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UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP

CURSO DE PSICOLOGIA

DIANA ALMEIDA DO ROSÁRIO

PROBLEMATICIDADE DE SENTIDO E TERAPIA

MANAUS-AM
2019
DIANA ALMEIDA DO ROSÁRIO

PROBLEMATICIDADE DE SENTIDO E TERAPIA: UM ESTUDO DE CARÁTER


FENOMENOLÓGICO SOBRE O VAZIO EXISTENCIAL DO HOMEM E O
TRATAMENTO ATRAVÉS DA LOGOTERAPIA

Trabalho de conclusão de curso apresentado à


diretoria do curso de Psicologia da Faculdade
UNIP campos Manaus, como requisito final para
obtenção do título de bacharel em Psicologia, sob
orientação da professora Patrícia Góes.

MANAUS-AM
Dedicatória

À possíveis Deuses na sociedade, deuses

históricos, os que existem baseados em

reproduções de seus achados e escritos, deuses-

límbico sensorial os que são produzidos por

experiências pessoais pelo cérebro, deuses-

cosmos os que existem derivados dos eventos

cósmicos e naturais, deuses-argumentativos

os que existem apenas em argumentos

lógico-analíticos, deuses-antropomorfizado

os que são estilizados e personalizados

conforme as conveniências humanas, deus-

não-pensável são os que são, mas não

deixam nenhum sinal de existência,

interpretação ou base para a imaginação

humana.
Agradecimentos

Aquela pessoa que quando deveria ser

simplesmente professora foi mestre,

que quando deveria ser mestre foi

amiga e sua amizade nos

compreendeu e nos incentivou a seguir

nossos caminhos, Patrícia Góes.


RESUMO

O vazio existencial se apresenta quando o indivíduo não encontra o sentido para a sua vida.
Este vazio se manifesta, principalmente, num estado de tédio, uma vez que estes se deixam
dominar pelas circunstâncias do cotidiano, o indivíduo age sem ter encontrado seus objetivos
e sem mesmo saber o porquê, distanciando-se da autenticidade. A Logoterapia com base no
resgate do conceito de vontade de sentido, pretende-se estabelecer tanto uma relação entre os
conceitos de pathos, finitude e morte quanto sua articulação com a perspectiva do Homo
patiens em Logoterapia; assinalando o lugar da culpa, da doença, da dignidade, da
responsabilidade e do sentido nesse contexto. Ademais, considerando a natureza do
sofrimento como inerente à constituição humana, a teoria de Viktor Frankl considera a
resiliência uma postura de e enfrentamento auto responsável do homem em resposta às
adversidades, as quais possibilitam ao homem superar-se. O estudo também pontua as
dimensões essencialmente humanas, enfatizando a dinâmica do Homo religiosus e a dimensão
noética como fatores fundamentais no processo de identificação, enfrentamento e superação
do sofrimento. O presente trabalho analisa e explicita a fundamentação e a prática da
logoterapia em Viktor E. Frankl, aborda a natureza do homem, como ser de liberdade e
responsabilidade, e a contribuição que a logoterapia pode oferecer para o tratamento das
neuroses do indivíduo.

Palavras chaves: vazio existencial, neurose noogênica, logoterapia e sentido na vida.


RESUMEN

El vacío existencial se presenta cuando el individuo no encuentra el sentido para su vida. Este
vacío se manifiesta, principalmente, en un estado de aburrimiento, una vez que estos se dejan
dominar por las circunstancias de lo cotidiano, el individuo actúa sin haber encontrado sus
objetivos y sin siquiera saber el por qué, distanciándose de la autenticidad. La Logoterapia
basada en el rescate del concepto de voluntad de sentido, se pretende establecer tanto una
relación entre los conceptos de pathos, finitud y muerte como su articulación con la
perspectiva del Homo patiens en Logoterapia; señalando el lugar de la culpa, de la
enfermedad, de la dignidad, de la responsabilidad y del sentido en ese contexto. Además,
considerando la naturaleza del sufrimiento como inherente a la constitución humana, la teoría
de Viktor Frankl considera la resiliencia una adaptación positiva del hombre en respuesta a las
adversidades, las cuales posibilitan al hombre superarse. El estudio también puntualiza las
dimensiones esencialmente humanas, enfatizando la dinámica del Homo religiosus y la
dimensión noética como factores fundamentales en el proceso de identificación,
enfrentamiento y superación del sufrimiento. El presente trabajo analiza y explicita la
fundamentación y la práctica de la logoterapia en Viktor E. Frankl, aborda la naturaleza del
hombre, como ser de libertad y responsabilidad, y la contribución que la logoterapia puede
ofrecer para el tratamiento de las neurosis del individuo.

Palabras claves: vacío existencial, neurosis noogénica, logoterapia y sentido en la vida.


SUMMARY

The existential void presents itself when the individual does not find meaning for his life. This
emptiness manifests itself mainly in a state of boredom, once these are allowed to dominate
by the circumstances of everyday life, the individual acts without having found his goals and
without even knowing why, distancing himself from authenticity. Logotherapy based on the
rescue of the concept of will of meaning, aims to establish both a relationship between the
concepts of pathos, finitude and death as well as its articulation with the perspective of Homo
patiens in Logotherapy; pointing out the place of guilt, illness, dignity, responsibility and
meaning in that context. Moreover, considering the nature of suffering as inherent in the
human constitution, Viktor Frankl's theory regards resilience as a positive adaptation of man
in response to adversities, which enable man to overcome himself. The study also points to
essentially human dimensions, emphasizing the dynamics of Homo religiosus and the noetic
dimension as fundamental factors in the process of identification, coping and overcoming
suffering.The present work analyzes and explains the reasoning and practice of logotherapy in
Viktor E. Frankl, discusses the nature of man, as a being of freedom and responsibility, and
the contribution that logotherapy can offer to treat the individual's neuroses.

Key words: existential emptiness, noogenic neurosis, logotherapy and meaning in life.
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..........................................................................................9

2 MARCO TEÓRICO.............................................................................11

2.1 O Sentido............................................................................................11

2.2 Desejo de Sentido...............................................................................15

2.3 Vazio Existencial................................................................................16

2.4 A neurose do mundo Contemporâneo (noogênica).........................19

3 A Psicoterapia de Viktor Frankl.........................................................21

3.1 Logoterapia e Análise Existencial....................................................21

3.2 Logoterapia: Contribuição da Filosofiae0Antropologia................23

3.3 Orientações do atuar Logoterapeutico............................................24

3.4 A logoterapia Fundanda no Encontro..............................................28

3.5 Logoterapia como técnica.................................................................30

4METODOLOGIA..................................................................................31

4.1 Tipos de Pesquisa...............................................................................33

4.2 Procedimentos....................................................................................34

4.3 Organização e Análise de Dados......................................................35

5 DISCURSÕES DE
RESULTADOS........................................................................................36
CONCLUSÃO..........................................................................................41

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................42
9

INTRODUÇÃO

Partindo da celeridade da modernização e globalização observa-se frequentemente


pessoas sem objetivos na vida, sem ter ideia de como agir, mergulhadas em um vazio,
desnorteadas, esquecendo sua importância no mundo e para o mundo. As ultimas inovações
tecnológicas e seu progresso acelerado trouxeram como resultado um vazio existencial,
devido as inconsequentes atitudes humanas. O homem começou a sofrer distúrbios inerentes a
atual instantaneidade do tempo, necessitando aprender manejar o sofrimento e descobrir
sentido, pois só o homem é capaz de encontrar o sentido da sua vida (PEREIRA, 2015).

Haja vista que a busca pelo sentido da vida é uma atividade natural do ser humano,
somente ele é capaz de se interrogar por sua existência e discutir a problematicidade do ser.
Pois o homem procura por razões em participar da história e, na história conceber vida e dar
sentido a ela. Todavia, na tentativa de conceder ao homem sua dimensão de liberdade, de
missão e de transcendência – perante a catástrofe em massa da ideologia, do imperialismo
cultural e da coerção psicológica que definem a consciência humana. Victor Frankl criou uma
Logoterapia capaz de conduzir o homem a questionar-se sobre sua própria pessoa e descobrir
o sentido último de cada ação e de toda sua existência. Por esse motivo, ele pode ser
conhecido como o “médico da doença do século XX”, ao saber: o vazio existencial (LUKAS
1984).

Desta forma a logoterapia vem ser uma escola psicológica de natureza plurificada, de
caráter fenomenológico, existencial, humanista, que acabou lembrada como a Psicoterapia do
Sentido da Vida, tendo como criador o psiquiatra austríaco Viktor Emil Frankl (1905-1997).
Foi denominada também como a Terceira Escola Vienense em Psicoterapia, sendo a
Psicanálise Freudiana a Primeira e a Psicologia Individual de Adler a Segunda (MOREIRA,
2010).

Partindo deste conceito esta é uma abordagem que se distancia do reducionismo e


organiza a sua teoria em dimensões, buscando integrar as diversas esferas do sujeito, sendo
elas -na análise existencial de Viktor Frankl- biológica, psíquica e noética, a teoria criada por
Frankl visualiza o sujeito em todas suas expressões, inclusive preservando as características
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sociais do sujeito, e é única que agrega a dimensão noética, o qual se identifica como a
principal diferença da logoterapia em relação a outras abordagens. (LUKAS 1984).

Diante do exposto, pode-se perceber a problematicidade da qual abordaremos, tal


motivo que nos faz questionar: o porquê do vazio existencial e como este pode ser trabalhado na
relação com logoterapia? Neste trabalho, buscaremos compreender tal conexão. Para tanto,
partimos da obra de Viktor Frankl (1991, 1995,1997, 2005, 2013) que lastreou o seu trabalho na
psicoterapia em busca de sentido (logoterapia).

A presente pesquisa, se faz através de uma revisão sistemática integrada, a qual


pretende discorrer a respeito da fundamentação e prática terapêutica em Viktor E. Frankl, isto
é, analisar, através do olhar de Frankl, os recursos e buscas de auxílios para o homem, bem
como também, uma prática terapêutica a fim de oferecer sanidade às neuroses do indivíduo. O
trabalho inicia tal análise com uma breve exposição sobre a neurose do mundo
contemporâneo, caracterizada pela sua causa e agravantes, assim como Frankl a concebe.

Com isso, a análise parte da problematicidade de sentido no mundo contemporâneo e


natureza do homem, na concepção existencial, também de fatores que compõem sua
unicidade como ser individual e concreto. Em seguida demonstra que todo homem é ser de
sentido, entretanto, procura um sentido para a sua vida. A partir daí, explicita a função
terapêutica da logoterapia e suas técnicas e, fundamentalmente, a prática fundada no encontro,
como mecanismo existencial e de linguagem capaz de conferir sentido à vida. Em suma, o
trabalho pretende demonstrar a estruturação de uma “ciência logoterapêutica”. Analisar o
processo da logoterapia na perspectiva fenomenológica existencial no resgate do indivíduo
que sofre de vazio existencial e ideação suicida.

2. MARCO TEÓRICO

2.1. O sentido.

Nos primórdios da humanidade, a necessidade do homem já o fazia procurar assegurar


sua sobrevivência, de certa forma que precisava manter-se vivo, se precavendo dos
predadores, na busca por obter seus alimentos. Abrigo e comida era fundamental para estes
indivíduos. As transformações catastróficas da natureza deterioraram aos poucos as
construções de abrigo mediadas pelos homens, e os instrumentos para lutar eram basicamente
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em baixa quantidade, para eles o valor era realmente manter a subsistência. Os períodos e
épocas trouxeram consigo gradativamente alguns desenvolvimentos, os seres humanos foram
elaborando o meio para se comunicar e se articular, logo, foram-se perpetuando seus
símbolos, crenças e seus valores. Sem dúvida, no seu livro: Um sentido para a vida nos
mostra que o desejo de sentido consiste em um “valor de sobrevivência” (SANTOS,2013).

Nossos ancestralidade existencial criaram significado a vida, na antiguidade, os seres


humanos procuravam expressar seus sentimentos e precisões quando inventaram esculturas,
para a disseminação da linguagem, nas gravuras, com início de alguns sinais da cultura, e no
desenvolvimento da civilização. As vivências emocionais foram obtendo significados e
ressignificação no decorrer do tempo. As vivências humanas foram geralmente tomada de
sentido, contudo ao longo dos anos foram perdendo ou ganhando outros valores. As
invenções humanas pela necessidade de se manter vivo e neste contexto a sobrevivência
atribua sempre este valor (CARNEIRO; ABRITTA, 2008).

Segundo Frankl, o sentido da vida é uma expressão humana, e necessariamente o que


mais de humano existe em nós, pois é dado somente ao ser humano que possuir a vivência da
sua existência como algo problemático, é o único que experimenta a problematicidade do ser.
Isso ocorre porque o ser humano é antes nada mais que um ser histórico, inserido em um
espaço histórico concreto, em que um sistema de coordenadas não consegue extrair, e esse
mesmo sistema de relações está determinado por um sentido, dissimulado ou que não se
expressa (PEREIRA, 2015)

Essa problemática do sentido de vida não se simplifica aos anos de maturação do


sujeito, ela também reaparece sempre que surge ao ser humano uma vivência atribulada, como
se o destino tivesse trazendo esta consequência. E o questionamento sobre o sentido da vida
não é caracterizado de nenhuma maneira por algo doentio, como também não representa nada
de patológico a necessidade do homem que busca por um conteúdo de vida, ou a própria
busca espiritual em que se empenha (FRANKL, 1973).

Ao conjecturar sobre o sentido da vida humana, questionamos: - é possível que haja


possibilidade de diferença de perspectiva nas expressões “sentido da vida” e “sentido na
vida”? Poderíamos utilizar o termo “da vida”, ao nos reportar a um plano dimensional mais
universal desse sentido, qual seja: o processo existencial dado a todos com o nascer, crescer e
morrer. Entretanto, ao usarmos “na vida”, estaríamos discutindo sobre algo mais individual,
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peculiar de um sujeito, um sentido para si, independente do fazer sentido a outrem. Seria o
que torna evidente a vida de uma pessoa, ao invés do que poderia valorizar determinada
sociedade ou mesmo a humanidade inteira. (PEREIRA, 2015).

Vithor Frankl discorda sobre as ideias de “autorealização”, de “felicidade”, de


“prazer” ou de “poder” como sendo o foco da principal procura de sentido do ser humano. A
concessão das necessidades de “prazer” e de “poder” como forças motivadoras primárias
resultante de um espaço de análise das motivações autocêntricas potencialmente neuróticas na
qual principalmente Freud e Adler se alicerçam, afirmam que realmente o ser humano
necessita é de sentido nas situações, sendo a alegria o resultado. (FRANKL, 1988).

Com o sentido das teorias e da psicologia o sentido da existências pode ser mais
debatido e entendido historicamente, e alguns pesquisadores iriam de contra ou diferiam dos
seus conceitos a respeito do enunciado, exemplo de Frankl que não concordou do “princípio
do prazer” de Sigmund Freud, ele discordava também de Alfred Adler, afirmando que os dois
falharam no momento de relacionar o equilíbrio interno com fato da diminuição de tensões,
acreditou que apenas o estímulo servira de alivio destas tensões não provocaria sentido a vida
(PEREIRA, 2007).

Ao procurar o sentido, este homem não tem qualquer relação de necessidade com uma
preocupação de excluir sua ansiedade, no começo. Portanto não é prazer e nem poder que
instiga o homem, mas sim a anseio pelo sentido, se fosse o prazer que desse sentido a vida,
neste caso a vida de fato não possuiria sentido. Se na hipótese dependesse só do prazer, ela,
portanto seria carecida de qualquer sentido particular. (FRANKL, 1989).

No interesse em alguém ou a algo, o ser humano consegue notar sentido e encontra


preenchimento, pratica essa pode ser voltada ao amor, a causa principal do sentido. Frankl
critica a teoria da “hierarquia das necessidades” de Abraham Maslow (1908-1970), falando
que atender as necessidades somente não garante sentido para vida, nesse caso o homem se
indica em completar esta pirâmide das necessidades, não alcançar êxito, pois a necessidade de
sentido jamais se preencherá, por conta de que o principal não são as necessidades básicas ou
avançadas, e sim o significado delas (PEREIRA, 2007).

Para Frankl, a literatura moderna também é um representativo caso de sintoma


patológico em massa. A ciência esqueceu-se do homem e passou a fixar o olhar somente para
si, a desenvolver seus estudos como experiência em função dos seus resultados infalíveis. No
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entanto, ela pode estar sendo exercida como terapia para a humanidade ao passo que resgata
um sentido para o homem, a reconhecer a vida do homem e a imprimir nele o senso da
solidariedade. Unicamente nesta perspectiva a literatura moderna poderá se transformar em
um pólo de ajuda para o ser humano. Portanto, para Frankl, “em nossos dias um número cada
vez maior de indivíduos dispõem de recursos para sobreviver, mas não de um sentido pelo
qual viver” (FRANKL, 1989).

A busca desse sentido se dá através do anseio pelo sentido, é ela que direciona para
uma realização do sentido, e como consequência busca um motivo para ser feliz, e essa
felicidade aparece como efeito colateral ao encontro do sentido. (PEREIRA, 2015).

Figura que relaciona a vontade de sentido com felicidade:

Figura 1. Extraído de: Frankl (1988, p. 34)

É por isso que Vithor Frankl diz que “não se deve buscar a felicidade, pois ela se
realizará espontaneamente quando houver uma razão para ser feliz” Pereira (2015),traz
citando Frankl, que um dos acontecimentos mais imediatos da vida é notar que o homem é
impulsionado pelos instintos, porém contido pelo sentido, ou seja, ele sempre será preciso em
tomar a decisão de realizar ou não o sentido, sempre sendo implicada uma tomada de decisão.
O ser humano não só tende a perceber o meio como uma organização cheia de sentido, mas
também procura encontrar um significado que apresente a ele próprio como sendo um
indivíduo com um objetivo a cumprir, ou seja, no intuito de encontrar uma justificativa para
sua existência (CARVALHO, 1993).

Frankl experimentou vivências extremamente instigantes no campo de concentração,


lá ele focou preso e foi capaz de superar e se dar conta de sentido para a vida, na esperança de
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pós-guerra, futuramente. O sentido existe até no último momento. Mesmo diante daquilo que
denominou de “tríade trágica”, consiste em: dor, culpa e a morte é mesmo assim capaz de
encontrar o sentido. Revela que o ser humano necessita encontrar sentido, portanto a falta dele
atrai frustração e sofrimento. E o homem é capaz de se sentir motivado diante do vazio. O
desamparo vem como sofrimento sem ser entendido, desesperador, contudo se torna
necessário priorizar um sentido para evitar o sentimento de desesperança. Circunstâncias, por
ser mais variadas possíveis, ao se depararem com um sentido nesta, pode haver transformação
em forma de realização Individual. (FRANKL 1993).

A ajuda incondicional da existência de sentido, não quer dizer que sempre esse vai ser
encontrado direto e instantaneamente de uma forma transparente e adequada. É por isso que
Frankl traz que o ser humano pode localizar e descobrir o sentido de sua vida através de três
caminhos fundamentais com três experiências basicamente humanas. São eles os valores
criativos e inovadores, valores vivenciais e valores de atitudes. Nos valores criativos o
indivíduo acaba deixando algo para o mundo através de suas criações, de seu trabalho, em que
exerce ações que acredita serem importantes e plenas, não só através de um emprego, mas de
qualquer atividade que ela considere significativa (KROEFF, 2014).

Nos valores vivenciais ele percebe que não é habilitado apenas de dar algo de si para o
mundo, como também ganha algo do mundo, que permite diversas atividades e encontro com
outras pessoas e vivência com a natureza e as artes, a experiência mais intensa dos valores
vivenciais é o encontro com outro ser humano e descobrir a sua unicidade, a sua
singularidade, entender o potencial que pode levá-lo a se tornar uma pessoa mais completa. E
por último os valores de atitude, que se constituem pela postura ativa diante das circunstâncias
da vida, principalmente em situações de sofrimento (HERRERA, 2007).

Uma relação continua dos valores atitudinais com a logoterapia é no encontro com o
sentido de estar aflito, em que Frankl (1973) coloca que o indivíduo tem a oportunidade de
amadurecer, de crescer, observando que o processo de sofrimento é a base para o
enfretamento. A discussão com os acontecimentos que ocasionaram por consequência do
destino é a base para o enfrentá-los, por isso se algo nos leva a padecer é porque nos
distanciamos do problema e lhe viramos as costas. Apresenta ainda que o sofrimento guarda o
indivíduo da apatia, pois quando estamos angustiados continuamos a viver na esfera anímico-
pessoal, e claramente esse procedimento nos faz amadurecer e crescer, nos tornando seres
mais ricos e poderosos, por esse motivo o sentido do sofrimento se caracteriza não por parar
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de sofrer, mas sim vivenciar esse sofrimento como uma aprendizagem.

E Kroeef (2014tgt), põe como Frankl explicava o caminho para a busca de sentido do
sofrimento, em que ele evidencia que o sofrimento não há necessidade para o encontro de
sentido, mas que o sentido é plenamente possível mesmo em situações de sofrimento. Mas se
o indivíduo não encontra sentido em que transforme sua existência algo único, através de seus
valores ele vivencia o que Vithor Frankl denomina de vazio existencial, que resulta de
frustração existencial, mas que pode ser substituído pela vontade de sentido.

2.2. O Desejo de sentido.

A percepção dos objetos para cada ser humano merece ser único. As pessoas precisam
buscar o sentido da vida, mesmo deixando valores, pois estes são repassados através da
tradição, assim com a ruptura desta, os valores são outros a serem sucumbidos, porém as
significações por serem singulares, são subjetivas e necessitam ser assim uma decisão do
individuo. As potencias psicológicas, externas do ambiente e culturais interferem no homem
perante sua situação no mundo. O homem não é livre das condições, pois não tem o controle
das circunstancias e não são dependentes de seu desejo ou compromisso, este é livre para
fazer escolhas e se colocar diante dos fatos corriqueiros em sua existência. O objetivo do
homem perante a vida gera angústia, pois se torna responsável da própria existência e possui
liberdade de escolhas de sua vida. (FRANKL, 2005).

Por isso há de se declarar que, de uma forma ou de outra, o ser humano está sempre à
procura de um sentido para a vida, ainda bem mais diante de uma condição de vazio
existencial. Este desejo primário é decorrente das situações vividas pelo indivíduo ao longo de
sua história. O anseio de sentido é uma indicação que ele é insatisfeito e por isso procura
sentido para suas frustrações. De acordo com Frankl, pela ausência de ciências capazes de
considerar o homem na sua globalidade: algumas constroem seus métodos pela relação
estímulo-reação, ou seja, reduzem a capacidade humana a fatores de funcionalidade e prática
E não percebem que o homem necessita de ferramentas necessários para responder às suas
situações adequada e dar sentido a seus questionamentos (KROEEF 2014).

Para Frankl, o homem deve ser reconhecido pela sua potencialidade. Este é um indício
da sua existência. Ao procurar sentido, ele procura saúde mental. De outra forma, quando
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rejeita o sentido, despreza sua própria vida, já que não encontra prazer e nem a definição pela
sua existência. Portanto, a procura do sentido é uma questão de sobrevivência, pois, segundo
Albert Einstein, “o homem que considera sua vida sem sentido, não é simplesmente um
infeliz, mas alguém que dificilmente se adapta à vida” (FRANKL,1989).

Em tais, termos, se declara que “a busca do indivíduo por um sentido é a motivação


primária em sua vida, e não uma ‘racionalização secundária de estímulos instintivos”, quando
se busca, através do desejo de sentido as alternativas tomam o lugar do vazio existencial
(FRANKL, 2008)..

2.3. O Vazio Existencial.

A definição de vazio existencial é um sentimento de que a vida não possui sentido ou


significado. E a frustração existencial é quando o indivíduo não está conseguindo observar
nenhuma razão de ser aceitável na vida humana, porém ainda da mesma forma o vazio tem
aspectos classificados como positivos, porque é por meio deste que o homem pode defender-
se de sua desumanização, desenhando-se como uma reação do sentimento humano, sendo um
grito de atenção (KROEEF,2014).
O vazio se expressa de forma ameaçadora, e através dessa visão, Carvalho (1993)
pontua as recomendações de vazio desenvolvidas por Escalona (1987), que se dividem em
seis: Angústia, Renúncia, Niilismo Ético, Agressividade, O Desmedido Temor ao Sofrimento
e o Suicídio; entre essas evidencia-se o suicídio, que muitas vezes é a única saída encontrada
pelo não encontro de sentido da vida, que se encerra em frustração e angústia, cuja
demonstração mais evidente é a ansiedade. Este processo é resultado de um balanço,
desenvolvido em um estado estremo de tensão, e que se conclui que a forma de transformar a
realidade é deslocando o sentido da vida inclusive a morte (CARVALHO 1993).
A fenomenologia considera vazio existencial como de uma visão de mundo na qual
muitas vezes não exerce hospitalidade. Portanto o homem acaba por inventar um mundo
artificial no qual se apresenta difícil de se conter e acolher, desta forma, para o sujeito é “Ser-
no-mundo” em que os homens habitam a inospitalidade, por precisar ser-no-mundo, o
indivíduo se percebe “condenado” a se cuidar, por deter as possibilidades, o dasein (condição
de ser do indivíduo que possui inúmeras possibilidades) decide, mas não existe caminhos
certos, e esses caminhos são criados pelo sujeito apenas em seu caminhar. Essa determinação,
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por ser libertadora, torna a vida humano um repetido angustiar-se por conta da dificuldade por
ser imerso geralmente em variadas possibilidades (HEIDEGGER 1987 Apud, CAMON
2003).

Os aparatos tecnológicos usados pela era da contemporaneidade na busca de se


defender do sentimento de solidão para não vivenciar com o sofrimento, resulta no aumento
do vazio existencial no individuo, pois esses aparatos são vazios de sentido e sentimentos
verdadeiros. Nesta modernidade tudo sempre se transforma e modifica, na pós-modernidade
o que impera e o consumismo e a hábito cultural do aqui e agora, bem como o afastamento
dos afetos pessoais e vínculos grupais, atualmente o indivíduo torna-se individualista e
superficial devido os modelos relacionais, com problemas em realizar a transcendência
pessoal, dando importância apenas a superficialidade do existir de forma exterior, finalizando
em vazio existencial, pois o sujeito não encontra direção na vida, nem sentido. (TEIXEIRA,
2006).

Devido a modernidade advinda da globalização permitiu nova vida, o valor não é mais
só a sobrevivência. Portanto as facilidades da vida contemporânea requerem pressa,
consumismo exacerbado e desmedido. A sociedade morre a cada dia sem dar conta. O ser
humano age sem entendimento em seus projetos, sem ter ideia do porquê está agindo, só
continua o fluxo, sem reflexão, muito menos sentido, procura mais e mais riquezas, promete
guerra por mais território e luta pelo poder, e com isso destrói a vida, promovendo uma
confusão dos valores (SANTOS,2013).

Se diz que o homem e o animal são seres iguais não havendo qualquer diferença de
ordem superior. Esta tendência que é consequência da visão reducionista, define o homem
como um agregado das influências sócio-cultural-biológico-psicológico, determinado às leis
da natureza e à sua condição finita diante da realidade. A ele, é negado o protagonismo, a
liberdade e o poder de decisão. O vazio existencial nada mais é que um momento de perda de
sentido na vida. O indivíduo age sem ter encontrado seus objetivos e sem mesmo saber o
porquê está agindo: “há uma insatisfação remota, um sentimento de tristeza, uma esterilidade
existencial aliado com uma perda dos objetivos e metas da existência” (RODRIGUES, 1991).

Existir percorre de um lado pela consciência de catástrofes referentes à condição


humana formada por insegurança, frustração e perdas sem conserto e, de um outro lado
permeia a consciência de expectativas por resultados de liberdade que gera alternativas de
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escolha, da realização pessoal, da dignidade individual, do amor e de propostas criativas. O


homem não pode escolher por limitações da sua existência, porém é possível optar por formas
de confronto com essas limitações, ou seja, os modos que se confronta as mesmas, em contra
partida na atual dinâmica social em que vivemos, o entendimento desses elementos tem sido
assiduamente difícil, o que têm levado muitos indivíduos a atitudes radicais como por
exemplo o suicídio (TEIXEIRA, 2006).

Ao resolver normalmente demanda uma certa preocupação, pois quando se optam por
um caminho o outro é passado pra traz, na ocasião de gerar a seleção, algo acaba se perdendo
em relação ao anterior. Os percursos, e a liberdade resultam em uma responsabilidade de
decidir, assim entende-se que existe um temor por parte do homem da sua liberdade própria,
pois a consciência de fazer escolhas torna o ser humano um indivíduo responsável. Porém na
ocasião que o homem não utiliza de sua liberdade de definir esta atitude acaba em perda de
sentido da existência e fingimento. As maiores mudanças no espaço atual cercam as pessoas e
suas emoções. Muitas não são compreendidas pelos sujeitos, que se sentem usados pelo temor
e pela invalidade (BAUMAN, 1998).

A sociedade contemporânea se tornou imediatista e presume que tudo é muito fácil é


alcançável. Há uma busca pela realização instantâneo, e este exagero faz com que os vínculos
se tornem vazios e sem responsabilidade, compromisso e sentimentos. O ser humano, por
vezes, se atrapalha tornando-se reflexos do meio, tendo atitude de maneira copiada aos
demais, com atitudes impróprias. O ser humano descarta à sua autenticidade e singularidade
para copiar os que fazem ou ordenam, acabam em meio a um joguete das pulsões ambientais e
se reduzem a ideologias e determinações únicas como por exemplo o psicologismo, e
fisiologismo, sociologismo e deixa de lado sua diversidade humana contida na unicidade.
Enquanto o homem facilita este reducionismo perde a chance de ir além das suas capacidades
e chances, perdendo oportunidade de exercer seu poder de autotranscedência (FRANKL,
1991).

Desta forma o ser humano interpreta erroneamente a satisfação, pulsões e prazer,


confundindo com sentido. Isso ocorre porque momentaneamente o prazer sentido aparenta ser
o sentido real, portanto esta realização é fútil e no momento em que o sujeito se dá conta que
o vazio ainda persiste e insiste em querer preenchê-lo, surgem os males que comprometem
seus dias, nascem as psicopatologias devido a falta de sentido. A procura do homem pelo
prazer momentâneo torna as relações vazias de sentido. Desta forma o afeto, que deveria estar
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entrelaçado pelo outro no relacionamento, não é percebido. Os sentimentos dos indivíduos se


caracterizam irreais, no entanto permeia um vazio em sua existência que não dá conta que seja
preenchido por prazeres passageiros, subjetivando a dedicação. Então nasce uma solidão,
dando vez à um cenário propício para o surgimento de neuroses (VIEIRA, 2003).

2.4. A neurose do mundo contemporâneo (noogênica).

Ela está conceituada no niilismo (origina-se em latim da palavra “nihil”, que significa
“nada”. Este conceito foi abordado por Nietzsche, que o retratou como, ausência de convicção
em que se encontra o ser humano, após depreciação de qualquer crença), particular de cada
indivíduo, que se caracteriza pela ausência de sentido da vida: perda das referências e da
singularidade da existência do homem, niilismo, na atualidade, é a máxima expressão do
reducionismo. O ser humano é entendido na sua utilidade e, analogamente, se caracteriza
como uma máquina, capaz de operar dados e respeitar, a um sistema pré-determinado que
guie todas as coisas, isto quer dizer: o ser humano instrumentalizado passou a agir em função
do ter. Com isso, desenvolveram-se várias patologias de origem existencial. Ele não consegue
descobrir os seus desejos e, muitas vezes, perdeu o sentido de suas decisões. A sua
consciência nada mais é que a reprodução da condicionalidade. (FRANKL, 2008).

De acordo com ANGERAMI (2002), uma situação de neurose pode ser identificada
pelo tédio, que pode levar o ser humano a provocar uma desvalorização própria da vida e o
sentido que é dado a ela. O estado de exacerbação do tédio permite chamá-la de “neurose de
massa”, formada por uma tríade: depressão, agressão e toxicodependência:
Em virtude da auto-trancendência da existência humana o homem é um ser em busca
de sentido. Ele é dominado pela vontade de sentido. Hoje contudo, a vontade de
sentido está frustrada. Cada vez mais os pacientes voltam a nós psiquiatras
queixando-se de sentimentos de falta de sentido de vazio, de uma sensação de
futilidade e de absurdo. São vítimas da neurose de massa hoje (FRANKL, 1989, p.
82).

A escassez de sentido acaba resultando em neurose. Por isso, uma terapia unicamente
poderá progredir, se considerar a dimensão noética do indivíduo, pois sua condição humana
está além da sua dimensão psíquica (como também da biológica). Nesta perspectiva, cabe a
psicoterapia combater os desafios apresentados pelo niilismo, em decorrência dos valores
prescritos no mundo atual, afim de transmitir o valor de sentido na vida humana (PEREIRA,
2007).
20

Em Frankl (1990) sobre essa análise diz que; o psiquiatra alemão Joachim Bodamer
explica que o tormento do homem “moderno” em relação a ansiedade é resultado do tédio. E
acrescentando que ilogicamente essas situações eram associadas diretamente a ausência de
realização por parte do sujeito no que diz respeito a sua aspiração por um conteúdo de vida.
Frankl traz em seus transcritos na última década do século XX que este foi conhecido como o
século da ansiedade, e por isso se concedia a isso muitas tensões psíquicas/noéticas, mas que
ele não concordava em sintetizar essas crises ao elemento da ansiedade, pois outros povos e
em outras épocas tiveram condições tal quais constrangedoras como as dos século XX e não
ocorreu tamanha culpabilidade relacionada a isso.

E o que é mais assustador é que essa insatisfação existencial não gera apenas o
neuroses, mas também gera motivação no indivíduo em criar alternativas de suicidar-se. Já
que ele está diante de um caos na sua vida, e mesmo quando não tem forças nem para o
realizar o suicídio vivem em um suicídio paulatino morrendo de forma lenta, quando não
realiza mais nenhuma atividade e vive apenas num ambiente negativo, essa frustração é
resultante do vazio existencial que gera no sujeito o tedio, a impassibilidade a sensação de
falta de futuro, que são respostas empolgantes e excitam a neurose noogênica que é quando a
frustração existencial se torna patogênica (Carvalho, 1993).

Lukas (1992) diz que uma das razões que influenciam a idéia de suicídio é o modelo.
Quanto mais o indivíduo for desiquilibrado psiquicamente, terá mais motivos de ser
estimulado por modelos, compostas por questões sociais e socioculturais, e ainda um modelo
mais apropriada no que diz respeito ao ato de pôr fim a própria vida: o modelo familiar. Esse
modelo é sem dúvida o mais provocante para que outros episódios de tentativa e consumação
de suicídio aconteçam, ele trata como um dos aspectos que favorecem os casos de suicídio, a
“indiferença total”. Que seria o vazio interior, caracterizada pela falta de valorização de toda
a existência, o que gera a sensação de ausência do sentido da vida, que é quando o sujeito
busca algo que possua todas as possibilidades de suplantação de crises existenciais. Contudo o
ser humano é um ser altamente frágil, e na maioria das vezes não suporta o próprio
entendimento da sua fragilidade, é o que faz sentido. E essa busca não tem bom êxito, então
ocorre a “frustração existencial” e neurose noogênica.

O ato de raciocinar e pensar a palavra “sentido” na relação com o “vazio” e o suicídio,


nos leva a reintroduzir um dos seus significados que é “triste”, inserindo na seguinte
expressão: Estou ‘sentido’ na vida e minha vida não tem sentido; estou triste na vida,
21

esvaziado de sentido, e talvez a morte seja a única solução para dar fim a essa angústia
diante do vazio. Exatamente o que nos evidencia Shneidman (1996, p. 7), ao afirmar que “a
dor psicológica é o ingrediente básico do suicídio”. A morte, em outras palavras, é uma
tentativa de fugir dessa dor. Por isso, o autor afirma como a questão mais importante ao
abordar um paciente com potencial suicida, é simplesmente perguntar: Onde dói em você? E,
Como eu posso lhe ajudar? Do contrário questionar sobre história familiar ou pedir exames
clínicos.

Portanto, compreende-se que a neurose noogênica é uma maciça frustração existencial.


E que para minimizar o risco de suicídio, é necessário uma terapia específica em reversão do
quadro patológico (Lukas, 1992).

3. A PSICOTERAPIA DE VICTOR FRANKL

3.1. Logoterapia e análise Existencial.

A Logoterapia é uma abordagem psicoterapêutica que surgiu em Viena em meio a


década de 1920 e 1930, atingindo força após a Segunda Guerra Mundial. Seu articulador foi o
judeu austríaco Viktor Emil Frankl (1905 - 1997), psiquiatra, neurologista e filósofo
existencialista. Sobreviveu a quatro campos de concentração nazista e após esta experiência,
fortificou em sua própria existência a hipótese que usava como alicerce para a prática de sua
clínica psicoterápica: que o sentido da vida é um elemento simples para a conservação da
saúde mental (RODRIGUES, 1991; FRANKL, 2008).

Para a Logoterapia o ser humano é uma unidade biopsicossocial e espiritual, provido


de liberdade e comprometimento no que faz. Uma das metas desta abordagem é auxiliar a
pessoa a identificar seus valores e a responsabilizar-se perante eles nas mais variadas
circunstâncias. A princípio, Viktor Frankl denominava sua abordagem como Existenzanalyse.
Este termo, porém, foi colocado em segundo plano, para evitar a desordem decorrente da
tradução norte americana, já que nos EUA se encontravam utilizando a mesma expressão,
análise existencial, para traduzir tanto Existenzanalyse como Daseisanálise, a abordagem de
Ludwig Binswanger (FRANKL, 2011).

Assim Frankl deu início a utilizar o termo Logoterapia, sendo que esta inclui uma
técnica própria, para tratar algumas situações de neurose noogênica. Já a análise existencial é
22

a visão de mundo que orienta a psicoterapia como um todo, independente do quadro clínico
do paciente. A Logoterapia, que também passou a ser conhecida como terceira escola
vienense de psicoterapia, possui um conjunto de conceitos que se entrelaçam
sistematicamente (PEREIRA, 2012).

Viktor Frankl defendia que toda psicoterapia tem como paradigma uma visão de
mundo e de homem. No entanto, nem sempre as abordagens deixam isso claro (REHERA,
2007).

Seus livros tem como característica significante a elucidação em linguagem de fácil


acesso à sua postura relativa a tais assuntos. Em primeiro lugar, ele coloca-se ao lado de uma
perspectiva, não niilista do mundo. E em segundo lugar, vê o homem como um ser
biopsicosocial e espiritual, suficiente de autodeterminar-se, um ser em aberto (FRANKL,
2011).

A Análise existencial ou Logoterapia no mundo vigente, como ciência, se propõe a


favorecer o homem em sua busca de sentido, mostrando valor a sua singularidade, dentro da
pluralidade bio-psico-noética. Encontrando o homem com seu projeto de vida, perceberá o
sentido da vida, sendo dessa forma, ele perceberá que todas as circunstâncias da vida, sejam
quais forem, indicam um sentido, sendo este o caminho para a liberdade, a compromisso e a
transcendência (MOREIRA, 2010).

Quando o sentido de vida não está junto na vida da pessoa, esta poderá viver uma
experiência no vazio existencial. A logoterapia pretende ampliar a capacidade da pessoa de
assimilar todas as possibilidades existentes de sentido em sua vida, selecionando para realizar
aquelas que entende que seja mais significativas. Não há um sistema padronizado sobre como
dirigir sessões de psicoterapia, porém são passadas orientações, a partir da concepção
filosófica da logoterapia, baseada principalmente em Max Scheler, e no exercer
psicoterapêutico de logoterapeutas, principalmente de Viktor Frankl e Elisabeth Lukas (R.
RODRIGUES,1991).

A logoterapia pretende: ampliar o que devia ser considerado no estudo das neuroses,
incluindo “as categorias dos valores e do sentido” (Frankl, 1991b, p. 118). O que implica em
incluir a dimensão antropológica espiritual do ser humano, transformando a díade de estudo
“herança e ambiente”, num tripé que inclui “a pessoa que escolhe livremente”, acrescentando
que “não pode bastar-lhe à psicoterapia de hoje capacitar ao homem para gozar ou trabalhar.
23

Tem que capacitá-lo em certo sentido, para sofrer” (Frankl, 1991b, p. 127), já que “o
sofrimento é elemento inescapável da existência “(KROEFF, 2000).

3.2. Logoterapia: contribuição da Filosofia e Antropologia.

A Fenomenologia existencial posiciona-se como uma procura à prática do método


fenomenológico de Husserl (1859-1938), entendendo o existir baseado na filosofia existencial
de acordo com os pensamentos de Heidegger (1889-1976) e Merleau-Porty. A Fenomenologia
Existencial, enquanto psicoterapia atua trabalhando no indivíduo a necessidade capaz de
acessar o seu projeto de vida, proporcionar o resgate de sua identidade e autenticidade,
buscando sentido existencial. Para isso deve-se considerar as múltiplas dimensões deste
homem (TEIXEIRA, 1988).

O homem é sempre, desde o início, a relação com o mundo. Ser-no-mundo é uma


estrutura originária e sempre total, onde o homem se revela e se realiza nesse encontro, não
podendo ser decomposta em elementos isolados. Para Heidegger, a expressão composta ‘ser-
no-mundo’ mostra que pretende referir-se a um fenômeno de unidade. “Mesmo o estar só é
ser-com, no mundo. Somente ‘num’ ser-com e ‘para’ um ser-com é que o outro pode faltar. O
estar só é um modo deficiente de ser-com” (HEIDEGGER, 1988).

Frankl foi influenciado exclusivamente pela filosofia dos valores de Max Scheler
(filosofo fenomenologista e adepto às considerações de Heidegeer), e pela psicanálise de
Freud. Frankl foi também influenciado pelo pensamento religioso – a vida do homem consiste
em viver conforme os valores, e há um núcleo de espiritualidade e uma atividade específica
na sua vida; o sofrimento, a culpa e a ansiedade podem ter algum papel positivo – e por sua
própria experiência como prisioneiro dos nazistas num campo de concentração, no qual
encontrou suporte para a ideia de que, mesmo nas ocasiões mais adversas, o ser humano pode
optar o modo de se confrontar com essas circunstâncias (R. RODRIGUES, 1991).

Frankl afirma a capacidade do homem de resistir ao pan-determinismo, ao mesmo


tempo em que atua com inteira responsabilidade a sua liberdade. Frankl, por ser neurologista
e psiquiatra, estava sempre com um conceito aproximado das dimensões física e psíquica do
ser humano, e sua estreita relação – seu paralelismo. Havia em si grandes conhecimentos
filosóficos, propugnando para o ser humano uma outra dimensão “com um âmbito
24

independente, próprio e que tem suas próprias leis” (Frankl,1991a, p. 117), capaz de, por meio
da “capacidade de oposição do espírito”, antagonizar-se com o que se pode denominar a
dimensão psicofísica. A logoterapia considera que esta antagonização é possível até em
vivências de sofrimento e na aproximação da morte, por meio do valor de atitude (KROEFF,
1998; 2000).

É compreensível, então, que Frankl visse na filosofia e na antropologia as fundações


da sua psicoterapia. Considerem-se as frases a seguir “Não há psicoterapia sem uma teoria do
homem e uma filosofia de vida embasando-a. Intencionalmente ou não intencionalmente, a
psicoterapia é baseada nelas” (Frankl, 1970, p. 15), e “As implicações clínicas da
logoterapia derivam-se, na verdade, de suas implicações antropológicas” (FRANKL, 1970).

Seria impossível que Frankl pudesse ser mais claro e explícito: é na imagem de
homem e na sua filosofia de vida que temos a chave para a psicoterapia. E sobre isto, veja o
que disponibiliza a logoterapia: “O conceito de homem da logoterapia está baseado em três
pilares, a liberdade da vontade, a vontade de sentido, e o sentido da vida”. Frankl, tendo
como incentivo primário e básico, o desejo de descobrir sentidos, os quais são obtidos pela
efetuação de valores. Sua proposta de imagem de homem separasse das visões biologistas,
psicologistas e sociologistas, pois, como diz Fizzotti, “estas esforçam-se por reduzir o homem
a um esquema demasiado simples: instinto, autômato com simples reflexos, mecanismo
anímico, resultado de forças produtivas e econômicas” (FIZZOTTI, 1981).

Não é uma questão de omitir estas forças, mas de não supervalorizá-las. Logoterapeuta
não esquece o estado psíquico e psico-física do homem, sua estrutura pulsional, a importância
da infância, do ambiente e do que aprendeu no passado. Porém, conclui este esquema passado
afirmando no homem uma dimensão espiritual; dentro desta dimensão, o homem pode
estabelecer uma tarefa por si mesma, e não para resolver suas tensões internas. Pode fazer esta
tarefa porque a considera justa e importante, e não porque lhe consente satisfazer seus desejos
ou minimizar o peso de suas aspirações sociais. A logoterapia, portanto, substitui a fórmula
nihilista de que o homem ‘é somente’ (um animal mais evoluído, um produto do acaso...) pela
fórmula positiva de que o homem é ‘muito mais do que’ (LUKAS, 1992).

3.3. Orientações do atuar Logoterapeutico.

Então, o que é logoterapia? Não é a logoterapia também uma psicoterapia? Para dar a
resposta a esta questão há que se gerar uma distinção quanto ao tipo de neurose que apresenta
25

o paciente. Conforme Frankl, o que necessita o paciente colhido no desespero existencial do


aparente sem-sentido de sua vida é logoterapia, em vez de psicoterapia” (KROEFF,2007).

Pode-se observar aqui que Frankl é claro: dentre os pacientes com neurose noogênica–
uma das propostas originais de Frankl –, na qual a pessoa trata diariamente por muito tempo
com uma sensação de vazio existencial, ou com conflitos de valores, ou com a descrença no
sentido da vida, ou com a incapacidade de sua realização, a logoterapia é diferente de
psicoterapia. Diz ele: “A finalidade do que denominamos de logoterapia é inserir o logos na
psicoterapia; a finalidade do que denominamos análise existencial é incluir a existência na
psicoterapia” (FRANKL, 1978).

Esclarece o que significa incluir estes elementos na psicoterapia: o logos poderia está
introduzindo na psicoterapia uma reflexão sobre o sentido e os valores; a existência traria a
este campo de atuação do psicoterapeuta uma reflexão sobre a liberdade e o
comprometimento. Numa época em que se julgava serem estes elementos estranhos ao atuar
psicoterapêutico, ou no mínimo, não centrais, a logoterapia vinha possibilitar ao ser humano
necessitado a sua terapêutica específica (KROEFF,2007).

Não nos esqueçamos de que Freud, em carta à princesa Bonaparte, via a preocupação
com o sentido da vida como uma manifestação de doença, o que contrasta radicalmente com
Frankl, que vê nesta preocupação uma manifestação de saúde do ser humano. Ao lidar com
neuroses psicogênicas, entretanto, não existe esta contraposição entre logoterapia e
psicoterapia: “Aqui a logoterapia não pode ser contraposta à psicoterapia, sendo apresentada
ela mesma uma entre as escolas de psicoterapia.” (FIZZOTTI, 1981).

Possivelmente uma das lacunas da qual se retratam os logoterapeutas é quanto a como


deve atuar o terapeuta em sessões de logoterapia. Frankl não deixou qualquer escrito no qual
esta questão seja trabalhada de forma ordenada e exaustivamente. Alegando que o terapeuta
deveria ser criativo e apto para improvisar, além de se adequar às diversas situações e casos
que estavam sendo tratados. Frankl entendia que “uma psicoterapia de tal ordem,
propiciadora, ao que tudo indicava de um processo de singularização não é passível de ser
compreendida pelo menos de forma total” (KROEFF,2007).

Não quer dizer que Frankl, assim como outros autores, não tenham referido muitas
vezes suas formas de exercer. Nesta seção, almeja-se apresentar algumas orientações,
principalmente de Frankl, sobre objetivos e direcionamento de sessões de logoterapia. Uma
26

das mais conhecidas passagens dos livros de Frankl é aquela na qual ele apresenta uma
resposta a um paciente, que depois de lhe dar uma fórmula centralizada do que seria a
psicanálise – deitar e contar coisas desagradáveis de se contar – solicitava a Frankl um
esclarecimento em uma frase, do que seria a logoterapia. A resposta de Frankl: “Bem, na
logoterapia o paciente pode ficar sentado normalmente, mas precisa ouvir certas coisas que
às vezes são muito desagradáveis de se ouvir”.

Logo depois ele reconhece que sua resposta simplifica demais as duas escolas, mas
admite que há elementos que podem ser comparados e diferenciados entre as duas, a partir das
fórmulas concentradas. Já que para a psicanálise os problemas do indivíduo estão muito
conectados aos conflitos entre suas instâncias psíquicas internas e a elementos antes,
reprimidos por este indivíduo, nada mais lógico que ela ser muito introspectiva e
retrospectiva, ou seja, centrar-se no interior do respectivo indivíduo e nos elementos
reprimidos no passado, que podem ser re-elaborados, ao serem trazidos de volta à
consciência. Já a logoterapia, por centrar-se na questão do sentido a ser realizado, o qual está
no futuro, tenderia a ser mais prospectiva do que retrospectiva, ou seja, mais apontada para a
dimensão futura (LUKAS,1991).

Além disso, ao declarar que os sentidos a realizar estão no mundo e na integração com
os outros, e não em si mesmo, enfatiza que o indivíduo deve ir além de si mesmo para realizar
os sentidos- a característica humana de auto-transcendência, a logoterapia teria que ser menos
introspectiva. Ao buscar conscientizar o indivíduo do valor central que temo sentido e os
valores em sua vida, se está mostrando o paciente mais para seu futuro do que para seu
histórico (KROEFF, 2007).

Também, ao lidar com círculos viciosos derivados de intensa introspecção – ou em


termos logoterapêuticos, de hiper-reflexão e hiper-atenção – que teriam um papel decisivo na
gênese de muitos distúrbios neuróticos, teria que ser menos introspectiva, menos direcionada
para uma auto-centramento. Frankl deixa claro que sua resposta ao paciente, citada
anteriormente, foi “uma brincadeira, sem a intenção de fornecer uma fórmula concentrada da
logoterapia”, e que “esta formulação simplifica demais as coisas”, mas que “não deixa de ter
sua razão.” (FRANKL, 1991).

Estas considerações de Frankl (1977) buscam evitar mal entendidos, sobre o destaque
que ele vê ser posto nas duas escolas, às direções retrospectiva ou prospectiva, ao
27

centralmente no indivíduo ou no outro e no mundo, no passado ou no futuro, e no que deve


ser conscientizado, e não em uma desconsideração do eventual valor do elemento contraposto.
Guilhermo Pareja Herrera, autor de uma obra fundamental sobre Frankl e a logoterapia
(Herrera, 1987), no primeiro curso de formação sobre logoterapia promovido no Brasil,
afirmou que não havia princípios específicos quanto ao “como” devia atuar o logoterapeuta
numa sessão clínica, mas que havia sim especificações sobre o conteúdo que devia ser
desenvolvido. Explicitou isto dizendo: “Quem me ensinou como fazer foi Rogers, mas quem
me ensinou o que fazer foi Frankl”.

Ao sentir-se permitido para utilizar um método de atuação de outra escola, Herrera


estava afirmando algo que Frankl sempre teve muito presente: o caráter extremamente
dinâmico do atuar psicoterapêutico e as muitas circunstâncias que ficam impossível uma
normatização finalizada para esta tarefa. Todavia, Frankl deixava claro o que devia fazer o
terapeuta: “O papel do logoterapeuta consiste em ampliar e alargar o campo visual do
paciente de forma que todo o espectro do significado e dos valores se torne consciente e
visível para ele” (FRANKL, 1977).

Frankl menciona um autor de peso ao advogar pela necessidade de levar em


consideração a individualidade do terapeuta. Vale a pena entender a citação na íntegra, como
um antídoto para a rigidez metodológica: Um psicanalista uma vez comentou sobre o seu tipo
de terapia: “Esta técnica provou ser o único método adequado à minha individualidade; eu
não ouso negar que um médico constituído de forma bastante diferente poderia se sentir
impelido a adotar uma atitude diferente com relação a seus pacientes e à tarefa que tinha
pela frente”. O homem que fez esta confissão foi Sigmund Freud (FRANKL, 1970).

Tendo em vista a afirmação de Frankl de que o método psicoterapêutico deve ser


alterado, de acordo com a individualidade do paciente e a personalidade do terapeuta,
levando-se em conta também a condição específica que se está trabalhando no momento, sua
indicação não poderia ser outra a não ser que “nunca se deve esquematizar, o essencial é
improvisar e individualizar”(FRANKL, 1978).

Segundo ele, nenhum método de psicoterapia – inclusive, evidentemente a logoterapia


– pode pretender ser aplicado a qualquer paciente, adquirindo sempre o mesmo grau de
sucesso. Há que se considerar também a competência que o terapeuta possui. Segundo Frankl
(1970, p. 108):[...] o método de escolha em um determinado caso é como uma equação com
28

duas incógnitas [...] A primeira incógnita representa a personalidade única do paciente. A


segunda incógnita representa a personalidade singular do terapeuta. Ambas devem ser levadas
em conta antes de que um método de psicoterapia seja escolhido. O que de fato importava,
Frankl não perdia de vista: “mais e mais a relação EU-TU pode ser vista como o centro da
questão” (FRANKL, 1970).

Frankl criou diversas técnicas, mas ele é conhecido principalmente, mesmo entre
psicoterapeutas que não conhecem a logoterapia, pela técnica da Intenção Paradoxal. As
técnicas não o desviaram do foco a ser perdurado, pois para ele “o que importa em terapia não
são as técnicas, mas sim as relações humanas existentes entre o doutor e o paciente, ou o
encontro pessoal”, chegando inclusive a afirmar que“ um enfoque puramente tecnológico à
psicoterapia pode bloquear seu efeito psicoterapêutico” (LUKAS,1992).

Lukas é também uma das logoterapeutas que mais se preocupou em fornecer


orientações mais sistemáticas e organizadas dos conhecimentos de Frankl, que pudessem ser
úteis como guia para o logoterapeuta. Ela disponibiliza um esquema para o plano de
tratamento, constituído por quatro fases: auto distanciamento, mudança de atitude, redução
dos sintomas, orientação para o sentido. Explica ela: Caso se tenha relaxado a estreita união
entre o paciente e o sintoma frente o distanciamento (primeira fase) e construído atitudes
novas e positivas com relação aos fatores negativos imodificáveis (segunda fase), muitas
vezes os sintomas se diminuem por si mesmos (terceira fase), e só falta descobrir os fatores
positivos que podem preencher a situação pessoal e atual (quarta fase), (RODRIGUES,1991).

Lukas concede também outras orientações muito precisas do atuar psicoterapêutico, facultando a
permissão para que o terapeuta seja “capaz de dizer ‘não’, um ‘não’ muito decidido, quando o paciente se sente
sujeito a determinantes infelizes que impedem o desenvolvimento de sua personalidade” (LUKAS, 1992, pag 32).

Ela discorda de atuações simplesmente reflexivas do terapeuta, que se isenta de


expressar quaisquer opiniões. Na verdade, consente o logoterapeuta para intervir: O
logoterapeuta, pelo contrário, intervém particularmente na conversação e inclusive apresenta
uma oposição saudável, quando é necessária. Diz ‘não’ ao neurótico obsessivo: ‘Não, não
vais fazer isto que te dá medo; pode estar seguro de que não vai acontecer!’. Diz ‘não!’ ao
depressivo: ‘Não, não é verdade que tua vida careça de valor e de sentido; vou te demonstrar
isso!’. A logoterapia ensina que uma falsa compreensão e um simples reflexo dos problemas
apresentados aprisionam cada vez mais neles, o paciente. Se um paciente vem e declara que a
vida já não lhe proporciona nenhuma alegria, um logoterapeuta não dirá nunca: ‘Queres dizer,
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então, que não desejas continuar vivendo, que queres morrer?’ (Reflexo), nem tampouco: o
muito bem depois de tudo pelo que passaste...’ (compreensão), mas dirá talvez: ‘E as tarefas
da vida que lhe aguardam?’ (RODRIGUES.1991).

Deve-se também observar para as orientações de Fizzotti, outro logoterapeuta, quando


diz que “(...) um dos elementos centrais no sistema terapêutico de Frankl é a atitude positiva
e ativa do logoterapeuta” (Fizzotti,1981, p. 227-228). Estas orientações de Lukas e Fizzotti
podem levar a mal-entendidos. Não há uma pretensão de moralizar ou intervir na liberdade do
paciente, pois, como diz Frankl: “A logoterapia busca tornar o paciente totalmente
consciente de sua própria responsabilidade” por isso precisa deixar que ele opte pelo que,
para que ou perante quem ele se julga responsável. Eis porque um logoterapeuta é, dentre
todos os psicoterapeutas, o que menos se vê tentado a estabelecer julgamentos de valores a
seus pacientes, porque jamais deixará que o paciente transfira ao médico a responsabilidade
de criticar (LUKAS, 2001).

3.4. A logoterapia fundada no encontro.

Para Frankl, uma nova interpelação da psicologia precisará ser compreendida na sua
dimensão humana, que compreende o ser humano nos seus aspectos e ponto de vista
fenomênicos. A logoterapia, dessa maneira buscará o conceito de encontro presente no
existencialismo. O encontro vem ser uma experiência pessoal de interatividade entre o eu e o
tu (abordagem desenvolvida por Martin Buber), afirma que: “o encontro entre duas pessoas
vai além de um simples comparecimento do outro”. Na logoterapia, o encontro entre o
paciente e o logoterapeuta revela uma atitude de busca e cooperação (FRANKL, 1989).

Quando passamos a atender uma pessoa no consultório de psicoterapia, estamos de


fato diante de um fenômeno existencial complexo que representa um ser humano com todas
as suas dimensões de operacionalidade e de existência ou vida. Na verdade, o que podemos
analisar desta pessoa são suas ‘projeções’ nos mais diversos planos ônticos ou do ‘ser-no-
mundo’ e, a partir deles, tentamos nos aproximar do ‘ser espacial’, único e multiface que se
apresenta com toda a sua dificuldade existencial, sintomatológica e social (RODRIGUES,
1991).

Nesta perspectiva, o relacionamento adquire na linguagem um indiscutível signo


expressivo que, de acordo com a teoria de Karl Bühler, o ser humano se revela para outro,
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rege em seus apelos e trata de algo, de alguma coisa. Este seguimento está implicado em
qualquer diálogo interpessoal. E a genuinidade da linguagem irá indicar a participação de
convivência e de encontro com o outro. Dessa forma, para Frankl, “A linguagem é mais que
mera auto-expressão. A linguagem está sempre apontando para algo além dela. Em outras
palavras, é sempre auto-transcendente – como a existência humana em sua totalidade”
(FRANKL, 1989).

Por sua vez, a linguagem, no seu objeto intencional, formará um conjunto de


significados. Isto quer dizer, a linguagem vem seguida de definições e neles é produzida uma
significação da realidade. Observa-se, então, que o significado (agora compreendido na forma
de logos) é matéria fundamental da psicologia e sem ela não é possível compreender o ser
humano. O relacionamento alcançará um grau elevado de coexistência quando o logos for
resultado da experiência de auto-transcendência (capaz de o ser humano ir além do mero
significado, mas acomete o outro na sua pessoa) (RODRIGUES, 1991).

Para Frankl (1989) o encontro, no sentido mais amplo do termo, leva-nos a


compreender a humanidade do parceiro, enquanto o amor permite-nos, a mais, conhecer sua
essencial unicidade. Esta unicidade é a característica constitutiva da personalidade. Quanto à
autotranscendência, ela está igualmente implicada, seja quando o homem sobre excede a si
mesmo ao procurar um significado, seja quando ocorre um encontro de amor: no primeiro
caso está implicado um logos impessoal, no segundo, um pessoal, um logos, por assim dizer,
encarnado.

Qualquer situação de encontro ou de estímulo para o ser humano, deve consistir uma
prática terapêutica que prime pela condição humana e pela centralidade do próprio paciente.
Nesta perspectiva (ao tentar descrever um caminho de terapia com o paciente), o primeiro
instante do encontro se estabelece através da relação paciente-terapeuta. Esta etapa se
caracteriza pela naturalidade e abertura do paciente com o médico. Depois, chega-se a uma
etapa denominada catarse, uma abertura da condição psíquica do paciente, confiança e
partilha das experiências vividas, principalmente com aquilo que o mais lhe angustia. A partir
daí, avança-se para uma abertura antropológica, que compreende uma fase de conhecimento
holístico do paciente, até alcançar a logoterapia específica, que irá realizar o quadro de
valores que mantém o sentido da vida do paciente (RODRIGUES, 1991).
31

O indivíduo deve está receptivo para encontrar-se com a realidade e não fixar-se no
seu egocentrismo. Ele não deve sufocar suas afrontas, mas procurar sentido para elas.
Somente dessa maneira ele será suficiente de transformar uma catástrofe num triunfo. Ao
contrário, na medida em que um sujeito é tratado como simples coisa (reificação) e,
consequentemente remodelado em objeto (objetificação), na mesma medida seus próprios
objetos devem necessariamente sumir e assim sua qualidade de sujeito está do mesmo modo
esquecida (FRANKL,1989).

Reconhecer no outro a sua humanidade e não um objeto de pesquisa ou de choque


emocional. E isto significa dizer que o encontro leva o homem a superar a si mesmo, a sair-se
de si para encontrar-se com o outro. Para Frankl, o indivíduo suplica pela intimidade, busca
que será alcançada pela presença existencial do outro. A intimidade interpretará um constante
movimento de busca e de realização humana e, com isso, busca de sentido (RODRIGUES,
1991).

3.5 Logoterapia como técnica

As técnicas logoterápicas vêm, portanto, apartar a pessoa do problema para que ela
possa enxergar o sentido da vida. As técnicas recolhem a cortina de fumaça para que
avistemos o sol do sentido. O próprio Viktor Frankl produziu duas técnicas – sobre as quais
trataremos aqui. Já outros especialistas, como Lukas, Crumbaugh e Maholick, Starlick, dentre
outros criaram testes e técnicas específicas para intervirem em circunstâncias distintivas, mas
todas ligadas ou inspiradas nos fundamentos da Logoterapia e Análise Existencial (TIAGO
DOMINGUES,2018).

Frankl (1986, 1984), diz que para alcançar as suas finalidades a logoterapia tem
proposto diversas técnicas de intervenção, nomeadamente:- Apelo – Intervenção mais diretiva
que consiste em recordar que cada ocorrência de vida tem um significado e/ou que o cliente
tem sempre a possibilidade de transformar a sua atitude em relação ao sofrimento - Diálogo
socrático – Tal como utilizado pela terapia racional-emotiva, consiste em colocar questões de
tal maneira ao cliente que este se torna cada vez mais consciente das suas decisões pré-
reflexivas, das suas expectativas reprimidas e do seu conhecimento até aí não admitido por
ele- Fast-forwarding – Consiste em encorajar o cliente a imaginar o tipo de cenários que
seriam consequências desta ou daquela escolha que ele possa fazer e questionar-se sobre os
significados daí proveniente para a sua vida- Intervenção paradoxal – Trata-se de encorajar o
32

cliente a deixar de lutar contra as suas dificuldades e a evocar desejos ou propósitos intensos
mesmo que sejam muito embaraçosas ou aterrorizadores, para ele. Ou seja, o cliente é
solicitado a desejar aquilo de que tem medo. Esta técnica pode ser facilitada com algum
humor que ajude o cliente a distanciar--se das suas dificuldades e, no final, encará-las de uma
outra forma- De-reflexão – partindo do pressuposto que em certas perturbações os indivíduos
estariam exageradamente centrados em si próprios (estado de hiperreflexão) ao ponto de
economizarem a sua orientação para o exterior. Frankl, iniciou a técnica de de-reflexão que
consiste em encorajar o cliente a ignorar os seus sintomas e a orientar a sua atenção para o
mundo externo.

A logoterapia utiliza técnicas terapêuticas para tratar do paciente em seu estado de


desequilíbrio. As técnicas logoterapêuticas não se baseiam num sistema de teorias a serem
aplicadas, já previstas no paciente, mas uma via de orientações para auxiliar o paciente
encontrar a sanidade, a sua verdadeira cura de espírito. O “diálogo socrático” está entre as
principais técnicas da logoterapia, juntamente com a “intenção paradoxal”. A “intenção
paradoxal” é uma abordagem que pretende, a partir do problema identificado, propor o seu
contrário. O paciente deve adquirir uma maneira diferente de atuação diante da sua
problemática. O seu temor se transformará em desejo paradoxal (numa constante ansiedade) e
assim superará a angústia que o afetam. Isto quer dizer: “o paciente é instruído a desejar
(neurose de angústia) ou a propor-se (neurose compulsiva) exatamente aquilo que sempre
tanto temia” (FRANKL, 1976).

Para a execução deste método é necessário que o paciente desenvolva a capacidade de


auto distanciamento, que consiste em colocar-se do outro lado da sua pessoa para notar a
diferença. Esta atitude o proporcionará a visibilidade da sua neurose e a olhar para si mesmo
como se fosse outro, mas que é ele mesmo percebendo sua real situação existencial. Explica
Frankl que a técnica da “intenção paradoxal” não é um remédio de natureza patológica. É,
antes, uma prática terápica de alcance repentino “um instrumento útil no tratamento de
condições obsessivo-compulsivas e fóbicas, especialmente em casos com ansiedade
antecipatória subjacente” (FRANKL, 2008).

Esse tratamento pode se perpetuar por um longo período, e não somente às situações
breves. E, diferente do método tradicional da psiquiatria (a psiquiatria fez da mente um objeto
de estudo e por muito tempo simplificou a sua compreensão a uma mera utilidade a uma
técnica de métodos instrumental), a “intenção paradoxal” age independentemente da etiologia.
33

Ela não abrange sua pesquisa às causas originárias da neurose do paciente. Ela procura
abordar a doença no seu real estado. A terapia não descreve normas morais, nem procura
discorrer sua técnica num raciocínio lógico para compreender o indivíduo ou, ainda mais,
incentivar o paciente a seguir suas crenças particulares. Ao contrário, a logoterapia procura
agir como um oftalmologista a fim de proporcionar ao paciente uma visão real do mundo,
assim como ele é (RODRIGUES, 1991).

Frankl,19987, a primeira técnica desenvolvida por Viktor Frankl é a Intenção


Paradoxal. A técnica ocorre dentro do diálogo terapêutico e caracteriza-se como um
aconselhamento nada convencional onde o profissional propõe que o paciente nutra o seu
sintoma. Se o indivíduo tem claustrofobia (medo de lugares fechados) e, por isso, de modo
algum entre em um elevador, o profissional devidamente capacitado em sentido da vida
poderá sugerir a ele que entre em um elevador e imagine que todo oxigênio daquele lugar vai
acabar. Pedirá que seja o mais dramático possível e imagine os piores cenários. Diante disso,
sugerirá ao cliente que entre no elevador preparado emocionalmente para o seu último dia de
vida. Depois que o elevador chegar ao seu destino e o nosso amigo que sofre de claustrofobia
perceber que nada de terrível ocorreu a ele, esse será o primeiro passo para a sua libertação
daquele temor, paralisante e assustador. Uma vez que a fobia foi trabalhada, poderá o
profissional ajudar seu paciente a ingressar num processo de encontro com o sentido da vida.

A segunda técnica é a Derreflexão. Esta é uma ferramenta peculiar para lidar com a
ansiedade. Não poucas vezes deixamos de identificar o sentido da nossa vida porque estamos
demasiadamente ocupados com um excesso exaustivo de preocupações. Para que consigamos
enxergar o sentido é preciso retirar o muro das preocupações vãs que geram ansiedade. A
ansiedade é apenas um reflexo de que estamos povoando nossa mente com coisas que não têm
sentido para nós. Ao retirar o “entulho” (que não tem sentido para nossa vida), resta a
“responsabilidade intransferível”, isto é, aquilo que o mundo espera de nós; o pré-requisito
que o mundo nos exige para que ele nos entregue o sentido da vida (TIAGO
DOMINGUES,2018).
34

MÉTODOLOGIA
4.1 Tipos de pesquisa

Este estudo constitui a uma revisão sistemática e integrada, de caráter qualitativo,


descritiva e exploratória, de estudos e pesquisas sobre a prevalência e fatores associados a
Logoterapia no resgate do sentido existencial em pacientes com neurose noogênica.

Em geral, denomina-se como revisão sistemática “a aplicação de estratégias


científicas que permeiam limitar o viés de seleção de artigos, avaliá-los com espírito
crítico e sintetizar todos os estudos relevantes, em um tópico específico” (PERISSÉ,
GOMES, NOGUEIRA, 2001 citados por: BOTELHO; CUNHA:MACEDO,2011, P.
126).

Botelho, Cunha e Macedo (2011, p.133) enfatizam que o método da revisão


integrativa pode ser “incorporado às pesquisas realizadas em outras áreas do saber, além das
áreas da saúde e da educação”, pelo fato de ele viabilizar a capacidade de sistematização do
conhecimento científico e deforma que o pesquisador aproxime-se da problemática que deseja
apreciar, traçando um panorama sobre sua produção científica para conhecer a evolução do
tema ao longo do tempo e, com isso, visualizar possíveis oportunidades de pesquisa.

A pesquisa será direcionada pelo método fenomenológico existencial de investigação,


que se caracteriza por estudar cientificamente as essências dos fenômenos selecionados, neste
caso, o enfoque é na “análise existencial” relacionado com “neuroses noogênicas”. De acordo
com a Revista de Administração da UNIMEP (2016) a fenomenologia é importante por ser
um dos movimentos filosóficos mais fascinantes do século XX e, iniciou por estabelecer
relações intrínsecas com a Psicologia.

Através da Psicologia que o método fenomenológico se fez possível para as outras


disciplinas das ciências humanas e social. Com o tempo, a fenomenologia veio se
fortalecendo e sendo reconhecida como uma abordagem relevante à nortear pesquisas
qualitativas, por ser eficaz no estudo de fenômenos variados e indispensáveis aos campos
científicos, como também o da Administração e Estudos Organizacionais (V.
MOREIRA,2007).
35

4.2 Procedimentos

Iniciamos apenas com o problema de pesquisa, fomos em busca de entender sobre


ideações suicidas, o porquê de tantas ocorrências e, sobre a existência de um modelo de
tratamento psicoterápico eficaz que intervisse em forma de prevenção e redução do quadro,
em relação a demanda específica. Logo foi pesquisado dentro dos métodos fenomenológicos
existenciais alguns autores como Medard Boss e Binswanger sendo influenciados por
Heidegger, e no mesmo momento verificamos a possibilidade de pesquisa na clínica
daseinsanalítica (psicoterapia fenomenológica existencial).

Durante as pesquisas fomos convidados à participar de um curso de psicoterapias


fenomenológicas existenciais. Neste ambiente foi possível ter contato com as possibilidades
de clínicas fenomenológicas existentes. Vimos que existiam outras psicoterapias
fenomenológicas, além da daseinsanálise, que se diferenciavam em suas técnicas. Durante
uma conversa com o professor do curso, apresentamos a ele nossa proposta de pesquisa, foi
quando ele nos apresentou a logoterapia e disse que as possibilidades de que o trabalho fosse
bastante coeso com ela seriam muitas, pois se tratava de uma teoria que estudava mais
especificamente a demanda acometida de vazio existencial, sua maior intervenção consistia
em buscar um sentido na vida.

No segundo momento começamos à procurar materiais que se tratavam da teoria de


Viktor Frankl, o próprio professor nos enviou alguns artigos científicos, depois de vários
requerimentos feitos pelo grupo. Desta forma, ampliou-se os conhecimentos em relação aos
métodos logoterapêuticos, logo as terminologias do título antigo foram sendo substituídas por
palavravas mais específicas que já faziam parte da linguagem de Vithor Frankl, por exemplo,
a frase “ideação suicida” já não seria a mais apropriada para se referir à proposta de pesquisa,
pois foi entendido que ela se tratava apenas de um sintoma e consequência da neurose
noogênica. Fomos descobrindo no decorrer do tempo, nas pesquisas que existiam outras
formas mais adequadas de se referir aos termos que tínhamos interesse, até posteriormente
chegarmos ao tema atual.

Desde então as pesquisas se tornaram mais direcionadas e objetivas, adquirimos o


número de conteúdos suficientes para embasar cientificamente durante o projeto de pesquisa.
Partimos então para as leituras selecionadas e manufatura do trabalho, esta última se deu
através da articulação dos autores relacionados com objetivos que contemplaram o tema
36

desenvolvido na pesquisa, para uma resolução da problemática encontrada, e posteriormente a


justificação das informações atualizadas de acordo com as normas da ABNT.

4.3 Organização e Análise de dados

Foram utilizados como fontes de dados, livros, artigos científicos, periódicos. Também
realizamos consultas a livros e periódicos presentes na Biblioteca da Universidade Paulista
(UNIP) – campus Manaus. E por artigos científicos selecionados através de busca no banco de
dados do SCIELO, GOOGLE ACADÊMICO e da BIREME, a partir das fontes MEDLINE E
LILACS.

Como resultado desses meios de busca encontramos um total de 20 artigos e 10 livros


nas bases selecionadas. No que se refere ao critério de exclusão e inclusão, estabelecemos
que, para serem selecionados, os livros deveriam preencher os seguintes critérios e categorias:
1. O vazio existencial, encontrada em aperiódicos como: CARVALHO, J. M. R. O vazio
existencial e o sentido de vida. 2. Dimensão conceitual da Logoterapia, em livros como: EM
BUSCA DE SENTIDO-Vitor Frankl e 3. Prevalência da neurose/risco e intervenção clínica:
em artigos como: FUNDAMENTAÇÃO E PRÁTICA DA LOGOTERAPIA-Antonio Wardison.

Esta forma de aplicação empregados nos estudos encontrados, de acordo com os


parâmetros Fenomenológicos e as bases para a causa e tratamento. Os resumos foram
analisados e os livros com texto completo que preencheram os critérios de inclusão foram
recuperados. Foram analisadas 10 referências bibliográfica sobre o tema proposto, mas apenas
08 preencheram todos os critérios estabelecidos. Os artigos científicos apenas 03 dos 20
artigos selecionados no banco de dados foram utilizados, pois preenchiam todos critérios pré-
estabelecidos.

5. DISCURSÕES DE RESULTADOS

Deste modo, o terapeuta existencial, precisa conduzir para que a psicologia seja algo
vivo e sentido no esgotar de uma emoção, e bem longe das teorizações frias que se tornam
obscura à própria realidade da existência. A Psicologia Fenomenológica Existencial por atuar
trabalhando no indivíduo a necessidade capaz de conectar o seu projeto de vida, proporcionar
o resgate de sua identidade e autenticidade buscando sentido existencial e revertendo as
ideações suicidas, por exemplo (TEIXEIRA, 1988).
37

A psicoterapia é um campo com múltiplos sistemas e propostas de atuação.


Apresentamos aqui uma visão de psicoterapia, segundo a logoterapia, a qual poderia ser
classificada como de orientação humanista-existencial. Na logoterapia, o ser humano é
definido como um ser livre, capaz de tomar consciência desta liberdade, agindo de forma
responsável, motivado pelo que considera o sentidos de sua vida. Quando o sentido de vida
não está presente na vida da pessoa, ela pode experienciar um vazio existencial.

Para Frankl (1986, 1984) a motivação fundamental da existência seria a procura de


significado, significado único e específico da existência individual. Sendo que a falta de
significado conduziria à frustração existencial, levá-lo-ia às neuroses. Frankl qualificou a
neurose como noogênica, para evidenciar a sua relação com a dimensão existencial. Elegendo
a procura desse significado como objetivo central na existência individual. A proposta de
Logoterapia é a de facilitar ao cliente a procura do significado (logos) e propósito da sua vida,
procurando superar o vazio e o desespero.

A logoterapia concentra-se em dois princípios para agir de forma preventiva contra os


efeitos desastrosos desses modelos, que seriam: eliminar tanto quanto possível o modelo
negativo e imunizar o indivíduo contra esses modelos negativos. Enquanto a prevenção de
suicídios, no que diz respeito às situações de desespero, deve oferecer soluções para os
problemas e conflitos encontrados no indivíduo, e desenvolver ações que gerem uma
resistência às situações que não tiverem mais soluções possíveis. A prevenção em relação aos
atos de indiferença devem se concentrar em uma das máximas da logoterapia, que valoriza a
vida apesar de tudo, ou seja, pode existir o encontro do sentido da vida independente das
circunstâncias (PINTOS, 2014)

O método da logoterapia tem por finalidade ajudar os indivíduos que sofrem ou não de
neuroses noogênicas a redescobrirem o significado e propósito das suas vidas, em situações
em que o sofrimento seja induzido por fatores externos ou por fatores internos, uma vez que
Frankl defendeu que o espírito humano é a capacidade para transcender e desafiar as
experiências corporais (por exemplo, as experiências dolorosas mas também as experiências
psicológicas (normais e perturbadas).Assim, assume importância a procura de significado
para o próprio sofrimento psicológico. Trata-se, portanto, de ajudar a descobrir o significado
da experiência – “O que é que eu posso fazer com esta situação? Em que é que esta situação
me desafia?” – fundamentalmente a partir de valores atitudinais, que podem ser atualizados
através da mudança da atitude individual em relação à situação (LUKAS, 1992).
38

Mais recentemente, Wong (1998), propôs uma integração da logoterapia com a


terapia cognitivo comportamental (aconselhamento centrado nos significados) e sistematizou
como objetivos terapêuticos para ajudar o cliente a descobrir novos significados para o seu
passado, presente e futuro: propósito da sua vida, compreensão de si próprio, modos de viver
e de se relacionar e os seus papéis sociais. O foco do trabalho terapêutico, que procura
clarificar significados passados, presentes e futuros, pode incluir as distorções cognitivas,
dificuldades de aprendizagem, regulação afetiva, dificuldades relacionais, confronto com
problemas e potencialidades, dificuldades de identidade, significação e projeção ao futuro.

A logoterapia de Viktor Frankl tem o objetivo de auxiliar o ser humano a encontrar a


cura para o vazio existencial, apenas a pessoa tem essa capacidade de encontrar o sentido, o
analista funciona como um mediador, um facilitador, que irá usar da escuta clínica e mediar
este feito, bem como interpretar as respostas do paciente, sugerindo meios, estimulando a
capacidade do próprio indivíduo em direção à cura, neste caso só ele deve responder e
manejar sua existência, de acordo com os quatro princípios da logoterapia o homem é
espiritual pessoal, tem poder de se autodeterminar, direcionar-se para significados e valores e
autotranscendente. (FRANKL, 2003).

Atualmente, observa-se que cada dia aumenta as estatísticas de pessoas que possuem
recursos válidos para ter uma vida melhor, mas nem sempre existe um sentido na vida.
Algumas pessoas que ainda não encontraram o sentido para viver, independente do motivo,
portanto todo ser humano possui suas inclinações e individualidades. A logoterapia se dispõe
a contribuir para que o paciente possa encontrar este sentido, sugerindo ao indivíduo
caminhos que lhe conduza descobrir valores no mundo objetivo e promover um sentido para a
vida. Esta abordagem de psicoterapia auxilia o indivíduo na sua auto-transcendência ou
renunciar-se, à caminho do mundo exterior. Desta forma o processo de transcendência do
sujeito necessita haver algo ou uma pessoa a quem se invista ou ame, ter algo a executar em
prol da realização. (FRANKL, 1989).

O papel da logoterapia é melhorar o indivíduo a descobrir o sentido de sua vida, pois é


a maior energia motivadora do ser humano é de se encontrar sentido, essa energia é o que o
fortalece a “cede” de vida. Na modernidade o sujeito necessita encontrar um sentido para a
sua existência. Portanto, realizou um efeito terapêutico atribuído a vida do indivíduo e a
batalha do sofrimento existencial (SANTOS,2013).
39

A procura pelo sentido é livre, considerando o sujeito imerso as circunstâncias. Mas


para decidir, essa liberdade acarreta capacidade de lidar em todas as situações, adquirindo
propósito e sentido. A vida é uma só, o significado modifica de homem para homem, de
forma que todos devem agir e escolher através das próprias necessidades. Para a logoterapia o
sujeito até no extremo da aflição consegue dar respostas. Por ser responsável, jamais vítima,
mesmo se deparando nesta situação, pode assim escolher, pode até não ser livre das
circunstâncias, mas é livre para decidir se vai lidar com ela, ou procurar formas de encarar o
fato. (FRANKL, 1989).

A logoterapia desenvolve na pessoa seu terreno observável de valores da totalidade


ao alcance, e na possibilidade de efetivações de sentido, comprova que a partir da dimensão
noética ou espiritual é possível acessar as possibilidades de valores, responsabilidade e
liberdade com isso encontrar o sentido, entendendo que o noético se distancia da doença
psíquica. Esta se aproveita de algumas técnicas com finalidade de realizar uma orientação ao
paciente com o objetivo de atingir o equilíbrio e libertação espiritual, estas técnicas não são
programas teóricos fechados previstos, depende de cada paciente, pois a necessidade de
ferramentas e sistemas teóricos é capaz de levar uma interpretação somente aproximada.
Neste contexto é um erro as verdadeiras motivações pessoais, sem a consideração da
“natureza” interna do indivíduo, assim ao usá-las é necessário possuir segurança e
entendimento clínico. (NETO, 2013)

O laço de paciente e terapeuta, na sessão da logoterapia, nada tem a ver com uma
relação de poder, vai além dos seres humanos num encontro das existências logoterapeuta, é
capaz de realizar transcendência e adentrar verdadeiramente em seu paciente por meio da
empatia por ser característica fundamental do terapeuta. No momento em que o sujeito busca
a psicoterapia normalmente está em busca de um sentido no seu sofrer. Por meio deste
desespero vivenciado pelo paciente a logoterapeuta pode mostrar ao paciente que ele detém a
liberdade para decidir por outras possibilidades, que sejam mais valorosas. Através do diálogo
o homem é capaz de ter um encontro vivencial e um caminho para acesso do “tu”. (SANTOS,
2013).

Em Frankl (2003) no momento em que o sofrimento é inevitável, o indivíduo ainda


tem a opção de fazer escolhas e discernir responsavelmente, pois os fatos, ou o passado, não
pode ter poder total sobre o homem, nem torná-lo escravo dos acontecimentos. Portanto, até
na dificuldade precisa-se encontrar um sentido. A logoterapia na qualidade técnica atua,
40

dentre outras três técnicas elaboradas por Victor Frankl que podem auxiliar o indivíduo em
seus problemas a encontrar um sentido, as quais são: a intenção paradoxal o diálogo socrático
e a de reflexão, estas por sua vez são técnicas podem impulsionam o sujeito para
autoconhecimento, através de um autodistanciamento, bem como a autotranscendência.

Frankl combate esta concepção de psicoterapia e sublinha que o sentido não se dá,
ou não se revela, por uma análise instrumental. Não é possível compreender a “natureza”
interna de uma pessoa através de sistemas teóricos ou cálculos aproximados (que podem
conduzir uma interpretação errônea das motivações da pessoa). O sentido, segundo Frankl,
deve ser encontrado, e não dado à pessoa. Contudo, cabe ao terapeuta interpretar as respostas
do paciente, para que também o sentido não seja resultado de análises reduzidas. Isto significa
dizer: o terapeuta tem papel fundamental na auto-descoberta do seu paciente. Ele deve indicar
os meios e não produzir uma nova pessoa. Deve considerar a capacidade do indivíduo de ser
portador da sua cura, e não objeto de reflexão (SANTOS, 2013).

Diante de uma situação de vazio e perda de sentido, a logoterapia surge com a função
de ajudar o indivíduo a encontrar sua cura. Ele mesmo é portador de sanidade para sua vida e
somente ele pode desvendar os mistérios que invadem sua pessoa. O terapeuta será um
facilitador, amigo confidente que desenvolve a atitude de escuta e oferece meios para que o
neurótico tome consciência da sua angústia e encontre a cura. O médico tem a
responsabilidade de purificar as aflições que atinge o paciente e conduzi-lo à harmonia do seu
espírito. Mesmo que seja sombria uma relação psicoterápica, a função do médico será sempre
de “energético da alma”, inserido na prática de consolar a alma do paciente (FRANKL, 1973).

No entanto, o ofício do médico não se presta na transmissão de conteúdo, de forma a


convencer o paciente da sua enfermidade e indicá-lo medidas necessárias para sua cura. Ele
não pode receitar sentido da vida, invadir a interioridade do seu paciente para a aquisição de
valores e mudanças de atitudes, assim como não pode predizer as incertezas e as aflições que
o angustiam. Portanto o médico não pode dar sentido à vida do paciente. Em última análise,
sentido nem pode ser dado, mas precisa ser encontrado” (CARVALHO, 1993).

Dessa forma, apresenta o ofício da logoterapia frankliana e suas práticas de tratamento


do paciente: uma logoterapia que tem como função a cura da alma na tentativa de restituir ao
homem a sua condição de sanidade (perdida pelas neuroses introjetadas na sua história de
vida) através de um método particular fundado no “encontro” e na conquista da liberdade.
41

Por tudo que foi exposto, percebe-se que a logoterapia, à medida do seu
desenvolvimento e ampliação, evoluiu de uma proposta inicial de complemento à
psicoterapia, para ser a terapia específica nos casos de neurose noogênica, avançando para ser
também uma escola de psicoterapia entre outras, chegando por fim, a apresentar-se como
possibilidade de um complemento para as outras psicoterapias. Consideramos que os
objetivos deste trabalho foram atingidos, pois o conteúdo estudado está de acordo com a
literatura vigente e pesquisada, e com o que propusemos inicialmente.

Foram pesquisados e expostos aspectos como: neuroses noogênicas, tédio existencial


(frustração existencial) e Logoterapia. Compreendemos que a partir do tédio existencial
surgem as chamadas “neuroses noogênicas”. Este tédio existencial (frustração existencial) se
dá com a perda do sentido da vida, em que o indivíduo não sabe mais se sua vida vale ou não
a pena ser vivida. Para o tratamento dessa neurose, Viktor Frankl criou a Logoterapia, a
psicoterapia que resgata a vontade de sentido.

6 CONCLUSÕES

Depois de realizada a análise dos resultados, através dessa revisão bibliográfica


compreendeu-se que existe vários conceitos que visam explicar o sentido de vida que o
homem vem adquirindo, bem como a falta de sentido, portanto esse tema se apresenta cada
dia mais pertinente, uma vez observado grande incidência de casos, faz-se pensar em uma
questão de saúde pública. Entende-se que a humanidade vive um vazio existencial que o faz
interrogar pela sua própria existência e pelo sentido que a vida pode ter. Nada tão agravante se
não fosse o grau elevado de neuroses e de perda de sentido existencial que colocam muitas
pessoas diante da morte psíquica e da degradação da sua vida.

Conclui-se que a tentativa de Victor Frankl em construir uma psicoterapia capaz de


ajudar o ser humano a descobrir o sentido da vida e de sublinhar o sentido como característica
essencial do ser humano, (ao demonstrar que o questionamento é uma matéria natural do
homem, pois ele é aquele que pergunta pelo seu próprio ser) marca uma reviravolta na ciência
psicológica e direciona a humanidade para o encontro consigo mesmo, pois ela se apresenta
como a ciência do mundo atual, que valoriza o homem na sua unidade, composto pelas
42

dimensões somática (fisiologia),psicológica (instintiva e cognitiva) e noética (do espírito,


principal fator de diferenciação do outros animais).

Dessa forma, o ser humano é uma unidade (na diversidade) bio-psico-noética, que tem
na última dimensão o seu grau superior. Ao encontrar o sentido da vida, o homem descobre
que nada está isento de sentido, nem mesmo suas experiências de sofrimento e de dor diante
das frustrações da vida. O homem será um ser à procura do sentido, porque acredita que o
sentido move a vida e direciona o indivíduo ao encontro da liberdade, da responsabilidade e
da transcendência. E que, na relação com o outro, ele pode descobrir e encontrar a si mesmo.

Portanto, o trabalho procurou demonstrar que toda a prática da logoterapia se


direciona para esta esta realidade: a busca de sentido. Desejo tal que nasce com o homem e
que se manifesta na sua vida, particularmente diante das neuroses que agravam sua existência.
A relevância de tal análise se prescreve na tentativa de propor à academia uma nova discussão
acerca da prática da logoterapia de Viktor Frankl. E,com isso, sublinhar a maneira como se
entende a natureza do homem e a patologia social que agrava a sua psique. Esta abordagem
abre caminho para novas pesquisas acercadas técnicas propostas por Frankl no processo
terapêutico.
43

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Ramiro Barcelos, nº 2600 (Santana) - CEP: 90.035-003 - PortoAlegre-RS. Email:
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