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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO E CONTROLADORIA


DISCIPLINA: TEORIA DA CONTABILIDADE
PROFESSORA: EDITINETE ANDRÉ DA ROCHA GARCIA, Dra.
MESTRANDO: RIKELME SALES DA SILVA

FICHAMENTO 04 - CONTABILIDADE E CONTROLE

I - IDENTIFICAÇÃO DAS OBRAS EXAMINADAS

FLORES, E.; BRAUNBECK, G.; CARVALHO, N. Teoria da contabilidade financeira:


fundamentos e aplicações. São Paulo: Atlas, 2018.

SUNDER, S. Teoria da contabilidade e do controle. São Paulo: Atlas, 2014.

II - PALAVRAS-CHAVE:
Contabilidade. Controle. Gestão

III - SÍNTESE E AVALIAÇÃO CRÍTICA

1. CONTABILIDADE E CONTROLE: DESAFIOS E PERSPECTIVAS

A contabilidade e o controle representam os pilares essenciais da gestão empresarial,


desempenhando papéis cruciais em diversas facetas das operações organizacionais. Essas duas
esferas não apenas fornecem um panorama claro da saúde financeira de uma empresa, mas
também garantem a conformidade regulatória, facilitam a tomada de decisões informadas e
promovem a transparência e a responsabilidade.
A contabilidade é a linguagem financeira das organizações, permitindo a comunicação
e a interpretação dos aspectos monetários de suas atividades (Healy et al., 2001). Por meio do
registro, classificação e análise das transações financeiras, a contabilidade fornece uma visão
abrangente do desempenho econômico da empresa. Nessa perspectiva, princípios contábeis,
como o da Entidade Contábil e o da Continuidade, estabelecem a base para a elaboração de
relatórios financeiros precisos e confiáveis.
Os relatórios contábeis, incluindo o balanço patrimonial, a demonstração de resultados
e o fluxo de caixa, oferecem uma análise estruturada das finanças da empresa. Essas
informações são essenciais para a tomada de decisões financeiras informadas, permitindo aos
gestores avaliar a rentabilidade, a liquidez e a solvência da organização. Além disso, a
contabilidade desempenha um papel crucial na comunicação com os stakeholders, fornecendo
transparência e confiabilidade nas informações financeiras divulgadas.
O controle, por sua vez, é o mecanismo que assegura que as operações da empresa
estejam alinhadas com seus objetivos estratégicos e metas estabelecidas (Sunder, 2014). Por
intermédio da definição de padrões de desempenho e da implementação de processos de
monitoramento e avaliação, o controle garante a eficiência operacional e a mitigação de
riscos.
Mecanismos de controle interno, como a segregação de funções, políticas de
autorização e procedimentos de reconciliação, são essenciais para prevenir fraudes e erros
financeiros. Além disso, o controle governamental, por meio de auditorias e regulamentações,
garante a conformidade da empresa com as leis e normas contábeis, promovendo a
transparência e a integridade das práticas financeiras.
A contabilidade e o controle estão intrinsecamente interligados, complementando-se
para garantir uma gestão eficaz e responsável da empresa. Enquanto a contabilidade fornece
as informações financeiras necessárias para a tomada de decisões, o controle garante que
essas decisões sejam executadas de maneira eficiente e em conformidade com as políticas e
regulamentos estabelecidos. Através da integração da contabilidade e do controle, as empresas
podem otimizar sua gestão financeira, identificando áreas de melhoria, mitigando riscos e
maximizando o valor para os stakeholders. Ademais, essa integração promove uma cultura
organizacional de transparência, responsabilidade e conformidade, fundamentais para o
sucesso a longo prazo da empresa.
Dessa maneira, os dois campos desempenham papéis fundamentais na gestão
empresarial, os quais fornecem informações financeiras precisas, garantem conformidade
regulatória e promovem eficiência operacional. Sua interrelação é essencial para uma gestão
eficaz e responsável da empresa, proporcionando uma base sólida para o crescimento
sustentável e a criação de valor a longo prazo.

2. TEORIA CONTRATUAL DA FIRMA E O CONTROLE ORGANIZACIONAL

A perspectiva da organização como um conjunto de contratos está intrinsecamente


ligada à contabilidade e ao controle. Isso porque a formalização e a regulamentação das
relações entre os diversos agentes internos e externos da organização são essenciais para
ambas as áreas, uma vez que, segundo Coase (1999), a firma funciona como um nexo de
contratos, os quais buscam definir e proteger direitos de propriedade associados aos agentes.
Em termos de contabilidade, a documentação e a divulgação das transações
financeiras e contratuais são fundamentais. Os registros contábeis, como balanços
patrimoniais e demonstrações de resultados, oferecem uma visão clara das obrigações e
compromissos assumidos pela empresa por meio de seus contratos. Além disso, a
contabilidade é crucial para avaliar o desempenho financeiro da organização em relação aos
contratos, acompanhando receitas, despesas, lucros e prejuízos associados a cada um deles.
Por sua vez, o controle é responsável por garantir que os termos e condições dos
contratos sejam cumpridos. Mecanismos de controle são implementados para monitorar e
avaliar o cumprimento dos contratos, garantindo a eficiência operacional e o alcance das
metas estabelecidas, tendo em vista que as empresas são feixes de contratos entre diferentes
partes (Alchian, 1965). Isso inclui a definição de padrões de desempenho, a medição do
desempenho real em relação a esses padrões e a implementação de medidas corretivas, se
necessário.
Dessa forma, a contabilidade e o controle desempenham papéis complementares e
interligados na gestão das relações contratuais dentro da organização. A contabilidade, por
meio da elaboração de registros precisos e da análise detalhada das transações financeiras,
fornece uma base sólida para a avaliação do cumprimento dos contratos e a transparência nas
operações empresariais. Por outro lado, o controle estabelece mecanismos e procedimentos
para monitorar e assegurar a conformidade com os termos e condições dos contratos,
garantindo não apenas a conformidade regulatória, mas também a eficiência e a integridade
nas operações. Esses dois aspectos combinados promovem a eficácia na gestão das relações
contratuais, contribuindo para o sucesso e a sustentabilidade da organização.
REFERÊNCIAS

ALCHIAN, Armen A. Alguma economia dos direitos de propriedade. O político , pág.


816-829, 1965.

COASE, Ronald H. The nature of the firm (1937). In: WILLIAMSON, Oliver E.;
MASTEN, Scott, E. The economics of transaction costs. Northampton: Edward Elgar
Publishing, 1999.

HEALY, Paul M.; PALEPU, Krishna G. Information asymmetry, corporate disclosure, and the
capital markets: a review of the empirical disclosure literature. Journal of Accounting and
Economics, v. 31, p. 405-440, 2001.

SUNDER, S. Teoria da contabilidade e do controle. São Paulo: Atlas, 2014.

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