. Toda a minha percepção dele e das chances que
tínhamos de ter uma vida juntos se quebrou em um milhão de pedaços, e eu
não tinha ideia do que fazer.
Naquele momento, não havia mais nada a perder. Eu não tinha motivo
para continuar me escondendo. Eu estava cansada demais para continuar
fazendo isso, de qualquer maneira. O segredo estava me corroendo por mais
de cinco anos. Eu não conseguia mais segurar. Eu não poderia
simplesmente continuar vivendo com isso e esperando o momento
perfeito. Então, eu disse a ele. Eu deixei sair. Eu olhei bem na cara dele e
disse que Oliver era seu filho, então eu virei as costas para ele e fui embora
pelo que pareceu a última vez.
Bati a porta e me escondi em minha casa porque não queria que Drew
visse minhas emoções. Ele não merecia ver minhas lágrimas e quão
profundamente ele me afetou. Mas quando entrei, as emoções não
vieram. Tudo se desligou e eu não pude reagir. Em vez disso, simplesmente
continuei a noite toda. Terminei de limpar tudo, tomei um banho quente e
deitei na cama. Li por muito tempo naquela noite. Era como se meu cérebro
não quisesse desligar, embora não houvesse nenhum pensamento
nele. Mesmo enquanto eu lia, as palavras entravam, mas não eram
absorvidas. Já tinha lido trinta páginas antes de me ocorrer que não tinha
ideia do que estava lendo ou do que havia acontecido na história.
Finalmente, desisti e fui dormir. Na manhã seguinte, acordei com as
primeiras gotas de emoções que deveria ter sentido na noite anterior,
começando a vir à minha mente e ao meu coração. Consegui acordar Oliver
e deixá-lo pronto para a escola. Tomamos café da manhã juntos e eu o ouvi
falar sobre a apresentação do dia anterior e como ele estava animado para ir
para a escola. Eles fariam algo naquele dia, algo que ele estava realmente
ansioso, mas eu não conseguia me concentrar o suficiente para ouvir. Eu o
abracei em um adeus na frente da escola e consegui dirigir quase um
quilômetro estrada abaixo antes de entrar no estacionamento de um
supermercado e desabar em lágrimas.
Quando finalmente consegui recuperar o fôlego e pegar o telefone,
liguei para Mark.
"Você não pode viver sem mim por vinte e quatro horas?", ele brincou
quando respondeu. "Estava a caminho do aeroporto."
"Mark.", eu engasguei.
"O que aconteceu?", ele perguntou, sua voz mudando quando ele me
ouviu soluçar. "O que há de errado?"
"Drew veio ontem à noite.", eu disse a ele. "Ele me acusou de usá-lo e
de planejar fugir com você."
Eu engasguei com meus soluços, hesitantemente explicando toda a
conversa, terminando com como eu revelei o segredo.
"Merda.", ele murmurou. "Onde você está?"
"No estacionamento do supermercado na mesma rua da escola de
Oliver.", eu disse a ele. "Consegui me controlar por tempo suficiente para
levá-lo até lá esta manhã, mas estou desmoronando completamente."
"Eu imaginei que estivesse.", disse ele. "Você acha que consegue
voltar para casa?"
"Sim.", eu disse a ele. "Eu seria capaz. Mas devo ir trabalhar hoje."
"Foda-se o trabalho. Você está tirando o dia de folga. Só vá para casa e
aguente firme. Estou a caminho.", disse ele.
Eu balancei minha cabeça, tentando limpar as manchas de rímel
escorrendo pelo meu rosto.
"Não.", eu disse a ele. "Você não pode fazer isso. Você tem um voo
para pegar."
"Eu não me importo com um voo.", ele me disse. "Eu posso remarcar a
passagem. Os aviões saem de São Francisco para ir a Nova York a cada
quinze segundos. Não estou preocupado com isso. Eu estou preocupado
com você. Você é muito mais importante para mim do que entrar naquele
avião."
"Você tem certeza?" Eu perguntei.
"Absoluta. Apenas chegue em casa e espere por mim. Eu estarei aí em
breve. Eu prometo. Apenas espere."
Desligamos o telefone e respirei fundo, soltando o ar
lentamente. Finalmente me sentindo no controle de mim mesma o suficiente
para dirigir novamente, voltei para casa. Eu entrei e tombei no sofá. Meia
hora depois, Mark entrou com dois sacos cheios de sorvete e coberturas. Ele
espalhou tudo na mesinha de centro da sala e foi até a cozinha pegar
colheres. Não nos importamos com as tigelas. Era muito mais eficiente
pegar uma colher de sorvete, espremer as coberturas e comê-lo como um
sundae individual.
Ele ficou sentado comigo pelas próximas três horas enquanto eu
chorava, comendo sorvete comigo e me ouvindo. Ele não falava
muito. Essa era uma das coisas incríveis sobre Mark. Ele era capaz de ouvir
sem parar e nunca tinha a compulsão de intervir quando não era a hora
certa. Ele falava o que pensava. Ele não tinha problemas com isso. Mas
quando havia momentos em que eu simplesmente precisava de alguém para
me ouvir e não precisava ouvir sobre como eu estava errada, ele estava lá.
Finalmente, ele tirou a colher da minha mão e deu um tapinha na
minha perna.
"Tudo bem, vamos lá.", disse ele
"O que você está fazendo?", eu perguntei quando ele segurou minhas
mãos e começou a me puxar para cima.
"Seu cabelo está uma bagunça, e você tem rímel na camisa. É hora de
você tomar um banho. Então vou levar você para comer sushi. É uma
refeição muito melhor do que sorvete e granulado.", disse ele.
"Eu gosto de sorvete e granulado.", eu disse a ele.
Isso não iria convencê-lo. Mark me levantou e me acompanhou até o
banheiro. Ele saiu e eu liguei a água. Eu tinha que admitir, ficar embaixo
dela era maravilhoso. As trilhas de maquiagem que eu havia lacrimejado
em minhas bochechas e no meu peito foram embora, e eu me senti pelo
menos um pouco revigorada. Quando terminei, fui para o meu quarto para
me vestir. Pensei tê-lo ouvido ao telefone na frente da casa, mas não
conseguia entender nada do que ele dizia. Apesar do banho ter me dado um
leve impulso, eu ainda estava com muita raiva e mágoa. Eu não conseguia
acreditar que isso estava acontecendo. Eu tinha acabado de admitir para
mim mesma que amava Drew, e então ele me acusou de ser uma pessoa
horrível.
Eu nunca quis que ele pensasse em mim dessa maneira. Eu não queria
pensar em mim dessa maneira. Sim, eu menti sobre Oliver. Eu não disse a
ele que ele tinha um filho. Mesmo depois de ele tê-lo conhecido. Mas eu
tinha minhas razões para isso. Isso não desculpou tudo o mais que ele
disse. Isso tudo foi inventado na cabeça de Drew.
Quanto mais eu pensava nisso, mais a mágoa e a tristeza desapareciam
e eram substituídas por mais raiva. No momento em que eu terminei de me
vestir, eu já havia parado de ficar triste e estava apenas com raiva. Por mais
que eu tenha gostado da minha festa improvisada de sorvete com Mark, ele
estava certo. O sushi foi uma refeição muito melhor. Conversamos sobre
tudo, exceto Drew, enquanto comíamos. Não foi um acordo ou qualquer
coisa que decidimos. Mais como se nós dois sentíssemos a necessidade de
fazer uma pausa no assunto e não lidar com ele por um tempo. Ele me disse
que ligou para seu escritório e estendeu as férias por mais alguns dias. Ele
ficaria comigo o tempo que eu precisasse.
Essa foi uma das poucas vezes desde que o conheci que realmente
desejei que houvesse algo mais entre Mark e eu. Ao mesmo tempo, fiquei
grata por não haver. Eu precisava de um melhor amigo; de alguém em quem
eu pudesse confiar e contar. Ele era um homem incrível e um dia seria um
marido excepcional para alguma mulher de sorte.
Depois do almoço, fui buscar Oliver na escola. Assim que o vi, soube
que tudo havia mudado. Contar a Drew a verdade não foi uma decisão
isolada. Ao contar a ele, abri as comportas e tornei necessário contar a
todos. Isso não era uma coisa ruim. Já fazia tempo suficiente e eu precisava
finalmente ser honesta. Depois do lanche, mandei meu filho para o quintal
para brincar com o cachorrinho, enquanto fazia meu irmão sentar para que
eu pudesse contar a verdade.
Dylan não estava feliz comigo. Eu não esperava que ele estivesse, mas
ele estava com raiva por um motivo diferente do que eu esperava.
"Não acredito que você faria isso com ele.", disse ele.
"Você não pode acreditar que eu faria o quê com quem?", perguntei,
apenas querendo esclarecer sua declaração indignada.
"Eu não posso acreditar que você manteve Oliver longe do pai
dele. Especialmente agora que ele estava tão perto.", disse Dylan.
Eu ainda não sabia com qual deles ele estava mais chateado, mas não
importava. Ele estava chateado por ambos, e por um bom motivo. Eu evitei
que Drew conhecesse seu filho, e eu evitei que Oliver conhecesse seu
pai. Meu segredo negou a ambos um relacionamento valioso nos últimos
cinco anos.
Eu concordei e continuei a história, sabendo que ele precisava de todos
os detalhes. Agora que ele sabia que Drew sabia sobre Oliver, ele se
perguntaria por que eu não o tinha mais por perto. Finalmente cheguei à
parte sobre Drew me acusando de usá-lo para o trabalho, e raiva brilhou nos
olhos do meu irmão.
"Vou ligar para o Hank."
CAPÍTULO 35
DREW

N ão conseguia me lembrar de um momento em minha vida em que me


sentisse tão mal. Mesmo na primeira vez que perdi a Asia, não foi tão
ruim. Eu estava infeliz, triste, magoado e com raiva. Me partiu em pedaços
me afastar dela e saber que ela nunca faria parte da minha vida
novamente. Isso foi doloroso de uma forma que eu nem tinha palavras para
descrever na época, e nos últimos seis anos eu tinha certeza de que era a
pior dor que eu havia sentido. Nada sequer chegou perto de se comparar a
isso.
Não até agora. Desta vez, a dor foi muito pior. Eu sentia falta dela e a
queria de um jeito que eu não conseguia nem descrever. Estar longe dela
parecia como se uma parte de mim estivesse faltando, como se eu não
pudesse funcionar totalmente porque nem tudo de mim estava lá. Mas desta
vez foi muito pior do que a primeira vez que a perdi. Eu não estava apenas
sofrendo por não a ter mais em minha vida. Eu estava tendo que lidar com o
fato de que o que eu imaginava que poderíamos ter sido não aconteceria. Eu
estava lidando com isso sabendo que não podia mais confiar nela. Eu estava
passando por tudo isso por causa dela e de uma decisão horrível que ela
tomou.
Mesmo sabendo disso, isso não me impediu de sentir sua falta e
desejar que eu pudesse apenas ir até ela. Isso não me impediu de querer
pegar meu telefone e ouvir sua voz. Isso me colocou em guerra comigo
mesmo. Ela me machucou absurdamente, mas eu ainda sofria por ela.
Mas como eu poderia pensar na possibilidade de ter um
relacionamento real com ela agora? Não havia como eu simplesmente
ignorar tudo o que ela fazia e me colocar de volta na posição de ser capaz
de imaginar um futuro com ela. Achei que as coisas seriam diferentes desta
vez. Achei que nós dois tínhamos crescido e não teríamos que lidar com
pressões, injustiças e mal-entendidos como quando éramos mais jovens.
Era para ser um novo começo para nós. Estávamos nos unindo de uma
maneira completamente nova e, por mais que eu quisesse desenvolver a
química intensa e os sentimentos remanescentes de quando estávamos na
faculdade, ansiava por um relacionamento com a Asia adulta. Só agora, eu
sabia que a Asia adulta me traiu. Mesmo se eu tirasse Mark completamente
da equação. Mesmo se eu ignorasse seus planos de abandonar
completamente ao acordo que ela fez comigo de trabalhar na minha
empresa por um ano. Ela me traiu de uma forma que eu nunca poderia
imaginar. Isso manteve minha mente girando, agitada com pensamentos e
perguntas.
Como ela pôde manter Oliver longe de mim? Como ela pôde nunca me
dizer que estava grávida, ou que deu à luz nosso filho? Mesmo depois de
esbarrarmos no caminho um do outro novamente e começarmos a passar
tanto tempo juntos, como ela poderia não me dizer a verdade? Ela sabia o
que estava acontecendo. Ela conseguia observar a maneira como ele e eu
interagíamos um com o outro e o vínculo que estava se formando tão
rapidamente. Não apenas nos tolerávamos ou acenávamos quando
estávamos na mesma sala. Oliver e eu tínhamos formado uma relação
estreita. Asia apenas ficou parada e me deixou apaixonar por ele, mas ainda
manteve esse maldito segredo.
Pior ainda era o que estava por vir. Não era apenas sobre mim e agora
saber que tinha um filho e lidar com o fato de ter perdido sua gravidez
inteira e os primeiros cinco anos de sua vida. Eu também tinha que lidar
com a realidade de que ela iria roubar meu filho de mim quando eu tinha
acabado de encontrá-lo. Ela soltou a bomba de que ele era meu e agora iria
leva-lo para longe de mim novamente.
Eu não pude deixar de me perguntar se essa era sua ideia de
vingança. Com todo o tempo que passamos juntos e todas as oportunidades
que ela teve para me contar as novidades com mais cuidado, ela nunca o
fez. Em vez disso, ela esperou até aquele momento explosivo para me
contar. Era como se ela estivesse esperando o segundo em que seria mais
impactante, mais doloroso para mim ouvir, porque significaria que eu sabia
que não havia nada que pudesse fazer a respeito. Ele era meu, mas eu não o
teria.
Ela tinha que se vingar de mim. Eu parti o coração dela uma vez, então
agora ela iria quebrar o meu. Só que doeria muito mais, porque eu não
estava sofrendo apenas com o coração partido por ela, mas também por
aquele garotinho. Mas eu não deixaria que ela o mantesse longe de mim por
mais tempo. Eu a levaria ao tribunal se fosse necessário.
Eu estava no escritório lutando para me concentrar no meu trabalho
quando ouvi vozes do lado de fora. Meu assistente estava gritando, dizendo
a alguém que eles não podiam voltar. Levantei-me, pronto para sair e
descobrir o que estava acontecendo, mas antes que pudesse, a porta do meu
escritório se abriu. Mark entrou com meu assistente logo atrás dele. Seus
olhos estavam arregalados, sua expressão próxima ao pânico.
"Sinto muito.", disse ela. "Eu tentei impedí-lo, mas ele insistiu em
voltar aqui para falar com você. Você quer que eu chame a polícia?"
Eu balancei minha cabeça. Eu não ia dar a ele a satisfação disso. Além
disso, eu precisava falar com ele, e agora era uma oportunidade tão boa
quanto qualquer outra.
"Não. Está tudo bem. Vá em frente e feche a porta." Quando ela saiu,
encontrei os olhos de Mark. "O que diabos você pensa que está fazendo
aqui? Quem você acha que é pisando em meu escritório como se fosse o
dono do lugar?"
"Você não está em posição de usar esse tom comigo.", disse
Mark. "Não depois de como você tratou a Asia."
A raiva apertou meus músculos e fez minhas mãos se fecharem em
punhos ao meu lado.
"Não fale sobre a Asia comigo.", eu disse. "Nem se atreva. Eu a
conheço há muito mais tempo do que você."
"Eu não poderia me importar menos sobre há quanto tempo você a
conhece. Isso não significa nada. Quem esteve ao seu lado nos últimos seis
anos? Quem tem sido uma parte constante de sua vida? Uma pessoa com
quem ela poderia falar sempre que precisasse, alguém em quem ela poderia
confiar, não importa o quê? Certamente não foi você.", disse ele.
Eu queria rasgá-lo em pedaços. Eu queria gritar com ele, xingá-lo,
machucá-lo. Senti tanta raiva dele que nem sabia como processar.
"Então, foi você?", eu perguntei. "Oh, isso mesmo. Você é o nobre
cavaleiro de armadura brilhante que se lançou para resgatá-la das dragas de
São Francisco. Diga-me, Mark, era o plano desde o início ela fugir com
você? Você veio aqui com a intenção de trazê-la de volta, não importa quais
acordos ela já tenha feito?"
"Do que você está falando?", ele perguntou.
"Não se faça de bobo comigo. Já não tenho paciência com você. Não
torne as coisas piores, se fingindo de bobo, porque você acha isso
fofo. Quero saber se essa foi a intenção o tempo todo. Ela planejou desde o
início me manipular para ajudá-la para conseguir o contrato e depois fugir
para Nova York? Ou o plano meio que surgiu quando você chegou aqui?",
eu perguntei.
Ele balançou sua cabeça.
"Não faço ideia do que você está falando.", disse Mark.
"Agora não é hora de jogar. Oliver é meu filho. Asia tem escondido
isso de mim a vida inteira, mas ela finalmente me disse ontem à noite.", eu
disse.
"Eu sei.", Mark me disse. "Eu só descobri que você é o pai de Oliver
quando cheguei aqui."
"Então, foi uma decisão de última hora. Ela disse que eu sou o pai do
filho dela e você pirou. Então, você decidiu trazê-la de volta para Nova
York com você porque a quer para você.", eu disse. "Diga-me, Mark. Ela
concordou imediatamente? Ela pelo menos pensou um pouco antes de
concordar em ir com você? Ou ela ainda não lhe deu sua decisão? A Asia é
realmente boa em enganar as pessoas."
"Você pode pensar que estou tentando bancar o tímido ou o que quer
que você pense que estou fazendo, mas não tenho ideia do que está
falando. Pelo que eu sei, a Asia não tem absolutamente nenhum plano de
voltar para Nova York. Nem comigo, nem com ninguém. Não sei por que
você pensaria isso.", disse ele.
"Eu ouvi você quando você estava aqui outro dia. Quando você estava
se despedindo e tocando em cima dela, você disse a ela que a amava e disse
algo sobre ir para Nova York.", eu apontei.
"Eu a amo.", disse ele. "Ela é minha melhor amiga. As pessoas
abraçam outras pessoas de quem gostam. Mas não sei o que você acha que
ouviu. Ela não planeja voltar para Nova York."
"Então por que ela não negou?", eu perguntei.
"O que você quer dizer com negar?" Mark perguntou.
"Quando fui falar com a Asia, contei a ela o que ouvi e que sabia que
ela planejava ir para Nova York com você. Ela não me disse que eu estava
errado.", eu disse.
"Então deixe-me ver se entendi. Toda a sua defesa é que você estava
gritando com ela e acusando-a de todos os tipos de coisas terríveis, e ela
não imediatamente se levantou e justificou cada momento da vida dela para
você?", ele perguntou. "Você estava sendo um completo imbecil. E acho
que você sabe por experiência própria como ela reage a esse tipo de
comportamento."
Ele se virou e saiu furioso, deixando-me em pé no meio do meu
escritório, em estado de choque. Ele estava certo. Eu soube na hora que
tinha que me desculpar com a Asia. Eu só podia esperar que ela aceitasse o
pedido de desculpas para que pudéssemos ter a oportunidade de ser uma
família de verdade. Eu estraguei tudo e tinha que fazer o que fosse
necessário para fazê-la perceber o quanto eu queria ficar com ela e com
nosso filho.
CAPÍTULO 36
ASIA

E u sabia que não poderia manter Mark na Califórnia comigo para


sempre. Por mais que a ideia fosse atraente e eu soubesse que seria
reconfortante tê-lo por perto, eu não poderia pedir a ele para simplesmente
parar sua vida completamente para que ele pudesse me ajudar. Ele já havia
agido como minha muleta por muito tempo. Houve muitas vezes nos anos
que nos conhecemos em que ele foi a única pessoa com quem eu podia
contar completamente além do meu irmão. Às vezes até incluindo meu
irmão. Por mais que Dylan me amasse e me mostrasse apoio e compaixão,
ainda havia aquele elemento de ele ser meu irmão. Não importa quantos
anos tenhamos ou quão próximos éramos, ainda havia coisas sobre as quais
eu não me sentia totalmente confortável em conversar com ele. Foi aí que
Mark entrou. Eu poderia dizer a ele qualquer coisa, e ele nunca pensaria
mal de mim. Não houve o menor sinal de julgamento quando eu disse a ele
que estava grávida, ou quando eu não disse a ele quem era o pai e não dei
nenhuma indicação de que um dia o faria. Ele me ouviu com o coração
aberto e com amor e amizade incondicional. Eu sabia o que era porque me
sentia da mesma maneira por ele. Ao longo dos anos, quando ele se meteu
em situações difíceis ou fez escolhas erradas, era eu que o ouvia e o ajudava
a resolver isso.
Mas eu tive que deixá-lo voltar para Nova York e voltar ao normal.
E eu tinha que tentar descobrir qual era o meu novo normal. No dia
seguinte à saída de Mark, sentei-me em casa trabalhando em alguns papéis
que George mandou. E agora éramos só eu e Ollie novamente. Meu telefone
tocou bem ao meio-dia, exatamente quando eu esperava. Nem precisei olhar
para a tela para saber de quem era a mensagem de texto. Era Hillary. Ela
fazia questão de falar comigo todos os dias, exceto quando eu deixava
Oliver na escola e o buscava. Estávamos definitivamente construindo nossa
amizade, mas eu tinha a sensação de que era mais do que isso. Algo me
disse que meu filho pode ter dito à professora que sua mãe estava triste. Foi
fofo. Ele estava se esforçando tanto para cuidar de mim quando não deveria
se preocupar com isso.
Como você está hoje? Hillary perguntou em sua mensagem.
Apenas me afogando no trabalho. Tentando me convencer de que não
sei de nada, que não aconteceu de verdade e eu não preciso ficar chateada
com isso, eu disse a ela.
OK, mas você sabe que isso não é verdade, certo? Que não é assim
que funciona?
Eu sei.
Boa. Eu só estava verificando se não teria que trazer você para uma
de nossos rodas dos sentimentos ou algo assim, ela disse.
Não. Isso não será necessário. Estou apenas empurrando tudo para o
fundo da minha cabeça por enquanto, eu disse a ela.
E está funcionando?
Bem, isso me faz avançar de segundo em segundo, então vou apenas
prosseguir e considerar isso uma vitória, respondi.
Bom o suficiente para mim. Vou fazer o mesmo que você se isso te fizer
sentir melhor. Que bom que você está indo tudo muito bem hoje e que tudo
está funcionando a seu favor!
Haha. Obrigado pelo entusiasmo, eu disse.
Disponha. E se você quiser falar sobre qualquer coisa. Ou falar sobre
... não ... nada, você sabe que estou aqui para ajudá-la. Basta ligar para
mim, ela me disse.
Eu sei. Obrigada.
Eu desliguei meu telefone e voltei para o trabalho na minha frente. Foi
uma bênção ter o trabalho para me manter ocupada. Eu não sabia o que
faria se ficasse apenas com meus pensamentos. Eu não tinha Drew de
nenhum jeito, formato ou forma, inclusive profissionalmente no momento,
mas tinha trabalho. E George estava determinado a irmos em frente com
nosso acordo. Ele escolheu seu filho como meu contato oficial, e Henry e
eu estávamos indo e voltando quase sem parar para colocar os projetos em
andamento e estabelecer exatamente o que eles precisavam que eu fizesse.
Claro, nenhum dos dois sabia que não veriam meu "marido" de novo,
mas eu apenas teria que torcer para que isso não se tornasse um
problema. Se isso acontecesse, eu descobriria uma maneira de superá-lo
quando acontecesse.
Durante toda a semana, tentei me manter totalmente imersa no trabalho
e sem me distrair com qualquer outra coisa. Se eu não estava trabalhando,
estava cuidando de Oliver. Isso tinha que ser tudo que eu faria, ou eu me
deixaria escapar. Mesmo com todos os meus esforços, porém, eu costumava
verificar meu telefone com frequência. Cada vez que eu fazia isso, eu
justificava. Tentei dizer a mim mesma que estava olhando a hora, ou vendo
se Mark havia me enviado uma mensagem, ou certificando-me de
que Henry não havia enviado outra mensagem. Mas não foi esse o
caso. Quando eu olhava para o telefone, toda vez que olhava para o
telefone, era porque queria ver se Drew havia tentado entrar em contato
comigo.
Ele nunca fez isso, e fiquei desapontada, mas imediatamente fiquei
com raiva de mim mesma por me sentir assim. Eu não queria que ele
tentasse entrar em contato comigo. Eu não deixei espaço para interpretação
quando disse a Drew para ir embora. Eu queria que ele fosse embora, e
ainda era o que eu queria.
Certo?
Eu não tinha mais tanta certeza. Naquela noite, assim que tudo
aconteceu, não houve flexibilidade. Tirar ele de mim e da minha vida era a
única coisa que importava. Mas agora que vários dias me separaram
daquele incidente, o tempo tornou tudo mais complicado. Cada vez que
pensava nele, percebia que meus sentimentos eram incrivelmente
conflitantes e não conseguia nem começar a pensar em uma maneira de me
livrar deles.
Pior ainda foi o telefonema do dia anterior a pairar sobre mim. Depois
de alguns dias pensando sobre a situação e conversando com Dylan sobre
ela, finalmente tomei a decisão de entrar em contato com um
advogado. Não era algo que eu queria fazer. Envolver os tribunais foi algo
que eu nunca quis enfrentar e classifiquei como um dos principais motivos
pelos quais nunca o procurei ao longo dos anos. A ideia de ter que ter um
advogado e brigar pela guarda do meu filho era horrível, e eu não conseguia
pensar nisso.
Mas agora eu percebi que conseguir um advogado não era sobre mim
ou meu relacionamento com meu filho. Era sobre Drew. Nesse ponto, eu
sabia que precisava deixá-lo ter algum tipo de relacionamento com
Oliver. Eu não podia simplesmente dizer a verdade e depois voltar atrás ou
esperar que ele não tivesse nada a dizer sobre isso. Joguei a bomba de sua
paternidade sobre ele, e Drew não exigiu visitação. Pelo menos ainda
não. Mas ele podia. A qualquer momento, ele poderia decidir exigir um
tempo com Oliver, possivelmente até tentar obter a custódia dele. Achei que
seria inteligente dar o primeiro passo, me antecipar para tentar manter
algum controle. Se eu fosse flexível sobre o relacionamento deles, parecia
menos provável que ele tentasse tomar medidas drásticas mais tarde.
No final da semana, eu sabia que tinha dedicado muito tempo
pensando em Drew e em tudo o que aconteceu. Eu precisava me levantar e
seguir em frente. O que quer que isso significasse. Eu não poderia pensar
que ele estava totalmente fora da minha vida. Afinal, nós compartilhamos
um filho. Nosso filho merecia ter nós dois em sua vida, o que significava
que Drew e eu teríamos que descobrir como conviver. Não ia ser fácil, mas
eu acreditava que descobriríamos uma maneira. O que realmente importava
era Ollie.
Na sexta-feira, passei o dia montando uma surpresa para meu
filho. Quando ele chegou em casa, toda a sala de estar estava montada como
uma cabaninha de cobertores gigante. Dylan veio compartilhar sua
experiência em criar cabanas. Isso era algo que não tínhamos feito muito
quando éramos mais jovens. Nossos pais não eram exatamente o tipo de
rastejar no chão e brincar com a gente. Mas, ocasionalmente, quando eles
saíam e tínhamos uma babá que nos deixava em grande parte por nossa
própria conta, meu irmão criava uma cabana de cobertores épico para nós, e
passávamos a noite brincando nele.
Ollie não acreditou quando viu a criação. Ele imediatamente entrou,
descobrindo as guloseimas e salgadinhos enfiados nele. Eu até havia
configurado meu computador em um canto cheio de almofadas para que
pudéssemos exibir seus filmes e programas favoritos. Depois de explorar o
básico da construção, ele saiu e correu para o seu quarto. Eu o ouvi
guardando sua mochila e seus sapatos caindo no chão. Alguns momentos
depois, ele voltou correndo já vestido de pijama.
"Você também tem que se trocar, mamãe.", disse ele. "Você não pode
usar roupas normais na cabana."
Eu realmente não poderia discutir com sua lógica. Fui para o quarto e
coloquei meu pijama confortável favorito. Tirando a maquiagem, fiz uma
trança no cabelo, preparando-me para o acampamento interno. Ollie estava
ocupado criando um ninho de travesseiros na sala quando voltei para
dentro. Eu trouxe um prato de biscoitos e me sentei.
"Qual filme primeiro, amigo?", eu perguntei. "Temos um fim de
semana de desenhos animados e biscoitos pela frente."
Ele pensou sobre isso por alguns momentos, seu rostinho contorcendo-
se em uma expressão muito séria. Foi uma decisão importante e ele não a
tomaria de ânimo leve. Finalmente, ele decidiu e eu o coloquei. Nós nos
aconchegamos nos travesseiros e Ollie se aninhou ao meu lado. Sua cabeça
descansou no meu peito e eu soltei um suspiro, sentindo-me repentinamente
relaxada e contente.
Isso foi o suficiente. Meu filho e eu éramos o suficiente.
CAPÍTULO 37
DREW

F oi uma semana realmente péssima. Mesmo para os padrões de todos os


dias terríveis que eu estava vivendo recentemente, era a mais terrível. Mark
se foi, voou de volta para Nova York e qualquer que seja a vida que o
esperava lá. Uma vida que aparentemente envolvia a Asia de uma forma
complicada que eu nunca entenderia completamente. Eu tive que aceitar
isso. Tinha que ser algo com que eu pudesse lidar enquanto ela estivesse na
minha vida. Ele sempre a teria conhecido durante aqueles seis anos em que
estivemos separados. Ele teria histórias sobre ela que eu não conhecia. Eles
teriam piadas internas e memórias engraçadas que não podiam realmente
compartilhar comigo e que eu não entenderia porque não estava lá para
vivenciá-las. Isso era apenas parte de quem eles eram.
Mas isso não é tudo, e foi aí que a semana começou a piorar
rapidamente. Depois de minha conversa com Mark, a realidade de ter um
filho me atingiu com ainda mais força. Parecia estranho que fosse
necessária uma conversa com um estranho, alguém por quem eu sentia
desprezo, para colocar toda aquela ideia em um foco tão claro. Mas durante
aquela conversa foi a primeira vez que realmente pensei em Asia estar
grávida. Claro, eu sabia que ela havia passado por uma gravidez, e deve ter
sido durante o tempo em que ela estava em Nova York para o estágio. Eu
estava tão focado no bebê que não tinha pensado em imaginá-la grávida.
Mas conversar com Mark me forçou a pensar sobre isso. Eu sabia que
ele estava lá. Ele experimentou isso ao lado dela. Embora ele não tivesse
dito nada sobre isso, tudo que eu conseguia pensar era que ele
provavelmente foi a primeira pessoa a quem ela contou. Depois do que eu
imagino que tenha sido um tremendo choque, ela o procurou. Deveria ter
sido eu. Eu deveria ter sido o primeiro com quem ela se abriu, o primeiro a
ouvir a notícia de que um bebê estava chegando. Mas não fui. Ela se abriu
com ele. Ela expressou os pensamentos e emoções que estava sentindo para
ele. Independentemente do que sentissem um pelo outro ou do tipo de
relacionamento que tivessem, isso era algo poderoso de se compartilhar.
Foi nisso que comecei a pensar no início da semana, e foi ficando mais
intenso. Pensei em todos aqueles meses em que ela esteve em Nova York,
carregando meu bebê e passando por todos aqueles marcos sem que eu
soubesse. Tentei pensar naquela época, me colocar de volta naquele lugar e
lembrar o que exatamente eu estava fazendo a cada mês. Eu me perguntei
no que estava pensando, com quem estava passando o tempo, com o que
estava me preocupando. Claro, a Asia estava em minha mente. Nunca
houve um momento em que ela não estivesse. Mas não foi da maneira que
deveria ser.
Eu perdi tantas coisas enquanto ela passava pelo processo de carregar e
dar à luz ao nosso filho. Então eu perdi muito depois que ele nasceu e foi
crescendo. Devíamos ter tido essas experiências juntos. Devíamos ter sido
uma família desde o início. Eu me arrependi muito de ter me afastado dela
há seis anos. Olhando para trás, havia tantas outras maneiras para lidar com
aquela situação. Aquela discussão não precisava ter acontecido. Eu não
precisava ter me sentido tão ofendido com ela, tão magoado pelo que
equivalia a um comentário espontâneo.
Mas tinha acontecido. Eu me permiti ficar com raiva, ficar tão na
defensiva sobre as diferenças em nossas origens que não conseguia
enxergar além disso o que Asia poderia estar passando. Agora eu podia
olhar para trás e saber que ela estava lutando tanto quanto eu. Se eu tivesse
sido corajoso o suficiente para falar com ela em vez de discutir com ela,
para me sentar com ela em vez de ir embora, as coisas poderiam ter sido
muito diferentes.
"Você está choramingando de novo?"
A voz de Scott me tirou dos meus pensamentos e me virei para olhar
para ele. Ele olhou para mim do sofá em meu escritório. Eu não tinha ideia
de quanto tempo estive perdido em minhas contemplações desta vez. De
longe, não foi a primeira vez que isso aconteceu durante a semana. Scott
estava ficando cada vez mais irritado comigo, mas eu continuava
divagando.
"Desculpe.", eu disse. "Estou aqui. Sobre o que estamos falando?"
Eu me levantei da minha mesa e me aproximei para sentar com
eles. Talvez ser forçado a estar mais perto me ajudasse a me concentrar
melhor.
"O marketing do novo aplicativo.", ele me disse. "Devíamos apresentar
nossas ideias básicas para que pudéssemos passar para o departamento de
marketing. Lembre-se de que insistimos em lançar o marketing preliminar
antes que o aplicativo estivesse pronto para ser lançado, para que
pudéssemos gerar expectativa. Isso está soando vagamente familiar para
você? "
"Sim.", eu disse a ele. "Foi ideia minha."
"Que bom que você se lembra disso. Você não saberia olhando para
você nestes últimos dias."
"Sinto muito.", eu disse a ele novamente. "Eu só tenho muito em que
pensar."
"Estou bem ciente disso. Mas o que você deve ter em mente é a
empresa que deseja que continue existindo no mês que vem. E pela
quantidade de esforço que você tem colocado nisso, essa é cada vez menos
uma possibilidade. Se você não resolver o seu problema, vou aos
investidores e comprarei sua parte na empresa. Eu coloquei muito trabalho
e energia nisso para ver tudo desmoronando porque sua vida pessoal está
um desastre agora.", ele ameaçou.
Também não foi a primeira vez que ele disse isso, mas desta vez não
havia nenhum toque de humor em sua voz. Foi o suficiente para me fazer
acordar, e eu empurrei todo o resto de lado para mergulhar completamente
no trabalho à nossa frente. Passei os próximos dias inteiros sem fazer nada
além de trabalhar. Cheguei ao escritório bem antes de todo mundo e fiquei
horas depois. Todos os pensamentos, energia e concentração que coloquei
pensando na situação com Asia, eu coloquei em meu trabalho. O que
importava era ter certeza de que meu parceiro e melhor amigo entendia que
eu ainda estava focado e que eu ainda me dedicava à empresa, mesmo
quando estava lutando com problemas de relacionamento.
No final da semana, Scott parecia satisfeito o suficiente para que eu
pudesse voltar a me perguntar o que fazer a seguir. Na manhã de sábado, eu
sabia exatamente o que precisava fazer. Desliguei meu telefone para que
não houvesse distrações, fui para o único lugar que sabia que sempre teria
as respostas mais diretas e claras. A casa da minha mãe.
Naquele ponto da minha vida, mais do que nunca, eu precisava de uma
dose de inteligência, e minha mãe era a melhor nisso. Ela tinha uma
percepção como ninguém que eu já conhecia e já tinha passado por o
suficiente na vida para ser capaz de me aconselhar sobre qualquer coisa. Ela
também sempre esteve lá para mim. Durante toda a minha vida, mesmo
com meus erros e fracassos, ela estava lá comigo. Não que ela sempre me
desse um passe ou facilitasse as coisas para mim. Na verdade, ela foi mais
dura comigo do que qualquer outra pessoa, até mesmo Scott. Mas ela me
amava e queria o melhor para mim. Ela viu em mim o que eu nem sempre
vi em mim. De certa forma, isso foi reconfortante enquanto dirigia em
direção à minha casa de infância. Eu sabia que ela estaria lá para mim e
tentaria me fazer sentir melhor. Mas também era assustador. Havia muito
que eu precisava dizer a ela, e eu tinha a sensação de que ela não iria reagir
tão bem.
A casa cheirava a torta de maçã quente e chá recém-feito quando
entrei. Esse cheiro sempre me trazia de volta à minha infância.
Ela me cumprimentou com um beijo e uma enorme fatia daquela
torta. Pegando seu próprio pedaço, ela se sentou comigo no balanço da
varanda da frente para que pudéssemos desfrutar do ar fresco. Dei algumas
mordidas, apreciando o equilíbrio perfeito de açúcar e canela antes de dizer
qualquer coisa. Finalmente, ela quebrou o silêncio.
"O que está em sua mente, Drew? Eu sei que você não dirigiu até aqui
apenas para comer uma fatia de torta de maçã.", disse ela.
"Eu já fiz isso antes.", eu apontei.
"Sim, você fez. Mas não recentemente. Você tem andado ocupado.",
ela disse.
"Isso é verdade. E é por isso que vim aqui. Eu preciso falar com você
sobre algumas coisas."
Ela pousou a xícara de chá e assentiu com seriedade.
"Tudo bem. Continue."
"Você se lembra que eu disse que estava indo para Tóquio com uma
mulher chamada Asia?"
"Sim.", ela disse.
"Bem, tudo tem a ver com ela. E para contar a história toda, vou ter
que voltar para a faculdade."
"Espere. Vou precisar de outra xícara de chá para isso.", ela anunciou.
Ela voltou para dentro e alguns segundos depois apareceu com o pote
inteiro em uma mão e o resto da torta na outra. Ela se sentou e olhou para
mim.
"Você está pronta?", eu perguntei.
Ela acenou com a cabeça e eu respirei fundo antes de contar toda a
história. Contei a ela sobre eu e a Asia na faculdade, deixando de fora os
detalhes, mas garantindo que ela entendesse tudo. Então eu avancei até
agora, contando a ela sobre Hank e como ele recomendou a Asia. Fiquei
nervoso à medida que avançava na história, sabendo os detalhes finais que
eu teria que contar a ela e como provavelmente não iria soar
bem. Finalmente, não havia outro lugar para ir, exceto aquele ponto.
"Nós temos um filho.", eu disse.
Eu provavelmente poderia ter pensado em uma maneira de introduzir o
assunto de forma mais gentil, mas dar voltas só tornaria as coisas mais
complicadas. Ser franco significava que eu poderia obter a revelação mais
rápido e descobrir o que ela tinha a dizer sobre isso.
"Um filho?", ela perguntou.
"Sim.", eu disse a ela. "Eu não sabia até a semana passada que o filho
da Asia, Oliver, é na verdade meu."
"Você está me dizendo que tem um filho de cinco anos. Um garotinho
que seria meu único neto. E você sabe disso há uma semana inteira e ainda
não consertou as coisas? Que diabos há de errado com você? Eu não te
ensinei absolutamente nada?"
Ela estava caindo em uma espiral, e decidi pular e impedi-la antes que
ficasse mais extremo. Isso era algo que eu particularmente não queria que
os vizinhos viessem para suas varandas testemunhar.
"Eu quero o anel, mãe. É por isso que ainda não fiz nada. Não seria
certo a menos que eu pudesse dar a ela aquele anel.", eu disse a ela.
O anel estava na minha família há gerações. Minha mãe foi a última
pessoa a usá-lo depois que meu pai deu a ela quando eles ficaram noivos há
muitos anos atrás. Depois que ele morreu, ela o colocou em um cofre e
agora usava apenas uma simples pulseira de prata como uma lembrança
dele. Aquele anel estava guardado no cofre por anos, esperando a próxima
pessoa certa para usá-lo. Esperando por mim.
O rosto de minha mãe se iluminou. Ela me deu um golpe forte no
braço.
"Bem, por que você esperou tanto para me contar seus
planos? Poderíamos ter cuidado disso dias atrás."
Ela saltou e correu para dentro. Quando saí naquela tarde, eu tinha o
anel na caixa e um plano.
CAPÍTULO 38
ASIA

E u sabia que alguém estava batendo na minha porta. Eu só não queria


reconhecer isso.
Minha cama era muito confortável e a força dos meus travesseiros
muito forte para eu me levantar. Eu rolei e coloquei meu braço sobre meu
rosto como se isso fosse ajudar. Houve outra batida forte e eu fiz o meu
melhor para continuar a ignorá-la. Eu não queria sair da cama. Eu não
queria abrir meus olhos e enfrentar o mundo por outro dia. Eu teria que
fazer eventualmente, mas apenas eventualmente. Eventualmente significava
que eu poderia continuar aguentando um pouco mais. Eu poderia continuar
desfrutando da paz da minha cama.
Mas Oliver estava dormindo, e eu não queria que a batida alta e
intrusiva o acordasse. Nossas cabanas eram ideais para comer lanches e
assistir a uma infinidade de desenhos animados, mas não tinha sido tão
fantásticas para fazê-lo dormir na hora certa.
Passar tanto tempo com ele no forte fez eu me sentir melhor. Estar com
meu filho sempre foi minha coisa favorita a fazer. Ele era capaz de me fazer
sorrir até mesmo nos meus piores dias. Mas quando ele adormeceu e eu
fiquei sozinha com meus pensamentos, voltei a alternar entre a tristeza e a
raiva, me lamentando e me sentindo melhor sobre a maneira como as coisas
aconteciam com Drew. Especialmente a maneira como Drew se recusou a
confiar em mim. Isso é algo que eu realmente valorizo e que havia perdido
de vista. Eu realmente acreditava que não poderia haver um relacionamento
entre duas pessoas que não confiavam uma na outra, e até aquele momento
com ele em pé na minha varanda, nunca me ocorreu que ele não tivesse esse
sentimento por mim.
Não que eu realmente tivesse merecido. Eu definitivamente estraguei
tudo por não ter contado a ele sobre Oliver. Eu errei ainda mais ao
apresentá-lo ao filho sem dizer quem ele era e permitindo que ele se
apegasse. Permitindo que ambos se apegassem. Eu estava muito envolvida
em tudo e era muito cega para perceber como essas decisões eram
prejudiciais.
Mas eu não menti sobre mais nada. Eu não o enganei sobre mais
nada. Nunca houve um momento em que eu quisesse voltar para Nova York
com Mark. A única conversa que Drew ouviu foi eu dizendo a Mark para
ser feliz em casa e que talvez eu fosse visitá-lo lá em breve. Não tinha
intenção de deixar a Califórnia. Eu realmente queria a oportunidade de uma
segunda chance com Drew. Antes de tudo desabar ao meu redor, realmente
parecia que estávamos começando a nos tornar uma família. As coisas
estavam se encaixando de uma maneira que eu nunca me permiti imaginar,
e eu estava mais feliz do que havia estado em anos. Mas agora tudo
acabou. Eu tinha arruinado tudo e não havia nada que pudesse fazer para
voltar e mudar as coisas.
Outra batida forte finalmente me arrastou para fora da cama, e eu
caminhei até a porta, não me importando com meu pijama ou cabelo
bagunçado. Realmente não importava para mim quem estava parado do
outro lado da porta ou o que eles pensariam de mim.
Isso foi, é claro, até que eu vi Drew parado ali. Fiquei tão chocado que
não consegui dizer nada.
"Asia, precisamos conversar.", disse ele.
A declaração soou tão absurda que não pude deixar de rir.
"Conversar ou gritar?"
Drew balançou a cabeça.
"Eu preciso me desculpar. Naquele dia, no escritório, ouvi você se
despedindo do Mark e não ouvi tudo. Já tive ciúme dele desde o início,
porque pude ver o quão próximos vocês dois eram. Eu até pensei que você
poderia estar namorando ele e só não tinha dito nada para mim.", disse ele.
"Não.", eu disse. "Não é assim que as coisas são entre nós."
"Eu sei. Eu sei disso agora. Mark veio me ver no escritório. Na
verdade, ele veio para me atacar. Ele explicou que vocês dois são apenas
amigos, e eu percebi que tinha me permitido interpretar tudo mal. Fiquei
com ciúme sem motivo e ataquei você quando não tinha lugar para fazer
isso. Se eu apenas tivesse confiado em você e perguntado sobre isso para
começar, nunca teria acontecido. Sinto muito por deixar isso acontecer. E
sinto muito por ter pensado que você poderia ser capaz de me manipular ou
voltar atrás com sua palavra. Eu sei que você não é essa pessoa.", eu disse.
"Você não é totalmente culpado.", eu apontei. "Não é como se eu
estivesse tornado mais fácil para você confiar totalmente em mim. Eu
mantive um grande segredo de você por tanto tempo, e eu sinto muito por
isso. Sei que você tem todo o direito de ficar com raiva de mim e de nunca
mais acreditar em nada que eu tenha a lhe dizer, mas quero que você
entenda ... "
Ele balançou a cabeça, me interrompendo.
"Estou apaixonado por você, Asia.", disse ele. "Estou apaixonado por
você desde que estávamos na faculdade. Esse sentimento nunca foi
embora. Eu nunca deveria ter me afastado de você e não nos dado a chance
que merecíamos ter tido. Mas estou aqui agora e não vou embora de
novo. Eu quero construir uma família. Uma de verdade com você e
Ollie. Do jeito que deveríamos ter sido desde o início. Não importa o que
aconteça, eu confio em você. Eu prometo."
Tentei muito não chorar, mas nada conseguiu conter as lágrimas
quando ele se ajoelhou e puxou uma caixa de anel do bolso. Ele o abriu
para exibir um elegante anel antigo. Eu engasguei, meu coração batendo
forte no meu peito. Eu queria apenas dizer sim imediatamente, mas me
forcei a conter as palavras para que pudesse ouvi-lo.
"Asia, eu tenho uma pergunta que venho pensando em lhe fazer há
muito tempo. Você quer se casar comigo?", ele perguntou.
"Sim." eu disse, sem pensar em nada. "Claro que eu quero."
Eu estendi minha mão e ele colocou o anel no meu dedo. Desejei não
estar de pijama surrado, toda bagunçada, mas quando ele se levantou e me
beijou, parei de me importar. Ele me veria assim e provavelmente muito
pior muitas vezes. Tínhamos uma vida inteira pela frente para ele
experimentar. Eu o tinha agora, e não o deixaria ir.
Ou, pelo menos, não até que o arrastei para a cama.
Nossos lábios se comprimiram e nossas línguas procuraram
avidamente uma pela outra enquanto tropeçávamos em direção à cama. Eu
queria nunca deixar nossos lábios se abrirem, para mantê-lo o mais próximo
possível de mim. Eu ansiava por seu toque na minha pele, e enquanto ele
passava as mãos nas minhas costas, eu tirei minha camisa e ele se juntou a
mim, jogando-a sobre minha cabeça e no chão. A calça do pijama foi a
próxima, o tecido leve e arejado saindo à mais leve sugestão de seus dedos
fortes e seguros. Eles se agruparam aos meus pés e eu os chutei para longe.
Agora era sua vez. Eu abri seus botões, descendo em seu peito
esculpido enquanto nossas bocas procuravam avidamente por lábios, pele,
suor, qualquer coisa que pudéssemos conseguir um do outro. Era uma
demanda poderosa e crescente para ele me preencher, e eu poderia dizer que
para ele que a necessidade era a mesma. Seu pau inchou em sua calça, e eu
deixei uma mão deslizar para agarrá-lo sobre a tecido, e ele soltou um
gemido. Sua camisa voou, caindo em uma cômoda e derrubando um frasco
de perfume. Eu não me importei. Eu estava ocupada trabalhando em seu
cinto, puxando-o para longe e agarrando o botão da calça. Quando foi
desfeito, suas calças caíram e eu quebrei o beijo, uma risada borbulhando
em meu peito enquanto corria de volta para a cama e pulava nela. Virei-me,
agachei-me de joelhos e olhei para trás, para ele parado ali, sem camisa e
apenas de cueca boxer e meias. Sua cueca deixava pouco para a imaginação
enquanto a forma de seu pau longo e grosso empurrava contra o
tecido. Meu estômago se contorceu com o pensamento dele finalmente
saltar para fora, e meu desejo irresistível de agarrá-lo e guiá-lo em meu
corpo me fez querer pular em seus braços ali mesmo.
Em vez disso, esperei enquanto ele tirava rapidamente as meias e
enfiava os polegares na cueca. Estendi a mão e desabotoei o sutiã, a minha
última peça restante de roupa, enquanto ele a jogava de lado. Ele caminhou
lentamente para a cama, seus olhos traçando a forma do meu corpo
enquanto eu fazia o mesmo com o dele. Estendi a mão e coloquei minhas
mãos em seu peito, saboreando a sensação de seus músculos endurecidos
sob meus dedos, e ele me agarrou pela bunda e me puxou para perto.
Nós nos abraçamos, as línguas se entrelaçando por um momento, e ele
separou minhas pernas enquanto eu ficava de joelhos na cama. A espessura
longa e quente de seu pênis deslizou pelas minhas dobras entre as minhas
pernas, e ele me guiou para empurrá-las fechadas. Lentamente, ele
balançou, esfregando o comprimento dele contra mim, mas não por dentro.
As cristas e veias de seu pênis encontrando meu clitóris e acariciando-
o. Deixei minha cabeça cair para trás e seus lábios encontraram meu
pescoço. Ele arrastou beijos da minha orelha ao ombro, deixando um rastro
fino de saliva, então soprou um jato de ar sobre eles, enviando arrepios em
minha pele. Suas mãos agarraram minha bunda com força enquanto ele me
guiava no movimento, e eu senti que já estava prestes a chegar ao clímax.
Eu agarrei sua nuca com uma mão e segurei enquanto me inclinei para
trás. Enquanto eu o fazia, ele ergueu uma das minhas pernas e a
segurou. Isso me abriu para ele novamente, e ele não hesitou. A cabeça de
seu pênis encontrou minha abertura e ele deslizou deliciosamente devagar
dentro de mim, enchendo-me com cada centímetro até que eu senti como se
estivesse à beira da dor e do prazer enquanto minha boceta molhada se
esticava para acomodá-lo. Eu gritei de prazer enquanto ele esperava que eu
me ajustasse e então balançou para trás, metendo em mim. Sons saíram de
mim enquanto eu o agarrava, e ele me pegou pela minha bunda, me
segurando no ar por um momento enquanto eu quicava nele.
Lentamente, ele me deitou na cama e continuou seu ritmo, seus lábios
encontrando os bicos sensíveis dos meus mamilos e sua língua girando em
torno deles aumentando meu prazer. Eu enrolei meus braços ao redor de sua
cabeça, empurrando meus seios juntos para que ele pudesse ir de um para o
outro enquanto sua parte inferior do corpo continuava seu ritmo. De
repente, ele se levantou, puxando minhas pernas com ele para que meus
tornozelos se acomodassem em seus ombros, e sua velocidade
aumentou. Eu me encontrei tonta de prazer e sabia que estava à beira de um
orgasmo explosivo. Eu apertei os lençóis com uma mão e deixei a outra
deslizar pela minha barriga.
Assim que meus dedos alcançaram meu clitóris, eles foram
empurrados pelos dele. Eu olhei para ele, para o sorriso esticado em seu
rosto. Ele lambeu a ponta do polegar e desceu entre as minhas
pernas. Girando em um padrão lento, seu polegar encontrou meu clitóris, e
eu arqueei minhas costas. Ele aumentou sua velocidade e começou a
grunhir enquanto estocava em mim. Eu poderia dizer que ele estava quase
pronto para gozar, e eu queria que chegássemos ao clímax juntos. Tentei me
manter firme, respirar fundo e me deixar pegar a onda pelo maior tempo
possível para poder chegar junto com ele.
Um estrondo começou no fundo de seu peito e eu sabia que era a
hora. Suas estocadas ficaram mais profundas, mas mais lentas, e eu deixei a
onda quebrar ao meu redor. Meus olhos se fecharam e meu corpo tremia, os
dedos dos pés se enrolando e o corpo tremendo quando o orgasmo assumiu
o controle. Um rugido veio de Drew, e ele meteu em mim novamente. Eu o
ordenei quando ele gozou, esvaziando-se completamente dentro de mim
enquanto meu corpo pulsava com o clímax. Lentamente, ele se encolheu em
mim e voltamos para a cama. Em vez de sair de mim, ele ficou dentro,
bombeando-se lentamente em estocadas menores até que ele estava
completamente vazio enquanto eu embalava seu rosto no meu peito.
CAPÍTULO 39
DREW

E nquanto eu estava lá com a luz do sol da manhã entrando pela janela


sobre nós, nunca me senti mais completo. Segurar Asia em meus braços e
sentir seu batimento cardíaco contra mim, cada uma de suas respirações
entrando em um ritmo com a minha, parecia tão completamente natural. Era
como se nossos corpos tivessem sido feitos exatamente para isso. Ela era
tudo que eu sempre quis e nunca soube que poderia ter. Não se tratava
apenas de nossas diferenças ou das origens de onde viemos. Eu nunca
poderia ter imaginado encontrar alguém tão incrível e me sentir assim por
alguém. Agora não apenas eu a havia encontrado, mas também a havia
encontrado duas vezes, e ela era minha, para sempre. Nada iria fazer isso ir
embora. Nada mudaria o que eu sentia por Asia ou minha devoção absoluta
por ela. Eu estava muito feliz e realizado para deixar isso acontecer.
Oliver, um garotinho que eu nunca soube que estava perdendo,
simplesmente fez tudo ficar melhor. Desde a primeira vez que o vi, senti
uma conexão. Eu fui atraído por ele, ligado a ele de uma forma que eu não
conseguia explicar ou colocar em palavras. Agora eu entendia
completamente. Mesmo que eu realmente não soubesse que ele era meu,
algo dentro de mim percebeu isso. Eu me apaixonei por ele e queria cuidar
dele antes mesmo de Asia me dizer a verdade. Saber que tinha essa
oportunidade agora era muito emocionante. Era uma honra ser pai dele e
esse era um título que eu honraria. Tive a sorte de ter um pai incrível e
queria tentar ser tão bom para Oliver quanto meu pai era para mim. Éramos
uma família, uma família verdadeira, e eu iria garantir que desta vez
também fossemos.
Eu queria que essa alegria durasse para sempre. Eu teria ficado
perfeitamente feliz em apenas ficar lá com Asia em meus braços e deixar o
dia passar por nós. Mas, claro, não foi assim. Eu nem deveria ter
considerado isso, conhecendo Asia do jeito que conhecia. Não demorou
muito para que ela interrompesse o momento, começando a fazer
perguntas. A melhor parte foi que eu nem me importei. Eu estava mais do
que disposto a ouvir qualquer pergunta que ela tivesse que fazer e respondê-
las da melhor maneira que pudesse. Ela era quem ela era, e eu amava cada
parte dela.
"E se eles descobrirem?", ela perguntou.
"Tenho quase certeza de que as pessoas vão descobrir.", apontei. "Vai
ser difícil esconder um casamento de verdade."
"Mas é isso que eu quero dizer. Você não acha que George e Henry vão
achar suspeito que de repente estejamos anunciando nosso noivado e
planejando um casamento? Nós já deveríamos ser casados. Devemos ser
uma pequena família perfeita. Agora somos um casal de noivos? Como isso
vai funcionar?", ela perguntou.
"Isso realmente importa?" Eu perguntei. "Você já tem o
emprego. Demitir você seria motivo para um processo, e eles não iriam
querer esse tipo de publicidade."
Saímos da cama e tomamos um banho relaxante juntos antes de nos
vestirmos. Quando fui até lá na noite anterior, estava esperançoso de que as
coisas funcionariam e trouxe uma bolsa de mão. Eu não queria apressar
nada conosco morando juntos, mas queria ter certeza de que teria algumas
coisas na casa dela e ela na minha.
Caminhamos juntos para o quarto de Oliver e paramos ao lado de sua
cama. Ele ainda estava dormindo, e nós colocamos nossos braços em volta
da cintura um do outro e olhamos para ele.
"Ele realmente é perfeito.", eu disse. "Você fez um trabalho incrível."
"Ele tem sido incrível desde o dia em que nasceu", ela me disse. "E eu
não poderia ter feito isso sem você."
Eu a puxei em meus braços e dei-lhe um beijo. Então me inclinei e
beijei a cabeça do meu filho. Eu não sabia como iríamos contar a ele. Claro
que eu queria que ele soubesse que eu era seu pai, mas ia ser muito para ele
entender. Nós daríamos um jeito. Assim como faríamos com todo o resto.
Três dias depois, tivemos uma reunião com George
e Henry Ishko. Asia havia marcado isso há mais de uma semana,
obviamente sem perceber que eu estaria lá com ela durante isso. Mas ela
segurou minha mão o tempo todo e fiquei feliz em oferecer meu apoio e
incentivo. O homem mais velho examinou alguns dos trabalhos que Asia e
seu filho haviam feito desde que ela assinou os papéis. O olhar em seu rosto
mostrou que ele estava claramente impressionado e feliz por ter decidido
contratá-la.
Ele estendeu a mão, pela primeira vez oferecendo-a primeiro à
Asia. Ela o apertou ansiosamente e ele sorriu para ela antes de apertar
minha mão.
"Eu quero agradecer a vocês dois. Mas especialmente você, Asia, por
lutar tanto por esse trabalho. Estou realmente ansioso para trabalhar com
você e pela possível oportunidade de trabalhar com você no futuro,
Drew. Juntos, acho que podemos alcançar coisas magníficas.", disse ele.
"Obrigado.", eu disse. "Estou ansioso para ter essa conversa com
você. E eu gostaria de estender pessoalmente um convite a você e sua
família para se juntarem a mim e a Asia na comemoração de nosso
casamento."
Asia ficou tensa ao meu lado, e George deu a nós dois um olhar
estranho.
"Seu casamento?", ele perguntou.
"Sim," eu disse a ele. "Queremos fazer uma cerimônia e uma recepção
onde possamos comemorar com nossa família e amigos. Não é algo que
tivemos a oportunidade de fazer antes e agora estamos muito ansiosos por
isso. Ficaríamos honrados se você comparecesse."
Ele sorriu e acenou com a cabeça. "Terei todo o prazer."
Henry encontrou os olhos de Asia, e quando seu pai se virou para sair
do escritório, o homem mais jovem piscou. Ele estava atrás de nós e eu
sabia disso, mas isso não seria um problema. Na verdade, isso pode ter
aumentado o apelo da Asia. Quando a comitiva saiu, Asia se virou para
mim.
"O que foi isso?", eu perguntei.
"Não era uma mentira," eu apontei. "Não tivemos a oportunidade de
fazer uma cerimônia e recepção antes, e estamos ansiosos por isso. Não é
verdade? "
"Sim.", ela reconheceu.
"Então, aí está. Você não precisa mais se preocupar com George
descobrir e como ele vai reagir. Você se sente melhor?", eu perguntei.
"Muito.", ela me disse, jogando os braços em volta do meu pescoço e
me puxando para um beijo.
Quando nos separamos, ela caminhou até o sofá e se jogou nele,
levantando o punho no ar.
"Conseguimos.", disse ela.
"Sim, nós conseguimos.", eu disse a ela, alcançando o interfone para
ligar para Scott. "E agora, é hora de comemorar."
EPILOGUE
ASIA - SEIS MESES DEPOIS

N ão consegui pensar em um cenário melhor para o lançamento do mais


novo aplicativo de Drew do que o Terra Gallery Event Center. Os
planejadores do evento fizeram um trabalho excepcional na criação da
festa. Os arredores estavam magníficos, cheios de cor e energia. A multidão
eclética fluia pelo espaço, apreciando decorações visualmente interessantes,
peças de exibição de arte ao vivo com o tema do aplicativo e um menu
personalizado incrível projetado por um fornecedor promissor e
impressionante. Tudo era bem-feito, fresco e novo, perfeito para a imagem
que Drew queria criar para sua empresa. Eu não poderia ter imaginado nada
melhor do que aquele evento para comemorar o sucesso contínuo de seu
primeiro aplicativo e o tremendo alvoroço sobre o novo.
Drew e Scott ficaram perambulando a noite toda. Cabia a eles atrair a
atenção de uma multidão barulhenta para que pudessem falar sobre o
lançamento do aplicativo. Ficou rapidamente óbvio que eles não seriam
capazes de fazer apenas um anúncio, em vez disso, precisariam falar várias
vezes durante a noite. Isso foi provavelmente o melhor. Sempre que havia
uma ligeira calmaria nas vozes e música enchendo o espaço, o som de
Oliver correndo se elevava acima de tudo.
Ele parecia ver o centro de eventos como seu playground pessoal e a
festa como uma reunião de novos amigos só para ele. Drew insistiu em
trazer nosso filho com ele para a festa, dizendo que esta seria a primeira de
muitas vezes que ele experimentaria o que viria a ser o negócio da
família. Se, é claro, Oliver tivesse os mesmos interesses. Eu tinha que
admitir, nosso filho estava adorável no minúsculo terno feito para combinar
perfeitamente com o de seu pai. Mas então, ele ainda era um garotinho que
tinha acabado de fazer seis anos e foi solto em uma festa de adultos cheia de
cores brilhantes, paisagens fascinantes e dezenas de coisas deliciosas para
saborear. Eu não esperava nada menos do que ele ficando um pouco
descontrolado. Teria sido um tanto desconcertante se não o tivesse feito.
Pelo menos ele não estava completamente sozinho causando
estragos. Seu tio Dylan corria atrás dele, tentando ficar de olho nele sem
parecer ridículo. Pelo menos, essa era sua missão. Eu ainda não tinha
decidido se diria a ele que ele não tinha feito um ótimo trabalho no quesito
"não chamar atenção".
Era hora dos discursos oficiais da noite. Scott e Drew haviam
planejado várias sessões de comentário menores em alguns momentos da
programação principal. Dessa forma, eles não ocupavam muito a noite com
as falas e tinham melhores chances de fazer as pessoas ouvirem o que eles
tinham a dizer. Eles se levantaram e fizeram seus discursos, anunciando
detalhes impressionantes sobre o aplicativo e revelando a campanha de
marketing. Fiquei emocionada e surpresa quando eles me elogiaram e me
deram crédito por deixá-lo com a qualidade que tinha, apontando as
diferentes áreas que eu melhorei e as sugestões que fiz.
Quando eles terminaram, Drew desceu do pódio para que pudéssemos
andar mais pela festa. Mesmo quando as pessoas começaram a se aglomerar
ao nosso redor, consegui ficar ao seu lado, minha mão segurando com força
a dele. Fiquei surpresa quando percebi que muitas das pessoas que estavam
chegando não estavam realmente tentando se aproximar dele. Em vez disso,
eles vieram até mim e mostraram cartões de visita.
"Eles estão querendo te levar para longe de mim.", Drew sussurrou em
meu ouvido.
Eu sorri e aceitei outro cartão.
"Obrigada.", eu disse. "Estou feliz onde estou agora, mas posso
começar a procurar mais para frente."
Drew apertou minha mão de maneira brincalhona e eu ri. Quando a
multidão de caçadores furtivos finalmente se dissipou, olhei para ele e ele
me beijou. Ele levou a mão à minha barriga e a esfregou suavemente. Não
havia muito disso lá, ainda. Levaria mais alguns meses até que eu estivesse
totalmente arredondada, mas no segundo em que Drew descobriu que eu
estava grávida de nosso segundo filho, ele ficou completamente extasiado
por isso. Ele me verificava constantemente, jurando que desta vez ele
estaria lá para mim o tempo todo, tentando compensar o que ele perdeu
durante a minha primeira gravidez. Ele praticamente virou meu
mordomo. Era fofo, mas também podia ser sufocante. Houve algumas vezes
nas últimas semanas em que acabamos discutindo porque ele insistiu que eu
não exagerasse em nada, embora eu soubesse exatamente o que eu
aguentava fazer.
Na maior parte do tempo, evitei dizer qualquer coisa a ele. Mesmo
quando senti que ele estava exagerando ou quando gostaria de apenas fazer
algo em vez de deixar que ele fizesse por mim, respirei fundo e fiquei
quieta. Eu me lembrei de como eu era sortuda por tê-lo e por ele ser tão
dedicado a mim. Eu queria poder desfrutar dessa gravidez com ele e dar a
ele a experiência que ele não teve antes. Tive a sorte de tê-lo cuidando de
mim, e a cada dia eu o amava mais.
"Com licença, Drew?"
Viramos em direção à voz e vimos um fotógrafo parado atrás de
nós. Ele ergueu sua câmera.
"Posso tirar algumas fotos?", ele perguntou.
Bem naquele momento, Oliver passou correndo e Drew se abaixou
para pegá-lo.
"Claro!", disse ele. "Você pode tirar uma foto de toda a família."
O fotógrafo sorriu e começou a tirar fotos. Ele conseguiu várias antes
de Oliver pular e sair correndo novamente. Mas estava tudo bem. Dylan
correu logo atrás dele, e isso deixou Drew e eu curtindo mais alguns
minutos juntos. Ele passou os braços em volta de mim e me beijou, então se
certificou de que o fotógrafo tirasse algumas fotos dele descansando a mão
na minha barriga. Um dia olharíamos para aquelas fotos e sentiríamos
saudade de quando nossos filhos eram tão pequenos, ele me disse. Esta era
a hora de criarmos o máximo de memórias que pudéssemos.
Suspirei e descansei minha cabeça em seu ombro. Eu ainda não
conseguia acreditar que essa era minha vida. Todos aqueles anos atrás, eu
nunca teria pensado que Drew e eu nos encontraríamos de novo, ou que ele
me perdoaria. Agora estávamos felizes em criar um império juntos, ao
mesmo tempo em que construíamos nossa família. Era mais do que eu
poderia ter pedido e não poderia estar mais feliz.
FIM
F DE FALSO CASAMENTO (AMOSTRA)
CAPÍTULO 1
TOBY

P aris teve mais efeito em mim do que eu achei que teria. Em casa em
Nova York eu estava acostumado com o modo como Maddie fazia eu me
sentir. Dizendo a mim mesmo que ter um relacionamento com alguém do
escritório era uma má ideia, eu me acostumei com o soco que sentia no
estômago toda vez que a via se debruçar sobre a mesa e com o arrepio de
desejo quando ela sorria para mim. Era um estado constante de atração que
se apossava de mim e eu nunca tomei nenhuma ação sobre isso. Eu
duvidava que ela sequer soubesse o que eu sentia. Ao menos, ela não soube
por muito tempo.
Mas então a equipe de marketing decidiu tirar as fotos da próxima
campanha em Paris. A Cidade Luz era mundialmente conhecida como o
lugar mais romântico do mundo. Era perfeito para a campanha nova,
moderna e ousada que queríamos para o app que desenvolvi. Foi uma
sugestão de Jane, a mais nova integrante do departamento de marketing,
que nós começássemos a visualizar as imagens sendo tiradas nas ruas
parisienses. Os rascunhos que ela desenhou para a campanha eram
impressionantes o suficiente para chamar a atenção de Nik Nygard, o bem
sucedido empresário que recentemente uniu sua empresa à minha. Ela tinha
uma visão para a campanha, e não era nada trivial. Convincente e
instantaneamente influente, combinava a dinâmica e contemporânea linha
entre história e fantasia na tão sonhada Paris. Era exatamente o que
precisávamos para o lançamento do aplicativo que transformaria o mundo.
Quando falamos sobre a viagem pela primeira vez, minha mente estava
totalmente nas fotos e como esse trabalho se encaixaria perfeitamente com a
campanha que estávamos planejando. Mas não levou muito tempo até eu
começar a pensar em passar um tempo com Maddie por lá. Eu sabia que
não seria fácil estar rodeado pela áurea romântica da cidade. Também sabia
que seria ainda mais difícil pelo fato de que não ficaríamos cada um em seu
quarto de hotel, todos dividiríamos um grande apartamento, então todos
estaríamos muito próximos. Compartilhar o espaço com ela e saber que ela
estaria assim tão perto de mim faria com que minha atração por ela ficasse
ainda mais irresistível, mas eu achei que podia dar conta. Eu achei que seria
forte o bastante para ignorar aqueles sentimentos e focar completamente no
trabalho.
Obviamente, eu estava errado. À medida que meus dedos passavam
por seu cabelo lustroso e minha boca avidamente sugava seu lábio inferior
carnudo entre os meus, eu soube que minhas expectativas sobre mim
mesmo não eram realistas. Não tinha como eu ser capaz de terminar essa
viagem sem colocar minhas mãos nela. Eu precisava saboreá-la, sentir seu
corpo, segurá-la em meus braços. Consegui manter o controle por uma
semana quase inteira. Estando em um cronograma sem brechas que nos
fazia correr de um lado para o outro desde a hora em que acordávamos até a
hora de cair na cama para dormir ajudava, mas não impediu meus
pensamentos sujos, ou os olhares demorados. Eu desejava Maddie desde
que a contratei, e estar tão próximo dela fisicamente fez com que meus
sentimentos se transformassem em necessidades tão intensas que não
consegui resistir.
A conexão que tínhamos cresceu muito durante a semana. Olhares que
se cruzavam, sorrisos rápidos se transformaram em pequenos toques
quando ninguém olhava, colisões acidentais propositais. Eu sempre estava
pensando em um jeito de ficar cada vez mais perto dela. Todo dia eu
encontrava novas maneiras de me aproximar e todos esses momentos
finalmente entraram em erupção. Na noite anterior, ficamos acordados até
tarde depois que todos os outros foram para a cama. Mas, em vez de
trabalhar, acabamos nos pegando furiosamente no sofá.
O que não era o suficiente, porque somente nos deixou ainda mais
famintos um pelo outro e foi tudo o que eu pude fazer antes que o dia
acabasse. Ficamos o mais próximo possível um do outro durante o ensaio
fotográfico, nos tocando a cada chance que tínhamos, até mesmo
pressionando nossos corpos um ao outro em uma mesa minúscula durante o
almoço. O convite de Nik para que todos fôssemos a um jantar de
celebração foi a gota d’água. Entramos em um táxi, praticamente fora dos
olhares das pessoas do café onde deixamos Jane e Nik antes de nos
entrelaçarmos. As desculpas que demos a eles eram muito fracas, mas
nenhum de nós suportava a ideia de perder tempo em nossa última noite em
Paris. Se existia um momento onde podíamos extravasar todo esse calor que
existia entre nós, o momento era esse.
Não deixaríamos nem mais um segundo escapar entre nossos dedos.
Na noite anterior, Maddie quebrou nosso momento e disse que tínhamos
que parar. Ela me lembrou que um relacionamento entre nós ia contra as
regras da empresa. Era o suficiente para nos parar naquele momento, mas,
assim que vimos um ao outro naquela manhã, não conseguíamos mais ficar
separados. Esgueirar-nos com toques escondidos durante o dia, quando
ninguém estava olhando, só fez com que eu sentisse ainda mais tesão e
necessidade. E eu sabia que não conseguiria me segurar por muito mais
tempo. Agora, finalmente inventamos uma desculpa pra escapar de Nik e
Jane, e estávamos sozinhos. Eu finalmente a teria para mim. Maddie e eu
faríamos amor apaixonadamente, e eu não poderia estar mais excitado.
Eu não me deixaria pensar em nada que não fosse esse momento. Eu
afastei qualquer pensamento sobre o que ela me disse na noite anterior,
qualquer preocupação que pudesse surgir na minha mente. Nós não
estávamos em Nova York. Nós não estávamos no escritório, não havia
ninguém por perto. Era o romance e a fantasia de Paris, e deixaríamos que
tomasse conta de nós. Eu a queria mais do que qualquer coisa, ou qualquer
pessoa, e eu ignoraria a realidade para aproveitá-la o quanto eu pudesse.
Nos segundos entre entrar no táxi e começar a beijar Maddie, disse o
endereço ao motorista. Quando ele parou na frente do hotel, tudo estava tão
bonito e elegante quanto eu esperava. Era aquilo que Maddie merecia.
Mesmo que eu pudesse ficar com ela somente por uma noite, eu queria dar
a ela tudo que eu podia.
Eu desci do carro e abri a porta para ela. Depois de pagar o motorista,
eu passei o braço pela cintura de Maddie e a apressei para dentro. Ela se
adiantou para o balcão, pedindo pela melhor suíte. A balconista olhou para
nós, então varreu o salão procurando pela nossa bagagem. Nós não
tínhamos nada, e ela deu um sorriso sacana antes de nos entregar a chave.
Eu a peguei agradecido, e Maddie e eu corremos pelo lobby para chegar ao
elevador. O caminho parecia eterno. Eu me esforcei para não a pressionar
contra a parede do elevador e começar a despi-la ali mesmo.
Quando as portas finalmente se abriram, eu peguei Maddie pela mão e
andamos juntos pelo corredor. Ela me parou depois de alguns passos, e me
puxou para um beijo longo antes de sair correndo na minha frente. Eu fui
atrás dela, agarrando-a por trás e girando-a em meus braços para beijá-la
novamente. Ela riu e continuamos o caminho ao quarto. Finalmente,
chegamos na porta, e deslizei o cartão de acesso. A porta se abriu e nos
jogamos para dentro do quarto juntos.
Enfim, estávamos sozinhos juntos atrás de uma porta fechada e
trancada. O silêncio era perturbador. Finalmente, a abençoada privacidade.
Eu coloquei minhas mãos na cintura de Maddie e me inclinei para
outro beijo, mas ela deu um passo para trás. Seus profundos olhos azuis
cravados nos meus, observando-me intensamente, como se quisesse ter
certeza de que eu estava prestando muita atenção ao que ela ia me dizer.
“Lembre-se, é só por esta noite. É só uma ficada.”, ela disse.
“Eu sei.”, eu disse a ela, assentindo enquanto eu me inclinava até ela
de novo.
Maddie espalmou sua mão no meio do meu peito e me empurrou para
trás de novo.
“E quando chegarmos em Nova York, será como se nunca tivesse
acontecido. Voltaremos para a mesma situação de antes de termos vindo
para cá. Trabalhando um ao lado do outro, nada mais,” ela reiterou.
“Sim.”, eu disse a ela, assentindo novamente enquanto engolia as
dúvidas sobre minha habilidade de realmente parar de desejá-la,
independentemente de estar em Nova York ou não.
Minha confirmação foi o suficiente para Maddie. Ela jogou os braços
em volta de meu pescoço, apaixonadamente. Eu a envolvi em meus braços
e a puxei contra mim com força. Levantando-a do chão, eu a carreguei até a
cama e a sentei na beira do colchão. Me ajoelhando em sua frente, eu
levantei um de seus pés e tirei um de seus sapatos, depois tirei o outro. Me
aproximei dela, afastando suas pernas para que eu pudesse tomá-la para
mim novamente. Nossas bocas se encontraram e nos beijamos por alguns
segundos, antes que eu me afastasse e continuasse a despi-la.
Deslizando meus dedos pela sua camisa, passei as mãos para dentro de
sua roupa para sentir a textura de sua pele. Maddie levantou os braços, e eu
tirei sua camisa. Seu sutiã rosa pálido envolvia perfeitamente seu busto
cheio, e eu me abaixei para esfregar meu rosto nele. Sua pele macia estava
corada e eu senti calor nos lábios enquanto a beijava. Eu passei a língua
pela curvatura de um de seus seios, e então pelo outro, enquanto Maddie
afundava os dedos em meu cabelo. Ela pressionou o quadril contra meu
peito com mais força.
Levei minha boca até a dela de novo, beijando-a intensamente
enquanto abria o botão de sua calça. O zíper se abriu, e ela se levantou para
que eu pudesse remover sua calça jeans justa, deslizando-a pelas suas
pernas. Joguei-a para o lado, tirando-a de meu caminho. Maddie agarrou
minha camisa e me puxou para cima, de frente para ela. Deslizando para a
beirada da cama, ela começou, então, a tirar o meu cinto, desabotoar minha
calça. Assim que ela desceu minhas calças, eu tirei meus sapatos, deixei a
calça no chão e joguei minha camisa para junto às roupas dela.
Eu passei um braço por sua cintura e a puxei para cima, para que eu
conseguisse levar nós dois para o meio da cama. Meu corpo se apoiou sobre
o dela, e nossas bocas se buscaram novamente. Maddie gemeu dentro da
minha boca, e seu quadril investia contra mim. Em um movimento, eu rolei
para trás e a posicionei para que ela ficasse sobre mim. Ela colocou os
braços para trás e abriu o sutiã. O tecido fino pulou para fora de seu corpo,
e eu gemi enquanto levava minhas mãos para massagear seus seios macios,
nus.
Seus mamilos se enrijeceram ao meu toque, com a pressão das minhas
mãos. Maddie arqueou-se para trás e tocou meu corpo com a mão,
procurando minha ereção. Eu passei o dedo pelo elástico da minha boxer,
para retirá-la, e ela se levantou para que eu tirasse a cueca, jogando-a para
longe. Ela se inclinou para trás e esticou as pernas, para que eu também
removesse sua roupa íntima. Ela começou a se posicionar para voltar para
cima de mim, mas eu a interrompi, segurando-a onde estava, e então separei
suas pernas. Eu fiquei de joelhos, e, enquanto ela se inclinava para trás,
parei para observá-la, admirando cada centímetro de seu corpo
maravilhoso.
Coloquei minha mão entre seus seios e deslizei com os dedos,
percorrendo sua barriga, até chegar em seu umbigo. A ponta do dedo
passou por ele, e então continuou até chegar nos ossos de seu quadril. Ela
jogou a cabeça para trás, e seus músculos estremeceram à medida que eu
brincava com os dedos de um lado do quadril para o outro. Meu toque
corria de um lado para o outro, cada vez mais devagar. Ela suspirou e suas
pernas abriram um pouco mais, me convidando para tocá-la mais
intimamente. Eu não fiz muita cerimônia. Deixei que minha mão trilhasse a
base de seu estômago e finalmente a toquei, molhada e quente.
CAPÍTULO 2
MADDIE

M inha boca se abriu e eu soltei um longo suspiro ao sentir os dedos de


Toby escorregando para minha já tensa e sensível intimidade. A química
entre nós, juntamente com o ritmo lento da semana juntos, deixou meu
corpo em um estado de tesão contínuo, e agora minha necessidade estava
sendo saciada. Era óbvio que Toby podia sentir o quanto pronta eu estava
para receber seu toque. Ele grunhiu quando sentiu minha viscosidade entre
seus dedos, e o som que seu toque emitiu só aumentou nossa pressa. Toby
movia a ponta do dedo pelo meu clitóris, usando a pressão tão
perfeitamente que era como se ele já conhecesse cada detalhe de meu corpo.
A onda de intenso prazer fez com que meu corpo se estremecesse por
completo, até entre minhas coxas.
A posição em que ele me colocou era totalmente nova, e essa
experiência estava acabando comigo. Eu nunca tinha sido tão livre e aberta
com um homem. Encará-lo com minhas coxas abertas, e minhas pernas
cada uma de um lado dele, eu deveria me sentir desconfortável, mas não me
senti. Não havia hesitação ou vergonha. Eu não queria me cobrir ou mudar
de posição, para que ele não pudesse me ver. Eu saboreei a sensação de seus
olhos me bebendo. Eu queria que ele memorizasse cada centímetro do meu
corpo, e isso fazia com que a sensação embaixo da minha barriga se
intensificasse. Eu queria que Toby sentisse a mesma atração poderosa que
eu estava sentindo, que isso o marcasse com uma conexão tão explosiva que
nos deixasse incapazes de esquecer que aquilo estava acontecendo, mesmo
que colocássemos isso para trás.
Ele continuou me explorando, traçando cada curva minha, até que eu
estivesse tremendo de antecipação. Quando seus dedos se afundaram para
dentro de mim, meu corpo se acendeu e eu gemia. Meu quadril se arqueou
contra sua mão, querendo-o ainda mais. Aquela sensação não era o
suficiente. Eu precisava de mais.
Toby virou a mão de modo que seu dedão se apoiou em meu clitóris de
novo. A combinação de seus dedos deslizando lentamente contra minhas
paredes internas e seu dedão aplicando a pressão perfeita em minha pérola
sensível me deixaram em uma espiral de tesão instantaneamente. Eu não
conseguiria manter o controle por muito tempo. Ele estava me dando níveis
de prazer que eu nunca experienciei, e eu não queria perder nada. Fechando
meus olhos, eu deixei que minha cabeça caísse para trás, as pernas
completamente abertas. Meu quadril se movia contra sua mão quase que
involuntariamente, meu corpo tomando o controle completo. A tensão subia
pelas pontas dos meus dedos, pelas solas dos meus pés. O calor queimava
meu rosto, meus músculos tremiam.
Eu não tentei recuar. Eu deixei o poder das sensações se apossarem de
mim, e meu orgasmo deixou meu corpo pegando fogo. Toby segurava os
dedos profundamente dentro de mim e pressionava a outra mão contra o
frenético batimento do meu coração enquanto eu sentia as ondas de clímax.
Eu conseguia sentir seu pau grosso, duro, contra mim, e mesmo que eu
tenha gozado intensamente, eu sabia que não tinha acabado. Eu queria
muito mais.
Lendo minha mente, ele abaixou as pernas, me puxou contra ele e me
colocou em cima dele. Nós aterrissamos com seu quadril aninhado entre
minhas coxas, e a ponta de seu pênis duro roçando na minha abertura, que
ainda pingava. Eu passei os braços em volta de seu pescoço e o puxei para
um beijo. Enquanto nossas bocas brincavam uma com a outra, Toby
posicionou seu membro e facilitou a entrada. A sensação dele me
preenchendo completamente era ainda melhor do que eu tinha imaginado.
Eu me agarrei a ele, querendo que cada pedacinho do meu corpo tocasse o
dele. Havia uma sensação vertiginosa, quase indescritível de desespero
mesclada com a satisfação. Como se ele fosse tudo e eu ainda não tivesse
tido o bastante.
Toby me segurou sobre ele por alguns segundos antes de seu quadril
começar a se mover. Suas investidas eram fortes e insistentes, mas não
exigentes ou forçadas. Eu conseguia me concentrar no deslizamento
delicioso dele dentro de mim a cada momento, descobrindo lugares dentro
de mim que ninguém havia tocado antes. O primeiro orgasmo me aliviou e
esquentou, então eu estava pronta pra aceitar tudo o que ele tinha, e Toby
não aliviou.
Bem quando eu pensei que não poderia ter mais prazer, ele levantou
uma das minhas pernas e a apoiou em seu ombro. Sustentando-se com as
mãos em cada lado meu para me alavancar, ele criou um novo ângulo que
gerou uma onda de sensações mais profundas e explosivas. Eu segurei em
seus ombros e o beijava intensamente. Nossos corpos encontraram um
ritmo, e tudo no mundo desapareceu em volta de nós. Mesmo enquanto
Toby corria uma trilha de beijos pelo lado do meu pescoço e roçava a ponta
da língua na minha pele, eu mal conseguia entender o que estava
acontecendo. Eu não conseguia acreditar que estava transando com meu
chefe, mas, ao mesmo tempo, eu não conseguia me controlar. Isso era tão
incrível. De jeito nenhum eu ia deixar minha lógica agir e me impedir de
me entregar nesse delírio.
Os grunhidos de Toby ficavam mais altos à medida que ele
intensificava as estocadas. Nossos corpos se escalavam juntos, e eu
conseguia sentir outro orgasmo chegando. Nos agarramos fortemente e, ao
mesmo tempo que meu corpo se desfazia, seu pau pulsava e latejava dentro
de mim. Cada vez que minhas paredes o apertavam, pressionando-o, nos
conectávamos mais. Eu arranhei suas costas, e ele mordeu meu lábio
inferior até que finalmente entramos em colapso, sufocados procurando por
ar. Sua pele estava grudenta de suor, e eu senti seu gosto salgado com
minha língua. Toby aninhou sua cabeça na curvatura entre meu pescoço e
ombro, e eu beijei o topo de sua cabeça. Uma mão descansava ao meu lado,
então deslizou para me apoiar enquanto me puxava contra ele, deitando
juntos na cama, onde ele se encaixou em mim.
Ficamos deitados silenciosamente por longos minutos, nossas mãos
acariciando o corpo suado do outro, nossas bocas ocasionalmente se
buscando para beijos, exaustos. Nosso fôlego se acalmou enquanto nossos
corpos dispersavam o êxtase, voltando ao normal. Não havia necessidade de
falar nada. Não naquele momento. Estar de conchinha com ele era o
suficiente. Eu estava surpresa de me sentir tão bem ali, encaixada em seus
braços. Eu não queria me mover, não queria nada além do calor de sua pele,
de escutar sua respiração, o batimento de seu coração.
Ele realmente era um homem memorável. Eu não admitiria isso a ele,
mas era uma revelação e tanto pra mim. Eu não fiquei imediatamente
extasiada por ele, ou tão impressionada quanto as outras pessoas pareciam
estar. Quando nos vimos pela primeira vez na entrevista para o
departamento de marketing da empresa, ele não me pareceu tão especial.
No máximo, era frustrante ver seu sucesso. Eu achava que ele não era nada
além de um nerd de tecnologia que tropeçou em um negócio e agora tinha
tudo o que sempre sonhou na palma da mão. Então, ele me contratou e,
quanto mais trabalhávamos juntos, mais eu aprendia sobre ele.
Eu percebi que minhas impressões iniciais sobre ele não eram todas
verdadeiras. Toby trabalhou duro para chegar onde chegou. Ele era muito
inteligente e extremamente bem no que ele fazia, mas também era doce e
engraçado. Ele realmente se importava com as pessoas à volta dele e queria
ter certeza que estava construindo uma empresa que beneficiava a todos,
não somente a ele. Ele era um bom partido. Uma pena que ele era meu
chefe, e eu não podia me apegar.
Aquele pensamento chegou em minha mente e começou a inflar até
que se apossasse de todos os cantos da minha cabeça, o suficiente para
azedar o brilho do que acabou de acontecer. A bolha que estava em volta de
nós estourou, e eu tinha que encarar a realidade de novo. Deixando escapar
um suspiro, eu me desvencilhei dos braços de Toby e engatinhei para fora
da cama. Se eu me deixasse deitada ali por mais alguns segundos, eu ia
querer ficar ali pelo resto da noite, e isso não era algo que podíamos fazer.
Era melhor acabar com aquilo agora para que não nos envolvêssemos mais
do que deveríamos.
Os dedos de Toby dedilharam minha lombar enquanto ele me
procurava, mas eu me forcei a ignorar seu toque e me levantar. Minhas
roupas estavam espalhadas pelo quarto, e eu comecei a recolhê-las. Eu
conseguia sentir que ele estava me olhando. Era estranho, mas eu sentia que
ele me olhava diferente agora. Tinha uma diferença entre o modo como eu
me sentia enquanto ele me olhava pela primeira vez, sendo apresentado ao
meu corpo, e agora que tínhamos nos conhecido. Foi muito mais profundo e
intenso do que eu imaginei que seria, e eu conseguia sentir isso até mesmo
indo ao banheiro para me recompor.
Vários minutos depois, eu voltei para o quarto. Ele ainda estava
deitado na cama, com os quadris cobertos pelo lençol e com a cabeça
apoiada nos travesseiros. Era uma cena atraente, eu quase me senti tentada
o suficiente pra tirar todas as minhas roupas de novo e correr para ele. Ao
invés disso, me concentrei em colocar meus sapatos.
“Você não precisa ter pressa.”, Toby disse, da cama.
Eu coloquei o segundo sapato e fiquei de pé, arrumando o cabelo.
“Nik e Jane estarão esperando por nós.”, eu o lembrei. “Eles foram ao
jantar, e eles acham que nós dois estamos fazendo coisas diferentes, mas
não vão pensar que vai levar a noite toda.”
Um pouco do contentamento sonolento desapareceu de seu rosto
quando ele se deu conta disso. Toby começou a tirar o lençol, se preparando
para levantar da cama, mas eu o impedi.
“Você não precisa se arrumar, ainda. Relaxe por um tempo. Peça
algum serviço de quarto ou algo do tipo.”, eu disse a ele.
Toby me olhou confuso. “O quê?”
“Nós supostamente estamos em lugares diferentes, lembra? Não ficaria
bem para nós chegar ao apartamento juntos. Deveríamos sair e chegar em
horários diferentes.”, eu disse.
Ele assentiu. “Ah. É, faz sentido.”
“Ótimo. Eu vou primeiro.” De repente, as coisas ficaram estranhas.
Não era exatamente o momento que eu tinha em mente por todo o caminho
quando entrei naquele táxi com Toby. “Hm. Obrigada pela noite ótima.”
Eu me encolhi e me virei, indo em direção à porta o mais rápido que
pude, sem sair correndo. Eu não precisava ouvir o que ele iria inventar para
responder ao fluxo absurdo de palavras que simplesmente saiu da minha
boca. Correndo pelo saguão, não fiz contato visual com ninguém,
especialmente com a funcionária da recepção que sabia exatamente por que
estávamos fazendo o check-in. Havia um táxi misericordiosamente me
esperado na frente do hotel, e eu mergulhei para dentro dele.
O motorista olhou pra mim pelo retrovisor, e eu dei a ele o endereço do
aparamento. Jogando minha cabeça no apoio do banco, eu encarei o teto do
carro e me castiguei silenciosamente. A vergonha queimava pelo meu rosto
e peito durante toda a viagem pela cidade. Como esperado, o táxi parou em
uma rua ao lado da rua em que o apartamento ficava. A entrada era por uma
estrada estreita de paralelepípedos, saindo de um beco estreito demais para
que os carros descessem confortavelmente. De alguma forma, sair do táxi e
caminhar até o apartamento só piorou meu constrangimento.
Assim que entrei, corri para o banheiro. Tomei um longo banho
quente, vesti meu pijama mais confortável, meu preferido, e me enfiei
debaixo das cobertas, me cobrindo até o queixo. Eu apertava os olhos,
inutilmente. Uma hora depois, eu ainda não conseguia dormir com as
memórias do que aconteceu com Toby tocando incessantemente na minha
cabeça, de novo, e de novo, e de novo...

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Muito obrigada por ler meu romance.


Como nova autora independente, significa muito para mim ouvir a opinião
dos meus leitores. Se você puder separar um tempo para deixar uma
avaliação ao terminar de ler, eu serei muito grata. Ler e-mails e avaliações
de vocês sobre minha história significa tudo para mim.
SOBRE A AUTORA

Annie J. Rose é uma autora de romance contemporâneo que ama dar vida às
suas fantasias. Ela escreve romances quentes com um final feliz.

Nascida e criada na Nova Zelândia, ela geralmente passa a maior parte de


seu tempo escrevendo contos em sua varanda. Farmacêutica de dia,
escritora lasciva à noite.

Para dúvidas e reclamações, por favor entre em contato pelo endereço


portuguese@anniejrose.com

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Table of Contents
Title Page
Copyright
Contents
Descrição
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Epilogue
F de falso casamento (Amostra)
Capítulo 1
Capítulo 2
Por favor, não esqueça de deixar uma avaliação!
Sobre a autora

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