SP - BALANÇO - INVERNO - 2023 R 1 RR

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São Paulo, 25 de setembro de 2023
Inverno 2023: balanço da estação em São Paulo (SP)

A capital teve chuva abaixo e temperaturas acima da média no inverno
No inverno de 2023, São Paulo (SP) registrou 88,7 milímetros (mm) de chuva na estação
meteorológica convencional do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), localizada no Mirante de
Santana (código da estação: 83781). O valor ficou 42% abaixo da média sazonal, que é de 154 mm.
Ao todo, a capital teve dez dias com registro de chuva maior ou igual a 1 mm no período.
Temperatura
As temperaturas em São Paulo (SP) ficaram no patamar mais elevado para o inverno, pelo
menos, desde 19611. No fim da estação, uma onda de calor atingiu boa parte do Sudeste do País,
provocando uma semana de temperaturas máximas com 5°C acima da média.
A média das temperaturas máximas na capital ficou em 26,0°C, maior valor em mais de 60 anos,
sendo 2,5°C acima da climatologia (média histórica) para o período, que é de 23,5°C. A marca anterior
de inverno mais quente, para este parâmetro, pertencia ao ano de 2012, com 25,4°C.
Em 2023, a maior temperatura registrada no inverno chegou a 34,7°C, no último dia da estação
(22/09). A todo, a capital teve seis dias consecutivos com temperatura acima de 30°C durante a
estação.
Já a média das temperaturas mínimas no inverno ficou em 15,2°C, valor acima da média sazonal
(13,1°C). Considerando a média das mínimas, este também foi o inverno mais quente da série histórica
desde 1961. A marca anterior pertencia aos anos de 2015 e 1977, com 14,6°C.
Em 2023, a menor temperatura mínima do inverno foi de 9,8°C.
A figura 1, a seguir, apresenta um gráfico com registros de temperatura e chuva na estação.
1
Apesar da série oficial do Inmet em São Paulo ter começado em 1943, anteriormente a 1961, os bancos de dados
diários não estão integralmente digitalizados.
BOLETIM CLIMÁTICO INMET SP: BALANÇO DE INVERNO E PROGNÓSTICO PARA A PRIMAVERA 2023 (25/09/2023) Página 1 de 9
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Figura 1: Dados diários de temperaturas mínimas e máximas e de precipitação (chuva) para a

estação automática do Mirante de Santana, em São Paulo (SP), do dia 21/06 até 22/09/2023.
Destaques do inverno/2023 (até as 18UTC do dia 22/09) em São Paulo (SP):
 Total de precipitação pluviométrica (chuva): 88,7mm;

 Maior volume de chuva em 24h: 27,4 mm em 3 de setembro;
 Maior temperatura: 34,7 °C em 22 de setembro (maior do ano)
 Menor temperatura: 9,8 °C em 15 de julho (menor do ano);
 Maior rajada de vento: 20 m/s (72km/h) em 13 de julho.
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Balanço do inverno no estado de São Paulo
Em termos astronômicos2, o inverno começou no dia 21 de junho, às 11h58min, e terminou no dia 23

de setembro, às 3h50min (horário de Brasília), com o início da primavera, evento também conhecido
como equinócio de primavera.
Na rede de estações meteorológicas do Inmet, no estado de São Paulo, os totais de chuva no

inverno variaram entre 30 mm, em áreas do centro do estado, como no município de Ibitinga, e 513
mm, no litoral, como na cidade Bertioga.
A figura 2, a seguir, mostra a distribuição dos volumes de chuva.
Figura 2: Mapa de acumulado de precipitação (chuva) nos últimos 90 dias (até o dia 22/09/2023).
2 As estações do ano são efemérides astronômicas e suas datas e horários variam anualmente.
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Em termos climatológicos, vale ressaltar que para o Hemisfério Sul, normalmente, os meses de
junho a agosto representam o inverno e de setembro a novembro, a primavera.
Nesta definição climatológica, as estações do ano começam no primeiro dia dos meses nos
quais ocorrem os equinócios ou os solstícios.
Climatologia Primavera
Início: 23 de setembro, às 3h50min;

Fim: 22 de dezembro, à 0h27min (início do verão).
O início astronômico da primavera pode ser resumido como o momento do equinócio de

primavera (do Hemisfério Sul, ou austral), quando praticamente o dia e a noite têm a mesma duração
e os hemisférios Sul e Norte recebem a mesma quantidade de radiação solar.
Climatologicamente (média histórica), a primavera no estado de São Paulo é conhecida por ser
uma estação de transição, quando ocorre a passagem do período mais frio e seco do ano (inverno)
para o mais quente e úmido (verão). É comum que, apesar de o verão ser a estação mais quente em
média, sejam registradas máximas temperaturas do ano na primavera.
A partir de setembro, os dias passam a ter maior incidência de energia solar em relação aos
meses anteriores e, com isso, as temperaturas sofrem significativa elevação. Entretanto, podem
ocorrer incursões de ar frio, que desencadeiam bruscas mudanças nas condições de tempo e de
temperatura. Em geral, é na primavera que são observados os dias com maior amplitude térmica
(diferença entre a temperatura máxima e a mínima de um dia) e, também, quando são registradas as
maiores temperaturas máximas absolutas do ano, sobretudo nos dias que antecedem a chegada de
frentes frias.
No período da primavera, as chuvas passam a ser mais intensas e cada vez mais frequentes,
sendo comum a ocorrência de eventos com pancadas fortes de chuva, acompanhadas por raios,
rajadas de vento e, por vezes, com granizo. Com base na climatologia, é a partir de outubro que passa
a vigorar a estação chuvosa no estado de São Paulo, quando há um aumento bastante significativo no
volume de chuva.
Também é possível notar o processo mais efetivo de convergência de umidade vinda da
Amazônia, que define a qualidade do período chuvoso sobre as regiões Centro-Oeste e Sudeste e em
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parte do centro-sul da Região Norte (figura 3a). Durante a estação, os acumulados de precipitação
(chuva) no norte da Região Nordeste costumam ser inferiores a 100 milímetros (mm), principalmente,
no norte do Piauí e noroeste do Ceará. As temperaturas são mais elevadas em grande parte da Região
Norte, interior da Região Nordeste e em alguns pontos da parte central do Brasil (figura 3b). Os
primeiros episódios da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) podem ocorrer durante a
primavera, com chuva no Sudeste, Centro-Oeste, Acre e Rondônia. Já na Região Sul, podem ocorrer
episódios de Complexos Convectivos de Mesoescala (CCM), que estão associados à ocorrência de
chuvas fortes, rajadas de vento, descargas atmosféricas e eventual granizo. Com o gradativo aumento
da chuva em grande parte do País nesta época do ano, ocorre o início do plantio das principais culturas
de verão.
Figura 3: (a) Climatologia de precipitação (chuva) e (b) temperatura média do ar para o trimestre
outubro, novembro e dezembro. Período de referência: 1981 – 2010. Fonte: Inmet.
Panorama das condições oceânicas

No Oceano Pacífico Equatorial, as médias mensais da área de referência para definição do
evento El Niño-Oscilação Sul (ENOS), denominada região de Niño 3.4 (entre 170°W-120°W), mostram
valores de anomalias de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) maiores que 0,5°C desde junho de
2023, indicando condições de El Niño (figura 4). Essa condição vem persistindo nos últimos três meses,
com oscilações nos valores de anomalias de TSM, variando entre 1,1°C e 1,6°C, e permanecendo na
categoria de classificação moderada do fenômeno El Niño.
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Figura 4: Anomalia da Temperatura da Superfície do Mar (TSM) de 01 a 15/09/2023.
O modelo de previsão de ENOS do APEC Climate Center (APCC), centro de pesquisa sediado na
Coréia do Sul, aponta para uma probabilidade de 90% ou mais de que as condições de El Niño irão
permanecer atuantes durante os meses de primavera e início do verão 2023/2024 (figura 5). Além
disso, o modelo também indica alta probabilidade de que o fenômeno se intensifique, chegando na
categoria de classificação forte nos próximos meses. No entanto, vale notar que outros modelos
internacionais sugerem para os próximos meses a continuidade do atual El Niño na categoria de
classificação moderada.
Figura 5: Previsão probabilística de ENOS do APCC. Fonte: APEC Climate Center.
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Prognóstico para a primavera/2023
Região Sudeste
Na Região Sudeste, a previsão para os próximos três meses indica condições favoráveis para
chuva abaixo da média climatológica (média histórica) na parte norte da região. Em São Paulo e no sul
de Minas Gerais e do Rio de Janeiro, a chuva poderá ocorrer acima da média, com tendência de retorno
das chuvas mais regulares a partir do mês de novembro (figura 6a). As temperaturas tendem a
permanecer acima da média em grande parte da região (figura 6b).
Figura 6: Previsão de anomalias de (a) precipitação e (b) temperatura média do ar do modelo

estatístico do INMET, para o trimestre outubro a dezembro de 2023. Fonte: INMET, CPTEC/INPE e
FUNCEME.
As tabelas, a baixo, mostram o resumo das Normais Climatológicas (médias históricas) de

precipitação (chuva) e temperatura para os próximos meses no estado de São Paulo.
Tabela 1: Precipitação média mensal (mm) para São Paulo (Normal Climatológica Inmet 1981-2010).
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Cidade / Mês JUN JUL AGO SET

São Paulo 50,3 47,8 36,0 84,8
Andradina 27,5 18,0 42,2 72,1
Avaré 62,5 56,9 48,4 96,5
Campos do Jordão 38,0 45,9 38,3 85,8
Catanduva 25,4 24,1 25,4 53,0
Franca 17,9 18,4 21,6 67,2
Guarulhos 41,7 48,5 32,1 88,9
Iguape 108,3 114,5 79,7 143,3
Jaboticabal 28,8 16,8 29,2 58,1
Presidente Prudente 48,3 39,7 42,7 84,2
Santos 123,1 102,4 73,6 145,1
São Carlos 32,1 30,6 34,4 67,1
São Simão 24,1 20,0 25,6 68,6
Sorocaba 54,5 55,7 31,9 67,9
Taubaté 26,7 37,9 26,4 79,6
Ubatuba 94,2 92,6 74,4 196,9
Votuporanga 21,8 16,4 18,1 60,2
Tabela 2: Temperaturas mínimas e máximas médias (°C) para São Paulo (Normal Climatológica Inmet 1981-
2010).
Cidade / Mês JUN JUL AGO SET
Temperatura (°C) MIN – MAX MIN – MAX MIN – MAX MIN – MAX
São Paulo 13,0 – 22,6 12,3 – 22,4 13,1 – 24,1 14,4 – 24,4
Andradina 14,7 – 27,2 13,8 – 27,6 15,2 – 29,6 16,9 – 29,9
Avaré 13,1 – 23,4 12,8 – 23,5 13,6 – 25,5 14,4 – 26,4
Campos do Jordão 5,3 – 17,9 4,6 – 17,9 5,1 – 19,7 8,0 – 20,4
Catanduva 14,8 – 26,6 14,5 – 27,2 15,9 – 29,3 17,5 – 30,0
Franca 14,1 – 23,9 13,9 – 24,3 15,4 – 26,3 16,5 – 27,4
Guarulhos 12,5 – 23,0 12,0 – 22,8 12,7 – 24,5 14,1 – 24,8
Iguape 14,7 – 23,4 13,8 – 22,6 14,4 – 23,0 15,8 – 23,0
Jaboticabal 13,0 – 26,0 12,8 – 26,8 14,1 – 28,8 16,2 – 30,0
Presidente Prudente 15,4 – 25,7 14,9 – 26,1 16,2 – 28,2 17,3 – 28,9
Santos 16,5 – 24,1 15,9 – 23,0 16,0 – 22,7 17,2 – 23,0
São Carlos 12,5 – 24,0 12,3 – 24,4 13,4 – 26,3 15,1 – 27,2
São Simão 12,1 – 26,6 11,9 – 27,0 13,4 – 29,1 16,1 – 30,0
Sorocaba 12,3 – 23,9 12,0 – 24,0 13,0 – 25,8 14,7 – 26,4
Taubaté 10,9 – 24,7 10,7 – 24,9 11,5 – 26,7 14,1 – 27,3
Ubatuba 14,5 – 25,3 13,6 – 24,4 14,3 – 24,9 16,0 – 24,5
Votuporanga 15,6 – 27,5 15,1 – 28,0 16,7 – 30,2 18,3 – 31,2
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