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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO MARAVILHA

PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DA 9a CLASSE DA ESCOLA LUÍS


GOMES SAMBO BG-348 EM BENGUELA SOBRE A
HIPERTENSÃO ARTERIAL, SUAS CAUSAS E
CONSEQUÊNCIAS.

TRABALHO DE FIM DE CURSO PARA OBTENÇÃO DE GRAU DE


LICENCIADA EM ENSINO DA BIOLOGIA

Autora: Eulália Patrícia Martins Magalhães

Benguela,2023

i
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO MARAVILHA

PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DA 9a CLASSE DA ESCOLA LUÍS


GOMES SAMBO BG-348 EM BENGUELA SOBRE A
HIPERTENSÃO ARTERIAL, SUAS CAUSAS E
CONSEQUÊNCIAS.

TRABALHO DE FIM DE CURSO PARA OBTENÇÃO DE GRAU DE


LICENCIADA EM ENSINO DA BIOLOGIA

AUTORA: EULÁLIA PATRÍCIA MARTINS MAGALHÃES

ORIENTADORA: Msc. HENRIQUETA MUTALENO CAMENHE PEREIRA

Benguela,2023

ii
DECLARAÇÃO JURADA DO AUTOR

Por meio da presente, declaro ante a Comissão Científica do Instituto Superior


Politécnico Maravilha, que a monografia apresentada é de minha própria autoria, não
contém material escrito por outra pessoa, a não ser o referenciado devidamente no texto;
parte dela ou em sua totalidade, não foi aceite para a outorga de qualquer outro diploma
de uma instituição nacional ou estrangeira.

Benguela, 20 de Novembro de 2023

_______________________________________

Eulália Patrícia Martins Magalhães

iii
CERTIFICAÇÃO DO TUTOR

Por meio da presente aprovo que a monografia titulada “A percepção dos alunos
da Escola Luis Gomes Sambo- BG-348 em Benguela, sobre a Hipertensão Arterial, suas
causas e consequências”, da autoria de Eulália Patrícia Martins Magalhães, em opção ao
título de Licenciado em Ensino da Biologia, seja apresentada ao acto de defesa.

Para que assim conste, assino a presente.

Benguela, 20 de Novembro de 2023


____________________________________

iv
Pensamento

“Não é preciso ter pressa. A impaciência acelera o envelhecimento, eleva a pressão


arterial e apressa a morte. Tudo chega a seu tempo”.

(Masaharu Taniguchi,2019)

v
Dedicatória

Aos meus queridos pais.

Aos meus familiares

A toda comunidade cientifica.

A sociedade em geral

vi
Agradecimentos

Agradeço em primeiro lugar a Deus pai todo poderoso, pela vida e saúde que me
proporcionou para levar avante este trabalho. Em segundo lugar aos meus pais António
Filipe Magalhães e Madalena F.M. Magalhães, familiares, colegas e à todos que directa
ou indirectamente contribuíram para que a elaboração deste trabalho fosse possivel.

A minha profunda e especial gratidão a Msc. Henriqueta Pereira, que com muita
abnegação orientou a presente monografia.

À todos a minha eterna gratidão.

vii
RESUMO

O presente trabalho teve como objectivo descrever as percepções sobre a hipertensão


arterial, suas causas e consequências. O estudo foi realizado com os alunos da 9 a
classe ,da Escola Luís Gomes Sambo BG-348 em Benguela,tendo sido desenvolvido na
base de metodologia qualitativa coadjuvada com as técnicas da metodologia quantitativa
e abordagem descritiva. Participaram no estudo alunos, através da aplicação do
questionário como instrumento de recolha de dados. Com base nas opiniões recolhidas
dos alunos, foi possível observar um grau de conhecimento razoável da temática,uma
vez que a maioria demostrou ter conhecimento sobre as causas e consequências da
hipertensão arterial, embora não conseguissem identificar uma definição exacta da
doença. O trabalho termina com a apresentação de algumas conclusões e sugestões que
podem contribuir para melhor abordagem da hipertensão arterial em sala de aula.

Palavra-chave: percepção, hipertensão arterial, ensino-aprendizagem, educação para a


saúde.

viii
ÍNDICE GERAL

Pensamento.............................................................................................................................v
Dedicatória.............................................................................................................................vi
Agradecimentos....................................................................................................................vii
RESUMO..............................................................................................................................viii
INTRODUÇÃO........................................................................................................................11
CAPÍTULO I FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...................................................................15
1.2. Definição de Termos e Conceitos..................................................................................15
1.2.1.Causas e factores correlacionados.............................................................................16
1.2.2. Tipos e estádios da hipertensão arterial....................................................................18
Crise hipertensiva.....................................................................................................................19
1.3.Estratégia para a redução da incidência e tratamento da hipertensão arterial.........22
1.4. Perspectivas sobre a Educação para a saúde...............................................................23
1.5. O papel do professor de Biologia na abordagem da hipertensão arterial no ambiente
escolar....................................................................................................................................26
CAPITULO II: METODOLOGIA.........................................................................................29
2.1. Caracterização da escola...............................................................................................29
2.2. Tipo de investigação......................................................................................................29
2.3 População e Amostra......................................................................................................30
2.4. Métodos e Técnicas de Investigação.............................................................................30
2.4.1.Métodos de nível teórico...........................................................................................30
2.4.2. Métodos de nível empírico.......................................................................................31
2.4.2. Validação dos instrumentos de recolha dos dados....................................................32
2.4.2. Limitações do estudo................................................................................................33
CAPTÍTULO III: APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS.........................35
CONCLUSÕES........................................................................................................................41
RECOMENDAÇÕES..............................................................................................................42
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA......................................................................................43
ANEXOS...................................................................................................................................45
APÊNDICES.............................................................................................................................46

ix
ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1.Caratcterização do questionário aplicado aos alunos e sua vinculação aos


objectivos da investigação........................................................................................33
Tabela 2.Caracterização dos respondentes quanto ao género.........................................36
Tabela 3. Caracterização dos participantes quanto a idade.............................................36
Tabela 4. Conhecimento dos alunos sobre o conceito de hipertensão arterial................37
Tabela 5.Conhecimento dos alunos sobre a descrição da hipertensão arterial................37
Tabela 6. Conhecimento dos alunos sobre as causas da hipertensão arterial..................38
Tabela 7. Conhecimento dos alunos sobre as consequências da hipertensão arterial.....38
Tabela 8. Conhecimento dos alunos sobre a abordagem dos aspectos relacionados com a
hipertensão arterial...................................................................................................39
Tabela 9. Conhecimento dos alunos sobre aspectos específicos da abordagem sobre a
hipertensão arterial...................................................................................................39
Tabela 10. Conhecimento dos alunos sobre as estratégias dos professores no ensino da
hipertensão arterial...................................................................................................40
Tabela 11. Conhecimento dos alunos sobre a relevância da divulgação da hipertensão
arterial......................................................................................................................40
Tabela 12. Conhecimento dos alunos sobre a importância da hipertensão arterial.........41

x
INTRODUÇÃO

A hipertensão arterial tem sido definida como uma doença crónica que
apresenta altos custos sociais, derivado do facto de ser um dos principais e mais
importante factor de risco para o nascimento de doenças do forum cardiovascular,
acarretando danos muitas vezes irreversiveis para o corpo humano, fazendo com que
quem viva com essa doença veja a sua interacção social limitada. (Figueiredo, 2019)
Segundo dados do Ministério da Saude de Angola e da Organização Mundial da
Saude(OMS), a hipertensão arterial acomete cada vez mais um elevado número de
indivíduos em Angola e que cada vez mais jovens começam a manifestar quadros de
hipertensão arterial, levando a uma preocupação generalizada de todos os sectores da
sociedade.
Em 1984, a comissão regional da Europa da organização Mundial de Saúde
(OMS) aprovou as metas regionais de aúde para todos sob o qual deveriam assentar as
bases de política de Saúde dos vários estados membros. As estratégias para se atingirem
tais metas são as seguintes: a promoção de estilos de vida saudáveis; a proteção do
ambiente; a prestação de cuidados de saúde adequados e ajustados à população e a
criação de medidas de suporte pertinentes a nível da pesquisa e informação (Scala,2015)

Tendo por base o acima exposto e assumindo a necessidade de se conhecer as


percepções dos alunos sobre a questão da hipertensão arterial, levantamos o seguinte
problema de investigação:

 Que percepções têm os alunos da 9a classe da Escola Luís Gomes Sambo BG-
348 em Benguela, sobre a hipertensão arterial, suas causas e consequências?

Deste problema de investigação elaboramos o seguinte Objectivo geral:

 Descrever as percepções dos alunos da 9 a classe da Escola Luís Gomes


Sambo BG-348 em Benguela, sobre a hipertensão arterial, suas causas e
consequências.

Deste objectivo geral se depreendem os seguintes objectivos específicos

 Apresentar os fundamentos teóricos dominantes sobre a hipertensão arterial,


suas causas e consequências

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 Identificar a forma de como tem sido feita a abordagem de questões ligadas à
hipertensão arterial na escola Luís Gomes Sambo BG-248 em Benguela;
 Averiguar o sistema de conhecimentos dos alunos da 9 a classe da Escola Luís
Gomes Sambo BG-348 em Benguela, sobre a hipertensão arterial, suas
causas e consequências.

Em articulação à estes objectivos específicos, formulamos as seguintes perguntas


de investigação:

1. Que fundamentos teóricos dominam a abordagem sobre a hipertensão arterial,


suas causas e consequências?
2. Como tem sido feita a abordagem das questões ligadas a hipertensão arterial na
Escola Luís Gomes Sambo BG-348 em Benguela?
3. Que conhecimentos os alunos da 9a classe da Escola Luís Gomes Sambo BG-
348 em Benguela, possuem sobre a hipertensão arterial, suas causas e
consequências?

Constitui objecto de estudo do presente trabalho o processo de ensino e


aprendizagem e o campo de acção, as percepções dos alunos da 9 a classe da Escola Luís
Gomes Sambo BG-348 em Benguela, sobre a hipertensão arterial, suas causas e
consequências.
O presente estudo é de suma importância, quer teórica quanto prática. Para
termos uma ideia, dados lançados pela Sociedade brasileira de Cardiologia indicam que
a hipertensão arterial causa em média cerca de 9,4 milhões de mortes em todo mundo
anualmente, o especialista em Cardiologia e um dos mais proeminentes estudiosos sobe
a hipertensão arterial, Luis Cesar Nazario Sacala, refere que a hipertensão arterial está
acima inclusive do tabagismo como factor de risco cardiovascular e refere ainda que
30% população mundial será hipertensa até 2025, o que corresponde a mais ou menos
1,67 biliões de pessoas. Ibidem.
Portanto, é necessário que se saiba a percepção que os nossos alunos têm sobre
a doença, para que possamos de alguma forma ajudar a mudar os seus hábitos de vida,
fazendo com que tenham cada vez mais hábitos saudáveis.
No que aos antecedentes de investigação diz respeito, vale-nos frisar que estudos
anteriores sobre o mesmo tema já foram feitos, quer por estudiosos estrangeiros, como a
Ms. Brasileira Daniela Filizola Matos, que no ano de 1999 fez um estudo sobre o nível
de conhecimento dos estudantes da Universidade Federal de Minas Gerais sobre a

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Hipertensão Arterial e suas consequências, quer por estudantes angolanas como a
estudante de Psicologia da Educação da Universidade Jean Piaget de Angola, Telma
Nunes, que em 2016 abordou sobre o diagnóstico do nível de conhecimento sobre a
hipertensão arterial em alunos da 12ª Classe do Instituto de Médio de Educação “
Maristas”, em Luanda.
Contudo, tendo em conta que esses estudos foram feitos em realidades um pouco
distintas da nossa e cujos resultados entendemos não terem sidos de todo satisfatórios,
propusemo-nos aprofundar mais o referido estudo através do presente trabalho.
O trabalho está estruturado de seguinte forma: Introdução, onde é feita a
contextualização da abordagem sobre as percepções da hipertensão arterial, suas causas
e consequências na perspectiva de vários autores, realça-se a justificativa do tema,
objectivos, perguntas científicas, objectivo de estudo, campo de acção. Deste segue-se o
Io capítulo: onde é apresentada a fundamentação teórica sobre a temática, o II o capítulo:
onde retratamos as metodologias utilizadas na investigação, a população e a amostra,
procedimento e tarefas, segue-se o IIIo capítulo: relativo a apresentação e análise dos
resultados da investigação e finalmente são apresentadas as conclusões do estudo,
recomendações, referências bibliográficas e por último os anexos.

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CAPÍTULO I FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

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CAPÍTULO I FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo aborda-se-á a respeito do suporte teórico que sustenta a temática


em análise, com base na bibliografia disponivel de variadíssimos autores, teses, manuais
de Saúde, artigos, revistas, por forma a contextualizar teoricamente a presente
investigação.

1.2. Definição de Termos e Conceitos

A definição de Hipertensão arterial tem variado de autor para autor, alguns a


conceptuarem-na como uma doença definida pela persistência de pressão arterial
sistólica acima de 135 mmhg e diastólica acima de 85 mmHg, sendo hoje considerada
um dos principais factores de riscos para doenças cardiovasculares e cerebrovasculares.
O mesmo autor esclarece que é uma condição clínica multifactorial caracterizada por
níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA). Associa-se frequentemente a
alterações estruturais e/ou funcionais dos órgãos como: coração, encéfalo, rins e vasos
sanguíneos e a alteração metabólicas, como consequente aumento de risco de eventos
cardiovasculares fatais e não fatais. (Figueiredo, 2019),
Outros a definirem-na como um quadro clínico multifactorial, caracterizada pela
presença de níveis de tensão mais elevados, associados as alterações metabólicas e
hormonais e a fenómenos tróficos ( hipertrofia cardíaca e vascular), o que basicamente
quer dizer que o coração bombeia o sangue para os demais órgãos do corpo por meio
de tubos chamados artérias. Quando o sangue é bombeado, ele é de alguma forma “
empurrado” contra a parede dos vasos sanguíneos, a tensão gerada na parede das
artérias é denominada pressão arterial. ibidem
Ainda outros, tem-na definido como uma doença crónica não transmissível, com
alta prevalência na população mundial e com um elevado custo económico e social,
sobretudo fruto das complicações que advêm dela. Segundo os dados da Organização
Mundial da Saúde (OMS) o número de pessoas hipertensas no mundo gira em torno de
mais de 1 bilião, sendo que mais de metade desse número precisa de intervenção médica
imediata. O relatório anual da OMS tem relatado que a hipertensão arterial como sendo
o terceiro principal factor de risco associada à mortalidade a nível mundial.
Um dos factores mais importantes nos estudos da hipertensão arterial na infância
é a definição dos valores de referência a serem adotados. Para a população adulta, a

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definição de hipertensão arterial é epidemiológica, com o ponto de corte determinado
com base na população com risco de desenvolver eventos mórbidos, isto é, a pressão
arterial de um adulto é considerada anormal quando está acima de um nível com o qual
existe associação com doença coronáriana, AVC ou doença renal. Neste caso, o
paciente merece ser tratado. Ao contrário, para criança e adolescentes, a definição é
estatística. Isto porque ainda não existem estudos determinando quais seriam os níveis
pressóricos associados com doenças futuras Salgado e Carvalhaes. (Corrêa, 2012).
A Hipertensão arterial é uma doença crónica, em algumas ocasiões de
diagnóstico bastante tardio e com baixa adesão terapêutica. O tratamento não é
realizado somente com métodos farmacológicos, na maioria das vezes mudanças
drásticas no estilo de vida representam um papel fulcral no controlo da Hipertensão
arterial, tais como ingestão de alimentos com baixo teor de sal e prática de actividade
física. Por ser uma doença de difícil controlo, por depender muito da participação e
convencimento do paciente acerca da sua necessidade, é um desafio permanente para a
saúde pública a nível mundial.(Campos, 2004)

1.2.1.Causas e factores correlacionados

A hipertensão é uma doença crónica e multifactorial, sendo possível dividir seus


factores em duas categorias principais: os modificáveis, como os hábitos adquiridos
pelo estilo de vida, e os não-modificáveis, como idade, sexo e histórico familiar. A
prevenção ocorre justamente nos factores modificáveis, através da avaliação do estilo de
vida.
Por estilo de vida, entende-se o regime alimentar habitual, quantidade de
consumo de álcool, a exposição ao tabaco e a outras drogas, a atividade física e o
estresse. Já em 1985, a organização Mundial da saúde recomendou que a ingestão diária
de sal fosse de 5g-dia no máximo. Entretanto, pesquisa mostram que grande parte da
população consome, em média, o dobro dessa quantidade por dia, sendo que alimentos
industrializados e ricos em sódio e colesterol, além de elevarem a pressão arterial,
podem trazer outros riscos à saúde, como insuficiência renal e cardíaca, infarto do
miocárdio e problemas na visão, o não cumprimento dessa premissa, tem levado a que
o número de pessoas que sofrem de hipertesão arterial aumente cada vez mais, tornando
uma questão de saúde pública na maioria dos países a nível mundial. (Aires, (2008).

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Temos vindo a reparar há muitos anos que o hábito de vida das pessoas tem
vindo a mudar o perfil de muitas doenças a nível mundial, infelizmente com a
Hipertensão Arterial (HA) não tem sido diferente, vimos actualmente o crescimento
vertiginoso das sociedades, levando a que as pessoas estejam constantemente no corre-
corre infernal, o que tem aumentando o estilo de vida pouco saudável. O sedentarismo,
a obesidade, a ingestão de vários alimentos com alto teor de calorias e sal, o excesso no
beber, o estresse que deriva da vida frenética das sociedades actuais tem feito com que
com os casos de Hipertensão Arterial (HA) aumentem de forma muito rápida.
Determinados estudos científicos têm provado que apesar da Hipertensão
Arterial ser mais frequente em pessoas com uma certa idade, nomeadamente indivíduos
da terceira idade, ela tem sido identificada cada vez mais em pessoas mais jovens, daí
mais uma vez a importância do presente trabalho.
Achamos ser de suma importância elevar o nível de conhecimento sobre esta
doença por parte da população Benguelense, sobretudo dos alunos do Município do
Chongoroi. Sendo que, entendemos que para que isso seja possível é necessário que a
educação em saúde comece na Escola, facto que poderá estimular de alguma forma os
alunos e os próprios professores a optarem por um estilo de vida muito mais saudável,
pois tratando-se uma doença e de carácter assintomático, é do entendimento de muitos
profissionais de saúde que o período mais adequado para se realizar um trabalho de
prevenção primária seja no período escolar, para que se possa educar o aluno sobre a
importância de alterações comportamentais quanto ao estilo de vida, fazendo com assim
se possa evitar todas complicações que decorram de uma pressão arterial elevada (PA)
.
As mais frequentes complicações relacionadas à Hipertensão Arterial são:

Cardíacas: quanto as complicações cardíacas tem sido registado o Infarto


Agudo do Miocárdio (IAM), insuficiência cardíaca congestiva( ICC), arritmias e
morte súbita, Hipertrofia ventricular esquerda e a generalidade das cardiopatias.
Renais: a perca das funções renais, quer seja parcial ou total, levando a que o
paciente seja submetido a tratmentos períodos de hemodiálise.
Sistema Nervoso Central: os acidentes vasculares cerebrais são as
consequências, mais graves associadas à hipertensão arterial.

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Alterações Oftalmológicas: a perda parcial da visão tem sido relatada como uma
consequência da Hipertensão Arterial, sendo que essa consequência é muito observada
em adolescentes. (Heidmann,2006).

Diversos estudos mostram que a criança com níveis de pressão arterial mais
elevados, mesmo que dentro de limites considerados normais, tente a evoluir ao longo
da vida, mantendo uma pressão arterial mais elevada que as demais e apresentando
maior probabilidade de ser tornar adulto hipertenso. Entre esses estudos longitudinais,
destacam-se os de Bogalusa 15, Muscatine 16 e outros. Todos estes estudos tem em
comum uma correlação forte entre a hipertensão arterial e relação peso-altura elevada,
isto é, está hipertensão arterial está associada ao sobrepeso e a obesidade. Esse conceito,
conhecido como rastreamento, é de grande importância porque permite o pediatra
identificar crianças com risco aumentado de se tornarem adultos hipertensos, tendo
tempo assim para iniciar medidas preventivas em idades precoces. (Salgado e
Carvalhães, 2003).
Quando a raça, na população, é bem determinada que a hipertensão arterial
essencial tem maior prevalência, morbilidade e mortalidadenos negros. Na infância isso
ainda não está bem estabelecido. Assim, apesar da pressão arterial ter uma tendência a
ser mais alta em crianças negras do que em brancas, a diferença não parece ser
clinicamente relevante, quando se utiliza a correção para o tamanho corporal e o grau de
manutenção sexual. Além disso, outra diferença observada é que na MAPA os
adolescentes negros, particularmente do sexo masculino, têm menor redução da pressão
arterial noturna.

1.2.2. Tipos e estádios da hipertensão arterial.

A hipertensão arterial pode ser classificada como primária ou secundaria. Cerca


de 90-95% dos casos são primários tendo origem em factores não específicos genéticos
e de estilo de vida. Entre os factores relacionados com o estilo de vida que aumentam o
risco de hipertensão estão o excesso de sal na dieta, excesso de peso, tabagismo e
consumo de álcool. Os restantes 5-10% dos casos são secundários, uma vez que têm
origem em causas identificáveis, como doença renal crónica, estenose da artéria renal,
doenças endócrinas ou uso de pílula contraceptiva (Poulter, Prabhakaram, Caulfield,
2015).

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Crise hipertensiva

A pressão arterial muito elevada (diastólica superior a 120 mmHg), de


aparecimento súbito, é designada por crise hipertensiva. A pressão sanguínea acima
destes valores acarreta um risco elevado de complicações.

Urgência hipertensiva

É a crise hipertensiva em que não se verifica lesão de órgãos alvo. A maior parte
dos indivíduos com crise hipertensiva tem já antecedentes de pressão arterial elevada;
no entanto, o aumento súbito pode dever-se a outros fatores. Na maior parte dos casos
verifica-se que houve controlo incorreto da doença ou a interrupção na tomada da
medicação, contudo estas crises aparecem só em 1% dos hipertensos. As causas mais
frequentes são: a interrupção da tomada dos medicamentos, doenças vasculares, uso de
algumas drogas como, por exemplo, cocaína e anfetaminas, traumatismo craniano,
alguns tipos de tumores, glomerulonefrite aguda, aclampsia ou pre-eclampsia. Estes
pacientes raramente são assintomáticos, sendo mais susceptíveis de relatar dores de
cabeça (22% dos casos), um estado geral de confusão cognitiva, tonturas, distúrbios
visuais tais como visão nublada =, flashes de luz, diplopia, sensação de falta de ar
devido a pre-edema pulmonar (Fisher et al, (2005).

Emergência hipertensiva

É o termo que se aplica à crise hipertensiva quando o aumento brusco da pressão


arterial acompanha-se de lesão dos órgãos alvo. Anteriormente designada por
hipertensão maligna, é uma crise hipertensiva mais grave, com compromisso de outros
órgãos e pode ser diagnosticada mediante a observação de danos directos nesses órgãos
alvo. Raramente se verifica a lesão de órgão em valores de pressão diastólica inferiores
a 130 mmHg. Entre eles, é de referir a:

 Encefalopatia hipertensiva, causada pelo edema (inchaço) e disfunção do


cérebro e manifestada através de perturbações da consciência;
 Retinopatia hipertensiva com hemorragias e/ou exsudatos no fundo do
globo ocular (retinopatia de grau III) e o papilederma (retinopatia de grau
IV da classificação de Keith-wagener;
 Cardiopatia hipertensiva onde a dor torácica pode ser um sinal de isquemia
miocárdio aguda (que pode evoluir para um enfarte do miocárdio) ou por

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vezes de dissecção da aorta (a laceração da camada interna da parede da
aorta);
 Insuficiência do ventrículo esquerdo, (incapacidade do ventrículo esquerdo
em bombear o sangue para a aorta o que vai aumentar a pressão na aurícula
esquerda e dificultar a drenagem das veias pulmonares para esta cavidade
cardíaca;
 Dispneia, sinal de um pré-edema pulmonar, que pode evoluir para um
edema pulmonar com tosse e expectoração espumosa acompanhada de fios
de sangue e um agravamento da dispneia que obriga cuidados urgentes
como a administração de oxigênio;
 Insuficiência renal aguda (rápida deterioração da função renal).
Nestas situações, é imperativa a redução urgente da pressão arterial de
modo parar o processo de degradação dos órgãos alvo. Se as urgências
hipertensivas podem ser tratadas com medicação oral, já as emergências
hipertensivas necessitam de um tratamento rápido e eficaz usualmente por
via endovenosa pois o paciente está sob um elevado risco de hemorragia
cerebral e edema pulmonar mortal. No entanto está redução deverá ser feito
por patamares e nunca de uma mineira brusca e abusiva que pode pôr o
paciente em estado de choque por hipertensão; esta é uma das razões da
introdução de medicamentos por via endovenosa pois permite regular a
velocidade de administração e subsequentemente e descida progressiva da
pressão arterial (Marik e Varon, 2007).

Hipertensão arterial primária

A hipertensão arterial primária, essencial, ou idiopática, é a forma mais comum


de hipertensão, contabilizando 90 a 95% de todos os casos da doença. Em praticamente
todas as sociedades contemporâneas a pressão arterial aumenta a par do
envelhecimento, o que é fisiológico e relacionado com o aumento de rigidez da parede
arterial.
A hipertensão essencial é consequência de uma interação complexa entre genes e
factores ambientais nomeadamente o consumo de sal. Ainda não é conclusiva a possível
influência de outros factores como o estresse, consumo de cafeína ou insuficiência de
vitamina D.

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Pensa-se que a resistência à insulina, é comum em casos de obesidade e um dos
componentes da síndrome metabólica, contribua também para a hipertensão.
Investigações recentes têm vindo a responsabilizar alguns acontecimentos ocorridos
durante o início da vida, como o baixo peso à nascença, o tabagismo durante a gravidez
e a ausência de amamentação considerando-os factores de risco para a hipertensão
primária na idade adulta, embora os mecanismos exatos dessa relação continuam por
esclarecer. (idem,2007)

Hipertensão arterial secundária

Segundo Grossman, Ehudy e Messerli (2012), a hipertensão arterial secundária é


consequência de uma causa identificável. As doenças renais são as causas mais comum
de hipertensão secundaria, ocupando o lugar de destaque a estenose da artéria renal, a
par de transtorno endócrinos como a síndrome de cushing, o hipertiroidismo, o
hipotirodismo, a acromegalia, o hiperaldosteronismo primário ou síndrome de conn, o
hiperparatiroidismo e tumores como os para-gangliomas e os feocromocitomas. Na
coartação da aorta a hipertensão arterial existe unicamente a cima do nível da coartação,
havendo hipotensão nos membros inferiores. Entre as outras possíveis causas encontra-
se a obesidade, a apneia do sono, a gravidez e o uso de determinados medicamentos tais
como:

 Corticoides: Mineralocorticoides, glicocorticoides sexuais;


 Anti-inflamatórios não esteroides;
 Drogas de acção sobre o sistema nervoso simpático: Glucagon, cocaína,
anorexígenos, descongestionante, antitússicos, sibutramina, bromocriptina,
Clozapina, dissulfiran, loimbina;
 Anti-depressivos: inibidores da monoamino oxidase, anti-depressivos
tricíclicos, agonistas serotoninérgicos;
 Anestésicos e narcóticos: quetamina, desflurano, Naloxona, sevoflurano;
 Miscelãnea (outras drogas): ciclosporina, tacrolimus, eritropoietina
recombinantes humanas antirretrovirais, etanol, cafeína, chumbo, cádmio,
arsênico.

A hipertensão hipercaliémica familiar, conhecida por síndrome de Gordon ou


pseudo-hipoaldosteronismo do tipo II, é uma forma muito rara de hipertensão arterial,
autossômica dominante, caracterizada por hipercaliemia, acidose metabólica com

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hiperclorémia e função renal normal, tendo servido de base aos primeiros estudos
genéticos da hipertensão arterial (Halloran, Gordon & Pawsey, 1970).

1.3.Estratégia para a redução da incidência e tratamento da


hipertensão arterial.

A hipertensão arterial envolve tratamentos não medicamentosos e medicamentos


e é de extrema importância conscientizar o paciente da necessidade de uma mudança de
estilo de vida, uma vezque tais medidas podem representar uma redução relevante nos
níveis de pressão arterial.

Tominga, Lavras e Demuner (2011), descrevem as seguintes medidas ou


tratamentos não medicamentosos:

Controlo de peso: pacientes hipertensos com excesso de peso devem ser


incluídos em programa de redução de ingestão calórica e aumento de atividade física
com o objectivo de manter o índice de massa corporal abaixo de 25 Kgm2 e
circunferência abdominal inferior a 102 cm para homem 88 para mulheres, 37;

Padrão alimentar: os alimentos ricos em sódio e gorduras saturadas devem ser


evitados, ao passo que aqueles ricos e potássio e fibras podem ser utilizados, enfatiza-se
o consumo de frutas, verduras alimentos integrais, leites desnatados e derivados;
quantidade reduzidas de gorduras saturadas e colesterol; maiores quantidades de fibras,
potássio, cálcio e magnésio.

Redução de consumo de sal: é indicado o consumo de 5k de sal por dia,


correspondente a 4 colheres de café (4k) rasas de sal adicionadas aos alimentos, que
com tem 2kg de sal. Portanto, recomenda-se a reduçãodo sal adicionado aos alimentos,
evita o saleiro a mesa e reduzir ou abolir a ingestão de alimentos industrializados. Por
outro lado, a redução excessiva de sal na dieta também deve ser editada principalmente
em paciente usuários diuréticos, podendo provocar hiponatremia hipovolemia e
hemoconcentraçaõ;

Moderação de consumo de bebidas alcoólicas: é recomendado o consumo de no


máximo 30g/dia de etanol para homens e 15g/dia para mulheres. Paciente que não se
adaptarem a este limite devem abandonar o consumo de álcool; Exercícios físicos: a
prática de atividade física regular está indicada para todos os indivíduos, e, para os
hipertensos usuários de medicamentos anti-hipertensivos. Antes de iniciar programas

22
regulares de atividades físicas, os hipertensos devem ser submetidos a avaliação clínica
especializada, avaliçãopré-participação (para eventual ajuste dos medicamentos)e
recomendações medicas associadas aos exercícios;

Abandono do tabagismo: o uso do cigarro deve ser ostensivamente combatido,


de modo que o paciente deve ser estimulado a procurar tratamento especifico para o
combate do vício. Medicamentos especificos para a reposição de nicotina podem ser
seguramente usados pelos hipertensos;

Controle do estresse psicoemocional: estudos experimentais demostram elevação


transitório da pressão arterial em situações de estresse, como o estresse mental, ou
elevações mais prolongadas, como nas técnicas de privação de sono. Estudos mais
recentes evidenciam o efeito do estresse psicoemocional na reatividade cardiovascular e
de pressão arterial, podendo contribuir para hipertensão arterial sustentada. Com
treinamentos para o controle do estresse emocional com diferentes técnicas mostraram
benefícios no controle e na redução da variabilidade de pressão arterial, podendo ser
utilizado como medida adicional na abordagem não farmacológica de pacientes
hipertensos. Os mesmos autores enfatizam que, além disso, a abordagem de aspectos
psicoemocionais pode ser útil para melhoria da atenção do paciente .
No que diz respeito aos tratamento medicamentosos segundo as diretrizes
brasileiras de hipertensão, referenciadas por Tomingas, Lavras e demuner (2011), o
objectivo principal do tratamento medicamentoso é a redução da morbidade e da
mortalidade cardiovasculares. Assim, os anti-hipertensivos devem não só reduzir a
pressão, mais os eventos cardiovasculares fatais e não fatais. As mesmas diretrizes
salientam que as evidências provenientes de estudos de desfechos clinicamente
relevante, com duração curta de 3 a 4 anos, demostrarem redução de morbidade e
mortalidade em estudos com diuréticos, mas também com betabloqueadores, inibidores
da enzima conversa de angiotensina (IECA), bloqueadores dos receptores de AT1 da
angiotensina II e com bloqueadores dos canais de cálcio embora a maioria dos estudos
utilize, no final, associação medicamentosa

1.4. Perspectivas sobre a Educação para a saúde

Segundo Figueiredo (2019), ao longo do percurso histórico, a construção das


atividades educativas foi fundamentada em aspectos do cunho sanitarista e higienista,
diferenciadas para as classes populares economicamente desfavorecidas com o intuito

23
de controlar, supervisionar, fiscalizar e combater as epidemias. A educação em saúde
era desenvolvida através de práticas educativas meramente informativas baseada numa
pedagogia com características informativas e verticalizadas.
Carvalho (2017) realça que a educação para saúde é vista como toda
aprendizagem intencional conducente à aprendizagem relacionada a Saúde e doença,
produzido mudança no conhecimento e compreensão ,na forma de pensar.
Segundo a OMS, citada por Mota (2011), a educação para a saúde representa a
competência cognitiva e social que determinam a motivação e a capacidade de os
indivíduos conseguirem o acesso, a compreensão e o uso de informação, de modo a que
promovam e mantenham uma boa saúde.
Salci et al, (2012), considera a educaºão para a Saúde como sendo um conjunto
de práticas pedagógicas de carácter participativo e emancipatório, que perpassa vários
campos de actuação e tem como objectivo sensibilizar, conscientizar e mobilizar para o
enfretamento de situações individuais e coletivas que interferem na qualidade de vida.
Araújo (2012),citando dados da OMS de 1998, explica que neste modo, a
educação para a saúde (EpS) compreende a construção de oportunidades que visam
faciliar a aquisição de conhecimentos e competências que tndem a melhorar a literacia
em saúde. O mesmo autor salienta que em contexto escolar, educar para saúde consiste
em: doptar as crianças e os jovens de conhecimentos, atitudes e valores que os ajudem a
fazer opções e tomar decisões adequadas a sua saúde e ao seu bem-esta físico, social e
mental, bem como a saúde dos que os rodeiam, conferindo-lhes assim um papel
interventivo.
Na visão de Araújo (2012), a educação para a saúde não é responsabilidade
exclusiva dos serviços de saúde, todos os sectores, nomeadamente, o da educação são
responsáveis pela construção e um bem-esta global. A mesma autora avança que a
educação para saúde deve ser considerada obrigatória em todos os estabelecimentos de
ensino e integrar o projeto educativo da escola. Para este autor, o conceito de educação
em saúde está ancorado no conceito de promoção da saúde, que trata de processos que
abrangem a participação de toda população no contexto de sua vida quotidiana e não
apenas das pessoas sob o risco de adoecer. Essa noção está baseada em conceito de
saúde, considerado como um estado positivo e dinâmico de busca de bem-estar, que
integra os aspectos físicos e mentais (ausência de doença), ambiental, pessoal e social.
As acções de educação em saúde encontram-se vinculadas ao exercício da
cidadania na busca por melhores condições de vida e de saúde da população,

24
principalmente quando passam todas as fases do atendimento, promovendo espaços de
trocas de informação, permitido identificar as demandas de saúde dos usuários e as
escolhas mais adequadas e diminuídas a distância habitual entre profissionais de saúde e
população.
Portanto,a educação para a saúde tem como objectivo melhorar a saúde e o
bem-estar de cada ser humano, de modo que tenham uma vida social, económica
produtiva através das várias estratégias entre as quais se destacam promoção e educação
para a saúde.A importância da promoção para a saúde não é só para concretização do
modelo social de saúde, mais também para o desenvolvimento de uma rede de cuidados
primários acessível a todos. A mesma organização descreve que a educação para a
saúde permite a existência de políticos abrangentes e integradas, bem como planos de
prevenção, e concluem afirmando que é fundamental, pois minimizam a sobreposição e
fragmentação do sistema de saúde.

Segundo a Política Nacional de Saúde angolana (PNS), citado por Queza (2010), a
educação para a saúde visa:

 Capacitar os indivíduos, as famílias e as comunidades para a promoção e a


proteção da saúde;
 Promover e preservar um contexto geral e um meio ambiente propícios a saúde;
 Intervir na melhoria do estado de saúde e da qualidade de vida da população que
permitirão alcançar a perspectiva de uma vida saudável para todos;
 Reduzir a mortalidade materna e infantil bem como a morbilidade por doenças
prioritárias;
 Priorizar o acesso de toda a população aos cuidados primários de saúde.

À luz da Carta de Otawwa de 1986, proclamada na 1ª Conferência Internacional


sobre Saúde, a educação para a saúde visa a promoção da saúde como uma estratégia de
articulação transversal das ações favoráveis ao fortalecimento da saúde humana,
direcionada a reduzir a vulnerabilidade os riscos e agravos à saúde defendendo a
equidade, a participação e o controle social nas políticas públicas e intersectoriais, por
meio da capacitação da comunidade em defesa da melhoria da qualidade de vida. No
entanto, a promoção da saúde consiste em proporcionar aos povos os meios necessários
para melhorar a sua saúde e exercer um maior controlo sobre a mesma. Esta promoção
deve ser transversal e não ve depnder apenas dos hospitais, já que a prevenção deve ser
sempre o primeeiro passo, de forma a que seja possivel evitar a doença na idade adulta.

25
Campo (2004), esclarece que muitas medidas preventivas podem ser tomadas, soretudo
no trabalho com crianças e adolescentes, seja na escola ou dentro das comunidades onde
eles estão inseridos,

Atendimento Individual: este acompanhamento ou tratamento não


farmacológico tem sido feito por médicos, enfermeiros, assistentes sociais, professores,
sobretudo os de Educação Física, sempre de acordo com a necessidade do adolescente.

Actividades a nível dos bairros e comunidades: tem sido essencialmente


realizado por pessoas ligadas as ONG’s, sociedade civil e nalgumas vezes assistentes
sociais, consiste primordialmente na realização de trabalho a nível das escolas, centros
comunitários e igrejas, no sentido de buscar crianças e adolescentes que exibam factores
de risco para o desenvolvimento da doença.

Conselho Familiar: médicos e professores têm a obrigação de informar sobre os


aspectos da hipertensão do adolescente, já que a colaboração com a família é muito
importante para que se possa controlar a doença de forma satisfatória.

Trabalhos em Grupo: neste tipo de tratamento são desenvolvidas actividades


que visam essencialmente à educação quanto a doença e outras questões inerentes à
saúde do adolescente, através de jogos lúdicos que estimulem as crianças a estarem
interessadas no tratamento preventivo (Campos, 2004)

1.5. O papel do professor de Biologia na abordagem da


hipertensão arterial no ambiente escolar.

A mais forte personagem da vida dos alunos além dos pais é o professor, é ele
quem liga o papel da educação dada em casa com a educação dada na escola, a maioria
dos alunos na adolescência tem uma admiração por um professor e isso mostra o papel
importante que o mesmo deve desempenhar na vida de qualquer aluno.
Assim sendo, no contexto escolar, a aferição da pressão arterial é uma primeira
maneira para diagnosticar a hipertensão, pois trata-se de uma doença assintomática e
sua prevenção implica mudança de hábitos. Neste contexto, a educação em saúde apesar
de não cumprir o papel de substituir as mudanças estruturais da sociedade, necessária
para a garantia da qualidade de vida e saúde pode contribuir decisivamente para sua
efectivação,divulgar ciência massivamente é também uma necessidade, pois o público
leigo tem direito às informações técnicas sobre as doenças e seus tratamentos numa
linguagem acessível. Nas últimas décadas, diversos factores têm influenciado na

26
mudança de estilo de vida das crianças e adolescentes, destacam-se o crescimento
imobiliário, que reduziu as áreas de lazer, e a marginalização, que induziu os país a não
deixarem seus filhos brincarem nas praças e no meio da rua. Essa redução dos esforços
físicos gerou diminuição de gasto energético, substituído por muitas horas diante da
televisão ou computador. Fortemente aliado a esse problema, houve mudança de padrão
alimentar, como a oferta de alimentação rápidas e muito calóricas (Fast food), alimentos
industrializados e alimentação fora de casa.Os programas de educação em saúde
direcionados para crianças e adolescentes devem, em geral, ser realizada nas escolas.
De tal forma, o papel do professor deve ser o mais interventivo possível,
deixando de lado o papel estático sem qualquer tipo de criatividade. No ensino das
medidas preventivas sobre a Hipertensão Arterial, esta criatividade será bastante
necessária, já que muitas vezes para que os alunos consigam perceber determinadas
matérias o professor deve sair um pouco da sua zona de conforto e tentar usar métodos
de ensino não tão convencionais.Existe um consenso sobre a importância do papel das
acções de promoção da saúde e de educação em saúde desenvolvidas dentro das escolas
com o intuito de garantir uma formação integral dos alunos.Os comportamentos
espontâneos não asseguram a saúde das pessoas, por isso existe a necessidade da
instrução formal obrigatória que incorpore a saúde entre seus objectivos.Os projectos de
educação em saúde na escola, em sua maior parte, são realizados nas aulas de Ciências
ou de Biologia, muito embora os assuntos estejam relacionados ao tema transversal de
saúde, ou seja, tema a ser trabalhado em todas a disciplinais do currículo escolar.
( Nogueira, 1999).
No nosso entnder é muito importante que o professor saiba a importância do seu
papel na abordagem sobre a hipertensão arterial dentro do contexto escolar, geralmente
os adolescentes tendem a aprender mais na escola do que fora dela, a adolescência é
uma fase de constantes transformações, em que as pessoas acabam gerindo a sua própria
personalidade tendo em conta a vida adulta, é portanto necessário que dentro das
escolas possa haver espaço e liberdade, de forma a que os educadores e os seus alunos
consigam debater sobre questões relacionas com a saúde, quer seja dentro da sala de
aula ou mesmo em palestras ao ar livre, sendo que para tal, há uma necessidade
imperiosa dos professores estarem devidamente capacitados com conhecimento e
formação , de modo a que seja possível moldar de alguma forma a consciência dos
alunos para hábitos mais saudáveis, que visem prevenir a hipertensão arterial, seja na
adolescência e posteriormente na vida adulta.

27
CAPITULO II: METODOLOGIA

28
CAPITULO II: METODOLOGIA

Para qualquer acto de investigação é sempre necessário pensar nas formas de


recolher a informação que a própria investigação vai proporcionar. No caso do
investigador, este tem que ir recolhendo informações sobre a sua própria acção ou
intervenção, no sentido de obter dados sobre o estudo que pretende levar a cabo. Este
capitulo faz abordagem sobre os procedimentos metodológicos utilizados durante
presente a pesquisa.

2.1. Caracterização da escola

O complexo escolar Luís Gomes Sambo BG 1348 foi fundado em 1943 através
do decreto Executivo conjunto no 517-015 de Dezembro, do Ministério da
Administração do Território.
Está localizado na parte sudoeste do município de Benguela, dentro dos
perímetros urbanos, concretamente na zona C, limita-se à: Norte: jardim da
Conservatória da Comarca de Benguela. Sul: Direcção Provincial da Polícia Económica
e a Loja da DSTV; Este: Avenida Dr. António Agostinho Neto; e Oeste Centro Infantil
Otchissola.
A escola funciona em três turnos: Manhã, Tarde e Noite, tendo matriculado no
ano lectivo 2022/2023 cerca de 2743 alunos, da iniciação á 9 a classe, dos quais (1404)
do sexo feminino, tem um total de 45 professores, dos quais 20 leccionam a 9 ª classe,
que é o nosso objecto de estudo e 15 salas de aulas.

2.2. Tipo de investigação

Para a presente investigação, considerou-se a tipologia de psquisa descritiva,


uma vez que se pretende descrever as percepções dos alunos da 9ª classe da Escola Luís
Gomes Sambo BG-348 em Benguela a respeito da hipertensão arterial e isto vai ao
encontro do que Ramos e Naranjo (2013) descrevem como sendo uma pesauisa
descritiva, que segundo eles consiste em procurar determinar a natureza e o grau de
condições existentes, visando descrever as características de determinada população ou
fenómeno, ou de determinadas relações entre variáveis.

29
O tipo de pesquisa enquandra-se ainda na modalidade quantitava,
essencialmente. Para isso, privilegiou-se o inquérito por questionário, cujos dados
recolhidos foram sujeitos à análise de frequência simples

2.3 População e Amostra

População

Do ponto de vista de Marconi e Lakatos (2012) população é o conjunto de seres


animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma característica em comum.
População é um grupo de pessoas que possuem características comuns. Assim,para este
estudo considerou-se população o conjunto de de alunos matriculados n 9ª classe do ano
lectivo em causa, totalizando 135 alunos.
Amostra
A amostra é a porção ou parcela, convenientemente selecionada do universo
(Marconi e Lakatos, 2012). Assim, tendo em conta a selecção aleatória simples que
efctuamos na população, a amostra do presente estudo foi constituida por 24 alunos.
Tendo em vista a amostra é composta por (27) alunos da 9 a classe, englobando 135
alunos da mesma classe.

2.4. Métodos e Técnicas de Investigação

Sendo que a metodologia é um conjunto de procedimentos e técnicas utilizadas


para a realização de uma pesquisa, facilitando assim o alcance dos objectivos propostos
da mesma, foram utilizados para este trabalho métodos de nível teórico, e métodos de
nível empírico.

2.4.1.Métodos de nível teórico

Histórico-lógico: consiste em investigar os acontecimentos, processos e


instituições do passado para verificar a sua influência. Este método foi fundamental
sobretudo na caracterização do historial da hipertensão arterial. (Marconi e Lakatos,
2012)
Pesquisa Bibliográfica: permite examinar extensivamente a literatura sobre um
tópico antes de planejar sua proposta. Acrescenta ainda que é o pressuposto que permite

30
compartilhar os resultados de outros estudos, relacionados com o que está a ser
realizado. Este método possibilitou colher dados bibliográficos de diferentes autores, a
fim de se obter informações relacionadas com a problemática em estudo para que, de
forma clara precisa e concisa, se pudesse dar um cunho cientifico na investigação
(Creswell ,2010)
Analítico-sintético: análise é um procedimento teórico mediante o qual um
todo complexo se decompõe nas suas diversas partes e qualidades, sendo por isso uma
síntese que estabelece a união entre as partes previamente analisadas e possibilita a
descoberta das relações essenciais e as características gerais entre elas. Este método
permite entrar em mais detalhes sobre os dados a fim de se conseguir respostas para as
questões formuladas. (Andrade,2009)
Indutivo-Dedutivo: método indutivo é o procedimento de raciocínio que, a
partir de uma análise de dados particulares, encaminha-se para noções gerais. É um
conhecimento que se obtém de forma inevitável e sem contraposição. A utilização deste
método permitiu que se chegasse a melhores conclusões sobre a problemática em
estudo. (Andrade, 2009)

2.4.2. Métodos de nível empírico

Inquérito por questionário: para Ramos e Naranjo (2014) é uma técnica de


aquisição de informação de interesse sociológico, mediante um questionário
previamente elaborado, através da qual se pode conhecer a opinião ou avaliação do
sujeito selecionado numa amostra sobre um assunto dado. Sendo este método baseado
em perguntas e resposta escrita, este método foi útil na obtenção de informações sobre o
fenómeno em estudo, a partir de um conjunto de perguntas dirigidas ao alunos da 9 a
classe da escola em estudo.
A caracterização do referido questionário é apresentado na tabela abaixo:

Objetivos Questões
Identificar a forma como tem sido feito as abordagens de questões ligadas à 5, 5.1,6,7
hipertensão arterial na escola Luís Gomes Sambo BG-348 em Benguela. e 7.1
Averiguar o sistema de conhecimentos dos alunos da 9 a classe da escola Luís Gomes 1,2,3 e 4
Sambo BG-348 em Benguela, sobre a hipertensão arterial, suas causas e
consequências.

31
Tabela 1.Caratcterização do questionário aplicado aos alunos e sua vinculação aos
objectivos da investigação

Matemático-estatístico:que, segundo Fachin (2005) é vantajoso na utilização da


teoria estatística das probabilidades, embora admitam certa margem de erro. A
manipulação estatística permite comprovar as relações dos fenómenos entre si e obter
generalizações sobre a sua natureza, ocorrência e significado. Este procedimento
permitiu a análise e tratamento dos dados recolhidos e elaboração das tabelas, tendo em
conta as frequências e percentagens.
Análise de conteúdo: é uma perspectiva metodológica qualitativa no âmbito da
pesquisa. É uma das diferentes formas de interpretar o conteúdo de um texto que se
desenvolveu adoptando normas sistemáticas de extrair os significados temáticos ou
significantes lexicais, por meios dos elementos mais simples de um texto. É um tipo de
análise da comunicação que pretende garantir a incapacidade objectiva, socorrendo-se
da quantificação das unidades do texto claramente definidas, para gerar resultados
quantificáveis ou estabelecer a frequência estatística das unidades de significado. Este
método foi utilizado para o tratamento das perguntas abertas do questionário, bem como
das entrevistas realizadas ( Chizzotti, 2010).

2.4.2. Validação dos instrumentos de recolha dos dados

Visto que o que se pretende como objectivo geral é a descrição da percepção dos
alunos da 9ª classe da Escola Luís Gomes Sambo BG 348 relativamente a hipertensão
arterial,a fontes dos nossos dados são somente os alunos inquiridos, tendo sido usado o
questionário para testar de forma adequada as hipoteses operacionais e a nossa escolha
recaiu sobre este instrumento em função da possibilidade de quantificar uma
multiplicidade de dados.
Na elaboração do questionário visamos medir cada variavel com uma pergunta
específica, sendo as perguntas realizadas essencialmente fechadas e semi-fechadas,
onde os inquiridos devem responder alguns campos com dados precisos, escolher entre
respostas alternativas ou indicar outros aspectos à sua escolha.
Antes da aplicação do questionário foi realizado um estudo preliminar a uma
pequena amosttra representativa do estudo, de forma a seleccionar as perguntas ideias

32
que deveriam estar no questionário final, que serviu como base de recolhe para a
inestigação principal.

2.4.2. Limitações do estudo

Muitos estudos ou projecto de investigação que são elaborados, tendem a


encontrar certas limitações, sobretudo ao tratar-se de temas tabus ou complexos. No
caso do presente estudo,uma das limitações iniciais foi o de pressupostos teóricos sobre
a percepção que os alunos têm sobre a hipertensão arterial, existindo poucos estudos
sobre a temática a que nos propusemos investigar,além de que os que existem não são
devidamente satisfatõrios. Outra limitação encontrada foi a pouca disponibilidade da
amostra populacional que escolhemos, em responder o questionário, queríamos ter a
possibilidade de tornar o estudo mais abrangente, não somente para os alunos da 9ª
Classe e sim também os da 8ª classe., o que no nosso entender nos daria uma visão mais
ampla sobre a temática.

33
CAPÍTULO III : APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS

34
CAPTÍTULO III: APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS

Este capítulo diz respeito à divulgação dos resultados obtidos mediante o


trabalho de campo feito na Escola Luís Gomes Sambo BG-348 em Benguela.

Apresentação e análise dos resultados do inquérito por questionário


dirigido aos alunos.

Na tabela abaixo faz-se a caracterização dos participantes quanto ao género.

Gênero Frequência Percentagem


Masculino 8 33,3%
Feminino 16 66,6%
Total 24 100%

Tabela 2.Caracterização dos respondentes quanto ao género

Com base nos descritos na tabela 2, dos 24 alunos inquiridos, 16 alunos,


equivalente a 66,6% são do género femino

A caracterização dos participantes quanto a idade é feita na tabela abaixo.

Idade Frequência Percentagem


12-14 anos 11 45,8%
15-17 anos 13 54,1%
Total 24 100%

Tabela 3. Caracterização dos participantes quanto a idade

Com base nos dados descritos na tabela. 3, dos 24 alunos inquiridos, 13 alunos
equivalente a 54,1% , têm as suas idades entre 15 aos 17 anos.

35
Já ouviu falar sobre a hipertensão arterial Frequência Percentagem
Sim 13 54,1%
Não 9 37,5%
Anulada 2 8,3%
Total 24 100%

Tabela 4. Conhecimento dos alunos sobre o conceito de hipertensão arterial


Conforme observamos na tabela 4, dos alunos inquiridos 54,1% declarou já ter
ouvido fala sobre a hipertensão arterial, o que representa um indicador positivo, tendo
em conta a pertinência e impacto da hipertensão arterial.

O que é a hipertensão arterial Frequência Percentagem


É uma doença 4 16,6%
É uma doença crónica 3 12,5%
É a elevação da pressão arterial 1 4,1%
É aceleração do sangue 1 4,1%
É o aumento anormal do sangue 1 4,1%
É tensão alta 2 8,3%
Não sei 10 41,6%
Anuladas 2 8,3%
Total 24 100%

Tabela 5.Conhecimento dos alunos sobre a descrição da hipertensão arterial

Com base nos dados apresentados na tabela 5, dos 24 alunos inquiridos, apenas
11 têm nocões sobre o conceito de hipertensão arterial. Tratava-se de uma pergunta
aberta, em que os alunos apresentaram livremente o seu entendimento sobre o que é a
hipertensão arterial. Embora tenham sido diversas as respostas, preocupou-nos o facto
de um número significativo de participantes não ter sido capaz de apresentar elementos
correctos do conceito de hipertensão arterial.
.

36
Quais são as causas da hipertensão arterial Frequência Percentagem
Stress, consumo excessivo do sal e consumo de bebidas 10 41,6%
alcoólicas.
Causas hereditárias, estilo de vida não saudável, obesidade, 3 12,5%
sedentarismo
Não sei 8 33,3%
Anuladas 3 12,5%
Total 24 100%

Tabela 6. Conhecimento dos alunos sobre as causas da hipertensão arterial

Nesta tabela com base aos dados descritos na tabela n o 6, dos 24 alunos
inqueridos a que corresponde 100%, 13 alunos equivalentes a 54,1% declararam saber
as causas da hipertensão arterial, a julgar pelas respostas dadas. Este também é um
indicador que podemos considerar positivo e que é de suma importância para esta
inestigação.

Quais são as consequências da hipertensão arterial Frequência Percentagem


Ataques cardíacos, trombose, AVC, morte subida. 9 37,5%
Sono, dores nos músculos 1 4,1%
É a morte 1 4,1%
Perda gradual da visão 1 4,1%
Não sei 8 33,3%
Anuladas 4 16,6%
Total 100%

Tabela 7. Conhecimento dos alunos sobre as consequências da hipertensão


arterial
Com base aos dados descrito na tabela no 7, dos 24 alunos inquiridos que
corresponde a 100%, 11 alunos que corresponde a 45,7% têm o conhecimento sobre as
consequências da hipertensão arterial, o que para nós representa uma premissa

37
negativa, já que o número de alunos que tem nição das consequncias da hipertensão
arteril não ultrapassa sequr os 50% dos inquiridos.

Os professores têm abordado aspectos relacionados Frequência Percentagem


com a hipertensão arterial
Sim 6 25%
Não 16 66,6%
Anuladas 2 8,3%
Total 24 100%

Tabela 8. Conhecimento dos alunos sobre a abordagem dos aspectos relacionados


com a hipertensão arterial
De acordo com a tabela no 8, dos 24 alunos inquiridos 66,6% declarou que os
professores não têm abordado questões ligadas a hipertensão arterial. Este dado é
precoupante, tendo em conta oque temos vindo a defender sobre uma educação para a
saúde, especificamente para a hipertensão arterial, a nivel da escola.

.
Se sim, que aspectos específicos têm sido Frequência Percentagem
abordados
Ter cuidado porque é uma doença muito perigosa 1 4,1%
Prevalência da hipertensão arterial e sua associação 1 4,1%
de AVC em adultos
A base da hipertensão arterial em adultos 1 4,1%
Anuladas 21 87,5%
Total 24 100%

Tabela 9. Conhecimento dos alunos sobre aspectos específicos da


abordagem sobre a hipertensão arterial
Com base nos dados descritos na tabela no 8, dos 24 alunos inquiridos, realçamos
que 87,5% das respostas não foram consideradas válidas, ou seja, foram anuladas por
motivo de não terem cumprido com o critério do questionário.

38
Com que estratégia os professores têm feito essa abordagem Frequência Percentagem
As aulas, apresentando os exemplos 3 12,5%
Relacionando com estilo de vida saudável
Orientando os alunos à pesquisa independente sobre o tema 1 4,1%
Organizando seminário ou palestra sobre um estilo de vida saudável 4 16,6%
e a hipertensão arterial
Sensibilizando os alunos na aula, sempre que ocorrer alguma 2 8,3%
situação especifica e critica, noticiada pelo rádio e televisão, sobre a
hipertensão arterial.
Anuladas 14 58,3%
Total 24 100%

Tabela 10. Conhecimento dos alunos sobre as estratégias dos professores no ensino
da hipertensão arterial
Com base na tabela no 10 , uma grande parte dos inquiridos demostrou não ter
conhecimento sobre as estratégias usadas pelos professores para a abordagem sobre a
hipertensão arterial. No entanto, vale dizer que a outra grande parte dos inquiridos teve
as respostas anuladas em virtude de não terem cumprido com os critérios de respostas
do questionário.

Considera relevante que na escola se faça maior Frequência Percentagem


divulgar sobre a hipertensão arterial
Sim 20 83,3%
Não 1 4,1%
Anuladas 3 12,5%
Total 24 100%

Tabela 11. Conhecimento dos alunos sobre a relevância da divulgação da


hipertensão arterial

Conforme se pode ver na tabela no 11, dos 24 alunos, 83,3% declarou ser
relevante que na escola se faça maior divulgação sobre a hipertensão arterial. Isto vai ao
encontro do foco da educação para saúde e especificamente a necessidade de se abordar
cada vez mais sobre a hipertensão arterial no contexto escolar.

39
Porque Frequência Percentagem
Doença mortal 3 12,5%
Importante para a vida do ser humano 1 4,1%
Para termos mais informações e posteriormente 7 29,1%
prevenirmos e termos mais cuidados
Porque não é uma doença que ataca só os adultos pois já 4 16,6%
se verifica também nas camadas mais jovens
Não sei 2 8,35
Anuladas 7 29,1%
Total 24 100%

Tabela 12. Conhecimento dos alunos sobre a importância da hipertensão arterial

Com base nos dados descritos na tabela n 11, dos 24 alunos inquiridos, que
corresponde a 100%, 29,1% declararam ser importante que se tenha mais informações
sobre a doença,porque assim estarão em melhores condições de a prevenir, o que para
nõs também represemnta um factor positivo, apesar da percentagem não ser tão
satisfatória quanto se queira.

CONCLUSÕES

40
Finalizada que está a apresentação do presente estudo, tendo como ponto de
partida o problema de investigação levantado, as perguntas de investigação formuladas,
os ojectivos a que nos prousemos atingir, as bibliográficas consultadas, bem como os
dados recolhidos pelo questionário feito aos alunos da 9ª Classe da Escola Luis Gomes
Sambo BG-348 em Benguela, sobre a percepção destes em relação a hipertensão
arterial, foi-nos possível concluir o seguinte:

Que a hipertensão arterial é uma doença “silenciosa” crónica que apresenta altos
custos sociais, derivado do facto de ser um dos principais e mais importante factor de
risco para o nascimento de doenças do forum cardiovascular, acarretando danos muitas
vezes irreversiveis para o corpo humano, fazendo com que quem viva com essa doença
veja a sua interacção social limitada, já tem consequências nefastas podendo inclsusive
levar a morte.
A forma como os professores têm feito a abordagem sobre a hipertensãoarterial
na Escola Luis Gomes Sambo BG-348 aos alunos da 9ª calsse, no nosso entender não é
satisfatória,isso tendo em conta os dados recolhidos do questionário feito aos alunos,já
que uma grande parte dos inquiridos, no valor de 66,6% respondeu “ não” a questão
sobre os professores têm abordado aspectos relacionados à hipertensão arterial.
Diagnosticado o nível de conhecimento sobre a Hipertensão Arterial dos alunos
da 9ª classe da Escola Luis Gomes Sambo BG-348 em Benguela, podemos concluir que
é de alguma forma satisfatória, isso porque muitos conhecem a doença e sabem alguns
aspectos sobre a mesma, apesar de entenderem que devia ser mais divulgada no
contexto escolar.

RECOMENDAÇÕES

41
Tendo em conta as nossas conclusões dos dados recolhidos através do inquérito
feito aos alunos da Escola Luís Gomes Sambo BG-348 em Benguela, bem como da
vasta bibliografia consultada, temos como recomendações os seguintes pontos:
Que os professores abordem nas suas aulas, sobretudo nas disciplinas de
Biologia, Ciências e Educação Física, a temática hipertensão arterial, incentivando a que
os alunos tenham cada vez mais um estilo de vida saudável;
Aos professores recomenda-se ainda que devem procurar melhorar as suas
técnicas e estratégias de ensino sobre a hipertensão arterial, procurando usar aquelas que
despertem maior curiosidade aos alunos, como a projecção de imagens de vídeos
explicativos sobre a doença, levando-os à mudanças comportamentais, sobretudo no
estilo de vida;
Aos alunos recomenda-se que usem de forma mais activa os meios de pesquisa
existentes, sobretudo os livros sobre a doença disponíveis em bibliotecas e mediatecas a
nível da província e a internet;
A nível da Direcção Pedagógica da Escola Luís Gomes Sambo BG-348 em
Benguela, recomenda-se palestras e debates períodicos entre alunos e professores, a fim
de que se possa discutir essa temática, sobretudo no que diz respeito aos meios de
prevenção da doença, convidando algum profissional de saúde para o efeito, já que a
promoção da saúde no contexto escolar é algo muito importante.
.

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42
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ANEXOS

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APÊNDICES

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