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PROVA ESCRITA DE AVALIAÇÃO

Prova Escrita de Avaliação


Português, 6.º Ano
Duração da Prova: 90 minutos

GRUPO I

Lê atentamente o texto.

O Homem e os Animais

Os animais são uma referência no mundo e na existência; com eles temos aprendido muito.
Presente no dia a dia, nos sonhos, nas fantasias, nos mitos, nos contos, no folclore e na arte, o animal
é uma das imagens mais poderosas para o ser humano, tanto no mundo externo como no interno.
Observá-lo no seu habitat natural evoca em nós um sentimento súbito e profundo de respeito

5 e encantamento. Neste mundo tão instável, a estabilidade da vida animal e o seu comportamento são
pontos importantes na relação do homem com o seu ambiente. Para se compreender a si mesmo, o
homem necessita de entender os animais e o seu significado.
O homem primitivo e a criança vivenciam os animais diretamente. Ao incorporar a qualidade
de um deles, a criança e o primitivo adotam essa qualidade, o que transforma o animal num meio de

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entender o seu próprio pensamento.
Observa-se assim que a energia dos animais se manifesta simbolicamente como diferentes
forças no homem. Cada ser humano contém em si todos eles. Dentro de nós estão o lobo, o carneiro,
a onça, o cavalo. Cada um passa a ser um exemplo de comportamentos: “bravo como uma onça”,
“manso como um carneiro”, “lento como uma tartaruga”, “esperto como uma raposa”. A mensagem
característica de cada animal é uma referência externa a um sentimento interno, que é trazido à vida
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pela observação e pela mímica.
Observa-se, nas diferentes civilizações, que surgiram no decorrer da história da humanidade,
profundas transformações no modo de ver um mesmo animal. O gato, por exemplo, sagrado e
adorado no Egito, foi quase exterminado na Idade Média, por ter sido associado a poderes
demoníacos. O urso, objeto de afeto e proteção como “bichinho de pelúcia”, era considerado em
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algumas culturas a encarnação do diabo.
Na história atual, só agora a humanidade vê a força da ligação entre o homem e os animais e
o seu significado.
Denise Gimenez Ramos, Os animais e a psique, volume I (adaptado)

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Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.

1. Seleciona, para responderes a cada item (1.1. a 1.5.), a única opção que permite obter uma afirmação
adequada ao sentido do texto.
Escreve o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.

1.1. Os animais estão presentes


(A) nas imagens das enciclopédias.
(B) na literatura, na pintura e nas outras artes.
(C) em algumas culturas.
(D) nas casas dos humanos.

1.2. A instabilidade do ser humano opõe-se


(A) aos sonhos e às fantasias.
(B) ao habitat natural dos animais.
(C) à observação e à mímica.
(D) à estabilidade dos animais.

1.3. O homem procura entender os animais para


(A) os domesticar.
(B) se compreender a si próprio.
(C) perceber as diferenças entre eles.
(D) ser bravo, manso, lento e esperto.

1.4. Os dois seres que se sentem diretamente como os animais são


(A) o homem primitivo e a criança.
(B) o lobo e o carneiro.
(C) o homem e o bebé.
(D) o povo egípcio e a criança.

1.5. Os animais simbolizam


(A) a esperteza do homem.
(B) o significado do planeta.
(C) as forças no interior do homem.
(D) poderes demoníacos.

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2. Associa cada elemento da coluna A ao elemento da coluna B que com ele se relaciona, de acordo
com a informação do texto.
Seleciona, para cada número da coluna A, a letra correspondente da coluna B.

COLUNA A COLUNA B

(A) Serenidade.
1) Onça. (B) Paz.
2) Carneiro. (C) Afetividade.
3) Raposa. (D) Astúcia.
4) Urso. (E) Lentidão.
(F) Coragem.
(G) Solidariedade.

GRUPO II
Lê, atentamente, o texto.

História com grilo dentro


Chamava-se a aldeia Venda da Serra, uma aldeia trepadora para as bandas de Leiria. (...)
Uma casa, um quintal, uma horta, uma eira, um poço. Tudo isto pertence ao senhor Tomé Saúdes,
lavrador de boas falas e amável catadura1. (...)
Dum bocadinho de mato, num tufo de ervas, sem nome nem dono, que cresceu por acaso à beira
5 do feijoal, sai um som que faz reluzir as ervas de prazer à luz do sol:
- Cri, cri, cri, cri, cri... (...)
Aqui começa, de facto, a história.
- Cri, cri, cri – dizia o grilo, que não aprendera a fazer mais nada.
Não tem variantes a canção dos grilos. Nem a das cigarras. São bichos de pouca memória e muita
10 teimosia. Aprenderam aquela cantiga de uma nota só, no princípio do mundo, e não adiantam mais nada.
«Cri, cri, cri», ficam-se nisto e nunca se cansam. (...)
Pois o grilo cantava tal como vos digo. Mas aqui ainda a história vai no princípio. Para que ela
continuasse, tivemos de empurrar para dentro da horta um carneiro roliço, de lã encrespada, que com muito
má vontade entrou nestas páginas. O carneiro trazia a barriga cheia de um dia de pastagem regalada e sem
15 cuidados, num prado das vizinhanças. Comera erva verde, erva amarela, erva ruça, margaridas, papoilas e
malmequeres. Era um carneiro de pouco olfato e sensibilidade, indiferente às flores, desde que não fossem
indigestas.
Uma vez na horta, parou, à cata de sobremesa. De um lado, apetitosas, as hastes tenras do feijoal;
do outro, o tufo de ervas frescas, onde cantava o grilo. Por prudência2, não fosse o senhor Tomé amofinar-
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-se3 o carneiro preferiu as ervas selvagens aos feijões da horta. Zás! Engoliu-as num abrir e fechar de boca.
Nem lhe tomou o gosto.
O silêncio daquele campo, cortado pelo cri, cri persistente, ficou silêncio de todo. Calara-se o grilo
e, sem saber porquê, sobressaltou-se o carneiro. Ia a abrir a boca, para protestar num balido dos seus, e o
som que lhe saiu, vindo lá do fundo, foi um cri, cri sumido, um cri, cri queixoso, um cri, cri de grilo prisioneiro.
25 Fugiu atarantado o pobre do carneiro daquela horta de bruxedos. Tropeço como era, nem deu com
o caminho e meteu-se ao deus-dará pelo meio dos feijões.
- Que andas a fazer, bicho sem vergonha, no meio do feijoal? – gritou-lhe o senhor Tomé, que estava
de vigia.
30 Apanhou-o, num instante, o lavrador. Ia para ajustar contas com o intrometido, quando ele,
revirando os olhos, que metia pena, lançou, em lugar do «mé-mé» a pedir perdão, um «cri, cri» do fim do
mundo.
TORRADO, António; História com Grilo Dentro, Afrontamento

1
catadura- aspeto/aparência
2 prudência-precaução/cuidado
3 amofinar-se- zangar-se

Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.
1. Transcreve uma frase ou expressão textual que localize a ação no espaço.

2. Transcreve uma frase ou expressão textual que localize a ação no tempo.


3. Refere o nome do animal que se encontrava no meio do tufo de ervas.

4. Atenta na frase.
“Mas aqui ainda a história vai no princípio.” (linha 12)
4.1. Descreve o carneiro que agora entrou na história. (6 adjetivos)

5. Explica a razão pela qual o carneiro não comeu as hastes tenras do feijoal.

6. Atenta na frase.
“O silêncio daquele campo (...) ficou silêncio de todo.” (linha 22)
6.1. Indica o som que saiu da boca do carneiro quando este a abriu.

7. Explica, por palavras tuas, a expressão: “… e meteu-se ao deus-dará pelo meio dos feijões.”
(linha 27)
8. Atenta na frase.
“Que andas a fazer, bicho sem vergonha, no meio do feijoal? – gritou-lhe o senhor Tomé, que
estava de vigia.” (linha 28)
8.1. Indica qual dos princípios (cortesia ou cooperação) não foi respeitado na frase apresentada e
justifica a tua resposta.

GRUPO III
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Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.
1. Atenta na frase.
Apanhou o carneiro, decididamente, o lavrador.
1.1. Faz corresponder a cada número a letra do quadro apresentado correspondente.

(A) (B) (C) (D) (E) (F)


Sujeito Predicado Complemento Vocativo Complemento Modificador
direto oblíquo
1. o carneiro,
2. Apanhou o carneiro,
3. decididamente,
4. o lavrador.

2. Atenta na frase.
“O carneiro preferiu as ervas selvagens!”
2.1. Reescreve a frase na forma passiva, fazendo as alterações necessárias.

3. Atenta nas frases seguintes.


- Sai do meio do meu feijoal! – exclamou o senhor Tomé Saúdes.
3.1. Completa a frase seguinte, reescrevendo em discurso indireto a fala da personagem.
O senhor Tomé Saúdes exclamou ___________________________________________________

4. Indica a letra da frase que contém uma forma verbal no pretérito imperfeito do conjuntivo.
(A) “Chamava-se a aldeia Venda da Serra.”
(B) “Tudo isto pertence ao senhor Tomé Saúdes.”
(C) “Aprenderam aquela cantiga de uma nota só.”
(D) O carneiro talvez andasse desnorteado.

5. Atenta na frase.
“Zás! Engoliu-as num abrir e fechar de boca.”
5.1. Indica a classe de palavras a que pertence a palavra sublinhada.

GRUPO IV
“Apanhou-o, num instante, o lavrador. Ia para ajustar contas com o intrometido, quando ele, revirando
os olhos, que metia pena, lançou, em lugar do «mé-mé» a pedir perdão, um «cri, cri» do fim do mundo.”
Continua e termina o texto do Grupo II a teu gosto. Sê criativo/a!!!
O teu texto deverá conter
• um diálogo.
• uma descrição.

Não te esqueças de utilizar os sinais de pontuação, de fazer parágrafos, de construir frases com
sentido, de escrever sem erros ortográficos, de dar sentido ao texto e de escrever com caligrafia legível.
O texto deverá ter entre 140 e 200 palavras.
Observações relativas ao Grupo IV:

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1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo
quando esta integre elementos ligados por hífen (exemplo: /di-lo-ei/). Qualquer número conta como uma única palavra,
independentemente dos algarismos que o constituam (exemplo: /2014/).

2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – um mínimo de 140 e um máximo de 200 palavras –, há que
atender ao seguinte:
– um desvio dos limites de extensão requeridos implica uma desvalorização parcial (até dois pontos);
– um texto com extensão inferior a 60 palavras é classificado com 0 (zero) pontos.

Bom Trabalho!!

A professora de Português do 6.º ano.

6/6

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