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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA

BRENDA LUZIA DIAS AMATO

TATIANNY RODRIGUES DE ARAÚJO

ANÁLISE DA OPERACIONALIDADE DA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE


ESGOTO DA SEDE MUNICIPAL DE VERMELHO NOVO, MINAS GERAIS

CARATINGA-MINAS GERAIS

JUNHO/2019
BRENDA LUZIA DIAS AMATO

TATIANNY RODRIGUES DE ARAÚJO

ANÁLISE DA OPERACIONALIDADE DA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE


ESGOTO DA SEDE MUNICIPAL DE VERMELHO NOVO, MINAS GERAIS

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Centro Universitário de
Caratinga, como requisito parcial à
obtenção do título de bacharel em
Engenharia Civil.
Orientador: Prof. M.Sc. Alex Cardoso
Pereira

CARATINGA-MINAS GERAIS

JUNHO /2019
BRENDA LUZIA DIAS AMATO

TATIANNY RODRIGUES DE ARAÚJO

ANÁLISE DA OPERACIONALIDADE DA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE


ESGOTO DA SEDE MUNICIPAL DE VERMELHO NOVO, MINAS GERAIS

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Centro Universitário de
Caratinga, como requisito parcial à
obtenção do título de bacharel em
Engenharia Civil.
Orientador: Prof. M.Sc. Alex Cardoso
Pereira
Aprovada em: 03 de julho de 2019.

__________________________________
Prof. M.Sc. Alex Cardoso Pereira
Orientador

______________________________ _______________________________
Prof. D.Sc. Adriana Magalhães Prof. D.Sc. Kleber Ramon Rodrigues

CARATINGA-MINAS GERAIS

JUNHO /2019
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AGRADECIMENTOS

Agradecemos a Deus, que foi nossa maior força nos momentos de angústia e
desespero. Sem ele, nada disso seria possível. Obrigada, senhor, por colocar
esperança e fé no nosso coração.
Obrigado, meu Deus, por abençoar o nosso caminho durante esse trabalho. A
fé que temos em ti alimentou nosso foco, nossa força e nossa disciplina. Somos gratas
pelas bênçãos que recaíram não só sobre nós, mas também sobre todos os amigos e
familiares.
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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Maquete demonstrativa da ETE. ............................................................... 15


Figura 2 - Rede coletora. ........................................................................................... 16
Figura 3 - Estação Elevatória. ................................................................................... 22
Figura 4 - Bombas (estação elevatória). ................................................................... 23
Figura 5 - Gradeamento. ........................................................................................... 24
Figura 6 - gradeamento e caixa de areia. .................................................................. 25
Figura 7 - Reator anaeróbio de fluxo ascendente. .................................................... 27
Figura 8 - Reator anaeróbio. ..................................................................................... 27
Figura 9 - Reator anaeróbio. ..................................................................................... 28
Figura 10 - Queimador de gás................................................................................... 28
Figura 11 - Leito de secagem. ................................................................................... 29
Figura 12 - Casa de controle / laboratório. ................................................................ 30
Figura 13 - Mostra o percentual de pessoas separado por gênero. .......................... 36
Figura 14 - Mostra o percentual de pessoas separado por faixa etária. .................... 36
Figura 15 - Mostra o percentual de pessoas separado por faixa de escolaridade. ... 37
Figura 16 - Mostra o percentual de saída de esgoto. ................................................ 37
Figura 17 - Mostra o percentual números de moradores que tem conhecimento sobre
a ETE. ....................................................................................................................... 38
Figura 18 - Mostra o percentual do conhecimento sobre o funcionamento da ETE. . 38
Figura 19 - Mostra o percentual de pessoas que reclamaram sobre o mal cheiro dos
bueiros. ..................................................................................................................... 39
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LISTA DE TABELA

Tabela 1 - Sistema dos interceptores .........................................................................21


Tabela 2 - Especificações das bombas utilizadas na ETE...........................................22
Tabela 3 - Características do gradeamento................................................................24
Tabela 4 - Característica da caixa de areia.................................................................24
Tabela 5: Características da unidade Reator Anaeróbio.............................................26
Tabela 6: Características da unidade leito de secagem projetada..............................26

Tabela 7: Problemas Operacionais e suas Correções (Sintomas, Causas e Prevenção


e recuperação) ...........................................................................................................31
Tabela 8: Problemas Operacionais e suas Correções................................................32
Tabela 9: Problemas Operacionais e suas Correções................................................33

Tabela 10: Dados populacionais de Vermelho Novo...................................................34


Tabela 11: Cálculos das vazões afluentes..................................................................34
Tabela 12: Cálculos das cargas e concentração no esgoto bruto................................35
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CC Casa de controle
DBO Demanda Bioquímica de Oxigênio
DESPRO Desenvolvimento de projetos e consultoria
ETE Estação de tratamento de esgoto
FAN Filtros Anaeróbios
FUNASA Fundação nacional da saúde
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
LS Leitos de Secagem do Lodo
RAFA Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente
TP Tratamento Preliminar com Gradeamento e Caixa de Areia
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA .......................................................................................... 12

2. OBJETIVOS .................................................................................................................................... 14

2.1. Objetivo Geral ............................................................................................................................. 14


2.2. Objetivos específicos ................................................................................................................. 14
3. LEVANTAMENTOS ....................................................................................................................... 15

3.1 Histórico do projeto ...................................................................................................................... 15

3.2. Sistema de coleta ....................................................................................................................... 16

3.2.1 Redes Coletoras ....................................................................................................................... 16


3.2.2 Interceptor.................................................................................................................................. 16

3.3 Estação Elevatória ....................................................................................................................... 17

3.4 Sistema de estação de tratamento ........................................................................................... 18


3.4.1 Tratamento Preliminar ............................................................................................................. 18
3.4.2 Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente ............................................................................... 19
3.4.3 Filtro Anaeróbio......................................................................................................................... 19
3.4.4 Leito de Secagem..................................................................................................................... 20
3.4.5 Vala de Disposição do Subproduto do Tratamento ............................................................ 20
3.4.6 Casa de Controle / Laboratório .............................................................................................. 20
4. RESULTADOS .............................................................................................................................. 21

4.2 Estação elevatória final ............................................................................................................... 21


4.3 Sistema de tratamento de esgoto ............................................................................................. 23
4.3.1 Tratamento Preliminar com Gradeamento e Caixa de Areia ............................................. 23
4.3.2 Tratamento Secundário ........................................................................................................... 25
4.3.3 Vala de Disposição do Sub-Produto do Tratamento........................................................... 29
4.3.4 Casa de Controle / Laboratório .............................................................................................. 29
4.4 Planejamento e controle de operação ...................................................................................... 30

4.4.1 Gradeamento ............................................................................................................................ 30


4.4.2 Caixa de Areia........................................................................................................................... 31
4.4.3 Medidores de Vazão, Calha Parshall .................................................................................... 32
4.4.4 Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente ............................................................................... 32
4.5 Resultado dos questionários ...................................................................................................... 35
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5. CONCLUSÃO ................................................................................................................................. 40

REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 41

ANEXOS .............................................................................................................................................. 43
10

RESUMO

AMATO, Brenda L. Dias; ARAÚJO, Tatianny Rodrigues. Análise da


operacionalidade da Estação de Tratamento de Esgoto da sede municipal de
Vermelho Novo, Minas Gerais. Centro Universitário de Caratinga, Julho de 2019.
Orientador: Prof. M.Sc. Alex Cardoso Pereira.

No Brasil existem muitas cidades onde o esgoto doméstico é despejado em cursos


d’água e no solo, sem nenhum tratamento, poluindo as águas e acabando com a
biodiversidade existente. A solução encontrada, nesses casos, é a implantação de
sistemas de esgotamento sanitário, para coletar, transportar e tratar os efluentes
gerados pela população. O presente trabalho teve por objetivo analisar a
operacionalidade da Estação de Tratamento de Esgoto, implantada no município de
Vermelho Novo, Minas Gerais. Com isso, após a realização diagnosticando a
operacionalidade da ETE, através de levantamentos efeituados nesse estudo de
casos, verificou-se por meio dos resultados obtidos, que a ETE não atenderá a
população completa da cidade, somente 70% do município será beneficiado com o
tratamento, sendo assim, para que toda população seja atendida será necessária a
ampliação da rede coletora. Foram entrevistados 50 moradores, dentre eles havia 32
mulheres e 18 homens na faixa etária de 20ª 60 anos, de escolaridade de analfabeto
ao nível superior, a demanda era relacionada ao esgoto da cidade e a ETE, os
resultados obtidos foram os esperados. Após o estudo, é eminente a importância da
Estação de Tratamento de Esgoto em Vermelho Novo, concebida para as
necessidades do município.

Palavras-chave: Esgotamento sanitário, estação de tratamento de esgoto e


operacionalidade.
11

ABSTRACT

AMATO, Brenda L. Dias; ARAÚJO, Tatianny Rodrigues. Analysis of the operability


of the Sewage Treatment Station of the municipal headquarters of Vermelho
Novo, Minas Gerais. University Center of Caratinga, July 2019. Advisor: Prof. M.Sc.
Alex Cardoso Pereira.

In Brazil there are many cities where domestic sewage is dumped into water courses
and into the soil, without any treatment, polluting the waters and ending the existing
biodiversity. The solution found in these cases is the implementation of sanitary
sewage systems to collect, transport and treat the effluents generated by the
population. The present work had the objective of analyzing the operability of the
Sewage Treatment Station, located in the municipality of Vermelho Novo, Minas
Gerais. Therefore, after the diagnosis of the ETE operationality, through surveys
conducted in this case study, it was verified through the results obtained, that the ETE
will not serve the entire population of the city, only 70% of the municipality will benefit
from the Therefore, in order for all populations to be served, it will be necessary to
expand the catchment network. Fifty-one residents were interviewed, among them 32
women and 18 men in the age group of 20 th and 60 th years, of illiterate education at
the higher level, the demand was related to the city's sewage and the ETE, the results
obtained were as expected. After the study, the importance of the Red Sewage
Treatment Station, designed for the needs of the municipality, is imminent.

Key words: Sanitary sewage, sewage treatment plant and operability.


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1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA

Quando é mencionado o assunto saneamento básico, logo é idealizado o


abastecimento de água e o esgotamento sanitário. Entretanto, o saneamento básico
inclui uma série de outros serviços fundamentais para a qualidade de vida de uma
população. De acordo com a Lei 11.445/07, podemos definir como saneamento básico
o conjunto de serviços, instalações operacionais de abastecimento de água potável,
esgotamento sanitário, limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos, drenagem e
manejo das águas pluviais urbanas.
Para que uma água de qualidade chegue à casa dos moradores de uma
determinada população, ela deve ser captada e tratada para que se torne potável.
Todos os processos necessários para enviar água de qualidade à população incluem-
se no saneamento básico. Nos dias atuais aproximadamente 55% do esgoto é
lançado na natureza, apenas 45 % do esgoto do país tem tratamento. A estimativa de
2016 mostra que 83,3% da população eram abastecidas com água potável enquanto
os outros 16,7% cerca 35 milhões de brasileiros, ainda não tinha acesso a este
serviço. Quanto à coleta de esgoto, 51,9% da população tinha acesso a este serviço
em 2016, enquanto 48,1% usavam outros meios alternativos para lidar com os
dejetos, não recebendo o tratamento adequado, contamina o meio ambiente e
prejudica a saúde da população (PORTAL DE TRATAMENTO DE ÁGUA, 2018).
Essa água poluída se dá através da rede de esgoto proveniente de residências,
comércios e indústrias. O tratamento de esgoto é uma medida do saneamento básico
cujo o objetivo é acelerar processo de purificação da água antes de ser devolvida ao
meio ambiente ou reutilizada. As unidades de tratamento são conhecidas como ETE
(Estação de Tratamento de Esgoto), onde a água suja passa por vários tipos de
tratamento podendo variar de empresa para empresa. A água gerada por uma ETE
dimensionada para atender o padrão de lançamento em corpo receptor, geralmente,
não tem qualidade suficiente para ser reutilizada. “Em caso de reuso, a água de esgoto
deve passar por um tratamento mais apurado, passando por um polimento final do
efluente, como filtração e desinfecção adequadas”.
De acordo com as informações publicadas nos censos demográficos de 2010
(IBGE, 2010), a população de Vermelho Novo está distribuída em 1.852 habitantes na
área urbana e 2.837 habitantes na área rural com um total de 4.689 habitantes em
todo município. Atendendo ao contrato firmado entre a empresa privada com a
13

Prefeitura Municipal de Vermelho Novo Minas Gerais, foi construída a Estação de


Tratamento de Esgoto a fim de minimizar o impacto negativo e proporcionar à
população significativa melhoria na qualidade de vida, bem como recuperar a
qualidade das águas dos cursos que cortam o município.
Com a preocupação da atual situação do esgotamento sanitário da cidade de
Vermelho Novo, tendo em vista a existência da ETE, porém, esta não estava
operando. Foi necessário realizar uma pesquisa mais detalhada sobre o seu
funcionamento geral e buscar também informações do motivo pelo qual ela ainda não
está funcionando. Foi aplicado um questionário em parte da população da cidade,
após realizar a pesquisa espera-se adquirir novos conhecimentos acerca da ETE e
também referente ao conhecimento da população sobre a mesma.
14

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral

Realizar um diagnóstico sobre a operacionalidade da Estação de Tratamento


de Esgoto do município de Vermelho Novo.

2.2. Objetivos específicos

 Elaborar uma análise considerando a população que será beneficiada com a


Estação de tratamento de esgoto;
 Realizar uma entrevista com moradores de Vermelho Novo;
 Propor propostas de adequação de Vermelho Novo para que toda população
urbana possa usufruir dessa ETE;
15

3. LEVANTAMENTOS

3.1 Histórico do projeto

A construção da ETE teve início em janeiro de 2015 e está localizada na zona


rural do município, na saída para o distrito de Vermelho Velho. O município de
Vermelho Novo tem aproximadamente 5 mil habitantes e a ETE irá atender
aproximadamente mais de 70% da população urbana. Segundo a reportagem de
Geraldo Pascal (POL, 2015), a Prefeitura Municipal investiu R$ 60 mil na aquisição do
terreno para a construção da estação. Na figura 1 mostra a maquete demonstrativa
da ETE desenvolvida por alunos da rede pública estadual de ensino.

Figura 1 - Maquete demonstrativa da ETE.

Fonte: autoras, 2019.

Segundo a NBR 9648/86 (ABNT, 1986), um sistema de esgotamento sanitário


é constituído basicamente por redes coletoras, interceptores e estações de
tratamento. Estação de tratamento de esgoto (ETE), é uma unidade operacional
responsável por receber e tratar o esgoto coletado nas cidades. Por meio de
processos químicos, físicos e biológicos, a carga de poluentes presentes no esgoto é
removida até atingir os padrões exigidos pela legislação ambiental, permitindo a sua
devolução ao meio ambiente sendo lançado em rios, lagos ou no mar.
16

3.2. Sistema de coleta


3.2.1 Redes Coletoras

A rede coletora de esgotos é uma parte integrante do sistema de esgotamento


sanitário que consiste no conjunto de tubulações e órgãos acessórios destinados a
receber e conduzir os esgotos captados dos coletores ou ramais prediais até os
coletores tronco ou coletores primários, que conduzem o esgoto a um interceptor. As
tubulações possuem diâmetro entre 100 a 400 mm, e deve ser instalada junto ao meio
fio das ruas e recebem o esgoto das residências (ECIVIL, 2000). Na figura 2 temos
uma imagem da rede coletora.

Figura 2 - Rede coletora.

Fonte Sabesp.

3.2.2 Interceptor

De acordo com a NBR 12207/92 (ABNT, 1992) o interceptor é a canalização


cuja função precípua é receber e transportar o esgoto sanitário coletado, caracterizada
pela defasagem das contribuições, da qual resulta o amortecimento das vazões
máximas.
17

Os interceptores são responsáveis pela coleta do esgoto nas residências, ficam


aproximadamente 50 m de distância um do outro. O sistema de interceptação está
todo constituído pela implantação de rede com diâmetro de 150 mm. (DESPRO,
2014).

3.3 Estação Elevatória

De acordo com a NBR 12208/92 (ABNT, 1992) a estação elevatória de esgoto


é a instalação que se destina ao transporte do esgoto do nível o poço de sucção das
bombas ao nível de descarga na saída do recalque, acompanhando aproximadamente
as variações da vazão afluente.
As condições topográficas da cidade permitem que os esgotos coletados sejam
unificados por gravidade à jusante da cidade. Será necessário, portanto, apenas a
implantação de uma Estação Elevatória Final, para recalque dos esgotos
interceptados até o tratamento preliminar da ETE projetada a ser implantada na
margem direita do Ribeirão Vermelho dentro da área da ETE. Para esta elevatória,
optou-se pela utilização de bombas submersíveis com o objetivo de reduzir os custos
de implantação (DESPRO, 2014).

3.3.1 Bombas (Estação Elevatória)

Uma bomba para estação elevatória de esgoto é geralmente instalada em um


subterrâneo, sobre piso com grande passagem de sólidos. A principal função
da bomba para estação elevatória de esgoto é a de bombear águas que contenham
resíduos. Deste modo, fica estabelecido um sistema adequado para que tal
bombeamento seja realizado. Devido ao local no qual a bomba para estação
elevatória de esgoto é instalada, precisa-se que ela seja resistente à corrosão externa
e interna, possua vedação total em todas as suas peças e também seja capaz de
trabalhar com pressão hídrica (SB BOMBAS, 2016).
18

3.4 Sistema de estação de tratamento


3.4.1 Tratamento Preliminar

É a primeira etapa do tratamento cuja finalidade é a remoção de sólidos


grosseiros e areia, a fim de que estes não danifiquem as tubulações e os sistemas de
bombeamento, protegendo, dessa forma, as próximas etapas do processo. Os
mecanismos básicos de remoção são de ordem física, sendo que o fluxo típico do
esgoto nesse nível de tratamento corresponde à passagem do efluente em uma grade
(para remover sólidos grosseiros), em um desarenador (para remover areia, através
do processo de sedimentação) e por um medidor de vazão. O conjunto preliminar é
composto por gradeamento e caixa de areia e o desanerador (ACEMAX, 2016).
Segundo a (ABNT, 1973) o gradeamento é a “Remoção de sólidos
relativamente grosseiros em suspensão ou flutuação, retidos por meio de grades ou
telas".
‘’ As grades devem ser de limpeza mecanizada quando a vazão afluente final é
igual ou superior a 250 L/s ou quando o volume de material a ser retido diariamente
justificar este equipamento, levando se em conta também as dificuldades de operação
relativas à localização da elevatória e à profundidade do canal efluente. Quando a
limpeza for mecanizada, recomenda -se a instalação de polo menos duas unidades;
quando não existir esta possibilidade, deve ser construído canal de desvio (‘’ by pass’),
protegido por grade de limpeza manual de mesmo espaçamento entre barras. Quando
houver risco de danos ao equipamento de remoção, deve ser instalada a montante
grade grossa de limpeza manual’’ (NBR 12208, ABNT 1992).
Depois do gradeamento o efluente passará pelo desarenador onde será
removida toda areia do esgoto. A areia é o material encontrado nos esgotos de maior
dificuldade para remoção e manuseio (DESPRO, 2014).
Depois de passar pelas grades, o esgoto é transportado para uma caixa que
vai retirar a areia contida nele.
Segundo a ABNT NBR 12209 (ABNT, 1992) o desarenador deve ser projetado
para remoção mínima de 95% em massa das partículas com diâmetro igual ou
superior a 0,2 mm (densidade de 2,65). A vazão de dimensionamento do desarenador
deve ser a vazão máxima afluente à ETE. O desarenador deve ter limpeza
mecanizada quando a vazão de dimensionamento é igual ou superior a 250 L/s.
19

Devem ser previstas pelo menos duas unidades instaladas, sendo neste caso uma
delas reserva, a qual pode ser unidade não mecanizada.

3.4.2 Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente

O Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente (RAFA ou UASB) é uma tecnologia


de tratamento biológico de esgotos baseada na decomposição anaeróbia da matéria
orgânica. Consiste em uma coluna de escoamento ascendente, composta de uma
zona de digestão, uma zona de sedimentação, e o dispositivo separador de fases gás-
sólido-líquido. O esgoto aflui ao reator e após ser distribuído pelo seu fundo, segue
uma trajetória ascendente, desde a sua parte mais baixa, até encontrar a manta de
lodo, onde ocorre a mistura, a biodegradação e a digestão anaeróbia do conteúdo
orgânico, tendo como subproduto a geração de gases metano, carbônico e sulfídrico.
Ainda em escoamento ascendente, e através de passagens definidas pela estrutura
dos dispositivos de coleta de gases e de sedimentação, o esgoto alcança a zona de
sedimentação. A manutenção de um leito de sólidos em suspensão constitui a manta
de lodo, e em função do fluxo contínuo e ascendente de esgotos, nesta é que ocorre
a decomposição do substrato orgânico pela ação de organismos anaeróbios
(FIBRASIL, 2017).

3.4.3 Filtro Anaeróbio

Segundo a ABNT NBR 13969 (ABNT, 1997) reator biológico com esgoto em
fluxo ascendente, composto de uma câmara inferior vazia e uma câmara superior
preenchida de meio filtrante submersos, onde atuam microrganismos facultativos e
anaeróbios, responsáveis pela estabilização da matéria orgânica. O filtro anaeróbio
consiste em um reator biológico onde o esgoto é depurado por meio de
microrganismos não aeróbios, dispersos tanto no espaço vazio do reator quanto nas
superfícies do meio filtrante. Este é utilizado mais como retenção dos sólidos. Todo
processo anaeróbio, é bastante afetado pela variação de temperatura do esgoto; sua
aplicação deve ser feita de modo criterioso. O processo é eficiente na redução de
cargas orgânicas elevadas, desde que as outras condições sejam satisfatórias. Os
efluentes do filtro anaeróbio podem exalar odores e ter cor escura.
20

3.4.4 Leito de Secagem

Segundo a ABNT NBR 12209 (ABNT, 1992) leito de secagem deve ser
empregado apenas para lodo estabilizado. A área total de leito de secagem deve ser
subdividida em pelo menos duas câmaras. A distância máxima de transporte manual
do lodo seco no interior do leito de secagem não deve superar 10 m.
O leito de secagem é destinado à desidratação do lodo estabilizado gerado no
reator. Este é composto por um módulo e construído com material poroso e dreno de
fundo. O lodo é disposto no módulo até uma altura máxima de 30 cm e depois de seco
(umidade inferior a 60%) - que ocorre em média em 15 dias – pode ser reincorporado
à matriz do solo ou usado como “adubo” em jardinagem ou culturas arbóreas. O
processo de tratamento consiste na retenção dos esgotos por um período de tempo
longo o suficiente para que os processos naturais de estabilização da matéria orgânica
se desenvolvam (DESPRO, 2014).

3.4.5 Vala de Disposição do Subproduto do Tratamento

Para a disposição final do lodo desidratado, areia e material gradeado, será


prevista uma área destinada para implantação de valas de aterro (DESPRO, 2014).

3.4.6 Casa de Controle / Laboratório

Automatizar o processo de tratamento de esgoto e efluentes permitindo


monitoramento, análise e o controle de diversas variáveis e grandezas que está direta
ou indiretamente relacionadas com o processo.
21

4. RESULTADOS

O sistema é atualmente operado pela SAAE e a rede de coleta implantada


totaliza 7.800 metros de tubulação no diâmetro 150 mm, sendo 6.050 metros em
manilhas cerâmicas, e 1.750 metros em tubos de PVC, o que representa uma
cobertura aproximada de 85,0% dentro da área urbana (DESPRO, 2014). Segundo o
engenheiro da prefeitura Sr Elias a extensão do ponto inicial de coleta até a ETE é de
aproximadamente 4.000 metros e composto por 98 PVs.
Através de levantamentos efeituados nesse estudo de casos, verificou-se por
meio dos resultados obtidos, que a ETE não atenderá a população completa da
cidade, somente 70% do município será beneficiado com o tratamento, sendo assim,
para que toda população seja atendida será necessária a ampliação da rede coletora.

O resumo do sistema já projetado é mostrado a seguir:


Interceptor Diâmetro (mm) Extensão (m) Material

Trindade (2ª Etapa) 150 1.029 PVC NBR 7362

Ribeirão Vermelho – Margem Direita 150 76 PVC NBR 7362

Ribeirão Vermelho – Margem Esquerda 150 2.089 PVC NBR 7362

Tabela 1: Sistema dos interceptores.


Fonte: Acervo Pessoal.

4.2 Estação elevatória final

Foi necessária a implantação de apenas uma estação elevatória final, devido


as condições topográficas da cidade, o esgoto coletado é capaz de ser unificado por
gravidade. A estação elevatória é composta por caixa, registro da rede, 2 bombas
sendo uma reserva e cesto, como é mostrado nas figuras 3 e 4. O esgoto é despejado
dentro do cesto, retirado e jogado na caixa ao lado que possui canos destinados a
drenagem da parte liquida do esgoto, após totalmente seco, o resíduo é removido e
colocado na vala de disposição.
22

Número de bombas: 1 + 1 (Rodízio / Reserva)


Tipo: Submersível
Fabricante: ABS
Modelo: AFP 1049
Curva: M105 / 4D
Rotação: 1735 rpm
Peso: 129 Kg
Rendimento: 40,4 %
ø máximo de partícula admissível: 80 mm
Submergência requerida: 30,8 cm
Potência: 12,0 CV

Tabela 2: Especificações das bombas utilizadas na ETE.

Fonte: Acervo pessoal

Figura 3 - Estação Elevatória.

Fonte: Autoras, 2019.


23

Figura 4 - Bombas (estação elevatória).

Fonte: Autoras, 2019.

4.3 Sistema de tratamento de esgoto

4.3.1 Tratamento Preliminar com Gradeamento e Caixa de Areia

O esgoto é despejado em cesto metálico que tem a função de remover partes


solidas do esgoto após esse processo o esgoto é bombeado da estação elevatória até
o tratamento preliminar, onde os resíduos sólidos remanescente podem ser retidos
pela grade (demonstrado na figura 5), para fazer a limpeza dessa grade é utilizado um
rastelo. A caixa de areia tem a função de reter a areia que está sendo transportada no
meio do esgoto, e em seguida o esgoto passa pela Calha Parshall onde é medida a
sua vazão, como mostra a figura 6.
24

Gradeamento
 Dimensões das Barras (quadradas): .................................... 1” x 3/8”
 Abertura entre Barras: ............................................................. 1,5 cm
 Largura da Grade: ................................................................... 0,40 m
Tabela 3: Características do gradeamento
Fonte: Acervo pessoal

Caixa de Areia
 Número de Unidades: ...................................................................... 1
 Largura: ................................................................................... 0,30 m
 Comprimento: ......................................................................... 2,40 m
 Altura Útil: ............................................................................... 0,30 m

Tabela 4 Característica da caixa de areia


Fonte: Acervo pessoal

Figura 5 - Gradeamento.

Fonte: Autoras, 2019.


25

Figura 6 - gradeamento e caixa de areia.

Fonte: Autoras, 2019.

4.3.2 Tratamento Secundário

Após passar pelo tratamento preliminar, ele é direcionado em um tubo até o


fundo do Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente (demonstrado nas figuras 7,8 e 9),
onde é feito a decantação dos resíduos restantes, nesse processo a parte limpa do
esgoto vai subindo e depois é direcionada para as calhas e em seguida é lançado no
rio, o indicado seria ter o filtro anaeróbio para finalizar o processo de purificação dessa
parte do esgoto, que ultrapassa os 90% da limpeza com esse filtro, porém ainda não
foi implantado por falta de verba, parte do dinheiro que seria investido nele foi gasto
na mudança de local destinado a ETE, sendo assim necessária a ampliação da rede
coletora, com a ausência dele, apenas 70 % será tratado.
Dentro do reator anaeróbio ocorre a decomposição o que libera gases que são
ser nocivos para a camada de ozônio, sendo assim é necessário à combustão desses
gases, eles são captados por uma tubulação de metal e direcionados até o queimador
de gás com Célula Fotovoltaica (demonstrado na figura 10). Quando atinge uma certa
pressão esses gases são liberados e automaticamente uma chama é acesa para
queima-los. Referente ao assunto discutido o Engenheiro Elias da Prefeitura Municipal
perguntou ao Engenheiro da FUNASA “teria como aproveitar esses gases?”, em
26

resposta a essa pergunta o Engenheiro da FUNASA disse “a quantidade gerada é


insignificante e não compensaria”.
Os resíduos q assentaram no fundo do reator anaeróbio são canalizados e
direcionados até o leito de secagem, onde passam por registros que permitem o
controle dos mesmos. O leito de secagem é composto por vários tijolos que possui
fendas entre eles o que permite a infiltração da água no solo (demonstrado na figura
11). Após a secagem, os resíduos são removidos do leito de secagem e despejados
na vala de disposição.
As principais características da unidade Reator Anaeróbio estão descritas abaixo:

Tempo de detenção para vazão média: ........................................ 8 horas


Dimensão do módulo de seção quadrada: ..................................... 5,90 m
Altura útil: ....................................................................................... 4,50 m
Módulos: ............................................................................................. 1 un
Eficiência da remoção de DBO: ...................................................... 70,0%
Eficiência da remoção de coliformes: .............................................. 30,0%
Tabela 5: Características da unidade Reator Anaeróbio

Fonte: Acervo pessoal

Nº de unidades:..........................................................................................2 ud
Dimensões: ........................................................................(10,00 x 4,00) m
Altura Útil:.............................................................................................0,50 m
Tabela 6: Características da unidade leito de secagem projetada

Fonte: Acervo pessoal


27

Figura 7 - Reator anaeróbio de fluxo ascendente.

Fonte: Autoras, 2019.

Figura 8 - Reator anaeróbio.

Fonte: Autoras, 2019.


28

Figura 9 - Reator anaeróbio.

Fonte: Autoras, 2019.

Figura 10 - Queimador de gás.

Fonte: Autoras, 2019.


29

Figura 11 - Leito de secagem.

Fonte: Autoras, 2019.

4.3.3 Vala de Disposição do Sub-Produto do Tratamento

A vala irá receber os resíduos provenientes do cesto metálico da estação


elevatória, da grade do tratamento preliminar e do leito de secagem, porém, esta vala
ainda será construída.

4.3.4 Casa de Controle / Laboratório

Foi construído um laboratório com a função de serviços administrativos e apoio


aos operadores (demonstrado na figura 12). É composto de uma sala para laboratório
propriamente dito, equipada com bancada de granito e bojo profundo, e instalações
adequadas ao fim que se destina, quadro para controle das lâmpadas de iluminação
e chuveiro, além de uma copa e banheiro.
30

Figura 12 - Casa de controle / laboratório.

Fonte: Autoras, 2019.

4.4 Planejamento e controle de operação


4.4.1 Gradeamento

A remoção do material retido na grade manual será feita através do uso de


rastelo. Todo material retirado será acumulado em caçambas e posteriormente às
valas próximo ao tratamento preliminar, às quais deverão ser imediatamente
aterradas, à medida que o material seja nelas descarregado de forma a evitar maus
odores. A frequência de limpeza será ditada pela inspeção visual em função do nível
dos esgotos à montante da grade (DESPRO, 2014).
Avaliação do Desempenho do material retirado deverá ser analisado qualitativa
e quantitativamente. O número de limpezas realizadas e a quantidade de material
removido deverão ser anotados em ficha, relacionando-se ao fim do dia com a vazão
afluente à ETE. Recomenda-se a determinação da qualidade seguindo parâmetros
como umidade, sólidos totais, sólidos voláteis e sólidos fixos, em uma frequência
quinzenal ou mensal (DESPRO, 2014).
31

Problemas Operacionais e suas Correções

Sintomas Causas Prevenção e recuperação

Odor - esgoto séptico - verificar se não está havendo


desagradável retenção ao longo do interceptor

- acúmulo de sólidos na grade - aumentar o número de limpezas por


dia

- demora no aterro do material - não deixar o carrinho cheio por


que está no carrinho muitas horas

- sujeira em geral no canal e áreas - fazer lavagem periódica da grade e


adjacentes à grade dos canais

Aparecimento - material gradeado caído - varrer periodicamente ao lado do


de moscas na externamente ao canal da grade canal da grade
área da ETE

- material gradeado aterrado na - aumentar a espessura do material


superfície do terreno de recobrimento do aterro

Tabela 7: Problemas Operacionais e suas Correções (Sintomas, Causas e Prevenção e recuperação).


Fonte: Acervo pessoal

4.4.2 Caixa de Areia

O material será retirado manualmente, através do uso de pá, e levado a um


container fechado e posteriormente ao local de aterro utilizando-se o carrinho de mão.
A quantidade de material retirado deverá ser anotada em ficha própria, relacionando-
se ao fim do dia com a vazão afluente à ETE. O material retirado deverá ser analisado
quanto a umidade, sólidos totais, sólidos voláteis e sólidos fixos, em uma frequência
quinzenal (DESPRO, 2014).
32

Problemas Operacionais e suas Correções

Sintomas Causas Prevenção e recuperação

Sólidos voláteis em - velocidade baixa - reduzir a seção transversal da


excesso câmara de sedimentação

(> 30%) no material - tempo de detenção longo - Reduzir o comprimento da


removido câmara, utilizando vertedor
provisório

Aparecimento de - velocidade alta - Remover com maior frequência


areia nos reatores o material sedimentado

- tempo de detenção curto

Tabela 8: Problemas Operacionais e suas Correções


Fonte: Acervo pessoal

4.4.3 Medidores de Vazão, Calha Parshall

A calha Parshall tem a função de medir a vazão total do esgoto afluente à ETE.
A leitura do nível d’água na Parshall, será feita através do uso de uma régua graduada.
O valor da vazão afluente será calculado através do uso de uma tabela que relaciona
o nível d’água com a vazão em função da capacidade da Parshall. As leituras deverão
ser feitas a cada duas horas, e anotadas em ficha própria. As vazões médias, máximas
e mínimas diárias deverão ser anotadas em fichas próprias (DESPRO, 2014).

4.4.4 Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente

A operação consiste na distribuição equitativa das vazões para os reatores, a


manutenção de uma boa mistura entre o esgoto afluente e o lodo presente nos
reatores e uma boa separação do gás produzido pelo processo de digestão anaeróbia.
Aparecendo material flotante na superfície líquida dos decantadores, este deverá ser
removido e lançado junto com o material gradeado. Os pontos de inspeção deverão
ser observados diariamente de forma a detectar a formação de escuma na superfície
de separação líquido-gás. Detectada a formação de escuma, a boca de inspeção
deverá ser aberta e a crosta deverá ser quebrada ou retirada (DESPRO, 2014).
33

Para avaliar-se o desempenho dos reatores é importante obter-se dados sobre


as eficiências de remoção de matéria orgânica, sólidos em suspensão, e de micro-
organismos patogênicos, aspectos inibidores e aceleradores do processo produção
quantitativa e qualitativa de biogás e do lodo (DESPRO, 2014).

Problemas Operacionais e suas Correções

Sintomas Causas Prevenção e


recuperação

Bolhas de gás aparecem - má separação gás- - verificar formação de


constantemente na superfície livre líquido crosta
do reator

Lodo sobe à superfície - má mistura substrato- - verificar sistema de


lodo entrada dos reatores

A remoção de DQO é baixa - baixo tempo de - diminuir a vazão de


detenção entrada

- Problemas no processo - corrigir os parâmetros


(pH baixo, taxa de carga de processo (*)
alta, etc)

Tabela 9: Problemas Operacionais e suas Correções


Fonte: Acervo pessoal
(*) Para correção de pH adicionar água de cal ou bicarbonato de sódio, ao afluente.

Para corrigir a taxa de carga:


 diminuir a vazão afluente
 diluir a carga afluente

A inspeção diária da área da estação de tratamento de esgotos deverá ser


percorrida pelo operador, o qual deverá observar e anotar as principais ocorrências
(DESPRO, 2014).
Operando os reatores à temperatura ambiente é de importância verificar as
variações da temperatura interna com as condições climáticas reinantes (DESPRO,
2014).
É recomendado fazer as seguintes anotações:
 Temperatura do ar;
34

 Temperatura do esgoto;
 Temperatura interna do reator.

A temperatura do ar deverá ser anotada diariamente, de preferência no mesmo


horário, utilizando-se termômetro de máxima e mínima (DESPRO, 2014).
Referente a temperatura do esgoto a população microbiana é influenciada pela
temperatura interna aos reatores, influenciando diretamente no desenvolvimento do
processo de digestão anaeróbia (DESPRO, 2014).

Foi utilizada a planilha do autor Marcos Von Sperling, do livro Introdução a


qualidade das águas de esgoto (UFMG, 2014) para determinar as vazões, cargas
afluentes e concentrações, foram aplicados os dados populacionais de Vermelho
Novo para obter os resultados.

Dados populacionais
População total (hab) 1852
Índice de atendimento (-) 0,70
População atendida (hab) 1296
Tabela 10: Dados populacionais de Vermelho Novo

Fonte: Acervo pessoal

Cálculos das vazões afluentes


Vazão domestica média (m3/d) 176
Vazão domestica máxima (m3/d) 453
Vazão domestica mínima (m3/d) 88
Vazão infiltração média (m3/d) 337
Vazão infiltração máxima (m3/d) 337
Vazão infiltração mínima (m3/d) 0
Vazão industrial média (m3/d) 0
Vazão industrial máxima (m3/d) 0
Vazão industrial mínima (m3/d) 0
Vazão total (m3/d)
Vazão média 513
Vazão máxima 790
Vazão mínima 88
Vazão total (l/s)
Vazão média 6
Vazão máxima 9
Vazão mínima 1
Relação Qmax/Qmed 1,54
Relação Qmin/Qmed 0,17
Tabela 11: Cálculos das vazões afluentes

Fonte: Acervo pessoal


35

Cálculos das cargas e concentração no esgoto bruto


Carga média esgoto doméstico bruto (kg/d)
DBO5 65
Carga média esgoto industrial (kg/d)
DBO5 0
Carga média total (kg/d)
DBO5 65
Concentração média de esgoto bruto (g/m3)
DBO5 126
Tabela 12: Cálculos das cargas e concentração no esgoto bruto

Fonte: Acervo pessoal

De acordo com o que foi visto no percorrer do nosso trabalho, observamos que,
com o novo sistema de coleta de esgoto sanitário em vermelho novo, a ETE irá
satisfazer a demando exigida pelo município, porém, ela não atendera a população
toda, apenas 70% da população será beneficiada, sendo assim necessário uma
ampliação da rede coletora.

4.5 Resultado dos questionários

Foi elaborado um questionário com perguntas referente às condições de esgoto


e ao funcionamento da ETE em Vermelho Novo. O questionário foi aplicado em alguns
pontos da cidade, abordando aleatoriamente pessoas de faixa etária entre 20 e 60
anos e algumas acima de 60 anos.
Referente ao questionário constatou-se que a grande maioria dos entrevistados
possuía a saída de esgoto para rede coletora, uma pequena parte tendo o esgoto
descartado diretamente no rio e sendo que nenhum deles possuía fossa séptica.
Sobre os bueiros, apenas uma pequena parcela dos entrevistados apresentou
reclamações sobre mau cheiro.
Referente ao conhecimento sobre a ETE, quase metade dos entrevistados
possuía conhecimento sobre a existência dela, porém, uma pequena parcela sabia
informar sobre o seu funcionamento.
36

Os resultados obtidos estão demonstrados em forma de gráficos abaixo.

Gênero
70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%
2

Feminino Masculino

Figura 13 - Mostra o percentual de pessoas separado por gênero.

Fonte: Autoras, 2019.

Como podemos perceber pela figura, acima o maior percentual de pessoas que
responderam o questionário foi do sexo feminino.

Faixa etária
25

20

15

10

0
30 a 40 anos 40 a 50 anos 50 a 60 anos Mais de 60 anos
IDADE

Série1

Figura 14 - Mostra o percentual de pessoas separado por faixa etária.

Fonte: Autoras, 2019.

Como podemos perceber pela figura acima o maior percentual de pessoas que
respondeu o questionário foi a faixa etária entre 30 e 40 anos, o público adulto.
37

Escolaridade
25

20

15

10

0
Fundamental Médio Técnico Superior Superior Inc. Não Possui

Série1

Figura 15 - Mostra o percentual de pessoas separado por faixa de escolaridade.

Fonte: Autoras, 2019.

Como podemos perceber pela figura acima, o maior percentual de pessoas que
responderam concluiu o ensino médio.

Saída do esgoto

Saída de esgoto Rede de coleta Saída de esgoto Córrego


Saída de esgoto Fossa séptica

Figura 16 - Mostra o percentual de saída de esgoto.

Fonte: Autoras, 2019.

Como podemos perceber pela figura acima, o maior percentual dos


entrevistados respondeu que a saída de esgoto é pela rede coletora.
38

ETE
28
27
26
25
24
23
22
21
1

Conhece a estação de tratamento de esgoto da cidade Sim


Conhece a estação de tratamento de esgoto da cidade Não

Figura 17 - Mostra o percentual números de moradores que tem conhecimento sobre a ETE.

Fonte: Autoras, 2019.

Como mostra no gráfico acima o maior percentual foi de desconhecimento da


construção da Estação de tratamento de esgoto.

Funcionamento da ETE
40
35
30
25
20
15
10
5
0
1

Você sabe sobre o funcionamento dela, se está funcionando ou não Sim


Você sabe sobre o funcionamento dela, se está funcionando ou não Não

Figura 18 - Mostra o percentual do conhecimento sobre o funcionamento da ETE.

Fonte: Autoras, 2019.

O gráfico acima mostra que o maior percentual é de moradores que


desconhecem a existência da Estação de tratamento de esgoto em Vermelho Novo.
39

Bueiros
30

25

20

15

10

0
1

Os bueiros apresentam mal cheiro com frequência Sim


Os bueiros apresentam mal cheiro com frequência Não

Figura 19 - Mostra o percentual de pessoas que reclamaram sobre o mal cheiro dos bueiros.

Fonte: Autoras, 2019.

O gráfico acima mostra que a maioria dos entrevistados disseram os bueiros


não apresentam mal cheiro com frequência.
40

5. CONCLUSÃO

Através de levantamentos efeituados nesse estudo de casos, verificou-se por


meio dos resultados obtidos, que a ETE não atenderá a população completa da
cidade, somente 70% do município será beneficiado com o tratamento, sendo assim,
para que toda população seja atendida será necessária a ampliação da rede coletora.
Em decorrência da entrevista obtemos que somente 46% dos entrevistados
possuíam conhecimento sobre a ETE e mais da metade dos moradores
desconheciam. Por meio desse estudo foi possível obter novos conhecimentos
referente ao funcionamento e a atual situação da ETE.
Após a verificação do engenheiro da FUNASA (Fundação Nacional de Saúde),
foram constatadas algumas irregularidades, que já foram corrigidas, agora a ETE já
está pronta para entrar em funcionamento, aguardando a inauguração.
41

REFERÊNCIAS

Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT. NBR-6023/2002.Informação e


Documentação – Referências. Rio de Janeiro, 2002.

Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT. NBR 9648/1986. Estudo de


Concepção de Sistemas de Esgoto Sanitário. Rio de Janeiro, 1986.

Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT. NBR 12207/1992. Projeto de


Interceptores de Esgoto Sanitário. Rio de Janeiro,1992.

Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT. NBR 12208/1992. Projeto de


Estações Elevatórias de Esgoto Sanitário. Rio de Janeiro, 1992.

Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT. NBR 12209/1992. Projeto de


Estações de Tratamento de Esgoto Sanitário. Rio de Janeiro, 1992.

Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT. NBR 13969/1997. Tanques


sépticos - Unidades de tratamento complementar e disposição final dos efluentes
líquidos - Projeto, construção e operação. Rio de Janeiro, 1997.
FIBRASIL. Reator Anaeróbico de Fluxo Ascendente, 2017. Disponível em:
<http://www.fibrasil.com/produtos/visualizar/reator-anaerobico-de-fluxo-ascendente>.

H2Horse, ACEMAX. Tratamento preliminar, 2016. Disponível em:


<https://acemax.com.br/index.php/servicos/tratamento-preliminar/>.

IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Minas Gerais,


Vermelho Novo - Infográficos, dados gerais do município. Disponível em:
<https://cidades.ibge.gov.br/brasil/mg/vermelho-novo/panorama>.

PASCOAL, Geraldo. Blog Pascoal online e opiniões, Começam as obras da Estação


de Tratamento de Esgoto de Vermelho Novo, Raul Soares, 2015. Disponível em:
<https://pascoalonline.blogspot.com/2015/02/comecam-as-obras-da-estacao-de.html>.

PINELLI, José Augusto, GIANSANTE, Dr. Antônio Eduardo et al. Plano municipal de
saneamento básico Vermelho Novo – MG, Vermelho Novo, 2015. Disponível em:
42

<http://www.vallenge.com.br/sites/default/files/upload/arquivos/produtos/PMSB_Vermelh
o_Novo.pdf>.

SB BOMBAS, Bombas para a estação elevatória de esgoto, 2016. Disponível em:


<http://www.sbbombas.com.br/bomba-estacao-elevatoria-esgoto>.

TRESOLDI, Leandro. ECIVIL descomplicando a engenharia, estudos sobre a rede


coletora, 2000.
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ANEXOS
Anexo 1 – Questionário
1. Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino
2. Estado Civil: ( ) Casado ( ) Solteiro
3. Idade (anos): ( ) 20 a 30 ( ) 30 a 40 ( ) 40 a 50
( ) 50 a 60 ( ) Acima de 60
4. Nível de escolaridade: ( ) Fundamental ( ) Médio ( ) Técnico
( ) Superior ( ) Não possui formação
5. Número de pessoas que residem com a família: _____
6. Como é a saída de esgoto da sua casa?
( ) Rede de coleta pública ( ) Córrego/Rio ( ) Fossa séptica
7. Conhece a estação de tratamento de esgoto da cidade?
( ) Sim ( ) Não
8. Você sabe sobre o funcionamento dela, se está funcionando ou não?
( ) Sim ( ) Não
9. Os bueiros apresentam mal cheiro com frequência
( ) Sim ( ) Não ( ) Não existe.

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