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CURSO DE PSICOLOGIA
MANAUS-AM
2019
DIANA ALMEIDA DO ROSÁRIO
MANAUS-AM
Dedicatória
lógico-analíticos, deuses-antropomorfizado
humana.
Agradecimentos
O vazio existencial se apresenta quando o indivíduo não encontra o sentido para a sua vida.
Este vazio se manifesta, principalmente, num estado de tédio, uma vez que estes se deixam
dominar pelas circunstâncias do cotidiano, o indivíduo age sem ter encontrado seus objetivos
e sem mesmo saber o porquê, distanciando-se da autenticidade. A Logoterapia com base no
resgate do conceito de vontade de sentido, pretende-se estabelecer tanto uma relação entre os
conceitos de pathos, finitude e morte quanto sua articulação com a perspectiva do Homo
patiens em Logoterapia; assinalando o lugar da culpa, da doença, da dignidade, da
responsabilidade e do sentido nesse contexto. Ademais, considerando a natureza do
sofrimento como inerente à constituição humana, a teoria de Viktor Frankl considera a
resiliência uma postura de e enfrentamento auto responsável do homem em resposta às
adversidades, as quais possibilitam ao homem superar-se. O estudo também pontua as
dimensões essencialmente humanas, enfatizando a dinâmica do Homo religiosus e a dimensão
noética como fatores fundamentais no processo de identificação, enfrentamento e superação
do sofrimento. O presente trabalho analisa e explicita a fundamentação e a prática da
logoterapia em Viktor E. Frankl, aborda a natureza do homem, como ser de liberdade e
responsabilidade, e a contribuição que a logoterapia pode oferecer para o tratamento das
neuroses do indivíduo.
El vacío existencial se presenta cuando el individuo no encuentra el sentido para su vida. Este
vacío se manifiesta, principalmente, en un estado de aburrimiento, una vez que estos se dejan
dominar por las circunstancias de lo cotidiano, el individuo actúa sin haber encontrado sus
objetivos y sin siquiera saber el por qué, distanciándose de la autenticidad. La Logoterapia
basada en el rescate del concepto de voluntad de sentido, se pretende establecer tanto una
relación entre los conceptos de pathos, finitud y muerte como su articulación con la
perspectiva del Homo patiens en Logoterapia; señalando el lugar de la culpa, de la
enfermedad, de la dignidad, de la responsabilidad y del sentido en ese contexto. Además,
considerando la naturaleza del sufrimiento como inherente a la constitución humana, la teoría
de Viktor Frankl considera la resiliencia una adaptación positiva del hombre en respuesta a las
adversidades, las cuales posibilitan al hombre superarse. El estudio también puntualiza las
dimensiones esencialmente humanas, enfatizando la dinámica del Homo religiosus y la
dimensión noética como factores fundamentales en el proceso de identificación,
enfrentamiento y superación del sufrimiento. El presente trabajo analiza y explicita la
fundamentación y la práctica de la logoterapia en Viktor E. Frankl, aborda la naturaleza del
hombre, como ser de libertad y responsabilidad, y la contribución que la logoterapia puede
ofrecer para el tratamiento de las neurosis del individuo.
The existential void presents itself when the individual does not find meaning for his life. This
emptiness manifests itself mainly in a state of boredom, once these are allowed to dominate
by the circumstances of everyday life, the individual acts without having found his goals and
without even knowing why, distancing himself from authenticity. Logotherapy based on the
rescue of the concept of will of meaning, aims to establish both a relationship between the
concepts of pathos, finitude and death as well as its articulation with the perspective of Homo
patiens in Logotherapy; pointing out the place of guilt, illness, dignity, responsibility and
meaning in that context. Moreover, considering the nature of suffering as inherent in the
human constitution, Viktor Frankl's theory regards resilience as a positive adaptation of man
in response to adversities, which enable man to overcome himself. The study also points to
essentially human dimensions, emphasizing the dynamics of Homo religiosus and the noetic
dimension as fundamental factors in the process of identification, coping and overcoming
suffering.The present work analyzes and explains the reasoning and practice of logotherapy in
Viktor E. Frankl, discusses the nature of man, as a being of freedom and responsibility, and
the contribution that logotherapy can offer to treat the individual's neuroses.
Key words: existential emptiness, noogenic neurosis, logotherapy and meaning in life.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..........................................................................................9
2 MARCO TEÓRICO.............................................................................11
2.1 O Sentido............................................................................................11
4METODOLOGIA..................................................................................31
4.2 Procedimentos....................................................................................34
5 DISCURSÕES DE
RESULTADOS........................................................................................36
CONCLUSÃO..........................................................................................41
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................42
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INTRODUÇÃO
Haja vista que a busca pelo sentido da vida é uma atividade natural do ser humano,
somente ele é capaz de se interrogar por sua existência e discutir a problematicidade do ser.
Pois o homem procura por razões em participar da história e, na história conceber vida e dar
sentido a ela. Todavia, na tentativa de conceder ao homem sua dimensão de liberdade, de
missão e de transcendência – perante a catástrofe em massa da ideologia, do imperialismo
cultural e da coerção psicológica que definem a consciência humana. Victor Frankl criou uma
Logoterapia capaz de conduzir o homem a questionar-se sobre sua própria pessoa e descobrir
o sentido último de cada ação e de toda sua existência. Por esse motivo, ele pode ser
conhecido como o “médico da doença do século XX”, ao saber: o vazio existencial (LUKAS
1984).
Desta forma a logoterapia vem ser uma escola psicológica de natureza plurificada, de
caráter fenomenológico, existencial, humanista, que acabou lembrada como a Psicoterapia do
Sentido da Vida, tendo como criador o psiquiatra austríaco Viktor Emil Frankl (1905-1997).
Foi denominada também como a Terceira Escola Vienense em Psicoterapia, sendo a
Psicanálise Freudiana a Primeira e a Psicologia Individual de Adler a Segunda (MOREIRA,
2010).
sociais do sujeito, e é única que agrega a dimensão noética, o qual se identifica como a
principal diferença da logoterapia em relação a outras abordagens. (LUKAS 1984).
2. MARCO TEÓRICO
2.1. O sentido.
em baixa quantidade, para eles o valor era realmente manter a subsistência. Os períodos e
épocas trouxeram consigo gradativamente alguns desenvolvimentos, os seres humanos foram
elaborando o meio para se comunicar e se articular, logo, foram-se perpetuando seus
símbolos, crenças e seus valores. Sem dúvida, no seu livro: Um sentido para a vida nos
mostra que o desejo de sentido consiste em um “valor de sobrevivência” (SANTOS,2013).
peculiar de um sujeito, um sentido para si, independente do fazer sentido a outrem. Seria o
que torna evidente a vida de uma pessoa, ao invés do que poderia valorizar determinada
sociedade ou mesmo a humanidade inteira. (PEREIRA, 2015).
Com o sentido das teorias e da psicologia o sentido da existências pode ser mais
debatido e entendido historicamente, e alguns pesquisadores iriam de contra ou diferiam dos
seus conceitos a respeito do enunciado, exemplo de Frankl que não concordou do “princípio
do prazer” de Sigmund Freud, ele discordava também de Alfred Adler, afirmando que os dois
falharam no momento de relacionar o equilíbrio interno com fato da diminuição de tensões,
acreditou que apenas o estímulo servira de alivio destas tensões não provocaria sentido a vida
(PEREIRA, 2007).
Ao procurar o sentido, este homem não tem qualquer relação de necessidade com uma
preocupação de excluir sua ansiedade, no começo. Portanto não é prazer e nem poder que
instiga o homem, mas sim a anseio pelo sentido, se fosse o prazer que desse sentido a vida,
neste caso a vida de fato não possuiria sentido. Se na hipótese dependesse só do prazer, ela,
portanto seria carecida de qualquer sentido particular. (FRANKL, 1989).
entanto, ela pode estar sendo exercida como terapia para a humanidade ao passo que resgata
um sentido para o homem, a reconhecer a vida do homem e a imprimir nele o senso da
solidariedade. Unicamente nesta perspectiva a literatura moderna poderá se transformar em
um pólo de ajuda para o ser humano. Portanto, para Frankl, “em nossos dias um número cada
vez maior de indivíduos dispõem de recursos para sobreviver, mas não de um sentido pelo
qual viver” (FRANKL, 1989).
A busca desse sentido se dá através do anseio pelo sentido, é ela que direciona para
uma realização do sentido, e como consequência busca um motivo para ser feliz, e essa
felicidade aparece como efeito colateral ao encontro do sentido. (PEREIRA, 2015).
É por isso que Vithor Frankl diz que “não se deve buscar a felicidade, pois ela se
realizará espontaneamente quando houver uma razão para ser feliz” Pereira (2015),traz
citando Frankl, que um dos acontecimentos mais imediatos da vida é notar que o homem é
impulsionado pelos instintos, porém contido pelo sentido, ou seja, ele sempre será preciso em
tomar a decisão de realizar ou não o sentido, sempre sendo implicada uma tomada de decisão.
O ser humano não só tende a perceber o meio como uma organização cheia de sentido, mas
também procura encontrar um significado que apresente a ele próprio como sendo um
indivíduo com um objetivo a cumprir, ou seja, no intuito de encontrar uma justificativa para
sua existência (CARVALHO, 1993).
pós-guerra, futuramente. O sentido existe até no último momento. Mesmo diante daquilo que
denominou de “tríade trágica”, consiste em: dor, culpa e a morte é mesmo assim capaz de
encontrar o sentido. Revela que o ser humano necessita encontrar sentido, portanto a falta dele
atrai frustração e sofrimento. E o homem é capaz de se sentir motivado diante do vazio. O
desamparo vem como sofrimento sem ser entendido, desesperador, contudo se torna
necessário priorizar um sentido para evitar o sentimento de desesperança. Circunstâncias, por
ser mais variadas possíveis, ao se depararem com um sentido nesta, pode haver transformação
em forma de realização Individual. (FRANKL 1993).
A ajuda incondicional da existência de sentido, não quer dizer que sempre esse vai ser
encontrado direto e instantaneamente de uma forma transparente e adequada. É por isso que
Frankl traz que o ser humano pode localizar e descobrir o sentido de sua vida através de três
caminhos fundamentais com três experiências basicamente humanas. São eles os valores
criativos e inovadores, valores vivenciais e valores de atitudes. Nos valores criativos o
indivíduo acaba deixando algo para o mundo através de suas criações, de seu trabalho, em que
exerce ações que acredita serem importantes e plenas, não só através de um emprego, mas de
qualquer atividade que ela considere significativa (KROEFF, 2014).
Nos valores vivenciais ele percebe que não é habilitado apenas de dar algo de si para o
mundo, como também ganha algo do mundo, que permite diversas atividades e encontro com
outras pessoas e vivência com a natureza e as artes, a experiência mais intensa dos valores
vivenciais é o encontro com outro ser humano e descobrir a sua unicidade, a sua
singularidade, entender o potencial que pode levá-lo a se tornar uma pessoa mais completa. E
por último os valores de atitude, que se constituem pela postura ativa diante das circunstâncias
da vida, principalmente em situações de sofrimento (HERRERA, 2007).
Uma relação continua dos valores atitudinais com a logoterapia é no encontro com o
sentido de estar aflito, em que Frankl (1973) coloca que o indivíduo tem a oportunidade de
amadurecer, de crescer, observando que o processo de sofrimento é a base para o
enfretamento. A discussão com os acontecimentos que ocasionaram por consequência do
destino é a base para o enfrentá-los, por isso se algo nos leva a padecer é porque nos
distanciamos do problema e lhe viramos as costas. Apresenta ainda que o sofrimento guarda o
indivíduo da apatia, pois quando estamos angustiados continuamos a viver na esfera anímico-
pessoal, e claramente esse procedimento nos faz amadurecer e crescer, nos tornando seres
mais ricos e poderosos, por esse motivo o sentido do sofrimento se caracteriza não por parar
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E Kroeef (2014tgt), põe como Frankl explicava o caminho para a busca de sentido do
sofrimento, em que ele evidencia que o sofrimento não há necessidade para o encontro de
sentido, mas que o sentido é plenamente possível mesmo em situações de sofrimento. Mas se
o indivíduo não encontra sentido em que transforme sua existência algo único, através de seus
valores ele vivencia o que Vithor Frankl denomina de vazio existencial, que resulta de
frustração existencial, mas que pode ser substituído pela vontade de sentido.
A percepção dos objetos para cada ser humano merece ser único. As pessoas precisam
buscar o sentido da vida, mesmo deixando valores, pois estes são repassados através da
tradição, assim com a ruptura desta, os valores são outros a serem sucumbidos, porém as
significações por serem singulares, são subjetivas e necessitam ser assim uma decisão do
individuo. As potencias psicológicas, externas do ambiente e culturais interferem no homem
perante sua situação no mundo. O homem não é livre das condições, pois não tem o controle
das circunstancias e não são dependentes de seu desejo ou compromisso, este é livre para
fazer escolhas e se colocar diante dos fatos corriqueiros em sua existência. O objetivo do
homem perante a vida gera angústia, pois se torna responsável da própria existência e possui
liberdade de escolhas de sua vida. (FRANKL, 2005).
Por isso há de se declarar que, de uma forma ou de outra, o ser humano está sempre à
procura de um sentido para a vida, ainda bem mais diante de uma condição de vazio
existencial. Este desejo primário é decorrente das situações vividas pelo indivíduo ao longo de
sua história. O anseio de sentido é uma indicação que ele é insatisfeito e por isso procura
sentido para suas frustrações. De acordo com Frankl, pela ausência de ciências capazes de
considerar o homem na sua globalidade: algumas constroem seus métodos pela relação
estímulo-reação, ou seja, reduzem a capacidade humana a fatores de funcionalidade e prática
E não percebem que o homem necessita de ferramentas necessários para responder às suas
situações adequada e dar sentido a seus questionamentos (KROEEF 2014).
Para Frankl, o homem deve ser reconhecido pela sua potencialidade. Este é um indício
da sua existência. Ao procurar sentido, ele procura saúde mental. De outra forma, quando
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rejeita o sentido, despreza sua própria vida, já que não encontra prazer e nem a definição pela
sua existência. Portanto, a procura do sentido é uma questão de sobrevivência, pois, segundo
Albert Einstein, “o homem que considera sua vida sem sentido, não é simplesmente um
infeliz, mas alguém que dificilmente se adapta à vida” (FRANKL,1989).
por ser libertadora, torna a vida humano um repetido angustiar-se por conta da dificuldade por
ser imerso geralmente em variadas possibilidades (HEIDEGGER 1987 Apud, CAMON
2003).
Devido a modernidade advinda da globalização permitiu nova vida, o valor não é mais
só a sobrevivência. Portanto as facilidades da vida contemporânea requerem pressa,
consumismo exacerbado e desmedido. A sociedade morre a cada dia sem dar conta. O ser
humano age sem entendimento em seus projetos, sem ter ideia do porquê está agindo, só
continua o fluxo, sem reflexão, muito menos sentido, procura mais e mais riquezas, promete
guerra por mais território e luta pelo poder, e com isso destrói a vida, promovendo uma
confusão dos valores (SANTOS,2013).
Se diz que o homem e o animal são seres iguais não havendo qualquer diferença de
ordem superior. Esta tendência que é consequência da visão reducionista, define o homem
como um agregado das influências sócio-cultural-biológico-psicológico, determinado às leis
da natureza e à sua condição finita diante da realidade. A ele, é negado o protagonismo, a
liberdade e o poder de decisão. O vazio existencial nada mais é que um momento de perda de
sentido na vida. O indivíduo age sem ter encontrado seus objetivos e sem mesmo saber o
porquê está agindo: “há uma insatisfação remota, um sentimento de tristeza, uma esterilidade
existencial aliado com uma perda dos objetivos e metas da existência” (RODRIGUES, 1991).
Ao resolver normalmente demanda uma certa preocupação, pois quando se optam por
um caminho o outro é passado pra traz, na ocasião de gerar a seleção, algo acaba se perdendo
em relação ao anterior. Os percursos, e a liberdade resultam em uma responsabilidade de
decidir, assim entende-se que existe um temor por parte do homem da sua liberdade própria,
pois a consciência de fazer escolhas torna o ser humano um indivíduo responsável. Porém na
ocasião que o homem não utiliza de sua liberdade de definir esta atitude acaba em perda de
sentido da existência e fingimento. As maiores mudanças no espaço atual cercam as pessoas e
suas emoções. Muitas não são compreendidas pelos sujeitos, que se sentem usados pelo temor
e pela invalidade (BAUMAN, 1998).
Ela está conceituada no niilismo (origina-se em latim da palavra “nihil”, que significa
“nada”. Este conceito foi abordado por Nietzsche, que o retratou como, ausência de convicção
em que se encontra o ser humano, após depreciação de qualquer crença), particular de cada
indivíduo, que se caracteriza pela ausência de sentido da vida: perda das referências e da
singularidade da existência do homem, niilismo, na atualidade, é a máxima expressão do
reducionismo. O ser humano é entendido na sua utilidade e, analogamente, se caracteriza
como uma máquina, capaz de operar dados e respeitar, a um sistema pré-determinado que
guie todas as coisas, isto quer dizer: o ser humano instrumentalizado passou a agir em função
do ter. Com isso, desenvolveram-se várias patologias de origem existencial. Ele não consegue
descobrir os seus desejos e, muitas vezes, perdeu o sentido de suas decisões. A sua
consciência nada mais é que a reprodução da condicionalidade. (FRANKL, 2008).
De acordo com ANGERAMI (2002), uma situação de neurose pode ser identificada
pelo tédio, que pode levar o ser humano a provocar uma desvalorização própria da vida e o
sentido que é dado a ela. O estado de exacerbação do tédio permite chamá-la de “neurose de
massa”, formada por uma tríade: depressão, agressão e toxicodependência:
Em virtude da auto-trancendência da existência humana o homem é um ser em busca
de sentido. Ele é dominado pela vontade de sentido. Hoje contudo, a vontade de
sentido está frustrada. Cada vez mais os pacientes voltam a nós psiquiatras
queixando-se de sentimentos de falta de sentido de vazio, de uma sensação de
futilidade e de absurdo. São vítimas da neurose de massa hoje (FRANKL, 1989, p.
82).
A escassez de sentido acaba resultando em neurose. Por isso, uma terapia unicamente
poderá progredir, se considerar a dimensão noética do indivíduo, pois sua condição humana
está além da sua dimensão psíquica (como também da biológica). Nesta perspectiva, cabe a
psicoterapia combater os desafios apresentados pelo niilismo, em decorrência dos valores
prescritos no mundo atual, afim de transmitir o valor de sentido na vida humana (PEREIRA,
2007).
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Em Frankl (1990) sobre essa análise diz que; o psiquiatra alemão Joachim Bodamer
explica que o tormento do homem “moderno” em relação a ansiedade é resultado do tédio. E
acrescentando que ilogicamente essas situações eram associadas diretamente a ausência de
realização por parte do sujeito no que diz respeito a sua aspiração por um conteúdo de vida.
Frankl traz em seus transcritos na última década do século XX que este foi conhecido como o
século da ansiedade, e por isso se concedia a isso muitas tensões psíquicas/noéticas, mas que
ele não concordava em sintetizar essas crises ao elemento da ansiedade, pois outros povos e
em outras épocas tiveram condições tal quais constrangedoras como as dos século XX e não
ocorreu tamanha culpabilidade relacionada a isso.
E o que é mais assustador é que essa insatisfação existencial não gera apenas o
neuroses, mas também gera motivação no indivíduo em criar alternativas de suicidar-se. Já
que ele está diante de um caos na sua vida, e mesmo quando não tem forças nem para o
realizar o suicídio vivem em um suicídio paulatino morrendo de forma lenta, quando não
realiza mais nenhuma atividade e vive apenas num ambiente negativo, essa frustração é
resultante do vazio existencial que gera no sujeito o tedio, a impassibilidade a sensação de
falta de futuro, que são respostas empolgantes e excitam a neurose noogênica que é quando a
frustração existencial se torna patogênica (Carvalho, 1993).
Lukas (1992) diz que uma das razões que influenciam a idéia de suicídio é o modelo.
Quanto mais o indivíduo for desiquilibrado psiquicamente, terá mais motivos de ser
estimulado por modelos, compostas por questões sociais e socioculturais, e ainda um modelo
mais apropriada no que diz respeito ao ato de pôr fim a própria vida: o modelo familiar. Esse
modelo é sem dúvida o mais provocante para que outros episódios de tentativa e consumação
de suicídio aconteçam, ele trata como um dos aspectos que favorecem os casos de suicídio, a
“indiferença total”. Que seria o vazio interior, caracterizada pela falta de valorização de toda
a existência, o que gera a sensação de ausência do sentido da vida, que é quando o sujeito
busca algo que possua todas as possibilidades de suplantação de crises existenciais. Contudo o
ser humano é um ser altamente frágil, e na maioria das vezes não suporta o próprio
entendimento da sua fragilidade, é o que faz sentido. E essa busca não tem bom êxito, então
ocorre a “frustração existencial” e neurose noogênica.
esvaziado de sentido, e talvez a morte seja a única solução para dar fim a essa angústia
diante do vazio. Exatamente o que nos evidencia Shneidman (1996, p. 7), ao afirmar que “a
dor psicológica é o ingrediente básico do suicídio”. A morte, em outras palavras, é uma
tentativa de fugir dessa dor. Por isso, o autor afirma como a questão mais importante ao
abordar um paciente com potencial suicida, é simplesmente perguntar: Onde dói em você? E,
Como eu posso lhe ajudar? Do contrário questionar sobre história familiar ou pedir exames
clínicos.
Assim Frankl deu início a utilizar o termo Logoterapia, sendo que esta inclui uma
técnica própria, para tratar algumas situações de neurose noogênica. Já a análise existencial é
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a visão de mundo que orienta a psicoterapia como um todo, independente do quadro clínico
do paciente. A Logoterapia, que também passou a ser conhecida como terceira escola
vienense de psicoterapia, possui um conjunto de conceitos que se entrelaçam
sistematicamente (PEREIRA, 2012).
Viktor Frankl defendia que toda psicoterapia tem como paradigma uma visão de
mundo e de homem. No entanto, nem sempre as abordagens deixam isso claro (REHERA,
2007).
Quando o sentido de vida não está junto na vida da pessoa, esta poderá viver uma
experiência no vazio existencial. A logoterapia pretende ampliar a capacidade da pessoa de
assimilar todas as possibilidades existentes de sentido em sua vida, selecionando para realizar
aquelas que entende que seja mais significativas. Não há um sistema padronizado sobre como
dirigir sessões de psicoterapia, porém são passadas orientações, a partir da concepção
filosófica da logoterapia, baseada principalmente em Max Scheler, e no exercer
psicoterapêutico de logoterapeutas, principalmente de Viktor Frankl e Elisabeth Lukas (R.
RODRIGUES,1991).
A logoterapia pretende: ampliar o que devia ser considerado no estudo das neuroses,
incluindo “as categorias dos valores e do sentido” (Frankl, 1991b, p. 118). O que implica em
incluir a dimensão antropológica espiritual do ser humano, transformando a díade de estudo
“herança e ambiente”, num tripé que inclui “a pessoa que escolhe livremente”, acrescentando
que “não pode bastar-lhe à psicoterapia de hoje capacitar ao homem para gozar ou trabalhar.
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Tem que capacitá-lo em certo sentido, para sofrer” (Frankl, 1991b, p. 127), já que “o
sofrimento é elemento inescapável da existência “(KROEFF, 2000).
Frankl foi influenciado exclusivamente pela filosofia dos valores de Max Scheler
(filosofo fenomenologista e adepto às considerações de Heidegeer), e pela psicanálise de
Freud. Frankl foi também influenciado pelo pensamento religioso – a vida do homem consiste
em viver conforme os valores, e há um núcleo de espiritualidade e uma atividade específica
na sua vida; o sofrimento, a culpa e a ansiedade podem ter algum papel positivo – e por sua
própria experiência como prisioneiro dos nazistas num campo de concentração, no qual
encontrou suporte para a ideia de que, mesmo nas ocasiões mais adversas, o ser humano pode
optar o modo de se confrontar com essas circunstâncias (R. RODRIGUES, 1991).
independente, próprio e que tem suas próprias leis” (Frankl,1991a, p. 117), capaz de, por meio
da “capacidade de oposição do espírito”, antagonizar-se com o que se pode denominar a
dimensão psicofísica. A logoterapia considera que esta antagonização é possível até em
vivências de sofrimento e na aproximação da morte, por meio do valor de atitude (KROEFF,
1998; 2000).
Seria impossível que Frankl pudesse ser mais claro e explícito: é na imagem de
homem e na sua filosofia de vida que temos a chave para a psicoterapia. E sobre isto, veja o
que disponibiliza a logoterapia: “O conceito de homem da logoterapia está baseado em três
pilares, a liberdade da vontade, a vontade de sentido, e o sentido da vida”. Frankl, tendo
como incentivo primário e básico, o desejo de descobrir sentidos, os quais são obtidos pela
efetuação de valores. Sua proposta de imagem de homem separasse das visões biologistas,
psicologistas e sociologistas, pois, como diz Fizzotti, “estas esforçam-se por reduzir o homem
a um esquema demasiado simples: instinto, autômato com simples reflexos, mecanismo
anímico, resultado de forças produtivas e econômicas” (FIZZOTTI, 1981).
Não é uma questão de omitir estas forças, mas de não supervalorizá-las. Logoterapeuta
não esquece o estado psíquico e psico-física do homem, sua estrutura pulsional, a importância
da infância, do ambiente e do que aprendeu no passado. Porém, conclui este esquema passado
afirmando no homem uma dimensão espiritual; dentro desta dimensão, o homem pode
estabelecer uma tarefa por si mesma, e não para resolver suas tensões internas. Pode fazer esta
tarefa porque a considera justa e importante, e não porque lhe consente satisfazer seus desejos
ou minimizar o peso de suas aspirações sociais. A logoterapia, portanto, substitui a fórmula
nihilista de que o homem ‘é somente’ (um animal mais evoluído, um produto do acaso...) pela
fórmula positiva de que o homem é ‘muito mais do que’ (LUKAS, 1992).
Então, o que é logoterapia? Não é a logoterapia também uma psicoterapia? Para dar a
resposta a esta questão há que se gerar uma distinção quanto ao tipo de neurose que apresenta
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Pode-se observar aqui que Frankl é claro: dentre os pacientes com neurose noogênica–
uma das propostas originais de Frankl –, na qual a pessoa trata diariamente por muito tempo
com uma sensação de vazio existencial, ou com conflitos de valores, ou com a descrença no
sentido da vida, ou com a incapacidade de sua realização, a logoterapia é diferente de
psicoterapia. Diz ele: “A finalidade do que denominamos de logoterapia é inserir o logos na
psicoterapia; a finalidade do que denominamos análise existencial é incluir a existência na
psicoterapia” (FRANKL, 1978).
Esclarece o que significa incluir estes elementos na psicoterapia: o logos poderia está
introduzindo na psicoterapia uma reflexão sobre o sentido e os valores; a existência traria a
este campo de atuação do psicoterapeuta uma reflexão sobre a liberdade e o
comprometimento. Numa época em que se julgava serem estes elementos estranhos ao atuar
psicoterapêutico, ou no mínimo, não centrais, a logoterapia vinha possibilitar ao ser humano
necessitado a sua terapêutica específica (KROEFF,2007).
Não nos esqueçamos de que Freud, em carta à princesa Bonaparte, via a preocupação
com o sentido da vida como uma manifestação de doença, o que contrasta radicalmente com
Frankl, que vê nesta preocupação uma manifestação de saúde do ser humano. Ao lidar com
neuroses psicogênicas, entretanto, não existe esta contraposição entre logoterapia e
psicoterapia: “Aqui a logoterapia não pode ser contraposta à psicoterapia, sendo apresentada
ela mesma uma entre as escolas de psicoterapia.” (FIZZOTTI, 1981).
Não quer dizer que Frankl, assim como outros autores, não tenham referido muitas
vezes suas formas de exercer. Nesta seção, almeja-se apresentar algumas orientações,
principalmente de Frankl, sobre objetivos e direcionamento de sessões de logoterapia. Uma
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das mais conhecidas passagens dos livros de Frankl é aquela na qual ele apresenta uma
resposta a um paciente, que depois de lhe dar uma fórmula centralizada do que seria a
psicanálise – deitar e contar coisas desagradáveis de se contar – solicitava a Frankl um
esclarecimento em uma frase, do que seria a logoterapia. A resposta de Frankl: “Bem, na
logoterapia o paciente pode ficar sentado normalmente, mas precisa ouvir certas coisas que
às vezes são muito desagradáveis de se ouvir”.
Logo depois ele reconhece que sua resposta simplifica demais as duas escolas, mas
admite que há elementos que podem ser comparados e diferenciados entre as duas, a partir das
fórmulas concentradas. Já que para a psicanálise os problemas do indivíduo estão muito
conectados aos conflitos entre suas instâncias psíquicas internas e a elementos antes,
reprimidos por este indivíduo, nada mais lógico que ela ser muito introspectiva e
retrospectiva, ou seja, centrar-se no interior do respectivo indivíduo e nos elementos
reprimidos no passado, que podem ser re-elaborados, ao serem trazidos de volta à
consciência. Já a logoterapia, por centrar-se na questão do sentido a ser realizado, o qual está
no futuro, tenderia a ser mais prospectiva do que retrospectiva, ou seja, mais apontada para a
dimensão futura (LUKAS,1991).
Além disso, ao declarar que os sentidos a realizar estão no mundo e na integração com
os outros, e não em si mesmo, enfatiza que o indivíduo deve ir além de si mesmo para realizar
os sentidos- a característica humana de auto-transcendência, a logoterapia teria que ser menos
introspectiva. Ao buscar conscientizar o indivíduo do valor central que temo sentido e os
valores em sua vida, se está mostrando o paciente mais para seu futuro do que para seu
histórico (KROEFF, 2007).
Estas considerações de Frankl (1977) buscam evitar mal entendidos, sobre o destaque
que ele vê ser posto nas duas escolas, às direções retrospectiva ou prospectiva, ao
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Frankl criou diversas técnicas, mas ele é conhecido principalmente, mesmo entre
psicoterapeutas que não conhecem a logoterapia, pela técnica da Intenção Paradoxal. As
técnicas não o desviaram do foco a ser perdurado, pois para ele “o que importa em terapia não
são as técnicas, mas sim as relações humanas existentes entre o doutor e o paciente, ou o
encontro pessoal”, chegando inclusive a afirmar que“ um enfoque puramente tecnológico à
psicoterapia pode bloquear seu efeito psicoterapêutico” (LUKAS,1992).
Lukas concede também outras orientações muito precisas do atuar psicoterapêutico, facultando a
permissão para que o terapeuta seja “capaz de dizer ‘não’, um ‘não’ muito decidido, quando o paciente se sente
sujeito a determinantes infelizes que impedem o desenvolvimento de sua personalidade” (LUKAS, 1992, pag 32).
então, que não desejas continuar vivendo, que queres morrer?’ (Reflexo), nem tampouco: o
muito bem depois de tudo pelo que passaste...’ (compreensão), mas dirá talvez: ‘E as tarefas
da vida que lhe aguardam?’ (RODRIGUES.1991).
Para Frankl, uma nova interpelação da psicologia precisará ser compreendida na sua
dimensão humana, que compreende o ser humano nos seus aspectos e ponto de vista
fenomênicos. A logoterapia, dessa maneira buscará o conceito de encontro presente no
existencialismo. O encontro vem ser uma experiência pessoal de interatividade entre o eu e o
tu (abordagem desenvolvida por Martin Buber), afirma que: “o encontro entre duas pessoas
vai além de um simples comparecimento do outro”. Na logoterapia, o encontro entre o
paciente e o logoterapeuta revela uma atitude de busca e cooperação (FRANKL, 1989).
rege em seus apelos e trata de algo, de alguma coisa. Este seguimento está implicado em
qualquer diálogo interpessoal. E a genuinidade da linguagem irá indicar a participação de
convivência e de encontro com o outro. Dessa forma, para Frankl, “A linguagem é mais que
mera auto-expressão. A linguagem está sempre apontando para algo além dela. Em outras
palavras, é sempre auto-transcendente – como a existência humana em sua totalidade”
(FRANKL, 1989).
Qualquer situação de encontro ou de estímulo para o ser humano, deve consistir uma
prática terapêutica que prime pela condição humana e pela centralidade do próprio paciente.
Nesta perspectiva (ao tentar descrever um caminho de terapia com o paciente), o primeiro
instante do encontro se estabelece através da relação paciente-terapeuta. Esta etapa se
caracteriza pela naturalidade e abertura do paciente com o médico. Depois, chega-se a uma
etapa denominada catarse, uma abertura da condição psíquica do paciente, confiança e
partilha das experiências vividas, principalmente com aquilo que o mais lhe angustia. A partir
daí, avança-se para uma abertura antropológica, que compreende uma fase de conhecimento
holístico do paciente, até alcançar a logoterapia específica, que irá realizar o quadro de
valores que mantém o sentido da vida do paciente (RODRIGUES, 1991).
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O indivíduo deve está receptivo para encontrar-se com a realidade e não fixar-se no
seu egocentrismo. Ele não deve sufocar suas afrontas, mas procurar sentido para elas.
Somente dessa maneira ele será suficiente de transformar uma catástrofe num triunfo. Ao
contrário, na medida em que um sujeito é tratado como simples coisa (reificação) e,
consequentemente remodelado em objeto (objetificação), na mesma medida seus próprios
objetos devem necessariamente sumir e assim sua qualidade de sujeito está do mesmo modo
esquecida (FRANKL,1989).
As técnicas logoterápicas vêm, portanto, apartar a pessoa do problema para que ela
possa enxergar o sentido da vida. As técnicas recolhem a cortina de fumaça para que
avistemos o sol do sentido. O próprio Viktor Frankl produziu duas técnicas – sobre as quais
trataremos aqui. Já outros especialistas, como Lukas, Crumbaugh e Maholick, Starlick, dentre
outros criaram testes e técnicas específicas para intervirem em circunstâncias distintivas, mas
todas ligadas ou inspiradas nos fundamentos da Logoterapia e Análise Existencial (TIAGO
DOMINGUES,2018).
Frankl (1986, 1984), diz que para alcançar as suas finalidades a logoterapia tem
proposto diversas técnicas de intervenção, nomeadamente:- Apelo – Intervenção mais diretiva
que consiste em recordar que cada ocorrência de vida tem um significado e/ou que o cliente
tem sempre a possibilidade de transformar a sua atitude em relação ao sofrimento - Diálogo
socrático – Tal como utilizado pela terapia racional-emotiva, consiste em colocar questões de
tal maneira ao cliente que este se torna cada vez mais consciente das suas decisões pré-
reflexivas, das suas expectativas reprimidas e do seu conhecimento até aí não admitido por
ele- Fast-forwarding – Consiste em encorajar o cliente a imaginar o tipo de cenários que
seriam consequências desta ou daquela escolha que ele possa fazer e questionar-se sobre os
significados daí proveniente para a sua vida- Intervenção paradoxal – Trata-se de encorajar o
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cliente a deixar de lutar contra as suas dificuldades e a evocar desejos ou propósitos intensos
mesmo que sejam muito embaraçosas ou aterrorizadores, para ele. Ou seja, o cliente é
solicitado a desejar aquilo de que tem medo. Esta técnica pode ser facilitada com algum
humor que ajude o cliente a distanciar--se das suas dificuldades e, no final, encará-las de uma
outra forma- De-reflexão – partindo do pressuposto que em certas perturbações os indivíduos
estariam exageradamente centrados em si próprios (estado de hiperreflexão) ao ponto de
economizarem a sua orientação para o exterior. Frankl, iniciou a técnica de de-reflexão que
consiste em encorajar o cliente a ignorar os seus sintomas e a orientar a sua atenção para o
mundo externo.
Esse tratamento pode se perpetuar por um longo período, e não somente às situações
breves. E, diferente do método tradicional da psiquiatria (a psiquiatria fez da mente um objeto
de estudo e por muito tempo simplificou a sua compreensão a uma mera utilidade a uma
técnica de métodos instrumental), a “intenção paradoxal” age independentemente da etiologia.
33
Ela não abrange sua pesquisa às causas originárias da neurose do paciente. Ela procura
abordar a doença no seu real estado. A terapia não descreve normas morais, nem procura
discorrer sua técnica num raciocínio lógico para compreender o indivíduo ou, ainda mais,
incentivar o paciente a seguir suas crenças particulares. Ao contrário, a logoterapia procura
agir como um oftalmologista a fim de proporcionar ao paciente uma visão real do mundo,
assim como ele é (RODRIGUES, 1991).
A segunda técnica é a Derreflexão. Esta é uma ferramenta peculiar para lidar com a
ansiedade. Não poucas vezes deixamos de identificar o sentido da nossa vida porque estamos
demasiadamente ocupados com um excesso exaustivo de preocupações. Para que consigamos
enxergar o sentido é preciso retirar o muro das preocupações vãs que geram ansiedade. A
ansiedade é apenas um reflexo de que estamos povoando nossa mente com coisas que não têm
sentido para nós. Ao retirar o “entulho” (que não tem sentido para nossa vida), resta a
“responsabilidade intransferível”, isto é, aquilo que o mundo espera de nós; o pré-requisito
que o mundo nos exige para que ele nos entregue o sentido da vida (TIAGO
DOMINGUES,2018).
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MÉTODOLOGIA
4.1 Tipos de pesquisa
4.2 Procedimentos
Foram utilizados como fontes de dados, livros, artigos científicos, periódicos. Também
realizamos consultas a livros e periódicos presentes na Biblioteca da Universidade Paulista
(UNIP) – campus Manaus. E por artigos científicos selecionados através de busca no banco de
dados do SCIELO, GOOGLE ACADÊMICO e da BIREME, a partir das fontes MEDLINE E
LILACS.
5. DISCURSÕES DE RESULTADOS
Deste modo, o terapeuta existencial, precisa conduzir para que a psicologia seja algo
vivo e sentido no esgotar de uma emoção, e bem longe das teorizações frias que se tornam
obscura à própria realidade da existência. A Psicologia Fenomenológica Existencial por atuar
trabalhando no indivíduo a necessidade capaz de conectar o seu projeto de vida, proporcionar
o resgate de sua identidade e autenticidade buscando sentido existencial e revertendo as
ideações suicidas, por exemplo (TEIXEIRA, 1988).
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O método da logoterapia tem por finalidade ajudar os indivíduos que sofrem ou não de
neuroses noogênicas a redescobrirem o significado e propósito das suas vidas, em situações
em que o sofrimento seja induzido por fatores externos ou por fatores internos, uma vez que
Frankl defendeu que o espírito humano é a capacidade para transcender e desafiar as
experiências corporais (por exemplo, as experiências dolorosas mas também as experiências
psicológicas (normais e perturbadas).Assim, assume importância a procura de significado
para o próprio sofrimento psicológico. Trata-se, portanto, de ajudar a descobrir o significado
da experiência – “O que é que eu posso fazer com esta situação? Em que é que esta situação
me desafia?” – fundamentalmente a partir de valores atitudinais, que podem ser atualizados
através da mudança da atitude individual em relação à situação (LUKAS, 1992).
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Atualmente, observa-se que cada dia aumenta as estatísticas de pessoas que possuem
recursos válidos para ter uma vida melhor, mas nem sempre existe um sentido na vida.
Algumas pessoas que ainda não encontraram o sentido para viver, independente do motivo,
portanto todo ser humano possui suas inclinações e individualidades. A logoterapia se dispõe
a contribuir para que o paciente possa encontrar este sentido, sugerindo ao indivíduo
caminhos que lhe conduza descobrir valores no mundo objetivo e promover um sentido para a
vida. Esta abordagem de psicoterapia auxilia o indivíduo na sua auto-transcendência ou
renunciar-se, à caminho do mundo exterior. Desta forma o processo de transcendência do
sujeito necessita haver algo ou uma pessoa a quem se invista ou ame, ter algo a executar em
prol da realização. (FRANKL, 1989).
O laço de paciente e terapeuta, na sessão da logoterapia, nada tem a ver com uma
relação de poder, vai além dos seres humanos num encontro das existências logoterapeuta, é
capaz de realizar transcendência e adentrar verdadeiramente em seu paciente por meio da
empatia por ser característica fundamental do terapeuta. No momento em que o sujeito busca
a psicoterapia normalmente está em busca de um sentido no seu sofrer. Por meio deste
desespero vivenciado pelo paciente a logoterapeuta pode mostrar ao paciente que ele detém a
liberdade para decidir por outras possibilidades, que sejam mais valorosas. Através do diálogo
o homem é capaz de ter um encontro vivencial e um caminho para acesso do “tu”. (SANTOS,
2013).
dentre outras três técnicas elaboradas por Victor Frankl que podem auxiliar o indivíduo em
seus problemas a encontrar um sentido, as quais são: a intenção paradoxal o diálogo socrático
e a de reflexão, estas por sua vez são técnicas podem impulsionam o sujeito para
autoconhecimento, através de um autodistanciamento, bem como a autotranscendência.
Frankl combate esta concepção de psicoterapia e sublinha que o sentido não se dá,
ou não se revela, por uma análise instrumental. Não é possível compreender a “natureza”
interna de uma pessoa através de sistemas teóricos ou cálculos aproximados (que podem
conduzir uma interpretação errônea das motivações da pessoa). O sentido, segundo Frankl,
deve ser encontrado, e não dado à pessoa. Contudo, cabe ao terapeuta interpretar as respostas
do paciente, para que também o sentido não seja resultado de análises reduzidas. Isto significa
dizer: o terapeuta tem papel fundamental na auto-descoberta do seu paciente. Ele deve indicar
os meios e não produzir uma nova pessoa. Deve considerar a capacidade do indivíduo de ser
portador da sua cura, e não objeto de reflexão (SANTOS, 2013).
Diante de uma situação de vazio e perda de sentido, a logoterapia surge com a função
de ajudar o indivíduo a encontrar sua cura. Ele mesmo é portador de sanidade para sua vida e
somente ele pode desvendar os mistérios que invadem sua pessoa. O terapeuta será um
facilitador, amigo confidente que desenvolve a atitude de escuta e oferece meios para que o
neurótico tome consciência da sua angústia e encontre a cura. O médico tem a
responsabilidade de purificar as aflições que atinge o paciente e conduzi-lo à harmonia do seu
espírito. Mesmo que seja sombria uma relação psicoterápica, a função do médico será sempre
de “energético da alma”, inserido na prática de consolar a alma do paciente (FRANKL, 1973).
Por tudo que foi exposto, percebe-se que a logoterapia, à medida do seu
desenvolvimento e ampliação, evoluiu de uma proposta inicial de complemento à
psicoterapia, para ser a terapia específica nos casos de neurose noogênica, avançando para ser
também uma escola de psicoterapia entre outras, chegando por fim, a apresentar-se como
possibilidade de um complemento para as outras psicoterapias. Consideramos que os
objetivos deste trabalho foram atingidos, pois o conteúdo estudado está de acordo com a
literatura vigente e pesquisada, e com o que propusemos inicialmente.
6 CONCLUSÕES
Dessa forma, o ser humano é uma unidade (na diversidade) bio-psico-noética, que tem
na última dimensão o seu grau superior. Ao encontrar o sentido da vida, o homem descobre
que nada está isento de sentido, nem mesmo suas experiências de sofrimento e de dor diante
das frustrações da vida. O homem será um ser à procura do sentido, porque acredita que o
sentido move a vida e direciona o indivíduo ao encontro da liberdade, da responsabilidade e
da transcendência. E que, na relação com o outro, ele pode descobrir e encontrar a si mesmo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Ed., 2007
CARNEIRO, C.; ABRITTA, S. Formas de Existir: a Busca de Sentido para a Vida. Revista da
Abordagem Gestáltica-XIV(2), P. 190-194, 2008.
FRANKL, V. E. (1970). The will to meaning. New York: The NewAmerican Library.
FRANKL, Viktor E. A presença ignorada de Deus. 10 Ed. Trad. Walter O. Sclupp eHelga H.
Reinhold. São Leopoldo, RS: Sinodal; Petrópolis, RJ: Vozes, 2007 Em busca de sentido: um
psicólogo no campo de concentração. Trad.Walter O. Schlupp e Carlos C. Aveline. 25 Ed.
São Leopoldo: Sinodal; Petrópolis:Vozes, 2008.Fundamentos da Logoterapia – na clínica
psiquiátrica e psicoterapêutica.Vol 2. Petrópolis: Vozes, 1995.Psicoterapia e sentido da vida.
Trad. Alípio M. de Castro. São Paulo:Quadrante, 1973.Psicoterapia uma casuística para os
médicos. Trad. Huberto Schoenfeldt.São Paulo: EPU, 1976.Um sentido para vida. Trad. Pe.
Victor H. S. Lapenta. Aparecida, SP:Santuário, 1989.
PERRASSO, V. OMS: Suicídio já mata mais jovens que o HIV em todo o mundo. (83)
3322.3222 contato@conbracis.com.br www.conbracis.com.br BBC Brasil.
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SARAIVA, C.B. (2010) – In Prefácio ao livro “ Suicídio nas prisões”. Porto: Legis.
STENGEL, Erwin. Suicídio e Tentativa de Suicídio. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1980.
TIAGO D., Duas Técnicas da Logoterapia Vithor Frankl, Blog logoterapia, 2018
http://academiadosentido.com/2-tecnicas-da-logoterapia-de-viktor-frankl/