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30:17 COMENTÁRIO BÍBLICO ADVENTISTA

17. Ossos. Muitas vezes representados ou pelo menos se eu pudesse pedir isso a
nas Escrituras como o centro de uma dor outro, e ele o fizesse para mim! "
aguda (ver SI 6:2; 22:14; 31:10; 38:3; 42:10; 25. Não chorei [... ]? Novamente Jó faz
Pv 14:30). um apelo baseado em sua condição ante-
Que me rói. Literalmente, "roedores" rior. Ele se sente justificado em clamar por
(ver com. do v. 3). Dia e noite Jó sofria a ajuda, porque sempre foi compassivo com
devastação de uma dor incessante. os outros .
18. Está desfigurada a minha veste. 26. Aguardava eu. Jó não pode enten-
A interpretação comum desta passagem é der por que, apesar de ser tão compas -
que, por causa da natureza de sua doença, sivo, foi forçado a lutar com o mal e com
a veste de Jó havia se tornado desfigurada as trevas.
e imunda. Também pode significar que, 27. Dias de aflição me sobrevêm.
em vez de usar uma veste comum, como Isto é, me confrontam.
outrora, ele agora usa uma veste de úlceras 29. Chacais. Do heb. tannim (ver
repugnantes e dolorosas que o cinge como o Sl44:19; Is 13:22; 34: 13; 35:7; 43:20; ]r 9:11;
colarinho de sua túnica. 10:22; 51 :37; Mq 1:8; Ml 1:3). Jó com-
21. Cruel. Esta declaração deve ser para su as queixas aos uivos dos animais
entendida como se refletiss e o ponto de selvagens.
vista de Jó sob a pressão de seu sofrimento, Avestruzes. O lamento de Jó se asse-
e não o verdadeiro caráter de Deus. melhava ao triste som feito pelo avestruz no
22. Sobre o vento. Jó parece dizer: "Sou solitário deserto.
como a palha apanhada por um redemoinho 30. Enegrecida se me cai a pele.
e levada daqui para ali até desaparecer." A partir destes e de outros sintomas, muitos
23. Sei que me levarás à morte. Esta já tentaram diagnostica r a doença de Jó (ver
é a lingu agem do desespero. Jó oscila entre com. de Jó 2:7).
a esperança e o desespero. 31. Em prantos de luto. O que anti-
24. De um montão de ruínas. As gamente emi tia sons alegres passa a emitir
várias versões dão traduções muito dife- apenas notas de queixa e lamentação. Este
rentes para o verso. A LXX diz: "Oh, se eu é um agudo contraste entre a passada e a
pudesse colocar as mãos sobre mim mesmo, presente experiênci a de Jó.

CAPÍTULO 31
Já faz solene declaração de integridade em vários deveres.

I Fiz aliança com meu s olhos ; como, pois, os 4 Ou não vê Deus os meus caminhos e não
fixaria eu numa donzela? conta todos os meus passos?
2 Que porção, pois, te ria eu do Deus lá de 5 Se andei com fa lsidade, e se o meu pé se
cima e que hera nça, do Todo-Poderoso desde apressou para o engano
as a lturas? 6 (pese-me Deus em balanças fiéis e con he-
3 Acaso, não é a perdição para o iní- cerá a minha integridade);
quo, e o infortúnio, pa ra os que praticam a 7 se os meus passos se desviara m do ca -
maldade? minho, e se o meu coração segue os me us

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JÓ 3 1:1

olhos, e se às minhas mãos se apegou qualquer 24 Se no ouro pus a minha esperança ou


mancha, disse ao ouro fino: em ti confio;
8 então, semeie eu, e outro coma, e sejam 25 se me a legrei por serem grandes os
arrancados os renovos do meu campo. meus bens e por ter a minha mão alca nçado
9 Se o meu coração se deixou seduzir por muito;
causa de mulher, se andei à espreita à porta do 26 se olhei para o sol, quando resplandecia ,
meu próximo, ou para a lua, que caminhava esplendente,
lO então, moa minha mulher para outro, e 27 e o meu coração se deixou enganar em
outros se encurvem sobre ela. oculto, e beijos lhes atirei com a mão,
11 Pois seria isso um crime hediondo, delito 28 também isto seria de lito à punição de
à punição de juízes; juízes; pois assim negaria e u ao Deus lá de
12 pois seria fogo que consome até à destrui- cima.
ção e desarraigaria toda a minha renda . 29 Se me alegrei da desgraça do que me tem
13 Se desprezei o direito do meu servo ou da ódio e se ex ultei quando o mal o at ingiu
minha serva, quando eles contendiam comigo, 30 (Também não deixei pecar a minha boca,
14 então, que faria eu quando Deus Se le- pedindo com imprecações a sua morte.);
vantasse? E, inqu irindo Ele a causa, que Lhe 31 se a gente da minha tenda não disse: Ahl
responderia eu? Que m haverá aí que não se saciou de carne pro-
15 Aquele que me formou no ventre mater- vida por ele
no não os fe z também a eles? Ou não é o mesmo 32 (O estrangeiro não pernoitava na rua; as
que nos formou na madre? min has portas abria ao viandante.)!
16 Se retive o que os pobres desejavam ou 33 Se, como Adão, encobri as minhas trans-
fiz desfalecer os olhos da viúva; gressões , ocultando o meu delito no me u seio;
17 ou , se sozinho com i o meu bocado, e o 34 porque e u temia a grande multidão, e o
órfão dele não participou desprezo das famílias me apavorava, de sorte
18 (Porque desde a minha mocidade cresceu que me calei e não saí da porta.
comigo como se e u lhe fora o pai, e desde o ven- 35 Tomara e u tivesse quem me ouvisse !
tre da minha mãe fui o gu ia da viúva.); Eis aqui a minha defesa assinada! Que o Todo-
19 se a alguém vi perecer por falta de roupa Poderoso me responda! Que o meu adversário
e ao necessitado, por não ter coberta; escreva a sua acusação!
20 se os seus lombos não me abençoaram, 36 Por certo que a levaria sobre o meu
se ele não se aquentava com a lã dos meus ombro, atá- la-ia sobre mim como coroa;
cordeiros; 37 mostrar-Lhe-ia o número dos meus pas-
21 se e u levantei a mão contra o órfão, por sos ; como príncipe me chega ria a Ele.
me ver apoiado pelos juízes da porta, 38 Se a minha terra clamar contra mim , e se
22 então, caia a omoplata do meu ombro, e os seus sulcos juntame nte chorarem;
seja arrancado o meu braço da arti culaç ão. 39 se comi os seus frutos sem tê-la pago de-
23 Porque o castigo de Deus seria para mim vidamente e causei a morte aos seus donos ,
um assombro, e eu não poderia enfrentar a Sua 40 por trigo me prod uza cardos, e por ceva-
majestade. da , joio. Fim das palavras de Jó.

l. Fiz aliança. Este capítulo repre- pública e da deferência que lhe era mostrada
senta a conclu são do longo discurso de Jó. antes. Neste capítulo, ele menciona os prin-
No cap. 29, ele falou de sua honrosa vida cípios que regulam sua conduta particular.

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Esses prinCJpiOs podem ser delineados 5. Falsidade. Os am igos de Jó o ac usa-


da seguinte forma: (l) castidade (v. l-4), ram repetid amente de hipocrisia (ver Jó 4:7-9;
(2) seriedade e sinceridade (v. 5, 6), (3) retidão 8:6; 11:4, 6, ll-14; 15: 30-35; 20:5-29). Esta
e pureza (v. 7, 8), (4) fidelidade ao voto matri- acusação é fáci l de se fazer e difícil de se
monial (v. 9-12), (5) fidelidade a seus servos refutar. Ele achou necessário defender sua
(v. 13-15), (6) benevolência para com os inde- própria integridade , e estava disposto a invo-
fesos (v. 16-23), (7) abstenção da cobiça e da car a Deus como testemunha disso. Sabia
idolatria (v. 24-28), (8) bond ade para com que em sua vida não havia enga no nem fa lsi-
seus inimigos (v. 29, 30), (9) hospitalidade dade, e não temia revelações vindas do Céu
(v. 31, 32), (lO) isenção de pecados secretos ou de seres humanos.
(v. 33-37), e (ll) honestidade em questões de 6. Pese-me. Jó es tá disposto a permitir
propriedade (v. 38-40). Este capítulo fornece que Deus pese seus motivos; não tem nada
um resumo amplo da ética de Jó; é um exem- a esconder.
plo sem paralelo de idealismo. 7. Segue os meus olhos. Este simbo-
Como pois, os fixaria eu numa don- lismo descreve a luta entre os sentidos (os
zela? Literalmente, "eu pensaria num a don- olhos) e os pensamentos íntimos (o cora-
zela" (ver Mt 5:27, 28). Jó compreendia qu e ção). Jó afirma que não permitiu que seus
mera mente evi tar o ato ex terno de adultério sentidos o controlassem.
não era suficiente. A fim de estar à altura do Às minhas mãos se apegou. Esta é a
padrão divino, tanto o pensamento quanto conhecida ilustração das mãos limpas. Não
os atos deviam ser puros. Jó enfrentou o pro - é preciso entender que Jó estava afirm ando
blema fazendo um pacto consigo mesmo de nunc a ter havido qualquer mancha em suas
que não permitiria sua mente demorar-se mãos, mas ele nega que qualquer mancha
na sedução da lascívia . Na linguagem figu- tenha se apegado a suas mãos.
rada do texto , foi feita uma aliança entre 8. Outro coma. Jó menciona as ma ldi-
a consciência e os olhos, um acordo que ções que es tá disposto a aceitar se não foi
impunha aos olhos uma obrigação defini- correto nos assuntos mencionados no v. 7.
tiva de não se demorar sobre o que sugerisse Se ele não foi honesto e m seu trato com
pensamentos impuros. outros, qu e seja pri vado dos frutos de seu
2. Que porção [... ]? O significado próprio trabalho (ver Lv 26:16; Dt 28 :33,
parece ser: "Se eu condescendesse com pen- 51; Jó 5:5) .
samentos impuros, que porção ou herança Os renovos. Do heb. tse'etsa'ay, que sig-
poderia esperar de Deus?" Jó considerava nifica a prole de seres hum a nos ou os produ-
uma presunção alguém alimentar uma tos da terra (com respeito ao último uso, ver
mente impura e esperar aprovação ou favor Is 34:1 ; 42:5). A interpretação de tse'etsa'ay
de Deus. Ele tinha consciência ética supe- como sendo os produtos da terra completa o
rior à da maioria de seus contemporâneos e, paralelo entre as duas partes do verso.
na verdade, de indivíduos de outras épocas. 9. Por causa de mulher. Nos v. 9 a 12,
4. Não vê Deus [... ]? Jó reconhece Jó continua declarando que é irrepreensível
que Deus vê todas as coisas. Ele sabe que em se u relacionamento com as mulheres.
Deus está ciente de sua pureza, e é enco- Ele fala de mulheres casadas, em contraste
rajado a continuar nos camin hos da justiça com as donzelas (v. l). A LXX di z: "pela
pela consciência de sua responsabilidade esposa de outro homem". As sed uções da
para com D eus (ver Jó 34:21; SI 139:3; lascívia são bem ilustradas na expressão "se
Pv 5:2 1; 15:3). o meu coração se deixou seduzir".

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JÓ 31:2 1

Se andei à espreita. Isto é, para vigiar essa acusação (29:12-16) e, novamente torna
quando seu vizinho estava fora de casa. a negá-la.
10. Moa minha mulher. A condição Viúva. Ver Jó 22:9; cf. Jó 13; e também
de uma escrava que moía o cereal era con- Êx 22:22; Dt 14:29; 16:11, 14; 24:19 ; 26:12,
siderada o ponto mais baixo da escravidão 13; Sl146:9; Pv 15:25; Is 1:1 7; Jr 7:6; Ml3:5 ;
doméstica (ver Êx 11:5; Jz 16:21 ; Is 47:2). 1Tm 5:16 ; Tg 1:27. A expressão "fi z desfale-
E outros se encurvem. Alguns pen- cer os olhos" significa um desejo não cum-
sam que isto seria o tomar a escrava como prido, isto é, a viúva é imped ida de receber
~ ... concubina. o que espera.
11. Seria isso um crime hediondo. 17. Sozinho. É costume entre os ára-
Ver Lv 20:10; Dt 22:22. bes que os convidados tenham a preferên-
12. Seria fogo. A condescendência cia, não importa quão necessitada seja a
com este pecado tende a destruir tudo o família. Comer seu bocado sozinho signi-
que é bom num homem. Ela é desoladora fica quebrar as leis da hospitalidade, bem
em seus efeitos. como deixar de levar em conta as necessi-
Desarraigaria toda a minha renda. dades dos desafortunados.
Consumiria a riqueza, por levar ao esbanja- Órfão. Esta última frase indica que
mento e ao desperdício ou por atrair os juí- Jó estava se referindo especificamente
zos de Deus. A experiência revela como a aos órfãos. Repartir com eles era conside-
imoralidade frequentemente leva à pobreza rada uma das virtudes básicas da vida (ver
(ver Lc 15:11-32). Êx 22:22; Dt 10:18; SI 68:5; Is 1:17; Jr 22:3;
13. Do meu servo. Elifaz acusara Jó de Ez 22:7; Zc 7:10). Elifaz havia especifica-
ser severo e cruel com os fracos (Jó 22:5-9). m ente acusado Jó de oprimir os órfãos
Jó refuta essa acusação revelando sua ati- (Jó 22:9), e Jó negou tal acusação (29: 12).
tude para com seus servos. Diante da lei, 18. Cresceu comigo. No original, "o
os escravos tinh am poucos direitos , mas Jó criei como se fosse seu pai, e desde o nasci-
estava disposto a ouvir as queixas de seus mento a guiei". Esses dois pronomes, "o" e
servos e a con siderar seus protestos. "a", parecem se referir ao "órfão" e à "viúva"
14. Quando Deus Se levantasse. Jó m encion ados no verso anterior. A ideia é
crê que deverá responder diante de Deus que Jó sempre foi um pai para os órfãos e
pela maneira como trata seus servos. Se os um guia para as viúvas.
maltrata sse, ficaria com medo da indigna- Desde o ventre. Uma hipérbole que
ção divina. indica qu e Jó não se lembrava de não ter
15. Que nos formou. Este verso reve- atendido às necessidades dos indefeso s.
la clara compreensão da igualdade dos seres 19. Falta de roupa. Jó precedeu
humanos diante de Deus (ver At 17:26). Jó es- Dorcas (At 9:36-42) em muitos séculos (ver
tava muito à frente de sua época no reconhe- Is 58:7; Ez 18:7, 16; Mt 25:36).
cimento da atitude apropriada de um senhor 20. Os seus lombos. Uma personifica-
para com um escravo. O fato de Deus ser o ção pela qual a parte do corpo vestida pela
criador de todos, tanto senhores como escra- benevolência de Jó expressa apreciação ao
vos, é uma das grandes revelações da Bíblia. benfeitor (ver Jó 29:11, 13).
16. Se retive o que os pobres. Os 21. Levantei a mão. Jó nega ter algum
v. 16 a 23 falam da atitude benevolente de dia tirado vantagem dos órfãos, mesmo
Jó para com os indefesos. Elifaz o acusara quando era um magistrado e tinha amplos
de maltratar os pobres (Jó 22:6, 7). Jó negou poderes para fazê-lo. Sempre teria havido

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alguém que fornecesse "ajuda" a Jó pa ra do Sermão do Monte. Muitos no passado e


fazer o m al. Mas, embora ele tivesse poder, mesmo hoje se sentem justificados em se
amigos e influência , recusou-se a usá-los alegrar com a queda de um inimigo. Jó pos-
para desvantagem do pobre. suía um discernimento espiritu al mais pro-
22. Caia a omoplata. Este verso men - fundo e captou um vislumbre da ideia do
ciona a maldição que Jó está disposto a aceitar amor aos inimigos (ver com. de Mt 5:44).
se puder ser provado que ele tirou vantagem 31. Minha tenda. A ideia parece ser de
dos pobres. Que o juízo caia particularmente que Jó desafia qualquer pessoa a mencionar
sobre as partes do corpo que fizeram o mal uma ocasião em qu e sua generosid ade ou
ou que se recusaram a fazer o bem. A lingua- hospitalid ade foi questionada.
gem revela que ele confia em sua inocência e 32. Na rua. Jó continu a defendendo
que odeia os pecados mencionados . sua reputação de ser hospitaleiro. E le vivia
23. O castigo de Deus. Jó declara à altura das exigências da hospitali dade
temor e respeito por Deus, os quais apre- oriental , lembrando-se do estrangeiro tanto
senta como ra zões por que não poderia ter quanto dos membros de sua própria casa
sido culpado dos cruéis atos a ele atribuídos. (ver Gn 18:2-8).
24. Se no ouro pus a minha espe- 33. Como Adão. Ou , "como os homens".
rança. Jó fora rico, mas não fi zera do ouro A palavra hebraica 'adam pode significar a raça
sua esperança ou confiança. Sua confiança humana e também o nome pessoal de Adão.
estava em Deus. 34. Eu temia. Jó parece estar se esfor-
25. Os meus bens. Ver Jó 1:3; 20:15; çando para deixar claro que não deixava de
~ a. 22:24. fazer o bem por medo dos outros. ''Alguma
26. Olhei para o sol. Uma referên- vez fui impedido de fazer o bem pela voz de
cia específica à idolatria. O cu lto ao sol era uma multidão? Quando famílias ou tribos me
comum no antigo Oriente e dominante no pressionavam para fazer o mal, acaso suc umbi
Egito havia longo tempo. A adoração à Lua à persuasão delas? Porventura permaneci
era subordin ada à adoração ao Sol. Parecia escondido e em reclusão quando devia ter
haver um a tendência n atura l para se ado- saído para defender uma causa justa?" A cons-
rar aquilo que fornecia luz (ver Dt 4: 19; ciência de Jó está limpa quando ele recorda a
2Rs 23:5; Ez 8:16). honestidade de seu trato com as pessoas.
27. Meu coração se deixou enganar. 35. Minha defesa assinada. Do heb.
O pecado do coração vem primeiro. Havia algo tawi. A ARC traduz o termo como "meu
atraente na adoração aos corpos celestes, com intento", mas, literalmente, a palavra signi-
seu ritual, que apelava ao coração natural. fica "minha marca". Taw é a palavra traduzida
Beijos lhes atirei com a mão. A ARC como "marca" em Ezequie l 9:4 . Muitos defen-
diz: "A minha boca beij ou a minha mão." dem que a expressão hebraica se refere ao fato
A sed ução do coração é seguida pelo ato de Jó, neste verso, afixar dramaticamente sua
da m ão. Era cost ume beijar os ídolos (lRs assinatura, por assim dizer, a sua defesa.
19:18; Os 13:2). Os corpos celes tes estavam Acusação. Literalmente, "documento".
tão longe que os adoradores não podiam ter Jó a ind a parece procurar esclarecer a ques-
acesso a eles e, portanto, expressavam sua tão entre ele e Deus.
adoração beijando a m ão. O que Jó quer 36. Sobre o meu ombro. Jó tem tanta
dizer é que nunca participou dessa idolat ria. confiança em sua inocência que se rece-
29. Se me alegrei. O sentimento ex- besse a ac usação de Deus de forma escrita,
presso por Jó é uma antecipação dos ensinos n ão hesitaria em u sá-la sobre o omb ro ou

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JÓ 31:40

sobre a cabeça. Este é um dramático pro- dos grandes proprietários de terra. Zofar o
testo de inocência. acusou de roubo e opressão (Jó 20:12-19).
37. Mostrar-Lhe-ia. Jó não tinha nada O mesmo fez Elifaz (Jó 22:5-9). Jó nega
a esconder de Deus. Ele está disposto a enfaticamente tais acusações.
divulgar todos os atos de sua vida. Irá respon- 40. Produza cardos. "Se sou deso-
der à acusação de Deus em todos os porme- nesto", diz Jó, "que cresçam espinhos e
nores. Pode se colocar diante de Deus, não ervas daninhas em vez de cereal."
como um acusado, mas como um príncipe. Fim das palavras de Jó. Assim ter-
38. Se a minha terra clamar. Jó mina o argumento do patriarca em seu
encerra seu argumento com uma afirmação próprio favor. Até o fim ele protesta sua
de sua honestidade em questões de proprie- integridade. Jó oscila entre a esperança e
dade. Ele apela à própria terra que culti- o desespero . Sua atitude para com Deus é
vou para que o vindique. Ele quer saber se a a de alguém ferido , que busca ser curado.
terra tem alguma queixa contra ele. Houve avanço rumo a uma solução, mas os
39. Sem tê-la pago. Jó está seguro de fios emaranhados só são alinhados quando
que não cometeu um dos pecados comuns Deus Se revela (Jó 38:1).

COMENTÁRIOS DE ELLEN G. WHITE

24, 28- CBV, 210 32- OTN, 500; Ed, 142

CAPÍTULO 32
1 Eliú fica indignado com Jó e seus três amigos. 6 Uma vez que a sabedoria não
vem com a idade, ele justifica sua ousadia ao falar, sendo jovem. 11 Ele os
repreende por não refutarem a Jó. 16 Sua ansiedade para falar.

1 Cessaram aqueles três homens de respon- 6 Disse Eliú, filho de Baraquel, o buzita: Eu
der a Jó no tocante ao se ter ele por justo aos sou de menos idade, e vós sois idosos ; arreceei-me
seus próprios olhos. e temi de vos declarar a minha opinião.
2 Então, se acendeu a ira de Eliú, filho de 7 Dizia eu: Falem os dias, e a multidão dos
Baraquel, o buzita, da família de Rão; acendeu-se anos ensine a sabedoria.
a sua ira contra Jó, porque este pretendia ser 8 Na verdade, há um espírito no home m, e o
mais justo do que Deus. sopro do Todo-Poderoso o fa z sábio.
3 Também a sua ira se acendeu contra os 9 Os de mais idade não é qu e são os sá -
três amigos, porque, mesmo não achando eles o bios, nem os velhos, os que ente ndem o que
que responder, condenavam a Jó. é re to.
4 Eliú, porém, esperara para falar a Jó, pois lO Pelo que digo: dai-me ouvidos , e tam bém
eram de mais idade do que ele. eu declararei a minha opinião.
5 Vendo Eliú que já não havia respos- 11 Eis que aguardei as vossas palavras e
ta na boca daqueles três homens, a sua ira se dei ouvidos às vossas considerações , enquanto,
acendeu. quem sabe, buscáveis o que dizer.

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