Você está na página 1de 4

BANCO DE EXERCÍCIOS BioGeo FOCO 11

DOSSIÊ DO PROFESSOR

Grupo XXV

Os tentilhões de Darwin são aves extremamente inventivas. Recentemente, foi registado pela primeira vez
um comportamento inovador nestas aves, fora do contexto alimentar; quatro espécies de tentilhões esfregam
folhas de Psidium galapageium, uma árvore endémica das Galápagos, nas suas penas.

Foi proposto que este comportamento serve como repelente contra ectoparasitas, onde se inclui o inseto
Philornis downsi. Esta espécie de mosca foi introduzida acidentalmente na ilha e tem dizimado as
populações de aves autóctones. As moscas adultas alimentam-se de fruta, mas as suas larvas são
hematofágicas – sobrevivem e desenvolvem-se sugando o sangue das crias de tentilhões, quando estas
ainda estão no ninho.

Os cientistas observaram que os tentilhões esfregavam as suas penas com folhas que retiravam de
Psidium galapageium. Perante tal facto, com o intuito de compreenderem o efeito repelente de P.
galapageium sobre mosquitos da espécie Anopheles arabiensis, desenvolveram o seguinte estudo no campo
e em laboratório.

Métodos e resultado

No Campo:

1. Foram tratados 17 humanos com folhas esmagadas de Psidium galapageium. Cada indivíduo
aplicou o extrato num braço e numa perna, deixando os outros dois membros por tratar.

2. Durante 15 minutos, os indivíduos tratados foram deixados expostos ao contacto com mosquitos no
campo. Contaram-se 202 picadas de mosquitos. No total, foram contabilizadas 17 picadas nos
membros tratados.

No laboratório:

1. Prepararam-se 3 conjuntos de salsichas com sangue.

2. Injetou-se igual número de salsichas com etanol, extrato de folhas de P. galapageium com etanol e
extrato de Rubus idaeus (framboeseira).

3. Durante a experiência, contabilizaram-se quantas vezes os mosquitos pousaram em cada uma das
salsichas com sangue. Os resultados obtidos estão representados na figura 1A.

Para monitorizar o efeito P. galapageium sobre o crescimento das larvas de Philornis downsi, foi
desenvolvido um outro procedimento em laboratório.

1. Embeberam-se gazes de linho com sangue de crias de tentilhão.

2. Trataram-se igual número de gazes com igual volume (8 mL) de água, de extrato de Tradescantia
flumensis (planta sem conhecido poder repelente) e de extrato de folhas de P. galapageium
(constituídos por iguais partes de diclorometano e extrato de folhas obtido por esmagamento de 4
folhas).

3. As gazes foram colocadas em três ambientes controlados, com larvas de P. downsi previamente
pesadas.

4. Terminada a experiência, as larvas foram recolhidas. Avaliou-se o ganho de peso de cada uma das
larvas. Os resultados relativos ao ganho de peso das larvas estão representados na figura 1B.

© Areal Editores 1
BANCO DE EXERCÍCIOS BioGeo FOCO 11

DOSSIÊ DO PROFESSOR

Figura 1 A – Efeito repelente de P. Figura 1 B – Efeito de P. galapageium no


galapageium sobre Anopheles arabiensis. crescimento de larvas de P. downsi.

Baseado em Arno Cimadom, Charlotte Causton et al. Darwin’s finches treat their feathers with a natural repellent
Nature Scientific Reports | 6:34559 | DOI: 10.1038/srep34559 (2016)

1. Identifique os grupos de controlo na experiência 1.

2. Um dos objetivos do estudo desenvolvido foi


(A) investigar a capacidade de as larvas crescerem, consumindo sangue das gazes.
(B) inventariar a quantidade de picadas por salsicha com sangue, por ação de Anopheles arabiensis.
(C) verificar se o extrato de P. galapageium é um repelente eficaz.
(D) confirmar a eficácia da gaze tratada com água no controlo da larva da mosca.

3. No estudo descrito, uma das variáveis dependentes foi


(A) o peso das larvas de Anopheles arabiensis em cada um dos ensaios com salsicha.
(B) o ganho peso das larvas de mosca de P. downsi.
(C) a quantidade de extrato de P. galapageium nas gazes de linho.
(D) a concentração de extrato de P. galapageium utilizada na gaze de linho.

4. No estudo descrito,
(A) os grupos experimentais foram tratados com extrato de P. galapageium em todos os
procedimentos.
(B) o grupo de controlo foi tratado com extrato de P. galapageium apenas no procedimento que
decorreu no campo, da primeira experiência.
(C) os grupos de controlos foram tratados com extrato de Rubus idaeus apenas no ensaio laboratorial,
da primeira experiência.
(D) o grupo experimental foi tratado com extrato de P. galapageium apenas no primeiro procedimento.

5. Uma das condições determinantes da fiabilidade dos resultados foi


(A) a variedade de soluções.
(B) a alteração da frequência de tratamentos.
(C) a repetição dos ensaios.
(D) a composição da gaze.

© Areal Editores 2
BANCO DE EXERCÍCIOS BioGeo FOCO 11

DOSSIÊ DO PROFESSOR

6. Complete o texto seguinte com a opção adequada a cada espaço.


Transcreva cada uma das letras, seguida do número que corresponde à opção selecionada. A cada
letra corresponde um só número.
As larvas de Philornis downsi que parasitam os tentilhões têm um sistema digestivo ___(a)___, em que
a digestão é ___(b)___. Nestes animais, o sistema circulatório é ___(c)___, ocorrendo trocas gasosas
___(d)___ através de superfícies respiratórias que correspondem a ___(e)___.

(a) (b) (c) (d) (e)

1. completo 1. invaginações da superfície


1. intracelular 1. aberto 1. diretas corporal
2.incomplet
2.extracorporal 2.fechado 2. indiretas 2. traqueias
o
3. extracelular 3. duplo 3.unidirecionais 3. evaginações da superfície
3. simples
corporal

7. Os resultados registados na figura 1A mostram que


(A) o efeito do extrato de P. galapageium nos mosquitos depende da quantidade de gaze utilizada.
(B) Philornis downsi tem um efeito inibitório sobre P. galapageium.
(C) o extrato de P. galapageium na totalidade 100% os mosquitos de Anopheles arabiensis.
(D) a utilização do extrato de P. galapageium tem um efeito repelente superior ao de todas as restantes
soluções.

8. Contabilizam-se pelo menos quatro espécies de tentilhões de Darwin que foram observadas a utilizar
folhas de P. galapageium: Geospiza fortis, Geospiza fuliginosa, Camarhynchus parvulus e Certhidea
olivacea. As afirmações seguintes dizem respeito à taxonomia de diferentes espécies de tentilhões.
I. Camarhynchus parvulus e Certhidea olivacea pertencem a classes diferentes.
II. Geospiza fortis e Geospiza fuliginosa pertencem ao mesmo género.
III. Camarhynchus heliobates e Camarhynchus parvulus têm menor número de taxa em comum do
que Geospiza fortis e Certhidea olivacea.
(A) I é verdadeira; II e III são falsas.
(B) I e III são verdadeiras; II é falsa.
(C) II é verdadeira; I e III são falsas.
(D) II e III são verdadeiras; I é falsa.

9. Ordene as expressões identificadas pelas letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência


cronológica de acontecimentos que ocorrem durante o ciclo de vida de P. downsi. Termine a
ordenação pela etapa em que surgem seres vivos frugívoros.
A – Deposição de ovos
B – Produção de gâmetas
C – Fecundação
D – Transformação em inseto adulto
E – Ingestão de sangue

© Areal Editores 3
BANCO DE EXERCÍCIOS BioGeo FOCO 11

DOSSIÊ DO PROFESSOR

10. Faça corresponder cada uma das descrições relativas a compostos orgânicos, expressas na coluna A
à respetiva designação, que consta na coluna B.

Coluna A Coluna B

1. Ácido nucleico
(a) Glícido complexo que forma a parede celular das células vegetais.
2. Ácido gordo
(b) Polímero que contém pentoses e que é responsável pela
3. Celulose
informação contida na célula.
4. Fosfolípido
(c) Molécula anfipática que compõe as membranas celulares.
5. Glicogénio

11. Explique de que modo o estudo apresentado na figura 1B pode suportar a hipótese levantada pelos
investigadores.

© Areal Editores 4

Você também pode gostar