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Universidade do Porto

Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação

Estudo aprofundado de uma catástrofe em específico:

Naufrágio de Sewol MV

Inês da Silva Leitão

201904512

Catástrofe e Socorro Emocional | Ano letivo 2022_2023

Prof.ª Vanessa Azevedo e Filipa Vieira


I. Contextualização

O presente trabalho corresponde a um estudo aprofundado sobre uma catástrofe em


específico, no âmbito da unidade curricular Catástrofe e Socorro Emocional. O documento
incide sobre o acidente marítimo do MV Sewol na Coreia do Sul e tem como objetivo a
realização de uma contextualização sobre o evento e a interligação da recolha de dados com a
matéria leccionada em contexto de aula. O “desastre de Sewol” diz respeito ao naufrágio de
um ferry que transportava 476 passageiros, dos quais 345 estudantes do ensino secundário, 14
professores, 104 cidadãos do público geral e 33 membros do staff (Kim, 2017). A
embarcação partiu de Incheon, na Coreia do Sul e destinava-se à ilha de Jeju, mas ao passar
pelo canal de Maengol, o navio virou pelas 10 horas e 25 minutos da manhã, no dia 16 de
abril de 2014 (Kim, 2017).

Após o incidente, o Korea Maritime Safety Tribunal (KMST) investigou as múltiplas


causas que, em interação, culminaram no desastre. O KMST identificou as alterações feitas
no ferry e a sua instabilidade consequente, a mudança brusca na trajetória e a carga
transportada excessiva, como alguns dos fatores contribuidores, embora se apontem ainda
mais falhas humanas na gestão da catástrofe (Kim, 2017). Um destes lapsos diz respeito à má
conduta do capitão e da equipa na gestão da emergência, que eventualmente se transformou
numa catástrofe. Um serviço de prevenção de acidentes marítimos, o Vessel Traffic Service
(VTS) da ilha de Jindo, recebeu uma chamada do ferry, e, indicou à equipa que fosse
realizada uma evacuação dos passageiros e que lhes fosse indicado para colocarem o colete
salva-vidas (Kim, 2017). No entanto, a equipa do ferry abandonou a embarcação,
salvando-se, e, deixou os passageiros dentro do ferry, que se afundava, com a simples
instrução de “permanecerem dentro do barco”, mesmo após ordens superiores contrárias
(Kim, 2017). Para além do mais, outras falhas na gestão evidenciaram-se no resgate de
sobreviventes pelo Ship 123, que após investigação, o seu serviço foi pautado por “perdas de
tempo” e fraca otimização dos recursos no salvamento.

O desastre do MV Sewol fez 304 vítimas diretas, das quais 299 mortos e 5
desaparecidos (Lee et al., 2018). Dos 476 passageiros, 325 eram estudantes na escola
secundária de Danwon, sendo que 250 destes acabaram por falecer na tragédia (34 raparigas e
41 rapazes) e apenas 75 alunos sobreviveram (Yang et al., 2015; Lee et al., 2018). No geral,
172 pessoas foram salvas, sendo que 3 eram professores que acompanhavam os alunos na
visita à ilha de Jeju (Lee et al., 2018; Oh et al., 2019). Utilizando a definição de Lourenço &

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Amaro (2018) este acidente marítimo pode ser classificado como uma catástrofe de grande
escala, dado que resultou num número de mortalidades superior a 100 pessoas, para além de
que, pode ser categorizado como uma catástrofe tecnológica dado que a sua etiologia está na
ação humana, embora não haja intenção de causar dano (Everly & Lating, 2022).

Torna-se relevante caracterizar o impacto transversalizado desta tragédia e os


diferentes níveis de vitimação que produziu. Um estudo qualitativo que avaliou a reação da
população geral ao incidente, via a análise de posts no Twitter, identificou respostas
frequentes de raiva, tristeza, choque, sofrimento e desespero nos seus utilizadores (Woo et al.,
2015). Esta reação do público geral parece ganhar força quando consideramos que grande
parte do afundamento e resgate do ferry foi acompanhado pelos media e por espectadores
preocupados (Cho et al., 2017), o que proporcionou uma vitimização de 4º nível (Azevedo,
2023). Para além do mais, o forte espírito coletivista das culturas asiáticas, embora associado
a comportamentos pró-sociais, associa-se também, em situações de catástrofe, à empatia pelo
sofrimento das vítimas e à perceção de problemáticas como partilhadas, que podem ter efeitos
nefastos na saúde mental, dado que viabiliza situações de “pensar na própria morte ao ver os
outros morrer” (Lee & Kim, 2017). Ademais, considerando o princípio P-I-E abordado em
aula, a proximidade geográfica do evento trágico pode ser outro fator que impacta
negativamente a saúde mental das comunidades (Artiss, 1963, como citado em Azevedo,
2023). No caso da comunidade de Ansan, cidade onde as vítimas estudavam e residiam,
reportou-se uma maior frequência de sintomas psicológicos adversos quando comparada com
outras regiões, identificando-se níveis mais elevados de depressão, ideação suicida, ansiedade
e somatizações (Yang et al., 2015). O grupo de vítimas de 4º nível pode também incluir os
professores afetados que lecionavam na escola de Danwon, que reportaram dificuldades na
performance do trabalho e na relação com os alunos e colegas, após a tragédia (Lee et al.,
2017). Quanto à sintomatologia psicológica dos professores, após 3 meses do naufrágio, o
impacto negativo evidencia-se na grande variedade de sintomas identificados como a
ansiedade, depressão, isolamento, hipervigilância, desesperança, palpitações, perda de
apetite, flashbacks e problemas do sono (Lee et al., 2017). Para além do mais, esta
sintomatologia também se manifestou nos estudantes da escola de Danwon, havendo uma
supremacia de sintomas ansiógenos, mas também depressivos (Oh et al., 2019). Outras
manifestações identificadas por psiquiatras voluntários nos estudantes compreendem
pesadelos, comportamentos agressivos, alucinações e a sensação de futuro comprometido (Oh
et al., 2019).

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Outro estudo (Choi & Cho, 2020) que investigou o impacto após 2 anos do incidente
em pais de vítimas diretas, identificou que a maioria apresentava sintomas clínicos de
perturbação de stress pós-traumático e de luto complicado, evidenciando-se a sua vitimação
secundária (Azevedo, 2023). Esta realidade, marcada por sofrimento intenso, parece
acentuar-se devido ao facto da morte dos filhos ter sido súbita, inesperada e por ter sido
provocada pela ação do ser humano (Choi & Cho, 2020). As famílias nucleares das vítimas
apontaram mudanças significativas nos seus relacionamentos interpessoais, reportando
mudanças nos papéis sociais e uma dificuldade generalizada em falar sobre o assunto (Cho et
al., 2017). Embora se sentissem apoiados por outras famílias enlutadas, pela comunidade e
pelos sul-coreanos em geral, a alienação e o desconforto tornaram-se duráveis na adaptação à
perda dos filhos (Cho et al., 2017). É de apontar que poucos estudos abordam a saúde mental
dos sobreviventes no pós-catástrofe, talvez devido a dificuldades logísticas em reunir
participantes para os mesmos. Apesar disto foi possível reunir que 20 meses após a catástrofe
cerca de 26% de 57 alunos sobreviventes, manifestaram sintomas clínicos de PTSD (Lee et
al., 2018). Adicionalmente, através de entrevistas realizadas com 21 dos 75 alunos
sobreviventes, 31 meses após o naufrágio, identificaram-se sintomas depressivos, insónias,
fobias e comportamentos agressivos e aditivos nesta população afetada (Lee et al., 2018).
Estes dados concedem-nos uma visão da complexidade e idiossincrasias associadas ao
impacto psicológico do naufrágio do ferry, assim como, da necessidade de intervir, tanto a
longo prazo como a curto prazo. No caso dos alunos da escola secundária de Danwon, em
Ansan, cerca de metade foi aconselhada e encaminhada para psicoterapia (Oh et al., 2019), o
que nos permite compreender o forte impacto que esta tragédia teve.

II. Aplicação de Modelo de Apoio Emocional

No que consta o apoio psicológico prestado em caso de crise ou catástrofe, alguma


menção é feita nos artigos recolhidos. No artigo de Yang et al., (2015) faz-se referência à
instalação de um “centro de trauma” em Ansan, destinado às famílias das vítimas primárias
afetadas e sobreviventes, visando a prestação de apoio psicológico. Interessantemente, dois
artigos (Lee et al., 2017; Oh et al., 2019) indicam que imediatamente após o naufrágio, cerca
de 167 psiquiatras disponibilizaram-se a prestar intervenção em crise à comunidade
académica da escola secundária de Danwon, incluindo alunos e professores. Este
acompanhamento teve início um dia após a catástrofe e compreendeu cerca de 550 contactos
com as vítimas, que incluíam a avaliação psicológica, crisis counseling, primeiros socorros
psicológicos e referenciação para acompanhamento a longo-prazo. Tal como supracitado, a

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intervenção em crise prestada culminou na referenciação de cerca de metade dos estudantes
acompanhados para tratamento psicológico contínuo. No entanto, e tal como apontado por Oh
et al. (2019), uma intervenção mais imediata é importante na mitigação do impacto
psicológico provocado pelo naufrágio e na prevenção do desenvolvimento de quadros
patológicos mais graves. No que se refere às melhorias do ponto de vista psicológico, o apoio
social informal também foi apontado como importante pelas famílias das vítimas e pelos
sobreviventes. A criação de um comitê para as famílias das vítimas permitiu a partilha de
experiências de sofrimento e de adaptação à perda dos filhos, que fomentou o
estabelecimento de um clima de entreajuda e solidariedade (Cho et al., 2017). Os jovens
sobreviventes também apontaram a importância das relações de companheirismo com outros
sobreviventes para o seu bem-estar (Lee et al., 2018). Embora este recurso não constitua uma
tratamento psicológico propriamente dito, creio que face à ausência aparente de protocolos de
intervenção em crise e catástrofe com vítimas, o apoio social pode adquirir uma ferramenta
fundamental na adaptação psicológica à tragédia, especialmente considerando que o baixo
suporte social pode constituir um fator de risco pós-catástrofe (Young et al., 2001, como
citado em Azevedo, 2023). Quanto às intervenções formais disponibilizadas aos
sobreviventes, embora vários serviços de avaliação e intervenção tenham sido oferecidos,
algum desgradado foi apontado. Falhas foram referidas ao nível da avaliação psicológica
feita, que compreendeu a administração de um questionário longo numa fase de adaptação
precoce ao desastre, para além de que, a maioria do apoio oferecido aos estudantes foi em
formato de grupo, que foi alvo de insatisfação de muitos sobreviventes que preferiam um
acompanhamento individual (Lee et al., 2018). Apesar da oferta, a eficácia dos serviços de
apoio psicológico pareceram ficar aquém, sendo que 75% dos estudantes sobreviventes
apontam a necessidade de cuidados de saúde mental reforçados (Lee et al., 2018).

Os autores do estudo realizado com 21 dos 75 estudantes sobreviventes (Lee et al.,


2018) apontam a necessidade em sistematizar um protocolo de intervenção em crise e
catástrofe, que permita uma atuação adequada numa fase aguda de impacto com vítimas.
Neste contexto, os autores referem a utilidade do modelo PFA, que embora amplamente
utilizado em países do ocidente, os seus princípios ainda não foram integrados nos serviços
de apoio sul-coreanos (Lee et al., 2018). O modelo atualizado de Johns Hopkins RAPID
Psychological First Aid (PFA) dos autores Everly & Lating (2022) tem o objetivo de
estabelecer orientações práticas e teóricas de como intervir numa situação de crise ou
catástrofe. A aplicação do PFA nestes contextos procura a estabilização psicológica, a

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mitigação dos impactos e a estimulação de um funcionamento adaptativo nos indivíduos.
Como meio para atingir estes e outros outcomes, os autores definem 5 fases do modelo. Estas
são o rapport, que integra o estabelecimento de uma conexão interpessoal entre o profissional
de socorro e a vítima; o assessment, que diz respeito à avaliação da situação e das
necessidades do indivíduo, através da escuta ativa; a prioritization, que compreende a triagem
psicológica e a necessidade de intervir com a vítima; a intervention, que se trata da atuação
em catástrofe propriamente dita, procurando-se a estabilização psicológica do indivíduo e
mobilização dos seus recursos; e por fim, a disposition, que diz respeito ao encaminhamento
do caso ou a ajuda em questões logísticas. Reconhece-se que a aplicação deste modelo nos
serviços de apoio psicológico na Coreia do Sul poderiam ser úteis. Desde já, o modelo
reconhece a importância da gestão do tempo na intervenção em catástrofe, apresentando um
modelo A-B-C na hierarquização do atendimento nestes contextos. Ao fazer-se esta
avaliação, consegue-se mobilizar a intervenção primeiramente junto de indivíduos que
apresentem um nível de disfuncionalidade mais elevado, o que permite uma maior eficácia
dos serviços. A má coordenação que caracterizou a gestão da catástrofe poderia beneficiar
deste aspeto. Ademais, este modelo oferece o que parece ter faltado nas respostas
disponibilizadas - uma verdadeira intervenção em catástrofe que procura orientar os
indivíduos numa jornada caótica e atender às suas necessidades psicológicas, através da
escuta ativa. Tal como supracitado, os serviços mostraram-se ineficazes e muitos
sobreviventes continuavam a reportar a necessidade em prolongar o apoio psicológico.

III. Reflexão sobre Potenciais Desafios Técnicos e Pessoais

O naufrágio do MV Sewol pode ser classificado como uma catástrofe devido ao


elevado número de mortos e ao impacto que teve ao nível do funcionamento da sociedade,
com repercussões políticas adjacentes (UNRR, 2007 como citado em Azevedo, 2023). O
incidente fez emergir uma grande crise política no país (Lee & Kim, 2021), devido à revolta
do público geral face ao naufrágio, que acusava o governo de ser passivo e corrupto (Woo et
al., 2015; Choi & Cho, 2020). Este sentimento generalizado culminou numa movimentação
conjunta que procurava a destituição do governo de 2014 (Choi & Cho, 2020). Para além do
mais, as duras críticas de que o governo sul-coreano foi alvo e os sentimentos de revolta e
procura por justiça, pareceram afetar a adesão da comunidade aos serviços disponibilizados e
estabelecidos que visavam prevenir prejuízos na saúde mental (Choi & Cho, 2020). No caso
dos pais das vítimas diretas, muitos recusaram “serem tratados”, pois percepcionavam como
prioridade a busca pela justiça (Choi & Cho, 2020). Esta relutância também parece ser

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explicada pela auto-culpabilização dos pais em procurar ajuda, antes de procurar justiça pelos
filhos (Choi & Cho, 2020). Este tipo de desafio técnico dificultou a atuação adequada junto
dos pais enlutados, sendo que a ausência de acompanhamento psicológico em catástrofe pode
ter impossibilitado uma adaptação saudável à perda e a mitigação do impacto psicossocial da
catástrofe. Para além do mais, outro obstáculo no acesso a cuidados de saúde mental
compreende as dificuldades na gestão financeira dos gastos associados a este contexto, o que
levou à desistência de acompanhamento por alguns sobreviventes (Lee et al., 2018). Torna-se
também interessante apontar, que um desafio técnico inerente ao naufrágio do MV Sewol
deve-se ao facto do incidente ter ocorrido em alto mar, o que dificultou o acesso imediato a
intervenções psicológicas em catástrofe pelas vítimas.

A Coreia do Sul é um país marcado pela elevada frequência de desastres naturais


(Choo & Yoon, 2022), que somados às inúmeras catástrofes tecnológicas e humanas,
permitem compreender as lacunas existentes ao nível da gestão de risco. Vários críticos
apontam o rápido crescimento econômico sul-coreano como estando na origem destes
eventos, que culminou no pouco investimento na segurança e na construção de infraestruturas
adequadas (Kim, 2017). Apesar das mudanças institucionais após o incidente de 2014, que
promoveram uma organização mais holística, ainda se debate a necessidade de melhorar o
sistema de gestão de catástrofes (Kim, 2017: Oh, 2017). A falta coordenação de resposta
entre vários setores ainda se apresenta como uma lacuna, debatendo-se a necessidade de aliar
um sistema simplificado a um simultaneamente de ação holística (Oh, 2017). A meu ver,
estas nuances constituem desafios técnicos e obstáculos estruturais, que dificultam a
prevenção de crises e catástrofes, assim como a atuação adequada perante os seus impactos
danificadores.

Para concluir, revela-se sempre de grande utilidade antecipar limitações pessoais no


exercício profissional, sendo que a intervenção em crise e catástrofe não é uma exceção.
Reconhecendo a exigência desta função, creio que a imprevisibilidade e o imediatismo que a
pautam, poderiam ser fontes de stress a longo-prazo, devido à minha necessidade pessoal de
estabilidade e conforto no quotidiano. Além do mais, no caso concreto do naufrágio do MV
Sewol, os desafios culturais e comunicacionais seriam bastante evidentes no caso de uma
hipotética intervenção minha, comprometendo todo o serviço que poderia prestar.

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IV. Referências Bibliográficas

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