O Som e A Fúria

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O SOM E A FÚRIA

William Faulkner

A estrutura original do romance é dividida em quatro partes, onde quatro irmãos


narram cada parte da história. São eles Benjy, Jason, Caddy e Quentin. Ambos
apresentam pontos de vista diferentes que vão conduzir o enredo da história.

A primeira parte é narrada por Benjamin Compson, ou


simplesmente Benjy, um retardado mental de trinta e três anos, sem

1° o domínio da fala. É um verdadeiro desafio para o leitor que se


sente perdido no mosaico de impressões e sentimentos do
personagem deficiente. Os eventos são introduzidos
aleatoriamente e fora de uma ordem cronológica natural, neste
ponto parece só haver uma forma de conseguir avançar na leitura
que é deixando-se levar pelas sensações de Benjy e não buscar um
entendimento racional do foco narrativo, desde que, a princípio,
parece não existir lógica entre as causas e consequências.

O irmão mais velho Quentin, considerado como a esperança de


redenção para a família, patrocinado pela venda do terreno da
família para um campo de golfe, é o narrador da segunda parte
do romance, onde o nível de dificuldade para o entendimento

do leitor é semelhante ao do início, devido à mistura de fantasia
e realidade deste personagem. Quentin alimenta um amor
obsessivo e incestuoso por Caddy que o levará a um trágico
fim, após o casamento da irmã. A filha bastarda de Caddy se
chamará também Quentin em homenagem ao irmão.

A terceira parte é narrada de forma linear por Jason,

3° último descendente da família e responsável por cuidar da


mãe hipocondríaca, Benjy e Quentin (filha de Caddy).
Somente nesta parte conseguimos entender de forma
clara as relações entre os irmãos e o caráter promíscuo da
irmã e sobrinha. O sádico Jason, no entanto, é o maior
símbolo da decadência dos Compson.

A quarta e última parte é constituída por um narrador indireto,


o próprio Faulkner, que ressalta a rotina de trabalho da velha
criada negra Dilsey e seu filho Luster, inteiramente 4°
responsável por cuidar de Benjy. Fica caracterizado o
contraste entre a fraqueza de caráter dos patrões e a firmeza
moral de Dilsey que, apesar de ser tratada ainda como
escrava, consegue manter a cega lealdade à família
Compson, ou o que restou dela.

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