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Apostila Introdução A Teologia 068
Apostila Introdução A Teologia 068
INTRODUÇÃO À TEOLOGIA
“Se não sois teólogos, nada sois!”
O estudo da Teologia, tanto como ciência (teoria, disciplina) como prática de vida
(doutrina, fé), tem como alvo primário o estudo da pessoa de Deus e secundariamente, de tudo
quanto lhe está relacionado como o universo, o homem etc. Nestas bases de investigação, a
Introdução à Teologia como parte introdutória de todo curso teológico, vem em seu bojo de
assuntos, apresentar orientações que determinam o saber teológico em sua essência devida,
destacando-as dentro de um programa como veremos a seguir.
I – ETIMOLOGIA DO TERMO
II – CONCEITOS DE TEOLOGIA
1. Um estudo sobre os deuses e suas obras, tanto lendárias, como míticas e espirituais
(filósofos e escritores como Platão, Aristóteles, Varrão etc.);
2. Uma exposição bíblica, ou seja, tudo aquilo que a Bíblia diz sobre Deus e suas ações (Pais
da Igreja);
3. Um estudo acadêmico da Bíblia e acerca de Deus, e de disciplinas como Teologia
Sistemática, Dogmática, Pastoral e outras (Idade Média e Moderna/Teologia como ciência);
4. É o estudo, análise e a declaração sistemática da doutrina (Millard J. Erickson);
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1. Doutrinária
1.1. É o estudo da doutrina, ou seja, trata acerca de Deus, seus propósitos e relações, de forma
ordenada e sistemática, independente de seu caráter dogmático (credos). Vejamos algumas
características da Teologia como doutrina:
a) Doutrina (significa ensino, instrução): consiste na elaboração das verdades fundamentais da
Bíblia e do cristão: Deus, o homem, a salvação, nosso destino etc.;
b) Teologia (literalmente o estudo de Deus): trata do conhecimento racional de Deus e de suas
relações, sendo, portanto, um estudo interrelacionável com a doutrina, e por outro lado, num
escopo mais amplo, na análise, exposição e sistematização daquela, isto é, da doutrina.
2. Científica (experimental)
2.1. É um estudo científico ou uma ciência, em razão de ser conhecimento crítico, sistemático,
lógico e relacionável com outras ciências. São diversas as características que fazem da
Teologia uma ciência, vejamo-las:
2.2. Ciência é a exposição objetiva, crítica, sistemática e lógica de fatos relacionados e
comprovados;
2.3. A Teologia, enquadrada nas condições científicas acima citadas, é um estudo
essencialmente objetivo e racional, independentemente das diversas categorias ou tipos de
ciências como as exatas, humanas etc.;
2.4. Como toda e qualquer ciência, a Teologia por sua vez, preenche aos critérios tradicionais
do conhecimento científico como nos mostra o teólogo Milard Erickson em sua Introdução à
Teologia Sistemática (pág. 18). Vejamo-los:
3. Confessional
3.1. A Comunidade da fé é depositária de uma Revelação, a qual deve ser tida como uma
profissão (ou confissão) a fazer continuamente (Jd 3);
3.2. Historicamente, esta fé confessional tem-se desenvolvida através de credos ou dogmas
universais e denominacionais;
3.3. Este “confessionalismo” teológico da fé se pluraliza através de várias confessionalidades
como católica, ortodoxa, protestante, sectária e outras.
4. Pluralista
4.1. A fé revelada é multiformemente rica em sua expressão divina e humana (Hb 1.1);
4.2. A Comunidade receptora desta fé, hermenêutica e culturalmente, tem proclamado-a com
grande diversidade de pensamentos e vivências, daí as controvérsias e heresias surgidas;
4.3. Essa diversidade (muitas teologias) na unidade (a fé) tem sido, positivamente ou não, a
causa de um maior aprofundamento da fé, para fins de um melhor esclarecimento e
compreensão de sua realidade entre nós;
4.4. Este pluralismo teológico tem sido a razão de haver esta série de teologias independentes,
tendo cada uma em seu bojo, seus pressupostos desenvolvidos por meio dos mais variados
métodos e espíritos de investigação científica.
Além destas características, há outras que evidenciam sua natureza científica, tais
como:
1. Fundamentos da Teologia:
1.1. A existência de Deus: é a grande razão do estudo teológico, pois sem ela não haveria
como conhecer a Deus;
1.2. A Revelação de Deus: a Teologia é uma ciência que parte do pressuposto do auto-
conhecimento que Deus faz de si mesmo, mediante formas revelativas gerais e específicas,
muitas das quais são dirigidas a todos os homens e outras a pessoas e épocas distintas;
1.3. Faculdades Humanas: o homem é um ser incrivelmente dotado por Deus de faculdades ou
dons que por natureza fazem-lhe ser inteligente e consciente de sua existência, ou seja,
conduzem-no ao conhecimento de tudo quanto existe e a relacionar-se com Deus e o universo.
Como bem sabemos, todo relacionamento exige primeiramente um ou mais conhecimentos.
2. Fontes da Teologia
2.1. Espírito Santo: Esta é a principal fonte-base de Teologia em razão dos seguintes fatos:
a) Inspirou a escrita do texto bíblico (2 Pe 1.19-21);
b) Conhece as profundezas de Deus (1 Co 2.10);
c) Guia-nos em toda verdade e nos ilumina, dando-nos a compreensão devida (Jo 16.13);
2.2. Natureza (Teologia Natural): a natureza ou o universo criado com seus aspectos
multiformes é uma das fontes-bases do estudo teológico por conter evidências “claras” e
determinantes acerca de Deus e o homem (Sl 19; Rm 1.18-20);
2.3. Tradição: é uma fonte-base da Teologia por se consistir num conjunto de ensinamentos
orais que foram adotados e transmitidos a gerações e organizações que os receberam como
verdades a serem cridas e vividas;
Galileu disse certa vez: “A Bíblia não nos foi dada para sabermos como é o céu, e sim como
devemos ir para o céu”;
2.6. Racionalismo (razão): a razão humana é uma fonte-base que em muito propicia o estudo
teológico quando por sua vez submete-se à iluminação do Espírito Santo, ao bom senso e a
toda e qualquer propriedade mental e espiritual que conduz o homem à realidade verdadeira
que é Deus (1 Ts 5.21);
V – HISTÓRIA DA TEOLOGIA
1.1. A Teologia vista como ciência histórica está situada num período de tempo bastante
remoto (ou eterno), visto que sua base de existência é o próprio Deus, que é o seu objeto de
estudo, o que a qualifica como Primeira ciência, independente de uma sistematização humana;
1.2. Sua presença na história humana inicia-se a partir da Revelação que se deu através de
vários meios, tendo sido sistematizada ao longo da história anterior a Cristo em contextos
tanto judaicos (Esdras, Filo de Alexandria e Apócrifos) como pagãos (Platão, Aristóteles,
Varrão e outros). A sistematização da Teologia como ciência começou primariamente no
mundo greco-romano sendo, portanto, uma ciência de origem pagã;
1.3. Neste mundo temporal, a Teologia que se caracterizava como sendo pagã, era dividida
em três classes ou gêneros:
a) Mitológica: era feita por teólogos-poetas, como Hesíodo, Homero, Orfeu etc., na qual
explicavam o mundo como atividade dos deuses, fornecendo material abundante para os
prosadores das praças e montadores de peças de teatro (teogonias);
b) Física: era manuseada pelos filósofos e era oposta à mítica por ter um caráter
meteorológico ao tratar de forma mais científica os corpos celestes, visto que os deuses já não
são os do Olimpo, e sim, o próprio cosmo. Nela se destaca o grande Aristóteles que via a
Teologia como parte da metafísica (após a física) que trata da causa primeira ou da
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Divindade, pois dividia a ciência em três partes, em física, matemática e teologia, dando a esta
última um novo campo de aplicação, identificando-a com a filosofia primeira, pois ele a
conceituava como a consideração das causas supremas do mundo astral divino e visível;
c) Civil: esta era desenvolvida religiosamente pelo povo através de homenagens com cantos
de louvor em honra ao deus da cidade, aos deuses da nação, prestando-lhes também
reverência e recusando desacata-los quanto aos seus desígnios. Fazer Teologia, portanto,
significava atribuir qualidades divinas aos imperadores e reconhecê-los como deuses, o que
para judeus e cristãos em contrapartida, significava não fazer teologia.
1.4. Não devemos deixar de falar que paralelo ao mundo pagão, o mundo judaico já de muito
tempo atrás tinha sua própria teologia definida (expressa no cânon judaico), e em tempos
greco-romanos, em razão da cultura grega (língua, filosofia etc.) ter sido incrementada em
várias nações, passava por uma progressão de novas idéias muitas das quais motivadas pela
influência da filosofia grega platônica como bem se nota nas conclusões teológico-filosóficas
feitas pelo judeu Filo de Alexandria;
1.5. Muitas idéias favoráveis à sistematização da Teologia são também oriundas do período
interbíblico que antecede a Era Cristã, difundidas profusamente pelos conhecidos livros
apócrifos e pseudepígrafos nos quais há muitos elementos que motivaram a formação da
Teologia desenvolvida no NT (Epístola de Judas). Isto nos mostra que entre o AT e o NT, não
há um vácuo teológico, e sim, um expressivo vínculo de pensamentos e posicionamentos
teológicos que influenciam até hoje a Teologia cristã.
a) No período da Idade Média que seguiu a era patrística, ocorreram fatos que vieram
caracterizar o progresso da reflexão teológica de modo bastante distorcido, ou seja, sua
progressão histórica sofreu uma descontinuidade intelectual (queda do império
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O Escolasticismo
O Monasticismo
O Humanismo
O surgimento das universidades
E a expressão intelectual de alguns teólogos-filósofos (escolásticos) que se tornaram
os principais agentes da educação na época, fazendo da Teologia, a rainha de todas as
ciências, a qual era muito relacionada às filosofias platônica e aristotélica em suas
reflexões feitas por teólogos como Abelardo, Anselmo (argumento ontológico),
Alberto Magno, Pedro Lombardo, Tomás de Aquino e outros que chegaram a produzir
várias obras (e.g., Summa Teológica, Sentenças etc.) e definir muitas doutrinas, sendo
muitas delas tipicamente católicas romanas (veneração de Maria, purgatório etc.).
b) O método padrão de interpretação bíblica usado era a “Quadriga”, isto é, os quatro sentidos
das Escrituras (literal, alegórico, moral e anagógico);
c) Um dos grandes vultos do final deste período foi Erasmo de Roterdã (1469-1536) que
impactou profundamente a Teologia com seus escritos, principalmente através do seu texto
crítico do NT grego (Textus Receptus ou Texto Recebido);
a) A Teologia da Reforma que se originou a partir do séc. XVI, foi inicialmente um desejo de
restaurar a vida e a vitalidade da Igreja do NT, que tinha sido deformada pela igreja romana,
através de abusos de poder (papado) e imoralidades do clero, como de muitas interpretações
que para os reformadores, contradiziam as Escrituras;
b) Foi representada principalmente por Lutero (justificação pela fé), Calvino (soberania de
Deus e predestinação) e Zuínglio (autoridade absoluta da Bíblia em questões de fé), os quais
se diferenciavam mediante doutrinas destacáveis;
c) Este período pode ser caracterizado teologicamente através de várias doutrinas defendidas e
resultados decorrentes das mesmas, tais como: a supremacia da Bíblia sobre a tradição, da fé
sobre as obras e do povo cristão sobre um sacerdócio exclusivo. Tais defesas resultaram no
seguinte: a Bíblia foi dada ao povo (traduções no vernáculo); muitas práticas foram abolidas;
novos horizontes foram lançados, dando ocasião ao surgimento de muitas igrejas, credos
(confessionalismo) etc.;
d) Neste período houve o retorno ao uso do método literal de interpretação das Escrituras
como base maior para os outros. Pouca Teologia romana processou-se nele, pois tanto antes
como depois do concílio de Trento, a mesma permaneceu condicionada à autoridade da igreja
e às tradições.
b) O período em pauta tem sido desde o seu início, um período de crítica, especulação e de
inovações teológicas em várias partes do mundo, pois desde seus primórdios diversos
sistemas teológico-filosóficos, movimentos, teologias e tendências têm surgido, tais como:
VI – DIVISÕES DA TEOLOGIA
1. Teologias Tradicionais
1.1. Teologia Exegética: ocupa-se diretamente do texto bíblico e assuntos relacionados, tais
como auxílio na restauração, definição, orientação, ilustração e interpretação daquele texto.
Baseia-se exclusivamente na Bíblia, por ser esta a única fonte real e infalível da ciência
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teológica. Inclui ela o estudo das línguas originais (filologia), cânon, crítica textual,
hermenêutica, exegese e teologia bíblica (AT/NT);
1.2. Teologia Histórica: traça a história do povo de Deus através da Bíblia e da Igreja desde a
época de Cristo. Ela trata da origem, desenvolvimento e dispersão da verdadeira religião e
também de suas doutrinas, organizações e práticas. Relaciona-se com a Exegética e
Sistemática por lhes dá subsídios extra-bíblicos uma vez que trabalha fundamentando-se na
história da interpretação da doutrina. Ela abrange história bíblico-judaica, história eclesiástica,
história da teologia e/ou dogmas;
1.4. Teologia Dogmática: tem haver com dogmas, que são verdades tidas como indiscutíveis
por algum círculo religioso. É a análise e sistematização das crenças fundamentais expressas
nos credos da Igreja. É tradicionalmente identificada com a Teologia Sistemática;
2.1. Teologia do Antigo Testamento: refere-se àqueles estudos que procuram expor os ensinos
do AT de acordo com os livros ou seções do mesmo;
2.2. Teologia do Novo Testamento: assim como no AT, esta busca descobrir e conhecer os
ensinos que lhes são inerentes (teologia joanina, paulina, petrina etc.);
2.3. Teologia do Pacto ou das Alianças: é aquele estudo que se concentra num grande pacto
entre Deus e os homens, ou seja, o pacto da graça. Este estudo considera todas as ações de
Deus para com a humanidade ora desenvolvidas por vários pactos ou alianças, tendo cada um
seus aspectos próprios e relacionáveis uns com os outros;
2.4. Teologia Dispensacional: é aquela teologia que extrai seu conteúdo a partir da visão que
se tem do mundo e da história da humanidade como esferas da realização dos propósitos e
vontade divinos através de diversos períodos conhecidos como dispensações.
Outras de grande relevância fazem parte desta classe: teologia rabínica (Talmude),
católico-romana (Vaticano II), evangélica (Bíblia/evangelhos) etc.
3.1. Teologia Joanina: ensinos expostos pelo apóstolo João nos livros de sua autoria
(Evangelho de João; 1ª, 2ª e 3ª epístolas; Apocalipse);
3.2. Teologia Paulina: exposição doutrinária dos pensamentos do apóstolo Paulo baseada em
seus escritos, tendo como ênfase a questão da justificação pela fé;
3.3. Teologia Petrina: ensinos do apóstolo Pedro centrados nas suas duas epístolas nas quais
se destacam idéias relacionadas à santidade de vida do cristão e sua esperança escatológica;
3.4. Teologia Patrística: pensamentos e doutrinas elaboradas e defendidas pelos Pais e mestres
da Igreja Antiga como Inácio, Tertuliano, Justino, Clemente de Alexandria, Orígenes, Irineu,
Jerônimo, Agostinho, Atanásio etc.;
3.6. Teologia Luterana: doutrinas e práticas associadas a Martinho Lutero e a seus seguidores,
e que se concentravam em três bases: somente a Escritura (sola scriptura), somente a graça
(sola gratia) e somente a fé (sola fide);
3.7. Teologia Calvinista: expressão referente aos ensinos sistematizados por João Calvino e
outros que os adotam com certas diferenças (e.g., calvinismo moderado x calvinismo
extremado). Enfatiza assuntos como a soberania de Deus, predestinação e outros mais,
particularmente voltados para a salvação. É reconhecida como teologia reformada;
3.8. Teologia Arminiana: sistema doutrinário desenvolvido por James Armínio que contraria a
posição calvinista, ou seja, o homem é salvo mediante o conhecimento prévio que Deus tem
de que aquele irá crer, regenerados podem perder a salvação etc.;
3.9. Teologia Wesleiana: sistema baseado nos ensinos de John Wesley. Caracteriza-se como
sendo de linha arminiana, destacando a dependência da graça de Deus para chegarmos a
exercer fé e vivermos uma santificação total ou perfeição.
4.3. Teologia da Nova Inglaterra: nome dado a um conjunto de crenças que tiveram origem
nas formulações teológicas de Jonathan Edwards (1703-1758), nas quais buscava explicar
questões relacionadas ao Primeiro Grande Despertamento nas colônias americanas e de outras
como a liberdade humana, a moralidade da justiça divina etc.;
Fazer Teologia é “falar a respeito de Deus” e “dar razão de nossa esperança” (1Pe
3.15). Portanto, qualquer pessoa que de um modo e de uma maneira fala sobre Deus, e faz jus
a esta esperança, é em tese, um teólogo, e como tal, deve articular (através de uma
metodologia teológica que tem como objetivo ensinar como “fazer teologia”), os dados
referentes à fé revelada, definindo-lhes uma unidade, sistematização e atualização a cada
geração de fiéis. A questão da metodologia teológica definirá por outro lado, o tipo de
teologia e de teólogo que surgirá mediante os princípios e leis que regem o ato de teologizar.
Seu campo de estudo envolve questões como: formas genéricas de Teologia, etapas do
trabalho teológico, métodos e princípios de linguagem teológica, atitudes gerais e
instrumentos de trabalho.
1.1. Teologia leigo-popular: baseia-se na lógica do VER, ou seja, que decorre do senso
comum, processada por várias mediações, definindo-a como sendo um discurso espontâneo e
imediato do mistério da fé. Consiste-se num tipo empírico de teologizar;
1.3. Teologia pastoral (ou ministerial): fundamenta-se especialmente à lógica do AGIR. Seu
discurso está vinculado em ações, linguagens e destinatários peculiares, em virtude de estar
voltado à animação da fé através de mediadores próprios que incorporam os resultados mais
propícios que decorrem das outras teologias citadas acima.
Fazer Teologia requer unidade, sistematização e lógica para uma boa articulação
da Revelação e fé cristã. Por isso, faz-se necessário observar as seguintes etapas:
2.1. A escuta da fé ou passo hermenêutico (Dt 6.4; Rm 10.17): teologizar é primeiro ouvir e
depois pensar. A Teologia ou discurso da fé revelada nasce da escuta, pois somos receptores
duma Palavra Revelada, portanto, devemos sempre dar uma “palavra de resposta” a Ela,
reconhecendo-a, confrontando-a (interpretações, críticas) e enriquecendo tudo o que se ouve a
partir de sua realidade;
a) Análise do conteúdo interno da fé, na qual se procura mostrar o porquê e o como dos
mistérios em que se crê;
b) Sistematização desse conteúdo mediante uma síntese articulada. Trata-se de articular os
dados da fé num todo orgânico a partir dum “vínculo entre os mistérios (e.g., Trindade,
Encarnação etc.)” e em torno de uma “idéia arquitetônica (e.g., Salvação)”;
c) Criação de novas perspectivas teológicas para avançar na compreensão da fé. Consiste em
partir da especulação ou da teorização teológica, a fim de descobrir novas realidades
teológicas, para uma melhor perspicácia da fé.
2.3. A aplicação da fé ou passo prático: a reflexão teológica também leva em conta a realidade
“do mundo”, de onde emergem as grandes questões existenciais (e.g., “De onde vim”; “Quem
sou eu”; “Para onde vou”) que a Teologia procura “iluminar” a partir da fé (MATOS, 2005).
É buscar o sentido atual do texto, que chamamos de “sentido espiritual”, o qual deve ser
antecedido por um rigor exegético, que por sua vez, definirá os sentidos adequados e a
aplicação devida para o nosso presente.
NOTA: Para uma boa escuta, experiência e aplicação da fé, observe o “decálogo
hermenêutico” proposto pelo teólogo católico Clodovis Boff, no seu livro “Teoria do Método
Teológico/Vozes”:
3.1. Método dedutivo (a priori: “a partir do que vem antes”): é o ato de se trabalhar a partir de
dados existentes, ou duma afirmação, ou seja, de uma série de proposições deduz ou infere-se
uma série de fatos. Parte sempre do geral para o particular. Quanto ao sistema teológico,
constitui-se na ação de levá-lo a adequar-se aos princípios próprios de um outro sistema (e.g.,
o deísmo, o evolucionismo etc.);
3.2. Método indutivo (a posteriori: “a partir do que vem depois”): inicia à partir da coleta de
dados, classificação e sistematização daqueles, através de leis que regem toda sua progressão.
É a ação de chegar a uma conclusão geral a partir da observação de fatos particulares. No caso
da Teologia, deve-se levar em consideração os princípios exegéticos pertinentes que
determinem conclusões devidamente acertadas;
3.3. Método experimental ou místico: decorre de impressões tanto internas (convicções) como
externas (revelações), que tem se tornado fonte-base para formulações teológicas;
3.5. Método Exegético: este método refere-se ao ato de explicar o significado de um texto
conforme um autor queria que fosse compreendido, como também, a um “conjunto de
ciências e métodos de interpretação aplicados à Sagrada Escritura para desvelar sua história,
texto, sentido, mensagem, origem, transmissão e acomodação a cada geração de crentes”
(SÁNCHEZ, p.40, 1996). Sua prática inclui métodos gerais e acadêmicos: crítica textual,
crítica literária (gêneros literários), crítica da forma (estudo de palavras, investigação da
situação histórica), crítica das fontes, crítica histórica, história da tradição etc.
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4.3. Exercitar o estudo individual através da leitura de bons livros, fazendo leituras de
reconhecimento, de interpretação e de críticas;
4.4. Fazer apontamentos de leitura resumindo as idéias mais importantes, interessantes ou
úteis; frases expressivas, citando-as literalmente e com precisão; idéias particulares que a
leitura do livro gerou: críticas, comentários ou idéias novas etc.;
4.5. Memorizar tudo quanto foi lido e pesquisado, adotando meios como resumos, esquemas,
partes divididas, partindo das unidades menores e crescendo até às maiores;
4.6. Quanto à prática de pesquisa ou de investigação, deve-se observar as seguintes fases:
a) Escolher o assunto;
b) Delimitar o assunto a ser investigado ou não:
c) Coletar o material de apoio à pesquisa (livros, pesquisa de campo etc.);
d) Fazer leitura geral acompanhada de esquemas e resumos;
e) Organizar o conteúdo investigado e coletado dentro de suas divisões principais (introdução,
desenvolvimento e conclusão);
f) Desenvolver as idéias pesquisadas e elaboradas numa primeira redação, para
progressivamente, torná-las mais sólidas numa redação definitiva e final;
g) Elaborar conteúdos complementares para fins de uma melhor conclusão científica (anexos,
apêndices, notas e referências bibliográficas, índices etc.).
1. Na Escola Pública
Para atuar nas escolas sejam elas públicas ou privadas, é necessário que o
profissional em Teologia preencha os critérios referentes à sua ação educacional à luz da nova
LDB n° 9394/96, que estabelece os seguintes termos:
NOTA: O ensino teológico, ainda que seja desenvolvido principalmente, nos seminários e
institutos de várias igrejas, está intimamente ligado à educação religiosa nas escolas, por
fundamentá-la quanto às suas conclusões de forma transversal.
a) Quanto ao ensino superior, é preciso que o teólogo esteja qualificado para exercer
profissionalmente seu magistério, tendo no mínimo curso de especialização, e no máximo,
mestrado ou doutorado para cursos mais avançados como pós-graduação;
a) Nos seminários e institutos teológicos requer-se do professor de teologia que venha
reconhecer os seguintes aspectos:
b) Fundamentos técnicos
Bases de atuação:
Condições metodológicas:
Preparação: tema definido; coleta e seleção dos melhores dados; leituras e pesquisas;
definição de objetivos; definição de métodos e aquisição de recursos didáticos etc.;
Apresentação: explanação do conteúdo previamente dominado e dinamizado através
de métodos e recursos correspondentes;
Aplicação: atividades referentes ao conteúdo transmitido para medidas de
aprofundamento e experimentação;
Verificação: avaliação do aproveitamento da questão analisada, mediada por tarefas,
formulários, testes, entrevistas pessoais e outros.
Ter conhecimento de seus alunos, a fim de que se desenvolva uma boa transmissão do
conteúdo, amizade e respeito para com os mesmos;
Levar em conta o conhecimento deles para que haja um melhor aproveitamento
escolar;
Falar a eles dentro de uma linguagem acessível;
Deixar que os mesmos façam perguntas e falem de si mesmos e de suas experiências;
Exercer sempre um bom padrão de conduta e convivência, tratando-os com
cordialidade, igualdade e sinceridade;
Motivar seus alunos valorizando-os sempre quanto ao desempenho demonstrado;
Não criticar suas tradições culturais e religiosas etc.
É indispensável que o estudante de teologia seja uma pessoa regenerada (Sl 25.14) e
cheia do Espírito Santo, porque este é o autor da Bíblia, e só através de sua
iluminação é possível ao estudante de teologia assimilar os conhecimentos que lhe
são necessários, e escapar de cair em erros de interpretação [...];
ABSOLUTO: Que diz respeito à realidade última e independente, indicando que as demais
entidades são oriundas e inerentes a Ela.
ACRÍTICO: Tendência de aceitar uma idéia ou conclusão sem questioná-la.
AGNOSTICISMO: Sistema ateísta que diz que é incapaz de conhecer a Deus de forma exata,
e que Deus pode não existir.
AGNÓSTICO: Refere-se àquele que “não conhece”. É toda e qualquer pessoa que professa o
agnosticismo, seja de forma teórica ou vivencial.
AGOSTINIANISMO: Sistema teológico ligado a Agostinho de Hipona. Suas ênfases
doutrinárias são: depravação total do homem, a graça de Deus como motivo único de nossa
salvação e predestinação.
ALEGORIA: Um dos sentidos de interpretação que procura extrair um significado mais
profundo do texto.
ALIANÇA: Acordo feito entre duas partes para fins de realização de certos fatos
fundamentados em critérios a serem cumpridos pelas duas partes.
ALTA CRÍTICA: Forma de interpretação que analisa questões literárias e históricas do texto
bíblico, como a autoria, gêneros e datas dos livros.
AMILENISMO: Sistema escatológico que caracteriza o reino milenial de Cristo como não
sendo terrestre, e sim, espiritual.
ANTILEGOMENA: Expressão referente aos livros que foram rejeitados como sendo
canônicos nos primeiros séculos cristãos, tanto os do AT como os do NT.
ANTROPORMOFISMO: Atribuição de traços físico-humanos a Deus como mãos, pés, braço
etc.
ANTÍTESE: Tese ou idéia que provoca contraste ou se opõe a uma que lhe precedeu.
ANTÍTIPO: Fato neotestamentário que é tipificado ou representado por pessoas, objetos e
práticas do Antigo Testamento.
ANTROPOPATISMO: Atribuições de sentimentos humanos a Deus.
APOCALÍPTICO (A): Gênero literário que diz respeito às questões do fim do mundo.
APOLOGÉTICA: Área da teologia que trata da defesa da fé cristã, através de argumentos
racionais baseados na doutrina (e nos dogmas).
ARIANISMO: Sistema baseado na interpretação de Ário, bispo de Alexandria, que ensinava
que Cristo é a criatura mais elevada feita por Deus e, que não era Deus propriamente dito, ou
seja, era apenas “um deus”.
ARMINIANISMO: Sistema teológico iniciado por Jacobus Arminius e continuado por seus
seguidores, através do qual se enfatizava o conhecimento prévio de Deus como o ato de Deus
salvar o homem; resistência ao chamado divino etc.
BARTHIANISMO: Palavra que descreve as proposições teológicas de Karl Bart,
principalmente relacionadas com a Revelação e a pessoa de Cristo.
CALVINISMO: Termo que designa as perspectivas teológicas de João Calvino e seus
seguidores, expressas principalmente, nos chamados “cinco pontos do calvinismo” intitulados
de TULIP (ing.).
CARISMÁTICO: Expressão que se confunde com o termo “pentecostalismo”, e que denota
uma teologia baseada na atualidade e uso dos dons espirituais, batismo no Espírito Santo e
manifestações de curas e milagres.
CONSUBSTANCIAÇÃO: Ensino defendido por Lutero que dizia que tanto o corpo como o
sangue estão presentes espiritualmente através do pão e do vinho na Santa Ceia.
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CRÍTICA DA FORMA: Método crítico dos textos bíblicos que estuda as diferentes formas
literárias a fim de determinar sua autenticidade.
CRÍTICA DAS FONTES: Método exegético que se destina a investigar as variadas fontes
usadas na redação do texto original e que fundamentam os textos atuais.
CRÍTICA LITERÁRIA: Método de estudo literário de uma obra que se desdobra em várias
áreas de investigações como sua linguagem, fontes literárias etc.
CRÍTICA DA REDAÇÃO: Método de investigação bíblica que busca definir as fontes usadas
na escrita do texto e o porquê de tê-las usado.
CRÍTICA TEXTUAL: Ciência exegética que pretende definir o “texto bíblico” mais exato
possível aos originais.
DEÍSMO: Ensino de que Deus é Transcendente no sentido de ter criado todas as coisas
deixando-as num curso de existência mediante leis definidas sem nenhuma intervenção Sua.
DEMITIZAÇÃO: Método teológico de interpretação que procura entender os aspectos
sobrenaturais da Bíblia de modo não-literal.
DETERMINISMO: Ensino pertinente ao fato de que tudo quanto existe está conclusivamente
destinado a sofrer situações que lhes dizem respeito.
DOCETISMO: Heresia gnóstica que ensinava Cristo ser não um homem real, e sim um
fantasma.
DOXOLOGIA: Uma declaração de louvor a Deus.
DUALISMO: Ensino filosófico que diz haver dois princípios que regem qualquer coisa
existente, por exemplo, o bem e o mal.
EBIONISMO: Heresia relacionada a Cristo que ensinava que o mesmo não era Deus, e sim,
apenas humano.
ECLETISMO: Sistema filosófico-religioso que procura apropriar-se do melhor que há em
termos de pensamentos de outros sistemas.
ECUMENISMO: Movimento religioso que pretende a unificação de todas as religiões, igrejas
e denominações.
EISEGESE: Indica o ato de inserir uma interpretação própria nm texto.
EMPIRISMO: Filosofia que define a aquisição do conhecimento como sendo exclusivamente
por meio dos sentidos.
EPISTEMOLOGIA: É a ciência ou teoria do conhecimento que busca obter o conhecimento
exato da verdade.
ESCOLASTICISMO: Movimento de caráter intelectual que buscou tratar a teologia mediante
uma elaboração e exposição racional e sistemática.
EX-CÁTEDRA: Expressão que designa as declarações de uma autoridade nas suas
atribuições oficiais.
EXEGESE: É a ação de extrair e explicar o sentido original do texto à luz de regras e métodos
próprios de interpretação.
EXISTENCIALISMO: Filosofia baseada em estudos subjetivos e experimentais que busca
entender o fato da existência humana, rejeitando os pressupostos metafísicos.
FIDEÍSMO: Concepção de que os fatos de uma crença devem ser aceitos exclusivamente pela
fé.
FILOLOGIA: Ciência que estuda as línguas.
GNOSTICISMO: Movimento que grassou no seio do cristianismo primitivo, desde o primeiro
século, e que: (1) dava ênfase ao conhecimento de uma verdade de natureza mais elevada e
especial que somente os iluminados recebiam de Deus; (2) ensinavam que a matéria é
inerentemente má; (3) negavam a humanidade real de Jesus.
HEDONISMO: Sistema filosófico de vida que vê o prazer como bem maior e supremo.
HUMANISMO: Movimento intelectual europeu de caráter renascentista que comporta vários
interesses como o estudo das obras clássicas de literatura e da arte, no objetivo de renovar a
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cultura da época de seu surgimento. Por outro lado, tornou-se uma filosofia centralizada no
homem.
IDEALISMO: Filosofia que determina crenças e valores diversos que definirão as ações e
verdades a serem seguidas na vida.
INERRÂNCIA: Termo que define a qualidade do texto bíblico no sentido do mesmo está
isento de erros quanto aos seus manuscritos originais, no que diz respeito a questões
históricas, científicas, doutrinárias e morais.
ISAGOGE: Vocábulo que diz respeito à ciência que estuda aquelas questões introdutórias da
Bíblia quanto aos seus livros, gêneros literários, autoria e outros aspectos relacionados.
JESUS HISTÓRICO: Termo bastante usado no século XIX quanto às questões relacionadas a
Jesus como fato histórico.
KANTIANISMO: Sistema filosófico baseado nos pressupostos de Immanuel Kant, dentre os
quais se destaca o fato de que todo conhecimento origina-se a partir da experiência.
KENOSIS: Palavra que designa o “auto-esvaziamento” de Cristo quando da sua encarnação.
KÉRYGMA: Termo grego que quer dizer “proclamação”.
LAICATO: Termo grego que significa “povo” ou “leigo”, pois quem não tinha sido ordenado
ao ministério, era em parte do laicato ou um leigo.
LIBERALISMO: Movimento de caráter modernista que procura redefinir qualquer
pensamento doutrinário e prático concernente ao cristianismo.
LXX: Símbolo numérico da versão dos Setenta ou Septuaginta.
MANIQUEÍSMO: Movimento filosófico-religioso surgido nos primeiros séculos da era cristã
através de Mani (c.216-277), que enfatizava em especial a vida ascética como meio de
salvação. Era dualista em sua mensagem.
MATERIALISMO: Sistema ateísta que tem a matéria como a realidade única e final de tudo
quanto existe, negando assim, tudo que seja de natureza espiritual ou metafísico.
MILENISMO: Sistema teológico que ensina haver um período de mil anos decretado por
Deus no qual Cristo governará sobre a terra.
MISTICISMO: Inclinação devocional ou espiritual exercida através de várias formas de
relacionamento com Deus.
MONOFISISMO: Uma das muitas heresias cristológicas que ensinava haver uma única
natureza em Cristo.
NEO-ORTODOXIA: Movimento teológico associado principalmente a Karl Bart. Foi uma
forma de voltar aos pressupostos da Reforma em oposição ao Liberalismo. Como sistema,
aceitou os postulados da crítica da Bíblia e do existencialismo.
NEOPLATONISMO: Referência aos ensinos de Platão redefinidos por Plotino e outros
estudiosos, os quais viam o mundo como sendo uma realidade emanada da Divindade e que a
alma humana vinculasse a Ela mediante momentos de êxtases.
ONTOLÓGICO: Termo qualificativo que diz respeito à existência de um ser.
ORTODOXIA: Refere-se a tudo quanto seja verdadeiro ou correto.
ORTOPRAXIA: Significa a “prática correta”.
PANENTEÍSMO: Ensino de que Deus está em todas coisas, não sendo passível de
comparação com algum ser criado.
PANTEÍSMO: Crença que confunde Deus com a criação, ou seja, que Deus e o universo
formam uma unidade total.
PAROUSIA: Termo grego que quer dizer “vinda” ou “chegada”. É usada para referir-se à
Segunda Vinda de Cristo.
PATRÍSTICO: Termo qualificativo que pode designar tanto o período dos Pais da Igreja
Antiga como os seus escritos e ensinamentos.
PEDOBATISMO: Refere-se à prática batismal de crianças ou batismo infantil.
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1. “Não estou vendo hoje entre jovens evangélicos qualquer número grande de mentes
brilhantes articulando e defendendo a fé na arena da Teologia bíblica e sistemática. (...)
gostaria muito ver um Lutero, um Calvino, um Knox ou um Edwards surgir entre vocês para
fazer em prol da sua era aquilo que algumas das mentes mais brilhantes que conheço fizeram
em prol da minha”. (Dr. Harold Lindsell);
2. “É possível que a Teologia não seja a coisa mais importante nem a primeira que deve
ocupar-nos, porém ela certamente é indispensável. A Igreja não pode existir sem interrogar-se
constantemente, à luz das Escrituras, acerca da fidelidade do seu testemunho e da coerência
entre sua mensagem, sua vida e seu culto”. (José Míguez Bonino);
3. “A Teologia só cessará de ser uma ciência de real interesse quando os homens deixarem de
pensar ou quando deixarem de perguntar: Donde vim, o que sou, e para onde vou? Diz o
presidente P. I. Forsyth: “A principal necessidade da Religião hoje é de uma teologia.
Algumas mentes, desmoralizadas pela própria religião, clamam contra a Teologia, a
metafísica etc. É um “clamor em que se pressente a ruína futura da fé cristã”. (Compêndio de
Teologia Sistemática, p. 15);
5. “O verdadeiro teólogo é o que mantém sua mente voltada para os problemas e questões
teológicas, e tem prazer em fazer isso. Quem estuda por obrigação ou por desejo de posição
nunca será um teólogo de fato. Tal pessoa desconhece a importância e a satisfação do
conhecimento. Espera-se que um teólogo autêntico tenha motivações mais nobres e sublimes
no coração”. (Idem).
Para medidas de conclusão, fica bastante claro a nós que o estudo e a prática da
Teologia são exercidos convenientemente através do “amor e entusiasmo para com as coisas
divinas que se deseja conhecer a fundo (1 Jo 4.7)” e da “disposição para socializar os
conhecimentos adquiridos, num gesto de despretensioso serviço à sua Comunidade cristã e a
todos que estão em busca de um sentido mais profundo de sua existência”. Assim, o saber
teológico será sempre um “saber – para”. Não basta “o que”; é preciso ainda saber o “para –
que” e “como”. Tomás de Aquino já o afirmara com esta frase: “Só sabe bem uma ciência
aquele que sabe igualmente como usá-la” (MATOS, 2005).