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INSTITUTO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA
Belém
2019
Josiane Rodrigues dos Reis
Belém
2019
Josiane Rodrigues dos Reis
Orientador: ____________________________________
Profº. Dr. Eduardo Magalhães Braga
Faculdade de Engenharia Mecânica, UFPA
_______________________
Conceito
CAPÍTULO I...........................................................................................................................10
1 INTRODUÇÃO...............................................................................................................10
2 OBJETIVOS....................................................................................................................12
2.1 OBJETIVO GERAL.....................................................................................................12
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS........................................................................................12
CAPÍTULO II.........................................................................................................................13
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA......................................................................................13
3.1 PROCESSO DE SOLDAGEM GMAW.......................................................................13
3.2..........................................................................................................................................15
3.3 PROCESSO DE SOLDAGEM GMAW-CW...............................................................15
3.4 GASES DE PROTEÇÃO PARA GMAW....................................................................17
3.4.1 Argônio.................................................................................................................19
3.4.2 Hélio......................................................................................................................19
3.4.3 Dióxido de carbono...............................................................................................19
3.5 VARIÁVEIS DO PROCESSO GMAW.......................................................................20
3.5.1 Corrente.................................................................................................................21
3.5.2 Polaridade.............................................................................................................22
3.5.3 Tensão...................................................................................................................22
3.5.4 Stickout e Distância de Bico de Contato Peça (DBCP)........................................23
3.6 MODOS DE TRANSFERÊNCIA METÁLICA..........................................................24
3.6.1 Transferência por curto-circuito...........................................................................27
3.6.2 Transferência globular..........................................................................................28
3.6.3 Transferência goticular ou spray...........................................................................29
3.6.4 Transferência pulsada...........................................................................................30
3.7 ESTABILIDADE NO PROCESSO DE SOLDAGEM................................................31
3.7.1 Oscilogramas.........................................................................................................33
3.7.2 Histogramas..........................................................................................................34
3.7.3 Ciclograma............................................................................................................35
CAPÍTULO III........................................................................................................................36
4 METODOLOGIA...........................................................................................................36
4.1 MATERIAIS.................................................................................................................36
4.1.1 Consumíveis..........................................................................................................36
4.1.2 Fontes de soldagem...............................................................................................37
4.1.3 Tocha de Soldagem;..............................................................................................38
4.1.4 Programas computacionais...................................................................................38
4.1.5 Equipamentos para Ensaios Metalográficos.........................................................39
4.1.6 Bancada de soldagem............................................................................................39
4.2 MÉTODOS...................................................................................................................40
4.2.1 Obtenção das amostras dos corpos de prova soldados..........................................42
4.2.2 Comportamento do arco voltaico..........................................................................43
CAPÍTULO IV........................................................................................................................44
5 RESULTADOS...............................................................................................................44
5.1 PENETRAÇÃO E ÁREA PENETRADA....................................................................44
5.2 VALORES DE TENSÃO E CORRENTE...................................................................47
5.3 OSCILOGRAMAS.......................................................................................................48
5.4 HISTOGRAMAS..........................................................................................................51
5.5 CICLOGRAMAS.........................................................................................................53
CAPÍTULO V..........................................................................................................................56
6 CONCLUSÃO.................................................................................................................56
7 CRONOGRAMA............................................................................................................57
REFERÊNCIAS......................................................................................................................58
Lista de Figuras
Figura 1.1 - Esquema do processo de soldagem: (a) Com arame frio e (b) Com arame
energizado.................................................................................................................................11
Figura 3.1 - Processo de soldagem GMAW.............................................................................13
Figura 3.2 - Esquema representativo dos equipamentos de soldagem GMAW.......................14
Figura 3.3 - Processo de soldagem CW– GMAW....................................................................16
Figura 3.4 - Influência da adição de fio frio no arco do catodo: a GMAW padrão; b e c,
representa quando um adicional de 60% e 140% da massa são adicionados, respectivamente,
através do arame frio, relativo à taxa de alimentação do eletrodo............................................17
Figura 3.5 - Aspectos do padrão de penetração para diferentes gases de proteção..................20
Figura 3.6 - Velocidade de fusão para arame-eletrodo de 1,2 mm...........................................21
Figura 3.7 - Stickout.................................................................................................................23
Figura 3.8 - Efeito da DBCP na corrente de soldagem.............................................................24
Figura 3.9 - Condições de corrente e tensão para as diferentes formas de transferência para a
soldagem GMAW com um gás de proteção a base de argônio (esquemático).........................26
Figura 3.10 - Representação esquemática da transferência por curto-circuito.........................27
Figura 3.11 - Sequência de fotos do modo de transferência goticular......................................28
Figura 3.12 - Oscilogramas de tensão e corrente de um processo com transferência globular
em 250ms..................................................................................................................................28
Figura 3.13 - Sequência de fotos do modo de transferência goticular......................................29
Figura 3.14 - Oscilograma de uma transferência por aerossol. Arame ER 70S6 de 1,20 mm de
diâmetro e gás Ar-4%CO2........................................................................................................30
Figura 3.15 - Princípio da transferência pulsada: Ip – corrente de pico, Ib – corrente de base,
tp – tempo de pico e tb – tempo de base...................................................................................30
Figura 3.16 - Oscilogramas típicos de uma transferência por arco pulsado.............................31
Figura 3.17 - Oscilograma de corrente e tensão em função do tempo......................................34
Figura 3.18 - Histograma de tempos de curto circuito..............................................................35
Figura 3.20 - Oscilograma de tensão x corrente. a) regular b) irregular...................................35
Figura 4.1 - Tocha adaptada para soldagem com o processo CW-GMAW e EW-GMAW.....38
Figura 4.2 - Representação esquemática da montagem processo EW-GMAW......................40
Figura 4.3 - Organograma da execução da soldagem...............................................................42
Figura 4.4 - Esquema de seccionamento do cordão para obtenção das amostras.....................43
Figura 5.1 - Média dos valores de penetração em relação ao percentual de adição de arame..45
Figura 5.2 - Média dos valores de área penetrada em relação ao percentual de adição de arame
...................................................................................................................................................46
Figura 5.3 - Aspecto superficial e as macrografia dos cordões de solda..................................47
Figura 5.4 - Oscilograma de tensão e corrente de soldagem....................................................50
Figura 5.5- Histogramas período de curto circuito da primeira réplica....................................52
Figura 5.6 - Ciclograma de tensão e corrente de soldagem......................................................55
Lista de Tabelas
CAPÍTULO I
1 INTRODUÇÃO
Figura 1.1 -Esquema do processo de soldagem: (a) Com arame frio e (b) Com arame
energizado
2 OBJETIVOS
Medir a penetração e área penetrada através das macrografias obtidas das amostras
soldadas;
Comparar os oscilogramas de corrente e tensão em função do tempo;
Comparar os ciclogramas de tensão em função da corrente de soldagem;
Verificar os curtos-circuitos dos histogramas.
18
CAPÍTULO II
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
O arco elétrico produzido entre a ponta do eletrodo e o metal de base é uma região
denominada de plasmática, pois é onde há descargas elétricas, sustentada através de um gás
ionizado a alta temperatura, onde produzem uma concentração adequada energia térmica para
realizar a fusão de materiais metálicos (Marques et al, 2017).
Os principais elementos para executar a soldagem GMAW são os seguintes: a fonte de
energia, condutores elétricos, tocha de soldagem, cilindro de gás de proteção e um cabeçote
alimentador com arame eletrodo. Tais itens estão distribuídos como ilustra a Figura 3.2.
19
Estudos utilizando o processo CW-GMAW com gás ativo apresentou menores valores
de distorções em estruturas de painéis navais, pois com a injeção de um arame "frio" na região
do arco elétrico uma parte da energia utilizada no processo de soldagem foi absorvida para
fundir o arame, o que diminuiu a geração de tensões residuais e também menores valores de
distorções (CABRAL, 2015).
Sabio (2007) analisou a viabilidade da soldagem MAG com a adição do arame frio em
relação ao MAG convencional, observou que a adição do arame “frio” apresentou um
aumento na taxa de fusão e deposição, além de apresentar uma transferência metálica estável.
Porém, o arame "frio" adicionado no arco elétrico, retirou calor da poça de fusão, provocando
uma redução na penetração da solda, fazendo com que esse processo seja indicado para soldas
de revestimento.
Com base em estudos anteriores Mota et al (2016) analisou o processo de soldagem
MIG com adição de arame “frio” aplicado para revestimentos de chapas de aço com uma
superliga de níquel ER NiCrMo-4, gerando cordões de solda com um maior reforço e menor
diluição comparados com o MIG convencional, além de apresentarem um bom desempenho
operacional e ausência de defeitos nos passes isolados.
O processo de soldagem CW-GMAW pode realizar soldas com quantidades crescentes
de arame frio, conforme Figura 3.4. Na soldagem de chanfro estreito observou-se que à
medida que há um aumento na adição do arame “frio”, o arco se fixa neste arame e ocorre
algo similar a sua deflexão, estabilizando o arco e evitando a sua fixação na parede lateral do
canal. Dessa forma, esse processo permite um aumento na taxa de fusão do eletrodo, sem a
necessidade de aumentar a corrente de soldagem, além de poder melhorar a microestrutura e a
dureza da zona termicamente afetada (ZTA) dos cordões de solda (ASSUNÇÃO, 2017).
22
Figura 3.5- Influência da adição de fio frio no arco do catodo: a GMAW padrão; b e c, representa quando
um adicional de 60% e 140% da massa são adicionados, respectivamente, através do arame frio, relativo à
taxa de alimentação do eletrodo.
Segundo Quites (2002), o gás de proteção tem uma grande influência nas
características do arco, no modo de transferência de metal, nas velocidades de soldagem, na
quantidade de perdas por respingos, nas propriedades mecânicas, na penetração e na
geometria da solda.
Os gases são utilizados para proteger o arco e a poça de fusão, além de ajudar na
abertura e manutenção do arco, dentre outras funções. A proteção gasosa no processo de
soldagem GMAW pode ser realizada com um gás de proteção ou misturas binária ou ternária,
dependendo do material a ser soldado. No processo de soldagem MIG são utilizados gases
inertes como o argônio e/ou o hélio. Já no processo MAG é utilizado mais o dióxido de
carbono ou oxigênio que são gases ativos (SCOTTI e PONOMAREV, 2008).
Os gases de proteção apresentam algumas propriedades importantes para a abertura e a
estabilidade do arco, como pode ser observada na Tabela 3.1. Uma dessas propriedades é o
23
potencial de ionização que, segundo Silva (2008) é a energia necessária para retirar um
elétron de um átomo de gás, transformando-o em um íon; essa energia é expressa em elétrons
volts (eV). O potencial de ionização diminui com o aumento do peso molecular, desde que
todos os outros fatores sejam mantidos constantes. Dessa forma um gás com baixo potencial
de ionização pode transformar íons facilmente o que ajuda a manter um arco mais suave e
estável.
Outra propriedade importante é sua densidade que é o peso do gás por unidade de
volume. A densidade influencia na eficiência da proteção gasosa, pois como observado na
Tabela 3.1 os gases com baixa densidade, como o hélio, são mais leves que o ar, o que requer
uma maior vazão durante a soldagem para assegurar uma proteção adequada à poça de fusão.
Para gases mais pesados, como o dióxido de carbono e o oxigênio requerem uma menor vazão
de gás (SOUZA, 2010).
De acordo com Lyttle e Stapon (1990) gases que possuem uma elevada condutividade
térmica transferem mais calor para a peça o que poderá influenciar na penetração e na forma
do cordão, gerando maior fluidez e molhabilidade da peça. Para soldar materiais que perdem
calor rapidamente como, o alumínio e o cobre, é necessário utilizar gases com alta
condutividade térmica, pois necessita de um arco que transfira maior quantidade de calor para
a peça, evitando uma perda de produtividade em decorrência da redução da velocidade de
soldagem, o que pode contribuir para o aparecimento de problemas na solda como falta de
fusão e/ou de penetração. Cada tipo de gás possui suas características que serão destacadas a
seguir.
3.3.1 Argônio
De acordo com Suban e Tušek (2001); Lyttle e Stapon (1990) o argônio é mais denso
que o ar e com baixo potencial de ionização, contribuindo para a transformação de átomos em
24
3.3.2 Hélio
De acordo com Suban e Tusez (2001) quando se utiliza dióxido de carbono há uma
produção maior de respingo comparado com os gases inertes o que reduz a taxa de deposição,
porém há um aumento da penetração da solda,da rigidez do arco e dá um efeito de limpeza,
além de possibilitar uma elevada velocidade de soldagem.
O gás carbônico é comercialmente mais barato que o argônio, podendo ser utilizado
para soldagem de aço carbono e aços de baixa liga com transferência por curto circuito.
Possui uma alta condutividade térmica, sendo responsável por uma alta transferência de calor
para o metal de base, gerando um padrão de penetração mais largo e arredondado quando se
comparado com o argônio (SCOTTI e PONOMAREV, 2008).
Na Figura 3.5 são apresentados os perfis de penetração obtidos os três gases citados.
3.4.1 Corrente
26
Alves (2008) afirma que a corrente de soldagem é uma das variáveis mais utilizadas
para melhorar a eficiência do processo. Por isso,é necessária uma boa regulagem desse
parâmetro para que o processo se torne estável. Para selecionara corrente de soldagem deve
levar em consideração a espessura da peça a ser soldada, o diâmetro do eletrodo e as
27
3.4.2 Polaridade
3.4.3 Tensão
soldada que é chamado de distância de bico de contato peça (DBCP), conforme Figura 3.7
(SCOTTI e PONOMAREV, 2008).
A DBCP é uma das variáveis do processo de soldagem GMAW, onde a sua alteração
pode gerar mudanças significativas tanto na corrente média quanto na frequência de
transferência metálica, principalmente no modo curto-circuito. Essas variações influenciam no
comprimento do arame energizado (stickout) e no comprimento do arco. Estes fatores
influenciam no consumo e na corrente de soldagem, respectivamente (MODENESI, 2012).
Segundo Marques et al (2017) se a velocidade de alimentação for mantida, e houver
um aumento na DBCP, e no comprimento do arame energizado, ocorrerá um maior
aquecimento por efeito joule, provocando uma redução da corrente necessária para fundir o
arame, conforme Figura 3.8. Um fator que deve ser observado é que o aumento do stickout
(dentro de certos limites) proporcionará uma maior à taxa de fusão, desde que a corrente seja
mantida constante.
De acordo com estudos de Ferreira Filho e Ferraresi (2006), se for utilizada uma fonte
de tensão constante e todos os parâmetros forem mantidos fixos, o aumento da DBCP provoca
29
Figura 3.10 - Condições de corrente e tensão para as diferentes formas de transferência para a soldagem
GMAW com um gás de proteção a base de argônio (esquemático).
31
Uma das maneiras que se pode identificar o modo de transferência metálica é através
dos sinais de tensão e corrente, que são aquisitados durante o processo de soldagem. O
comprimento do arco varia devido a formação e destacamento da gota, o que gera a formação
de vales e picos de tensão em intervalos de tempo, que são detectados através da utilização de
programas computacionais. Com isso,Wang, Liu eJones (1995) por meio de algumas análises
adotaram um critério de variação de tensão (ΔU) para cada evento, durante um determinado
período, que correlaciona o modo de transferência com a variação entre os picos e vales de
tensão. Essa análise foi realizada utilizando um eletrodo E71T-1 e gás de proteção Ar-
25%CO2, onde sugeriram a seguinte relação:
Curto-circuito: ΔU > 10 V
Globular: 1 < ΔU < 10 V
Spray: 0,3 < ΔU < 1 V
Ruídos: ΔU < 0,3 V
O tipo de transferência metálica depende dos parâmetros de soldagem utilizados, por
isso, é necessária uma seleção adequada no processo GMAW, para que seja possível obter
uma solda de qualidade. Os principais modos de transferências metálicas no processo GMAW
são: curto-circuito, globular, goticular (spray) e arco pulsado. As características de cada modo de
transferência são descritas a seguir.
eletrodo por efeito joule (B), provocando a sua fusão e a transferência do metal para a poça de
fusão (C), através da ruptura de uma parte do eletrodo e em seguida há a reabertura do arco
elétrico (D), como pode ser observado na Figura 3.10 (MODENESI, 2012).
Segundo Resende (2007) o modo de transferência globular ocorre para qualquer tipo
de gás de proteção, geralmente em tensões não muito baixas e correntes moderadas, porém
com a utilização de CO2 e hélio como gás de proteção, a transferência globular pode acontecer
também em correntes elevadas. Quando é usado argônio puro ou mistura com esse gás,
utiliza-se elevados valores de tensão e uma corrente relativamente baixa.
33
Figura 3.13 -Oscilogramas de tensão e corrente de um processo com transferência globular em 250ms
que o denominado corrente de transição, que se apresenta com um valor acima do empregado
na transferência globular, gerando um aumento na penetração e na taxa de deposição (FILHO,
2011).
Segundo a American Welding Society(1991), neste tipo de transferência, as gotas
metálicas sofrem a ação de elevadas forçasde origem eletromagnética que são responsáveis
pela diminuição de seu tamanho e sua aceleração,gerando uma grande quantidade de
pequenas gotas que são transferidas com uma elevada frequência, sem a presença de salpicos
e com um arco bastante estável. A taxa de transferência das gotas pode variar de um pouco
menos de 100 a centenas de gotas por segundo quando a velocidade de alimentação do
eletrodo aumenta de aproximadamente 42 a 340 mm/s (2,4 a 20,4m/min).
Ferraresi et al (2003) considerou quando as gotas metálicas possuem um diâmetro
médio menor que 15% do diâmetro do arame eletrodo, é considerado como modo de
transferência goticular ou spray, como mostra na Figura 3.13.
Figura 3.15 - Oscilograma de uma transferência por aerossol. Arame ER 70S6 de 1,20 mm de diâmetro e
gás Ar-4%CO2
35
Esse tipo de transferência ocorre por meio de um controle das variáveis do processo de
soldagem, para se obter uma transferência similar à transferência goticular, porém para
valores de corrente média inferior a corrente de transição.
Segundo Resende (2007) na transferência pulsada, o equipamento de soldagem gera
dois níveis de corrente. No primeiro, a corrente de base (Ib) é mantida baixa de modo que não
há transferência, mas somente o início da fusão do arame. No segundo, a corrente de pico (Ip)
é superior à corrente de transição globular/goticular (It), ocasionando a transferência, em boas
condições de operação, de uma única gota. A Figura 3.15 ilustra o modo de transferência por
arco pulsado.
Figura 3.16- Princípio da transferência pulsada: Ip – corrente de pico, Ib – corrente de base, tp – tempo
de pico e tb – tempo de base
3.6.1 Oscilogramas
3.6.2 Histogramas
3.6.3 Ciclograma
CAPÍTULO III
4 METODOLOGIA
4.1 MATERIAIS
4.1.1 Consumíveis
b) Corpos de prova
Os corpos de prova foram de aço ASTM 131A que é especifico para a construção
naval ou off-shore. Os corpos de prova possuem a forma de uma barra chata com as
dimensões de 9.5 x 56.0 x 225.0 mm. A Tabela 4.2 apresenta a composição química do metal
de base.
c) Gás de proteção
O gás utilizado foi uma mistura com 75% de Argônio e 25% de Dióxido de Carbono
(CO2), com vazão de 18 l/min, para uma melhor proteção do arco voltaico e do metal fundido.
Essa mistura é muito utilizada por possui um custo de aquisição menor.
A fonte de soldagem utilizada foi o modelo DIGI PlusA7 com processador ARM 7 de
32 bits, e um alimentador de arame modelo STA 20-2, com velocidade na faixa de 1,1 a 20
m/min., tendo como fabricantes a IMC – Soldagem. Na Tabela 4.3 apresenta os dados
técnicos da fonte de soldagem.
A fonte de energia auxiliar foi utilizada durante a soldagem com o processo EW-
GMAW, para energizar o arame “frio”. O sistema de alimentação de arame auxiliar foi
43
utilizado durante a soldagem com o processo CW-GMAW e EW-GMAW, para inserir arame
na poça de fusão. A Tabela 4.4 mostra as características da fonte de energia auxiliar.
Foi utilizado uma tocha de soldagem GMAW com ângulo de ataque de 90° para a
adição do arame eletrodo, adaptada a um sistema auxiliar de alimentação de arame em um
ângulo de 45º, composto por um cabeçote auxiliar, bico de contato e cabos guias, com a
finalidade de direcionar o arame até o arco voltaico, conforme Figura 4.1.
Figura 4.21 - Tocha adaptada para soldagem com o processo CW-GMAW e EW-GMAW
b) AutoCAD
O AutoCAD foi utilizado para realizar as medições da geometria dos corpos de provas
soldados, cujo fabricante é a Autodesk.
Esse programa foi utilizado para a elaboração de algumas tabelas e gráficos, cujo
fabricante é Microsoft.
A máquina de serra utilizada para seccionar os corpos de prova após a soldagem para a
realização do ensaio metalográfico, foi de fabricação POWERMAQ, modelo BS-912B.
b) Lixadeira/lixas
Para o processo de lixamento foi utilizada uma lixadeira modelo PL01 de fabricação
TECLAGO acoplada a uma tubulação para circulação de água. Foi utilizada uma sequência
de lixas com granulometrias diferentes variando de 80, 120, 220, 320, 400, 600 e 1200.
c) Ataque químico
Foi realizado o ataque químico com Nital 4%, uma solução de 96% álcool etílico e 4%
ácido nítrico concentrado, para revelar a macroestrutura presentes nas amostras soldadas.
d) Microscopia
O microscópio óptico de fabricação ZEISS, modelo Axio Lab. A1 foi utilizado para
visualizar e capturar as imagens da macroestrutura do cordão de solda.
Para a realização dos ensaios do processo de soldagem foi montado uma bancada
experimental. A Figura 4.2 representa o seu esquema para o processo EW-GMAW, onde os
dois arames inseridos na poça de fusão foram energizados. A diferença da bancada da Figura
4.2 para a montagem para o processo CW-GMAW é que não houve a necessidade da fonte de
energia auxiliar. Essa bancada de ensaios foi composta por duas fontes de soldagem com seus
respectivos cabeçotes alimentadores, um sistema de posicionamento da tocha, uma tocha de
soldagem, mesa de soldagem, um sistema de gás de proteção, cronômetro para medição de
tempo de soldagem, comprimento e velocidade para os dois arames e um sistema de
monitoramento e aquisição dos dados instantâneos de corrente e tensão. Com auxílio desses
equipamentos foi possível obter a medição dos diversos parâmetros de soldagem.
4.2 MÉTODOS
metalográfica das amostras; na quarta etapa foi analisada a penetração dos cordões de solda,
através das macrografias; finalmente, na quinta etapa foram tratados os dados do processo de
soldagem e avaliados os gráficos dos oscilogramas, histogramas e ciclogramas.
Para o levantamento de parâmetros de soldagem, foram realizadas soldas em alguns
corpos de prova, com o processo de soldagem GMAW, para verificar as melhores condições
de comportamento do arco e regularidade na transferência metálica, além de análises visuais
verificando se havia um bom acabamento do cordão gerado, livre de imperfeições e salpicos.
Todos os cordões de soldas foram realizados sobre um substrato de aço ASTM 131 A,
na posição plana, na condição de simples deposição, utilizando o arame eletrodo de 1,2 mm
de diâmetro e o arame auxiliar de 1,0 mm de diâmetro, ambos da classe A 5.18-ER 70S-6. O
gás de proteção utilizado foi uma mistura de Ar+25%CO 2 com uma vazão de 18 l/min, a
DBCP do arame eletrodo foi de 22 mm e do arame auxiliar tanto energizado quanto do arame
"frio" foi de 25 mm, com uma velocidade de soldagem estabelecida em 60 cm/min. O
deslocamento da tocha foi realizado de forma automática e a fonte com corrente contínua e
polaridade inversa, no modo sinérgico. A tocha de soldagem com arame eletrodo possuía um
ângulo de 90º e o injetor auxiliar de arame foi acoplado à tocha com uma angulação de 45º,
fazendo com que a entrada do arame sempre fosse à frente do arco elétrico e da poça de fusão.
A Tabela 4.5 mostra os parâmetros operacionais utilizados nos processos de soldagem.
Esses parâmetros foram fixos em todo o experimento.
Neste experimento, optou-se por trabalhar com parâmetros que possibilitassem obter o
modo de transferência metálica goticular, para que fosse possível verificar a influência do
arame "frio" e energizado na estabilidade do arco, haja vista que, os gráficos gerados de
tensão e corrente (oscilogramas) não mostram variações significativas de sinais,
comportando-se quase como uma reta.
47
GMAW
GMAW-EW GMAW-EW
GMAW-CW
40A 80A
Após o embutimento foi realizado o lixamento dos corpos de prova usando uma
sequência de lixas com granulometria crescente em 80, 120, 220, 320, 400, 600 e 1200. Em
seguida foi realizado ataque químico com NITAL 4% para evidenciar e capturar as imagens
das macroestruturas do cordão de solda e na sequência, foi realizado suas medições utilizando
o sofware AutoCad.
CAPÍTULO IV
5 RESULTADOS
A Tabela 5.1 mostra os valores médios da penetração e área penetrada da seção dos
cordões dos corpos de prova. Foi observado que ao ser adicionado arame "frio" à poça de
fusão, houve uma redução de penetração em relação ao GMAW. Para adições de 40%, 80% e
120%, a redução na penetração foi de aproximadamente 19,0%, 38,3% e 53,9%,
respectivamente. Constata-se dessa forma que a introdução de arame “frio” retira calor da
poça de fusão, reduzindo os níveis penetração.
Nas soldagens com o processo EW-GMAW com 40A houve uma menor redução da
penetração em relação ao GMAW, pois à medida que foram adicionados 40%, 80% e 120%
de arame, reduziu a penetração em aproximadamente 1,8%, 11% e 12,8%, respectivamente.
Ao compara o processo EW-GMAW utilizando 80A com o GMAW convencional
observou-se que ao adicionar 40% de arame houve um aumento na penetração de 13,5%.
Porém quando foi adicionado 80% de arame reduziu a penetração em 1,52%, e com 120% de
adição de arame a redução da penetração foi de 16,84%.
Figura 5.25 - Média dos valores de penetração em relação ao percentual de adição de arame
A Tabela 5.1 apresenta a área penetrada que também apresentou uma redução
significativa à medida que foi aumentada a taxa de adição de arame "frio" quando comparado
com o processo GMAW, pois ao adiciona 40% reduziu apenas 1,9%, já com 80% reduziu
26,5% e com 120% reduziu 45,88%, pois como aumentou a quantidade de arame inserido na
poça, diminuiu a energia do sistema.
Houve um aumento na área penetrada utilizando o arame energizado com 40A, poisao
adicionar 40% de arame houve um aumento de 10,95% na área penetrada. Quando foram
adicionados 80% de arame ocorreu uma redução de 11,2%, reduziu mais ainda quando
aumentou essa taxa para 120%, obtendo uma redução de 25,9%.
Quando foi aumentada a corrente no arame "frio" para 80A com uma taxa de adição
de 40%, aumentou a área em 27,0%, e com adição de 80% de arame aumentou em 9,6%, já
com adição de 120%, reduziu em 16,7%.
52
Na Figura 5.2 observa-se que os processos EW-GMAW com 40A e com 40% adição
de arame e com 80 A, com taxa de adição de arame de 40% e 80%, apresentaram uma área
penetrada maior que o GMAW convencional.
Figura 5.26- Média dos valores de áreapenetrada em relação ao percentual de adição de arame
Velocidade do
Velocidade do Corrente
Processo de Arame Corrente Tensão Média
ArameAuxiliar Arame
Soldagem eletrodo Média (Im) (Vm)
(m/mim) auxiliar
(m/mim)
10 - - 303,1 33,6
GMAW 10 - - 298,8 33,3
10 - - 301,6 33,2
10 4 - 302,7 34
CW-GMAW 10 4 - 300 33,8
10 4 - 299,6 33,8
10 8 - 296,6 34,1
CW-GMAW 10 8 - 298,5 32,6
10 8 - 298,8 33,5
10 12 - 300 34
CW-GMAW 10 12 - 309,4 33,2
10 12 - 310,8 33,1
10 4 40 296,6 34
EW-GMAW 10 4 40 300,2 33,7
10 4 40 298,3 33,9
10 8 40 299,5 34,1
EW-GMAW 10 8 40 296,1 33,9
10 8 40 301,9 33,9
10 12 40 289,8 34,1
EW-GMAW 10 12 40 306,1 33,7
10 12 40 306,0 33,7
10 4 80 300,6 34
EW-GMAW 10 4 80 299,4 33,8
10 4 80 301,8 33,8
10 8 80 293,8 34
EW-GMAW 10 8 80 300,9 33,6
10 8 80 304,5 33,6
10 12 80 297,9 34
EW-GMAW 10 12 80 308,1 33,6
10 12 80 306,8 33,6
Fonte: Autoria própria.
5.3 OSCILOGRAMAS
sem transferências metálicas. Quando há uma queda de tensão do arco sem uma elevação
correspondente da corrente, pode ser um indício de irregularidade no processo de
transferência metálica. De acordo com o formato da ondapode ser caracterizado o tipo de
transferência metálica do processo de soldagem.
A Figura 5.4a mostra o oscilograma da soldagem com processo GMAW, em que pode
ser observado o formato do gráfico de corrente e tensão, ambas tendendo a uma reta, sem
muita flutuação, o que indica que o modo de transferência metálica foi goticular,
caracterizado por uma transferência de centenas de gotículas de diâmetro, menores que o
diâmetro do eletrodo a cada segundo, projetadas através da coluna do arco em altas
velocidades. Como a corrente de soldagem e a tensão do arco geralmente permaneceram
praticamente constantes, mostrando que foi uma soldagem relativamente estável e uma
transferência suave de metal. Além disso, a estabilidade pode ser confirmada pelo aspecto
superficial do corpo de prova, evidenciado pela ausência de salpicos nas laterais do cordão de
solda
Os oscilogramas das soldagens com o processo CW-GMAW podem ser observados
nas Figuras 5.4 b, c e d onde foi observada a presença de pequenas perturbações nos valores
de corrente e tensão devido à adição de um segundo arame no arco/poça de fusão. Apesar da
presença de uma flutuação no valor da tensão e corrente não houve a presença de respingos na
lateral dos cordões de solda, podendo considerar o processo relativamente estável.
As Figuras 5.4 e, f e g representam os oscilogramas de tensão e corrente do processo
EW-GMAW para a taxa de alimentação de arame de 40%, 80% e 120%, com adição de uma
corrente de 40A no arame "frio". Verificou-se que à medida que foi aumentada a taxa de
alimentação do arame, gerou uma variação maior nos valores de tensão e corrente, que podem
ser observados em forma de picos. Apesar da ocorrência de perturbações nos oscilogramas,
quando foi comparado com aspecto superficial dos corpos de prova com 40% de adição de
arame verificou-se que não existia respingos na superfície do cordão de solda, porém para
taxa de alimentação de arame com 80% e 120%, apresentaram salpicos em uma lateral do
cordão.
As Figuras 5.4 h, i e j representam os oscilogramado processo EW-GMAW com
adição de uma corrente de 80A no arame "frio" variando a adição de 40%, 80% e 120%,
respectivamente. Observa-se que as flutuações nos valores de tensão e corrente de soldagem
foram bem menores, haja vista, que o aspecto superficial dos cordões soldados com 40% de
arame ‘frio” energizado não registrou a presença de respingos. No entanto, houve seu
56
aparecimento em uma lateral nos corpos de prova soldados com 80% e 120% de taxa de
adição de arame.
De acordo com ososcilogramasda figura 5.4 observou-se que a adição de arame "frio"
e arame "frio" energizado, provocaram perturbações nos valores de tensão e corrente. Como
os respingos só surgiram nas amostras com arame energizado e com velocidade de adição de
arame de 80% e 120%, acredita-se que isso ocorre devido ao eletrodo energizado e
maior quantidade de adição de arame fazendo com que não de tempo de o arame fundir assim
que entra no arco e, quando a gota metálica do arme eletrodo se destacar pode estar tocado
nesse arame, o que apareceu nososcilogramascomo pequenas perturbações, porém esse fato só
poderia ser provado com o auxílio de filmagem realizadas durante o processo de soldagem.
57
5.4 HISTOGRAMAS
5.5 CICLOGRAMAS
CAPÍTULO V
6 CONCLUSÃO
7 CRONOGRAMA
REFERÊNCIAS
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