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Unidade II

FUNDAMENTOS DA
TERMODINÂMICA

Prof. Dr. Francisco Xavier Sevegnani


Máquinas térmicas

Máquinas térmicas
 São dispositivos que operam em ciclos,
“recebendo” calor e trabalho.
Máquinas térmicas – podem ser:
 motores;
 refrigeradores;
 termobombas.

 Trabalho de deformação
volumétrica em ciclo de
transformações.
Máquinas térmicas

 Fonte de calor: é o corpo do qual o


sistema “recebe calor”.
 Fonte de trabalho: é o corpo do qual o
sistema “recebe” trabalho.
 Fonte quente: temperatura T1 e calor Q1.
 Fonte fria: temperatura T2 e calor Q2.
Máquina térmica recebe:
 calor Q1 da fonte quente;
 calor Q2 da fonte fria;
 trabalho W da fonte de trabalho.
Máquinas térmicas

Motor térmico
 Trabalha entre uma fonte quente Q1 e
uma fonte fria Q2.
 Transforma em trabalho parte do calor Q1.

T 1 Q1

Q1 - Q2 = W
MOTOR
TÉRMICO

T 2 Q2
Máquinas térmicas

Refrigerador ou termobomba
 O trabalho provém de uma fonte de
trabalho (motor elétrico, motor térmico,
motor hidráulico etc.).
 Às custas do trabalho W dada a fonte
quente, cria-se a fonte fria, em
refrigerador.
 Dada a fonte fria, cria-se a fonte quente
em termobomba.
T1 Q1

REFRIGERADOR Q2 – Q1 = W
OU
TERMOBOMBA

T2 Q2
Máquinas térmicas

Rendimento do motor térmico (η)


 Para motor térmico define-se rendimento
térmico de um motor térmico como:
W Q  Q2
  1
Q1 ou Q1 com   1

Coeficiente de Desempenho ou de
eficiência (CD)
 Para refrigerador e termobomba, define-
se coeficiente de desempenho ou de
eficiência como sendo:
Q2 Q1  W
CD  CD  CD  1
W ou W com
Máquinas térmicas: exemplo de
aplicação 1

 Um corpo de gás perfeito monoatômico


descreve, reversivelmente, o ciclo de
transformações esquematizado. A
transformação AB é adiabática
(CV = 3.R/2).
 Determinar o calor e o trabalho em cada
transformação e no ciclo.
 Calcular o rendimento térmico no ciclo e o
maior rendimento que se poderia obter
com as mesmas fontes.
Máquinas térmicas: exemplo de
aplicação 1

Solução
 AB adiabática
p AV A  p BVB  10.161,67  p B 481,67  p B  pC  1,602 atm
calor : QAB  0
p BVB p AV A
trabalho : WAB  n CV (TB  TA )  TB   TA 
nR nR
3  1,602 x48 10 x 16 
WAB  n R     WAB  124,656 atm.l
2  nR nR 
energia : U AB  QAB  WAB  0  (124,656)  124,656 atm.l
 BC isobárica
trabalho : WBC  area  p B (VC  VB )  1,602 .(12  48)  51,264 atm.l
pCVC pV
energia : U BC  n CV (TC  TB )  TC   TB  B B
nR nR
3 1,602 x16 1,602 x 48 
U BC  n R     U BC  76,896 atm.l
2  nR nR 
calor : QBC  WBC  U BC  51,264  (76,869 )  128,16 atm.l
Máquinas térmicas: exemplo de
aplicação 1

 CA isométrica
trabalho : WCA  0
p AV A pCVC
energia : U CA  n CV (TA  TC )  TA   TC 
nR nR
3 10 x16 1,602 x16 
U CA  n R     U CA  201,552 atm.l
2  nR nR 
calor : QCA  WCA  U CA  0  201,552  201,552 atm.l
 Ciclo
trabalho : Wciclo  W j  124,656  (51,264)  0  73,392 atm.l
calor : Qciclo   Q j  0  (128,16)  201,552  73,392 atm.l
Wciclo 73,392
     36,41 %
QCA 201,552
TA  TC p AVA pV
 max   T A  T C C C
TA nR nR
10 x16 1,602 x16

nR nR 160  25,632
 max    0,8398  83,98 %
10 x16 160
nR
Interatividade

O diagrama anexo representa o ciclo


térmico percorrido por n mols de um gás
perfeito em certa máquina reversível. A
transformação AB é adiabática. O
rendimento térmico do ciclo vale:
a) 45,33 % p (atm)

b) 12,46 % 8,32 A

c) 40,05 %
d) 20,0 %
e) 50,8 % B
C
V (1)
3 12
Resposta

Alternativa correta: “a”


Solução
 AB adiabática
p AVA  pBVB  8,32. 31,67  pB 121,67  pB  pC  0,82 atm
calor : QAB  0
pBVB pV
trabalho : WAB  n CV (TB  TA )  TB   TA  A A
nR nR
3  0,82 x 12 8,32 x 3 
WAB  n R    WAB  22,68 atm.l
2  nR n R 
energia : U AB  QAB  WAB  0  (22,68)  22,68 atm.l

 BC isobárica
trabalho : WBC  area  0,82.(3  12)  7,38 atm.l
pCVC pV
energia : U BC  n CV (TC  TB )  TC   TB  B B
nR nR
3  0,82 x 3 0,82 x12 
U BC  n R    U BC  11,07 atm.l
2  nR n R 
calor : QBC  WBC  U BC  7,38  (11,07)  18,45 atm.l
Resposta

 CA isométrica
trabalho : WCA  0
p AVA pV
energia : U CA  n CV (TA  TC )  TA   TC  C C
nR nR
3  8,32 x 3 0,82 x 3 
U CA  n R    U CA  33,75 atm.l
2  nR n R 
calor : QCA  WCA  U CA  0  33,75  33,75 atm.l

 Ciclo
trabalho : Wciclo  WAB  WBC  WCA  22,68  7,38  0  15,3 atm.l
Wciclo 15,3
   0,4533    45,33 %
QCA 33,75
Ciclo de Carnot

Ciclo de Carnot
 É o ciclo fundamental da termodinâmica.
 É um ciclo reversível composto de:
 Duas transformações isotérmicas em
temperaturas desiguais.
 Duas transformações adiabáticas.
 Pode ser ciclo motor ou refrigerador.
 A reversibilidade permite a conversão
de um no outro, através dos mesmos
estados.
 Duas fontes de calor Q1 e Q2.
 Uma fonte de trabalho.
Ciclo de Carnot

Ciclo de Carnot com gás perfeito


p
p
A  A
Q1

p B
B 
T1
p 
D D
C T2
p 
C Q2

VA VD VB VC V
Ciclo de Carnot

Ciclo de Carnot com gás perfeito


Expansão isotérmica AB:
U AB  0
V 
WAB  n R T1 ln  B 
V A 
QAB  Q1  WAB

Expansão adiabática BC:


QBC  0
WBC  U BC
WBC  n CV (T2  T1 )
Ciclo de Carnot

Ciclo de Carnot com gás perfeito


Compressão isotérmica CD:
U CD  0
V 
WCD  n R T2 ln  D 
VC 
QCD  Q2  WCD

Compressão adiabática DA:


QDA  0
WDA  n CV (T1  T2 )
WDA  U DA
Ciclo de Carnot

Ciclo de Carnot com gás perfeito


Trabalho no ciclo

W  WAB  WBC  WCD  WDA


V  V 
W  n R T1 ln  B   n CV (T2  T1 )  n R T2 ln  D   n CV (T1  T2 )
VA  VC 

V  V 
W  n R T1 ln  B   n R T2 ln  D 
VA  VC 

V 
W  n R (T1  T2 ) ln  B   Wciclo
VA 
Ciclo de Carnot

Rendimento térmico do ciclo de Carnot


W ciclo

Q1

n R (T1  T2 ) ln(VB / VA )

n R T1 ln(VB / VA )
T1  T2

T1
Q1 Q 2

T1 T2
Ciclo de Carnot

Coeficiente de desempenho ou de eficiência


(CD)

Q2
CD 
W

T2
CD 
T1  T2
Ciclo de Carnot

Enunciado de Carnot
“A transformação de calor em trabalho em
um processo permanente só pode ocorrer
em ciclos, nos quais o corpo operante
( sistema) ganha calor de uma fonte quente,
perde calor para uma fonte fria e transforma
essa diferença em trabalho”.

T1 Q1

Q1 - Q2 = W
MOTOR
TÉRMICO

T2 Q2
Ciclo de Carnot

Enunciado de Kelvin
“Não existe máquina térmica que extrai
calor de uma fonte e o converte no trabalho
equivalente, sem outro efeito.”
 O imprescindível “outro efeito” é a
cessão de calor residual à fonte fria.
 É impossível a mecanização integral
do calor extraído de uma fonte.
Ciclo de Carnot

Enunciado de Clausius
“Não existe máquina térmica que extrai
calor de uma fonte e o transporta para outra
mais quente sem outro efeito.”
 O imprescindível “outro efeito” é o
trabalho de acionamento que a máquina
recebe.
Ciclo de Carnot: exemplo de
aplicação 1

 Uma máquina térmica ideal opera em


ciclos de Carnot entre as temperaturas
T1 = 400 K e T2 = 300 K.
 Operando como motor, a máquina
recebe da fonte quente, em cada ciclo,
o calor Q1 = 1500 J. Determinar o calor
Q2 cedido à fonte fria, o trabalho do
motor e o seu rendimento térmico.
 Operando como refrigerador, a máquina
retira da fonte fria em cada ciclo o calor
Q2 = 1500 J. Determinar o calor Q1
cedido à fonte quente, o trabalho
consumido e o Coeficiente de
Desempenho (CD).
Ciclo de Carnot: exemplo de
aplicação 1

Solução
a) Motor
Q1 Q
 2
T1 T2

1500 Q2
  Q2  - 1125 J
400 300

W  Q1  Q2

W  1500  1125  W  375 J


W 375
   0,25 
Q1 1500   25%
Ciclo de Carnot: exemplo de
aplicação 1

b) Refrigerador
Q'1 Q'2
T1 
T1 T2
Q'1 Q'1 1500
  Q'1  - 2000 J
400 300
W
R
Q'1  W'  Q'2
Q'2
W '  2000 1500  W '  500 J

Q'2 1500
T2 CD    CD  3,0
W' 50
Interatividade

Dois motores de Carnot operam entre


fontes quentes diferentes e mesma fonte
fria, conforme o esquema anexo. As
temperaturas são T1 = 600 K, T2 = 400 K e T
= 300 K. Em um ciclo cada motor cede à
fonte fria o calor Q = 300 J. Para um ciclo, o
rendimento térmico do sistema, vale:
a) 80%
b) 60%
c) 30%
d) 50%
e) 40%
Resposta

Alternativa correta: “e”


Solução
Q1 Q Q1 300
    Q1  600 J
T1 T 600 300
Q2 Q Q2 300
    Q2  400 J
T2 T 400 300

W1  Q1  Q  600  300  W1  300 J


W2  Q2  Q  400  300  W2  100 J

W  W1  W2  300  100  W  400 J

W 400
     40%
Q1  Q2 600  400
Segunda lei da termodinâmica

Teorema de Carnot
“Dos motores térmicos que operam entre
as mesmas fontes, nenhum tem rendimento
maior do que o motor de Carnot.”
 Dadas duas máquinas térmicas operando
entre as mesmas fontes, uma C de Carnot e
outra X não de Carnot (a diferença
essencial entre elas consiste na
reversibilidade da primeira e na
irreversibilidade da última) C   X .
Segunda lei da termodinâmica

Teorema de Carnot – Corolário


“Todos os motores de Carnot que operam
entre as mesmas fontes possuem
rendimentos térmicos iguais.”
 O ciclo de Carnot tem rendimento
máximo dentre todos entre duas
temperaturas T1 e T2 (T1 > T2):

T1  T2 T
C  1 2
T1 T1
Segunda lei da termodinâmica

Teorema de Carnot – Corolário


 Do calor Q1 extraído da fonte quente, o
maior trabalho que se pode obter é
realizado pelo ciclo de Carnot, ele é:
 T 
W  1  2  Q1
 T1 
 Esse processo real sempre há
dissipação, logo, o trabalho extraído é
menor. O corpo operante “recebe” das
fontes os calores Q1 e Q2,
respectivamente.
Segunda lei da termodinâmica

Teorema de Carnot – Corolário


Em valor absoluto é:

| Q1 | | Q 2 |

T1 T2
 T2 é a temperatura mais baixa próxima
da máquina.
 Quanto maior for T1 (fonte quente), maior
será o rendimento do ciclo.
Segunda lei da termodinâmica:
exemplo de aplicação 1

Um corpo de gás perfeito percorre o ciclo


motor reversível esquematizado no gráfico
a seguir. Determinar:
a) O rendimento do ciclo.
b) O rendimento de um ciclo de Carnot que
operaria entre as temperaturas mais alta
e mais baixa que existem no ciclo.
Dados:

3 5
Cv  R , Cp  R
2 2
p ( atm )
A (1200K ) B (2400 K)
6

2 C (800K)
D (400 K)
V()
0 4 8
Segunda lei da termodinâmica:
exemplo de aplicação 1

Solução
a) Equação de Clapeyron
p AVA 6 x 4
p AVA  nRTA  nR  
TA 1200
atm x litro
nR  0,02
K
Wciclo  Área retângulo
Wciclo  (VC  VD ) ( p A  pD )
Wciclo  (8  4) (6  2)  16 atm x litro
Wciclo  16 atm x litro
 Calor das fontes quentes
5 5 5
QAB  n C p (TB  TA )  n R (2400  1200 )  n R 1200  0,02 1200
2 2 2
QAB  60 atm x litro
3 3 3
QDA  n Cv (TA  TD )  n R (1200  400 )  n R 800  0,02 800
2 2 2
QDA  24 atm x litro
Segunda lei da termodinâmica:
exemplo de aplicação 1

Solução
a) Calor das fontes quentes
QA  QAB  QDA
QA  60  24
QA  84 atm x litro
W 16
ciclo  ciclo   0,1904
QA 84
ciclo  0,1904  19,04%
b) Rendimento de Carnot
TB  TD 2400  400
Carnot    0,8333
 TB 2400
Carnot  0,8333  83,33 %

O rendimento do ciclo é menor do que o


rendimento de um motor de Carnot operando
entre suas temperaturas extremas.
Logo, o resultado é coerente com o
teorema de Carnot.
Segunda lei da termodinâmica:
exemplo de aplicação 2

Um corpo de gás perfeito percorre o ciclo


motor reversível esquematizado no gráfico
a seguir. Determinar:
a) O rendimento do ciclo.
b) O rendimento de um ciclo de Carnot que
operaria entre as temperaturas mais alta
e mais baixa que existem no ciclo.
Dados: 3 5
Cv  R , C p  R
2 2
Segunda lei da termodinâmica:
exemplo de aplicação 2

Solução
a) Equação de Clapeyron
p AVA 8 x3
p AVA  nRTA  nR  
TA 400
atm x litro
nR  0,06
K
( B  b) h
Wciclo  Área trapézio 
2
[(V  VD )  (VB  VA )]( p A  pD )
Wciclo  C
2
[(9  3)  (5  3)](8  2)
Wciclo   24 atm x litro
2
Wciclo  24 atm x litro
 Calor das fontes quentes
5 5 5
QAB  n C p (TB  TA )  n R (666,7  400 )  n R 266,7  0,06 266,7
2 2 2
QAB  40 atm x litro
Segunda lei da termodinâmica:
exemplo de aplicação 2

3 3 3
QDA  n Cv (TA  TD )  n R (400  100 )  n R 800  0,06 300
2 2 2
QDA  27 atm x litro

Calor das fontes quentes


QA  QAB  QDA
QA  40  27
QA  67 atm x litro
Wciclo 24
ciclo    0,3582
QA 67
ciclo  0,3582  35,82%

Rendimento de Carnot
TB  TD 666,7  100
Carnot    0,85
TB 666,7
Carnot  0,85  85 %
Interatividade

Um corpo de gás perfeito percorre o ciclo


motor reversível esquematizado no gráfico.
O rendimento do ciclo e o rendimento ideal
de um motor de Carnot entre as
temperaturas extremas do ciclo são,
respectivamente: 3 5
Cv  R , C p  R
2 2
a) 22,40% e 80%
b) 35,8% e 70%
c) 14,8% e 95%
d) 9,09% e 75%
e) 12,6% e 90%
Resposta

Alternativa correta: “d”


Solução: rendimento p AVA 4 x8
p AVA  nRTA  nR  
TA 400
atm x litro
nR  0,08
K
Bh
Wciclo  Área 
2
(VA  VB ) ( pC  pB ) (8  2)(6  4)
Wciclo  
2 2
Wciclo  6 atm x litro

5
QAB  n C p (TB  TA )  nR (100  400)
2
5 5
QAB  n R (300)  0,08 (300)
2 2
QAB  60 atm x litro
Resposta

Rendimento
3
QBC  n Cv (TC  TB )  n R (150  100 )
2
3
QBC  0,08 50
2
QBC  6 atm x litro

Qciclo  Wciclo QA  QBC  QCA


QAB  QBC  QCA  6 QA  6  60
 60  6  QCA  6 QA  66 atm x litro
QCA  60 atm x litro

Wciclo 6 TA  TB 400  100


ciclo    0,0909 Carnot    0,75
QA 66 TA 400
ciclo  0,0909  9,09% Carnot  0,75  75%
Entropia

Quando uma máquina térmica que opera


com um gás perfeito executa um ciclo de
Carnot reversível, vale a equação:
Q A QB

TA TB
 QA = quantidade de calor trocada entre o
gás e a fonte quente.
 QB = quantidade de calor trocada entre o
gás e a fonte fria.
Ou

QA   QB  Q
 
TA  TB 
  0 ou T  0
Entropia

 A equação anterior induz a existência de


outra função de estado que será
chamada de entropia S, cuja variação
diferencial dS é definida por:
dQ
dS 
T
 A variação finita S é definida por:

dQ
S  S f  Si  
f

i T

 dQ é a quantidade de calor trocada entre


o gás e o ambiente externo na
temperatura T.
Entropia

 Variação da entropia para sistema de


gás perfeito, em função de suas
variáveis de estado.
Primeira lei da termodinâmica na forma
diferencial:
dU  dQ  dW
 A equação do trabalho na forma diferencial

dW  pdV
 A equação da energia interna na forma
diferencial
dU  n Cv dT
Logo
dQ  p dV  n Cv dT
Entropia

Utilizando a equação de Clapeyron, tem-se:


n RT
p
V
Ou seja:
n RT
dQ  dV  n CV dT
V
dQ dV dT
nR  n Cv
T V T
Integrando cada termo da equação anterior,
tem-se:
dQ f dV dT
 nR 
f f
 n Cv
i T i V i T
Entropia

 O termo do lado esquerdo da equação


anterior corresponde à variação
da entropia S.
dQ f dV dT
S  S f  Si   nR 
f f
 n Cv
i T i V i T
 Realizando as integrais, temos:
Vf Tf
S  S f  S i  n R ln  n Cv ln
Vi Ti

 A variação da entropia para sistemas


fechados será sempre maior ou
igual a zero. S  0
 Para gás perfeito que percorre um
ciclo com transformações reversíveis,
a variação da entropia será sempre nula.
S ciclo  0
Entropia: exemplo de aplicação 1

 Determinar a variação de entropia para


um motor de Carnot.
Solução
 Ciclo de Carnot.
 É composto por:
 Duas transformações isotérmicas em
temperaturas diferentes (T1 e T2).
 pDuas transformações adiabáticas.
p
A  A
Q1

p B
B 
T1
p 
D D
C T2
p 
C Q2

VA VD VB VC V
Entropia: exemplo de aplicação 1

A variação da entropia no processo


isotérmico de A para B é:
dQ 1 B Q
S AB     dQ  1
B

A T T1 A T1

A variação da entropia no processo


adiabático de B para C vale:
dQ
S BC  
C
 dQ  0  S BC  0
B T

A variação da entropia no processo


isotérmico de C para D é:
dQ 1 Q2
S CD  
D

D
 dQ  
C T T2 C T2
Entropia: exemplo de aplicação 1

A variação da entropia no processo


adiabático de D para A vale:

dQ
S DA  
A
 dQ  0  S DA  0
D T

A variação da entropia total no ciclo para o


motor de Carnot vale:
S ciclo  S AB  S BC  S CD  S DA
S ciclo  S AB  0  S CD  0
Q1 Q2
S ciclo  
T1 T2
S ciclo  0
Entropia: exemplo de aplicação 2

 Um gás perfeito, com número de mols


n = 4 mol, sofre uma transformação
isobária com pressão p = 10 atm. A
temperatura é quintuplicada. Calcular a
variação de entropia do gás perfeito.
 Dados: R = 0,082 atm.l/mo.K, CP=5R/2
Solução
dQ dT 5 dT
dS   dQ  n C p dT  dS  n C p  dS  n R
T T 2 T
5 f dT 5 Tf Tf
 i dS  2 n R  i T  S f  Si  2 n R ln Ti  Ti  5 
f

5 5 5
S  n R ln 5  S  n R ln 5  .4.0,0831 .1,609
2 2 2
S  1,337 atm.l / K
Entropia: exemplo de aplicação 3

 Um gás perfeito, com número de mols


n = 8 mol, sofre uma transformação
isométrica com volume V = 15 litros. A
temperatura é quadruplicada. Calcular a
variação de entropia do gás perfeito.
 Dados: R = 0,082 atm.l/mo.K, Cv=3R/2
Solução
dQ dT 3 dT
dS   dQ  n Cv dT  dS  n Cv  dS  n R
T T 2 T
3 f dT 3 Tf Tf
 i dS  2 n R  i T  S f  Si  2 n R ln Ti  Ti  4 
f

3 3 3
S  n R ln 4  S  n R ln 4  .8.0,0831 .1,3862
2 2 2
S  1,3823 atm.l / K
Interatividade

Um gás perfeito, com n =3 mols , sofre uma


transformação isotérmica com temperatura
T = 400 K. O volume é duplicado. A variação
de entropia do gás perfeito, em atm. litro/K,
vale:
Dados: R=0,082 atm.l/mo.K , Cv=3R/2
a) 0,1838
b) 0,1728
c) 0,1627
d) 0,2740
e) 0,4600
Resposta

Alternativa correta: “b”


Solução
dQ
dS   dU  0  dU  dQ  p dV  0  dQ  p dV
T
n RT n RT
dQ  p dV  pV  n R T  p   dQ  dV
V V
1 n RT dV f dV
  dS n R 
f
dS  dV  dS  n R
T V V i i V

Vf Vf
S  S f  S i  n R ln   2  S  n R ln( 2)
Vi Vi
S  3. 0,0831 . 0,693  S  0,1728 atm.l / K
ATÉ A PRÓXIMA!

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