Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Flexões do substantivo
Flexão de gênero
Os substantivos podem ser masculinos ou femininos. Ressalta-se que essa distinção se refere
apenas e tão somente a um aspecto gramatical, não biológico. Não se confunde gênero da palavra
com sexo (tampouco com gênero) de seres humanos. Vale a pena fazer uma pequena retomada
histórica.
Na língua latina, havia três gêneros gramaticais: masculino, feminino e neutro. Por evolução
natural do idioma e analogia entre terminações, o neutro latino foi incorporado às palavras de gênero
masculino (as terminações mais frequentes eram -us [masculino], -a [feminino] e -um [neutro]. O
chamado gênero complexo, que agrupa substantivos de gêneros diferentes, era indicado em latim
pelo neutro). Ainda há um resquício de palavras neutras em português, como aquilo, tudo, algo, isso,
isto, mas são raríssimas.
Modernamente, quando alguém diz, por exemplo “Para ser 10 E-BOOK BP GRAMÁTICA
NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA procurador do estado, o cidadão deve prestar concurso”,
sabe-se intuitivamente que a afirmativa se refere a qualquer pessoa, seja do gênero masculino, seja
do feminino, porque tanto a palavra “cidadão” como “procurador” estão sendo usadas em sua
acepção neutra. No entanto, se alguém construir a mesma frase com as palavras “procuradora” e
“cidadã”, a ideia limita-se à esfera das pessoas de gênero feminino. Ou seja, em português, a marca
que em regra distingue o gênero é a feminina.
Ainda assim, inúmeras palavras não seguem um padrão específico de gênero: o/a motorista
(palavra terminada em -a, mas que pode referir-se a qualquer ser humano); a pessoa (palavra
feminina, mas que pode referir-se a qualquer ser humano); o bosque (palavra masculina terminada
em -e); a ponte (palavra feminina terminada em -e); o/a gerente (palavra terminada em -e, mas que
pode referir-se a qualquer ser humano) etc.
Passemos à classificação de gênero das palavras:
Substantivos biformes: mudam de forma para indicar os gêneros: o ateu/a ateia; o poeta/a
poetisa; o monge/a monja; o czar/a czarina; o embaixador/a embaixatriz; o cavaleiro/a amazona; o
cavalheiro/a dama; o boi/a vaca; o zangão/a abelha. Note que, nos últimos casos, ocorre
heteronímia, ou seja, o feminino se expressa com radical diferente daquele do masculino.
○ Sobrecomuns: não se alteram na forma nem no determinante: o algoz; uma vítima; criatura
estranha; pessoa bela.
o cônjuge o animal
a criança o cadáver
o carrasco a criatura
o indivíduo o dedo-duro
o apóstolo o defunto
o monstro o gênio
a pessoa o ídolo
a testemunha o nó-cego
o algoz o pé-quente
o verdugo o pivô
a vítima a sentinela
o tipo o sujeito
○ Epicenos: designam, em apenas uma forma, animais e plantas: a barata, a cobra, rouxinol,
o pinheiro, o musgo. Para designação de gênero, usam-se os adjetivos “macho” e “fêmea”: cobra
macho, cobra fêmea.
a girafa a anta
a andorinha a arara
a águia a borboleta
a barata o canguru
a cobra o caranguejo
o jacaré a coruja
a onça o crocodilo
o sabiá o escorpião
o tatu a formiga
a girafa a rã
a mosca a raposa
a onça a tartaruga
a pantera o tatu
o pernilongo o urubu
o piolho a zebra
a piranha