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CONCEITOS BÁSICOS SOBRE CONSEQÜÊNCIAS E EFEITOS FÍSICOS

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................ 101

2. MODELOS DE CONSEQUÊNCIAS........................................................................101

2.1 Tipos de Vazamentos.......................................................................................103

2.1.1 Vazamento Líquido........................................................................................104

2.1.2 Vazamento Gasoso........................................................................................106

2.1.3 Vazamento Bifásico........................................................................................107

2.2 Formação de Evaporação de Poça..................................................................107

2.3 Formação e Dispersão de Jato........................................................................109

2.4 Dispersão de Gases e Vapores na Atmosfera.................................................110

2.4.1 Estabilidade Atmosférica.......................................................................111

2.4.2 Rugosidade do Terreno........................................................................112

2.4.3 Tipos de Emissões................................................................................112

2.5 Consequências dos Vazamentos.....................................................................114

2.5.1 Incêndios...............................................................................................114

2.5.1.1 Incêndio em Poça e Incêndio em Tanque............................................115

2.5.1.2 Jato de Fogo........................................................................................116

2.5.1.3 Bola de Fogo (Fireball).........................................................................116

2.5.1.4 Incêndio em Nuvem (Flashfire)............................................................121

2.5.2 Explosões..............................................................................................122

2.5.2.1 Explosão Não Confinada......................................................................124

2.5.2.2 Explosão Confinada.............................................................................127

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SUMÁRIO

3. VULNERABILIDADE...............................................................................................128

3.1 Modelos de Vulnerabilidade..............................................................................129

3.1.1 Radiação Térmica..........................................................................................130

3.1.2 Sobrepressão..........................................................................................132

3.1.3 Tóxicos........................................................................................................... 134

4. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA..............................................................................135

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1. INTRODUÇÃO

Para estimativa das consequências faz-se necessário conhecer as características


do cenário do acidente. Assim, por exemplo, é importante conhecer a quantidade de vapor
inflamável em uma nuvem para poder estimar os efeitos da explosão. Por outro lado, se a
fuga é de uma substância tóxica, é necessário estimar a concentração, antes de
determinar a vulnerabilidade das pessoas expostas.

2. MODELOS DE CONSEQÜÊNCIAS E VULNERABILIDADE

A estimativa das consequências tem o objetivo de fornecer informações sobre o


comportamento do produto no meio, bem como, a quantificação dos seus efeitos físicos em
termos de radiações térmicas (incêndios), sobrepressões (explosões) e concentrações
tóxicas.

Para tal estimativa, deve-se conhecer as condições nas quais o evento pode
ocorrer, ou seja:

 tipo de vazamento (fase líquida, gasosa ou bifásico);

 duração do vazamento (contínuo ou instantâneo);

 estimativa da quantidade vazada;

 características do produto envolvido;

 condições de transporte, processo ou armazenamento;

 condições climatológicas da região em estudo.

A primeira etapa envolve o cálculo da vazão de saída do material. Em seguida


deve-se estudar o comportamento do produto no meio, ou seja, a formação e evaporação
de poça para os líquidos e a formação de jato no caso de gases. Posteriormente é
necessário avaliar a dispersão do produto na atmosfera de modo a se obter a máxima
distância atingida pela nuvem para os valores de interesse pré-estabelecidos.

Para produtos inflamáveis deve-se ainda calcular as distâncias tanto para as


radiações térmicas provenientes de incêndios de poças e jatos como para as
sobrepressões geradas por explosões confinadas e não confinadas de vapores.

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De posse de tais informações podem ser avaliados os danos gerados ao homem e
às estruturas em termos de radiação térmica, sobrepressão e concentração tóxica, através
de modelos de vulnerabilidade.

A seguir serão apresentadas considerações teóricas e práticas para cada um dos


eventos citados acima.

2.1 Tipos de Vazamentos

A maior parte dos acidentes envolve a liberação de materiais perigosos de um


sistema confinado, quer pela ocorrência de uma ruptura de um vaso ou de uma linha, quer
pela abertura de válvulas de alívio ou outros dispositivos.

Os vazamentos podem ser classificados em três tipos:

 instantâneo: supõe-se que todo o fluido está imediatamente disponível para


dispersão quando se trata de gases ou, no caso de líquido, para formação de poça
sobre a extensão do terreno e posterior evaporação. O estado físico inicial da
substância pode modificar-se ao entrar em contato com as condições ambientais.

 contínuo: resultado de um furo pequeno com uma duração significativa. Neste


caso, a liberação diminui com o tempo (redução do nível de líquido ou pressão,
caso seja gás).

Uma vez determinado se o vazamento é instantâneo ou contínuo, o estado físico do


material é o fator mais importante. No caso de vazamentos bifásicos, o conhecimento das
proporções relativas de gás/vapor e líquido é importante para se determinar a perda de
carga e consequentemente a vazão. No entanto, nem sempre é possível conhecer a fração
de vapor, mesmo porque, podem ocorrer trocas de estados físicos durante a descarga.
Outro ponto importante é a localização da fuga, pois a mesma, em alguns casos,
determina o estado físico da descarga do produto.

No vazamento instantâneo, parte do líquido quanto submetido a pressão e


temperatura ambiente, pode gerar uma evaporação “flash”, que aumentará,
consideravelmente, a proporção do vapor. Por outro lado, a evaporação de uma fração
apreciável de líquido pode arrastar gotas do mesmo na fase vapor, dando origem a uma
névoa, cujas gotas podem evaporar antes de chegar ao solo. Já as liberações na fase
gasosa podem sofrer condensações parciais, enquanto que as descargas através de
válvulas de segurança ou através de furos podem arrastar misturas de gás e líquido.
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A Figura 1 apresenta a evolução do vazamento de uma substância perigosa.

Liberação de
substância quím ica

I NS TA NT Â N E O C O NT ÍN UO

G Á S / VA P O R LÍ Q UI DO + G Á S / VA P O R
LÍ Q UI DO

ALTA BAI X A
VELO CI DADE VELO CI DADE

F O RM A ÇÃ O DE NU V E M E VA P O R A Ç Ã O
IG N IÇ ÃO
IM E D IA TA ?
NÃO

SIM
IG N IÇ ÃO ? IG N IÇ ÃO ?
NÃO SIM
NÃO SIM
JATO D E
FOG O
S U ST. UV CE
TÓ XIC A ? Fla s h
IN C Ê N D IO
S U ST.
E M P OÇ A
TÓ XIC A ?
NÃO
SIM

SIM
NÃO

D IS PE R S ÃO SE M
C ON S EQ U ÊN C IA S C O N CE NT R A Ç Õ ES
N O E SPAÇ O E
NO T EM PO

D IS PE R S ÃO SE M
C O N CE NT R A Ç Õ ES C ON S EQ U ÊN C IA S
N O E SPAÇ O E
NO T EM PO

Figura 1 – Evolução do Vazamento de uma Substância

Como pode-se observar, no caso de uma substância inflamável, a perda de


contenção da origem a um vazamento de líquido, onde os vapores sobre a superfície do
mesmo podem incendiar-se dando origem a um incêndio em poça. No caso de liberação de
gás pressurizado ocorrerá o jato de fogo. Caso não ocorra a ignição imediata, ocorrerá a
fomação de uma nuvem. As descargas em fase gasosa ou a evaporação do líquido
liberado também formarão uma nuvem. Se a substância liberada for tóxica ocorrerá a
formação de nuvem tóxica, a qual dispersará em função do espaço e do tempo.

2.1.1 Vazamento Líquido

A estimativa da taxa de vazamento é realizada através de uma das formas da


equação de Bernoulli;

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onde:

Q - taxa de vazamento (kg/s)

Cd – coeficiente de descarga (adimensional)

Ar – área do furo (m2)

Dl – densidade do líquido (kg/m3)

P1 – pressão inicial no sistema (Pa)

Pa – pressão atmosférica (Pa)

g - gravidade (m/s2)

h - altura do líquido acima do ponto de vazamento (m)

O coeficiente de descarga Cd é um número empírico que varia de acordo com o


número de Reynolds e caracteriza a natureza de um fluxo. É função da velocidade do
fluxo, da densidade e viscosidade do líquido e da razão entre o diâmetro da tubulação e do
formato do furo. Para furos circulares com arestas retas ou chanfradas o valor de Cd varia
de 0,595 a 0,62.

O vazamento de um gás liquefeito sob pressão através de um orifício ocorre com


uma rápida vaporização de uma parte do produto devido a diferença de pressão entre o
sistema e a atmosfera. Esta vaporização é denominada fração “flasheada” e pode ser
calculada pela seguinte equação:

Cpl (T1 – Teb)


FF = ¾¾¾¾¾¾¾
Hvap
onde:

FF - fração “flasheada”

Cpl - calor específico do líquido a pressão constante (J/kg/K)

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T1 - temperatura do produto no sistema (K)

Teb - temperatura de ebulição do produto a 1 atm (K)

Hvap - entalpia ou calor de evaporação (J/kg)

Os valores de fração “flasheada” encontram-se normalmene entre 0 e 1, o que


significa que parte do produto, a “flasheada”, imediatamente dará origem a formação de
uma nuvem na atmosfera, enquanto que a fração não “flasheada” poderá, ou não, se
acumular no solo formando uma poça.

2.1.2 Vazamento Gasoso

Envolve o vazamento de substâncias gasosas mantidas sob pressão. As equações


utilizadas para o cálculo da vazão de saída do gás são as básicas para os efluxos gasosos
e presumem o comportamento de gás ideal, o que só não é válido para pressões muito
elevadas (próximas às críticas).

O primeiro passo é determinar se o escoamento encontra-se em condições críticas


ou subcríticas. Condição crítica é quando a velocidade de saída do gás encontra-se
próxima à velocidade do som naquele ambiente, enquanto que se a velocidade do gás for
menor que a do som o efluxo ocorre em condição subcrítica.

Para efeito prático, pode-se considerar que se a pressão no sistema (P1) for duas ou
mais vezes a pressão atmosférica (Pa), o escoamento é do tipo crítico; caso contrário é
subcrítico. Uma vez determinado o tipo de escoamento deve-se então determinar a vazão
de saída do produto, cuja equação é:

onde:

Y - coeficiente que considera efluxo crítico (Y = 1) ou subcrítico (Y < 1)

M - massa molecular do produto

R - constante dos gases

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Na grande maioria dos casos envolvendo o armazenamento de produtos gasosos
os escoamentos permanecem longo tempo em condições críticas. Neste período ocorre
uma fortíssima diluição do produto, provocada pelo arraste de ar. Um momento
especialmente crítico ocorre no final do vazamento quando a pressão no reservatório é
pequena resultando em baixa velocidade de saída do material e, portanto, numa menor
diluição do produto.

2.1.3 Vazamento Bifásico

O fluxo bifásico pode ocorrer durante a liberação de um recipiente contendo gás e


líquido, onde o líquido encontra-se armazenado sob pressão e a temperatura mais alta
que o ponto de ebulição.

É importante conhecer quando pode ser produzido um fluxo bifásico e quais as


características, pois a descarga bifásica em condições determinadas pode ser muito
diferente da que se obtém quando somente uma das fases está presente.

No caso de líquidos saturados pode-se considerar que o equilíbrio é alcançado se a


tubulação de descarga tem mais de 0,1 m de comprimento ou se o comprimento da
tubulação de descarga é maior que 10 vezes o seu diâmetro.

Quando da ocorrência de um vazamento deste tipo, há uma violenta


despressurização no interior do recipiente gerando intensa evaporação do líquido, o qual é
arrastado e liberado para atmosfera junto com a fase gasosa. Tem-se, portanto, a saída
de vapor e gotículas do líquido que foram arrastadas.

Porém vale ressaltar que para produtos em que a fração “flasheada” é muito
pequena, é mais simples e conservativo utilizar o modelo para vazamento líquido.

2.2 Formação e Evaporação de Poça

Uma vez ocorrido o vazamento, o líquido tenderá a acumular-se no solo, dando


origem à formação de uma poça. A dimensão desta poça dependerá da sua taxa de
alimentação, das características do produto, do solo e da presença de obstáculos como,
por exemplo, diques de contenção.

A taxa de alimentação da poça é obtida a partir dos modelos de vazamento líquido


ou bifásico.

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A evaporação do líquido pode ocorrer de três formas distintas:

 evaporação de líquido superaquecido – liberação de substância que se


encontra armazenada acima da temperatura de ebulição, sofrendo uma
evaporação rápida ao se expor as condições ambientes. Neste caso a taxa de
alimentação da poça será a taxa de vazamento menos a fração “flasheada”.

 evaporação de líquido aquecido – liberação de substância que se encontra


armazenada a temperatura de ebulição ou próximo a ela;

 evaporação de líquido não aquecido – liberação de substância que se encontra


abaixo da temperatura de ebulição.

Quanto maior a taxa de vazamento maior será a dimensão da poça formada, desde
que não haja dique ou obstáculo que impeça o espalhamento do produto. Outro fator que
influencia a formação de uma poça é o tipo de solo. Solos porosos permitem a infiltração
do produto dificultando assim o seu espalhamento.

Para áreas sem dique de contenção a dimensão da poça é dinâmica até o instante
onde a taxa de alimentação for igual a sua taxa de evaporação. No caso de líquidos
superaquecidos, esta situação de equilibrio ocorre em diversos momentos, uma vez que o
líquido ao entrar em contato com a pressão atmosférica irá resfriar-se até a sua
temperatura de ebulição.

Para evaporar o líquido deve trocar calor com o ar e o solo (calor de evaporação).
Desta maneira ocorrerá o resfriamento do solo, não permitindo a troca térmica e, portanto,
reduzindo a taxa de evaporação. No entanto, se a taxa de alimentação da poça ainda
existir haverá um aumento na sua dimensão até que um novo equilíbrio ocorra.

Uma vez formada a poça, o evento subsequente é a evaporação do produto. A


taxa de evaporação dependerá do tamanho da poça, da troca térmica com o ar e o solo, da
velocidade do vento, do tipo de solo e das características do produto (volatilidade).

Quanto maior a área ocupada pela poça maior será a taxa de evaporação. Assim
torna-se fundamental conter o produto vazado, caso contrário haverá a formação de uma
poça com dimensões muito elevadas propiciando uma altíssima taxa de evaporação. Desta
forma, pode-se constatar a importância dos diques de contenção. Tais diques não devem
possuir um piso perfeitamente horizontal, pois o produto irá se espalhar por toda a área. O

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dique deve, então, ser um pouco inclinado (2 ou 3 graus) de modo a diminuir a área de
contato e construído com material de baixo coeficiente de transmissão térmica.

A velocidade do vento também influencia a taxa de evaporação. Uma maior


velocidade do vento propicia uma maior remoção dos vapores acima do líquido, acelerando
o processo de evaporação.

A solução para este evento é dada por um conjunto de equações diferenciais em


relação ao tempo e o sistema deve ser resolvido até se obter as condições de equilíbrio.

A Figura 2 ilustra a formação e evaporação de poça.

T ax a de T ax a de
v az am ent o ev apor aç ão

Figura 2 - Formação e evaporação de poça

2.3 Formação e Dispersão de Jato

O vazamento a alta velocidade de um gás/vapor sob pressão acarreta na formação


de um jato que arrasta grande quantidade de ar devido a sua turbulência. De modo geral
sempre que a pressão do produto for pelo menos duas vezes a pressão externa haverá a
formação de um jato. Apesar da resistência do ar ao escoamento, a velocidade de saída
do produto pode atingir centenas de metros por segundos. Tal velocidade é máxima ao
longo do eixo da saída e diminui à medida em que se afasta da fonte. Nesta condição o
jato é perpendicular ao sistema, retilíneo e apresenta uma forma elíptica; não há influência
da velocidade do vento uma vez que esta é bem inferior à velocidade do jato.

No entanto, há um ponto, no topo do jato, onde a sua velocidade é muito próxima à


velocidade do vento e o jato começa a reclinar. Este é um ponto de transição, onde
termina a dispersão devido a turbulência do jato e se inicia a dispersão devido à
turbulência atmosférica. Neste momento podem ocorrer três situações:

 produto diluído é mais pesado que o ar;

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 produto possui densidade próxima à do ar;

 produto é mais leve que o ar.

Se o produto for mais pesado que o ar, tenderá a se acumular no topo do jato para,
posteriormente, iniciar a dispersão através de uma pluma de difusão com eixo inclinado na
direção do terreno. Na maioria dos casos o produto no topo do jato apresenta uma
densidade próxima à do ar (neutro) e a sua dispersão é através de uma pluma de difusão
com eixo paralelo ao solo. Se o produto apresentar uma densidade menor que a do ar ele
continuará a subir sofrendo, também, a influência do vento.

Em função do jato apresentar altíssima velocidade de saída, a concentração do


produto no topo é, geralmente, da ordem de 1 a 3% em volume (10000 a 30000 ppm) pois
o arraste de ar devido a turbulência do jato é tão elevado que provoca a diluição do
produto.

Estes valores estão próximos aos limites de inflamabilidade, que são os valores de
referência utilizados para as substâncias inflamáveis, com o intuito de se obter a massa de
produto e a distância atingida pelo jato em condições de ignição. No entanto, os valores
de referência para as substâncias tóxicas encontram-se bem abaixo destes números, razão
pela qual deve-se estudar o comportamento do produto após o término do jato.

O momento de maior risco é no final do vazamento, onde a pressão no interior do


recipiente é pouco superior à pressão atmosférica resultando numa baixa velocidade de
saída do produto e consequentemente pequeno arraste de ar.

Os modelos de formação e dispersão de jato fornecem basicamente o perfil da


concentração do produto, a altura final do jato e a densidade final do produto.

2.4 Dispersão de Gases e Vapores na Atmosfera

Uma etapa importante de qualquer análise de consequências envolvendo o


vazamento de substâncias tóxicas ou inflamáveis é o cálculo da dispersão do produto na
atmosfera. A dispersão de vapores é proveniente de produtos que se encontram no estado
líquido ou sólido nas condições atmosféricas, enquanto a dispersão de gás é proveniente
de substâncias que se encontram no estado gasoso nas condições atmosféricas.

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Uma vez formada a nuvem esta se deslocará com o vento e se diluirá à medida em
que se misturar com o ar, até o instante em que a concentração do produto, inflamável ou
tóxico, não represente mais um risco potencial.

A dispersão é função da velocidade do vento, da estabilidade e turbulência


atmosférica, presença de obstáculos, características do produto e do vazamento (tipode
emissão).

2.4.1 Estabilidade Atmosférica

Refere-se a mistura vertical das diferentes camadas de ar. Depende da velocidade


do vento e sobretudo dos gradientes de temperatura na atmofera (radiação térmica). A
categoria de estabilidade mais utilizada é a de Pasquill, com seis classes de estabilidade,
conforme demonstrado na Tabela 1.

Tabela 1 – Categorias de Pasquill

Período Diurno Período Noturno


Velocidade Insolação Nebulosidade
do Vento
(m/s) Parcilmente
Forte Moderada Leve Encoberto
encoberto
<2 A A-B B - -
2–3 A-B B C E F
3–4 B B-C C D E
4–6 C C-D D D D
>6 C D D D D

Onde:

 Categoria A – muito instável

 Categoria B – instável

 Categoria C – moderadamente instável

 Categoria D – neutra

 Categoria E – estável

 Categoria F – muito estável

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Se um vazamento ocorrer na categoria F de Pasquill (muito estável), a forma da
pluma será horizontal, com uma largura muito reduzida e atingirá longas distâncias antes
de atingir o terreno. Neste caso a área atingida é pequena, porém com altas
concentrações do produto.

Por outro lado, se um vazamento ocorrer na categoria A de Pasquill (muito instável),


a forma da pluma será irregular, sendo que a sua largura crescerá rapidamente devido ao
grande arraste de ar e é muito provável que atingirá pequenas distâncias com
concentrações bem menores que no caso anterior.

2.4.2 Rugosidade do Terreno

O parâmetro rugosidade do terreno é introduzido nos modelos de dispersão para


quantificar o efeito dos acidentes sobre a superfície da terra na dispersão vertical da
emissão.

Esta rugosidade ou, as forças de atrito da superficie do terreno, tem o efeito de


diminuir a velocidade do vento em relação aos valores teóricos. Além disso, a rugosidade
tem o efeito de provocar turbulências localizadas, acarretando na diluição do produto.

2.4.3 Tipos de Emissões

As emissões são classificadas em função da natureza da liberação (descarga do


produto) e da duração do vazamento, sendo classificadas como:

 Emissões instantâneas (tempo necessário para alcançar um receptor e muito


maior que o tempo de descarga do produto), conforme Figura 3;

 Emissões contínuas (tempo de emissão longo comparado com o tempo


necessário para alcançar um receptor), conforme Figura 4.

 Emissões variáveis no tempo.

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Centro da
Origem emissão t=t2
da emissão
Z Centro da
emissão t=t1
X

Figura 3 – Emissão Instantânea

H
X
h

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Figura 4 - Emissão Contínua

Para o cálculo da dispersão de vazamentos contínuos é necessária a taxa do


vazamento ou a de evaporação da poça e a duração do evento. No caso instantâneo é
necessária apenas a massa total do produto contida no sistema.

2.5 Consequências dos Vazamentos

A seguir são listados alguns efeitos que poderão ocorrer a partir da liberação de
uma substância química.

2.5.1 Incêndios

O calor liberado pelo incêndio é conhecido por calor radiante ou radiação térmica
(infra vermelho). Pessoas e materiais expostos a um incêndio podem ser seriamente
afetados pela radiação térmica. Se o nível da radiação for suficientemente alto, outros
objetos inflamáveis/combustíveis poderão ignizar (queimar).

Os danos provocados pela radiação térmica podem ser calculados através da dose
da radiação recebida. Uma medida da dose recebida é a energia por unidade de área da
superfície exposta à radiação durante o tempo de exposição.

A intensidade da radiação térmica é um parâmetro de complexa determinação que


depende das condições atmosféricas, da geometria do incêndio e das características físico-
químicas do produto.

Para fins de simulações das consequências os incêndios podem ser classificados


em: incêndio em tanque (tank fire), incêndio em poça (pool fire), jato de fogo (jet fire), bola
de fogo (fireball) e incêndio em nuvem (flashfire).

2.5.1.1 Incêndio em Poça e Incêndio em Tanque

A única diferença entre incêndio em poça e o incêndio em tanque é a altura da base


da chama.

Apesar do nome incêndio em poça, o que realmente queima é o material que


evapora do líquido que esta na base das chamas.

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No caso de incêndios confinados, o tamanho do incêndio está determinado pelas
dimensões do tanque ou do dique de contenção. No caso de incêndios não confinados,
pode produzir-se uma variação importante das dimensões do incêndio a medida que o
produto derramado se espalhe.

Para o cálculo da intensidade da radiação térmica emitida pelo incêndio deve-se


determinar primeiramente a geometria da chama, ou seja, sua altura, diâmetro, inclinação e
deslocamento lateral, para posteriormente calcular a radiação recebida por corpos
expostos nas proximidades do incêndio. O calor recebido por um corpo (Q) é propagado
por:

 Condução (Qcond) - a transmissão ocorre de molécula para molécula do corpo,


por movimento vibratório;

 Convecção (Qconv) - devido ao aquecimento as moléculas se expandem e


tendem a subir gerando correntes ascendentes;

 Radiação (Qrad) - é a transmissão do calor por meio de ondas; todo corpo


quente emite radiações que vão atingir os corpos frios.

Logo, o calor recebido pode ser calculado através da seguinte equação proposta
por HOTTEL:

Q = QCond + QConv + QRad

A altura da chama é função do aumento do calor de combustão de uma substância


e, consequentemente, do aumento da taxa de combustão, gerando com isso uma parcela
maior de calor radiante. Por isso, é muito mais difícil se aproximar de um tanque de
gasolina em chamas do que de um tanque de álcool, pois o calor de combustão da
gasolina é bem superior ao do álcool.

2.5.1.2 Jato de Fogo

O vazamento de um gás ou líquido pressurizado através de um orifício acarretará


na formação de um jato. No entanto, se o produto envolvido for inflamável, e o jato
apresentar concentrações entre os limites de inflamabilidade e uma fonte de ignição estiver
presente, o evento subsequente é conhecido como jato de fogo (jet fire).

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Um jato de fogo pode atingir distâncias bastante significativas, da ordem de
dezenas de metros, quando provenientes de orifícios com diâmetro inferior a trinta
centímetros. O jato de fogo apresenta os mesmos riscos que o incêndio em poça, ou seja,
a radiação térmica emitida pelo jato é capaz de provocar danos às pessoas e estruturas
próximas.

Para os jatos, devido ao arraste de ar, o produto apresenta uma concentração da


ordem de 1 - 2% em volume, que é próxima ao limite inferior de inflamabilidade para muitas
substâncias. Isto significa que a combustão será excelente sem a presença de fumaça,
devido a quantidade de ar existente, o que não ocorre no caso de incêndio em poça.

Como se sabe, a liberação de um gás ou líquido pressurizado ocorre, na maioria


dos casos, a alta pressão caracterizando escoamento sônico. Sendo a velocidade do jato
muito maior que a velocidade do vento, este não afeta a forma nem a inclinação do
mesmo.

2.5.1.3 Bola de Fogo (Fireball)

É a evaporação subita, de grandes quantidades, de líquido ou liberação de um


determinado gás que, imediatamente, entra em ignição. No caso dos líquidos, o mesmo
encontra-se armazenado a uma temperatura superior a seu ponto de ebulição.
Normalmente, a bola de fogo (Fireball) ocorre a partir da ruptura repentina de um
recipiente contendo uma substância liquefeita a baixa pressão. Esse fenômeno (ruptura) é
denominado BLEVE (Boiling Liquid Expanding Vapor Explosion) ou explosão do vapor
expandido pelo líquido em ebulição.

O súbito decréscimo da pressão resulta na violenta vaporização de uma fração do


líquido e na formação de uma nuvem de vapor e gotículas que podem ultrapassar 200
vezes o volume inicial, o que é suficiente para gerar ondas de pressão e fragmentos. Em
outras palavras, o BLEVE é o fenômeno de explosão de um tanque com projeção de
fragmentos e de expansão adiabática.

A definição acima de BLEVE permite concluir que tal evento pode ocorrer com
qualquer substância, seja ela inflamável ou não. Se a substância envolvida for inflamável,
poderá ocorrer a sua ignição (se uma fonte estiver presente), com a consequente formação
de uma bola de fogo.

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As bolas de fogo geradas por um BLEVE podem alcançar 300 - 400
metros de diâmetro e apresentar uma duração de 30 a 60 segundos.

A Figura 5 apresenta a ocorrência de um BLEVE seguido de um fireball.

Bola de fogo

Colapso

Figura 5 – BLEVE/Fireball

A causa mais frequentes de explosões BLEVE é o incêndio externo, o qual se


origina a partir de pequenas liberações do material armazenado. A medida que recebe
calor do fogo externo, frações cada vez maiores de líquido passam a fase vapor com
consequente aumento de pressão. Ao mesmo tempo, a radiação proveniente do incêndio
e a incidência direta das chamas aquecem a parede do recipiente. Na parede acima do
nível de líquido, a transferência de calor no interior é mais lenta, o que faz com que a
temperatura da parede aumente rapidamente, com a consequente diminuição da
resistência mecânica, dando origem ao colapso do recipiente, a despressurização do
gás/vapor e o BLEVE do conjunto. Vale ressaltar que a existência de válvula de alívio de

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pressão não é suficiente para impedir que um BLEVE ocorra. Além da ignição imediata da
mistrua em expansão se está for inflamável.

Em outros casos, a ruptura do recipiente se produz simplesmente porque a


resistência mecânica foi ultrapassada, devido ao aumento de pressão acidental, falha de
material, reações fora de controle etc, sem ocorrência de fogo externo.

Historicamente, a maioria dos "BLEVES" envolvem líquidos inflamáveis e são


causados por incêndios próximos resultando numa bola de fogo (fireball).

Geralmente o acidente ocorre da seguinte forma:

 um tanque contendo um produto inflamável é atingido por um grande fluxo de


calor proveniente de um incêndio;

 a temperatura do líquido e a pressão do tanque aumentam gerando a abertura


da válvula de alívio com a consequente liberação de produto para a atmosfera,
podendo ou não ignizar dando origem a um jato de fogo;

 durante algum tempo, o calor das chamas aquece o costado do tanque que, por
sua vez, transfere esta energia para o líquido evaporar, reduzindo o nível do
líquido no interior do tanque;

 em dado momento a chama externa atinge a parede do tanque que está agora,
em contato com o vapor e, portanto, não consegue transferir o calor recebido;

 o calor enfraquece a parte do tanque em contato com o vapor enquanto ocorre


o aumento da pressão interna;

 o tanque enfraquecido pelo calor e a alta pressão interna provocam uma


repentina e violenta ruptura do tanque;

 fragmentos do tanque são lançados a grandes distâncias;

 quase todo o líquido passa instantâneamente à fase de vapor devido a


despressurização, dando origem a uma imensa "bola de vapores",

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 sendo o produto inflamável, o contato deste com as chamas acarretará na
formação de uma "bola de fogo" ("fireball").

O estudo dos acidentes ocorridos, permitiu que algumas normas e procedimentos


fossem adotados com a finalidade de prevenir o fenômeno BLEVE, dentre as quais
destacam-se:

 construção de piso inclinado (superior a 1% - 1 cm/m) sob tanques/esferas de


modo a não permitir o acúmulo de produto nas imediações e drenar qualquer
produto derramado para uma área segura;

 redundância de válvula de alívio de pressão de modo a garantir que a pressão


interna não atinja níveis críticos;

 direcionamento das válvulas de alívio para cima (90 º) diminuindo o fluxo térmico
do jato de fogo sobre o tanque/esfera;

 dispor de um sistema de despressurização para reduzir a pressão interna a 7


bar ou a metade da pressão de projeto dentro de quinze minutos;

 dispor de sistema de resfriamento dos recipientes expostos ao fogo a uma taxa


de 10 L/min/m2 ou mais;

 dispor de sistema de transferência do produto contido no tanque/esfera;

 dispor de sistema de injeção de água no interior do tanque/esfera;

 minimizar o número de conexões;

 realizar operações de carga e descarga por cima.

Outra causa de BLEVE é aquele gerado por danos mecânicos ao recipiente. Em


alguns casos, o BLEVE ocorreu devido a corrosão do recipiente enquanto que em outros, o
impacto causado por uma colisão, no transporte rodoviário ou ferroviário, acarretou na sua
ocorrência. É importante salientar que neste último caso, o BLEVE pode ocorrer muitas
horas após o acidente e poderá ou não ser seguido de um fireball. Tais BLEVEs retardados
são comuns quando a parte danificada mecanicamente inclui uma linha de solda
circunferencial (cinta) que foi "estressada" durante o acidente. Esta situação produz

- 119 -
tensões que podem causar deformações que continuam até que a falha ocorra, mesmo
sem o aumento da pressão interna.

Em termos de prevenção para este tipo de causa é sugerido que as fontes fixas
sejam mantidas afastadas de áreas com movimentação de guindastes e outros
equipamentos de construção enquanto que para as fontes móveis, vagões/caminhões,
recomenda-se proteção através da construção de recipientes duplos com isolamento entre
eles.

O BLEVE pode ainda ocorrer devido ao superenchimento de um tanque/esfera. O


excesso de líquido acarreta no aumento da pressão/temperatura interna sendo que a
válvula de alívio de pressão pode ser insuficiente para evitar que a pressão interna
ultrapasse a resistência do tanque.

Atualmente este tipo de BLEVE é raro devido às restrições na quantidade de


produto que pode ser armazenado num tanque/esfera e também pelas exigências atuais
quanto ao dimensionamento das válvulas de alívio de pressão para sistemas de
armazenamento.

Independentemente da causa geradora do BLEVE, este fenômeno provoca ondas


de pressão no ambiente, sendo que estas, apresentam um efeito localizado e, de um modo
geral, não afetam o público. No entanto, a ocorrência do BLEVE acarretará na projeção de
estilhaços e fragmentos de metal que poderão ser arremessados a longas distâncias
podendo, portanto, atingir o público.

Deve-se lembrar que nos dois casos acima, poderão ocorrer sérios danos às
estruturas localizadas próximas ao acidente. Estudos realizados mostram que 80% dos
fragmentos atingem distâncias inferior a 300 metros, sendo que alguns já foram
encontrados a mais de 1000 metros do local do BLEVE.

A intensidade da radiação térmica recebida por pessoas e coberturas próximas


depende, dentre outros fatores, da geometria do "fireball" (diâmetro e altura) e da sua
direção.

Os fluxos de calor na superfície de um BLEVE normalmente variam de 200 a 350


kW/m2 e são, portanto, muito maiores que aqueles gerados por um incêndio de poça, além
de não apresentar fumaça.

2.5.1.4 Incêndio em Nuvem (Flashfire)


- 120 -
O vazamento de um produto inflamável no ambiente poderá acarretar na formação
de uma nuvem de vapor onde, parte desta estará entre os limites de inflamabilidade. A
nuvem formada, poderá de acordo com a massa envolvida, acarretar um incêndio em
nuvem, normalmente denominado flashfire, ou uma explosão.

O flashfire é a ignição retardada de uma nuvem de vapor sem efeitos de


sobrepressão, porém com efeitos térmicos e a VCE (Vapor Cloud Explosion) é a ignição
retardada de uma nuvem de vapor onde ocorrem efeitos significativos de sobrepressão,
gerando danos às pessoas, equipamentos e edificações.

A diferença básica entre estes eventos é que no caso do flashfire não há massa em
quantidade suficiente para gerar sobrepressões caracterizando uma explosão. O flashfire
é, na realidade, um fogo extremamente rápido (dura poucos milisegundos) pois não é
alimentado.

Os danos provocados pelo flashfire restringem-se à área ocupada pela massa


inflamável de produto na nuvem.

Como não há modelagem confiável sobre este fenômeno, considera-se que todas
as pessoas dentro da nuvem receberão radiação térmica a níveis letais. Os efeitos de
radiação térmica fora da área ocupada pela nuvem são negligenciáveis devido à curtíssima
duração do evento.

2.5.2 Explosões

Explosão é um processo onde ocorre uma rápida e violenta liberação de energia


associado a uma expansão de gases. Os gases liberados, por exemplo, nitrogênio,
oxigênio, dióxido de carbono e vapor d'água, expandem-se a altíssimas velocidades
provocando o deslocamento do ar circunvizinho, acarretando no aumento da pressão
acima da pressão atmosférica (sobrepressão).

De acordo com a velocidade de expansão dos gases liberados (velocidade da


frente de chama) pode-se ter dois tipos de explosões: detonação e deflagração.

A detonação é caracterizada por ser uma transformação química muito rápida onde
a velocidade da frente de chama é muito superior a velocidade do som no ambiente,
atingindo a ordem de km/s. Já a deflagração apresenta uma velocidade da frente de chama
que é, no máximo, a velocidade do som no ambiente, ou seja, 340 m/s. Neste caso, como

- 121 -
nem todo o oxigênio é removido das imediações da explosão, é possível o surgimento da
combustão, o que não ocorre no caso da detonação.

A detonação caracteriza-se ainda, por apresentar picos de pressão elevados num


curto período de tempo, enquanto que a deflagração comporta-se de maneira oposta.

A maioria dos hidrocarbonetos apenas deflagram, ou seja, geram picos de baixa


pressão, e a maior parte da energia disponível se transforma em energia térmica (96 -
97%), enquanto que uma pequena fração (3 - 4%) é convertida em ondas de choque
(sobrepressão). Já com o TNT ocorre o processo inverso.

Substâncias com uma tripla ligação em sua estrutura química ou com uma ampla
faixa de inflamabilidade apresentam maior tendência em gerar detonações; entre estas
pode-se citar: acetileno, benzeno, clorofórmio, ciclohexano, dietiléter, etileno, hidrogênio,
tricloroetileno e outros.

A ignição de uma nuvem de gás/vapor inflamável na atmosfera poderá, ou não,


acarretar numa explosão ou num flashfire. A diferença básica entre os dois fenômenos é a
massa de produto na nuvem e as condições de propagação da frente de chama.

O processo de combustão produz gases que apresentam um volume muito maior


que os volumes iniciais e, portanto provocam turbulência na atmosfera. Esta turbulência
provoca a mistura entre gás/vapor – ar deixando-os em condições de queima (entre os
limites de inflamabilidade).

A ignição de uma nuvem de gás/vapor, por exemplo na sua extremidade, acarretará


na combustão de uma fração da nuvem com a consequente liberação de gases em direção
ao centro desta, provocando turbulência e, portanto, propiciando que, cada vez mais, maior
massa de produto esteja em condições de queima. À medida em que o processo de
combustão avança para o interior da nuvem, ocorre o aumento na velocidade da frente de
chama constituindo-se numa fonte de ignição cada vez mais poderosa até chegar num
ponto onde o efeito de pressão começa a ser significativo. Este é o ponto de transição de
um flashfire (incêndio de nuvem) e uma explosão.

A energia (E) existente numa nuvem de vapor inflamável pode ser calculada em
Joules pela expressão:

- 122 -
E = m . Hc

onde:

m - massa de produto em condições inflamáveis (kg)

Hc - calor de combustão (J/kg)

Se E < 5.109 J pode-se assumir que os efeitos da explosão são praticamente


desprezíveis.

As explosões podem ser classificadas em não confinadas e confinadas.

2.5.2.1 Explosão Não Confinada

O vazamento de um gás ou líquido superaquecido inflamável poderá acarretar na


formação de uma nuvem de vapor na atmosfera. Se esta nuvem estiver numa área aberta,
sem a presença de obstáculos e encontrar uma fonte de ignição poderá ocorrer um
fenômeno conhecido por explosão de nuvem de vapor não confinada (UVCE).

Neste caso somente uma parte da energia total disponível na massa de vapor irá se
desenvolver sobre a forma de ondas de choque, sendo que a maior parte é liberada na
forma de radiação térmica. O valor máximo de sobrepressão que pode ser atingido neste
tipo de explosão é de 1 bar e não ocorre projeção de mísseis ou fragmentos.

As UVCEs representam um dos mais sérios riscos para as indústrias de processos,


não somente pelo seu grande poder destrutivo mas, também, devido à possibilidade de
haver um deslocamento considerável da nuvem antes que a ignição ocorra (ignição
retardada).

O cálculo das distâncias características dos danos provocados por uma UVCE pode
ser efetuado de dois modos distintos: modelo TNO e modelo TNT equivalente.

 Modelo TNT

- 123 -
O método se baseia na hipótese da equivalência em efeitos explosivos entre uma
massa determinada de matéria inflamável e outra de TNT, ou seja, o método consiste em
transformar numericamente a massa de explosivo na massa equivalente de TNT
(quantidade de TNT que produziria os mesmos efeitos que a substância explosiva) e
posteriormente concluir as estimativas a partir de dados obtidos de explosões reais de
TNT.

MeqTNT =  . m . Hd / HTNT

Onde:

Meq TNT massa equivalente de TNT (Kg)

 eficiência da explosão

m massa de substância que causa a explosão (Kg)

Hd energia específica de combustão do material considerado (J/Kg)

HTNT energia específica de combustão do TNT (4,76.10 6 J/Kg)

A eficiência da explosão  é dependente tanto da reatividade da substância de se


trata como das condições em que tenha ocorrido a explosão, principalmente o
confinamento. O valor normalmente adotado está entre 1 e 10% para a grande maioria das
explosões.

A partir do valor da Meq TNT calcula-se a distância reduzida conforme seguinte


equação:

z = R / (MTNT)1/3

Onde:

 z : distância reduzida;

 R : distância real;

 MTNT : massa de TNT utilizada na explosão ou massa equivalente em TNT da


energia liberada.

- 124 -
Esta relação supõe que para distâncias reduzidas iguais as sobrepressões
produzidas são iguais, conforme curvas de sobrepressão apresentadas na Figura 6. As
explosões esférics correspondem as elevadas e as semi-esféricas que ocorrem ao nível do
solo.

PICO DE SOBREPRESION ESCALADO FRENTE A LA DISTANCIA ESCALADA


Bake r Glas s to ne King e ry-Bulmas h s e mi-e s fé ric o King e ry-Bulmas h e s fé ric o

100

10
SOBREPRESSÃO (bar)

0.1

0.01
1 10 100

DIS TANCIA REDUZIDA (m/kg ^1/3)

Figura 6 – Sobrepressão x Distância Reduzida

 Modelo TNO

O modelo de correlação de TNO é realizado conforme a equação:

R(s) = C(s).(h EE)1/3

Onde:

R(s) - distância característica para o dano s (m)

h - rendimento da explosão (-)

EE - energia total disponível (J/kg)

C(s) - coeficiente que se encontra tabelado.

Os valores do coeficiente C(s) a serem adotados são:

- 125 -
 dano catastrófico ....................0,03

 dano grave .............................0,06

 100% de ruptura de vidros .......0,15

 10% de ruptura de vidros .........0,40

A energia total disponível (E E) existente numa nuvem de vapor é o produto do calor


de combustão (J/kg) da substância e da massa existente em condições de inflamabilidade
(kg).

O modelo de TNO não se aplica as substâncias classificadas como de alta


explosividade (acetileno, hidrogênio e óxido de etileno) e baixa explosividade (metano,
amônia) . É aplicável para hidrocarbonetos como etano, etileno, propano, propeno, butano,
isobutano, pentano, ciclohexano, classificados como de média explosividade.

2.5.2.2 Explosão Confinada

É aquela onde a substância envolvida apresenta um certo grau de confinamento.


Neste tipo de explosão, os gases liberados na combustão, que apresentam volumes
superiores aos iniciais, não conseguem se expandir devido ao confinamento existente.
Assim, ocorre um aumento da temperatura e pressão no interior do recipiente, que se for
maior que a capacidade de resistência deste, resultará no seu colapso. Tal fenômeno pode
ocorrer no interior de um tanque, de um reator ou mesmo numa nuvem de vapor na
atmosfera que apresenta certo confinamento devido a presença de obstáculos (prédios,
por exemplo).

Estas explosões podem ser divididas em três tipos: gases, pós e reações instáveis
(run-away). Cada uma delas apresenta um comportamento próprio e, portanto, a
modelagem é específica para cada caso.

As explosões provocadas por reações instáveis ocorrem devido à instabilidade


química intrínseca de uma reação. É, na realidade, de difícil determinação pois envolve um
estudo sofisticado da cinética da reação. Tais reações são autocatalíticas, ou seja, os
produtos da reação comportam-se como catalisadores e, portanto, quanto mais produto for
gerado, mais rápida será a reação. As reações instáveis são ainda exotérmicas e,

- 126 -
portanto, provocam o súbito aumento da pressão no interior do recipiente. Os processos
por batelada são susceptíveis a este tipo de explosão.

A National Fire Protection Association (NFPA) define pó como sendo qualquer


partícula sólida passível de ficar em suspensão no ar, com diâmetro inferior a 420 micra.
Os pós podem ser de fontes orgânicas como plásticos, fertilizantes, produtos farmacêuticos
e alimentícios e outros, ou metais como alumínio, magnésio e outros.

Da mesma forma que a combustão de gás, para a ocorrência de uma explosão de


pós é necessário uma certa concentração do produto no ambiente, oxigênio e fonte de
ignição com energia adequada. É importante ressaltar que, quanto mais finamente dividido
estiver o pó, mais será a chance de ocorrer uma explosão.

As operações onde o risco de explosão com pós está presente envolvem o


armazenamento em silos, separação (ciclones, peneiras), moagem (moinhos,
pulverizadores), transporte (manual, pneumático) e secagem.

Existem várias maneiras de prevenir a ocorrência deste tipo de explosão, dentre as


quais vale destacar a eliminação de poeiras (por exemplo: utilização de processos úmidos),
inertização da atmosfera e eliminação das fontes de ignição.

A explosão confinada de gases ocorre conforme já definido anteriormente, sendo


que a diferença básica para a explosão não confinada, é que a maior parte da energia irá
se converter em ondas de choque e uma pequena fração em energia térmica. Neste caso,
a pressão final pode ser 20 vezes maior que a inicial além de serem gerados mísseis e
fragmentos.

Alguns fatores são importantes para determinar se uma nuvem de vapor confinado
produzirá uma explosão ou não:

 perfil da concentração de gás;

 estrutura molecular;

 fonte de ignição;

 dimensões da nuvem;

 grau de confinamento.

- 127 -
3. VULNERABILIDADE

A análise de vulnerabilidade é realizada segundo procedimentos que envolvem a


estimativa dos danos gerados sobre a população exposta e ao meio ambiente, devido ao
desencadeamento das seqüências acidentais identificadas no Estudo. O limite da área de
interesse das conseqüências físicas é expresso sob a forma de mapas, mapeamento de
áreas vulneráveis, que mostram o layout e a plotagem das distâncias máximas atingidas
pelas intensidades de radiação térmica e sobrepressão decorrentes, respectivamente, de
incêndio e explosão, correspondente as probabilidades de fatalidade de 1% e 50%.

Os efeitos gerados, a partir de um acidente, dependem da capacidade de


resistência dos envolvidos e das conseqüências físicas. Assim, os Modelos de
Vulnerabilidade apresentam uma estimativa dos danos em função das características das
conseqüências físicas geradas.

A determinação das intensidades de radiação térmica e sobrepressão decorrentes


dos eventos finais considerados, com suas respectivas áreas de influência para os níveis
de exposição predeterminados, obtidas através da aplicação dos modelos matemáticos,
conduziu a elaboração do mapeamento das áreas vulneráveis.

As conseqüências físicas dos danos prováveis ao homem e às estruturas estão


correlacionadas aos níveis de exposição apresentados nos itens a seguir.

3.1 Modelos de Vulnerabilidade

A probabilidade de morte (P) é calculada utilizando-se a função PROBIT (Pr). A


relação entre a probabilidade de morte e o PROBIT correspondente seguem uma curva do
tipo sigmoíde. A Tabela 2 apresenta o PROBIT em função da probabilidade de morte (%).

- 128 -
Tabela 2 – PROBIT e Probabilidade de Morte

% 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
0 - 2,67 2,95 3,12 3,25 3,36 3,45 3,52 3,59 3,66
10 3,72 3,77 3,82 3,87 3,92 3,96 4,01 4,05 4,08 4,12
20 4,16 4,19 4,23 4,26 4,29 4,33 4,36 4,39 4,42 4,45
30 4,48 4,50 4,53 4,56 4,59 4,61 4,64 4,67 4,69 4,72
40 4,75 4,77 4,80 4,82 4,85 4,87 4,90 4,92 4,95 4,97
50 5,00 5,03 5,05 5,08 5,10 5,13 5,15 5,18 5,20 5,23
60 5,25 5,28 5,31 5,33 5,36 5,39 5,41 5,44 5,47 5,50
70 5,52 5,55 5,58 5,61 5,64 5,67 5,71 5,74 5,77 5,81
80 5,84 5,88 5,92 5,95 5,99 6,04 6,08 6,13 6,18 6,23
90 6,28 6,34 6,41 6,48 6,55 6,64 6,75 6,88 7,05 7,33
% 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9
99 7,33 7,37 7,41 7,46 7,51 7,58 7,65 7,75 7,88 8,09
Fonte: AICHE, TNO .

3.1.1 Radiação térmica

Os danos para o homem decorrentes de incêndios dependem da integral da


radiação térmica incidente no tempo. A equação de Probit desenvolvida por Eisenberg et
al. relativa à letalidade tem a seguinte forma:

Pr = - 14,9 + 2,56 ln (t x I 4/3 x 10-4)

onde:

 Pr é o PROBIT correspondente a probabilidade de morte;

 t é a duração da exposição em segundos;

 I é a intensidade da radiação térmica em W/m 2.

No caso de incêndios estacionários (jato de fogo), a duração do fenômeno pode ser


grande (minutos ou horas), mas é presumível que as pessoas nas circunvizinhanças
distanciem-se da área perigosa até atingirem um local em que a radiação térmica seja
suportável, sem dor. Segundo o documento do TNO – Purple Book, o tempo máximo para
que as pessoas escapem para um local seguro é 20 segundos.

A Tabela 3 apresenta os tempos de exposição correspondentes a três níveis de


radiação térmica para diferentes probabilidades de fatalidade, enquanto a Tabela 4 mostra
alguns efeitos observados para determinados níveis de radiação.

- 130 -
Tabela 3 – Níveis de Radiação Térmica x Tempo de Exposição
para Diferentes Probabilidades de Fatalidade

Tempo de Exposição (s)


Radiação Térmica
Probabilidade de Fatalidade (%)
(kW/m2)
1 50 99
4,0 150 370 930
12,5 30 80 200
37,5 8 20 50

TABELA 4 – NÍVEIS DE RADIAÇÃO TÉRMICA E EFEITOS OBSERVADOS

Nível de Radiação Térmica


Efeitos Observados
(kW/m2)
1,0 a 1,6 Radiação suportável sem uso de roupas protetoras.
Radiação suportável com uso de roupas protetoras.
4,0 a 5,0
Mal estar.
Radiação que provoca queimaduras não letais. Perigo
à saúde e à vida.
12,5
Fusão de tubulações plásticas. Ignição de roupas.
Ignição
Radiação que provoca queimaduras letais. Perigo à
37,5 vida.
Danos aos equipamentos industriais. Perigo à vida.
Para as áreas sob riscos em função dos efeitos gerados por radiações térmicas
provenientes de incêndios foram adotados como valores de referência 12,5 kW/m 2 e 37,5
kW/m2, que representam, respectivamente, probabilidades de até 1% e 50% de fatalidade
da população exposta, para tempos de exposição de 30 e 20 segundos, respectivamente.

Para o caso de pessoas dentro da nuvem, em condições de inflamabilidade,


independentemente de se produzir ou não sobrepressão (flashfire), pressupõe-se uma
vulnerabilidade igual a 1,0, ou seja, 100 % de probabilidade de fatalidade.

Com exceção do fireball, todos os tipos de incêndios estudados são estáticos,


enquanto que os receptores (pessoas) são dinâmicos, pois tendem a se afastar. Isto
significa que, ao se realizar um mapeamento da radiação térmica para a obtenção do
número de vítimas, deve ser considerada a possibilidade da fuga das pessoas (exceto no
caso flashfire), pois os efeitos do fogo, normalmente, acabam a poucas dezenas de
metros, distância que pode ser superada em alguns segundos.

- 131 -
3.1.2 Sobrepressão

As conseqüências decorrentes de uma explosão podem ocorrer devido as ondas de


pressão, projeção de fragmentos e impacto do corpo com obstáculos. Neste caso, é
importante conhecer o valor máximo de sobrepressão.

As equações de Probit desenvolvida por Eisenberg et al. são as seguintes:

Efeitos sobre as estruturas:

Probit = -23,8 + 2,92 ln P

Onde P é a sobrepressão de pico em Pascal (Pa).

Efeitos sobre as pessoas fora das edificações ou estruturas:

Probit = -77,1 + 6,91 ln P

Onde P é a sobrepressão de pico em Pascal (Pa).

Ondas de sobrepressão superiores a 1 bar (1 x 10 5 Pa) causam fatalidades devido a


hemorragia pulmonar, conforme demonstrado a seguir:

Pr = -77,1 + 6,91 ln 1x10 5

Pr = 2,45

Desta forma, consultando-se a Tabela 2, a probabilidade de morte para as pessoas é


inferior a 1%. Pode-se concluir que o ser humano apresenta uma resistência maior a
sobrepressões do que as estruturas. Isto ocorre devido ao fato do ser humano não se
comportar como uma estrutura rígida, permitindo a absorção do impacto. Normalmente nas
explosões, a grande maioria das vítimas é devida ao colapso de estruturas (edificações) ou
projeções de fragmentos.

A Tabela 5 apresenta alguns efeitos observados para diferentes níveis de


sobrepressão decorrente de explosões.

- 132 -
Tabela 5 – Níveis de Sobrepressão e Efeitos Observados

Sobrepressão (bar) Efeitos Observados


Danos graves em prédios, estruturas e
0,30
equipamentos. Perigo à vida.
Danos reparáveis em prédios e estruturas. Perigo à
0,10
saúde e à vida.
Ruptura total de vidros, podendo causar ferimentos
0,03
por lançamento de estilhaços. Mal estar à saúde.
Ruptura de aproximadamente 10 % dos vidros, com
0,01
pequena probabilidade de causar ferimentos.
Para as sobrepressões geradas em explosões, foram adotados como referência os
valores de 0,3 bar e 0,1 bar, que representam 50 % e 1 % de probabilidade de fatalidade,
respectivamente. O valor de sobrepressão de 0,3 bar representa danos catastróficos às
edificações e, portanto, possibilidade de fatalidade das pessoas existentes em seu interior;
já, a sobrepressão de 0,1 bar corresponde a danos reparáveis às estruturas (paredes,
portas, telhados, etc.) e, portanto, perigo à saúde e, eventualmente, à vida.

As Tabelas 6 e 7 apresentam as percentagem de morte devido a sobrepressões.

T abela 6- P er c ent agem de m or t e por hem or r agia pulm onar dev ido s obr epr ess ão

SOBREPRESSÃO PROBABILIDADE DE MORTE


(bar) (%)
1 1
1,2 10
1,4 50
1,75 90
2 99

T abela 7 - P er c ent agem de r upt ur a de t í m pano dev ido a sobr epr es são

SOBREPRESSÃO (bar) PROBABILIDADE DE DANO (%)


0,16 1
0,19 10
0,43 50
0,84 90

Conforme pode ser observado nas tabelas anteriores, o ser humano apresenta uma
maior resistência a sobrepressões do que as estruturas. Isto ocorre devido ao fato do ser
humano não se comportar como uma estrutura rígida, permitindo, desta forma, a absorção
do impacto.

- 133 -
Normalmente nas explosões, a grande maioria das vítimas é devida ao colapso de
estruturas (prédios e residências) ou projeção de fragmentos. Em muitos casos, as
chances de ocorrerem danos a um indivíduo serão menores se ele estiver numa área
aberta. Somente se estiver muito próximo ao epicentro de uma explosão é que poderá
sofrer algum tipo de dano mais significativo. Desta forma, a estimativa de vítimas devido à
ocorrência de explosões deve ser elaborada baseada nos valores de danos para as
estruturas.

3.1.3 Tóxicos

Normalmente adota-se, para fins de estimativa dos riscos às pessoas expostas, os


efeitos associados a 50 % e 1 % de probabilidades de fatalidade, para um tempo de
exposição de 10 minutos, calculadas pela seguinte equação de PROBIT (Pr):

Pr = a + b . ln (cn . t)

onde:

 Pr - representa uma medida de percentual (probabilidade) de fatalidades e/ou


feridos;

 a, b e n - são constantes características da substância;

 t - tempo de exposição em minutos;

 c - concentração tóxica de interesse em ppm.

Os valores de a, b e n são obtidos a partir de testes em animais e extrapolados para


o homem. Tais valores encontram-se disponíveis para poucas substâncias conforme
mostra a Tabela 8.

- 134 -
Tabela 8 - Constantes para Toxicidade Letal da Equação de PROBIT

a b n
SUBSTÂNCIA
(ppm) (ppm) (min)
Acroleína -9,931 2,049 1,0
Acrilonitrila -29,42 3,008 1,43
Amônia -35,9 1,85 2,0
Benzeno -109,78 5,3 2,0
Brometo de metila -56,81 5,27 1,0
Bromo -9,04 0,92 2,0
Cianeto de hidrogênio -29,42 3,008 1,43
Cloreto de hidrogênio -16,85 2,0 1,0
Cloro -8,29 0,92 2,0
Dióxido de enxofre -15,67 2,1 1,0
Dióxido de nitrogênio -13,79 1,4 2,0
Fluoreto de hidrogênio -35,87 3,354 1,0
Formaldeído -12,24 1,3 2,0
Fosgênio -19,27 3,686 1,0
Isocianato de metila -5,642 1,637 0,653
Monóxido de carbono -37,98 3,7 1,0
Óxido de propileno -7,415 0,509 2,0
Sulfeto de hidrogênio -31,42 3,008 1,43
Tetracloreto de carbono -6,29 0,408 2,5
Tolueno -6,794 0,408 2,5

4. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

 EPA. Computer systems for chemical emergency planning.Chemical Emergency


Preparedness and Prevention Technical Assistance Bulletin #5.
Washington, D. C., 1989.
 EWTSUSZENKO, A. V.. Simulação e avaliação de consequências de incêndios,
explosões e liberações tóxicas. ITSEMAP do Brasil. Instituto Tecnológico
MAPFRE de Segurança e Engenharia Ambiental. São Paulo, 1993.
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