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Relatório PRIS1

Processos Industriais e Serviços I

Turma 1DC | Grupo 3


Docente/Orientador
1190375 | André Monteiro
1190647 | Gustavo Ferreira Delfina Gabriela Garrido Ramos
1190865 | Mariana Rocha
Paulo Ávila
1190930 | Patrícia Carvalho
1190989 | Renata Correia

Data: 27/05/2020
Resumo

O presente relatório foi desenvolvido no âmbito da Unidade Curricular de Processos


Industriais e Serviços I, realizado no segundo semestre do 1º Ano da Licenciatura em
Engenharia e Gestão Industrial, no Instituto Superior de Engenharia do Porto. O trabalho
divide-se em duas partes, sendo a primeira o estudo de um processo têxtil e a segunda a
análise de uma cadeia de distribuição alimentar. Ambos se baseiam em conteúdos lecionados
na Unidade Curricular e pesquisa autónoma.

A primeira parte do relatório tem como finalidade o estudo de um processo têxtil, assim
como a sua descrição e a abordagem ao impacto ambiental causado pelo mesmo, tal como
os resíduos provenientes de cada etapa. Está previsto que esta porção do relatório seja
efetuada em aula com o auxílio dos docentes e usando como base os documentos fornecidos
pelos mesmos, bem como pesquisa autónoma.

A segunda parte destina-se à abordagem da questão: “Estará a grande distribuição


alimentar a contribuir para um consumo mais responsável?”. O trabalho irá incidir sobre as
diferentes fases do processo de distribuição alimentar e sobre a análise das perspetivas
futuras para o desenvolvimento sustentável (baseado nos relatórios de sustentabilidade).

Concluindo, o desenvolvimento deste relatório permitiu aos vários elementos do grupo


aprofundar os seus conhecimentos sobre os temas abordados, conciliando conceitos teóricos
com uma abordagem prática.

Palavras chave

Fiação | Algodão | Distribuição alimentar | Resíduos | Processos Industriais

27 de maio de 2020 II
Índice

Resumo .................................................................................................................................... II

Índice ....................................................................................................................................... III

Índice de figuras ...................................................................................................................... IV

Índice de Tabelas...................................................................................................................... V

Lista de Siglas ........................................................................................................................... V

1-Introdução ............................................................................................................................ 1

2- Processo da Fiação ............................................................................................................... 2

2.1-Definição e breve explicação do processo ......................................................................... 2

2.2-Etapas da Fiação ................................................................................................................ 3

2.3-Tipos de Fiação .................................................................................................................. 6

3- Impacto Ambiental ............................................................................................................ 11

3.1- Impacto Ambiental da fiação do algodão ....................................................................... 11

3.2- Inovações sustentáveis na fiação do algodão ................................................................. 12

4- Algodão na atualidade e no mundo ................................................................................... 14

5- Higiene e segurança na fiação do algodão ......................................................................... 15

6- Grupo Auchan-Jumbo ........................................................................................................ 16

6.1- Distribuição Alimentar .................................................................................................... 16

6.2-Sustentabilidade .............................................................................................................. 18

7-Conclusão ............................................................................................................................ 24

Webgrafia / Bibliografia ......................................................................................................... 25

27 de maio de 2020 III


Índice de figuras

Figura 1- Planta do Algodoeiro da espécie Gossypium herbaceum L ...................................... 2


Figura 2-Cápsula do fruto aberta ............................................................................................. 2
Figura 3- Cápsula vazia e Novelo de fibras ............................................................................... 2
Figura 4-Fases de produção de fio ........................................................................................... 3
Figura 5-Processos da fiação .................................................................................................... 3
Figura 6- Abridores ................................................................................................................... 4
Figura 7- Cardas ....................................................................................................................... 4
Figura 8- Passador .................................................................................................................... 4
Figura 9- Contínuos de fiação................................................................................................... 5
Figura 10-Torces ....................................................................................................................... 5
Figura 11-Tipos de torção ........................................................................................................ 5
Figura 12- Bobinadeiras ........................................................................................................... 5
Figura 13- Retorcedores ........................................................................................................... 6
Figura 14- Maçaroqueira .......................................................................................................... 7
Figura 15- Fiação Anel .............................................................................................................. 8
Figura 16- Laminador ............................................................................................................... 8
Figura 17- Penteadeira ............................................................................................................. 8
Figura 18- Fios cardados e penteados ...................................................................................... 9
Figura 19- Fios Cardados Open End ......................................................................................... 9
Figura 20- Fiação a rotor ........................................................................................................ 10
Figura 21- Impacto ambiental da fiação do algodão .............................................................. 11
Figura 22- Fios de algodão reciclado ...................................................................................... 13
Figura 23- Filtração mecânica e eletrostática nas máscaras de tecido .................................. 14
Figura 24- Fluxograma Distribuição Alimentar....................................................................... 17
Figura 25-Objetivos de desenvolvimento sustentável ........................................................... 18
Figura 26- Erradicar a fome .................................................................................................... 19
Figura 27-Saúde de qualidade ................................................................................................ 19
Figura 28-Igualdade de género .............................................................................................. 20
Figura 29-Energias Renováveis e acessíveis ........................................................................... 20

27 de maio de 2020 IV
Figura 30-Trabalho digno e crescimento económico ............................................................. 20
Figura 31- Produção e consumo sustentáveis ........................................................................ 21
Figura 32-Certificado MSC ..................................................................................................... 22
Figura 33- Proteger a vida Marinha ....................................................................................... 22
Figura 34- Proteger a vida terrestre ....................................................................................... 22
Figura 35- Parcerias para a implementação dos objetivos .................................................... 23

Índice de Tabelas

Tabela 1- Impactos ambientais das várias etapas da fiação do algodão .............................. 12


Tabela 2- Objetivos Erradicar a fome ..................................................................................... 19
Tabela 3-Objetivos Saúde e Qualidade .................................................................................. 19
Tabela 4-Objetivos Igualdade de Género ............................................................................... 20
Tabela 5- Objetivos Energias Renováveis ............................................................................... 20
Tabela 6-Objetivos Crescimento Económico.......................................................................... 21
Tabela 7-Objetivos Consumo Sustentável.............................................................................. 21
Tabela 8-Objetivos Vida Marinha ........................................................................................... 22
Tabela 9- Objetivos Proteger a Vida Terrestre ....................................................................... 22
Tabela 10-Objetivos Para Implementação Objetivos ............................................................. 23

Lista de Siglas

(1) BCI (Better Cotton Iniciative) – “O Programa de Garantia Better Cotton (…) visa melhorar a
subsistência e desenvolvimento económico nas áreas cotonicultoras e reduzir o impacto
ambiental do algodão.”
(2) FIFO (First In First Out) - Primeiro produto a entrar é o primeiro produto a sair
(3) FEFO (First Expired First Out) - Primeiro produto a passar a validade é o primeiro a sai

27 de maio de 2020 V
1-Introdução

Este trabalho foi realizado no âmbito da Unidade Curricular de Processos e Serviços


Industriais I, do Instituto Superior de Engenharia do Porto, sendo esta lecionada pela docente
Delfina Gabriela Garrido Ramos e pelo professor Paulo Ávila. O objetivo deste trabalho é
aprofundar o conhecimento do grupo nas mais variadas etapas e processos de um
determinado setor têxtil, vestuário ou calçado, sendo o escolhido pelo grupo a fiação do
algodão. Tencionamos, também, abordar os resíduos resultantes nas várias fases do processo
assim como o impacto ambiental causado pelo mesmo.
A escolha do processo foi feita tendo em conta vários critérios, sendo estes a
importância do mesmo para a indústria têxtil e a quantidade e qualidade de informação que
tínhamos disponível.
De seguida, o grupo elaborou uma estratégia de trabalho, definindo os objetivos a
cumprir, tornando a realização do trabalho eficaz. Foi feito um planeamento, tendo em conta
a data de entrega e estabelecendo objetivos semanais. Para além disto, o grupo reuniu-se,
em média, uma vez por semana nas aulas da unidade curricular e manteve contacto constante
via WhatsApp para qualquer esclarecimento de dúvidas que surgissem no momento e para a
atualização dos restantes membros sobre o estado do trabalho.
Por fim, tentamos da melhor forma possível cumprir com os objetivos do trabalho, e com
este conseguimos enriquecer o nosso conhecimento, trabalhar muito bem enquanto equipa
e sentimos que foi valioso todo tempo que disponibilizamos para a realização do mesmo.

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PRIMEIRA PARTE

2- Processo da Fiação

2.1-Definição e breve explicação do processo

A transformação de fibras têxteis em fios denomina-se por fiação. Estas fibras podem
ter diversas origens, podendo ser naturais (animais, vegetais ou minerais) ou não naturais
(artificiais ou sintéticas). Neste trabalho, a fibra que vamos abordar é o algodão.
O algodão é uma fibra natural, de origem vegetal, uma vez que é proveniente da
semente do algodoeiro, que cresce em ambientes húmidos e quentes, como por exemplo o
Brasil. É importante referir que, em Portugal, um dos locais onde existe plantação de algodão
é no Alentejo. Esta fibra é constituída, principalmente, por celulose, ceras naturais e
proteínas, sendo ainda aproveitada essencialmente no vestuário e nos têxteis do lar. Além
disso, apresenta as seguintes propriedades: é uma fibra suave, confortável, hidrófila (absorve
a água com bastante facilidade), combinável com muitas outras fibras, hipoalergénica
(provoca poucas reações alérgicas) e, também, é uma fibra que enruga.

Figura 3- Planta do Algodoeiro da Figura 2-Cápsula do fruto aberta Figura 1- Cápsula vazia e Novelo de
espécie Gossypium herbaceum L fibras

Antes de se iniciar a fiação, normalmente a fibra têxtil é tratada, isto é, a fibra sofre
algumas alterações: o algodão é recebido na forma de fardos que, quando são abertos, vão
para o batedor onde acontece a limpeza e a desagregação das fibras. Aqui pode dar-se a
mistura das mesmas, mas por serem diferentes não se verifica a mistura homogénea.
Posteriormente, as fibras são absorvidas e condensadas com o objetivo de serem
colocadas em forma de manta. A fim de facilitar a extração de fibras curtas, as fibras de
diferentes tamanhos são postas paralelamente umas em relação às outras.

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A manta é estirada e é apresentada em forma de fitas. Estas podem ser penteadas,
com vista a melhorar a qualidade do fio e a retirar possíveis fibras curtas ainda existentes.
Por fim, junta-se e mistura-se as fitas no passador, transportando-as para a
maçaroqueira, onde acontece o estiramento e a redução de massa por metro unitário. Além
disso, neste local as fitas são torcidas transformando-as em pavio. O pavio é encaminhado
para os filatórios, onde é novamente estirado e torcido, alterando-se para fio.

Fibra Têxtil Fitas Pavio Fio

Figura 4-Fases de produção de fio

2.2-Etapas da Fiação

Podemos dizer que, a fiação é a “execução industrial” da transformação de fibras torcidas


e estiradas em simultâneo, que sofrem um alongamento, introduzindo-se nelas algum atrito,
formando um cabo com alguma coesão (fio).
Com o propósito de conseguir fios contínuos, uniformes e com uma alta qualidade, o
processo da fiação está dividido em várias etapas, como está demonstrado no esquema
abaixo. É importante relembrar que os vários subprocessos da fiação se alteram conforme o
tipo de fibra têxtil e/ou o tipo de resultado que pretendemos obter.

Preparação à fiação
- limpeza; depuração

Fiação propriamente dita


- produção do fio

Bobinagem
- transporte do fio para bobinas;
depuração e lubrificação do fio
Retorção
- maior resistência e melhoramento
do aspeto do fio
Vaporização / Humidificação
- estabilizar a tensão do fio e relaxar o
mesmo

Figura 5-Processos da fiação

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Inicialmente, o que acontece é a preparação da fiação: quando os fardos chegam às
fábricas são armazenados em locais convenientes (ausência de sol e chuva) e são feitas
algumas análises relativamente à percentagem de água existente no algodão e ao tipo do
algodão presente; a abertura (automática ou manual); a limpeza/depuração das impurezas
dos fardos; preparação para o seguinte subprocesso. Para que tal aconteça são precisos
alguns equipamentos, nomeadamente:
- Os abridores, que tal como o nome indica, são máquinas que abrem os fardos
transformando-os em flocos;
- Os batedores eliminam as impurezas das fibras têxteis em grande quantidade
(resíduos, terra, sementes, etc.).
- As cardas têm como principal objetivo separar as fibras umas das outras, extraindo,
deste modo, as impurezas ainda existentes. Nesta máquina ocorre, também, a eliminação de
fibras mais curtas e o início da paralelização, isto é, as fibras são misturadas e orientadas
paralelamente umas em relação às outras, passando, deste modo, as fibras para fitas.
- Os passadores são utilizados para continuar o trabalho das cardas, ou seja,
continuam a orientar as fibras de forma paralela, mas também a misturar as fitas para se
conseguir uma nova. Nesta máquina, é realizada a padronização da qualidade das fibras.

Figura 6- Abridores Figura 7- Cardas Figura 8- Passador

Seguidamente, ocorre o processo da fiação, compreendendo os processos de


estiragem e torção em simultâneo. Nesta etapa, o que acontece, essencialmente, é a
produção do fio. As máquinas envolvidas neste processo são:
- As torces, que não são mais do que máquinas de estiragem das fibras. A estiragem
confere atrito a partir da torção, passando as fitas para mantas.
- Os contínuos de fiação são semelhantes às torces, uma vez que também são
máquinas de estiragem e de torção.

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Figura 10-Torces Figura 9- Contínuos de fiação
Figura 10 – Contínuos de fiação

A torção está diretamente relacionada com a resistência do fio, dado que a sua função
é manter as fibras juntas para formar o fio. De acordo com o sentido da torção, esta pode ser
de dois tipos, “Z” ou “S”:

Figura 11-Tipos de torção

A terceira etapa do processo é a bobinagem, que serve de suporte ao processo da


tecelagem, pois transfere o fio de um local específico para outro (bobina). Nesta etapa,
efetua-se a depuração do fio, isto é, a regularização do fio e são utilizadas máquinas
denominadas por bobinadeiras que o enrolam nas bobinas. Em alguns casos, pode acontecer
a lubrificação do fio.

Figura 12- Bobinadeiras

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Seguidamente, por razões estéticas (aparência desejada) ou para aumentar a
resistência do fio, este pode sofrer a retorção, através dos retorcedores.

Figura 13- Retorcedores

Por fim, ocorre a vaporização, também chamada de humidificação. Como


consequência dos processos de torção e retorção, o fio é sujeito a uma tensão elevada
(pressão). Assim, a vaporização é utilizada para estabilizar essa tensão e criar a humidade
relativa para o fio - muitos especialistas na área da indústria têxtil consideram que esta etapa
melhora a sua qualidade. Este processo não necessita obrigatoriamente de equipamentos,
uma vez que pode ser realizado num ambiente restrito que apresente determinadas
condições para o processo. São utilizadas câmaras de vaporização quando existe muita
torção, isto é, quando a pressão a que o fio está sujeito é mais elevada do que o normal. Esta
operação é essencial para o relaxamento do fio, para que ele não se enrole sobre si mesmo,
e melhora a resistência ao amarelamento (fenómeno que pode acontecer quando os fios são
vaporizados de forma diferente).
No final destas 5 etapas da produção do fio, este é embalado, palatizado e
armazenado, para que possa ser utilizado posteriormente, nomeadamente a tecelagem e a
tricotagem.

2.3-Tipos de Fiação

Depois de uma análise exaustiva acerca dos diferentes tipos de processos para a
produção do fio, pode-se concluir que existem dois tipos de fiação: a fiação convencional
(anel e penteada) e a fiação não convencional.
Começando pela fiação convencional, podemos dividi-la em dois tipos: Fiação Anel e
Fiação Penteada.

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A fiação anel inicializa-se com a estiragem do pavio de algodão juntamente com uma
torção do fio, a fim de se conseguir uma melhor redução de massa por metro unitário,
mantendo-se a espessura da fita na saída da carda até à saída do passador. Neste processo,
é impossível converter diretamente fita em fio, ou seja, é necessário um intermediário, que
neste caso é o pavio. Consequentemente, é preciso adicionar mais uma máquina denominada
por maçaroqueira, que é usada para transformar fitas em pavios, que não são mais do que
fios de grandes dimensões.

Figura 14- Maçaroqueira

Desta fiação resulta o fio cardado. Este fio é sujo, grosso e fraco, uma vez que não
resulta de um processo em que há a separação das fitas curtas e compridas. Normalmente,
os fios cardados são produzidos das fibras mais curtas do algodão.
Na figura abaixo explicita-se a criação do fio na fiação anel. Começando pelo fuso (1),
que é acionado através de uma correia, projetando-se para cima na qual se encontra o anel
(3) preso à porta anéis (2). A parte que apresenta a forma de um tubo denomina-se por
canela (4), sendo que esta é montada no fuso de modo a rodar com ele. Na borda do anel
encontra-se um viajante (5) com a forma de “C”. Depois do fio deixar a frente dos cilindros
de estiragem, passa pelo guia fios (6) e pelo viajante, enrolando-se em seguida na canela.
Normalmente, existe um separador, que evita que o balão do fio de um fuso interfira com o
balão do outro fuso vizinho.

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Figura 15- Fiação Anel

Na fiação penteada surgem três novas máquinas: a reunideira, o laminador e a


penteadeira. A reunideira, tal como o nome indica, reúne as fitas que saem da máquina
anterior (carda/passador) e une-as em forma de manta. Na penteadeira ocorre a separação
das fibras curtas das longas, o que faz com que os fios penteados sejam mais finos e fortes. O
principal objetivo desta máquina é igualar o comprimento das fibras, para que os fios sejam
produzidos com maior qualidade. Além disso, faz com que o fio fique mais brilhante, uma vez
que elimina as diversas impurezas. O laminador apresenta também, como objetivo, extrair as
fibras mais curtas que vão novamente para os batedores, orientando-as paralelamente. Na
etapa dos filatórios, o fio passa pelos filatórios de anéis. Este tipo de fiação traz mais
vantagens pois produz fios de qualquer espessura, de maior resistência e de maior valor
agregado. Muitos especialistas da indústria têxtil afirmam que os fios que resultam deste
processo são de grande durabilidade e maciez.

Figura 17- Penteadeira Figura 16- Laminador

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´

Figura 18- Fios cardados e penteados

Por fim, na fiação não convencional, o método mais usado é o “open end”, conhecido
por rotor. Segundo os especialistas esta fiação possui este nome uma vez que é baseada “na
produção de fios de fibras descontínuas por qualquer procedimento no qual a ponta da fita é
aberta e separada, individualizando-se as fibras que a compõem, sendo reconstituída no
dispositivo de fiação formando o fio”. É importante referir que os fios passam pela carda, pelo
passador e, por fim, pelo filatório a rotor. Neste local há a produção do fio diretamente da
fita, evitando, deste modo, o pavio produzido na maçaroqueira, tal como acontece na fiação
anel.
É mais produtiva que a fiação anel, uma vez que elimina algumas etapas e,
consequentemente aumenta a velocidade de produção. Nesta fiação, a torção ocorre em
separado relativamente ao enrolamento do fio, permitindo, desta forma, executar esta etapa
em altas velocidades e realizar o enrolamento do fio a baixas velocidades, possibilitando a
baixa agressão ao fio.
Em contrapartida, esta fiação possui desvantagens, nomeadamente: a produção
deste tipo de fios cardados resulta em fios mais grossos e com resistência inferior.

Figura 19- Fios Cardados Open End

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A figura seguinte explica o processo de fiação open-end: iniciando a análise pela fita
(1) que é puxada pelo cilindro alimentador (3) associado à placa alimentadora (2). No cilindro
abridor (4), tal como o nome indica, as fibras são abertas. Pela abertura (5) saem as impurezas
e as fibras são transportadas para o rotor (7) através do duto (6). Por existir força centrípeta,
as fibras são empurradas e pressionadas contra a superfície do rotor, formando-se, assim, o
anel. A fiação propriamente dita inicia-se quando sai um fio (8) pelo tubo de saída (9). Uma
volta de torção do fio é conseguida através de cada volta do braço do fio.

Figura 20- Fiação a rotor

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3- Impacto Ambiental

De acordo com a norma ISO 14001:2015 relativa à implementação de Sistemas de


Gestão Ambiental (SGA), define-se Impacto Ambiental como "qualquer alteração no
Ambiente, adversa ou benéfica, resultante, total ou parcialmente, dos aspetos ambientais de
uma organização". Por outras palavras, podemos dizer que qualquer interação que uma
empresa tem com o ambiente causa neste um impacto, seja ele negativo ou positivo. Desde
o início da sua atividade, a indústria têxtil tem vindo a ser uma das indústrias mais poluentes.
Consequentemente, foram implementadas leis e normas que obrigam as empresas a serem
mais responsáveis nas suas atividades, de modo a reduzir um potencial impacto negativo no
ambiente.

3.1- Impacto Ambiental da fiação do algodão

Quanto ao processo da fiação do algodão, as suas consequências ambientais podem


ser de dois tipos: consumo (entrada) ou poluição (saída). De um modo geral, estas são:

Entradas Saídas
•Energia eléctrica •Emissões atmosféricas (calor,
•Óleos poeiras,condensado da vaporização)
•Ar comprimido •Resíduos (cascas, fibras, fios, cones,
•Fluído térmico óleos etc.)
•Ruído e vibrações
Figura 21- Impacto ambiental da fiação do algodão

Ao analisarmos cada uma das etapas que constituem este processo, podemos
verificar, mais detalhadamente, de que maneira estas afetam o meio ambiente:

Etapa da Fiação do Algodão Breve descrição Impactos ambientais


Preparação à fiação Limpeza e tratamento do - Produção de resíduos
algodão. - Consumo energético
-Consumo Energético
- Manutenção das máquinas
- Emissões atmosféricas
Fiação propriamente dita Torção e estiragem do fio.
(poeiras)
- Requer uma grande
quantidade de máquinas

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- Desgaste das máquinas,
que faz com que as correias
Bobinagem Passagem do fio de um local
das mesmas tenham de ser
para bobinas.
trocadas frequentemente.

Aumento da resistência do
- Produção de resíduos
Retorção fio; obtenção do aspeto
- Consumo energético
desejado.
- Consumo de água
Estabilização da tensão no
- Emissões atmosféricas
fio; relaxamento do fio;
Vaporização /Humidificação (calor)
resistência ao
- Consumo de Energia
amarelamento.
Elétrica
Tabela 1- Impactos ambientais das várias etapas da fiação do algodão

Após nomear os efeitos que o processo tem no ambiente, é necessário tentar arranjar
soluções que tornem a fiação do algodão mais sustentável, tais como:
- Fazer uma análise mais consciente do consumo de água;
- Instalação de máquinas e equipamentos de baixo consumo de água;
- Apresentar espírito crítico na escolha das matérias primas;
- Automatização de processos para redução dos desperdícios;
- Conceber alternativas para a reutilização dos resíduos;
- Promoção de uma gestão eficaz de energia na empresa;
- Aproveitar o calor gerado durante o processo noutras atividades.

3.2- Inovações sustentáveis na fiação do algodão

Como foi mencionado no princípio deste capítulo, com o aumento do impacto


ambiental na indústria têxtil, foram criadas leis e normas que visam a redução do mesmo. No
entanto, cada vez existem mais empresas que veem a sustentabilidade como uma prioridade
do seu negócio. Deste modo, o grupo achou importante mencionar algumas organizações,
portuguesas e internacionais, que tomaram iniciativas no caminho do desenvolvimento
sustentável.
Atualmente, várias empresas apostam no algodão reciclado em alternativa ao
algodão-virgem. Através de métodos revolucionários da fiação, é possível reduzir em larga
escala o consumo de água e eletricidade, bem como a produção de resíduos. Outra grande
vantagem dos fios de algodão reciclado, em comparação ao algodão virgem, é que estes já

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estão tingidos, eliminando assim o processo do tingimento. Esta iniciativa foi tomada por
(1)
entidades como a empresa italiana Marchi & Fildi, que possui um certificado BCI ,ea
organização espanhola Recover. Também em Portugal, a empresa Tintex vende malhas e
artigos têxteis produzidos com fio de algodão reciclado.
Outra possibilidade é a combinação de algodão reciclado e Tencel (fibra celulósica de
origem botânica). Este processo utiliza os resíduos da reciclagem do algodão, sendo, por isso,
uma excelente maneira de diminuir o desperdício. A organização Austríaca Lenzing foi
pioneira neste processo de fiação inovador.

Figura 22- Fios de algodão reciclado

Uma última alternativa ao algodão convencional é o algodão orgânico. No entanto,


este tem vindo a criar algumas polémicas recentemente: o facto de estar associado ao termo
“orgânico” leva a crer que é mais amigo do ambiente, o que não é necessariamente verdade.
Apesar da sua produção dispensar de produtos como pesticidas não naturais, esta exige um
maior consumo de água e utilização de terreno de cultivo, uma vez que a sua taxa de
produtividade é mais baixa do que a do algodão comum. Algumas marcas de moda como a
H&M utilizam esta alternativa.
Em suma, podemos afirmar que a alternativa que torna a fiação desta matéria prima
um processo mais sustentável é o uso do algodão reciclado, uma vez que traz mais vantagens.
No entanto, é importante notar que qualquer uma destas inovações é importante para o
desenvolvimento sustentável na indústria têxtil, uma vez que gera diálogo e
consciencialização acerca deste tema.

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4- Algodão na atualidade e no mundo

Tendo em conta a adversidade dos tempos que enfrentamos, as mais variadas e


criativas soluções tiveram de ser encontradas para combatermos a pandemia. Uma delas foi
o início da produção de máscaras caseiras, usando algodão.
Este material, simultaneamente a muitos outros, tem vindo a ser testado quanto à sua
eficácia para conter partículas e, desta forma, descobrir quais os mais indicados para
realizarem a função em questão. Os resultados destes testes têm vindo a apontar na mesma
direção, sendo esta a dos tecidos “Híbridos”. Este tipo de tecido é conseguido através da
combinação de materiais, como é o exemplo do algodão-seda ou algodão-chiffon. A grande
vantagem de utilizar este meio é que torna possível combinar a barreira protetora dos dois
materiais, criando uma filtração mecânica e electroestática mais eficaz do que usando apenas
um tipo de tecido. “A eficiência da filtragem dos tecidos hibrídios (como algodão-seda) foi
superior a 80% para partículas menores do que 300 nanómetros, e superior a 90% para
partículas com dimensão superior a 300 nanómetros”, escreveram os cientistas.
Para além da proteção, a produção caseira de máscaras também permitiu acrescentar
um pouco de customização e um toque pessoal às mesmas, sendo esta uma das razões que
levou ao aumento da sua procura.

Figura 23- Filtração mecânica e eletrostática nas máscaras de tecido

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5- Higiene e segurança na fiação do algodão

A fiação do algodão é um processo que pode arrecadar alguns riscos para quem
trabalha nesse meio, sendo alguns deles devido aos impactos ambientais referidos
anteriormente, como a criação de poeiras ou os elevados níveis de poluição sonora que
algumas etapas da fiação geram. Assim sendo, alguns dos maiores riscos associados a este
processo são:
- Cansaço visual, causado pela pouca iluminação;
- Lesões ou ferimentos graves que podem ocorrer devido à operação com grandes
máquinas ou objetos afiados e pontiagudos;
- Falta de consideração pelas condições de trabalho;
- Riscos auditivos, devido aos elevados níveis de poluição sonora;
- Elevado risco de eletrização, incêndios ou explosões;
- Exposição a impurezas, tais como poeiras do algodão.

Deste modo, é imprescindível criar medidas de controlo de risco, que garantam a


segurança e o bem-estar de todos os trabalhadores, tais como:
- Criar condições de iluminação apropriadas;
- Uso de equipamento protetor, como óculos ou auriculares;
- Promover sistemas de limpeza de poluição aérea, como poeiras;
- Efetuar a manutenção das instalações elétricas, dos equipamentos de trabalho e
das máquinas.

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SEGUNDA PARTE

6- Grupo Auchan-Jumbo

O Jumbo é uma marca de hipermercados portuguesa que pertence ao grupo francês


Auchan. Recentemente, em setembro de 2019, as lojas passaram a designar-se de Auchan
Supermercado.

6.1- Distribuição Alimentar

A distribuição alimentar assume um papel muito importante na sociedade atual. Esta


pretende definir linhas de orientação de caráter voluntário que deverão ser seguidas pelas
empresas deste setor, como forma de garantirem a comercialização de produtos seguros e,
desta forma, alcançarem os objetivos a que se propõem no âmbito da segurança alimentar.
Inicialmente ocorre a receção dos alimentos. Nesta etapa existe um controlo das
condições de entrega e do próprio produto. É inspecionada a temperatura do veículo, o
estado de higienização do mesmo e o acondicionamento da mercadoria. Posto isto, existe um
encaminhamento imediato da mercadoria aprovada para um local pré-definido e adequado.
Toda a mercadoria rejeitada é devolvida ao fornecedor.
De seguida, toda esta mercadoria é armazenada num local com condições de
armazenamento adequado, e seguem os princípios FEFO (2) e FIFO (3), ou seja, o produto que
sai em primeiro lugar é aquele que estiver mais próximo do fim da sua validade e também o
primeiro que tiver dado entrada em stock.
A próxima fase consiste na execução e preparação, que pode ser feita antes ou depois
de chegar à loja. Aqui os alimentos são lavados, conservados e acondicionados se for
necessário. Para além disso, ainda existe a rotulagem dos mesmos.
Uma vez chegada à loja, a mercadoria é armazenada nos seus armazéns, os quais
devem promover a circulação de ar entre os alimentos. Posteriormente, devem ser
fisicamente separados, sempre que possível, os alimentos cozinhados (prontos a comer) dos
alimentos transformados, de forma a haver uma maior organização e uma melhor
distribuição.

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Com isto tudo bem definido, ocorre o embalamento e etiquetagem dos alimentos no
ato de venda e a loja expõe/arruma os seus produtos alimentares em locais com condições
adequadas para a sua venda ao consumidor.
Outra forma de chegar ao consumidor final é através de entregas ao domicílio ou de
vendas online e, para isso, a empresa em causa aplica os princípios anteriormente referidos
de FIFO e FEFO, avalia macroscopicamente a integridade da embalagem e controla as
condições de expedição do produto.
O fluxograma abaixo explica de uma forma sucinta todo o processo de distribuição
alimentar e as fases pela qual tem de passar para chegar ao consumidor final:

Figura 24- Fluxograma Distribuição Alimentar

Relativamente ao Grupo Auchan, mais precisamente o Jumbo, este grupo aposta no


conceito de loja de proximidade. Inseridas no meio citadino, este formato promove
proximidade com o cliente e disponibiliza uma oferta diferenciadora num único local. Com

27 de maio de 2020 17
isto, o Jumbo oferece produtos variados, acrescentando valor nas condições de tempo, lugar
e de modo, de forma a providenciar maior conveniência para a satisfação das necessidades
dos consumidores.
Podemos verificar que o grupo detém a terceira posição no que toca a volume de
vendas de produtos alimentares. Este grupo francês avançou com importantes inovações no
nosso país dentro do setor do retalho e da sustentabilidade, sendo por isso considerado o
primeiro grupo de distribuição moderna em Portugal.

6.2-Sustentabilidade

O Jumbo tem um compromisso com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável


(ODS). Neste sentido este tem a tarefa de implementar iniciativas que abordem essas metas,
e, assim, poder contribuir para um futuro mais sustentável e inclusivo.

Figura 25-Objetivos de desenvolvimento sustentável

De modo a erradicar a fome, o Jumbo apoia os fornecedores locais e os produtos Vida


Auchan (projeto com o objetivo de incentivar a produção de bens agropecuários nacionais,
garantindo o respeito pelo bem estar animal, pelo ambiente e pela segurança alimentar),
promove o cultivo em hortas comunitárias, criou a Fundação Jumbo para a Juventude que
apoia projetos e ainda está envolvido em iniciativas de vida saudável.

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Feito até 2018: Objetivo para 2020:
155 fornecedores locais
Produtos locais representam 8% na Produtores locais representem 6%
venda de legumes e frutas vendas na totalidade dos produtos
frescos
143 produtos Vida Auchan Figura 26- Erradicar a
21 projetos financiados pela 20 projetos apoiados pela Fundação fome
Fundação Auchan para a Juventude Jumbo para a Juventude com
com 242 301€ 240 000€ atribuídos

Tabela 2- Objetivos Erradicar a fome

Para promover o objetivo da saúde e qualidade, foi desenvolvida a Fundação Pão de


Açúcar-Auchan, que garante a saúde e bem-estar dos seus funcionários, ex-funcionários e das
suas famílias. Além disso, criou o Projeto Humano, que garante que o Jumbo coloca o ser
humano em primeiro lugar nas suas ações. Assim, a prova disso é a criação de um seguro de
saúde, igual para todos, desde o colaborador ao diretor.

Feito até 2018: Objetivo para 2020:


1,7% de pessoas integradas com 2% de pessoas integradas com
deficiência deficiência

Tabela 3-Objetivos Saúde e Qualidade


Figura 27-Saúde de
qualidade

De forma a promover o quinto objetivo de Desenvolvimento Sustentável, foi


implementado um plano de igualdade de género, e ainda foram criados os colégios Rik&Rok,
que surgiram para dar uma resposta educativa de prestígio a todas as crianças e respetivas
famílias que precisam de um espaço educativo com horários flexíveis. E ainda, desenvolveram
os brinquedos “One Two Fun”, brinquedos sem distinção de género, tendo em consideração
apenas os estágios de desenvolvimento das crianças e jovens.

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Feito até 2018: Objetivo para 2020:
48% de mulheres a exercerem 50% de mulheres a exercerem cargos
cargos de liderança. de liderança.
Tabela 4-Objetivos Igualdade de Género
Figura 28-Igualdade
de género

Para promover a utilização de energias renováveis e acessíveis, o Jumbo tem algumas


das suas lojas com certificação ambiental. Além disso, também são responsáveis por um
programa de redução de consumos de energia, e também conseguiram produzir uma grande
quantidade de energia renovável.

Feito até 2018: Objetivo para 2020:


11 lojas com certificação ambiental 13 lojas com certificação ambiental
Menos 2% do consumo total de energia 2 lojas com certificação energética
103 437 KWh produção de energia Implantação de projetos de energia
renovável renovável (de 1Gwh/ano)
Menos 34% de emissões de CO2 Menos 20% de emissões de CO2 em Figura 29-Energias
relação a 2018 Renováveis e
acessíveis
Tabela 5- Objetivos Energias Renováveis

O Jumbo, de modo a cumprir com o oitavo objetivo dos ODS(Trabalho digno e


crescimento económico), obteve a certificação SA8000 através de uma auditoria da SGS, o
que lhe permitiu melhorar e desenvolver em todas as suas operações, a responsabilidade
social, tendo em consideração as condições de trabalho dos seus funcionários, parceiros e
fornecedores e também o impacto social das suas ações. Além disso, criou o fundo
ValPortugal acionariado para colaboradores e ainda fez com que existissem auditorias aos
seus fornecedores. Por fim, também formou o Portal Creative Atitude, um sistema de geração
de ideias, com o objetivo de promover a inovação, que em 2018 contava com a participação
de 70 colaboradores.

Feito até 2018: Objetivo para 2020:


Única empresa de distribuição com a Aumentar em 2pp a média de
certificação SA8000(Média de maturidade maturidade de implementação
Figura 30-Trabalho
de implementação do sistema em 85%) do sistema SA8000 digno e crescimento
económico

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564 participações em atividades de 600 participações em atividades
voluntariado de voluntariado
53% nível de envolvimento no BES 100% nível de envolvimento no
BES
Número de fornecedores com auditoria: Integrar, no âmbito da
4 de ambiente, 56 sociais,121 qualidade certificação, todas as lojas
MyAuchan
69% de fornecedores auditados 100% de fornecedores
socialmente, de marca própria auditados socialmente num ciclo
de 3 anos
Tabela 6-Objetivos Crescimento Económico

Esta organização também é responsável por reduzir o consumo de plásticos e pela


economia circular. Com efeito, implementou projetos na redução de plástico, o que permitiu
evitar o desperdício de toneladas deste. Assim, este pretende fazer uma gestão de resíduos
e tentar desperdiçar o mínimo que conseguir. Desta forma, o Jumbo irá fornecer aos seus
clientes sacos de poliéster simples, recicláveis, resistentes, e laváveis na máquina a 30 graus,
com o objetivo de despromover a compra de sacos de uma única utilização, segundo a notícia
de julho de 2019, no Jornal Sol. Além disso, foram doados excedentes alimentares e não
alimentares.

Feito até 2018: Objetivo para 2020:

368 toneladas de plástico evitado, Menos 20 % de plástico de uso


com a implementação de 6 projetos único em embalagens de serviço,
de redução de plástico em relação a 2018
92% de resíduos valorizados 95% de valorização de resíduos

2.288.110 € doados de excedentes Ampliar em 50% as doações para


Figura 31- Produção e
não alimentares e alimentares consumo humano (em relação a consumo sustentáveis
(+13%) 2018)

Tabela 7-Objetivos Consumo Sustentável

De forma a proteger a vida marinha, o Jumbo adotou uma política de comércio


Sustentável de Pescado, ou seja, a pesca sustentável permite que o ecossistema seja
respeitado, e que se deixe peixes suficientes no mar, para que estes possam continuar a sua
reprodução, normalmente.

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Por exemplo, o bacalhau Vida Auchan, possui a certificação Marine Stewardship Council
(MSC), que premeia as pescarias que adotam uma pesca sustentável, permitindo ao
consumidor tomar melhores decisões.

Feito até 2018: Objetivo para 2020:


57% pescado mar com Para analisar a
comprovativo de sustentabilidade de
Compra em Lota (CCL) 100% da sua oferta de
pescado, pretende fazer
uma parceria com uma
Figura 33- Proteger a vida
universidade Figura 32-Certificado MSC
Marinha
Tabela 8-Objetivos Vida Marinha

Agora, no que diz respeito às medidas para proteger a vida terrestre, o Jumbo criou a
sua própria marca, garantindo que as origens do produto são responsáveis e sustentáveis (tais
como o papel, a madeira e a gordura de palma), têm lojas com mercados bio, produtos
biológicos e por fim integram-se em campanhas de defesa das florestas.

Feito até 2018: Objetivo para 2020:


1 projeto anual de proteção das
florestas ou reflorestação
1175 produtos biológicos Aumento anual de 10% de
produto bio
4 lojas com mercado bio 16 lojas com mercado bio
Figura 34- Proteger a
Tabela 9- Objetivos Proteger a Vida Terrestre vida terrestre

Por fim, o Jumbo também adquire medidas relacionadas com o objetivo de obter
parcerias, de modo a conseguir implementar objetivos, assim este faz auscultações às partes
interessadas, ou seja, procura saber a sua opinião. Ainda, possuem um código de ética e
conduta assinado pela maioria dos fornecedores, e uma linha aberta para fazer eventuais
denúncias de desvios a este código, até 2018 foram feitas 32 denúncias de colaboradores.

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Feito até 2018: Objetivo para 2020:
Auscultação realizada de dois em Ser reconhecido pelas partes
dois anos interessadas como uma empresa
consciente e responsável
Código de ética assinado por 91% Código de ética assinado por
dos fornecedores 100% dos fornecedores Figura 35- Parcerias para
a implementação dos
Tabela 10-Objetivos Para Implementação Objetivos
objetivos

Por fim, respondendo à questão, estará a grande distribuição alimentar em Portugal


a contribuir para um consumo mais responsável?
A distribuição Alimentar tem uma grande influência em todo o país, não só pelo facto
de garantir qualidade nos alimentos que chegam ao consumidor final, mas também pelo facto
de influenciar a economia de uma nação. A distribuição alimentar do Jumbo é das maiores
em Portugal e, como tal, tem de dar o exemplo a seguir e demonstrar todos os seus valores
que são bem definidos.
O Jumbo, como já foi referido, está muito envolvido no tema da sustentabilidade e de
um consumo mais responsável. Através, por exemplo, do cultivo em hortas comunitárias
podemos verificar que essas questões são preocupantes para este grupo francês. Para além
disso, procuram cumprir com a maioria dos objetivos de Desenvolvimento Sustentável, e
criam os seus próprios objetivos para um futuro melhor. Infelizmente, não encontramos
informação para verificar se de facto os objetivos para o ano em que nos encontramos estão
a ser ou já foram cumpridos.

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7-Conclusão

Como já foi referido anteriormente, este relatório foi proposto, no âmbito da Unidade
Curricular Processos Industriais e Serviços I, pela docente Delfina Gabriela Garrido Ramos. O
principal objetivo foi estudar um processo do setor têxtil, vestuário ou calçado e, além disso,
analisar e identificar as perspetivas futuras para a sustentabilidade da distribuição alimentar.
Após inúmeras pesquisas e reflexões e várias tentativas de equilibrar os interesses dos
membros do grupo, o processo selecionado foi a fiação do algodão e com a finalidade de
estudar a sustentabilidade de uma distribuição alimentar, o grupo escolheu a organização
Auchan-Jumbo.
Para além disso, surgiram algumas dificuldades, nomeadamente a escassez de
informação relativamente aos impactos ambientais de cada subprocesso para a produção do
fio, encontrar o nome e a imagem de todas as máquinas envolvidas na fiação, bem como o
seu modo de funcionamento. Também a pesquisa inicial da segunda parte do relatório foi
demorada uma vez que não tínhamos conhecimento prévio acerca do tema.
Posto isto, este trabalho proporcionou o aprofundamento dos conhecimentos acerca
dos temas e o aperfeiçoamento do trabalho em equipa. Deste modo, o grupo sente-se
concretizado por ter conseguido cumprir todos os requisitos propostos pela docente para a
elaboração do projeto.

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