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O presente trabalho tem por fundamentos o Capítulo 4, do livro Educação,

Escola e Pós-Pandemia: discussões sobre convivência e aprendizagem, páginas 105-


127, que foi organizado por Denise D’Auria-Tardeli. Os responsáveis pela escrita do
referido capítulo foram Adriana Moro, Flávia Vivaldi e Renata Adduci, com o subtema:
O investimento na convivência e no clima escolar para uma educação de qualidade
(DOI: 10.31560/pimentacultural/2024.98850.4) e o Artigo... , Será realizado entre os
textos uma relação para explicar a importância e o papel de atuação do psicólogo
dentro da escola.

O Capítulo 4 faz, inicialmente, uma retrospectiva sobre o início do


enfrentamento da pandemia do Covid-19, lembrando que a Organização Mundial da
Saúde a declarou oficialmente em 11 de março de 2020. Apresenta dados, tais como:
mais de 180 países atingidos; mais de 6 milhões de mortes no mundo; mais de 700 mil
no Brasil. Relata que o Coronavírus, além dos desafios sanitários, deixou muitos
efeitos indiretos.

Traz que o isolamento social aumentou o medo do desconhecido e da morte,


trouxe consigo dificuldades financeiras e problemas nas relações familiares, o que
acarretou significativo estresse tanto na vida pessoal quanto profissional das pessoas,
causando impacto na saúde mental da população mundial, com maior prejuízo para as
juventudes.

Em nível mundial, relata que mais de 1,5 bilhão de estudantes foram afetados
com o lockdow das instituições educativas. O Brasil, segundo o relatório anual do
Estado Mental no mundo (Newson et al.,2021), apresenta um dos piores índices
mundiais de saúde mental.

Considera ser urgente ações que compreendam saúde mental e apoio


psicossocial nos planos de recuperação pós-pandemia. Aponta que na escola as
fragilidades psicológicas pós-pandemia ecoam de diversos modos, sendo a
irritabilidade e agressividade uma das mais importantes reações emocionais das
crianças, devido ao estresse do isolamento; enquanto que, nos adolescentes, tal
reação se apresenta como tristeza, solidão e tédio.

Conclui que o retorno às aulas presenciais veio acompanhado de mais desafios


para a escola, uma vez que os estudantes voltaram fragilizados mentalmente, estavam
desacostumados com a rotina do ambiente escolar e saudosos das interações sociais
presenciais. Considera que os profissionais também voltaram adoecidos
emocionalmente, bem como angustiados com a busca pela recomposição de
conteúdos e de laços. Um retorno repleto de manifestações que perturbaram tanto as
interações humanas quanto revelaram diferentes tipos de violência.

Em pesquisa realizada pela Unesco (2023), o artigo aponta para o despreparo


relatado pelos professores da América do Sul e Central quanto a prevenção e combate
à violência escolar. Os professores ainda trazem a percepção de que a violência tem
influencia sobre as suas práticas diária, motivação e satisfação no trabalho.

Outra pesquisa apresentada foi as realizada pelo Instituto Locomotiva em


parceria com o Sindicato dos Professores de Ensino Oficial do Estado de São Paulo
(Apeoesp, 2023). Apurou-se que 69% dos estudantes participantes responderam que
o nível de violência era médio ou alto em suas escolas, sendo parecida a percepção
trazida pelos professores (68%). Foi considerado que a porcentagem é maior nas
famílias, uma vez que chega a atingir 75%. Importante também constar que 48% dos
estudantes e 19% dos professores afirmaram ter sofrido algum tipo de violência na
escola.

Outro fator importante apresentado no artigo trata do mapeamento dos ataques


de violência extrema em escola no Brasil: 32 episódios ocorridos desde 2001, quanto
houve o primeiro registro, a junho de 2023. 18 desses eventos, equivalente a 56,25%,
ocorreram entre fevereiro de 2022 e junho de 2023 (Vinha et al., 2023). Soma-se ao
sentimento de medo e insegurança nas escolas tanto os desafios da educação quanto
os impactos decorrentes da pandemia.

Ficou evidente que há ausência nas escolas do trabalho que seja


intencionalmente planejado e voltado para desenvolver qualidade das relações
humanas.

O artigo considera que o espaço da escola é fundamental para as relações e


interações sociais; que é um ambiente privilegiado para se trabalhar ações preventivas
de conflitos e agressões, o que irá gerar a promoção do bem estar e da convivência
democrática entre todos, proporcionando um sentimento de pertencimento e
significado positivo para toda a comunidade escola.

Traz a provocação para uma reflexão urgente sobre mudar a cultura das
violências, desenvolver valores éticos, competências sociomorais e emocionais, bem
como de cidadania, com vistas para a construção de um clima escolar positivo,
respeitoso e justo. Assim, haverá a contribuição para o desenvolvimento e ganhos
para a saúde mental de todos as pessoas que integram a escola.
Referências

D’Auria-Tardeli, D. Educação, Escola e Pós-Pandemia: discussões sobre


convivência e aprendizagem. Pimenta Cultural, São Paulo, 2024.

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